ISSN 2176-1396
ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS POR MEIO DE
INVENTÁRIO COMPORTAMENTAL
Miriam Nascimento de Lima1 - UNESP
Regina Keiko Kato Miura2 - UNESP
Grupo de Trabalho - Diversidade e Inclusão
Agencia Financiadora: PROEX- Reitoria/UNESP
Resumo
O educando que apresenta Transtorno de Comportamento (TC) necessita de ações educativas
preventivas e se associa a outros transtornos frequentes no ambiente escolar como, por
exemplo, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDHA) e Transtorno de
Aprendizagem (TA). A escola tem como objetivo auxiliar o aluno com necessidades
educacionais especiais a adquirir habilidades e conhecimentos que lhes permitam viver em
sociedade de forma independente. Há necessidade de formação do professor a fim de
melhorar as interações e diálogos com os alunos. Destaca-se o papel de suas habilidades
sociais educativas na promoção de processos de ensino e aprendizagem efetiva. O presente
trabalho teve por objetivo analisar o desenvolvimento nas áreas de socialização, cognição,
linguagem, desenvolvimento motor e autocuidado após a intervenção educacional com
crianças que apresentavam transtorno de conduta. Os participantes foram três alunos, faixa
etária de 4 a 6 anos, da demanda dos atendimentos da fonoaudiologia que apresentavam
problemas de comportamento. O estudo foi desenvolvido no Centro de Estudos da Educação
e da Saúde - CEES, unidade auxiliar da Unesp/ Marília. A análise dos dados do
desenvolvimento de cada criança foi realizada por meio do Inventário Operacionalizado
Portage. Os resultados indicaram que os alunos, após apresentar condutas sócias mais
adequadas, apresentaram uma melhora significativa ou alta frequências em objetivos
educacionais das cinco áreas avaliadas pelo Inventário Portage Operacionalizado.
Palavras-chave: Transtorno de comportamento. Habilidades sociais. Educação inclusiva.
Introdução
Atualmente a escola tem como objetivo auxiliar o aluno com necessidades
educacionais especiais a adquirir habilidades e conhecimentos que lhes permitam viver em
sociedade de forma independente e, talvez, com autonomia social, econômica e profissional.
1 Graduada em Pedagogia pela UNESP de Marília. E-mail: [email protected].
2 Departamento de educação espacial, Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP de Marília. E-mail:
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A Declaração de Salamanca (1994) marcou o movimento político de ampliação e
democratização do ensino e favoreceu as principais diretrizes para construção de uma escola
inclusiva, tais como: toda criança tem direito à educação de qualidade e deve ter a
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; toda criança possui
características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são inerentes dela;
os sistemas educacionais devem ser reorganizados e os programas educacionais devem
considerar a diversidade e as necessidades específicas do aluno com necessidades especiais;
os alunos com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular e devem
ser acompanhados de uma pedagogia centrada na criança; as escolas regulares com orientação
inclusiva é um meio para combater atitudes discriminatórias, criar comunidades acolhedoras,
construir uma sociedade inclusiva para alcançar a meta de educação para todos.
Neste contexto, atualmente as escolas brasileiras têm vivenciado um forte movimento
de ampliação do acesso e democratização do ensino, com os desafios de se reorganizarem
para que ocorra a escolarização de todos os alunos no ensino regular. Focalizam-se, também,
as necessidades de formação do professor a fim de melhorar as interações e diálogos com os
alunos, ou seja, destaca-se o papel de suas habilidades sociais educativas na promoção de
processos de ensino e aprendizagem.
O educando que apresenta Transtorno de Conduta-TC é considerado um aluno
diferente, que precisa de ações educativas especiais. Nesse sentido é importante conscientizar
acerca dos direitos do educando para garantia de respeito e educação de qualidade a esses
alunos.
Transtorno de Comportamento (TC) é caracterizado como “um padrão repetitivo e
persistente de comportamento no qual são violados os direitos individuais dos outros ou
normas ou regras sociais importantes da própria idade” (APA, 2002, p. 124).
Segundo o DSM IV (2002) a predisposição ao Transtorno de Comportamento se refere
aos seguintes fatores: rejeição e negligência parental, temperamento difícil desde bebê,
práticas inconsistentes criação dos filhos, abuso físico ou sexual, falta de supervisão, família
muito numerosa, associação com grupo de companheiros delinquentes e certos tipos de
psicopatologias em parentes próximos. Os transtornos variam com a idade, à medida que o
indivíduo desenvolve maior força física, capacidades cognitivas e maturidade sexual.
O TC pode estar associado a outros transtornos frequentes no ambiente escolar como
por exemplo, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDHA) e Transtorno
de Aprendizagem (TA). Miura (2013) relata que alunos que apresentam: indisciplina,
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dificuldade de aprendizagem, problemas de comportamento entre outros, muitas vezes
também são considerados educandos com necessidades educacionais.
Parrat-Dayan (2011) relata que na escola a apresentação dos problemas de
comportamento por alunos, podem também ser definidos como indisciplina e pode ser
explicada por diversas razões sociais, familiares, problemas cognitivos e também por fatores
situacionais e contextuais menos espetaculares.
Atualmente quando se fala em indisciplina escolar muitos professores apontam a
família como culpada pela “falta de educação” de seus filhos e acreditam que o alicerce na
edificação de valores morais é papel dos pais, mas reconhecem que a escola é um espaço
complementar na construção dos valores sociais e morais.
Miura (2006) cita os estudos de Patterson, et al. (2002) que afirmam que os
comportamentos pró-sociais e desviantes podem ser subproduto direto de intercâmbios
sociais, principalmente com membros da família. Miura (2013) relata que muitas das
respostas inadequadas dos filhos estavam relacionadas ao uso de habilidades de manejo
inconsistente dos pais para lidar com a desobediência.
Ramey e Ramey (1998) destaca que o atendimento individualizado da criança
possibilita a identificação de risco, e a avaliação da família permite a contextualização e a
definição de estratégias de intervenção nos valores e rotinas desta que poderiam contribuir
para o êxito dos programas de intervenção.
Sígolo (2000) e Linhares (2003) destacam o papel exercido pela figura materna no
ambiente familiar e no desenvolvimento da criança. As autoras relatam que a interação mãe-
filho pode contribuir significativamente como mecanismo de proteção psicossocial aos bebês
vulneráveis, atuando como facilitadora do desenvolvimento infantil.
O Inventário Portage Operacionalizado-IPO é uma proposta de intervenção no
ambiente natural de crianças a partir da detecção do atraso no desenvolvimento, por meio de
treinamento específico dado aos pais, visa a aceleração do desempenho destas crianças
durante a idade pré-escolar. O IPO é composto de 580 itens que abrangem cinco áreas do
desenvolvimento (socialização, cognição, linguagem, autocuidados e desenvolvimento motor)
e ainda inclui uma área de estimulação infantil, destinada a bebês na faixa etária de recém-
nascidos até os quatro meses de vida.
O IPO é um instrumento de coleta de informação por meio da observação da criança
na faixa etária de 0 a 6 anos para a análise sistemática das áreas de estimulação infantil,
cognição, linguagem, autocuidado, socialização e desenvolvimento motor. Por meio da
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avaliação na área de socialização é possível observar como a criança se comporta em casa, em
locais públicos, com interlocutores mais velhos, com crianças da mesma idade. Os requisitos
básicos de desenvolvimento na faixa etária em que a criança se encontra mostram se a mesma
se desenvolveu de acordo com a sua idade, de forma global, e não somente o aspecto
cognitivo, como a maioria das escolas preconiza e pratica. O material é composto por ficha
de Registro do Inventário Portage Operacionalizado - IPO (Williams e Aiello, 2001), e
observam-se as seguintes áreas e itens: socialização (83itens), cognição (108 itens);
linguagem (99 itens); autocuidados (105 itens); desenvolvimento motor (140 itens). Os itens
foram selecionados de acordo com a faixa etária em que os alunos do estudo se encontravam,
totalizando assim 535 itens. Nessa pesquisa não se utilizará os itens da área de estimulação
infantil (45 itens) devido a faixa etária dos participantes.
O inventário foi adaptado por duas psicólogas brasileiras, Williams e Aiello (2001),
que traduziram o instrumento para o português e operacionalizaram cada um dos itens,
propôs-lhes definições, critérios, especificação das condições de avaliação e descrição do
material a ser utilizado. Entretanto, o guia apresenta limitações, pois deve ser usado em
combinação com escalas de desenvolvimento padronizadas, porque serve apenas como
estratégia de avaliação não padronizado e informal. Portanto, deve ser usado com cautela e
criteriosamente em estudos e realizar a verificação da fidedignidade para implementação.
Rossit (1997) utilizou os itens do Inventário Portage destinados à faixa etária de 0 a 2
anos num estudo com bebês Síndrome de Down. A amostra foi dividida em dois grupos em
função de oferecer ou não treinamento; com sessões quinzenais, sendo que para o grupo sem
treinamento não havia intervenção e só comparecia ao serviço para avaliações mensais. Os
dados mostraram que os bebês do grupo intervenção tiveram um desenvolvimento global nas
áreas avaliadas pelo IPO: socialização, cognição, desenvolvimento motor, linguagem,
autocuidado, em relação aos do grupo controle, especialmente nos primeiros meses de
intervenção.
Utilizou-se a análise funcional e estratégias de gestão de comportamento (MIURA,
2006) e analisou os dados do desenvolvimento nas áreas do Inventário Operacionalizado
Portage (WILLIAMS; AIELLO, 2001): socialização, cognição, linguagem, desenvolvimento
motor e autocuidado. O Inventário Portage Operacionalizado – IPO oferece uma avaliação
informal, porém sistemática, da área de socialização cujos dados permite uma comparação
antes e depois da intervenção em gestão de comportamento.
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Esse trabalho teve por objetivo analisar o desenvolvimento nas áreas de socialização,
cognição, linguagem, desenvolvimento motor e autocuidado após a intervenção educacional
com crianças, faixa etária de 4 a 6 anos que apresentam transtorno de conduta.
O foco desse trabalho foi diminuir comportamentos inadequados para promoção de
habilidades sociais, acadêmicas, motoras, linguagem e autocuidado analisados por meio do
uso de inventário Portage operacionalizado - IPO
Metodologia
Para obtenção dos dados dessa pesquisa foram selecionadas crianças com problemas
comportamentais, oriundos dos atendimentos da fonoaudiologia para o projeto de extensão
“Ensino de habilidades de manejo de comportamento para graduandos de Pedagogia e
fonoaudiologia”, após seleção dos participantes foi realizado uma avaliação inicial com o
IPO em cinco áreas do desenvolvimento infantil, após a primeira avaliação foi implementado
um programa para o ensino de habilidades sociais (Miura, 2006) e uma nova avaliação, com
intuito de analisar se os participantes tiveram evolução no seu desenvolvimento, nas cinco
áreas do IPO.
Para desenvolvimento de trabalho foi realizada inicialmente uma pesquisa bibliográfica
acerca do tema em: Banco de dados, artigos, revistas, internet, livros e teses.
Participantes
Os sujeitos são três crianças que frequentam escola regular que apresentam transtorno
de comportamento e necessidades educacionais especiais. Todos os participantes (P1GU,
P2RA e P3AR) apresentam dificuldade na linguagem; P2RA e P3AR são irmãos adotivos e
apresentam hipótese diagnóstica de Espectro do Alcoolismo Fetal; como segue no quadro
abaixo:
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Quadro 1. Caracterização dos participantes.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Local e material
Esse estudo foi desenvolvido no Centro de Estudos da Educação e da Saúde - CEES,
unidade auxiliar da Unesp/ Marília, junto ao projeto de extensão “Ensino de habilidades de
manejo de comportamento para graduandos de Pedagogia e Fonoaudiologia” (MIURA 2006),
observados graduandos no cumprimento do seu papel frente aos educandos com transtorno de
comportamento e analisados os repertórios comportamentais individuais a partir da
identificação de habilidades de manejo de comportamento.
Os equipamentos utilizados foram: Câmera fotográfica, notebook, mesa, cadeira,
lousa, giz de lousa, caderno, lápis de lição, lápis de cor, giz de cera, borracha e brinquedos.
Os instrumentos para coleta de dados foram: termo de consentimento livre e
esclarecido, roteiro de entrevista semi-estruturada, Inventário Portage Operacionalizado
(Williams e Aiello, 2001).
Procedimento
Realizou-se uma entrevista para coletar informações sobre os problemas de
comportamento apresentados pelos participantes deste estudo. A entrevista para análise
Participante Gênero Idade Instrução Histórico, Hipótese Diagnóstico
P1GU Masculino 4 anos EMEI Atraso na linguagem, nervosismo, birras,
resistência as atividades e apego excessivo à
mãe.
P2RA Feminino 5 anos EMEI Adotivo, dificuldade na fala, histórico de uso
de álcool e droga pela mãe na gestação,
falta de concentração, birras, choro
excessivo, desinteresse pelas atividades
propostas e condutas inadequadas.
P3AR Masculino 6 anos EMEF Adotivo, dificuldade na fala, histórico de uso
de álcool e droga pela mãe na gestação,
falta de concentração, desinteresse pelas
atividades propostas e condutas
inadequadas.
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funcional consistiu em quatro etapas de perguntas: 1) descrição do comportamento-problema
e definição operacional, 2) História do comportamento, 3) Análise dos eventos antecedentes e
4) Análise das consequências.
A coleta de dados foi realizada por meio de observação do desenvolvimento nas áreas
(cognição, linguagem, autocuidados, socialização e desenvolvimento motor) do inventário
Portage Operacionalizado-IPO (Williams e Aiello, 2001), no segundo momento foram
implementadas as habilidades de gestão de comportamento (MIURA, 2006) e no terceiro
momento se realizou-novas avaliações para analisar os dados obtidos nas áreas avaliadas pelo
Inventário Portage Operacionalizado - IPO. Após a primeira avaliação, decorrido o período de
seis meses de intervenção, os alunos foram reavaliados. Todas as sessões seguiram esta
sequência, para verificar a evolução do desenvolvimento da criança por meio da ficha de
avaliação do IPO.
Resultados
O foco desse trabalho foi diminuir a apresentação de comportamentos inadequados
para promoção de habilidades sociais, para isso foi realizada uma entrevista semiestruturada,
na qual os pais indicaram suas principais queixas deles e dos professores em relação aos
comportamentos inadequados dos seus filhos, como mostra o quadro abaixo:
Quadro 2- Queixa dos pais e professores.
QUEIXAS P1GU P2RA P3AR
PAIS Não fica sem a mãe,
fica no colo da mãe o
tempo todo, chora por
qualquer coisa, não
gosta de ter contato
com adultos e nem com
crianças da sua idade,
não brinca e nem dividi
brinquedos com outras
crianças.
Não sabe se comportar
em ambiente público:
corre, grita, ri alto,
briga com os irmãos o
tempo todo’’, não para
sentada, não obedece
ninguém.
Não obedece os pais, não
respeita os irmãos, não
sabe andar direito corre e
pula o tempo todo, em
ambiente público piora o
comportamento, faz birras
e da gargalhadas para
pirraçar os pais.
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PROFESSORE
S
Os professores relatam
que não conseguem
comunicar com P1GU,
pois fica no canto da
sala sozinho e chora se
qualquer pessoa (adulto
ou criança) se
aproximar dele. Não
realiza nenhuma das
atividades propostas.
A professora relata que
é muito difícil o trabalho
com a P2RA, pois a
mesma não obedece e ri
das ordens dada pela
professora, não para um
minuto sentada e o
tempo todo quer ir tomar
água e ir ao banheiro.
Tem dificuldade de
concentração e
memorização, além de
ser resistente as
atividades acadêmicas.
A professora relata que
P3AR tem bastante
dificuldade na realização
de atividades acadêmicas,
é também bastante
resistente em realizá-las.
Não obedece os
professores e briga com
os amigos por causa dos
brinquedos.
Fonte: Elaborado pela autora.
Os dados sobre análise do desenvolvimento de crianças com transtorno de
comportamento por meio do inventário Portage operacionalizado - IPO comprova que todos
os participantes apresentaram grandes avanços na área de socialização, com isso avanços em
outras áreas como: cognitiva, linguagem, desenvolvimento motor e autocuidado, como mostra
os resultados da avaliação 1 (A1) e avaliação 2 (A2) nas cinco áreas do IPO.
Figura 1: Desenvolvimento do participante P1GU nas cinco áreas do IPO
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Fonte: Elaborado pelos autores.
Figura 2: Desenvolvimento do participante P2RA nas cinco áreas do IPO
Fonte: Elaborado pelos autores.
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Figura 3: Desenvolvimento do participante P3AR nas cinco áreas do IPO
Fonte: Elaborado pelos autores.
O comportamento inadequado influencia no ensino-aprendizagem dos alunos e a
dificuldade de aprendizagem de alunos indisciplinados no ambiente escolar podem se
relacionar ao comportamento. Conforme o aumento de comportamentos adequados e
desejáveis houve aumento de novas aprendizagens, tanto em áreas sociais, como cognitivas,
motoras, linguagem e autocuidado, nas áreas avaliadas pelo IPO. Entende-se que a criança
pode aumentar as habilidades em outras áreas não avaliadas pelo IPO, como por exemplo:
aumento da criatividade, desenvolvimento emocional, autoestima, entre outros.
Algumas estratégias adotadas foram efetivas na promoção de comportamentos
adequados e aquisição de habilidades sociais e isso parece refletir em um processo de ensino
aprendizagem eficaz. Essas ações pedagógicas podem ser replicadas em ambiente escolar,
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visto que esse trabalho foi realizado em ambiente clínico e generalizado pela criança para
outros ambientes, como relatado por pais e professores.
Considerações Finais
Observou-se a importância de ter conhecimento sobre TC e habilidades sociais para
desenvolvimento de boas relações entre professores e alunos, para estabelecer harmonia e
equilíbrio no ato de ensinar e aprender com eficiência. Dessa forma, a necessidade do
professor saber o conceito TC para que o professor consiga identificar o aluno e intervir de
forma adequada.
O planejamento de atividades em sala de aula, principalmente quando se trata de
alunos com transtorno de comportamento, exige do professor conhecimentos sobre o aluno e
variáveis que podem interferir nas condições ambientais na sala de aula, analisar aspectos que
podem levar ao sucesso ou ao fracasso da atividade. A fim de aumentar a participação efetiva
de alunos com TC de modo que a criança tenha acesso a novos conhecimentos acadêmicos e
sociais, lembrando que o professor deve ter uma boa relação com o aluno e o aluno com todos
da sala, favorece a participação dele em todas as atividades principalmente naquelas que
envolve a interação interpessoal com os amigos da sala.
Para que a criança consiga alcançar esse desenvolvimento no âmbito escolar, o
professor deve ter conhecimentos mínimos de análise de comportamento e estar disposto a
enfrentar os problemas de comportamento de seus alunos.
Ao longo deste estudo procurou-se a entender o transtorno de comportamento no
ambiente escolar e a importância que o mesmo tem na prática pedagógica e,
consequentemente, no processo educacional.
Este é um estudo inicial sobre gestão de sala de aula e habilidades sociais de
professores com crianças que apresentam transtorno de comportamento, que deverá ter
continuidade com novos estudos que possam contribuir na formação de professores.
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