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1. NOME DO MEDICAMENTO
Copalia 5 mg/80 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido revestido por película contém 5 mg de amlodipina (como besilato de amlodipina) e
80 mg de valsartan.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película
Comprimido revestido por película, redondo, amarelo escuro, com bordos biselados, com impressão
“NVR” numa face e “NV” na outra face.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Tratamento da hipertensão essencial.
Copalia é indicado em adultos cuja pressão arterial não esteja adequadamente controlada com
amlodipina ou valsartan em monoterapia.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
A dose recomendada de Copalia é de um comprimido por dia.
Copalia 5 mg/80 mg pode ser administrado em doentes cuja pressão arterial não esteja
adequadamente controlada com 5 mg de amlodipina ou 80 mg de valsartan isoladamente.
Copalia pode ser tomado com ou sem alimentos.
Recomenda-se a titulação individual da dose com os componentes (i.e. amlodipina e valsartan) antes
da mudança para a associação de dose fixa. Quando for clinicamente apropriado, pode ser
considerada a mudança direta da monoterapia para a associação de dose fixa.
Por conveniência, os doentes a tomar valsartan e amlodipina em comprimidos/cápsulas separados
podem mudar para Copalia contendo os componentes nas mesmas doses.
Compromisso renal
Copalia é contraindicado em doentes com compromisso renal grave (ver secção 4.3).
Não é necessário proceder a qualquer ajustamento da posologia em doentes com compromisso renal
ligeiro a moderado. Recomenda-se a monitorização dos níveis de potássio e da creatinina em caso de
compromisso renal moderado.
Afeção hepática
Copalia é contraindicado em doentes com afeção hepática grave (ver secção 4.3).
3
Deve ter-se cautela ao administrar Copalia a doentes com afeção hepática ou perturbações obstrutivas
das vias biliares (ver secção 4.4). Em doentes com afeção hepática ligeira a moderada sem colestase, a
dose máxima recomendada é de 80 mg de valsartan. Não foram estabelecidas recomendações de dose
de amlodipina em doentes com afeção hepática ligeira a moderada.
Idosos (idade igual ou superior a 65 anos)
Em doentes idosos é necessária precaução ao aumentar a posologia.
População pediátrica
A segurança e eficácia de Copalia em crianças com idade inferior a 18 anos não foram estabelecidas.
Não existem dados disponíveis.
Modo de administração
Via oral.
Recomenda-se a ingestão de Copalia com um pouco de água.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade às substâncias ativas, aos derivados da di-hidropiridina ou a qualquer um
dos excipientes mencionados na secção 6.1.
Afeção hepática grave, cirrose biliar ou colostase.
Compromisso renal grave (taxa de filtração glomerular (TFG) <30 ml/min/1,73 m2) e doentes a
fazer diálise.
Segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver secções 4.4 e 4.6).
Hipotensão grave.
Choque (incluindo choque cardiogénico).
Obstrução do infundíbulo do ventrículo esquerdo (por ex. cardiomiopatia hipertrófica
obstrutiva e grau de estenose aórtica elevado).
Insuficiência cardíaca hemodinamicamente instável após enfarte agudo do miocárdio.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
A segurança e eficácia da amlodipina em crises hipertensivas não foram estabelecidas.
Gravidez
Os Antagonistas dos Recetores da Angiotensina II (ARAII) não devem ser iniciados durante a
gravidez. A não ser em situações em que a manutenção da terapêutica com ARAII seja considerada
essencial, nas doentes que planeiem engravidar o tratamento deve ser alterado para anti-hipertensores
cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o
tratamento com ARAII deve ser interrompido imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada
terapêutica alternativa (ver secções 4.3 e 4.6).
Doentes com hiponatremia e/ou hipovolémia
Em estudos controlados com placebo foi observada hipotensão acentuado em 0,4% dos doentes com
hipertensão não complicada tratados com Copalia. Em doentes com um sistema renina-angiotensina
ativado (tais como doentes com depleção do volume e/ou de sal tratados com doses elevadas de
diuréticos) que estão a receber bloqueadores dos recetores da angiotensina, pode ocorrer hipotensão
sintomática. Recomenda-se a correção desta situação antes da administração de Copalia ou supervisão
médica cuidadosa no início do tratamento.
Se ocorrer hipotensão com Copalia, o doente deve ser colocado em posição supina e, se necessário,
deve ser-lhe administrada uma perfusão intravenosa de soro fisiológico. Uma vez estabilizada a
pressão arterial o tratamento pode ser continuado.
4
Hipercaliemia
A medicação concomitante com suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio,
substitutos do sal contendo potássio ou outros fármacos que possam aumentar os níveis de potássio
(heparina, etc.) deve ser usada com precaução e com monitorização frequente dos níveis de potássio.
Estenose da artéria renal
Copalia deve ser utilizado com precaução no tratamento de hipertensão em doentes com estenose da
artéria renal unilateral ou bilateral ou estenose de rim solitário dado que a ureia no sangue e a
creatinina sérica podem aumentar nestes doentes.
Transplante renal
Até à data não existem dados de segurança sobre a utilização de Copalia em doentes submetidos a um
transplante renal recente.
Afeção hepática
O valsartan é eliminado na sua maior parte inalterado através da bílis. A semivida da amlodipina é
prolongada e os valores da AUC são superiores nos doentes com afeção da função hepática; não
foram determinadas recomendações de dosagem. Deve ter-se uma precaução particular ao administrar
Copalia a doentes com afeção hepática ligeira a moderada ou perturbações obstrutivas das vias
biliares.
Em doentes com afeção hepática ligeira a moderada sem colestase, a dose máxima recomendada é de
80 mg de valsartan.
Compromisso renal
Não é necessário proceder a qualquer ajustamento da posologia de Copalia em doentes com
compromisso renal ligeiro a moderado (TFG >30 ml/min/1,73 m2). Recomenda-se a monitorização
dos níveis de potássio e da creatinina em caso de compromisso renal moderado.
Hiperaldosteronismo primário
Os doentes com hiperaldosteronismo primário não devem ser tratados com o antagonista da
angiotensina II valsartan uma vez que o seu sistema renina-angiotensina se encontra afetado pela
patologia primária.
Angioedema
Foi notificado angioedema, incluindo edema da laringe e da glote, causando obstrução das vias aéreas
e/ou edema da face, lábios, faringe e/ou língua em doentes tratados com valsartan. Alguns destes
doentes apresentaram angioedema anteriormente com outros medicamentos, incluindo inibidores da
enzima de conversão da angiotensina (ECA). Copalia deve ser imediatamente interrompido em
doentes que desenvolveram angioedema e não deve voltar a ser administrado.
Insuficiência cardíaca/pós-enfarte do miocárdio
Em consequência da inibição do sistema renina-angiotensina podem ser esperadas alterações na
função renal em indíviduos suscetíveis. Em doentes com insuficiência cardíaca grave cuja função
renal possa depender da atividade do sistema renina-angiotensina, o tratamento com inibidores da
ECA e antagonistas dos recetores de angiotensina foi associado a oligúria e/ou urémia progressiva e
(em casos raros) a insuficiência renal aguda e/ou morte. Foram notificados quadros semelhantes com
valsartan. A avaliação de doentes com insuficiência cardíaca ou pós enfarte do miocárdio deve
sempre incluir avaliação da função renal.
Num estudo de longa duração com amlodipina, controlado com placebo (PRAISE-2) em doentes com
insuficiência cardíaca de etiologia não-isquémica das classes III e IV da NYHA (New York Heart
Association Classification), a amlodipina foi associada a um aumento de notificações de edema
pulmonar apesar da ausência de diferença significativa na incidência de agravamento da insuficiência
cardíaca, em comparação com o placebo.
5
Os bloqueadores de canais de cálcio, incluindo a amlodipina, devem ser utilizados com precaução em
doentes com insuficiência cardíaca congestiva, pois podem aumentar o risco futuro de acontecimentos
cardiovasculares e mortalidade.
Estenose valvular aórtica e mitral
Tal como com todos os outros vasodilatadores, deve ter-se um cuidado especial em doentes com
estenose da válvula mitral ou estenose significativa da válvula aórtica que não seja de grau elevado.
Copalia não foi estudado em qualquer população de doentes que não a hipertensa.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Interações frequentes com a associação
Não foram realizados estudos de interação medicamentosa com Copalia e outros medicamentos.
A ter em consideração aquando da utilização concomitante
Outros agentes anti-hipertensivos
Os agentes anti-hipertensivos frequentemente usados (ex. bloqueadores alfa, diuréticos) e outros
medicamentos que possam provocar efeitos adversos hipotensivos (ex. antidepressivos tricíclicos,
bloqueadores alfa para tratamento da hipertrofia benigna da próstata) podem aumentar o efeito anti-
hipertensivo da associação.
Interações associadas à amlodipina
Utilização concomitante não recomendada
Toranja ou sumo de toranja
A administração de amlodipina com toranja ou sumo de toranja não é recomendada uma vez que a
biodisponibilidade pode aumentar nalguns doentes, resultando em aumento do efeito de redução da
pressão arterial.
Precaução requerida com a utilização concomitante de
Inibidores do CYP3A4
A utilização concomitante de amlodipina com inibidores fortes ou moderados do CYP3A4 (inibidores
das proteases, antifúngicos azóis, macrólidos como a eritromicina ou a claritromicina, verapamil e
diltiazem) podem conduzir a um aumento significativo da exposição à amlodipina. A tradução clínica
destas variações farmacocinéticas pode ser mais pronunciada nos idosos. Monitorização clínica e
ajuste de dose poderão assim, ser necessários.
Indutores do CYP3A4 (agentes anticonvulsivantes [ex. carbamazepina, fenobarbital, fenitoína,
fosfenitoína, primidona], rifampicina, Hypericum perforatum)
Não existem dados disponíveis sobre o efeito dos indutores da CYP3A4 na amlodipina. O uso
concomitante de indutores da CYP3A4 (por exemplo, rifampicina, Hypericum perforatum) pode
originar concentrações plasmáticas mais baixas de amlodipina. A amlodipina deve ser utilizada com
precaução quando administrada simultaneamente com indutores da CYP3A4.
Sinvastatina
A administração concomitante de doses múltiplas de 10 mg de amlodipina com 80 mg de sinvastatina
resultou num aumento de 77% na exposição à sinvastatina comparativamente com a sinvastatina
isoladamente. Recomenda-se limitar a dose diária de sinvastatina a 20 mg em doentes a tomar
amlodipina.
Dantroleno (perfusão)
Em animais, foram observadas fibrilhação ventricular letal e colapso cardiovascular em associação
com hipercaliemia, após administração de verapamil e dantroleno intravenoso. Devido ao risco de
hipercaliemia, é recomendada que a administração concomitante de bloqueadores de canais de cálcio,
como a amlodipina, seja evitada em doentes suscetíveis a hipertermia maligna e na manutenção da
hipertermia maligna.
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A ter em consideração aquando da utilização concomitante
Outras
Em estudos de interação clínica, a amlodipina não alterou a farmacocinética da atorvastatina,
digoxina, varfarina ou ciclosporina.
Interações associadas ao valsartan
Utilização concomitante não recomendada
Lítio
Foram notificados aumentos reversíveis das concentrações séricas de lítio e toxicidade durante o uso
concomitante de inibidores da ECA. Apesar da falta de experiência sobre o uso concomitante de
valsartan e lítio, esta associação não é recomendada. Caso a associação seja necessária está
recomendada a monitorização cuidadosa das concentrações séricas de lítio (ver secção 4.4).
Diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio, substitutos do sal contendo potássio e
outras substâncias que possam aumentar os níveis de potássio
Se um medicamento que afete os níveis de potássio for prescrito em associação ao valsartan é
aconselhável a monitorização dos níveis plasmáticos de potássio.
Requerida precaução com a utilização concomitante
Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), incluindo inibidores seletivos da COX-2,
ácido acetilsalicílico (>3 g/dia) e AINEs não seletivos
Quando os antagonistas da angiotensina II são administrados simultaneamente com AINEs pode
ocorrer a atenuação do efeito anti-hipertensivo. Adicionalmente, a utilização concomitante de
antagonistas da angiotensina II e AINEs pode levar a um aumento do risco de degradação da função
renal e a um aumento dos níveis plasmáticos de potássio. Assim, é recomendada a monitorização da
função renal no início do tratamento, assim como hidratação adequada do doente.
Inibidores dos mediadores de transporte de captação (rifampicina, ciclosporina) ou transportador do
efluxo (ritonavir)
Os resultados de um estudo in vitro com tecido de fígado humano indicam que o valsartan é um
substrato do transportador de captação hepático OATP1B1 e do transportador do efluxo hepático
MRP2. A administração concomitante de inibidores do transportador de captação (rifampicina,
ciclosporina) ou transportador de efluxo (ritonavir) pode aumentar a exposição sistémica ao valsartan.
Outras
Em monoterapia com valsartan não se verificaram interações clinicamente significativas com as
seguintes substâncias: cimetidina, varfarina, furosemida, digoxina, atenolol, indometacina,
hidroclorotiazida, amlodipina, glibenclamida.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Amlodipina
A segurança da amlodipina na gravidez humana não foi estabelecida. Em estudos em animais, foi
observada toxicidade reprodutiva em doses elevadas (ver secção 5.3). A administração durante a
gravidez só é recomendada quando não exista alternativa mais segura e a doença em si acarrete maior
risco tanto para a mãe como para o feto.
Valsartan
A administração de Antagonistas dos Recetores da Angiotensina II (ARAIIs) não é recomendada
durante o primeiro trimestre de gravidez (ver secção 4.4). A administração de ARAIIs é
contraindicada durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver secções 4.3 e 4.4).
A evidência epidemiológica relativa ao risco de teratogenicidade após a exposição aos IECAs durante
o 1º trimestre de gravidez não é conclusiva; contudo, não é possível excluir um ligeiro aumento do
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risco. Enquanto não existem dados de estudos epidemiológicos controlados relativos ao risco
associado aos antagonistas dos recetores da angiotensina II (ARAII), os riscos para esta classe de
fármacos poderão ser semelhantes. A não ser que a manutenção do tratamento com ARAII seja
considerada essencial, nas doentes que planeiem engravidar a medicação deve ser substituída por
terapêuticas anti-hipertensoras alternativas cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja
estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o tratamento com ARAII deve ser interrompido
imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada terapêutica alternativa.
A exposição a ARAII durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez está reconhecidamente
associada à indução de toxicidade fetal em humanos (diminuição da função renal, oligohidrâmnio,
atraso na ossificação do crânio) e toxicidade neonatal (insuficiência renal, hipotensão, hipercaliemia)
(ver secção 5.3).
No caso de a exposição a ARAII ter ocorrido a partir do segundo trimestre de gravidez, recomenda-se
a monitorização ultrassonográfica da função renal e dos ossos do crânio.
Lactentes cujas mães estiveram expostas a ARAII devem ser cuidadosamente observados no sentido
de diagnosticar hipotensão (ver secções 4.3 e 4.4).
Amamentação
Não se encontra disponível informação sobre a utilização de Copalia durante o aleitamento, assim a
terapêutica com Copalia não está recomendada e são preferíveis terapêuticas alternativas cujo perfil
de segurança durante o aleitamento esteja melhor estabelecido, particularmente em recém-nascidos ou
prematuros.
Fertilidade
Não existem estudos clínicos de fertilidade com Copalia.
Valsartan
Valsartan não teve efeitos adversos sobre o desempenho reprodutivo de ratos machos e fêmeas com
doses orais até 200 mg/kg/dia. Esta dose é 6 vezes a dose máxima recomendada para o ser humano
numa base de mg/m2 (os cálculos assumem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente com 60-kg).
Amlodipina
Foram notificados casos de alterações bioquímicas reversíveis na cabeça dos espermatozoides em
alguns doentes tratados com bloqueadores de canais de cálcio. Os dados clínicos sobre o potencial
efeito da amlodipina na fertilidade são insuficientes. Num estudo efetuado em ratos, foram detetadas
reações adversas na fertilidade de ratos machos (ver secção 5.3).
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Doentes a tomar Copalia e a conduzir veículos ou a utilizar máquinas devem ter em conta que podem
ocorrer ocasionalmente tonturas ou fadiga.
A amlodipina pode ter uma influência ligeira a moderada na capacidade de conduzir e utilizar
máquinas. Se os doentes em tratamento com amlodipina sentirem tonturas, dor de cabeça, fadiga ou
náuseas a capacidade de reação pode estar comprometida.
4.8 Efeitos indesejáveis
Resumo do perfil de segurança
A segurança de Copalia foi avaliada em cinco estudos clínicos controlados com 5.175 doentes, dos
quais 2.613 receberam valsartan em associação com amlodipina. As seguintes reações adversas foram
as que ocorreram mais frequentemente ou as mais significativas ou mais graves: nasofaringite, gripe,
hipersensibilidade, cefaleia, síncope, hipotensão ortostática, edema, edema depressível, edema facial,
edema periférico, fadiga, rubor, astenia e rubor cutâneo.
8
Tabela de reações adversas
As reações adversas foram classificadas em classes de frequência usando a seguinte convenção: muito
frequentes (≥1/10); frequentes (≥1/100, <1/10); pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100); raros
(≥1/10.000, <1/1.000); muito raros (<1/10.000), desconhecido (não pode ser calculado a partir dos
dados disponíveis).
Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de
frequência.
Classes de
sistemas de
órgãos
MedDRA
Reações adversas Frequência
Copalia Amlodipina Valsartan
Infeções e
infestações
Nasofaringite Frequentes -- --
Gripe Frequentes -- --
Doenças do
sangue e do
sistema linfático
Diminuição dos valores de
hemoglobina e do
hematócrito
-- -- Desconheci
dos
Leucopenia -- Muito raros --
Neutropenia -- -- Desconheci
dos
Trombocitopenia, por vezes
com púrpura
-- Muito raros Desconheci
dos
Doenças do
sistema
imunitário
Hipersensibilidade Raros Muito raros Desconheci
dos
Doenças do
metabolismo e da
nutrição
Anorexia Pouco
Frequentes
-- --
Hipercalcemia Pouco
Frequentes
-- --
Hiperglicemia -- Muito raros --
Hiperlipidemia Pouco
Frequentes
-- --
Hiperuricemia Pouco
Frequentes
-- --
Hipocalemia Frequentes -- --
Hiponatremia Pouco
Frequentes
-- --
Perturbações do
foro psiquiátrico
Depressão -- Pouco
Frequentes
--
Ansiedade Raros -- --
Insónia/perturbações do
sono
-- Pouco
Frequentes
--
Alterações de humor -- Pouco
Frequentes
--
Confusão -- Raros --
9
Doenças do
sistema nervoso
Coordenação anormal Pouco
Frequentes
-- --
Tonturas Pouco
Frequentes
Frequentes --
Tontura postural Pouco
Frequentes
-- --
Disgeusia -- Pouco
Frequentes
--
Síndrome extrapiramidal -- Desconheci
dos
--
Cefaleias Frequentes Frequentes --
Hipertonia -- Muito raros --
Parestesia Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Neuropatia periférica,
neuropatia
-- Muito raros --
Sonolência Pouco
Frequentes
Frequentes --
Síncope -- Pouco
Frequentes
--
Tremor -- Pouco
Frequentes
--
Hipoestesia -- Pouco
Frequentes
--
Afeções oculares Perturbações da visão Raros Pouco
Frequentes
--
Perda de visão Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Afeções do
ouvido e do
labirinto
Acufenos Raros Pouco
Frequentes
--
Vertigens Pouco
Frequentes
-- Pouco
Frequentes
Cardiopatias Palpitações Pouco
Frequentes
Frequentes --
Síncope Raros -- --
Taquicardia Pouco
Frequentes
-- --
Arritmias (incluindo
bradicardia, taquicardia
ventricular e fibrilhação
auricular)
-- Muito raros --
Enfarte do miocárdio -- Muito raros --
Vasculopatias Rubor -- Frequentes --
Hipotensão Raros Pouco
Frequentes
--
Hipotensão ortostática Pouco
Frequentes
-- --
Vasculite -- Muito raros Desconheci
dos
10
Doenças
respiratórias,
torácicas e do
mediastino
Tosse Pouco
Frequentes
Muito raros Pouco
Frequentes
Dispneia -- Pouco
Frequentes
--
Dor faringolaríngea Pouco
Frequentes
-- --
Rinite -- Pouco
Frequentes
--
Doenças
gastrointestinais
Desconforto abdominal, dor
na zona superior do
abdómen
Pouco
Frequentes
Frequentes Pouco
Frequentes
Mau hálito -- Pouco
Frequentes
--
Obstipação Pouco
Frequentes
-- --
Diarreia Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Boca seca Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Dispepsia -- Pouco
Frequentes
--
Gastrite -- Muito raros --
Hiperplasia gengival -- Muito raros --
Náuseas Pouco
Frequentes
Frequentes --
Pancreatite -- Muito raros --
Vómitos -- Pouco
Frequentes
--
Afeções
hepatobiliares
Aumento das enzimas
hepáticas, incluindo
aumento da bilirrubina
sérica
-- Muito
raros*
Desconheci
dos
Hepatite -- Muito raros --
Colestase intrahepática,
icterícia
-- Muito raros --
11
Afeções dos
tecidos cutâneos
e subcutâneos
Alopécia -- Pouco
Frequentes
--
Angioedema -- Muito raros Desconheci
dos
Eritema Pouco
Frequentes
-- --
Eritema multiforme -- Muito raros --
Exantema Raros Pouco
Frequentes
--
Hiperhidrose Raros Pouco
Frequentes
--
Reação de fotosensibilidade -- Pouco
Frequentes
--
Prurido Raros Pouco
Frequentes
Desconheci
dos
Púrpura -- Pouco
Frequentes
--
Erupção cutânea Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
Desconheci
dos
Descoloração da pele -- Pouco
Frequentes
--
Urticária e outras formas de
erupção cutânea
-- Muito raros --
Dermatite exfoliativa -- Muito raros --
Síndrome de Stevens-
Johnson
-- Muito raros --
Edema de Quincke -- Muito raros --
Afeções
musculosquelétic
as e dos tecidos
conjuntivos
Artralgia Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Dor nas costas Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Edema das articulações Pouco
Frequentes
-- --
Espasmos musculares Raros Pouco
Frequentes
--
Mialgia -- Pouco
Frequentes
Desconheci
dos
Edema dos tornozelos -- Frequentes --
Sensação de peso Raros -- --
Doenças renais e
urinárias
Aumento da creatinina
sérica
-- -- Desconheci
dos
Perturbações da micção -- Pouco
Frequentes
--
Noctúria -- Pouco
Frequentes
--
Polaquiúria Raros Pouco
Frequentes
--
Poliúria Raros -- --
Insuficiência e compromisso
renal
-- -- Desconheci
dos
Doenças dos
órgãos genitais e
da mama
Impotência -- Pouco
Frequentes
--
Disfunção eréctil Raros -- --
Ginecomastia -- Pouco
Frequentes
--
12
Perturbações
gerais e
alterações no
local de
administração
Astenia Frequentes Pouco
Frequentes
--
Desconforto, mal-estar -- Pouco
Frequentes
--
Fadiga Frequentes Frequentes Pouco
Frequentes
Edema facial Frequentes -- --
Rubor, afrontamentos Frequentes -- --
Dor no peito não cardíaca -- Pouco
Frequentes
--
Edema Frequentes Frequentes --
Edema periférico Frequentes -- --
Dor -- Pouco
Frequentes
--
Edema depressível Frequentes -- --
Exames
complementares
de diagnóstico
Aumento do potássio sérico -- -- Desconheci
dos
Aumento de peso -- Pouco
Frequentes
--
Perda de peso -- Pouco
Frequentes
--
* Principalmente relacionado com colestase
Informação adicional sobre a associação
Edema periférico, um efeito secundário reconhecido para a amlodipina, foi normalmente observado
com menor incidência em doentes que receberam a associação amlodipina/valsartan do que nos que
receberam amlodipina isoladamente. Em ensaios clínicos controlados, em dupla ocultação, a
incidência de edema periférico por dose foi a seguinte:
% de doentes com edema
periférico
Valsartan (mg)
0 40 80 160 320
Amlodipina
(mg)
0 3,0 5,5 2,4 1,6 0,9
2,5 8,0 2,3 5,4 2,4 3,9
5 3,1 4,8 2,3 2,1 2,4
10 10,3 ND ND 9,0 9,5
A incidência média de edema periférico ponderada com todas as doses foi de 5,1% com a associação
amlodipina/valsartan.
Informação adicional sobre os componentes individuais
As reações adversas previamente notificadas com um dos componentes individuais (amlodipina ou
valsartan) podem ser também potenciais reações adversas de Copalia, mesmo que não tenham sido
observados em ensaios clínicos ou durante o período pós-comercialização.
Amlodipina
Frequentes Sonolência, tonturas, palpitações, dores abdominais, náuseas, edema dos
tornozelos.
Pouco
frequentes
Insónias, alterações do humor (incluindo ansiedade), depressão, tremores,
disgeusia, síncope, hipoestesia, alterações da visão (incluindo diplopia), zumbidos,
hipotensão, dispneia, rinite, vómitos, dispepsia, alopécia, púrpura, descoloração da
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pele, hipersudorese, prurido, exantema, mialgias, câibras musculares, dor,
alterações da micção, aumento da frequência urinária, impotência, ginecomastia,
dor torácica, mal-estar geral, aumento de peso, diminuição de peso.
Raros Confusão.
Muito raros Leucopenia, trombocitopenia, reação alérgica. hiperglicemia, hipertonia,
neuropatia periférica,enfarte do miocárdio, arritmia (incluindo bradicardia,
taquicardia ventricular e fibrilhação auricular), vasculite, pancreatite, gastrite,
hiperplasia gengival, hepatite, icterícia e aumento das enzimas hepáticas*,
angioedema, eritema multiforme, urticária, dermatite exfoliativa, síndrome de
Stevens-Johnson, edema de Quincke, fotosensibilidade..
* Principalmente relacionado com colestase
Foram notificados casos excecionais de síndrome extrapiramidal.
Valsartan
Desconhecidos Diminuição dos valores de hemoglobina, diminuição do hematócrito, neutropenia,
trombocitopenia, aumento do potássio sérico, elevação dos valores da função
hepática incluindo aumento da bilirrubina sérica, compromisso renal e
insuficiência renal, aumento da creatinina sérica, angioedema, mialgia, vasculite,
hipersensibilidade incluindo doença do soro.
4.9 Sobredosagem
Sintomas
Não há experiência de sobredosagem com Copalia. O principal sintoma de sobredosagem com
valsartan é possivelmente hipotensão acentuada com tonturas. A sobredosagem com amlodipina pode
resultar em vasodilatação periférica excessiva e, possivelmente, taquicárdia reflexa. Foram descritas
hipotensão sistémica acentuada e potencialmente prolongada até, e incluindo, choque com desfecho
fatal.
Tratamento
Se a ingestão é recente podem ser consideradas indução do vómito ou lavagem gástrica. A
administração de carvão ativado a voluntários saudáveis imediatamente ou até duas horas após a
ingestão de amlodipina demonstrou diminuir significativamente a absorção de amlodipina. A
hipotensão clinicamente significativa devido a sobredosagem de Copalia requer suporte
cardiovascular ativo, incluindo a monitorização frequente das funções cardíaca e respiratória,
elevação dos membros inferiores, vigilância da volémia e do débito urinário. Um vasoconstritor pode
auxiliar a restabelecer o tónus vascular e a pressão arterial, desde que não haja qualquer
contraindicação à sua utilização. O gluconato de cálcio intravenoso pode ser benéfico na reversão dos
efeitos do bloqueio dos canais de cálcio.
Não é provável que o valsartan e a amlodipina sejam eliminados por hemodiálise.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: agentes com ação sobre o sistema renina-angiotensina, antagonistas da
angiotensina II, associações, antagonistas da angiotensina II e bloqueadores da entrada do cálcio,
código ATC: C09DB01
Copalia associa dois compostos anti-hipertensivos com mecanismos de ação complementares para
controlar a pressão arterial em doentes com hipertensão essencial: a amlodipina pertence à classe dos
antagonistas do cálcio e o valsartan à classe de medicamentos dos antagonistas da angiotensina II. A
14
associação destas substâncias tem um efeito anti-hipertensivo aditivo, reduzindo a pressão arterial em
maior grau do que qualquer um dos seus componentes isoladamente.
Amlodipina/Valsartan
A associação de amlodipina e valsartan produz uma redução aditiva relacionada com a dose na
pressão arterial ao longo do seu intervalo de dose terapêutica. O efeito anti-hipertensor de uma dose
única da associação persistiu durante 24 horas.
Ensaios controlados com placebo
Mais de 1.400 doentes hipertensos receberam Copalia uma vez por dia em dois ensaios controlados
com placebo. Forem incluídos adultos com hipertensão essencial ligeira a moderada não complicada
(pressão arterial diastólica média na posição sentada 95 e <110 mmHg). Foram excluídos doentes
com risco cardiovascular elevado – insuficiência cardíaca, diabetes tipo I e diabetes tipo II
insuficientemente controlada e antecedentes de enfarte do miocárdio ou AVC no intervalo de um ano.
Ensaios controlados com fármaco ativo em doentes que não responderam à monoterapia
Um ensaio clínico multicêntrico, aleatorizado, sob dupla ocultação, controlado com ativo, de grupos
paralelos demonstrou normalização da pressão arterial (pressão arterial diastólica na posição sentada
<90 mmHg no final do ensaio) em doentes insuficientemente controlados com valsartan 160 mg em
75% dos doentes tratados com amlodipina/valsartan 10 mg/160 mg e em 62% dos doentes tratados
com amlodipina/valsartan 5 mg/160 mg, em comparação com 53% dos doentes que permaneceram
com valsartan 160 mg. A adição de amlodipina 10 mg e 5 mg produziu uma redução adicional na
pressão arterial sistólica/diastólica de 6,0/4,8 mmHg e 3,9/2,9 mmHg, respetivamente, em
comparação com os doentes que continuaram apenas com valsartan 160 mg.
Um ensaio multicêntrico, aleatorizado, sob dupla ocultação, controlado com ativo, de grupos
paralelos demonstrou normalização da pressão arterial (pressão arterial diastólica na posição sentada
<90 mmHg no final do ensaio) em doentes insuficientemente controlados com amlodipina 10 mg em
78% dos doentes tratados com amlodipina/valsartan 10 mg/160 mg, em comparação com 67% dos
doentes que permaneceram com amlodipina 10 mg. A adição de valsartan 160 mg produziu uma
redução adicional na pressão arterial sistólica/diastólica de 2,9/2,1 mmHg em comparação com os
doentes que continuaram apenas com amlodipina 10 mg.
Copalia também foi estudado num estudo controlado com ativo de 130 doentes hipertensos com
pressão arterial diastólica média na posição sentada ≥110 mmHg e <120 mmHg. Neste estudo
(pressão arterial inicial de 171/113 mmHg), um regime de Copalia de 5 mg/160 mg titulado até
10 mg/160 mg reduziu a pressão arterial na posição sentada em 36/29 mmHg em comparação com
32/28 mmHg com um regime de lisinopril/hidroclorotiazida 10 mg/12,5 mg titulado até
20 mg/12,5 mg.
Em dois estudos de follow-up de longa duração o efeito de Copalia foi mantido durante mais de um
ano. A interrupção súbita de Copalia não esteve associada a um rápido aumento da pressão arterial.
A idade, o sexo, a raça ou o índice de massa corporal (≥30 kg/m2, <30 kg/m
2) não influenciam a
resposta ao Copalia.
Copalia não foi estudado em qualquer população de doentes que não a hipertensa. O valsartan foi
estudado em doentes após enfarte do miocárdio e com insuficiência cardíaca. A amlodipina foi
estudada em doentes com angina vasospática e doença das artérias coronárias documentada
angiograficamente.
Amlodipina
O componente amlodipina de Copalia inibe a entrada transmembranar de iões de cálcio na
musculatura lisa cardíaca e vascular. O mecanismo da ação anti-hipertensivo da amlodipina deve-se a
um efeito relaxante direto no músculo liso vascular, que provoca reduções na resistência vascular
periférica e na pressão arterial. Dados experimentais sugerem que a amlodipina se liga a ambos os
15
locais de ligação da di-hidropiridina e não-di-hidropiridina. O processo contráctil do músculo
cardíaco e do músculo liso vascular dependem do movimento de iões cálcio extracelulares nestas
células através de canais iónicos específicos.
Após a administração de doses terapêuticas a doentes com doses com hipertensão, a amlodipina
produz vasodilatação, resultando na redução das pressões arteriais nas posições supina e ortostática.
Com a administração crónica, estas reduções na pressão arterial não são acompanhadas por uma
alteração significativa na frequência cardíaca ou níveis de plasmáticos de catecolaminas.
As concentrações plasmáticas estão correlacionadas com o efeito quer em doentes jovens, quer em
idosos.
Em doentes hipertensos com função renal normal, doses terapêuticas de amlodipina resultaram numa
diminuição na resistência vascular renal e num aumento da taxa de filtração glomerular e fluxo
plasmático renal efetivo, sem alteração na fração de filtração ou proteinúria.
Tais como com outros bloqueadores dos canais de cálcio, as determinações hemodinâmicas da função
cardíaca em repouso e durante exercício (ou pacing) em doentes com função ventricular normal
tratados com amlodipina demonstraram geralmente um pequeno aumento no indíce cardíaco, sem
influência significativa na dP/dt ou na pressão ou volume ventricular esquerda diastólica. Em estudos
hemodinâmicos, a amlodipina não foi associada a um efeito inotrópico negativo quando administrada
no intervalo de doses terapêuticas a animais intactos ou a humanos, mesmo quando administrada
simultaneamente com bloqueadores beta a humanos.
A amlodipina não altera a função nodal sinoauricular ou a condução auriculo-ventricular em animais
intactos ou em humanos. Em estudos clínicos nos quais a amlodipina foi administrada em associação
com bloqueadores beta a doentes com hipertensão ou angina, não foram observados efeitos adversos
nos parâmetros eletrocardiográficos.
Utilização em doentes com hipertensão
Um estudo de morbilidade-mortalidade, em dupla ocultação, aleatorizado, denominado
Antihypertensive and Lipid-Lowering treatment to prevent Heart Attack Trial (ALLHAT) foi
realizado para comparar terapêuticas mais recentes: amlodipina 2,5-10 mg/por dia (antagonista dos
canais do cálcio) ou lisinopril 10-40 mg/dia (inibidor da ECA) como terapêuticas de primeira linha
com diuréticos tiazídicos, clortalidona 12,5-25 mg por dia na hipertensão ligeira a moderada.
Um total de 33.357 doentes hipertensos com idade igual ou superior a 55 anos foram aleatorizados e
acompanhados durante uma média de 4,9 anos. Os doentes tinham pelo menos um fator de risco
adicional de doença coronária, incluindo: enfarte do miocárdio anterior ou acidente vascular cerebral
(>6 meses antes da inclusão) ou outra doença cardiovascular aterosclerótica documentada (global
51,5%), diabetes tipo 2 (36,1%), colesterol - lipoproteína de alta densidade <35 mg/dl ou
<0,906 mmol/l (11,6%), hipertrofia ventricular esquerda diagnosticada por eletrocardiograma ou
ecocardiografia (20,9%), fumador atual (21,9%).
O objetivo primário foi um conjunto de doença coronária fatal ou enfarte do miocárdio não-fatal. Não
houve diferença significativa no objetivo primário entre a terapêutica baseada em amlodipina e a
terapêutica baseada em clortalidona: razão do risco (RR) 0,98; 95% IC (0,90-1,07) p=0,65. Entre os
objetivos secundários, a incidência de insuficiência cardíaca (componente de um objetivo
cardiovascular composto) foi significativamente superior no grupo da amlodipina comparativamente
com o grupo de clortalidona (10,2% versus 7,7%, RR 1,38; 95% IC [1,25-1,52] p<0,001). No entanto,
não houve diferença significativa na mortalidade por todas as causas entre a terapêutica baseada em
amlodipina e a terapêutica baseada em clortalidona RR 0,96; 95% IC [0,89-1,02] p=0,20.
Valsartan
O valsartan é um antagonista dos recetores da angiotensina II específico, potente e oralmente ativo.
Atua de forma seletiva no subtipo de recetores AT1, que é responsável pelas ações conhecidas da
16
angiotensina II. O aumento dos níveis plasmáticos de angiotensina II após o bloqueio dos recetores
AT1 com valsartan pode estimular os recetores do subtipo AT2 não bloqueados, que parecem
contrabalançar o efeito dos recetores AT1. O valsartan não apresenta qualquer atividade agonista
parcial no recetor AT1 e apresenta uma afinidade muito maior para o recetor AT1 (20.000 vezes
superior) do que para o recetor AT2.
O valsartan não inibe a ECA, também conhecida como quininase II, que converte a angiotensina I em
angiotensina II e degrada a bradiquinina. Uma vez que não há efeito na ECA nem potenciação da
bradiquinina ou substância P é improvável que os antagonistas da angiotensina II estejam associados a
tosse. Nos ensaios clínicos em que valsartan foi comparado com um inibidor da ECA, a incidência de
tosse seca foi significativamente menor (p <0,05) nos doentes tratados com valsartan do que nos
doentes tratados com um inibidor da ECA (2,6% versus 7,9%, respetivamente). Num ensaio clínico
realizado em doentes com história de tosse seca durante a terapêutica com inibidor da ECA, ocorreu
tosse em 19,5% dos indivíduos tratados com valsartan e em 19,0% dos tratados com um diurético
tiazídico, comparativamente a 68,5% dos indivíduos tratados com um inibidor da ECA (p <0,05). O
valsartan não se liga nem bloqueia outros recetores hormonais ou canais iónicos reconhecidamente
importantes na regulação cardiovascular.
A administração de valsartan a doentes com hipertensão provoca uma redução da pressão arterial sem
afetar a frequência cardíaca.
Na maioria dos doentes, após a administração de uma dose oral única, o início da atividade anti-
hipertensiva ocorre no intervalo de 2 horas, atingindo-se a redução máxima da pressão arterial no
intervalo de 4-6 horas. O efeito anti-hipertensivo persiste ao longo de 24 horas após a administração.
Durante a administração de doses repetidas, a redução máxima da pressão arterial com qualquer dose
é geralmente obtida decorridas 2-4 semanas, mantendo-se durante o tratamento prolongado. A
interrupção súbita de valsartan não está associada a hipertensão de rebound ou a quaisquer outros
efeitos clínicos adversos.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Linearidade
A amlodipina e o valsartan exibem uma farmacocinética linear.
Amlodipina/Valsartan
Após a administração oral de Copalia, as concentrações plasmáticas máximas de valsartan e
amlodipina são alcançadas em 3 e 6-8 horas, respetivamente. A taxa e a extensão da absorção de
Copalia são equivalentes à biodisponibilidade do valsartan e da amlodipina quando administrados
como comprimidos individuais.
Amlodipina
Absorção: Após a administração oral de doses terapêuticas de amlodipina isoladamente, as
concentracões plasmáticas máximas de amlodipina são alcançadas em 6-12 horas. A
biodisponibilidade absoluta varia entre 64% e 80%. A biodisponibilidade da amlodipina não é afetada
pela ingestão de alimentos.
Distribuição: O volume de distribuição é de aproximadamente 21 l/kg. Estudos in vitro com
amlodipina demonstraram que aproximadamente 97,5% do fármaco em circulação está ligado às
proteínas plasmáticas.
Biotransformação: A amlodipina é amplamente (aproximadamente 90%) metabolizada pelo fígado em
metabolitos inativos.
Eliminação: A eliminação da amlodipina do plasma é bifásica, com uma semivida de eliminação
terminal de aproximadamente 30 a 50 horas. Os níveis plasmáticos no estado estacionário são
17
alcançados após a administração contínua durante 7-8 dias. Na urina são excretados dez por cento da
amlodipina original e 60% de metabolitos da amlodipina.
Valsartan
Absorção: Após a administração oral de valsartan isoladamente, as concentracões plasmáticas
máximas de valsartan são alcançadas em 2-4 horas. A biodisponibilidade média absoluta é de 23%.
Os alimentos reduzem a exposição (como determinado pela AUC) ao valsartan em cerca de 40% e as
concentracões plasmáticas máximas (Cmáx) em cerca de 50%, embora aproximadamente a partir das
8 horas após a administração, as concentrações plasmáticas de valsartan sejam semelhantes nos
grupos pós-prandial e em jejum. Esta redução da AUC não é, contudo, acompanhada por uma redução
clinicamente significativa do efeito terapêutico e o valsartan pode, portanto, ser administrado com ou
sem alimentos.
Distribuição: O volume de distribuição do valsartan no estado estacionário após administração
intravenosa é de cerca de 17 litros, o que indica que o valsartan não se distribui extensivamente nos
tecidos. O valsartan apresenta uma elevada taxa de ligação às proteínas séricas (94-97%),
principalmente à albumina sérica.
Biotransformação: O valsartan não é transformado numa elevada extensão já que apenas 20% da dose
é recuperada como metabolitos. Foi identificado um hidroximetabolito no plasma em baixas
concentrações (menos do que 10% da AUC de valsartan). Este metabolito é farmacologicamente
inativo.
Eliminação: O valsartan apresenta uma cinética de degradação multiexponencial (t½α <1 h e t½ß
aproximadamente igual a 9 h).O valsartan é excretado principalmente nas fezes (cerca de 83% da
dose) e na urina (cerca de 13% da dose), principalmente como composto inalterado. Após
administração intravenosa, a depuração plasmática do valsartan é cerca de 2 l/h e a sua depuração
renal é de 0,62 l/h (cerca de 30% da depuração total). A semivida do valsartan é de 6 horas.
Populações especiais
População pediátrica (idade inferior a 18 anos)
Não estão disponíveis dados de farmacocinética na população pediátrica.
Idosos (idade 65 anos ou superior)
O tempo até às concentracões plasmáticas máximas de amlodipina é semelhante em doentes jovens e
idosos. Em doentes idosos, a depuração da amlodipina tem tendência a diminuir, provocando
aumentos na área sob a curva (AUC) e semivida de eliminação. A AUC sistémica média do valsartan
é 70% mais elevada nos idosos do que nos jovens, pelo que é necessária precaução quando se
aumenta a dose.
Compromisso renal
A farmacocinética da amlodipina não é significativamente influenciada pelo compromisso renal. Tal
como esperado para um composto em que a depuração renal contribui para apenas 30% da depuração
plasmática total, não foi observada qualquer correlação entre a função renal e a exposição sistémica
ao valsartan.
Afeção hepática
A informação clínica disponível sobre a administração da amlodipina em doentes com afeção hepática
é muito limitada. Os doentes com afeção hepática apresentam uma reduzida depuração da amlodipina,
com o consequente aumento de aproximadamente 40-60% na AUC. Em média, em doentes com
doença hepática crónica ligeira a moderada, a exposição ao valsartan (determinada pelos valores da
AUC) é o dobro da observada em voluntários saudáveis (emparelhados por idade, sexo e peso). Deve
ter-se cuidado em doentes com doença hepática (ver secção 4.2).
5.3 Dados de segurança pré-clínica
18
Amlodipina/Valsartan
As reações adversas observadas em estudos em animais com possível relevância clínica foram as
seguintes:
Foram observados sinais histopatológicos de inflamação da mucosa gástrica em ratos macho com uma
exposição de cerca de 1,9 (valsartan) e 2,6 (amlodipina) vezes as doses clínicas de 160 mg de
valsartan e 10 mg de amlodipina. Com exposições superiores, verificou-se ulceração e erosão da
mucosa do estômago em machos e fêmeas. Alterações semelhantes foram também observadas no
grupo de valsartan isolado (exposição 8,5-11,0 vezes a dose clínica de 160 mg de valsartan).
Verificou-se um aumento da incidência e gravidade de basofilia/hialinização, dilatação e cilindros
tubulares renais, assim como inflamação intersticial com predomínio de linfócitos e hipertrofia da
camada média arteriolar com uma exposição de 8-13 (valsartan) e 7-8 (amlodipina) vezes as doses
clínicas de 160 mg de valsartan e 10 mg de amlodipina. Alterações semelhantes foram observadas no
grupo de valsartan isolado (exposição 8,5-11,0 vezes a dose clínica de 160 mg de valsartan).
Num estudo de desenvolvimento embrio-fetal efetuado em ratos, foi observada um aumento da
incidência de dilatações ureterais, malformações do esterno e vertebras e de falanges das patas
dianteiras não ossificadas com exposições de cerca de 12 (valsartan) e 10 (amlodipina) vezes as doses
clínicas de 160 mg de valsartan e 10 mg de amlodipina. As dilatações dos ureteres também foram
observadas no grupo tratado com valsartan isolado (exposição 12 vezes a dose clínica de 160 mg de
valsartan). Neste estudo verificaram-se apenas sinais modestos de toxicidade materna (redução
moderada do peso corporal). O nível de efeito não observado para efeitos no desenvolvimento foi
observado com 3 (valsartan) e 4 (amlodipina) vezes a exposição clínica (com base na AUC).
Para os compostos isolados não se observou evidência de mutagenicidade, clastogenicidade ou
carcinogenicidade.
Amlodipina
Toxicologia reprodutiva
Estudos de reprodução em ratos e ratinhos mostraram um atraso na data do parto, duração prolongada
do trabalho de parto e diminuição da sobrevivência das crias em doses aproximadamente 50 vezes
superiores à dose máxima recomendada para humanos, com base nas mg/kg.
Compromisso da fertilidade
Não houve efeito na fertilidade de ratos tratados com amlodipina (machos durante 64 dias e fêmeas
14 dias antes do acasalamento) em doses até 10 mg/kg/dia (8 vezes* a dose máxima recomendada
para o humano de 10 mg com base nas mg/m2 ). Noutro estudo com ratos, no qual os ratos machos
eram tratados com besilato de amlodipina durante 30 dias com uma dose comparável à dose humana
com base nas mg/kg, foi observada uma diminuição da hormona folículo-estimulante e da testosterona
assim como uma diminuição da densidade do esperma e do número de espermatídeos maduros e
células de Sertoli.
Carcinogénese, mutagénese
Ratos e ratinhos tratados com amlodipina na dieta, durante dois anos, em concentrações calculadas
para fornecerem níveis de dose diária de 0,5, 1,25 e 2,5 mg/kg/dia não mostraram evidência de
carcinogenicidade. A dose mais elevada (para ratinhos, semelhante à, e para os ratos a duplicar*, dose
máxima recomendada de 10 mg com base nas mg/m2) foi próxima da dose máxima tolerada para os
ratinhos mas não para os ratos.
Estudos de mutagénese não demonstraram efeitos relacionados com o medicamento tanto a nível dos
genes como dos cromossomas.
* baseado num peso de doente de 50 kg.
Valsartan
19
Os dados não clínicos não revelam qualquer risco especial para o ser humano baseados em estudos
convencionais de segurança farmacológica, toxicidade de dosagem repetida, genotoxicidade e
potencial carcinogénico.
Nos ratos, doses tóxicas a nível materno (600 mg/kg/dia) durante os últimos dias de gestação e
aleitamento levaram a menor sobrevivência, menos aumento de peso e atraso no desenvolvimento
(descolamento do pavilhão da orelha e abertura do canal auricular) das crias (ver secção 4.6). Estas
doses em ratos (600 mg/kg/dia) foram aproximadamente 18 vezes a dose máxima recomendada para o
ser humano numa base de mg/m2 (os cálculos assumem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente de
60 kg).
Em estudos não clínicos de segurança, doses elevadas de valsartan (200 a 600 mg/kg de peso
corporal) provocaram em ratos a redução dos parâmetros dos glóbulos vermelhos (eritrócitos,
hemoglobina, hematócritos) e evidência de alterações hemodinâmicas renais (ureia plasmática
levemente aumentada e hiperplasia tubular renal e basofilia nos machos). Estas doses em ratos (200 a
600 mg/kg/dia) foram aproximadamente 6 e 18 vezes a dose máxima recomendada para o ser humano
numa base de mg/m2 (os cálculos pressupõem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente de 60 kg).
Em macacos saguís com doses similares as alterações foram similares apesar de com maior gravidade,
particularmente nos rins onde as alterações evoluíram para nefropatia que incluiu aumento de ureia e
creatinina.
Foram também verificadas em ambas as espécies hipertrofia das células renais justaglomerulares.
Considerou-se que todas as alterações foram causadas pela ação farmacológica de valsartan, o qual
produz uma hipotensão prolongada, particularmente nos macacos saguís. Para doses terapêuticas de
valsartan no ser humano, a hipertrofia das células renais justaglomerulares parece não ter qualquer
relevância.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo do comprimido:
Celulose microcristalina
Crospovidona Tipo A
Sílica coloidal anidra
Estearato de magnésio
Revestimento:
Hipromelose
Dióxido de titânio (E171)
Óxido de ferro amarelo (E172)
Macrogol 4000
Talco
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
20
Não conservar acima de 30°C.
Conservar na embalagem de origem para proteger da humidade.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blisters de PVC/PVDC. Um blister contém 7, 10 ou 14 comprimidos revestidos por película.
Apresentações: 7, 14, 28, 30, 56, 90, 98 ou 280 comprimidos revestidos por película e embalagens
múltiplas contendo 280 (4x70 ou 20x14) comprimidos revestidos por película.
Blisters destacáveis de PVC/PVDC para dose unitária: Um blister contém 7, 10 ou 14 comprimidos
revestidos por película.
Apresentações. 56, 98 ou 280 comprimidos revestidos por película.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Novartis Europharm Limited
Wimblehurst Road
Horsham
West Sussex, RH12 5AB
Reino Unido
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
EU/1/06/372/001
EU/1/06/372/002
EU/1/06/372/003
EU/1/06/372/004
EU/1/06/372/005
EU/1/06/372/006
EU/1/06/372/007
EU/1/06/372/008
EU/1/06/372/025
EU/1/06/372/026
EU/1/06/372/027
EU/1/06/372/034
EU/1/06/372/037
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 16.01.2007
Data da última renovação: 16.01.2012
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
21
Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência
Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu
22
1. NOME DO MEDICAMENTO
Copalia 5 mg/160 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido revestido por película contém 5 mg de amlodipina (como besilato de amlodipina) e
160 mg de valsartan.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película
Comprimido revestido por película, oval, amarelo escuro, com impressão “NVR” numa face e “ECE”
na outra face.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Tratamento da hipertensão essencial.
Copalia é indicado em adultos cuja pressão arterial não esteja adequadamente controlada com
amlodipina ou valsartan em monoterapia.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
A dose recomendada de Copalia é de um comprimido por dia.
Copalia 5 mg/160 mg pode ser administrado em doentes cuja pressão arterial não esteja
adequadamente controlada com 5 mg de amlodipina ou 160 mg de valsartan isoladamente.
Copalia pode ser tomado com ou sem alimentos.
Recomenda-se a titulação individual da dose com os componentes (i.e. amlodipina e valsartan) antes
da mudança para a associação de dose fixa. Quando for clinicamente apropriado, pode ser
considerada a mudança direta da monoterapia para a associação de dose fixa.
Por conveniência, os doentes a tomar valsartan e amlodipina em comprimidos/cápsulas separados
podem mudar para Copalia contendo os componentes nas mesmas doses.
Compromisso renal
Copalia é contraindicado em doentes com compromisso renal grave (ver secção 4.3).
Não é necessário proceder a qualquer ajustamento da posologia em doentes com compromisso renal
ligeiro a moderado. Recomenda-se a monitorização dos níveis de potássio e da creatinina em caso de
compromisso renal moderado.
Afeção hepática
Copalia é contraindicado em doentes com afeção hepática grave (ver secção 4.3).
23
Deve ter-se cautela ao administrar Copalia a doentes com afeção hepática ou perturbações obstrutivas
das vias biliares (ver secção 4.4). Em doentes com afeção hepática ligeira a moderada sem colestase, a
dose máxima recomendada é de 80 mg de valsartan. Não foram estabelecidas recomendações de dose
de amlodipina em doentes com afeção hepática ligeira a moderada.
Idosos (idade igual ou superior a 65 anos)
Em doentes idosos é necessária precaução ao aumentar a posologia.
População pediátrica
A segurança e eficácia de Copalia em crianças com idade inferior a 18 anos não foram estabelecidas.
Não existem dados disponíveis.
Modo de administração
Via oral.
Recomenda-se a ingestão de Copalia com um pouco de água.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade às substâncias ativas, aos derivados da di-hidropiridina ou a qualquer um
dos excipientes mencionados na secção 6.1.
Afeção hepática grave, cirrose biliar ou colostase.
Compromisso renal grave (taxa de filtração glomerular (TFG) <30 ml/min/1,73 m2) e doentes a
fazer diálise.
Segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver secções 4.4 e 4.6).
Hipotensão grave.
Choque (incluindo choque cardiogénico).
Obstrução do infundíbulo do ventrículo esquerdo (por ex. cardiomiopatia hipertrófica
obstrutiva e grau de estenose aórtica elevado).
Insuficiência cardíaca hemodinamicamente instável após enfarte agudo do miocárdio.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
A segurança e eficácia da amlodipina em crises hipertensivas não foram estabelecidas.
Gravidez
Os Antagonistas dos Recetores da Angiotensina II (ARAII) não devem ser iniciados durante a
gravidez. A não ser em situações em que a manutenção da terapêutica com ARAII seja considerada
essencial, nas doentes que planeiem engravidar o tratamento deve ser alterado para anti-hipertensores
cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o
tratamento com ARAII deve ser interrompido imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada
terapêutica alternativa (ver secções 4.3 e 4.6).
Doentes com hiponatremia e/ou hipovolémia
Em estudos controlados com placebo foi observada hipotensão acentuado em 0,4% dos doentes com
hipertensão não complicada tratados com Copalia. Em doentes com um sistema renina-angiotensina
ativado (tais como doentes com depleção do volume e/ou de sal tratados com doses elevadas de
diuréticos) que estão a receber bloqueadores dos recetores da angiotensina, pode ocorrer hipotensão
sintomática. Recomenda-se a correção desta situação antes da administração de Copalia ou supervisão
médica cuidadosa no início do tratamento.
Se ocorrer hipotensão com Copalia, o doente deve ser colocado em posição supina e, se necessário,
deve ser-lhe administrada uma perfusão intravenosa de soro fisiológico. Uma vez estabilizada a
pressão arterial o tratamento pode ser continuado.
24
Hipercaliemia
A medicação concomitante com suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio,
substitutos do sal contendo potássio ou outros fármacos que possam aumentar os níveis de potássio
(heparina, etc.) deve ser usada com precaução e com monitorização frequente dos níveis de potássio.
Estenose da artéria renal
Copalia deve ser utilizado com precaução no tratamento de hipertensão em doentes com estenose da
artéria renal unilateral ou bilateral ou estenose de rim solitário dado que a ureia no sangue e a
creatinina sérica podem aumentar nestes doentes.
Transplante renal
Até à data não existem dados de segurança sobre a utilização de Copalia em doentes submetidos a um
transplante renal recente.
Afeção hepática
O valsartan é eliminado na sua maior parte inalterado através da bílis. A semivida da amlodipina é
prolongada e os valores da AUC são superiores nos doentes com afeção da função hepática; não
foram determinadas recomendações de dosagem. Deve ter-se uma precaução particular ao administrar
Copalia a doentes com afeção hepática ligeira a moderada ou perturbações obstrutivas das vias
biliares.
Em doentes com afeção hepática ligeira a moderada sem colestase, a dose máxima recomendada é de
80 mg de valsartan.
Compromisso renal
Não é necessário proceder a qualquer ajustamento da posologia de Copalia em doentes com
compromisso renal ligeiro a moderado (TFG >30 ml/min/1,73 m2). Recomenda-se a monitorização
dos níveis de potássio e da creatinina em caso de compromisso renal moderado.
Hiperaldosteronismo primário
Os doentes com hiperaldosteronismo primário não devem ser tratados com o antagonista da
angiotensina II valsartan uma vez que o seu sistema renina-angiotensina se encontra afetado pela
patologia primária.
Angioedema
Foi notificado angioedema, incluindo edema da laringe e da glote, causando obstrução das vias aéreas
e/ou edema da face, lábios, faringe e/ou língua em doentes tratados com valsartan. Alguns destes
doentes apresentaram angioedema anteriormente com outros medicamentos, incluindo inibidores da
enzima de conversão da angiotensina (ECA). Copalia deve ser imediatamente interrompido em
doentes que desenvolveram angioedema e não deve voltar a ser administrado.
Insuficiência cardíaca/pós-enfarte do miocárdio
Em consequência da inibição do sistema renina-angiotensina podem ser esperadas alterações na
função renal em indíviduos suscetíveis. Em doentes com insuficiência cardíaca grave cuja função
renal possa depender da atividade do sistema renina-angiotensina, o tratamento com inibidores da
ECA e antagonistas dos recetores de angiotensina foi associado a oligúria e/ou urémia progressiva e
(em casos raros) a insuficiência renal aguda e/ou morte. Foram notificados quadros semelhantes com
valsartan. A avaliação de doentes com insuficiência cardíaca ou pós enfarte do miocárdio deve
sempre incluir avaliação da função renal.
Num estudo de longa duração com amlodipina, controlado com placebo (PRAISE-2) em doentes com
insuficiência cardíaca de etiologia não-isquémica das classes III e IV da NYHA (New York Heart
Association Classification), a amlodipina foi associada a um aumento de notificações de edema
pulmonar apesar da ausência de diferença significativa na incidência de agravamento da insuficiência
cardíaca, em comparação com o placebo.
25
Os bloqueadores de canais de cálcio, incluindo a amlodipina, devem ser utilizados com precaução em
doentes com insuficiência cardíaca congestiva, pois podem aumentar o risco futuro de acontecimentos
cardiovasculares e mortalidade.
Estenose valvular aórtica e mitral
Tal como com todos os outros vasodilatadores, deve ter-se um cuidado especial em doentes com
estenose da válvula mitral ou estenose significativa da válvula aórtica que não seja de grau elevado.
Copalia não foi estudado em qualquer população de doentes que não a hipertensa.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Interações frequentes com a associação
Não foram realizados estudos de interação medicamentosa com Copalia e outros medicamentos.
A ter em consideração aquando da utilização concomitante
Outros agentes anti-hipertensivos
Os agentes anti-hipertensivos frequentemente usados (ex. bloqueadores alfa, diuréticos) e outros
medicamentos que possam provocar efeitos adversos hipotensivos (ex. antidepressivos tricíclicos,
bloqueadores alfa para tratamento da hipertrofia benigna da próstata) podem aumentar o efeito anti-
hipertensivo da associação.
Interações associadas à amlodipina
Utilização concomitante não recomendada
Toranja ou sumo de toranja
A administração de amlodipina com toranja ou sumo de toranja não é recomendada uma vez que a
biodisponibilidade pode aumentar nalguns doentes, resultando em aumento do efeito de redução da
pressão arterial.
Precaução requerida com a utilização concomitante de
Inibidores do CYP3A4
A utilização concomitante de amlodipina com inibidores fortes ou moderados do CYP3A4 (inibidores
das proteases, antifúngicos azóis, macrólidos como a eritromicina ou a claritromicina, verapamil e
diltiazem) podem conduzir a um aumento significativo da exposição à amlodipina. A tradução clínica
destas variações farmacocinéticas pode ser mais pronunciada nos idosos. Monitorização clínica e
ajuste de dose poderão assim, ser necessários.
Indutores do CYP3A4 (agentes anticonvulsivantes [ex. carbamazepina, fenobarbital, fenitoína,
fosfenitoína, primidona], rifampicina, Hypericum perforatum)
Não existem dados disponíveis sobre o efeito dos indutores da CYP3A4 na amlodipina. O uso
concomitante de indutores da CYP3A4 (por exemplo, rifampicina, Hypericum perforatum) pode
originar concentrações plasmáticas mais baixas de amlodipina. A amlodipina deve ser utilizada com
precaução quando administrada simultaneamente com indutores da CYP3A4.
Sinvastatina
A administração concomitante de doses múltiplas de 10 mg de amlodipina com 80 mg de sinvastatina
resultou num aumento de 77% na exposição à sinvastatina comparativamente com a sinvastatina
isoladamente. Recomenda-se limitar a dose diária de sinvastatina a 20 mg em doentes a tomar
amlodipina.
Dantroleno (perfusão)
Em animais, foram observadas fibrilhação ventricular letal e colapso cardiovascular em associação
com hipercaliemia, após administração de verapamil e dantroleno intravenoso. Devido ao risco de
hipercaliemia, é recomendada que a administração concomitante de bloqueadores de canais de cálcio,
como a amlodipina, seja evitada em doentes suscetíveis a hipertermia maligna e na manutenção da
hipertermia maligna.
26
A ter em consideração aquando da utilização concomitante
Outras
Em estudos de interação clínica, a amlodipina não alterou a farmacocinética da atorvastatina,
digoxina, varfarina ou ciclosporina.
Interações associadas ao valsartan
Utilização concomitante não recomendada
Lítio
Foram notificados aumentos reversíveis das concentrações séricas de lítio e toxicidade durante o uso
concomitante de inibidores da ECA. Apesar da falta de experiência sobre o uso concomitante de
valsartan e lítio, esta associação não é recomendada. Caso a associação seja necessária está
recomendada a monitorização cuidadosa das concentrações séricas de lítio (ver secção 4.4).
Diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio, substitutos do sal contendo potássio e
outras substâncias que possam aumentar os níveis de potássio
Se um medicamento que afete os níveis de potássio for prescrito em associação ao valsartan é
aconselhável a monitorização dos níveis plasmáticos de potássio.
Requerida precaução com a utilização concomitante
Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), incluindo inibidores seletivos da COX-2,
ácido acetilsalicílico (>3 g/dia) e AINEs não seletivos
Quando os antagonistas da angiotensina II são administrados simultaneamente com AINEs pode
ocorrer a atenuação do efeito anti-hipertensivo. Adicionalmente, a utilização concomitante de
antagonistas da angiotensina II e AINEs pode levar a um aumento do risco de degradação da função
renal e a um aumento dos níveis plasmáticos de potássio. Assim, é recomendada a monitorização da
função renal no início do tratamento, assim como hidratação adequada do doente.
Inibidores dos mediadores de transporte de captação (rifampicina, ciclosporina) ou transportador do
efluxo (ritonavir)
Os resultados de um estudo in vitro com tecido de fígado humano indicam que o valsartan é um
substrato do transportador de captação hepático OATP1B1 e do transportador do efluxo hepático
MRP2. A administração concomitante de inibidores do transportador de captação (rifampicina,
ciclosporina) ou transportador de efluxo (ritonavir) pode aumentar a exposição sistémica ao valsartan.
Outras
Em monoterapia com valsartan não se verificaram interações clinicamente significativas com as
seguintes substâncias: cimetidina, varfarina, furosemida, digoxina, atenolol, indometacina,
hidroclorotiazida, amlodipina, glibenclamida.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Amlodipina
A segurança da amlodipina na gravidez humana não foi estabelecida. Em estudos em animais, foi
observada toxicidade reprodutiva em doses elevadas (ver secção 5.3). A administração durante a
gravidez só é recomendada quando não exista alternativa mais segura e a doença em si acarrete maior
risco tanto para a mãe como para o feto.
Valsartan
A administração de Antagonistas dos Recetores da Angiotensina II (ARAIIs) não é recomendada
durante o primeiro trimestre de gravidez (ver secção 4.4). A administração de ARAIIs é
contraindicada durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver secções 4.3 e 4.4).
A evidência epidemiológica relativa ao risco de teratogenicidade após a exposição aos IECAs durante
o 1º trimestre de gravidez não é conclusiva; contudo, não é possível excluir um ligeiro aumento do
27
risco. Enquanto não existem dados de estudos epidemiológicos controlados relativos ao risco
associado aos antagonistas dos recetores da angiotensina II (ARAII), os riscos para esta classe de
fármacos poderão ser semelhantes. A não ser que a manutenção do tratamento com ARAII seja
considerada essencial, nas doentes que planeiem engravidar a medicação deve ser substituída por
terapêuticas anti-hipertensoras alternativas cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja
estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o tratamento com ARAII deve ser interrompido
imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada terapêutica alternativa.
A exposição a ARAII durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez está reconhecidamente
associada à indução de toxicidade fetal em humanos (diminuição da função renal, oligohidrâmnio,
atraso na ossificação do crânio) e toxicidade neonatal (insuficiência renal, hipotensão, hipercaliemia)
(ver secção 5.3).
No caso de a exposição a ARAII ter ocorrido a partir do segundo trimestre de gravidez, recomenda-se
a monitorização ultrassonográfica da função renal e dos ossos do crânio.
Lactentes cujas mães estiveram expostas a ARAII devem ser cuidadosamente observados no sentido
de diagnosticar hipotensão (ver secções 4.3 e 4.4).
Amamentação
Não se encontra disponível informação sobre a utilização de Copalia durante o aleitamento, assim a
terapêutica com Copalia não está recomendada e são preferíveis terapêuticas alternativas cujo perfil
de segurança durante o aleitamento esteja melhor estabelecido, particularmente em recém-nascidos ou
prematuros.
Fertilidade
Não existem estudos clínicos de fertilidade com Copalia.
Valsartan
Valsartan não teve efeitos adversos sobre o desempenho reprodutivo de ratos machos e fêmeas com
doses orais até 200 mg/kg/dia. Esta dose é 6 vezes a dose máxima recomendada para o ser humano
numa base de mg/m2 (os cálculos assumem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente com 60-kg).
Amlodipina
Foram notificados casos de alterações bioquímicas reversíveis na cabeça dos espermatozoides em
alguns doentes tratados com bloqueadores de canais de cálcio. Os dados clínicos sobre o potencial
efeito da amlodipina na fertilidade são insuficientes. Num estudo efetuado em ratos, foram detetadas
reações adversas na fertilidade de ratos machos (ver secção 5.3).
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Doentes a tomar Copalia e a conduzir veículos ou a utilizar máquinas devem ter em conta que podem
ocorrer ocasionalmente tonturas ou fadiga.
A amlodipina pode ter uma influência ligeira a moderada na capacidade de conduzir e utilizar
máquinas. Se os doentes em tratamento com amlodipina sentirem tonturas, dor de cabeça, fadiga ou
náuseas a capacidade de reação pode estar comprometida.
4.8 Efeitos indesejáveis
Resumo do perfil de segurança
A segurança de Copalia foi avaliada em cinco estudos clínicos controlados com 5.175 doentes, dos
quais 2.613 receberam valsartan em associação com amlodipina. As seguintes reações adversas foram
as que ocorreram mais frequentemente ou as mais significativas ou mais graves: nasofaringite, gripe,
hipersensibilidade, cefaleia, síncope, hipotensão ortostática, edema, edema depressível, edema facial,
edema periférico, fadiga, rubor, astenia e rubor cutâneo.
28
Tabela de reações adversas
As reações adversas foram classificadas em classes de frequência usando a seguinte convenção: muito
frequentes (≥1/10); frequentes (≥1/100, <1/10); pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100); raros
(≥1/10.000, <1/1.000); muito raros (<1/10.000), desconhecido (não pode ser calculado a partir dos
dados disponíveis).
Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de
frequência.
Classes de
sistemas de
órgãos
MedDRA
Reações adversas Frequência
Copalia Amlodipina Valsartan
Infeções e
infestações
Nasofaringite Frequentes -- --
Gripe Frequentes -- --
Doenças do
sangue e do
sistema linfático
Diminuição dos valores de
hemoglobina e do
hematócrito
-- -- Desconheci
dos
Leucopenia -- Muito raros --
Neutropenia -- -- Desconheci
dos
Trombocitopenia, por vezes
com púrpura
-- Muito raros Desconheci
dos
Doenças do
sistema
imunitário
Hipersensibilidade Raros Muito raros Desconheci
dos
Doenças do
metabolismo e da
nutrição
Anorexia Pouco
Frequentes
-- --
Hipercalcemia Pouco
Frequentes
-- --
Hiperglicemia -- Muito raros --
Hiperlipidemia Pouco
Frequentes
-- --
Hiperuricemia Pouco
Frequentes
-- --
Hipocalemia Frequentes -- --
Hiponatremia Pouco
Frequentes
-- --
Perturbações do
foro psiquiátrico
Depressão -- Pouco
Frequentes
--
Ansiedade Raros -- --
Insónia/perturbações do
sono
-- Pouco
Frequentes
--
Alterações de humor -- Pouco
Frequentes
--
Confusão -- Raros --
29
Doenças do
sistema nervoso
Coordenação anormal Pouco
Frequentes
-- --
Tonturas Pouco
Frequentes
Frequentes --
Tontura postural Pouco
Frequentes
-- --
Disgeusia -- Pouco
Frequentes
--
Síndrome extrapiramidal -- Desconheci
dos
--
Cefaleias Frequentes Frequentes --
Hipertonia -- Muito raros --
Parestesia Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Neuropatia periférica,
neuropatia
-- Muito raros --
Sonolência Pouco
Frequentes
Frequentes --
Síncope -- Pouco
Frequentes
--
Tremor -- Pouco
Frequentes
--
Hipoestesia -- Pouco
Frequentes
--
Afeções oculares Perturbações da visão Raros Pouco
Frequentes
--
Perda de visão Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Afeções do
ouvido e do
labirinto
Acufenos Raros Pouco
Frequentes
--
Vertigens Pouco
Frequentes
-- Pouco
Frequentes
Cardiopatias Palpitações Pouco
Frequentes
Frequentes --
Síncope Raros -- --
Taquicardia Pouco
Frequentes
-- --
Arritmias (incluindo
bradicardia, taquicardia
ventricular e fibrilhação
auricular)
-- Muito raros --
Enfarte do miocárdio -- Muito raros --
Vasculopatias Rubor -- Frequentes --
Hipotensão Raros Pouco
Frequentes
--
Hipotensão ortostática Pouco
Frequentes
-- --
Vasculite -- Muito raros Desconheci
dos
30
Doenças
respiratórias,
torácicas e do
mediastino
Tosse Pouco
Frequentes
Muito raros Pouco
Frequentes
Dispneia -- Pouco
Frequentes
--
Dor faringolaríngea Pouco
Frequentes
-- --
Rinite -- Pouco
Frequentes
--
Doenças
gastrointestinais
Desconforto abdominal, dor
na zona superior do
abdómen
Pouco
Frequentes
Frequentes Pouco
Frequentes
Mau hálito -- Pouco
Frequentes
--
Obstipação Pouco
Frequentes
-- --
Diarreia Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Boca seca Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Dispepsia -- Pouco
Frequentes
--
Gastrite -- Muito raros --
Hiperplasia gengival -- Muito raros --
Náuseas Pouco
Frequentes
Frequentes --
Pancreatite -- Muito raros --
Vómitos -- Pouco
Frequentes
--
Afeções
hepatobiliares
Aumento das enzimas
hepáticas, incluindo
aumento da bilirrubina
sérica
-- Muito
raros*
Desconheci
dos
Hepatite -- Muito raros --
Colestase intrahepática,
icterícia
-- Muito raros --
31
Afeções dos
tecidos cutâneos
e subcutâneos
Alopécia -- Pouco
Frequentes
--
Angioedema -- Muito raros Desconheci
dos
Eritema Pouco
Frequentes
-- --
Eritema multiforme -- Muito raros --
Exantema Raros Pouco
Frequentes
--
Hiperhidrose Raros Pouco
Frequentes
--
Reação de fotosensibilidade -- Pouco
Frequentes
--
Prurido Raros Pouco
Frequentes
Desconheci
dos
Púrpura -- Pouco
Frequentes
--
Erupção cutânea Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
Desconheci
dos
Descoloração da pele -- Pouco
Frequentes
--
Urticária e outras formas de
erupção cutânea
-- Muito raros --
Dermatite exfoliativa -- Muito raros --
Síndrome de Stevens-
Johnson
-- Muito raros --
Edema de Quincke -- Muito raros --
Afeções
musculosquelétic
as e dos tecidos
conjuntivos
Artralgia Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Dor nas costas Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Edema das articulações Pouco
Frequentes
-- --
Espasmos musculares Raros Pouco
Frequentes
--
Mialgia -- Pouco
Frequentes
Desconheci
dos
Edema dos tornozelos -- Frequentes --
Sensação de peso Raros -- --
Doenças renais e
urinárias
Aumento da creatinina
sérica
-- -- Desconheci
dos
Perturbações da micção -- Pouco
Frequentes
--
Noctúria -- Pouco
Frequentes
--
Polaquiúria Raros Pouco
Frequentes
--
Poliúria Raros -- --
Insuficiência e compromisso
renal
-- -- Desconheci
dos
Doenças dos
órgãos genitais e
da mama
Impotência -- Pouco
Frequentes
--
Disfunção eréctil Raros -- --
Ginecomastia -- Pouco
Frequentes
--
32
Perturbações
gerais e
alterações no
local de
administração
Astenia Frequentes Pouco
Frequentes
--
Desconforto, mal-estar -- Pouco
Frequentes
--
Fadiga Frequentes Frequentes Pouco
Frequentes
Edema facial Frequentes -- --
Rubor, afrontamentos Frequentes -- --
Dor no peito não cardíaca -- Pouco
Frequentes
--
Edema Frequentes Frequentes --
Edema periférico Frequentes -- --
Dor -- Pouco
Frequentes
--
Edema depressível Frequentes -- --
Exames
complementares
de diagnóstico
Aumento do potássio sérico -- -- Desconheci
dos
Aumento de peso -- Pouco
Frequentes
--
Perda de peso -- Pouco
Frequentes
--
* Principalmente relacionado com colestase
Informação adicional sobre a associação
Edema periférico, um efeito secundário reconhecido para a amlodipina, foi normalmente observado
com menor incidência em doentes que receberam a associação amlodipina/valsartan do que nos que
receberam amlodipina isoladamente. Em ensaios clínicos controlados, em dupla ocultação, a
incidência de edema periférico por dose foi a seguinte:
% de doentes com edema
periférico
Valsartan (mg)
0 40 80 160 320
Amlodipina
(mg)
0 3,0 5,5 2,4 1,6 0,9
2,5 8,0 2,3 5,4 2,4 3,9
5 3,1 4,8 2,3 2,1 2,4
10 10,3 ND ND 9,0 9,5
A incidência média de edema periférico ponderada com todas as doses foi de 5,1% com a associação
amlodipina/valsartan.
Informação adicional sobre os componentes individuais
As reações adversas previamente notificadas com um dos componentes individuais (amlodipina ou
valsartan) podem ser também potenciais reações adversas de Copalia, mesmo que não tenham sido
observados em ensaios clínicos ou durante o período pós-comercialização.
Amlodipina
Frequentes Sonolência, tonturas, palpitações, dores abdominais, náuseas, edema dos
tornozelos.
Pouco
frequentes
Insónias, alterações do humor (incluindo ansiedade), depressão, tremores,
disgeusia, síncope, hipoestesia, alterações da visão (incluindo diplopia), zumbidos,
hipotensão, dispneia, rinite, vómitos, dispepsia, alopécia, púrpura, descoloração da
33
pele, hipersudorese, prurido, exantema, mialgias, câibras musculares, dor,
alterações da micção, aumento da frequência urinária, impotência, ginecomastia,
dor torácica, mal-estar geral, aumento de peso, diminuição de peso.
Raros Confusão.
Muito raros Leucopenia, trombocitopenia, reação alérgica. hiperglicemia, hipertonia,
neuropatia periférica,enfarte do miocárdio, arritmia (incluindo bradicardia,
taquicardia ventricular e fibrilhação auricular), vasculite, pancreatite, gastrite,
hiperplasia gengival, hepatite, icterícia e aumento das enzimas hepáticas*,
angioedema, eritema multiforme, urticária, dermatite exfoliativa, síndrome de
Stevens-Johnson, edema de Quincke, fotosensibilidade..
* Principalmente relacionado com colestase
Foram notificados casos excecionais de síndrome extrapiramidal.
Valsartan
Desconhecidos Diminuição dos valores de hemoglobina, diminuição do hematócrito, neutropenia,
trombocitopenia, aumento do potássio sérico, elevação dos valores da função
hepática incluindo aumento da bilirrubina sérica, compromisso renal e
insuficiência renal, aumento da creatinina sérica, angioedema, mialgia, vasculite,
hipersensibilidade incluindo doença do soro.
4.9 Sobredosagem
Sintomas
Não há experiência de sobredosagem com Copalia. O principal sintoma de sobredosagem com
valsartan é possivelmente hipotensão acentuada com tonturas. A sobredosagem com amlodipina pode
resultar em vasodilatação periférica excessiva e, possivelmente, taquicárdia reflexa. Foram descritas
hipotensão sistémica acentuada e potencialmente prolongada até, e incluindo, choque com desfecho
fatal.
Tratamento
Se a ingestão é recente podem ser consideradas indução do vómito ou lavagem gástrica. A
administração de carvão ativado a voluntários saudáveis imediatamente ou até duas horas após a
ingestão de amlodipina demonstrou diminuir significativamente a absorção de amlodipina. A
hipotensão clinicamente significativa devido a sobredosagem de Copalia requer suporte
cardiovascular ativo, incluindo a monitorização frequente das funções cardíaca e respiratória,
elevação dos membros inferiores, vigilância da volémia e do débito urinário. Um vasoconstritor pode
auxiliar a restabelecer o tónus vascular e a pressão arterial, desde que não haja qualquer
contraindicação à sua utilização. O gluconato de cálcio intravenoso pode ser benéfico na reversão dos
efeitos do bloqueio dos canais de cálcio.
Não é provável que o valsartan e a amlodipina sejam eliminados por hemodiálise.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: agentes com ação sobre o sistema renina-angiotensina, antagonistas da
angiotensina II, associações, antagonistas da angiotensina II e bloqueadores da entrada do cálcio,
código ATC: C09DB01
Copalia associa dois compostos anti-hipertensivos com mecanismos de ação complementares para
controlar a pressão arterial em doentes com hipertensão essencial: a amlodipina pertence à classe dos
antagonistas do cálcio e o valsartan à classe de medicamentos dos antagonistas da angiotensina II. A
34
associação destas substâncias tem um efeito anti-hipertensivo aditivo, reduzindo a pressão arterial em
maior grau do que qualquer um dos seus componentes isoladamente.
Amlodipina/Valsartan
A associação de amlodipina e valsartan produz uma redução aditiva relacionada com a dose na
pressão arterial ao longo do seu intervalo de dose terapêutica. O efeito anti-hipertensor de uma dose
única da associação persistiu durante 24 horas.
Ensaios controlados com placebo
Mais de 1.400 doentes hipertensos receberam Copalia uma vez por dia em dois ensaios controlados
com placebo. Forem incluídos adultos com hipertensão essencial ligeira a moderada não complicada
(pressão arterial diastólica média na posição sentada 95 e <110 mmHg). Foram excluídos doentes
com risco cardiovascular elevado – insuficiência cardíaca, diabetes tipo I e diabetes tipo II
insuficientemente controlada e antecedentes de enfarte do miocárdio ou AVC no intervalo de um ano.
Ensaios controlados com fármaco ativo em doentes que não responderam à monoterapia
Um ensaio clínico multicêntrico, aleatorizado, sob dupla ocultação, controlado com ativo, de grupos
paralelos demonstrou normalização da pressão arterial (pressão arterial diastólica na posição sentada
<90 mmHg no final do ensaio) em doentes insuficientemente controlados com valsartan 160 mg em
75% dos doentes tratados com amlodipina/valsartan 10 mg/160 mg e em 62% dos doentes tratados
com amlodipina/valsartan 5 mg/160 mg, em comparação com 53% dos doentes que permaneceram
com valsartan 160 mg. A adição de amlodipina 10 mg e 5 mg produziu uma redução adicional na
pressão arterial sistólica/diastólica de 6,0/4,8 mmHg e 3,9/2,9 mmHg, respetivamente, em
comparação com os doentes que continuaram apenas com valsartan 160 mg.
Um ensaio multicêntrico, aleatorizado, sob dupla ocultação, controlado com ativo, de grupos
paralelos demonstrou normalização da pressão arterial (pressão arterial diastólica na posição sentada
<90 mmHg no final do ensaio) em doentes insuficientemente controlados com amlodipina 10 mg em
78% dos doentes tratados com amlodipina/valsartan 10 mg/160 mg, em comparação com 67% dos
doentes que permaneceram com amlodipina 10 mg. A adição de valsartan 160 mg produziu uma
redução adicional na pressão arterial sistólica/diastólica de 2,9/2,1 mmHg em comparação com os
doentes que continuaram apenas com amlodipina 10 mg.
Copalia também foi estudado num estudo controlado com ativo de 130 doentes hipertensos com
pressão arterial diastólica média na posição sentada ≥110 mmHg e <120 mmHg. Neste estudo
(pressão arterial inicial de 171/113 mmHg), um regime de Copalia de 5 mg/160 mg titulado até
10 mg/160 mg reduziu a pressão arterial na posição sentada em 36/29 mmHg em comparação com
32/28 mmHg com um regime de lisinopril/hidroclorotiazida 10 mg/12,5 mg titulado até
20 mg/12,5 mg.
Em dois estudos de follow-up de longa duração o efeito de Copalia foi mantido durante mais de um
ano. A interrupção súbita de Copalia não esteve associada a um rápido aumento da pressão arterial.
A idade, o sexo, a raça ou o índice de massa corporal (≥30 kg/m2, <30 kg/m
2) não influenciam a
resposta ao Copalia.
Copalia não foi estudado em qualquer população de doentes que não a hipertensa. O valsartan foi
estudado em doentes após enfarte do miocárdio e com insuficiência cardíaca. A amlodipina foi
estudada em doentes com angina vasospática e doença das artérias coronárias documentada
angiograficamente.
Amlodipina
O componente amlodipina de Copalia inibe a entrada transmembranar de iões de cálcio na
musculatura lisa cardíaca e vascular. O mecanismo da ação anti-hipertensivo da amlodipina deve-se a
um efeito relaxante direto no músculo liso vascular, que provoca reduções na resistência vascular
periférica e na pressão arterial. Dados experimentais sugerem que a amlodipina se liga a ambos os
35
locais de ligação da di-hidropiridina e não-di-hidropiridina. O processo contráctil do músculo
cardíaco e do músculo liso vascular dependem do movimento de iões cálcio extracelulares nestas
células através de canais iónicos específicos.
Após a administração de doses terapêuticas a doentes com doses com hipertensão, a amlodipina
produz vasodilatação, resultando na redução das pressões arteriais nas posições supina e ortostática.
Com a administração crónica, estas reduções na pressão arterial não são acompanhadas por uma
alteração significativa na frequência cardíaca ou níveis de plasmáticos de catecolaminas.
As concentrações plasmáticas estão correlacionadas com o efeito quer em doentes jovens, quer em
idosos.
Em doentes hipertensos com função renal normal, doses terapêuticas de amlodipina resultaram numa
diminuição na resistência vascular renal e num aumento da taxa de filtração glomerular e fluxo
plasmático renal efetivo, sem alteração na fração de filtração ou proteinúria.
Tais como com outros bloqueadores dos canais de cálcio, as determinações hemodinâmicas da função
cardíaca em repouso e durante exercício (ou pacing) em doentes com função ventricular normal
tratados com amlodipina demonstraram geralmente um pequeno aumento no indíce cardíaco, sem
influência significativa na dP/dt ou na pressão ou volume ventricular esquerda diastólica. Em estudos
hemodinâmicos, a amlodipina não foi associada a um efeito inotrópico negativo quando administrada
no intervalo de doses terapêuticas a animais intactos ou a humanos, mesmo quando administrada
simultaneamente com bloqueadores beta a humanos.
A amlodipina não altera a função nodal sinoauricular ou a condução auriculo-ventricular em animais
intactos ou em humanos. Em estudos clínicos nos quais a amlodipina foi administrada em associação
com bloqueadores beta a doentes com hipertensão ou angina, não foram observados efeitos adversos
nos parâmetros eletrocardiográficos.
Utilização em doentes com hipertensão
Um estudo de morbilidade-mortalidade, em dupla ocultação, aleatorizado, denominado
Antihypertensive and Lipid-Lowering treatment to prevent Heart Attack Trial (ALLHAT) foi
realizado para comparar terapêuticas mais recentes: amlodipina 2,5-10 mg/por dia (antagonista dos
canais do cálcio) ou lisinopril 10-40 mg/dia (inibidor da ECA) como terapêuticas de primeira linha
com diuréticos tiazídicos, clortalidona 12,5-25 mg por dia na hipertensão ligeira a moderada.
Um total de 33.357 doentes hipertensos com idade igual ou superior a 55 anos foram aleatorizados e
acompanhados durante uma média de 4,9 anos. Os doentes tinham pelo menos um fator de risco
adicional de doença coronária, incluindo: enfarte do miocárdio anterior ou acidente vascular cerebral
(>6 meses antes da inclusão) ou outra doença cardiovascular aterosclerótica documentada (global
51,5%), diabetes tipo 2 (36,1%), colesterol - lipoproteína de alta densidade <35 mg/dl ou
<0,906 mmol/l (11,6%), hipertrofia ventricular esquerda diagnosticada por eletrocardiograma ou
ecocardiografia (20,9%), fumador atual (21,9%).
O objetivo primário foi um conjunto de doença coronária fatal ou enfarte do miocárdio não-fatal. Não
houve diferença significativa no objetivo primário entre a terapêutica baseada em amlodipina e a
terapêutica baseada em clortalidona: razão do risco (RR) 0,98; 95% IC (0,90-1,07) p=0,65. Entre os
objetivos secundários, a incidência de insuficiência cardíaca (componente de um objetivo
cardiovascular composto) foi significativamente superior no grupo da amlodipina comparativamente
com o grupo de clortalidona (10,2% versus 7,7%, RR 1,38; 95% IC [1,25-1,52] p<0,001). No entanto,
não houve diferença significativa na mortalidade por todas as causas entre a terapêutica baseada em
amlodipina e a terapêutica baseada em clortalidona RR 0,96; 95% IC [0,89-1,02] p=0,20.
Valsartan
O valsartan é um antagonista dos recetores da angiotensina II específico, potente e oralmente ativo.
Atua de forma seletiva no subtipo de recetores AT1, que é responsável pelas ações conhecidas da
36
angiotensina II. O aumento dos níveis plasmáticos de angiotensina II após o bloqueio dos recetores
AT1 com valsartan pode estimular os recetores do subtipo AT2 não bloqueados, que parecem
contrabalançar o efeito dos recetores AT1. O valsartan não apresenta qualquer atividade agonista
parcial no recetor AT1 e apresenta uma afinidade muito maior para o recetor AT1 (20.000 vezes
superior) do que para o recetor AT2.
O valsartan não inibe a ECA, também conhecida como quininase II, que converte a angiotensina I em
angiotensina II e degrada a bradiquinina. Uma vez que não há efeito na ECA nem potenciação da
bradiquinina ou substância P é improvável que os antagonistas da angiotensina II estejam associados a
tosse. Nos ensaios clínicos em que valsartan foi comparado com um inibidor da ECA, a incidência de
tosse seca foi significativamente menor (p <0,05) nos doentes tratados com valsartan do que nos
doentes tratados com um inibidor da ECA (2,6% versus 7,9%, respetivamente). Num ensaio clínico
realizado em doentes com história de tosse seca durante a terapêutica com inibidor da ECA, ocorreu
tosse em 19,5% dos indivíduos tratados com valsartan e em 19,0% dos tratados com um diurético
tiazídico, comparativamente a 68,5% dos indivíduos tratados com um inibidor da ECA (p <0,05). O
valsartan não se liga nem bloqueia outros recetores hormonais ou canais iónicos reconhecidamente
importantes na regulação cardiovascular.
A administração de valsartan a doentes com hipertensão provoca uma redução da pressão arterial sem
afetar a frequência cardíaca.
Na maioria dos doentes, após a administração de uma dose oral única, o início da atividade anti-
hipertensiva ocorre no intervalo de 2 horas, atingindo-se a redução máxima da pressão arterial no
intervalo de 4-6 horas. O efeito anti-hipertensivo persiste ao longo de 24 horas após a administração.
Durante a administração de doses repetidas, a redução máxima da pressão arterial com qualquer dose
é geralmente obtida decorridas 2-4 semanas, mantendo-se durante o tratamento prolongado. A
interrupção súbita de valsartan não está associada a hipertensão de rebound ou a quaisquer outros
efeitos clínicos adversos.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Linearidade
A amlodipina e o valsartan exibem uma farmacocinética linear.
Amlodipina/Valsartan
Após a administração oral de Copalia, as concentrações plasmáticas máximas de valsartan e
amlodipina são alcançadas em 3 e 6-8 horas, respetivamente. A taxa e a extensão da absorção de
Copalia são equivalentes à biodisponibilidade do valsartan e da amlodipina quando administrados
como comprimidos individuais.
Amlodipina
Absorção: Após a administração oral de doses terapêuticas de amlodipina isoladamente, as
concentracões plasmáticas máximas de amlodipina são alcançadas em 6-12 horas. A
biodisponibilidade absoluta varia entre 64% e 80%. A biodisponibilidade da amlodipina não é afetada
pela ingestão de alimentos.
Distribuição: O volume de distribuição é de aproximadamente 21 l/kg. Estudos in vitro com
amlodipina demonstraram que aproximadamente 97,5% do fármaco em circulação está ligado às
proteínas plasmáticas.
Biotransformação: A amlodipina é amplamente (aproximadamente 90%) metabolizada pelo fígado em
metabolitos inativos.
Eliminação: A eliminação da amlodipina do plasma é bifásica, com uma semivida de eliminação
terminal de aproximadamente 30 a 50 horas. Os níveis plasmáticos no estado estacionário são
37
alcançados após a administração contínua durante 7-8 dias. Na urina são excretados dez por cento da
amlodipina original e 60% de metabolitos da amlodipina.
Valsartan
Absorção: Após a administração oral de valsartan isoladamente, as concentracões plasmáticas
máximas de valsartan são alcançadas em 2-4 horas. A biodisponibilidade média absoluta é de 23%.
Os alimentos reduzem a exposição (como determinado pela AUC) ao valsartan em cerca de 40% e as
concentracões plasmáticas máximas (Cmáx) em cerca de 50%, embora aproximadamente a partir das
8 horas após a administração, as concentrações plasmáticas de valsartan sejam semelhantes nos
grupos pós-prandial e em jejum. Esta redução da AUC não é, contudo, acompanhada por uma redução
clinicamente significativa do efeito terapêutico e o valsartan pode, portanto, ser administrado com ou
sem alimentos.
Distribuição: O volume de distribuição do valsartan no estado estacionário após administração
intravenosa é de cerca de 17 litros, o que indica que o valsartan não se distribui extensivamente nos
tecidos. O valsartan apresenta uma elevada taxa de ligação às proteínas séricas (94-97%),
principalmente à albumina sérica.
Biotransformação: O valsartan não é transformado numa elevada extensão já que apenas 20% da dose
é recuperada como metabolitos. Foi identificado um hidroximetabolito no plasma em baixas
concentrações (menos do que 10% da AUC de valsartan). Este metabolito é farmacologicamente
inativo.
Eliminação: O valsartan apresenta uma cinética de degradação multiexponencial (t½α <1 h e t½ß
aproximadamente igual a 9 h).O valsartan é excretado principalmente nas fezes (cerca de 83% da
dose) e na urina (cerca de 13% da dose), principalmente como composto inalterado. Após
administração intravenosa, a depuração plasmática do valsartan é cerca de 2 l/h e a sua depuração
renal é de 0,62 l/h (cerca de 30% da depuração total). A semivida do valsartan é de 6 horas.
Populações especiais
População pediátrica (idade inferior a 18 anos)
Não estão disponíveis dados de farmacocinética na população pediátrica.
Idosos (idade 65 anos ou superior)
O tempo até às concentracões plasmáticas máximas de amlodipina é semelhante em doentes jovens e
idosos. Em doentes idosos, a depuração da amlodipina tem tendência a diminuir, provocando
aumentos na área sob a curva (AUC) e semivida de eliminação. A AUC sistémica média do valsartan
é 70% mais elevada nos idosos do que nos jovens, pelo que é necessária precaução quando se
aumenta a dose.
Compromisso renal
A farmacocinética da amlodipina não é significativamente influenciada pelo compromisso renal. Tal
como esperado para um composto em que a depuração renal contribui para apenas 30% da depuração
plasmática total, não foi observada qualquer correlação entre a função renal e a exposição sistémica
ao valsartan.
Afeção hepática
A informação clínica disponível sobre a administração da amlodipina em doentes com afeção hepática
é muito limitada. Os doentes com afeção hepática apresentam uma reduzida depuração da amlodipina,
com o consequente aumento de aproximadamente 40-60% na AUC. Em média, em doentes com
doença hepática crónica ligeira a moderada, a exposição ao valsartan (determinada pelos valores da
AUC) é o dobro da observada em voluntários saudáveis (emparelhados por idade, sexo e peso). Deve
ter-se cuidado em doentes com doença hepática (ver secção 4.2).
5.3 Dados de segurança pré-clínica
38
Amlodipina/Valsartan
As reações adversas observadas em estudos em animais com possível relevância clínica foram as
seguintes:
Foram observados sinais histopatológicos de inflamação da mucosa gástrica em ratos macho com uma
exposição de cerca de 1,9 (valsartan) e 2,6 (amlodipina) vezes as doses clínicas de 160 mg de
valsartan e 10 mg de amlodipina. Com exposições superiores, verificou-se ulceração e erosão da
mucosa do estômago em machos e fêmeas. Alterações semelhantes foram também observadas no
grupo de valsartan isolado (exposição 8,5-11,0 vezes a dose clínica de 160 mg de valsartan).
Verificou-se um aumento da incidência e gravidade de basofilia/hialinização, dilatação e cilindros
tubulares renais, assim como inflamação intersticial com predomínio de linfócitos e hipertrofia da
camada média arteriolar com uma exposição de 8-13 (valsartan) e 7-8 (amlodipina) vezes as doses
clínicas de 160 mg de valsartan e 10 mg de amlodipina. Alterações semelhantes foram observadas no
grupo de valsartan isolado (exposição 8,5-11,0 vezes a dose clínica de 160 mg de valsartan).
Num estudo de desenvolvimento embrio-fetal efetuado em ratos, foi observada um aumento da
incidência de dilatações ureterais, malformações do esterno e vertebras e de falanges das patas
dianteiras não ossificadas com exposições de cerca de 12 (valsartan) e 10 (amlodipina) vezes as doses
clínicas de 160 mg de valsartan e 10 mg de amlodipina. As dilatações dos ureteres também foram
observadas no grupo tratado com valsartan isolado (exposição 12 vezes a dose clínica de 160 mg de
valsartan). Neste estudo verificaram-se apenas sinais modestos de toxicidade materna (redução
moderada do peso corporal). O nível de efeito não observado para efeitos no desenvolvimento foi
observado com 3 (valsartan) e 4 (amlodipina) vezes a exposição clínica (com base na AUC).
Para os compostos isolados não se observou evidência de mutagenicidade, clastogenicidade ou
carcinogenicidade.
Amlodipina
Toxicologia reprodutiva
Estudos de reprodução em ratos e ratinhos mostraram um atraso na data do parto, duração prolongada
do trabalho de parto e diminuição da sobrevivência das crias em doses aproximadamente 50 vezes
superiores à dose máxima recomendada para humanos, com base nas mg/kg.
Compromisso da fertilidade
Não houve efeito na fertilidade de ratos tratados com amlodipina (machos durante 64 dias e fêmeas
14 dias antes do acasalamento) em doses até 10 mg/kg/dia (8 vezes* a dose máxima recomendada
para o humano de 10 mg com base nas mg/m2 ). Noutro estudo com ratos, no qual os ratos machos
eram tratados com besilato de amlodipina durante 30 dias com uma dose comparável à dose humana
com base nas mg/kg, foi observada uma diminuição da hormona folículo-estimulante e da testosterona
assim como uma diminuição da densidade do esperma e do número de espermatídeos maduros e
células de Sertoli.
Carcinogénese, mutagénese
Ratos e ratinhos tratados com amlodipina na dieta, durante dois anos, em concentrações calculadas
para fornecerem níveis de dose diária de 0,5, 1,25 e 2,5 mg/kg/dia não mostraram evidência de
carcinogenicidade. A dose mais elevada (para ratinhos, semelhante à, e para os ratos a duplicar*, dose
máxima recomendada de 10 mg com base nas mg/m2) foi próxima da dose máxima tolerada para os
ratinhos mas não para os ratos.
Estudos de mutagénese não demonstraram efeitos relacionados com o medicamento tanto a nível dos
genes como dos cromossomas.
* baseado num peso de doente de 50 kg.
Valsartan
39
Os dados não clínicos não revelam qualquer risco especial para o ser humano baseados em estudos
convencionais de segurança farmacológica, toxicidade de dosagem repetida, genotoxicidade e
potencial carcinogénico.
Nos ratos, doses tóxicas a nível materno (600 mg/kg/dia) durante os últimos dias de gestação e
aleitamento levaram a menor sobrevivência, menos aumento de peso e atraso no desenvolvimento
(descolamento do pavilhão da orelha e abertura do canal auricular) das crias (ver secção 4.6). Estas
doses em ratos (600 mg/kg/dia) foram aproximadamente 18 vezes a dose máxima recomendada para o
ser humano numa base de mg/m2 (os cálculos assumem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente de
60 kg).
Em estudos não clínicos de segurança, doses elevadas de valsartan (200 a 600 mg/kg de peso
corporal) provocaram em ratos a redução dos parâmetros dos glóbulos vermelhos (eritrócitos,
hemoglobina, hematócritos) e evidência de alterações hemodinâmicas renais (ureia plasmática
levemente aumentada e hiperplasia tubular renal e basofilia nos machos). Estas doses em ratos (200 a
600 mg/kg/dia) foram aproximadamente 6 e 18 vezes a dose máxima recomendada para o ser humano
numa base de mg/m2 (os cálculos pressupõem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente de 60 kg).
Em macacos saguís com doses similares as alterações foram similares apesar de com maior gravidade,
particularmente nos rins onde as alterações evoluíram para nefropatia que incluiu aumento de ureia e
creatinina.
Foram também verificadas em ambas as espécies hipertrofia das células renais justaglomerulares.
Considerou-se que todas as alterações foram causadas pela ação farmacológica de valsartan, o qual
produz uma hipotensão prolongada, particularmente nos macacos saguís. Para doses terapêuticas de
valsartan no ser humano, a hipertrofia das células renais justaglomerulares parece não ter qualquer
relevância.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo do comprimido:
Celulose microcristalina
Crospovidona Tipo A
Sílica coloidal anidra
Estearato de magnésio
Revestimento:
Hipromelose
Dióxido de titânio (E171)
Óxido de ferro amarelo (E172)
Macrogol 4000
Talco
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
40
Não conservar acima de 30°C.
Conservar na embalagem de origem para proteger da humidade.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blisters de PVC/PVDC. Um blister contém 7, 10 ou 14 comprimidos revestidos por película.
Apresentações: 7, 14, 28, 30, 56, 90, 98 ou 280 comprimidos revestidos por película e embalagens
múltiplas contendo 280 (4x70 ou 20x14) comprimidos revestidos por película.
Blisters destacáveis de PVC/PVDC para dose unitária: Um blister contém 7, 10 ou 14 comprimidos
revestidos por película.
Apresentações. 56, 98 ou 280 comprimidos revestidos por película.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Novartis Europharm Limited
Wimblehurst Road
Horsham
West Sussex, RH12 5AB
Reino Unido
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
EU/1/06/372/009
EU/1/06/372/010
EU/1/06/372/011
EU/1/06/372/012
EU/1/06/372/013
EU/1/06/372/014
EU/1/06/372/015
EU/1/06/372/016
EU/1/06/372/028
EU/1/06/372/029
EU/1/06/372/030
EU/1/06/372/035
EU/1/06/372/038
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 16.01.2007
Data da última renovação: 16.01.2012
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO
41
Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência
Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu
42
1. NOME DO MEDICAMENTO
Copalia 10 mg/160 mg comprimidos revestidos por película
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada comprimido revestido por película contém 10 mg de amlodipina (como besilato de amlodipina)
e 160 mg de valsartan.
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimido revestido por película
Comprimido revestido por película, oval, amarelo claro, com impressão “NVR” numa face e “UIC”
na outra face.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Tratamento da hipertensão essencial.
Copalia é indicado em adultos cuja pressão arterial não esteja adequadamente controlada com
amlodipina ou valsartan em monoterapia.
4.2 Posologia e modo de administração
Posologia
A dose recomendada de Copalia é de um comprimido por dia.
Copalia 10 mg/160 mg pode ser administrado em doentes cuja pressão arterial não esteja
adequadamente controlada com 10 mg de amlodipina ou 160 mg de valsartan isoladamente ou com
Copalia 5 mg/160 mg.
Copalia pode ser tomado com ou sem alimentos.
Recomenda-se a titulação individual da dose com os componentes (i.e. amlodipina e valsartan) antes
da mudança para a associação de dose fixa. Quando for clinicamente apropriado, pode ser
considerada a mudança direta da monoterapia para a associação de dose fixa.
Por conveniência, os doentes a tomar valsartan e amlodipina em comprimidos/cápsulas separados
podem mudar para Copalia contendo os componentes nas mesmas doses.
Compromisso renal
Copalia é contraindicado em doentes com compromisso renal grave (ver secção 4.3).
Não é necessário proceder a qualquer ajustamento da posologia em doentes com compromisso renal
ligeiro a moderado. Recomenda-se a monitorização dos níveis de potássio e da creatinina em caso de
compromisso renal moderado.
Afeção hepática
43
Copalia é contraindicado em doentes com afeção hepática grave (ver secção 4.3).
Deve ter-se cautela ao administrar Copalia a doentes com afeção hepática ou perturbações obstrutivas
das vias biliares (ver secção 4.4). Em doentes com afeção hepática ligeira a moderada sem colestase, a
dose máxima recomendada é de 80 mg de valsartan. Não foram estabelecidas recomendações de dose
de amlodipina em doentes com afeção hepática ligeira a moderada.
Idosos (idade igual ou superior a 65 anos)
Em doentes idosos é necessária precaução ao aumentar a posologia.
População pediátrica
A segurança e eficácia de Copalia em crianças com idade inferior a 18 anos não foram estabelecidas.
Não existem dados disponíveis.
Modo de administração
Via oral.
Recomenda-se a ingestão de Copalia com um pouco de água.
4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade às substâncias ativas, aos derivados da di-hidropiridina ou a qualquer um
dos excipientes mencionados na secção 6.1.
Afeção hepática grave, cirrose biliar ou colostase.
Compromisso renal grave (taxa de filtração glomerular (TFG) <30 ml/min/1,73 m2) e doentes a
fazer diálise.
Segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver secções 4.4 e 4.6).
Hipotensão grave.
Choque (incluindo choque cardiogénico).
Obstrução do infundíbulo do ventrículo esquerdo (por ex. cardiomiopatia hipertrófica
obstrutiva e grau de estenose aórtica elevado).
Insuficiência cardíaca hemodinamicamente instável após enfarte agudo do miocárdio.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
A segurança e eficácia da amlodipina em crises hipertensivas não foram estabelecidas.
Gravidez
Os Antagonistas dos Recetores da Angiotensina II (ARAII) não devem ser iniciados durante a
gravidez. A não ser em situações em que a manutenção da terapêutica com ARAII seja considerada
essencial, nas doentes que planeiem engravidar o tratamento deve ser alterado para anti-hipertensores
cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o
tratamento com ARAII deve ser interrompido imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada
terapêutica alternativa (ver secções 4.3 e 4.6).
Doentes com hiponatremia e/ou hipovolémia
Em estudos controlados com placebo foi observada hipotensão acentuado em 0,4% dos doentes com
hipertensão não complicada tratados com Copalia. Em doentes com um sistema renina-angiotensina
ativado (tais como doentes com depleção do volume e/ou de sal tratados com doses elevadas de
diuréticos) que estão a receber bloqueadores dos recetores da angiotensina, pode ocorrer hipotensão
sintomática. Recomenda-se a correção desta situação antes da administração de Copalia ou supervisão
médica cuidadosa no início do tratamento.
Se ocorrer hipotensão com Copalia, o doente deve ser colocado em posição supina e, se necessário,
deve ser-lhe administrada uma perfusão intravenosa de soro fisiológico. Uma vez estabilizada a
pressão arterial o tratamento pode ser continuado.
44
Hipercaliemia
A medicação concomitante com suplementos de potássio, diuréticos poupadores de potássio,
substitutos do sal contendo potássio ou outros fármacos que possam aumentar os níveis de potássio
(heparina, etc.) deve ser usada com precaução e com monitorização frequente dos níveis de potássio.
Estenose da artéria renal
Copalia deve ser utilizado com precaução no tratamento de hipertensão em doentes com estenose da
artéria renal unilateral ou bilateral ou estenose de rim solitário dado que a ureia no sangue e a
creatinina sérica podem aumentar nestes doentes.
Transplante renal
Até à data não existem dados de segurança sobre a utilização de Copalia em doentes submetidos a um
transplante renal recente.
Afeção hepática
O valsartan é eliminado na sua maior parte inalterado através da bílis. A semivida da amlodipina é
prolongada e os valores da AUC são superiores nos doentes com afeção da função hepática; não
foram determinadas recomendações de dosagem. Deve ter-se uma precaução particular ao administrar
Copalia a doentes com afeção hepática ligeira a moderada ou perturbações obstrutivas das vias
biliares.
Em doentes com afeção hepática ligeira a moderada sem colestase, a dose máxima recomendada é de
80 mg de valsartan.
Compromisso renal
Não é necessário proceder a qualquer ajustamento da posologia de Copalia em doentes com
compromisso renal ligeiro a moderado (TFG >30 ml/min/1,73 m2). Recomenda-se a monitorização
dos níveis de potássio e da creatinina em caso de compromisso renal moderado.
Hiperaldosteronismo primário
Os doentes com hiperaldosteronismo primário não devem ser tratados com o antagonista da
angiotensina II valsartan uma vez que o seu sistema renina-angiotensina se encontra afetado pela
patologia primária.
Angioedema
Foi notificado angioedema, incluindo edema da laringe e da glote, causando obstrução das vias aéreas
e/ou edema da face, lábios, faringe e/ou língua em doentes tratados com valsartan. Alguns destes
doentes apresentaram angioedema anteriormente com outros medicamentos, incluindo inibidores da
enzima de conversão da angiotensina (ECA). Copalia deve ser imediatamente interrompido em
doentes que desenvolveram angioedema e não deve voltar a ser administrado.
Insuficiência cardíaca/pós-enfarte do miocárdio
Em consequência da inibição do sistema renina-angiotensina podem ser esperadas alterações na
função renal em indíviduos suscetíveis. Em doentes com insuficiência cardíaca grave cuja função
renal possa depender da atividade do sistema renina-angiotensina, o tratamento com inibidores da
ECA e antagonistas dos recetores de angiotensina foi associado a oligúria e/ou urémia progressiva e
(em casos raros) a insuficiência renal aguda e/ou morte. Foram notificados quadros semelhantes com
valsartan. A avaliação de doentes com insuficiência cardíaca ou pós enfarte do miocárdio deve
sempre incluir avaliação da função renal.
Num estudo de longa duração com amlodipina, controlado com placebo (PRAISE-2) em doentes com
insuficiência cardíaca de etiologia não-isquémica das classes III e IV da NYHA (New York Heart
Association Classification), a amlodipina foi associada a um aumento de notificações de edema
pulmonar apesar da ausência de diferença significativa na incidência de agravamento da insuficiência
cardíaca, em comparação com o placebo.
45
Os bloqueadores de canais de cálcio, incluindo a amlodipina, devem ser utilizados com precaução em
doentes com insuficiência cardíaca congestiva, pois podem aumentar o risco futuro de acontecimentos
cardiovasculares e mortalidade.
Estenose valvular aórtica e mitral
Tal como com todos os outros vasodilatadores, deve ter-se um cuidado especial em doentes com
estenose da válvula mitral ou estenose significativa da válvula aórtica que não seja de grau elevado.
Copalia não foi estudado em qualquer população de doentes que não a hipertensa.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Interações frequentes com a associação
Não foram realizados estudos de interação medicamentosa com Copalia e outros medicamentos.
A ter em consideração aquando da utilização concomitante
Outros agentes anti-hipertensivos
Os agentes anti-hipertensivos frequentemente usados (ex. bloqueadores alfa, diuréticos) e outros
medicamentos que possam provocar efeitos adversos hipotensivos (ex. antidepressivos tricíclicos,
bloqueadores alfa para tratamento da hipertrofia benigna da próstata) podem aumentar o efeito anti-
hipertensivo da associação.
Interações associadas à amlodipina
Utilização concomitante não recomendada
Toranja ou sumo de toranja
A administração de amlodipina com toranja ou sumo de toranja não é recomendada uma vez que a
biodisponibilidade pode aumentar nalguns doentes, resultando em aumento do efeito de redução da
pressão arterial.
Precaução requerida com a utilização concomitante de
Inibidores do CYP3A4
A utilização concomitante de amlodipina com inibidores fortes ou moderados do CYP3A4 (inibidores
das proteases, antifúngicos azóis, macrólidos como a eritromicina ou a claritromicina, verapamil e
diltiazem) podem conduzir a um aumento significativo da exposição à amlodipina. A tradução clínica
destas variações farmacocinéticas pode ser mais pronunciada nos idosos. Monitorização clínica e
ajuste de dose poderão assim, ser necessários.
Indutores do CYP3A4 (agentes anticonvulsivantes [ex. carbamazepina, fenobarbital, fenitoína,
fosfenitoína, primidona], rifampicina, Hypericum perforatum)
Não existem dados disponíveis sobre o efeito dos indutores da CYP3A4 na amlodipina. O uso
concomitante de indutores da CYP3A4 (por exemplo, rifampicina, Hypericum perforatum) pode
originar concentrações plasmáticas mais baixas de amlodipina. A amlodipina deve ser utilizada com
precaução quando administrada simultaneamente com indutores da CYP3A4.
Sinvastatina
A administração concomitante de doses múltiplas de 10 mg de amlodipina com 80 mg de sinvastatina
resultou num aumento de 77% na exposição à sinvastatina comparativamente com a sinvastatina
isoladamente. Recomenda-se limitar a dose diária de sinvastatina a 20 mg em doentes a tomar
amlodipina.
Dantroleno (perfusão)
Em animais, foram observadas fibrilhação ventricular letal e colapso cardiovascular em associação
com hipercaliemia, após administração de verapamil e dantroleno intravenoso. Devido ao risco de
hipercaliemia, é recomendada que a administração concomitante de bloqueadores de canais de cálcio,
46
como a amlodipina, seja evitada em doentes suscetíveis a hipertermia maligna e na manutenção da
hipertermia maligna.
A ter em consideração aquando da utilização concomitante
Outras
Em estudos de interação clínica, a amlodipina não alterou a farmacocinética da atorvastatina,
digoxina, varfarina ou ciclosporina.
Interações associadas ao valsartan
Utilização concomitante não recomendada
Lítio
Foram notificados aumentos reversíveis das concentrações séricas de lítio e toxicidade durante o uso
concomitante de inibidores da ECA. Apesar da falta de experiência sobre o uso concomitante de
valsartan e lítio, esta associação não é recomendada. Caso a associação seja necessária está
recomendada a monitorização cuidadosa das concentrações séricas de lítio (ver secção 4.4).
Diuréticos poupadores de potássio, suplementos de potássio, substitutos do sal contendo potássio e
outras substâncias que possam aumentar os níveis de potássio
Se um medicamento que afete os níveis de potássio for prescrito em associação ao valsartan é
aconselhável a monitorização dos níveis plasmáticos de potássio.
Requerida precaução com a utilização concomitante
Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), incluindo inibidores seletivos da COX-2,
ácido acetilsalicílico (>3 g/dia) e AINEs não seletivos
Quando os antagonistas da angiotensina II são administrados simultaneamente com AINEs pode
ocorrer a atenuação do efeito anti-hipertensivo. Adicionalmente, a utilização concomitante de
antagonistas da angiotensina II e AINEs pode levar a um aumento do risco de degradação da função
renal e a um aumento dos níveis plasmáticos de potássio. Assim, é recomendada a monitorização da
função renal no início do tratamento, assim como hidratação adequada do doente.
Inibidores dos mediadores de transporte de captação (rifampicina, ciclosporina) ou transportador do
efluxo (ritonavir)
Os resultados de um estudo in vitro com tecido de fígado humano indicam que o valsartan é um
substrato do transportador de captação hepático OATP1B1 e do transportador do efluxo hepático
MRP2. A administração concomitante de inibidores do transportador de captação (rifampicina,
ciclosporina) ou transportador de efluxo (ritonavir) pode aumentar a exposição sistémica ao valsartan.
Outras
Em monoterapia com valsartan não se verificaram interações clinicamente significativas com as
seguintes substâncias: cimetidina, varfarina, furosemida, digoxina, atenolol, indometacina,
hidroclorotiazida, amlodipina, glibenclamida.
4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Amlodipina
A segurança da amlodipina na gravidez humana não foi estabelecida. Em estudos em animais, foi
observada toxicidade reprodutiva em doses elevadas (ver secção 5.3). A administração durante a
gravidez só é recomendada quando não exista alternativa mais segura e a doença em si acarrete maior
risco tanto para a mãe como para o feto.
Valsartan
A administração de Antagonistas dos Recetores da Angiotensina II (ARAIIs) não é recomendada
durante o primeiro trimestre de gravidez (ver secção 4.4). A administração de ARAIIs é
contraindicada durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez (ver secções 4.3 e 4.4).
47
A evidência epidemiológica relativa ao risco de teratogenicidade após a exposição aos IECAs durante
o 1º trimestre de gravidez não é conclusiva; contudo, não é possível excluir um ligeiro aumento do
risco. Enquanto não existem dados de estudos epidemiológicos controlados relativos ao risco
associado aos antagonistas dos recetores da angiotensina II (ARAII), os riscos para esta classe de
fármacos poderão ser semelhantes. A não ser que a manutenção do tratamento com ARAII seja
considerada essencial, nas doentes que planeiem engravidar a medicação deve ser substituída por
terapêuticas anti-hipertensoras alternativas cujo perfil de segurança durante a gravidez esteja
estabelecido. Quando é diagnosticada a gravidez, o tratamento com ARAII deve ser interrompido
imediatamente e, se apropriado, deverá ser iniciada terapêutica alternativa.
A exposição a ARAII durante o segundo e terceiro trimestres de gravidez está reconhecidamente
associada à indução de toxicidade fetal em humanos (diminuição da função renal, oligohidrâmnio,
atraso na ossificação do crânio) e toxicidade neonatal (insuficiência renal, hipotensão, hipercaliemia)
(ver secção 5.3).
No caso de a exposição a ARAII ter ocorrido a partir do segundo trimestre de gravidez, recomenda-se
a monitorização ultrassonográfica da função renal e dos ossos do crânio.
Lactentes cujas mães estiveram expostas a ARAII devem ser cuidadosamente observados no sentido
de diagnosticar hipotensão (ver secções 4.3 e 4.4).
Amamentação
Não se encontra disponível informação sobre a utilização de Copalia durante o aleitamento, assim a
terapêutica com Copalia não está recomendada e são preferíveis terapêuticas alternativas cujo perfil
de segurança durante o aleitamento esteja melhor estabelecido, particularmente em recém-nascidos ou
prematuros.
Fertilidade
Não existem estudos clínicos de fertilidade com Copalia.
Valsartan
Valsartan não teve efeitos adversos sobre o desempenho reprodutivo de ratos machos e fêmeas com
doses orais até 200 mg/kg/dia. Esta dose é 6 vezes a dose máxima recomendada para o ser humano
numa base de mg/m2 (os cálculos assumem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente com 60-kg).
Amlodipina
Foram notificados casos de alterações bioquímicas reversíveis na cabeça dos espermatozoides em
alguns doentes tratados com bloqueadores de canais de cálcio. Os dados clínicos sobre o potencial
efeito da amlodipina na fertilidade são insuficientes. Num estudo efetuado em ratos, foram detetadas
reações adversas na fertilidade de ratos machos (ver secção 5.3).
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Doentes a tomar Copalia e a conduzir veículos ou a utilizar máquinas devem ter em conta que podem
ocorrer ocasionalmente tonturas ou fadiga.
A amlodipina pode ter uma influência ligeira a moderada na capacidade de conduzir e utilizar
máquinas. Se os doentes em tratamento com amlodipina sentirem tonturas, dor de cabeça, fadiga ou
náuseas a capacidade de reação pode estar comprometida.
4.8 Efeitos indesejáveis
Resumo do perfil de segurança
A segurança de Copalia foi avaliada em cinco estudos clínicos controlados com 5.175 doentes, dos
quais 2.613 receberam valsartan em associação com amlodipina. As seguintes reações adversas foram
as que ocorreram mais frequentemente ou as mais significativas ou mais graves: nasofaringite, gripe,
48
hipersensibilidade, cefaleia, síncope, hipotensão ortostática, edema, edema depressível, edema facial,
edema periférico, fadiga, rubor, astenia e rubor cutâneo.
Tabela de reações adversas
As reações adversas foram classificadas em classes de frequência usando a seguinte convenção: muito
frequentes (≥1/10); frequentes (≥1/100, <1/10); pouco frequentes (≥1/1.000, <1/100); raros
(≥1/10.000, <1/1.000); muito raros (<1/10.000), desconhecido (não pode ser calculado a partir dos
dados disponíveis).
Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de
frequência.
Classes de
sistemas de
órgãos
MedDRA
Reações adversas Frequência
Copalia Amlodipina Valsartan
Infeções e
infestações
Nasofaringite Frequentes -- --
Gripe Frequentes -- --
Doenças do
sangue e do
sistema linfático
Diminuição dos valores de
hemoglobina e do
hematócrito
-- -- Desconheci
dos
Leucopenia -- Muito raros --
Neutropenia -- -- Desconheci
dos
Trombocitopenia, por vezes
com púrpura
-- Muito raros Desconheci
dos
Doenças do
sistema
imunitário
Hipersensibilidade Raros Muito raros Desconheci
dos
Doenças do
metabolismo e da
nutrição
Anorexia Pouco
Frequentes
-- --
Hipercalcemia Pouco
Frequentes
-- --
Hiperglicemia -- Muito raros --
Hiperlipidemia Pouco
Frequentes
-- --
Hiperuricemia Pouco
Frequentes
-- --
Hipocalemia Frequentes -- --
Hiponatremia Pouco
Frequentes
-- --
Perturbações do
foro psiquiátrico
Depressão -- Pouco
Frequentes
--
Ansiedade Raros -- --
Insónia/perturbações do
sono
-- Pouco
Frequentes
--
Alterações de humor -- Pouco
Frequentes
--
Confusão -- Raros --
49
Doenças do
sistema nervoso
Coordenação anormal Pouco
Frequentes
-- --
Tonturas Pouco
Frequentes
Frequentes --
Tontura postural Pouco
Frequentes
-- --
Disgeusia -- Pouco
Frequentes
--
Síndrome extrapiramidal -- Desconheci
dos
--
Cefaleias Frequentes Frequentes --
Hipertonia -- Muito raros --
Parestesia Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Neuropatia periférica,
neuropatia
-- Muito raros --
Sonolência Pouco
Frequentes
Frequentes --
Síncope -- Pouco
Frequentes
--
Tremor -- Pouco
Frequentes
--
Hipoestesia -- Pouco
Frequentes
--
Afeções oculares Perturbações da visão Raros Pouco
Frequentes
--
Perda de visão Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Afeções do
ouvido e do
labirinto
Acufenos Raros Pouco
Frequentes
--
Vertigens Pouco
Frequentes
-- Pouco
Frequentes
Cardiopatias Palpitações Pouco
Frequentes
Frequentes --
Síncope Raros -- --
Taquicardia Pouco
Frequentes
-- --
Arritmias (incluindo
bradicardia, taquicardia
ventricular e fibrilhação
auricular)
-- Muito raros --
Enfarte do miocárdio -- Muito raros --
Vasculopatias Rubor -- Frequentes --
Hipotensão Raros Pouco
Frequentes
--
Hipotensão ortostática Pouco
Frequentes
-- --
Vasculite -- Muito raros Desconheci
dos
50
Doenças
respiratórias,
torácicas e do
mediastino
Tosse Pouco
Frequentes
Muito raros Pouco
Frequentes
Dispneia -- Pouco
Frequentes
--
Dor faringolaríngea Pouco
Frequentes
-- --
Rinite -- Pouco
Frequentes
--
Doenças
gastrointestinais
Desconforto abdominal, dor
na zona superior do
abdómen
Pouco
Frequentes
Frequentes Pouco
Frequentes
Mau hálito -- Pouco
Frequentes
--
Obstipação Pouco
Frequentes
-- --
Diarreia Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Boca seca Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Dispepsia -- Pouco
Frequentes
--
Gastrite -- Muito raros --
Hiperplasia gengival -- Muito raros --
Náuseas Pouco
Frequentes
Frequentes --
Pancreatite -- Muito raros --
Vómitos -- Pouco
Frequentes
--
Afeções
hepatobiliares
Aumento das enzimas
hepáticas, incluindo
aumento da bilirrubina
sérica
-- Muito
raros*
Desconheci
dos
Hepatite -- Muito raros --
Colestase intrahepática,
icterícia
-- Muito raros --
51
Afeções dos
tecidos cutâneos
e subcutâneos
Alopécia -- Pouco
Frequentes
--
Angioedema -- Muito raros Desconheci
dos
Eritema Pouco
Frequentes
-- --
Eritema multiforme -- Muito raros --
Exantema Raros Pouco
Frequentes
--
Hiperhidrose Raros Pouco
Frequentes
--
Reação de fotosensibilidade -- Pouco
Frequentes
--
Prurido Raros Pouco
Frequentes
Desconheci
dos
Púrpura -- Pouco
Frequentes
--
Erupção cutânea Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
Desconheci
dos
Descoloração da pele -- Pouco
Frequentes
--
Urticária e outras formas de
erupção cutânea
-- Muito raros --
Dermatite exfoliativa -- Muito raros --
Síndrome de Stevens-
Johnson
-- Muito raros --
Edema de Quincke -- Muito raros --
Afeções
musculosquelétic
as e dos tecidos
conjuntivos
Artralgia Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Dor nas costas Pouco
Frequentes
Pouco
Frequentes
--
Edema das articulações Pouco
Frequentes
-- --
Espasmos musculares Raros Pouco
Frequentes
--
Mialgia -- Pouco
Frequentes
Desconheci
dos
Edema dos tornozelos -- Frequentes --
Sensação de peso Raros -- --
Doenças renais e
urinárias
Aumento da creatinina
sérica
-- -- Desconheci
dos
Perturbações da micção -- Pouco
Frequentes
--
Noctúria -- Pouco
Frequentes
--
Polaquiúria Raros Pouco
Frequentes
--
Poliúria Raros -- --
Insuficiência e compromisso
renal
-- -- Desconheci
dos
Doenças dos
órgãos genitais e
da mama
Impotência -- Pouco
Frequentes
--
Disfunção eréctil Raros -- --
Ginecomastia -- Pouco
Frequentes
--
52
Perturbações
gerais e
alterações no
local de
administração
Astenia Frequentes Pouco
Frequentes
--
Desconforto, mal-estar -- Pouco
Frequentes
--
Fadiga Frequentes Frequentes Pouco
Frequentes
Edema facial Frequentes -- --
Rubor, afrontamentos Frequentes -- --
Dor no peito não cardíaca -- Pouco
Frequentes
--
Edema Frequentes Frequentes --
Edema periférico Frequentes -- --
Dor -- Pouco
Frequentes
--
Edema depressível Frequentes -- --
Exames
complementares
de diagnóstico
Aumento do potássio sérico -- -- Desconheci
dos
Aumento de peso -- Pouco
Frequentes
--
Perda de peso -- Pouco
Frequentes
--
* Principalmente relacionado com colestase
Informação adicional sobre a associação
Edema periférico, um efeito secundário reconhecido para a amlodipina, foi normalmente observado
com menor incidência em doentes que receberam a associação amlodipina/valsartan do que nos que
receberam amlodipina isoladamente. Em ensaios clínicos controlados, em dupla ocultação, a
incidência de edema periférico por dose foi a seguinte:
% de doentes com edema
periférico
Valsartan (mg)
0 40 80 160 320
Amlodipina
(mg)
0 3,0 5,5 2,4 1,6 0,9
2,5 8,0 2,3 5,4 2,4 3,9
5 3,1 4,8 2,3 2,1 2,4
10 10,3 ND ND 9,0 9,5
A incidência média de edema periférico ponderada com todas as doses foi de 5,1% com a associação
amlodipina/valsartan.
Informação adicional sobre os componentes individuais
As reações adversas previamente notificadas com um dos componentes individuais (amlodipina ou
valsartan) podem ser também potenciais reações adversas de Copalia, mesmo que não tenham sido
observados em ensaios clínicos ou durante o período pós-comercialização.
Amlodipina
Frequentes Sonolência, tonturas, palpitações, dores abdominais, náuseas, edema dos
tornozelos.
Pouco
frequentes
Insónias, alterações do humor (incluindo ansiedade), depressão, tremores,
disgeusia, síncope, hipoestesia, alterações da visão (incluindo diplopia), zumbidos,
hipotensão, dispneia, rinite, vómitos, dispepsia, alopécia, púrpura, descoloração da
53
pele, hipersudorese, prurido, exantema, mialgias, câibras musculares, dor,
alterações da micção, aumento da frequência urinária, impotência, ginecomastia,
dor torácica, mal-estar geral, aumento de peso, diminuição de peso.
Raros Confusão.
Muito raros Leucopenia, trombocitopenia, reação alérgica. hiperglicemia, hipertonia,
neuropatia periférica,enfarte do miocárdio, arritmia (incluindo bradicardia,
taquicardia ventricular e fibrilhação auricular), vasculite, pancreatite, gastrite,
hiperplasia gengival, hepatite, icterícia e aumento das enzimas hepáticas*,
angioedema, eritema multiforme, urticária, dermatite exfoliativa, síndrome de
Stevens-Johnson, edema de Quincke, fotosensibilidade..
* Principalmente relacionado com colestase
Foram notificados casos excecionais de síndrome extrapiramidal.
Valsartan
Desconhecidos Diminuição dos valores de hemoglobina, diminuição do hematócrito, neutropenia,
trombocitopenia, aumento do potássio sérico, elevação dos valores da função
hepática incluindo aumento da bilirrubina sérica, compromisso renal e
insuficiência renal, aumento da creatinina sérica, angioedema, mialgia, vasculite,
hipersensibilidade incluindo doença do soro.
4.9 Sobredosagem
Sintomas
Não há experiência de sobredosagem com Copalia. O principal sintoma de sobredosagem com
valsartan é possivelmente hipotensão acentuada com tonturas. A sobredosagem com amlodipina pode
resultar em vasodilatação periférica excessiva e, possivelmente, taquicárdia reflexa. Foram descritas
hipotensão sistémica acentuada e potencialmente prolongada até, e incluindo, choque com desfecho
fatal.
Tratamento
Se a ingestão é recente podem ser consideradas indução do vómito ou lavagem gástrica. A
administração de carvão ativado a voluntários saudáveis imediatamente ou até duas horas após a
ingestão de amlodipina demonstrou diminuir significativamente a absorção de amlodipina. A
hipotensão clinicamente significativa devido a sobredosagem de Copalia requer suporte
cardiovascular ativo, incluindo a monitorização frequente das funções cardíaca e respiratória,
elevação dos membros inferiores, vigilância da volémia e do débito urinário. Um vasoconstritor pode
auxiliar a restabelecer o tónus vascular e a pressão arterial, desde que não haja qualquer
contraindicação à sua utilização. O gluconato de cálcio intravenoso pode ser benéfico na reversão dos
efeitos do bloqueio dos canais de cálcio.
Não é provável que o valsartan e a amlodipina sejam eliminados por hemodiálise.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: agentes com ação sobre o sistema renina-angiotensina, antagonistas da
angiotensina II, associações, antagonistas da angiotensina II e bloqueadores da entrada do cálcio,
código ATC: C09DB01
Copalia associa dois compostos anti-hipertensivos com mecanismos de ação complementares para
controlar a pressão arterial em doentes com hipertensão essencial: a amlodipina pertence à classe dos
antagonistas do cálcio e o valsartan à classe de medicamentos dos antagonistas da angiotensina II. A
54
associação destas substâncias tem um efeito anti-hipertensivo aditivo, reduzindo a pressão arterial em
maior grau do que qualquer um dos seus componentes isoladamente.
Amlodipina/Valsartan
A associação de amlodipina e valsartan produz uma redução aditiva relacionada com a dose na
pressão arterial ao longo do seu intervalo de dose terapêutica. O efeito anti-hipertensor de uma dose
única da associação persistiu durante 24 horas.
Ensaios controlados com placebo
Mais de 1.400 doentes hipertensos receberam Copalia uma vez por dia em dois ensaios controlados
com placebo. Forem incluídos adultos com hipertensão essencial ligeira a moderada não complicada
(pressão arterial diastólica média na posição sentada 95 e <110 mmHg). Foram excluídos doentes
com risco cardiovascular elevado – insuficiência cardíaca, diabetes tipo I e diabetes tipo II
insuficientemente controlada e antecedentes de enfarte do miocárdio ou AVC no intervalo de um ano.
Ensaios controlados com fármaco ativo em doentes que não responderam à monoterapia
Um ensaio clínico multicêntrico, aleatorizado, sob dupla ocultação, controlado com ativo, de grupos
paralelos demonstrou normalização da pressão arterial (pressão arterial diastólica na posição sentada
<90 mmHg no final do ensaio) em doentes insuficientemente controlados com valsartan 160 mg em
75% dos doentes tratados com amlodipina/valsartan 10 mg/160 mg e em 62% dos doentes tratados
com amlodipina/valsartan 5 mg/160 mg, em comparação com 53% dos doentes que permaneceram
com valsartan 160 mg. A adição de amlodipina 10 mg e 5 mg produziu uma redução adicional na
pressão arterial sistólica/diastólica de 6,0/4,8 mmHg e 3,9/2,9 mmHg, respetivamente, em
comparação com os doentes que continuaram apenas com valsartan 160 mg.
Um ensaio multicêntrico, aleatorizado, sob dupla ocultação, controlado com ativo, de grupos
paralelos demonstrou normalização da pressão arterial (pressão arterial diastólica na posição sentada
<90 mmHg no final do ensaio) em doentes insuficientemente controlados com amlodipina 10 mg em
78% dos doentes tratados com amlodipina/valsartan 10 mg/160 mg, em comparação com 67% dos
doentes que permaneceram com amlodipina 10 mg. A adição de valsartan 160 mg produziu uma
redução adicional na pressão arterial sistólica/diastólica de 2,9/2,1 mmHg em comparação com os
doentes que continuaram apenas com amlodipina 10 mg.
Copalia também foi estudado num estudo controlado com ativo de 130 doentes hipertensos com
pressão arterial diastólica média na posição sentada ≥110 mmHg e <120 mmHg. Neste estudo
(pressão arterial inicial de 171/113 mmHg), um regime de Copalia de 5 mg/160 mg titulado até
10 mg/160 mg reduziu a pressão arterial na posição sentada em 36/29 mmHg em comparação com
32/28 mmHg com um regime de lisinopril/hidroclorotiazida 10 mg/12,5 mg titulado até
20 mg/12,5 mg.
Em dois estudos de follow-up de longa duração o efeito de Copalia foi mantido durante mais de um
ano. A interrupção súbita de Copalia não esteve associada a um rápido aumento da pressão arterial.
A idade, o sexo, a raça ou o índice de massa corporal (≥30 kg/m2, <30 kg/m
2) não influenciam a
resposta ao Copalia.
Copalia não foi estudado em qualquer população de doentes que não a hipertensa. O valsartan foi
estudado em doentes após enfarte do miocárdio e com insuficiência cardíaca. A amlodipina foi
estudada em doentes com angina vasospática e doença das artérias coronárias documentada
angiograficamente.
Amlodipina
O componente amlodipina de Copalia inibe a entrada transmembranar de iões de cálcio na
musculatura lisa cardíaca e vascular. O mecanismo da ação anti-hipertensivo da amlodipina deve-se a
um efeito relaxante direto no músculo liso vascular, que provoca reduções na resistência vascular
periférica e na pressão arterial. Dados experimentais sugerem que a amlodipina se liga a ambos os
55
locais de ligação da di-hidropiridina e não-di-hidropiridina. O processo contráctil do músculo
cardíaco e do músculo liso vascular dependem do movimento de iões cálcio extracelulares nestas
células através de canais iónicos específicos.
Após a administração de doses terapêuticas a doentes com doses com hipertensão, a amlodipina
produz vasodilatação, resultando na redução das pressões arteriais nas posições supina e ortostática.
Com a administração crónica, estas reduções na pressão arterial não são acompanhadas por uma
alteração significativa na frequência cardíaca ou níveis de plasmáticos de catecolaminas.
As concentrações plasmáticas estão correlacionadas com o efeito quer em doentes jovens, quer em
idosos.
Em doentes hipertensos com função renal normal, doses terapêuticas de amlodipina resultaram numa
diminuição na resistência vascular renal e num aumento da taxa de filtração glomerular e fluxo
plasmático renal efetivo, sem alteração na fração de filtração ou proteinúria.
Tais como com outros bloqueadores dos canais de cálcio, as determinações hemodinâmicas da função
cardíaca em repouso e durante exercício (ou pacing) em doentes com função ventricular normal
tratados com amlodipina demonstraram geralmente um pequeno aumento no indíce cardíaco, sem
influência significativa na dP/dt ou na pressão ou volume ventricular esquerda diastólica. Em estudos
hemodinâmicos, a amlodipina não foi associada a um efeito inotrópico negativo quando administrada
no intervalo de doses terapêuticas a animais intactos ou a humanos, mesmo quando administrada
simultaneamente com bloqueadores beta a humanos.
A amlodipina não altera a função nodal sinoauricular ou a condução auriculo-ventricular em animais
intactos ou em humanos. Em estudos clínicos nos quais a amlodipina foi administrada em associação
com bloqueadores beta a doentes com hipertensão ou angina, não foram observados efeitos adversos
nos parâmetros eletrocardiográficos.
Utilização em doentes com hipertensão
Um estudo de morbilidade-mortalidade, em dupla ocultação, aleatorizado, denominado
Antihypertensive and Lipid-Lowering treatment to prevent Heart Attack Trial (ALLHAT) foi
realizado para comparar terapêuticas mais recentes: amlodipina 2,5-10 mg/por dia (antagonista dos
canais do cálcio) ou lisinopril 10-40 mg/dia (inibidor da ECA) como terapêuticas de primeira linha
com diuréticos tiazídicos, clortalidona 12,5-25 mg por dia na hipertensão ligeira a moderada.
Um total de 33.357 doentes hipertensos com idade igual ou superior a 55 anos foram aleatorizados e
acompanhados durante uma média de 4,9 anos. Os doentes tinham pelo menos um fator de risco
adicional de doença coronária, incluindo: enfarte do miocárdio anterior ou acidente vascular cerebral
(>6 meses antes da inclusão) ou outra doença cardiovascular aterosclerótica documentada (global
51,5%), diabetes tipo 2 (36,1%), colesterol - lipoproteína de alta densidade <35 mg/dl ou
<0,906 mmol/l (11,6%), hipertrofia ventricular esquerda diagnosticada por eletrocardiograma ou
ecocardiografia (20,9%), fumador atual (21,9%).
O objetivo primário foi um conjunto de doença coronária fatal ou enfarte do miocárdio não-fatal. Não
houve diferença significativa no objetivo primário entre a terapêutica baseada em amlodipina e a
terapêutica baseada em clortalidona: razão do risco (RR) 0,98; 95% IC (0,90-1,07) p=0,65. Entre os
objetivos secundários, a incidência de insuficiência cardíaca (componente de um objetivo
cardiovascular composto) foi significativamente superior no grupo da amlodipina comparativamente
com o grupo de clortalidona (10,2% versus 7,7%, RR 1,38; 95% IC [1,25-1,52] p<0,001). No entanto,
não houve diferença significativa na mortalidade por todas as causas entre a terapêutica baseada em
amlodipina e a terapêutica baseada em clortalidona RR 0,96; 95% IC [0,89-1,02] p=0,20.
Valsartan
O valsartan é um antagonista dos recetores da angiotensina II específico, potente e oralmente ativo.
Atua de forma seletiva no subtipo de recetores AT1, que é responsável pelas ações conhecidas da
56
angiotensina II. O aumento dos níveis plasmáticos de angiotensina II após o bloqueio dos recetores
AT1 com valsartan pode estimular os recetores do subtipo AT2 não bloqueados, que parecem
contrabalançar o efeito dos recetores AT1. O valsartan não apresenta qualquer atividade agonista
parcial no recetor AT1 e apresenta uma afinidade muito maior para o recetor AT1 (20.000 vezes
superior) do que para o recetor AT2.
O valsartan não inibe a ECA, também conhecida como quininase II, que converte a angiotensina I em
angiotensina II e degrada a bradiquinina. Uma vez que não há efeito na ECA nem potenciação da
bradiquinina ou substância P é improvável que os antagonistas da angiotensina II estejam associados a
tosse. Nos ensaios clínicos em que valsartan foi comparado com um inibidor da ECA, a incidência de
tosse seca foi significativamente menor (p <0,05) nos doentes tratados com valsartan do que nos
doentes tratados com um inibidor da ECA (2,6% versus 7,9%, respetivamente). Num ensaio clínico
realizado em doentes com história de tosse seca durante a terapêutica com inibidor da ECA, ocorreu
tosse em 19,5% dos indivíduos tratados com valsartan e em 19,0% dos tratados com um diurético
tiazídico, comparativamente a 68,5% dos indivíduos tratados com um inibidor da ECA (p <0,05). O
valsartan não se liga nem bloqueia outros recetores hormonais ou canais iónicos reconhecidamente
importantes na regulação cardiovascular.
A administração de valsartan a doentes com hipertensão provoca uma redução da pressão arterial sem
afetar a frequência cardíaca.
Na maioria dos doentes, após a administração de uma dose oral única, o início da atividade anti-
hipertensiva ocorre no intervalo de 2 horas, atingindo-se a redução máxima da pressão arterial no
intervalo de 4-6 horas. O efeito anti-hipertensivo persiste ao longo de 24 horas após a administração.
Durante a administração de doses repetidas, a redução máxima da pressão arterial com qualquer dose
é geralmente obtida decorridas 2-4 semanas, mantendo-se durante o tratamento prolongado. A
interrupção súbita de valsartan não está associada a hipertensão de rebound ou a quaisquer outros
efeitos clínicos adversos.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Linearidade
A amlodipina e o valsartan exibem uma farmacocinética linear.
Amlodipina/Valsartan
Após a administração oral de Copalia, as concentrações plasmáticas máximas de valsartan e
amlodipina são alcançadas em 3 e 6-8 horas, respetivamente. A taxa e a extensão da absorção de
Copalia são equivalentes à biodisponibilidade do valsartan e da amlodipina quando administrados
como comprimidos individuais.
Amlodipina
Absorção: Após a administração oral de doses terapêuticas de amlodipina isoladamente, as
concentracões plasmáticas máximas de amlodipina são alcançadas em 6-12 horas. A
biodisponibilidade absoluta varia entre 64% e 80%. A biodisponibilidade da amlodipina não é afetada
pela ingestão de alimentos.
Distribuição: O volume de distribuição é de aproximadamente 21 l/kg. Estudos in vitro com
amlodipina demonstraram que aproximadamente 97,5% do fármaco em circulação está ligado às
proteínas plasmáticas.
Biotransformação: A amlodipina é amplamente (aproximadamente 90%) metabolizada pelo fígado em
metabolitos inativos.
Eliminação: A eliminação da amlodipina do plasma é bifásica, com uma semivida de eliminação
terminal de aproximadamente 30 a 50 horas. Os níveis plasmáticos no estado estacionário são
57
alcançados após a administração contínua durante 7-8 dias. Na urina são excretados dez por cento da
amlodipina original e 60% de metabolitos da amlodipina.
Valsartan
Absorção: Após a administração oral de valsartan isoladamente, as concentracões plasmáticas
máximas de valsartan são alcançadas em 2-4 horas. A biodisponibilidade média absoluta é de 23%.
Os alimentos reduzem a exposição (como determinado pela AUC) ao valsartan em cerca de 40% e as
concentracões plasmáticas máximas (Cmáx) em cerca de 50%, embora aproximadamente a partir das
8 horas após a administração, as concentrações plasmáticas de valsartan sejam semelhantes nos
grupos pós-prandial e em jejum. Esta redução da AUC não é, contudo, acompanhada por uma redução
clinicamente significativa do efeito terapêutico e o valsartan pode, portanto, ser administrado com ou
sem alimentos.
Distribuição: O volume de distribuição do valsartan no estado estacionário após administração
intravenosa é de cerca de 17 litros, o que indica que o valsartan não se distribui extensivamente nos
tecidos. O valsartan apresenta uma elevada taxa de ligação às proteínas séricas (94-97%),
principalmente à albumina sérica.
Biotransformação: O valsartan não é transformado numa elevada extensão já que apenas 20% da dose
é recuperada como metabolitos. Foi identificado um hidroximetabolito no plasma em baixas
concentrações (menos do que 10% da AUC de valsartan). Este metabolito é farmacologicamente
inativo.
Eliminação: O valsartan apresenta uma cinética de degradação multiexponencial (t½α <1 h e t½ß
aproximadamente igual a 9 h).O valsartan é excretado principalmente nas fezes (cerca de 83% da
dose) e na urina (cerca de 13% da dose), principalmente como composto inalterado. Após
administração intravenosa, a depuração plasmática do valsartan é cerca de 2 l/h e a sua depuração
renal é de 0,62 l/h (cerca de 30% da depuração total). A semivida do valsartan é de 6 horas.
Populações especiais
População pediátrica (idade inferior a 18 anos)
Não estão disponíveis dados de farmacocinética na população pediátrica.
Idosos (idade 65 anos ou superior)
O tempo até às concentracões plasmáticas máximas de amlodipina é semelhante em doentes jovens e
idosos. Em doentes idosos, a depuração da amlodipina tem tendência a diminuir, provocando
aumentos na área sob a curva (AUC) e semivida de eliminação. A AUC sistémica média do valsartan
é 70% mais elevada nos idosos do que nos jovens, pelo que é necessária precaução quando se
aumenta a dose.
Compromisso renal
A farmacocinética da amlodipina não é significativamente influenciada pelo compromisso renal. Tal
como esperado para um composto em que a depuração renal contribui para apenas 30% da depuração
plasmática total, não foi observada qualquer correlação entre a função renal e a exposição sistémica
ao valsartan.
Afeção hepática
A informação clínica disponível sobre a administração da amlodipina em doentes com afeção hepática
é muito limitada. Os doentes com afeção hepática apresentam uma reduzida depuração da amlodipina,
com o consequente aumento de aproximadamente 40-60% na AUC. Em média, em doentes com
doença hepática crónica ligeira a moderada, a exposição ao valsartan (determinada pelos valores da
AUC) é o dobro da observada em voluntários saudáveis (emparelhados por idade, sexo e peso). Deve
ter-se cuidado em doentes com doença hepática (ver secção 4.2).
5.3 Dados de segurança pré-clínica
58
Amlodipina/Valsartan
As reações adversas observadas em estudos em animais com possível relevância clínica foram as
seguintes:
Foram observados sinais histopatológicos de inflamação da mucosa gástrica em ratos macho com uma
exposição de cerca de 1,9 (valsartan) e 2,6 (amlodipina) vezes as doses clínicas de 160 mg de
valsartan e 10 mg de amlodipina. Com exposições superiores, verificou-se ulceração e erosão da
mucosa do estômago em machos e fêmeas. Alterações semelhantes foram também observadas no
grupo de valsartan isolado (exposição 8,5-11,0 vezes a dose clínica de 160 mg de valsartan).
Verificou-se um aumento da incidência e gravidade de basofilia/hialinização, dilatação e cilindros
tubulares renais, assim como inflamação intersticial com predomínio de linfócitos e hipertrofia da
camada média arteriolar com uma exposição de 8-13 (valsartan) e 7-8 (amlodipina) vezes as doses
clínicas de 160 mg de valsartan e 10 mg de amlodipina. Alterações semelhantes foram observadas no
grupo de valsartan isolado (exposição 8,5-11,0 vezes a dose clínica de 160 mg de valsartan).
Num estudo de desenvolvimento embrio-fetal efetuado em ratos, foi observada um aumento da
incidência de dilatações ureterais, malformações do esterno e vertebras e de falanges das patas
dianteiras não ossificadas com exposições de cerca de 12 (valsartan) e 10 (amlodipina) vezes as doses
clínicas de 160 mg de valsartan e 10 mg de amlodipina. As dilatações dos ureteres também foram
observadas no grupo tratado com valsartan isolado (exposição 12 vezes a dose clínica de 160 mg de
valsartan). Neste estudo verificaram-se apenas sinais modestos de toxicidade materna (redução
moderada do peso corporal). O nível de efeito não observado para efeitos no desenvolvimento foi
observado com 3 (valsartan) e 4 (amlodipina) vezes a exposição clínica (com base na AUC).
Para os compostos isolados não se observou evidência de mutagenicidade, clastogenicidade ou
carcinogenicidade.
Amlodipina
Toxicologia reprodutiva
Estudos de reprodução em ratos e ratinhos mostraram um atraso na data do parto, duração prolongada
do trabalho de parto e diminuição da sobrevivência das crias em doses aproximadamente 50 vezes
superiores à dose máxima recomendada para humanos, com base nas mg/kg.
Compromisso da fertilidade
Não houve efeito na fertilidade de ratos tratados com amlodipina (machos durante 64 dias e fêmeas
14 dias antes do acasalamento) em doses até 10 mg/kg/dia (8 vezes* a dose máxima recomendada
para o humano de 10 mg com base nas mg/m2 ). Noutro estudo com ratos, no qual os ratos machos
eram tratados com besilato de amlodipina durante 30 dias com uma dose comparável à dose humana
com base nas mg/kg, foi observada uma diminuição da hormona folículo-estimulante e da testosterona
assim como uma diminuição da densidade do esperma e do número de espermatídeos maduros e
células de Sertoli.
Carcinogénese, mutagénese
Ratos e ratinhos tratados com amlodipina na dieta, durante dois anos, em concentrações calculadas
para fornecerem níveis de dose diária de 0,5, 1,25 e 2,5 mg/kg/dia não mostraram evidência de
carcinogenicidade. A dose mais elevada (para ratinhos, semelhante à, e para os ratos a duplicar*, dose
máxima recomendada de 10 mg com base nas mg/m2) foi próxima da dose máxima tolerada para os
ratinhos mas não para os ratos.
Estudos de mutagénese não demonstraram efeitos relacionados com o medicamento tanto a nível dos
genes como dos cromossomas.
* baseado num peso de doente de 50 kg.
Valsartan
59
Os dados não clínicos não revelam qualquer risco especial para o ser humano baseados em estudos
convencionais de segurança farmacológica, toxicidade de dosagem repetida, genotoxicidade e
potencial carcinogénico.
Nos ratos, doses tóxicas a nível materno (600 mg/kg/dia) durante os últimos dias de gestação e
aleitamento levaram a menor sobrevivência, menos aumento de peso e atraso no desenvolvimento
(descolamento do pavilhão da orelha e abertura do canal auricular) das crias (ver secção 4.6). Estas
doses em ratos (600 mg/kg/dia) foram aproximadamente 18 vezes a dose máxima recomendada para o
ser humano numa base de mg/m2 (os cálculos assumem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente de
60 kg).
Em estudos não clínicos de segurança, doses elevadas de valsartan (200 a 600 mg/kg de peso
corporal) provocaram em ratos a redução dos parâmetros dos glóbulos vermelhos (eritrócitos,
hemoglobina, hematócritos) e evidência de alterações hemodinâmicas renais (ureia plasmática
levemente aumentada e hiperplasia tubular renal e basofilia nos machos). Estas doses em ratos (200 a
600 mg/kg/dia) foram aproximadamente 6 e 18 vezes a dose máxima recomendada para o ser humano
numa base de mg/m2 (os cálculos pressupõem uma dose oral de 320 mg/dia e um doente de 60 kg).
Em macacos saguís com doses similares as alterações foram similares apesar de com maior gravidade,
particularmente nos rins onde as alterações evoluíram para nefropatia que incluiu aumento de ureia e
creatinina.
Foram também verificadas em ambas as espécies hipertrofia das células renais justaglomerulares.
Considerou-se que todas as alterações foram causadas pela ação farmacológica de valsartan, o qual
produz uma hipotensão prolongada, particularmente nos macacos saguís. Para doses terapêuticas de
valsartan no ser humano, a hipertrofia das células renais justaglomerulares parece não ter qualquer
relevância.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS
6.1 Lista dos excipientes
Núcleo do comprimido:
Celulose microcristalina
Crospovidona Tipo A
Sílica coloidal anidra
Estearato de magnésio
Revestimento:
Hipromelose
Dióxido de titânio (E171)
Óxido de ferro amarelo (E172)
Óxido de ferro vermelho (E172)
Macrogol 4000
Talco
6.2 Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3 Prazo de validade
3 anos.
6.4 Precauções especiais de conservação
60
Não conservar acima de 30°C.
Conservar na embalagem de origem para proteger da humidade.
6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Blisters de PVC/PVDC. Um blister contém 7, 10 ou 14 comprimidos revestidos por película.
Apresentações: 7, 14, 28, 30, 56, 90, 98 ou 280 comprimidos revestidos por película e embalagens
múltiplas contendo 280 (4x70 ou 20x14) comprimidos revestidos por película.
Blisters destacáveis de PVC/PVDC para dose unitária: Um blister contém 7, 10 ou 14 comprimidos
revestidos por película.
Apresentações. 56, 98 ou 280 comprimidos revestidos por película.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não existem requisitos especiais.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Novartis Europharm Limited
Wimblehurst Road
Horsham
West Sussex, RH12 5AB
Reino Unido
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
EU/1/06/372/017
EU/1/06/372/018
EU/1/06/372/019
EU/1/06/372/020
EU/1/06/372/021
EU/1/06/372/022
EU/1/06/372/023
EU/1/06/372/024
EU/1/06/372/031
EU/1/06/372/032
EU/1/06/372/033
EU/1/06/372/036
EU/1/06/372/039
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE
INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 16.01.2007
Data da última renovação: 16.01.2012
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO