Folhas Informativas
1 Série C
Como tomar osanti-retrovirais disponíveis
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Lamivudina(comprimido de150mg)
Abacavir(comprimido de300mg)
Zidovudina(cápsula de 100mg)
Biovir (combina numcomprimido 300mgde AZT + 150mg de3TC)
Estavudina(cápsula de 30mg ou40mg)
Zalcitabina(comprimido de0.75mg)
Didanosina(Videx)Comprimidotamponado de 25mgou de 100mg(Videx-EC)Comprimido revestidopara liberaçãoentérica de 250mg oude 400mg (nãodisponibilizado peloSUS)
Tenofovir(comprimido de300mg, nãodisponibilizado peloSUS)
Trizivir(combina numcomprimido 150mgde 3TC + 300mg deAZT + 300mg deabacavir)Não disponibilizadopelo SUS
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1 comprimido de 150mg a cada 12 horas ou2 comprimidos de 150mg uma vez ao dia
1 comprimido de 300mg a cada 12 horas
2 comprimidos de 100mg a cada 8 horas ou3 comprimidos de 100mg a cada 12 horas
1 comprimido a cada 12 horas
Pessoas com 60kg ou mais de peso: 1 cápsula de 40mg a cada12 horasPessoas com menos de 60kg: 1 cápsula de 30mg a cada 12horas
1 comprimido de 0.75mg a cada 8 horas
- ddI comprimidos tamponados:Pessoas com 60kg ou mais de peso: 2 compridos tamponados de100mg a cada 12 horasPessoas com menos de 60kg: ajustar a dose para 125mg a cada12horas ou para 250mg a 300mg uma vez ao dia
- ddI (Videx-EC)Pessoas com 60kg ou mais de peso: 1 comprimido de 400mg umavez ao diaPessoas com menos de 60kg: ajustar a dose para 250mg uma vezao dia ou 125mg a cada 12 horas
1 comprimido de 300mg uma vez ao dia
1 comprido a cada 12 horas
Sem restrições alimentares
Sem restrições alimentares
Sem restrições alimentares
Sem restrições alimentares
Sem restrições alimentares
Sem restrições alimentares
Videx: mastigar ou dissolver em águaVidex-EC: tomar sem mastigarEm ambos os casos, tomar em jejum;com uma hora de intervalo doindinavir ou duas horas de intervalodo ritonavir
Tomar com alimentos Tomar duas horas antes ou uma horadepois de ter tomado ddI
Sem restrições alimentares
Náuseas, vômitos, fadiga e dor de cabeça
Reações de hipersensibilidade em 5% dospacientes
Anemia, náuseas, vômitos, dor de cabeça,fadiga, dores musculares e toxicidade damedula óssea
Veja AZT e 3TC
Neuropatia periférica, dor de cabeça,calafrios, febre, diarréia e náuseas
Neuropatia periférica, erupções cutâneas,úlceras na boca, dor de garganta e tossepersistente
Diarréia, pancreatite, dor abdominal,neuropatia periférica, náuseas e vômitos
Náuseas, vômitos e perda do apetite (de grauleve)
Veja AZT, 3TC e abacavir
Pode diminuir aresistência ao AZT
Não combinar comd4T
Combinação de AZTe 3TC numa pílulatomada duas vezesao dia
Não combinar comAZT
Não combinar comddI
Não combinar comddC
Combinação de AZT,3TC e abacavirnuma pílula tomadaduas vezes ao dia
Classe Anti-retroviral(nome genérico
e apresentação paraadultos e adolescentes)
Sigla Posologia para adultos e adolescentes Como tomar e armazenar NotasEfeitos colaterais
Folhas Informativas Série C1
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
Os números de comprimidos aqui listados referem-se às recomendações mais usuais prescritas para adultos.No entanto, atualmente, os médicos estão combinando os anti-retrovirais de novas maneiras. Nessas novascombinações, as doses de cada anti-retroviral podem ser diferentes do que já foi preconizado, ou seja, podem sermaiores ou menores em relação às doses já estabelecidas na prática médica e clínica.
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Folhas Informativas 2Série C
Nomes e fabricantes deInfoRed SIDA Nuevo México+
HIVmedicamentos contra oNenhum dos remédios abaixo mencionados pode matar o HIV, apenas a combinação dasvárias classes desses medicamentos é que pode diminuir a multiplicação (replicação) dovírus de uma forma específica.
· Inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos e nucleotídeos(INTRs): foram osprimeiros medicamentos anti�HIV a surgirem. Bloqueiam a transcrição reversa (a criação do ADN virala partir do ARN) ao produzirem elos que interrompem esse processo. A maioria é de análogos denucleosídeos, exceto o tenofovir, que é análogo de nucleotídeos.
· Inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos (INNTRs): esses tambéminterrompem a transcrição reversa ao se unirem à enzima transcriptase, impossibilitando a suaatividade.
Outros nucleosídeos que estão sendo estudados em humanos: Coviracil (FTC, emtricitabina) e DAPD (amdoxovir),da Triangle Pharmaceuticals, e o MIV-130, de Medivir.
Outros INNTRs que estão sendo estudados em humanos: +/-Calanolida A, da Sarawak MediChem Pharmaceuticals;Capravirina (AG1549), da Agouron Pharmaceuticals; DPC083, da Bristol-Myers Squibb; MIV-150, da Medivir; TMC120 e TMC 125, da Tibotec-Virco.
Ano de aprovação Nome genérico Nome comercial Conhecido também como Patenteado por
1996 Nevirapina Viramune NVP, BI-RG-587 Boehringer Ingelheim
1997 Delavirdina Rescriptor DLV Agouron
Pharmaceuticals
1998 Efavirenz Sustiva DMP-266 Bristol-Myers Squibb
Ano de aprovação Nome genérico Nome comercial Conhecido também como Patenteado por
1987 Zidovudina Retrovir AZT, ZDV GlaxoSmithKline
1991 Didanosina Videx ddI Bristol-Myers Squibb
1992 Zalcitabina Hivid ddC, dideoxicitidina Roche
1994 Estavudina Zerit d4T Bristol-Myers Squibb
1995 Lamivudina Epivir 3TC GlaxoSmithKline
1997 Zidovudina/ Combivir Combina AZT + 3TC GlaxoSmithKline
Lamivudina
1998 Abacavir Ziagen 1592U89, ABC GlaxoSmithKline
2000 Zidovudina/ Trizivir Combina AZT + 3TC GlaxoSmithKline
Lamivudina/Abacavir + abacavir
2001 Tenofovir Viread Bis-poc PMPA Gilead Sciences
Ano de aprovação Nome genérico Nome comercial Conhecido também como Patenteado por
1995 Saquinavir Invirase SQV Roche
1996 Ritonavir Norvir RTV Abbott
1996 Indinavir Crixivan IDV Merck
1997 Nelfinavir Viracept NFV Agouron
Pharmaceuticals
1997 Saquinavir Fortovase SQV Roche
1999 Amprenavir Agenerase APV, 141W94 GlaxoSmithKline
2000 Lopinavir Kaletra ABT-378/r Abbott
2003 Atazanavir Reyataz BMS-232632 Bristol-Myers Squibb
Folhas Informativas Série C2
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
· Inibidores da protease (IPs): bloqueiam a ação da protease, enzima que corta os elos de proteínasdo HIV em pedaços específicos de proteínas necessários para se fazer uma nova cópia do vírus.
·Inibidores da fusão (IFs): impedem que o HIV se junte à célula.
·Inibidores da integrase: bloqueiam aação da integrase, enzima que insere oADN do vírus dentro da cadeia de ADNda célula infectada. Ainda não foiaprovado nenhum inibidor da integrase.O S-1360, da Shionogi e GlaxoSmithKline,está atualmente em fase II de estudo.
· Medicamentos anti-sentido: são como�imagens em espelho� de partes docódigo genético do HIV. Esses remédiosse unem ao vírus para impedir o seu
funcionamento. Um medicamento anti-sentido é o HGTV43, da EnzoTherapeutics, que está em fase II deestudo.
· Estimuladores do sistema imune:esses medicamentos utilizam asmensagens químicas do corpo paraestimular a resposta imune.Interleucina-2 (IL-2, Aldesleukin,Proleukin, da Chiron Corporation)encontra-se em fase III de estudo.
Multikina, da Cel-Sci Corporation,encontra-se em fase I de estudo eReticulosa, da Advanced Viral ResearchCorporation, está em fase III de estudo.O HRG214, da Virionyx, encontra-se emfase I de estudo, e o Resveratrol, que éum químico vegetal, também está emfase I de estudo.
Outros IPs que estão sendo estudados em humanos: GW433908, da GlaxoSmithKline; L-756,423, da Merck;Mozenavir (DMP-450), da Triangle Pharmaceuticals; Tipranavir, da Boehringer Ingelheim; e TMC114, da TibotecVirco.
Outros IFs que estão sendo estudados em humanos: FP21399, da Fuji Pharmaceuticals;PRO 452, da Progenics Pharmaceuticals, Inc. (em fase I/II de estudo); SCH-C, da Schering;T-1249, da Trimeris e Roche (em fase I de estudo); e TNX-355, da Tanox.
Ano de aprovação Nome genérico
2003 Enfuvirtide (T-20)
Folhas Informativas 3Série CInfoRed SIDA Nuevo México+
Terapia anti-retroviralQual é o ciclo dereprodução do HIV?
Há vários passos no ciclo dereprodução do HIV (Veja ilustraçãona Folha Informativa C4):
1. O HIV entra e circula no sangue.
2. Depois, o vírus se une a umacélula.
3. Em seguida, abre o seu conteúdogenético dentro da célula(infectando-a).
4. O código genético (ARN) do HIVmuda para ADN pela ação de umaenzima chamada transcriptasereversa.
5. O ADN do vírus se insere no ADNda célula infectada pela ação deuma enzima chamada integrase.
6. Quando a célula infectada semultiplica, ativa o ADN do HIV queproduz partículas (matéria-prima)para formar um novo vírus.
7. As partículas virais se juntam paraformar um novo vírus e saem dacélula infectada.
8. Os vírus imaturos (ainda nãoformados completamente) empurrama membrana da célula para fora. Essaetapa é o �brotar�.
9. Os vírus imaturos saem da célulainfectada.
10. Os novos vírus maturam: umaenzima chamada protease juntatodas as partículas e forma um víruscompleto.
Como agem osmedicamentosanti-retrovirais?
Cada tipo ou classe de medicamentocontra o HIV ataca-o de diversasformas. A primeira classe de medica-mentos contra o HIV a surgir foramos inibidores da transcriptase rever-sa análogos de nucleosídeos (INTRs).
Esses remédios bloqueiam a etapa 4,quando o material genético do HIVé convertido de ARN em ADN. Novemedicamentos dessa classe já foramaprovados:
� AZT (ZDV, zidovudina, Retrovir)� ddI (didanosina, Videx)� ddC (zalcitabina, Hivid)� d4T (estavudina, Zerit)� 3TC (lamivudina, Epivir)� Abacavir (Ziagen)� Tenofovir (Viread), que é um
nucleotídeo. Não estádisponibilizado pelo SistemaÚnico de Saúde
� Combivir (combina AZT e 3TCnum mesmo comprimido).Também é conhecido comoduplivir ou zidolam
� Trizivir (combina AZT, 3TC eabacavir num mesmocomprimido). Não estádisponibilizado pelo SistemaÚnico de Saúde.
Outra classe de medicamentosbloqueia a mesma etapa, mas deforma diferente. Esses remédios sãochamados de inibidores da trans-criptase reversa não-análogos denucleosídeos (INNTRs). Três deles jáforam aprovados:
� Nevirapina (NVP, Viramune)� Delavirdina (DLV, Rescriptor)� Efavirenz (EFV, Sustiva).
A terceira classe de medicamentoscontra o HIV são os inibidores daprotease (IPs),que bloqueiam a etapa7. Já foram aprovados sete IPs:
� Saquinavir (SQV, Invirase eFortovase). O Fortovase nãoestá disponibilizado peloSistema Único de Saúde
� Indinavir (IDV, Crixivan)� Ritonavir (RTV, Norvir)� Nelfinavir (NFV, Viracept)� Amprenavir (APV, Agenerase)� Lopinavir (LPV, Kaletra)� Atazanavir (Reyataz). Não está
disponibilizado pelo SistemaÚnico de Saúde.
Ainda existe uma outra classe demedicamentos contra o HIV: osinibidores da fusão, que bloqueiama etapa 1 da replicação do HIV. Já
O que é terapiaanti-retroviral?
Terapia anti-retroviral quer dizertratar infecções virais como, porexemplo, o HIV, com medicamentos.Os remédios inibem a reprodução dovírus, o que permite retardar aprogressão da doença causada peloHIV. Como o HIV é um retrovírus,esses medicamentos, às vezes, sãochamados de anti-retrovirais.
A imagem de um trem tem sidousada pelos médicos paraexplicar a seus pacientes aimportância da terapia anti-retroviral e dos exames deCD4+ e de carga viral (ver FolhasInformativas C5 e C6). Imagineque exista um abismo no trajetode um trem. Esse abismo é aAIDS. A distância para o tremchegar até o abismo é medidapelo CD4+. A velocidade comque a locomotiva caminha emdireção ao abismo é a cargaviral. O esperado da terapiaanti-retroviral é que diminua avelocidade do trem (carga viral)e aumente a distância até oabismo (contagem de CD4+).
Importante
O fator adesão não é o únicoresponsável pelo sucesso daterapia anti-retroviral e pelamelhoria da qualidade de vidadas pessoas HIV positivas.Outros aspectos biológicos,psicológicos e sociais são fun-damentais. O desejo de viver,sonhar, aceitar a soropositi-vidade, reduzir ou eliminar osmedos, a culpa, a vergonha, opreconceito, a raiva, a depres-são, o isolamento e o estresseajudam a viver mais e melhor.O suporte da família, dosamigos, dos grupos de apoio,das organizações não-governa-mentais e dos profissionais desaúde capacitados eexperientes também podeajudar você a conviver com asoropositividade..
Folhas Informativas Série C3
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
foi aprovado o enfuvirtide (T-20,Fuzeon), que não está dispo-nibilizado pelo Sistema Único deSaúde.
Como usar essesmedicamentos?
Quando o HIV se multiplica, muitascópias novas são mutações, ou seja,ligeiramente diferentes do vírusoriginal. Algumas mutações podemcontinuar se multiplicando aindaque você esteja tomando medica-mentos contra o HIV. Nesse caso, oremédio deixa de funcionar. Isso sechama �resistência ao medicamento�(veja a Folha Informativa C7).
Quando se toma só uma classe demedicamento anti-retroviral, o víruspode desenvolver facilmente a suaresistência. Por essa razão, não seutiliza apenas um medicamento ouuma classe de medicamento.Tomando-se dois remédios, um vírusmutante resistente tem que escapardos dois ao mesmo tempo. No casode tomar três medicamentos, émuito mais difícil para uma mutaçãodo HIV resistir aos três ao mesmotempo.
Esses medicamentos sãouma cura para a AIDS?
Alguns pesquisadors acreditavam quea terapia anti-retroviral poderiamatar por completo todos os vírusem nosso corpo, mas essa teoria nãofoi confirmada.
Como se mede aquantidade de vírusno sangue?
Através do exame de carga viral. Aspessoas com cargas virais mais baixaspermanecem saudáveis por muitomais tempo. A carga viral de algumas
pessoas é tão baixa que não podeser medida através dos exames delaboratório existentes. Essa cargaviral indetectável não significa quea pessoa esteja livre do vírus ou queesteja curada.
Para mais informações sobre cargaviral, veja a Folha Informativa C6.
Quando a terapiaanti-retroviral deveser iniciada?
Não há uma resposta definitiva paraessa pergunta. A maioria dos médicosleva em consideração três pontos:
1. A carga viral.
2. A contagem de células T (CD4+).
3. Qualquer sintoma apresentado.
Geralmente, inicia-se a terapia contrao HIV quando a carga viral é maiorque 30 mil cópias e se a contagemde células T (CD4+) estiver inferior a350 células, ou se a pessoa apresentarqualquer sintoma da doença, prove-niente do HIV. As recomendaçõesoficiais brasileiras, da CoordenaçãoNacional de DST e AIDS, do Ministérioda Saúde (veja Anexo 1), preconizaque, quanto mais próximo for o CD4+de 200 e a carga viral de 100 milcópias, mais fortes tornam-se asindicações para o início dotratamento. Essa é uma decisãoimportante que tem que ser discutidaentre o paciente, o médico e/ououtros profissionais de saúde.
Que medicamentos usar?
Algumas combinações de medica-mentos são mais fáceis de tolerar queoutras e alguns funcionam melhorporque são mais fácies de sereminseridos na vida diária. Você devedecidir com o seu médico quais são osremédios mais indicados no seu caso.
Lembre-se:
todo medicamento contra o HIVtem efeitos colaterais. Alguns sãosérios. Para saber mais sobre oassunto, consulte as FolhasInformativas desta série quedescrevem cada um dos medica-mentos anti-retrovirais.
Uma mesma combinaçãode medicamentos éusada para sempre?
Quem vai dizer isso é o exame decarga viral, usado para ver se osmedicamentos contra o HIV estãofuncionando. Se a carga viral nãoabaixa, ou se abaixa mas volta aaumentar, pode ser o momento dese pensar em mudar de combinação.
Importante
Novos medicamentos de todasas classes mencionadas estãosendo desenvolvidos. Ospesquisadores também estãotentando desenvolver novostipos de remédios quefuncionem em outras etapasdo ciclo de vida do HIV, comoos inibidores da fusão (etapa2 � onde já foi aprovado oenfuvirtide, ou T-20, ouFuzeon) e medicamentos parafortalecer o sistema imune.
Folhas Informativas 4Série CInfoRed SIDA Nuevo México+
Ciclo de reprodução do HIV
10 Maturação: as cadeias são cortadas pelaenzima protease em proteínas individuais que secombinam para formar um novo vírus completo
2 União e fusão: o vírus se une àcélula pelos receptores CD4 e CCR5
1 Vírus livre ou circulante
4 Transcrição reversa: as cadeiassimples de ARN viral são convertidasem cadeias duplas de ADN viral pelaação da enzima transcriptase reversa
5 Integração: o ADN viral é integradoao ADN da célula pela ação da enzimaintegrase
6 Transcrição: quanto a célula infectadase reproduz, faz uma leitura do ADN virale são formadas longas cadeias de proteínas
8 Brotamento:um vírus imaturobrota da célula
9 O vírus imaturo libera-seda célula infectada
7 Junção: grupos de cadeiasde proteínas virais se juntam
Receptor CD4
Receptor CCD53 Infecção: o vírus entrana célula e esvazia seuconteúdo genético
Ilustração: Mauro Neto de Moraes
Folhas Informativas Série C4
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Inibidores de fusão:T-20 = Fuzeon®
Impede que o HIVse junte à célula
Bloqueiam a ação daprotease, e impedem aformação cópia do vírus
Inibidores da transcriptase reversaanálogos de nucleosídeos:Zidovudina = Retrovir = AZT, ZDVDidanosina = Videx =ddIZalcitabina = Hivid = ddC = dideoxicitidinaEstavudina = Zerit = d4TLamivudina = Epivir = 3TCZidovudina + Lamivudina = Combivir = BiovirAbacavir = ZiagenZidovudina + Lamivudina + Abacavir = Trizivir
Inibidor da transcriptase reversa análogo denucleotídeos:Tenofovir = Viread
Inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeoNevirapina = ViramuneDelavirdina = Rescriptor = DLVEfavirenz = Sustiva
Inibidores da protease:Saquinavir = Invirase = SQVRitonavir = Norvir =TRVIndinavir = Crixivan = IDVNelfinavir = Viracept = NFVSaquinavir = Fortovase = SQVAmprenavir = Agenerase = APVLopinavir = Kaletra
Folhas Informativas 5Série CInfoRed SIDA Nuevo México+
O que são as células T?
São um tipo de linfócito (glóbulobranco), const ituindo-se empartes importantes do sistemaimune. Existem dois tipos princi-pais de células T: as T-4 (ou CD4+)e as T-8 (ou CD8+). As células CD4+são �ajudantes�, ou seja, as quedir igem o ataque contra asinfecções. As células CD8+ são �su-pressoras�, as que finalizam umaresposta imunológica. As célulasCD8+ também podem matar célulascancerosas e células infectadaspor vírus, sendo por isso tambémchamadas de �assassinas�.
Os pesquisadores podem diferen-ciar as diversas classes de célulasT através de proteínas específicasque se encontram na superfície decada célula. A T-4 é uma célula commoléculas CD4 na sua superfície.Esse tipo de célula T também échamado de �CD4 positiva� ouCD4+.
Por que as células Tsão importantes nainfecção pelo HIV?
Quando o HIV infecta humanos,as células mais afetadas são osCD4+, que, ao se multiplicarempara combate r i n fecções ,também criam mais cópias doHIV.
Quando alguém está muito tempoinfectado pelo HIV, o número decélulas CD4+ abaixa. Esse é umsinal de que o sistema imune estádebilitado. Quanto mais baixo foro número de células T, maioressão as possibilidades de a pessoaficar doente.
Exame das células TImportante
Existem milhões de famíliasdiferentes de células T. Cadauma delas é destinada acombater um determinado tipode germe. Quando o HIVdiminui o número de células T,algumas dessas famílias podemdesaparecer. Com isso, vocêpode perder a capacidade decombater alguns dos germensque essas famílias combatiam.Se isso ocorrer, você podedesenvolver uma doençaoportunista.
Como são expressosos resultados dosexames de laboratório?
Especifica-se o número de célulaspor milímetro cúbico de sangue. Nãoexiste uma unanimidade acerca dequal é o nível normal de células T. Acontagem normal de CD4+ varia entre500 e 1.600, e a de CD8+ entre 375 e1.100. As células CD4+ podemdiminuir drasticamente em pessoasHIV+ e, em alguns casos, podemchegar a zero.
Algumas vezes, analisa-se a relaçãoentre as células CD4+ e as CD8+dividindo-se o valor das células CD4+pelo valor das células CD8+. Empessoas soronegativas, essa relaçãoestá entre 0.9 e 1.9, o que significaque existe de uma a duas célulasCD4+ para cada célula CD8+. Naspessoas soropositivas, essa relaçãodiminui, o que significa que há maiscélulas CD8+ do que CD4+.
O valor das células T (CD4+) mudaconstantemente. Os resultados dosexames podem variar de acordo coma hora do dia, cansaço e estresse.O melhor é fazer os exames decélulas T sempre no mesmolaboratório e no mesmo horário.
Importante
As infecções podem ter grandeimpacto na contagem dascélulas T. Quando o corpocombate infecções, o númerode glóbulos brancos (linfócitos)aumenta. As contagens de CD4+e de CD8+ também. As vacinaspodem causar o mesmo efeito.Não faça um exame de célulasT até duas semanas após tertido uma infecção ou de tersido vacinado.
Devido à grande variação nascontagens de células T, algunsmédicos preferem analisar aporcentagem de células T. Essaporcentagem se refere ao total delinfócitos. Se o exame indica que apessoa tem 34% de CD4+, significaque 34% de seus linfócitos são CD4+.A porcentagem é mais estável que onúmero absoluto de células T. Aporcentagem normal varia entre 20%e 40%. Uma porcentagem abaixo de14% indica um dano sério do sistemaimune. É um sinal de AIDS em pessoasinfectadas pelo HIV.
Os números indicamo quê?
O significado da contagem dascélulas CD8+ não é claro e aindacontinua em estudo.
A contagem das células CD4+ é umamedida chave para determinar acompetência do sistema imune.Quanto mais dano tenha causado oHIV, mais baixa será a contagem. Deacordo com o Centro para oControle de Doenças (CDC), dosEstados Unidos, considera-se comAIDS qualquer pessoa que tenhamenos de 200 células CD4+ ou umaporcentagem menor que 14%.
Folhas Informativas Série C5
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
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A contagem de células CD4+ é usadajunto com a contagem da carga viralpara se estimar o potencial dano,num futuro próximo, ao sistemaimune. Para mais informações sobreo exame da carga viral, veja a FolhaInformativa C6.
A contagem de células CD4+ é usadatambém para determinar quandodevemos começar o tratamento.
Existem muitas variáveis a seremconsideradas para se decidir trocarde medicação: o aumento da cargaviral, a velocidade de queda ou deaumento do CD4+ após o início daterapia anti-retroviral são duasdelas. Certamente o seu médicolevará em conta o seguinte dado:quanto mais alto o nível de CD4+,maior a proteção contra as doenças.No entanto, cada caso é um caso,sendo impossível generalizar e dizerqual é o nível de CD4+ que umapessoa deve ter para não adoecer.
Os exames indicamquando o tratamentoanti-retroviral deve seriniciado?
Quando a contagem de CD4+ chegaa menos de 350, a maioria dosmédicos recomenda iniciar otratamento anti-retroviral (veja FolhaInformativa C3). Alguns iniciam aterapia quando a porcentagemchega a 15%, ainda que a contagemde células CD4+ seja alta. Médicosmais conservadores esperam que acontagem de células CD4+ chegue a200 para iniciar o tratamento.
Quando iniciar amedicação para prevenirdoenças oportunistas?
A maioria dos médicos prescrevemedicamentos para prevenir doen-ças oportunistas quando os níveis deCD4+ são iguais ou menores que 200.Veja que doenças oportunistaspodem ocorrer nesses casos:
� Menor que 200: pneumonia porpneumocistis carinii� Menor que 100: toxoplasmose ecriptococose� Menor que 75: complexo demicobacterium avium.
Importante
Por serem as células CD4+indicadores importantes dacompetência do sistemaimune, as recomendaçõesbrasileiras oficiais, daCoordenação Nacional de DSTe AIDS, do Ministério da Saúde(veja Anexo1), sugerem fazerexames dessas células a cada3 a 6 meses. A periodicidadepara se fazer os exames deCD4+ varia conforme o estadoclínico da pessoa e conformeos níveis de CD4+ e de cargaviral. Para mais informaçõessobre as orientações detratamento, veja a FolhaInformativa C3.
Folhas Informativas 6Série C
Exame de carga viralInfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o examede carga viral?
Esse exame mede a quantidade deHIV no sangue. Existem diferentestécnicas:
� O PCR (em inglês, polymerasechain reaction) utiliza uma enzimapara multiplicar o HIV de umaamostra de sangue. Depois,através de uma reação química,se marca o vírus. Os marcadoressão medidos e se calcula aquantidade de vírus.
� O bDNA, (em inglês, branchedDNA ), uti l izado pelo governobrasileiro, combina a amostra comum material que emite luz. Essematerial se conecta com aspartículas do HIV. Depois, se medea quantidade de luz e se calculaa quantidade de vírus.
Lembre-se:com freqüência, os resul-tados do exame PCR são di-ferentes dos resultados doexame bDNA para umamesma amostra de sangue.Por esse motivo, você devesempre fazer o mesmo tipode exame, PCR ou bDNA,para monitorar a sua cargaviral.
Geralmente, a carga v iralquantifica-se em número de cópiaspor mililitro de sangue. O examechega a contar até 1 milhão e 500mil cópias - e a ciência continuaaprimorando os processos paraque esse exame fique ainda maissensível. O valor mínimo que oprimeiro teste de DNA chegava amedir era de 10 mil cópias. Oexame de segunda geraçãochegava a detectar até 500
cópias. Na atualidade, existemexames ultra-sensíveis que podemdetectar até menos de cinco cópias.No Brasil, os exames chegam a mediraté 400 cópias.
O melhor resultado do exame dacarga viral que se pode obter é o�indetectável�. Isso não significa quenão exista vírus no sangue, mas quenão há vírus suficiente para que oexame possa fazer a contagem. Como exame da primeira geração, o�indetectável� podia significar 9.999cópias ou menos. O valor�indetectável� depende da sensibi-lidade do exame que se utiliza. NoBrasil, indetectável significa 399cópias ou menos.
Quando o exame decarga viral é utilizado?
O exame é utilizado em diferentessituações:
� Para diagnosticar o HIV, já quepode detectar vírus em qualquermomento após a infecção. O examede carga viral é mais sensível que oexame habitual de anticorpos anti-HIV (Elisa) que pode ser �negativo�mesmo depois da infecção e antesdo desenvolvimento de anticorpos.O exame de carga viral paradiagnóstico do HIV não é práticacomum aqui no Brasil.
� Estudos apontam que o examedemonstrou que o HIV nunca está�latente� e que se multiplicaconstantemente. Muitas pessoas,sem sintomas de AIDS e comcontagem de células CD4+ altas,também podem ter carga viral alta.Se o vírus estivesse �latente�, oexame não acharia nenhum HIV nosangue.
� O exame também é utilizado paraprognóstico, já que a carga viral
pode orientar sobre como estáevoluindo a infecção pelo HIV esobre o tempo que uma pessoapoderá ficar bem. Quanto mais altafor a carga viral, mais rápida será aprogressão à AIDS.
� Finalmente, o exame é usado paraorientar o tratamento e para verificarse os medicamentos anti-retroviraisestão controlando o vírus.
Atualmente, recomenda-se medir acarga viral antes de iniciar otratamento. É dito que o medica-mento está �funcionando� se a car-ga viral diminui ao menos em tornode 90% dentro das primeiras oitosemanas de tratamento. Depois,deveria continuar diminuindo. Acarga viral deve ser medida de 2 a 8semanas após o início ou a mudançado tratamento e, depois, a cada 3ou 4 meses.
Como são medidas asmudanças na carga viral?
A repetição do exame numa mesmaamostra de sangue pode variar atétrês vezes para mais ou menos. Issosignifica uma mudança que implicauma diminuição para menos de 1/3ou um aumento maior que três vezesem relação ao exame anterior. Porexemplo: uma mudança de 200 milpara 600 mil cópias (0.3 log) estádentro da variabilidade normal doexame. Uma diminuição de 50 milpara 10 mil (0.5 log) é significativa. Omais importante é chegar a níveisindetectáveis.
Às vezes, as mudanças na carga viralsão expressas em logaritmos ou log.Isso é uma terminologia científica queusa o exponencial 10. Por exemplo:uma queda de 2 log quer dizer umadiminuição de 102 ou de 100 vezes.Uma diminuição de 60 mil para 600significa uma queda de 2 log.
O que os resultadossignificam?
Não existem valores �mágicos� decarga viral. Não se pode dizer comexatidão por quanto tempo umapessoa se manterá saudável com umdeterminado valor de carga viral. Nãose sabe também, por exemplo, seuma carga viral de 150 mil é duas vezespior que uma de 75 mil cópias. Aúnica coisa que se sabe é que quantomais baixa for a carga viral, melhor,e que isso geralmente poderepresentar uma vida mais longa esã, com melhor qualidade.
As recomendações oficiaisbrasileiras, da CoordenaçãoNacional de DST e AIDS, do Ministérioda Saúde (veja Anexo 1), dizem queo tratamento deve ser iniciado paratodos os sintomáticos e para aspessoas assintomáticas que possuemCD4+ próximo de 200 e carga viraldirecionando-se para 100 mil cópias.
Folhas Informativas Série C6
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
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Que tipos de problemaso exame da carga viralapresenta?
� Apenas 2% do HIV que está nocorpo ficam no sangue. O exame dacarga viral não mede a quantidadede HIV em outros tecidos do corpo,como nos gânglios, no baço e nocérebro. Quando os níveis de HIVdiminuem no sangue, ocorre a suaqueda também no tecido linfático eno sêmem, mas não ao mesmo temponem na mesma porcentagem.
� Os resultados podem ser alteradosse o corpo está combatendo umainfecção ou se você foi vacinadorecentemente (como quando setoma a vacina da gripe). Esperequatro semanas após ter tido umainfecção ou ter sido vacinado parafazer o exame de carga viral.
Importante
Alguns acreditam que se acarga viral é indetectável,não se pode passar o HIV paraoutra pessoa. ISSO NÃO ÉVERDADE. Não existe umvalor de carga viral �semrisco�. Você pode passar ovírus a outra pessoa aindaque sua carga viral sejaindetectável. Não há relaçãoentre a carga viral no sanguee a carga viral no esperma ounas secreções vaginais, o quesignifica que a pessoa podeter uma quantidade de HIVindetectável no sangue, masnão nos fluidos sexuais,podendo infectar o parceiroou parceira.
Folhas Informativas 7Série C
O exame de resistência do HIVInfoRed SIDA Nuevo México+
O que é resistência?
O HIV é resistente a um medica-mento quando continua semultiplicando, mesmo você tomandoanti-retrovirais. As mudanças oumutações no vírus causam aresistência. O HIV muda quase todasas vezes que produz novas cópiasdele mesmo. Nem todas as mutaçõesproduzem resistência. O vírus tiposelvagem é a forma mais comum deHIV. Qualquer outra forma diferentedo tipo selvagem é considerada umamutação.
Os anti-retrovirais controlam amaioria dos distintos tipos de vírus.Porém, não controlam os vírusresistentes. Enquanto você toma osmedicamentos, o vírus resistente éo que se multiplicará com maisrapidez. Isso se conhece como�pressão seletiva�. Se você deixarde tomar os remédios, não haverápressão seletiva. No entanto, o vírusselvagem é que vai se multiplicar commais rapidez. Ainda que o exame paraa resistência possa ser negativo, aresistência pode aparecer, uma vezreiniciada a medicação.
Lembre-se:
os exames de resistênciaajudam os médicos a tomaremas melhores decisões sobre oseu tratamento.
Como se desenvolvea resistência?
O HIV torna-se resistente quandoalguém toma medicamentos que nãoconseguem controlar o vírus. Muitaspessoas se infectam com HIV que jáé resistente a um ou mais remédios.
Quanto mais o HIV se multiplicar, maismutações aparecem. Essas mutaçõesacontecem acidentalmente. O vírus�não sabe� que mutações resistirãoaos medicamentos.
Apenas uma mutação é suficientepara que o HIV desenvolva resistên-
cia a alguns remédios. Exemplosdisso são o 3TC (Epivir) e algunsinibidores da transcriptase reversanão-análogos de nucleosídeos(INNTRs). Mas o HIV deve passar poruma série de mutações antes dedesenvolver resistência a outrosmedicamentos, incluindo os inibi-dores da protease.
Importante
A melhor forma de preveniro desenvolvimento de resis-tência é controlar o HIV comuma boa adesão aos medica-mentos. Se você deixa detomar doses de seus remé-dios, o HIV se multiplica commais facilidade, ocorrendomais mutações, sendo quealgumas delas podem causarresistência.
Quais são os tipos deresistência?
Existem três tipos de resistência:
� Resistência clínica: o HIVmultiplica-se com rapidez no corpo,apesar de a pessoa tomar correta-mente os anti-retrovirais.
� Resistência fenotípica: o HIVmultiplica-se em tubos de ensaio nolaboratório quando se administramanti-retrovirais.
� Resistência genotípica: o códigogenético do HIV tem mutações queestão relacionadas com a resistênciaaos medicamentos.
Como se detecta aresistência fenotípica?
Multiplica-se uma amostra de HIV emlaboratório. Em seguida, adiciona-seum medicamento anti-retroviral.Compara-se o grau de crescimentodo vírus com o grau de crescimentodo HIV de tipo selvagem. Se a
amostra cresce mais do que onormal, significa que é resistente aoremédio.
Importante
Os exames fenotípicos sãocaros. Antes, demoravam atéum mês para ficarem prontos,mas, hoje, o resultado ficapronto mais rapidamente.
Como se detecta aresistência genotípica?
O código genético da amostra dovírus é comparado com o códigogenético do vírus selvagem (códigogenético é uma longa cadeia demoléculas chamadas nucleotídeos).Cada grupo de três nucleotídeos,chamado de códon, define um ami-noácido em particular que é utiliza-do para construir um novo vírus.
As mutações são descritas usandouma combinação de números eletras, por exemplo, K103N. Aprimeira letra (K) é o código para oaminoácido no vírus tipo selvagem.O número (103) identifica o códonmutante. A segunda letra (N) é ocódigo para o aminoácido que�mudou� na amostra mutante.
Lembre-se:
os exames genotípicos sãomais baratos. Os resultadosficam prontos em aproxi-madamente duas semanas.
As recomendações oficiais brasi-leiras, da Coordenação Nacional deDST e AIDS, do Ministério daSaúde(veja Anexo1) , falam o seguintea respeito do exame de genoti-pagem: �Testes laboratoriais para aidentificação genotípica da resistên-cia do HIV aos anti-retrovirais conti-nuam sendo avaliados em diversosensaios clínicos, na tentativa de faci-litar a indicação do melhor esquema
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para início do tratamento ou pararesgate. Entretanto, apesar damaioria desses estudos mostrarbenefícios na redução da carga viralcom o uso do teste de genotipagemna seleção de esquemas anti-retrovirais de resgate (particular-mente quando associado à avaliaçãodos dados clínicos e da história deterapia anti-retroviral por umespecialista), e alguns desses testesestarem aprovados para uso clínico,os dados disponíveis até o momentonão permitem a definição de seu realpapel na seleção dos esquemasterapêuticos anti-retrovirais.�
A Coordenação Nacional implantouuma rede para executar e inter-pretar testes de genotipagem,conhecida como Rede Nacional deGenotipagem (Renageno), com oobjetivo de detectar a ocorrênciade resistência genotípica do HIV-1aos anti-retrovirais.
Importante
O exame de genotipagemindica quais medicamentos nãodevem ser usados. Lembre-sede que o teste de genotipagemdeve sempre ser conjugadocom o histórico clínico dopaciente, principalmente ahistória de uso de anti-retro-virais. Além disso, a utilidade doteste nas decisões terapêu-ticas é maior no paciente quetem poucas falhas virológicasao tratamento.
Que tipos de problema osos exames de resistênciaapresentam?
Os exames não são bons paradetectar mutações �minoritárias�(que formam menos de 20% dapopulação viral). Os examesfuncionam melhor quando a cargaviral é alta. Se a carga viral é baixa,é possível que esses exames nãofuncionem.
Os resultados podem ser difíceis deserem entendidos. Algumas vezes,não explicam o que está ocorrendocom você. Os medicamentos quedeveriam funcionar, de acordo comos resultados, na prática nãofuncionam e vice-versa. O médicopode dar mais esclarecimentos.
Lembre-se:
os exames de resistência nãoestão disponíveis em todas aspartes do mundo e são caros.Porém, estão se tornando maiscomuns, rápidos e baratos.
Apesar das dificuldades, muitospesquisadores acreditam que osexames de resistência chegarão aser uma prática padrão ou comumdo tratamento anti-HIV nos próximosanos. Para eles, a maioria dos mé-dicos usará os exames de resistênciaantes de escolher a primeira com-binação de medicamentos para ava-liar se a pessoa já se infectou comum vírus resistente.
Como se detectaa resistênciafenotípica virtual?
Através de um exame que combinaelementos do exame de fenótipo egenótipo. Primeiro, é feita umaanálise do genótipo da amostra.Depois, recorre-se à base de dados,na qual se tomam resultados dofenótipo de outras amostras comgenótipos similares. Essas amostrascomparadas estabelecem de queforma o vírus vai se comportar. Ofenótipo virtual é mais rápido e maisbarato que um exame de fenótipo.
O que é resistênciacruzada?
Algumas vezes, uma mutação de HIVé resistente a mais de um medica-mento, o que é chamado de resis-tência cruzada. Por exemplo: amaioria do HIV resistente ao indinavir(Crixivan) também é resistente aoritonavir (Norvir). Isso significa queo indinavir e o ritonavir possuemresistência cruzada.
É importante estar atento àresistência cruzada quando vocêmuda de medicamentos. O médicodeve indicar remédios que nãopossuam resistência cruzada com osque você estava tomando.
Importante
Ainda existem muitas coisas aserem esclarecidas sobre aresistência cruzada. Muitosmedicamentos têm, pelo menosparcialmente, resistênciacruzada entre si. À medida queo HIV desenvolve mais muta-ções, é mais difícil de sercontrolado. Por isso, é funda-mental tomar todas as doses dosanti-retrovirais segundo asinstruções. Isso diminui o riscode se desenvolver resistência eresistência cruzada, e possi-bilita a você ter opções paramudar de remédios no futuro.
Folhas Informativas 8Série C
Como tomar osInfoRed SIDA Nuevo México+
Como funcionamos medicamentospara a AIDS?
O HIV pode fazer milhões de cópiasdele mesmo todos os dias. Os medica-mentos anti-retrovirais não podemmatar o vírus, mas podem pratica-mente deter a sua multiplicação.
Um exame de carga viral mede aquantidade de vírus no sangue. Sevocê toma anti-retrovirais, aquantidade de vírus no seu sanguedeve diminuir. Se sua carga viral émuito baixa, é provável que você nãodesenvolva nenhuma doençaoportunista relacionada à AIDS. Paramais informações sobre carga viral,veja a Folha Informativa C6.
O que é resistência?
O HIV comete erros quando faz cópiadele mesmo. Muitas das cópias novassão ligeiramente diferentes do vírusoriginal (mutações). Muitas dasmutações podem se multiplicarfacilmente, ainda que você estejatomando medicamentos para detero HIV. Isso se chama �desenvolverresistência� aos remédios. Se o vírusdesenvolve resistência, ele vai semultiplicar com mais rapidez e,possivelmente, a doença pelo HIVsurgirá ou piorará.
Se você toma apenas um medica-mento, a resistência se desenvolvemais rapidamente. Se toma três, o HIVmultiplica-se mais lentamente e émuito mais difícil ocorrer o desenvol-vimento de resistência.
O que é resistênciacruzada?
Às vezes, se o HIV desenvolveresistência a um medicamento que
você está tomando, também poderáse tornar resistente a outrosremédios que você ainda nãotomou. Isso é o que se chama�resistência cruzada�. Muitos dosmedicamentos anti-HIV possuemresistência cruzada entre si, pelomenos, parcialmente.
Importante
Se você possui um tipo devírus que desenvolve resistên-cia a um medicamento anti-HIV, é possível que não possausar outros remédios damesma classe. Para evitar ficarsem opções no futuro, o idealé tomar todos os medica-mentos corretamente, deacordo com as recomendaçõesmédicas.
Como manter o víruscontrolado?
Quando você toma medicamentos,eles entram no sangue e sãodistribuídos pelo corpo. Depois, sãoeliminados através do fígado e dosrins, diminuindo a sua quantidade nosangue.
Alguns remédios são absorvidosmelhor pelo sangue se a pessoaestiver em jejum. Outros sãoabsorvidos melhor pelo sangue sefor feita uma refeição; outros, ainda,não necessitam dessas recomen-dações e podem ser tomados comou sem alimentos.
A melhor forma de manter o HIVcontrolado é tomar os medicamentosadequadamente, na hora certa, naquantidade prescrita e seguir asrecomendações alimentares.
Lembre-se:
a bula de cada medicamentoindica quantas pílulas devemser tomadas, quando e como,visando chegar a quantidadesuficiente de remédio nosangue. Se você se esquecede uma dose, não toma a dosecompleta ou não segue asrecomendações (alimentares,por exemplo), os níveis demedicamento no seu sanguediminuirão. Se não existirremédio suficiente no sangue,o HIV pode continuar semultiplicando. Quanto maisele se multiplicar, maiores sãoas possibilidades de desenvol-vimento de resistência.
O que fazer, na prática,para simplificar a adesãoaos medicamentos?
Pode ser difícil tomar os medi-camentos corretamente. Procuresimplificar ao máximo esse processo.Dicas:
� Fale com o médico sobre a suarotina, de forma que ambos possameleger os medicamentos que sejammais fáceis de tomar.
� Informe-se com o seu médicosobre:
� O tipo de remédio que vaitomar
� Quantas pílulas e quantasvezes ao dia
� Se têm que ser tomados comalimentos ou em jejum
� Como fazer para conservá-los
� Quais são os efeitoscolaterais e o que fazer casoapareçam.
medicamentos corretamente
Folhas Informativas Série C8
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
� Planeje com antecedência a buscamensal dos medicamentos na redepública de saúde, para que você nãofique sem eles.
� Uma dica é usar uma caixinha paratransportar os remédios. E nãoesquecer de contá-los com precisão:tomar a quantidade certa na horacerta é fundamental.
� Um relógio ou despertador éindispensável para lembrar a hora detomar os medicamentos.
� Outra dica que pode ajudar vocêa lembrar a hora de tomar osremédios é selecionar uma atividadediária:
� Durante o café da manhã
� Ao acordar
� Ao assistir os programa favoritode televisão
� Quando voltar do trabalho.
� Quem também pode ajudar alembrar dos horários são os familia-res de quem decide comunicarsobre a sua soropositividade. Paraisso, é fundamental que eles saibamcomo é importante tomar osremédios da forma correta.
Importante
As dicas acima só são válidasse os horários em que ocor-rem os eventos (café damanhã, horário de acordaretc.) forem constantes. Tam-bém é possível que surjamefeitos colaterais ou que vocêencontre dificuldade paratomar os remédios da formaindicada. De qualquer forma,é fundamental não deixar detomá-los nem diminuir a doseaté falar com o seu médico. Éele quem dirá se há possibi-lidade de indicar outrosmedicamentos que possamser mais fáceis de tomar.
Resumindo
Para que os medicamentos fun-cionem, siga as recomenda-ções médicas. Se isso não forfeito, o HIV pode desenvolverresistência a eles. Se o víruscria resistência a um remédio,talvez também desenvolvaresistência a outros medica-mentos anti-HIV. É essencialque você se informe sobre osmedicamentos receitados,assim como a quantidade quedeve tomar, quando e se devemser ingeridos com ou semalimentos. Também deve traba-lhar em colaboração com aequipe de saúde que o assistepara facilitar a adesão aosremédios.
Dicas para manter o horário demedicamentos: use uma caixi-nha para transportá-los, tenhasempre por perto um relógioou despertador ou não tenhaconstrangimento em contarcom o apoio de familiares,amigos ou grupos de ajuda,caso deseje revelar a suasoropositividade.
Para fazer qualquer mudançaem relação aos medicamentos,consulte o seu médico.
Folhas Informativas 9Série C
Interrupções do tratamentoInfoRed SIDA Nuevo México+
O que são asinterrupções dotratamento?
Muitas pessoas HIV+ deixam de tomarseus medicamentos anti-retroviraispor diferentes razões. Na maioria doscasos, a carga viral aumenta rapida-mente e a contagem das células Tabaixa.
Porém, em finais de 1997, umpaciente de Berlim deixou de tomaros medicamentos e a sua carga viralaumentou por um curto período detempo, depois voltou a descer e semanteve indetectável. Esse pacientehavia começado a tomar remédiospouco tempo após ter se infectadocom o vírus. Nesse caso, talvez o HIVnão tenha danificado o seu sistemaimunológico, ou talvez o aumento dasua carga viral tenha sido como umavacina que estimulou seu sistemaimune a controlar o vírus.
Os pesquisadores tentaram imedia-tamente repetir o êxito do pacientede Berlim em outros indivíduos HIV+,suspendendo o tratamento de algunsdeles por um período determinadoou até que a carga viral atingisse umdeterminado valor. Esse tipo deinterrupção de tratamento éconhecido como interrupção�estruturada� ou �estratégica� detratamento (STI, sua sigla em inglês,ou IET, em português).
Em quais pacientessão realizados osestudos e por quê?
Os estudos de interrupção estru-turada de tratamento se dividem deacordo com três tipos de pacientes:
� Pacientes com o HIV controladoe que começaram o trata-mento nos primeiros seismeses depois de terem seinfectado. Pacientes com�infecção primária�, comoo de Berlim, que apresen-tam possibilidades de con-trolar o HIV sem medica-mento.
� Pacientes com o HIV controladoe que começaram tratamen-to há mais de seis mesesapós terem se infectado.Pacientes com �infecçãocrônica� que reúnem con-dições de �tirar umas férias�do tratamento ou queremdiminuir os efeitos colate-rais.
� Pacientes que não conseguemcontrolar o HIV com os anti-retrovirais. Pacientes que,por terem algum tipo deresistência aos medica-mentos, talvez desejem�tirar umas férias� dosefeitos colaterais, esperarnovas opções de trata-mento ou experimentar ever se o vírus se transformaem �tipo selvagem�, que émais sensível aos remédios.Para mais informações sobreresistência, veja a FolhaInformativa C7.
Importante
Os médicos e pacientesdevem planejar as inter-rupções de tratamento. Acarga viral e a contagem decélulas T devem ser monito-radas atenciosamente. Saltardoses acarreta mais riscos doque parar com todos osmedicamentos de uma vez sóe não contribui para deter-minar como eles funcionam.NUNCA PARE DE TOMAR SEUSANTI-RETROVIRAIS SEM CON-SULTAR O SEU MÉDICO OU AEQUIPE DE SAÚDE QUE OASSISTE.
Quais são os riscos?
O risco mais óbvio de uma inter-rupção estruturada do tratamento éque a carga viral aumente e que acontagem de células T baixe. Esserisco é maior em pessoas que não têm
o vírus controlado. Se você tiver só50 células T, perder 10 pode significarsérias conseqüências.
Deixar de tomar e reiniciar a tomadade medicamentos pode facilitar odesenvolvimento de resistência aosremédios. Surpreendentemente, exis-te pouca evidência de desenvolvimen-to de resistência em pessoas queparticiparam de estudos de interrup-ções estruturadas de tratamento.
Talvez o maior risco seja em pessoasque tomam medicamentos quepermanecem no corpo por maistempo, como, por exemplo, oefavirenz (Sustiva).
Lembre-se:
é possível que a pessoa queinterrompa o tratamentotenha dificuldades parareiniciá-lo.
Quais são os possíveisbenefícios?
De forma ideal, uma interrupçãoestruturada do tratamento causariavários benefícios:
� Estimularia o sistema imuno-lógico: na melhor das opções,seria o controle do HIV semtomar medicamentos.
� Possibilitaria aos pacientestomar menos medicamentos.Isso reduziria os efeitoscolaterais e diminuiria ocusto do tratamento paraindivíduos e programas deassistência pública.
Folhas Informativas Série C9
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já baixos podem ter o número decélulas de defesa reduzido drasti-camente com a interrupção estru-turada.
Diante da necessidade de inter-rupção temporária do uso de um oumais medicamentos do esquema anti-retroviral, segundo as recomen-dações oficiais brasileiras, deve-sesempre suspender todos os anti-retrovirais ao mesmo tempo ereiniciá-los em conjunto, posterior-mente, para se evitar o desenvol-vimento de resistência. No caso detoxicidade dos anti-retrovirais ou deintrodução de novos remédios cominterações com os anti-retrovirais(rifampicina para pacientes em usode indinavir-Crixivan ou nelfinavir-Viracept), o esquema anti-retroviraldeve ser modificado e nãointerrompido.
Ainda segundo as recomendações,pacientes que atingem bom controleclínico e laboratorial após início dotratamento, particularmente aquelescujo esquema inicial envolve inibi-dores da protease e/ou um grandenúmero de comprimidos/cápsulas aodia, podem ter seu esquema anti-retroviral modificado para associa-ções menos complexas e/ou comperfil de toxicidade de longo prazomais favorável, sem perda da efe-tividade virológica ou imunológica,para favorecer a adesão aos anti-retrovirais, ou seja, ao tratamentode AIDS em geral.
Resumindo
Os pacientes HIV+ podemsuspender o tratamento porvárias razões. Em casos raros,as interrupções de tratamentotêm permitido que o sistemaimunológico controle o HIV semmedicamentos. Porém, não hácomo afirmar quando e emquem vai ocorrer tal controle.
Se aprendermos melhor comofuncionam as interrupções detratamento, talvez os pacientespossam deixar de tomar medi-camentos por um período detempo. Isso significaria termenos efeitos colaterais e tam-bém reduziria o custo dotratamento. Porém, deveríamosaprender de que forma minimi-zar o desenvolvimento da resis-tência, a transmissão do HIV eescolher o melhor momentopara interromper o tratamento,para evitar o aumento da cargaviral e a queda das células T.
O que dizem as pesquisas?
Infecção primária: durante ainterrupção estruturada do trata-mento, a carga viral aumenta e a con-tagem de células T baixa, exceto emraros casos. Os pesquisadores nãopodem predizer quem será capaz decontrolar o HIV sem medicamentos.
Infecção crônica: aqui tambémaumenta a carga viral e baixa a conta-gem de células T. São poucos ospacientes desse grupo que contro-lam o HIV sem anti-retrovirais. Ospesquisadores acrescentam trata-mentos que estimulam o sistemaimunológico quando se interrompeo tratamento com os anti-retrovirais.
Segundo as recomendações oficiaisbrasileiras, da Coordenação Nacio-nal de DST e AIDS, do Ministério daSaúde (veja Anexo 1), a interrupçãoestruturada de tratamento em pa-cientes com bom controle clínico-laboratorial como prática médica eestratégia terapêutica ainda seencontra em investigação clínica,com resultados conflitantes, nãohavendo tal indicação para essaprática no Brasil. Ainda segundo oconsenso, a interrupção estruturadaem pacientes com falha terapêuticae sem opções de tratamento, com aexpectativa de reversão do HIVresistente em vírus selvagem maissensível (drug holiday � �férias� dosmedicamentos), também não érecomendada como prática médica,pois tais pacientes com níveis de CD4+
Folhas Informativas 10Série C
Controle do nívelInfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o controle donível dos medicamentos?
O controle do nível dos medica-mentos (sigla em inglês, TDM) é feitocom um exame que analisa o nívelno sangue dos remédios que opaciente toma. Se o nível édemasiadamente alto, pode causarefeitos colaterais sérios; se fordemasiado baixo, pode permitir queo HIV se multiplique e que haja odesenvolvimento de resistência aomedicamento.
Esse controle do nível dos medica-mentos geralmente não é usado, poisnão há um consenso dos pesquisa-dores quanto a seus benefícios.
Como o exame de TDMpode ajudar?
Pessoas que tomam a mesma dose deum medicamento podem terdiferentes níveis do mesmo nosangue. Vários fatores podem afetaresses níveis:
� Alimentos: a absorção dosremédios pode depender daquantidade e do tipo dealimento no estômago.
� Metabolismo: quão rápido ounão são processados osmedicamentos no seucorpo. Isso depende, emparte, de fatores genéticos.
� Interações entre os remédios:alguns afetam o metabolismode outros e podem aumen-tar ou baixar seus níveis.
� Cigarro e bebidas alcoólicas.
� Suplementos de vitaminas oude ervas: por exemplo, ascápsulas de alho podembaixar os níveis sangüíneosdo saquinavir (Fortovase,Invirase).
dos medicamentos� Hepatite ou outra doença do
fígado ou dos rins.
� Gravidez.
� Idade: as crianças e adoles-centes não processam osmedicamentos como osadultos.
Esclarecendo melhor: se a carga viralnão baixa o suficiente, por exemplo,pode ser devido a níveis baixos demedicamentos no sangue. O médicopode, então, com o TDM, aumentara dosagem dos remédios paracontrolar o HIV. Outro exemplo: seum paciente tem efeitos colateraissérios pode ser porque os níveis dosmedicamentos estão demasiada-mente altos em seu sangue. Nessecaso, uma dose menor poderiamanter o HIV controlado e melhoraros efeitos colaterais.
O TDM serve paratodos os medicamentoscontra o HIV?
O TDM pode funcionar bem para osinibidores da protease e para osinibidores da transcriptase reversanão-análogos de nucleosídeos.Algumas pesquisas têm demonstradoque o nível sangüíneo desses medi-camentos está relacionado com aeficácia para controlar o HIV e comos efeitos colaterais.
O mesmo não ocorre com osinibidores da transcriptase reversaanálogos de nucleosídeos. Esses medi-camentos devem ser processadosdentro da célula antes de seremativados contra o HIV. Por isso, seunível sangüíneo é menos importantedo que a quantidade do mesmodentro das células, e essa quantidadeé muito difícil de ser medida. Nãosabemos ainda se o nível sangüíneodos análogos de nucleosídeos afetaseu próprio funcionamento ou se talnível sangüíneo desses anti-retroviraistem relação com os efeitos colaterais
que eles mesmos provocam. O TDMnão é usado ainda com essesmedicamentos.
Quais são as dificuldadescom o TDM?
· O TDM não está indicado para serusado em relação aos inibidores datranscriptase reversa análogos denucleosídeos.
Como já dito, o nível sangüíneo dosanálogos de nucleosídeos não é tãoimportante como o seu nível dentrodas células infectadas. A tecnologiapara medir esses níveis ainda não émuito boa.
· Não há um nível sangüíneo�ótimo� para cada medicamento.
A quantidade �ótima� de um remédiodepende do nível de resistência dovírus a ele. Quanto mais resistentefor o vírus, mais alto será o nívelnecessário de medicamento paracontrolá-lo.
· É difícil medir com precisão onível dos medicamentos.
Com as tecnologias atuais, examesrepetidos podem dar resultadosmuito diferentes.
· A adesão é muito importante.
Perder doses de um medicamentopode ter mais conseqüências do quequalquer outro fator no êxito oufracasso do tratamento anti-retro-viral. Também pode alterar osresultados do TDM.
· O TDM nem sempre ajuda.
Muitos médicos usam uma dose deritonavir (Norvir) para aumentar osníveis sangüíneos de outros medica-mentos. Ainda com uma dose maior,às vezes não se consegue aumentaros níveis dos medicamentos nosangue.
Folhas Informativas Série C10
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· Baixar os níveis sangüíneos nãodiminui todos os efeitos colaterais.
Alguns efeitos colaterais não estãovinculados à quantidade de remé-dios no corpo. As doses mais altasde inibidores da protease provavel-mente causam mais problemasdigestivos. O indinavir (Crixivan) podeafetar os rins, provocando cálculosrenais. Porém, a reação de hipersen-sibilidade ao abacavir (Ziagen) nãoestá relacionada com a dose. Nessescasos, o TDM não ajuda na orienta-ção de como reduzir esse efeitocolateral.
O TDM poderia ajudá-lo?
O TDM poderia proporcionar infor-mação útil para:
� Pacientes grávidas
� Crianças e adolescentes
� Pacientes com efeitos colateraisseveros
� Avaliar as interações entre osmedicamentos contra o HIV
� Avaliar as interações com outrosremédios como os anticoncepcio-nais, a metadona � usada no trata-mento de dependência química paraa prevenção de sintomas deabstinência - ou remédios para atuberculose
� Quando os tratamentos nãocontrolam o HIV, ainda que ospacientes tomem todas as doses.
Ainda há dúvidassobre o TDM?
As pesquisas em relação a diversasquestões relacionadas ao TDMcontinuam:
· Como se relaciona o nível de cadamedicamento com o controle do vírus?Que nível de sensibilidade tem o TDM?
· Qual é a relação entre o nível sangüí-neo do remédio e a quantidade ouseveridade de seus efeitos colaterais?
· Como podemos medir com mais preci-são o nível dos inibidores da transcrip-tase reversa análogos de nucleosídeos?
Folhas Informativas 11Série C
Interações entre medicamentosInfoRed SIDA Nuevo México+
O que são as interaçõesentre medicamentos?
A quantidade de um medicamentodeve ser suficientemente alta paracombater a doença e significati-vamente baixa no sentido de evitarmuitos efeitos colaterais. Algunsremédios disponíveis sem receita,drogas recreativas ilícitas, ervas oumesmo alimentos podem causargrandes mudanças na quantidade deum remédio anti-HIV no sangue. Umasuperdosagem pode provocar sériosefeitos colaterais. Uma dosedemasiadamente baixa pode fazer comque o medicamento não funcione.
Como o corpo processaos medicamentos?
Muitos remédios são eliminadospelos rins, deixando o corpo atravésda urina. Outros são processados nofígado. As substâncias químicas nofígado (enzimas) modificam asmoléculas dos medicamentos.
Ao ser ingerido, o medicamento vaido estômago aos intestinos. Depois,passa ao fígado, antes de circularpelo resto do corpo. Se for facilmenteprocessado pelo fígado, muito poucaquantidade chega à corrente san-güínea.
Como os medicamentosinteragem entre si?
Alguns remédios fazem com que osrins funcionem mais lentamente. Issoaumenta os níveis no sangue desubstâncias que normalmente sãoeliminadas pelos rins.
As interações mais comuns entre osmedicamentos derivam do fígado.Vários remédios podem acelerar ouretardar a função das enzimas hepá-ticas. Isso pode provocar grandesmudanças nos níveis sangüíneos deoutros medicamentos que são pro-cessados por essas mesmas enzimas.
Por que os alimentossão importantes nesseprocesso?
Os remédios que você toma passampelo estômago. A maioria deles éabsorvida melhor com o estômagovazio. Isso é bom no caso de algunsmedicamentos, mas também podecausar mais efeitos colaterais. Algunsremédios devem ser tomados comalimentos para que sejam proces-sados mais lentamente ou parareduzir seus efeitos colaterais.Outros devem ser tomados comalimentos ricos em gordura, já quese dissolvem na mesma e, dessaforma, são melhor absorvidos.
Os ácidos estomacais processamalguns medicamentos, incluindo oddI (Videx). Os comprimidos de ddIcontêm um antiácido que protegeo medicamento dos ácidos esto-macais. O antiácido interfere naabsorção do indinavir (Crixivan).Portanto, esses dois remédios nãopodem ser misturados nem podemser tomados ao mesmo tempo. Asnovas formulações desses medica-mentos são mais fáceis de tomar. Porexemplo: o ddI em cápsula nãonecessita de jejum.
Quais são osmedicamentosque causam a maioriadas interações?
Os inibidores da protease e osinibidores da transcriptase reversanão-análogos de nucleosídeos sãoprocessados pelo fígado e provocammuitas interações.
Que outros medicamentostêm que ser vigiados?
No caso de alguns remédios, apenasum pouco a mais da dose necessáriapode provocar uma superdosagemperigosa, e se a dose for ligeiramente
menor, talvez não funcione. Isso éconhecido como �índice terapêu-tico estreito�. Se você está tomandoalgum medicamento listado no Anexo2, qualquer interação pode serperigosa e, inclusive, mortal.
Lembre-se:
devemos também ter cuidadocom as drogas recreativasilícitas. Não se tem realizadoestudos profundos sobre asinterações com essas drogas,mas existem informes de su-perdosagem e mortes causa-das pela combinação de dro-gas e medicamentos anti-HIV.Você pode encontrar mais in-formações no site <http://www.hafci.org.drugs/>�PartySmarty, Marty�s HIV/Recrea-tional Drug Interactions�.
As mulheres que tomam anticon-cepcionais devem consultar seusmédicos sobre as interações entreesses medicamentos e os anti-retrovirais. Alguns remédios anti-HIVpodem diminuir a potência dosanticoncepcionais, o que poderiaacarretar uma gravidez nãodesejada.
O que ocorre comos produtos derivadosde ervas?
Há poucas pesquisas sobre asinterações entre produtos derivadosde ervas e medicamentos anti-HIV.Estudos recentes têm demonstradoque a erva de St. John�s Wort (ervade São João) e o alho podem reduziros níveis sangüíneos de alguns anti-retrovirais. Os suplementos de alhoou grandes quantidades de alho naalimentação podem provocar proble-mas a quem usa os inibidores da pro-tease (IPs), como saquinavir (Forto-vase, Invirase), nelfinavir (Viracept),indinavir ou amprenavir (Agenerase)como único IP no seu esquema.
Folhas Informativas Série C11
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Resumindo
Muitos medicamentos utilizados para o tratamentodo HIV interagem com outros remédios, ervas edrogas recreativas ilícitas. Essas interações podemcausar superdosagem grave ou mortal, ou podemfazer com que os medicamentos não alcancem osníveis terapêuticos suficientes. Você e seu médicodevem analisar cuidadosamente as informaçõesque constam das bulas. Peça a seu médico parafazer uma revisão de TODOS os medicamentos,drogas e ervas que você esteja tomando.
Folhas Informativas 12Série C
AZT (Retrovir)InfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o AZT?
É um dos medicamentos usados parao tratamento anti-retroviral. Tambémconhecido como azidodeoxithimidina,zidovudina, ZDV ou Retrovir, o AZT épatenteado pela GlaxoSmitKline.
O AZT é um inibidor da transcriptasereversa análogo de nucleosídeo. Atranscriptase reversa é a enzimaresponsável pela conversão domaterial genético (ARN) do HIV emADN. Essa conversão ocorre antes docódigo genético do HIV entrar nocódigo genético da célula infectada.
Quem deve tomar o AZT?
O AZT foi aprovado como ummedicamento anti-retroviral paratratar as pessoas infectadas com oHIV. Não existem regras absolutassobre quando se deve começar atomar os anti-retrovirais. Você e seumédico devem levar em consideraçãoa sua contagem de células T, a suacarga viral, os sintomas que você teme a sua disposição/compromisso detomar os remédios da maneiraindicada.
Se você toma AZT com outros anti-retrovirais, espera-se que a suacarga viral diminua para níveisindetectáveis e que a sua contagemde células T aumente. Isso significaque você poderá se manter saudávelpor mais tempo.
Lembre-se:
não é apenas a terapia anti-retroviral que prolonga a suavida. Outros aspectos bioló-gicos, psicológicos e sociaissão fundamentais para oenfrentamento da soroposi-tividade para o HIV e para umamelhor qualidade de vida. Paramais informações sobreterapia anti-retroviral, veja aFolha Informativa C3.
Por ser o primeiro medicamento anti-HIV aprovado, o AZT tem sido maisestudado do que outros anti-retrovirais. Os remédios mais novostêm sido pesquisados a partir dacomparação com o AZT. É o anti-retroviral que se receita com maisfreqüência por existir maisinformação a respeito.
O AZT reduz a transmissão do HIVda mãe para o filho. É receitado àsmães soropositivas a partir do quartomês de gravidez até que o bebênasça e, depois, ao recém-nascidodurante seis semanas. O AZT éusado, ainda, como parte de umacombinação de medicamentos empessoas que estiveram expostas aoHIV no seu local de trabalho(perfuração com agulhas ou contatocom fluidos corporais).
Como tomar o AZT?
A dose de AZT recomendada paraadultos é de 500mg a 600mg ao dia.Está disponível em cápsulas de 100mge 300mg, e também em forma líquida(xarope). A posologia do AZT é: 300mg(três cápsulas de 100mg), duas vezesao dia, ou 200mg (duas cápsulas de100mg), três vezes ao dia (veja asrecomendações brasileiras oficiais,da Coordenação Nacional de DST eAIDS, do Ministério da Saúde, noAnexo 1).
O AZT também é parte do combivire do trizivir. O combivir contém AZT+ 3TC (Epivir), e o trizivir AZT + 3TC +abacavir (Ziagen). Para maisinformações sobre esses remédios,veja as Folhas Informativas C16 e C17.
Importante
NÃO DEIXE DE TOMAR SEUSMEDICAMENTOS NEM REDUZAA DOSE SEM ANTES CONSUL-TAR O SEU MÉDICO.
Quais são os efeitoscolaterais do AZT?
Ao iniciar a terapia com AZT, vocêpode apresentar efeitos colateraispor um determinado tempo, como,por exemplo, dores de cabeça,hipertensão ou uma sensação de mal-estar geral. Esses efeitos colateraisgeralmente melhoram ou desapare-cem com o tempo, mas algunspacientes que tomam AZT continuamtendo náuseas, vômitos, dores decabeça e fadiga esporadicamente.
Os efeitos colaterais mais sérios são:anemia, granulocitopenia e miopatia.Poucas pessoas têm esses efeitos.Conheça um pouco mais sobre eles:
· Anemia: diminuição de glóbulos ver-melhos, causada por dano à medulaóssea. Se você tiver anemia, seu médi-co poderá diminuir a dose de AZT ousubstituí-lo por outro anti-retroviral.Se a anemia for grave, e você conti-nuar tomando AZT, é possível que pre-cise de uma transfusão de sangue ouque precise tomar um medicamentochamado eritropoyetina.
· Granulocitopenia: diminuição dosglóbulos brancos, também causadapor dano à medula óssea. Se vocêtiver granulocitopenia, seu médicodeverá substituir o AZT. Agranulocitopenia pode ser tratadacom um �fator estimulante decolônias�, chamado G-CSF e queestimula a produção de glóbulosbrancos. Mas por o G-CSF ser muitocaro, mudar de medicamento, paraalguns, é a melhor opção.
· Miopatia: causa dor e debilidademuscular. Não existe tratamentoespecífico para esse efeito colateral.
Como o AZT interage comoutros medicamentos?
O AZT nunca deve ser combinadocom o d4T (Zerit).
Folhas Informativas Série C12
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Os efeitos colaterais do AZT podempiorar caso ele seja tomado comoutros medicamentos. Informe aoseu médico sobre todos os remédiosque esteja tomando.
Como ocorre a resistênciaaos medicamentos?
Muitas das cópias novas do HIV sãomutações, ou seja, um poucodiferentes do vírus original. Algumasmutações podem continuar semultiplicando ainda que você esteja
tomando medicamento anti-retrovi-ral. Quando isso ocorre, os remédiosdeixam de funcionar. Isso é conhe-cido como �desenvolvimento deresistência� ao medicamento. AFolha Informativa C7 oferece maisinformações sobre o assunto.
Algumas vezes, se o tipo de vírus quevocê tem desenvolve resistência aum medicamento, ele também seráresistente a outros anti-retrovirais.Isso é conhecido como �resistênciacruzada�.
Importante
A resistência pode sedesenvolver rapidamente.É fundamental tomar osmedicamentos anti-re-trovirais segundo as ins-truções, na hora certa enão deixar de tomarsequer uma dose nemtampouco reduzi-la.
Folhas Informativas 13Série C
ddC (Hivid)InfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o ddC?
É um dos medicamentos usados parao tratamento anti-retroviral. Tambémconhecido como zalcitabina, dideo-xicytidine ou Hivid, o ddC é paten-teado pela Roche.
O ddC é um inibidor da transcriptasereversa análogo de nucleosídeo. Atranscriptase reversa é a enzima res-ponsável pela conversão do materialgenético (ARN) do HIV em ADN. Essaconversão ocorre antes do códigogenético do HIV entrar no códigogenético da célula infectada.
Nas recomendações brasileirasoficiais, da Coordenação Nacional deDST e AIDS, do Ministério da Saúde,o ddC não consta como opção deterapia anti-retroviral.
Quem deve tomar o ddC?
O ddC foi aprovado como ummedicamento anti-retroviral paratratar as pessoas infectadas com oHIV. Não existem regras absolutassobre quando se deve começar atomar os anti-retrovirais. Você e seumédico devem levar em conside-ração a sua contagem de células T,a sua carga viral, os sintomas quevocê tem e a sua disposição/compromisso em tomar os remédiosda maneira indicada.
Se você toma ddC com outrosmedicamentos, espera-se que a suacarga viral diminua para níveisindetectáveis e que a sua contagemde células T aumente. Isso significaque você poderá se manter saudávelpor mais tempo.
Lembre-se:
não é apenas a terapia anti-retroviral que prolonga a suavida. Outros aspectos biológicos,psicológicos e sociais são fun-damentais para o enfrentamentoda soropositividade para o HIV epara uma melhor qualidade devida. Para mais informações sobreterapia anti-retroviral, veja aFolha Informativa C3.
sensação de formigamento, adorme-cimento ou queimação nos pés,pernas ou mãos. O dano nervoso é,em geral, temporário e desaparece sevocê deixa de tomar o medicamentoou se reduz a dose de ddC. Se vocêcontinua tomando ddC, depois daaparição de sintomas que demonstremdanos no sistema nervoso, tais danospodem se tornar irreversíveis.
· Pancreatite: é uma inflamação dopâncreas, glândula de tamanho grandelocalizada atrás do estômago. Apancreatite pode ser mortal. Se vocêtoma ddC e apresenta dores agudasperto da área do estômago, na pélvisou nas laterais do abdômen, acompa-nhadas de náuseas e vômitos,suspenda o ddC e entre imediata-mente em contato com o seu médico.
Como o ddC interage comoutros medicamentos?
O ddC é mais efetivo se tomado comoutros medicamentos anti-retro-virais. Mas ele nunca deve ser com-binado com o 3TC (Epivir), d4T (Zerit)ou ddI (Videx).
Os antiácidos ou cimetidina podemreduzir os níveis sangüíneos do ddC.Já os aminoglicósidos, anphotericin B,foscarnet ou probenecid podemaumentar os níveis sangüíneos do ddC.
Alguns medicamentos podem piorar osefeitos colaterais produzidos pelo ddC.Informe ao seu médico sobre todos osremédios que esteja tomando.
Como ocorre a resistênciaaos medicamentos?
Muitas das cópias novas do HIV sãomutações, ou seja, um poucodiferentes do vírus original. Algumasmutações podem continuar semultiplicando ainda que você estejatomando medicamento anti-retroviral. Quando isso ocorre, osremédios deixam de funcionar. Issoé conhecido como �desenvolvimentode resistência� ao medicamento. AFolha Informativa C7 oferece maisinformações sobre o assunto.
Como tomar o ddC?
Esse medicamento está disponívelem comprimidos de 0.75mg ou de0.375mg. A dose recomendada deddC para adultos é um comprimidode 0.75mg, três vezes ao dia.
O ddC deve ser tomado em jejum:duas horas depois ou uma hora antesde qualquer refeição ou ingestão dealimentos.
É importante o seu médico verificarse você tem problemas no fígado ounos rins. Se você toma ddC, ele devemonitorar cuidadosamente o funcio-namento do seu fígado e dos seusrins. É possível também que eledecida que você não é um bomcandidato a tomar ddC.
Importante
NÃO DEIXE DE TOMAR SEUSMEDICAMENTOS NEM REDUZAA DOSE SEM ANTES CONSULTARO SEU MÉDICO.
Quais são os efeitoscolaterais do ddC?
Ao iniciar a terapia, você podeapresentar efeitos colaterais por umdeterminado tempo, como, porexemplo, dores de cabeça, hiper-tensão ou uma sensação de mal-estargeral. Esses efeitos colateraisgeralmente melhoram ou desapa-recem com o tempo.
Os efeitos colaterais mais comuns doddC são: brotoeja, dores no peito,febre, náuseas, mudanças nosresultados dos exames da função dofígado e/ou úlceras na boca.
Os efeitos colaterais mais sérios são:neuropatia periférica e, em rarasocasiões, pancreatite. Conheça umpouco mais sobre eles:
· Neuropatia periférica: é uma formade dano ao sistema nervoso. Geral-mente, apresenta-se como uma
Folhas Informativas Série C13
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral:Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
Algumas vezes, se o tipo de vírus quevocê tem desenvolve resistência aum medicamento, ele também seráresistente a outros anti-retrovirais.Isso é conhecido como �resistênciacruzada�.
Importante
A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomaros medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certae não deixar de tomar sequer uma dose nem tampouco reduzi-la.
Folhas Informativas 14Série C
ddI (Videx)InfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o ddI?
É um dos medicamentos usados parao tratamento anti-retroviral.Também conhecido como didanosina,dideoxyinosina ou Videx, o ddI épatenteado pela Bristol-MyersSquibb.
O ddI é um inibidor da transcriptasereversa análogo de nucleosídeo. Atranscriptase reversa é a enzimaresponsável pela conversão domaterial genético (ARN) do HIV emADN. Essa conversão ocorre antesdo código genético do HIV entrarno código genético da célulainfectada.
Quem deve tomar o ddI?
O ddI foi aprovado como ummedicamento anti-retroviral parapessoas infectadas pelo HIV. Nãoexistem regras absolutas sobrequando se deve começar a tomaros anti-retrovirais. Você e seu médi-co devem levar em consideração asua contagem de células T, a suacarga viral, os sintomas que você teme a sua disposição/compromisso detomar os remédios da maneiraindicada.
Se você toma ddI com outrosmedicamentos anti-retrovirais,espera-se que a sua carga viral dimi-nua para níveis indetectáveis e quea sua contagem de células T aumen-te. Isso significa que você poderáse manter saudável por mais tempo.
Lembre-se:
não é apenas a terapia anti-retroviral que prolonga a suavida. Outros aspectos bioló-gicos, psicológicos e sociaissão fundamentais para oenfrentamento da soroposi-tividade para o HIV e para umamelhor qualidade de vida.Para mais informações sobreterapia anti-retroviral, veja aFolha Informativa C3.
Como tomar o ddI?
Esse medicamento está disponívelem comprimidos mastigáveis, quetambém podem ser dissolvidos emágua, e em pó (também para serdissolvido em água). A doserecomendada para adultos é baseadano peso do corpo. As pessoas quepesam mais de 60 kg devem tomarum comprimido de 200mg, duas vezesao dia, ou 250mg da fórmula em pó,duas vezes ao dia. As pessoas commenos de 60 kg devem tomarcomprimidos de 125mg (um de 100mg+ um de 25mg), duas vezes ao dia,ou 167mg da fórmula em pó, duasvezes ao dia.
Os comprimidos revestidos paraliberação entérica de 250mg ou de400mg podem ser tomados daseguinte forma: para quem tem 60 kgou mais, 400mg (um comprimido), umavez ao dia. Já para quem tem menosde 60kg, 250mg (um comprimido), duasvezes ao dia, ou 125mg, duas vezesao dia (veja as recomendaçõesbrasileiras oficiais, da CoordenaçãoNacional de DST e AIDS, do Ministérioda Saúde, no Anexo 1).
Em novembro de 1999, a Admi-nistração de Alimentos e Fármacosdos Estados Unidos (FDA) aprovouuma fórmula de ddI que pode sertomada uma vez ao dia. A dose é dedois comprimidos de 200mg quedevem ser tomados ao mesmotempo. Essa nova fórmula não podeser utilizada para ser aplicada emdoses de duas vezes ao dia. Noentanto, em julho de 2000, a FDAcomunicou que é melhor tomar ddIduas vezes ao dia. A dose única diáriadeve ser utilizada apenas por adultosque, por situações especiais, sópodem tomar medicamentos uma vezao dia. Se você toma ddI e quermudar a forma de tomá-lo, consulteprimeiramente o seu médico.
Se você tem problemas no fígado ounos rins, é possível que tenha quereduzir a dose de ddI.
O ddI não é absorvido num meioácido e, por isso, contém um
antiácido na sua fórmula. O ddI deveser tomado em jejum ou com oestômago vazio, ou seja, 30 minutosantes ou duas horas após você terse alimentado ou comido algo. TomarddI com alimento reduz os níveissangüíneos do medicamento em maisde 50%.
A Bristol-Myers Squibb desenvolveuuma nova fórmula de ddI em cápsula(cobertura entérica que é absorvidano intestino) chamada de Videx EC.Essa fórmula em cápsula pode sertomada uma vez ao dia, não contémo antiácido e, em conseqüênciadisso, produz menos efeitoscolaterais e menos interações comoutros medicamentos. O Videx ECtambém dever ser tomado com oestômago vazio e deve ser ingeridosem mastigar.
Importante
NÃO DEIXE DE TOMAR SEUSMEDICAMENTOS NEM REDUZAA DOSE SEM ANTES CON-SULTAR O SEU MÉDICO.
Quais são os efeitoscolaterais do ddI?
Ao iniciar a terapia, você podeapresentar efeitos colaterais por umtempo determinado, como, porexemplo, dores de cabeça,hipertensão ou uma sensação demal-estar geral. Esses efeitoscolaterais geralmente melhoram oudesaparecem com o tempo.
Os efeitos colaterais mais comunsdo ddI são: diarréia, dores decabeça, vômitos e erupções napele. A diarréia é causada peloantiácido dos comprimidos e podeser severa.
Os efeitos colaterais mais sérios são:neuropatia periférica, pancreatitee acidose láctica. Conheça umpouco mais sobre eles:
· Neuropatia periférica: é uma forma
Folhas Informativas Série C14
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral:Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
de dano ao sistema nervoso. Geral-mente, apresenta-se como umasensação de formigamento, adorme-cimento ou queimação nos pés, naspernas ou nas mãos. O dano aosistema nervoso é, em geral, tempo-rário e desaparece se você deixa detomar o medicamento ou se reduz adose de ddI. Se você continuatomando ddI, depois da aparição desintomas que demonstrem danos nosistema nervoso, tais danos podem setornar irreversíveis.
· Pancreatite: é uma inflamação dopâncreas, glândula de tamanho grandelocalizada atrás do estômago. Apancreatite pode ser mortal. Se vocêtoma ddI e apresenta dores agudasperto da região do estômago, na pélvisou nas laterais do abdômen,acompanhadas de náuseas e vômitos,suspenda o ddI e entre imediata-mente em contato com o seu médico.
Obs.: níveis altos de triglicerídeospodem causar pancreatite.
· Acidose láctica: é a acumulação deácido láctico no sangue. Ocorrequando as células produzem umaquantidade anormal de energia. Issopode ser causado por dano namitocôndria. A acidose láctica podecausar dano grave no pâncreas e nofígado. Os sintomas da acidoseláctica podem incluir perda de peso,dor abdominal e fadiga severa.
Como o ddI interage comoutros medicamentos?
� O ddI pode ser mais efetivo setomado com hidroxiuréia.Porém, essa combinaçãoaumenta o risco de pancreatite.
� A metadona - usada notratamento de dependênciaquímica para a prevençãode sintomas de abstinência- diminui os níveis de ddI nosangue.
� O ddI nunca deve ser combina-do com o ddC (Hivid).
� As grávidas não devem tomarddI e d4T (Zerit) ao mesmotempo, já que tal combina-ção aumenta a possibilida-de de desenvolver acidoseláctica.
� Não tome ddI ao mesmo tempoque os inibidores da prote-ase (IPs). O tempo que vocêdeve deixar passar entre aingestão do ddI e a tomadado IP depende do tipo deinibidor da protease quevocê esteja tomando. Sigacorretamente as indicaçõessobre as doses e horários decada um dos medicamentosque você esteja tomando.
� Os níveis de ddI no sangueaumentam quando ele étomado junto com o teno-fovir (Viread) ou com aribavirina, usada no trata-mento da hepatite C. Ospacientes que tomam ddIjunto com um desses medi-camentos devem prestarmuita atenção ao surgi-mento de sintomas, tidoscomo efeitos colaterais doddI.
Como ocorre a resistênciaaos medicamentos?
Muitas das cópias novas do HIV sãomutações, ou seja, um pouco dife-rentes do vírus original. Algumasmutações podem continuar semultiplicando ainda que você estejatomando medicamento anti-retro-viral. Quando isso ocorre, os remé-dios deixam de funcionar. Isso éconhecido como �desenvolvimentode resistência� ao medicamento. AFolha Informativa C7 oferece maisinformações sobre o assunto.
Algumas vezes, se o tipo de vírus quevocê tem desenvolve resistência aum medicamento, ele também seráresistente a outros anti-retrovirais.Isso é conhecido como �resistênciacruzada�.
Importante
A resistência pode se desen-volver rapidamente. É funda-mental tomar os medica-mentos anti-retrovirais segun-do as instruções, na hora certae não deixar de tomar sequeruma dose nem tampoucoreduzi-la.
Folhas Informativas 15Série C
d4T (Zerit)InfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o d4T?
É um dos medicamentos usados parao tratamento anti-retroviral. Tambémconhecido como estavudina, dide-hydro-deoxythymidina ou Zerit, o d4Té patenteado pela Bristol-MyersSquibb.
O d4T é um inibidor da transcriptasereversa análogo de nucleosídeo. Atranscriptase reversa é a enzima res-ponsável pela conversão do materialgenético (ARN) do HIV em ADN. Essaconversão ocorre antes do códigogenético do HIV entrar no do códigogenético da célula infectada.
Quem deve tomar o d4T?
O d4T foi aprovado como um medica-mento anti-retroviral para tratar aspessoas infectadas com o HIV. Nãoexistem regras absolutas sobrequando se deve começar a tomar osanti-retrovirais. Você e seu médicodevem levar em consideração a suacontagem de células T, a sua cargaviral, os sintomas que você tem e asua disposição/compromisso de tomaros remédios da maneira indicada.
Se você toma d4T com outrosmedicamentos anti-retrovirais,espera-se que a sua carga viraldiminua para níveis indetectáveis eque a sua contagem de células Taumente. Isso significa que vocêpoderá se manter saudável por maistempo.
Lembre-se:
não é apenas a terapia anti-retroviral que prolonga a suavida. Outros aspectos bioló-gicos, psicológicos e sociaissão fundamentais para oenfrentamento da soroposi-tividade para o HIV e para umamelhor qualidade de vida. Paramais informações sobreterapia anti-retroviral, veja aFolha Informativa C3.
cimento ou queimação nos pés, naspernas ou nas mãos. O dano nervosoé, em geral, temporário e desapa-rece se você deixa de tomar omedicamento ou se reduz a dose ded4T. Se você continua tomando d4T,depois da aparição de sintomas quedemonstrem danos no sistemanervoso, tais danos podem se tornarirreversíveis.
· Lipodistrofia: é um conjunto demudanças na forma do corpo e nacomposição química do sangue.Vários estudos têm encontrado umaforte associação entre o uso do d4Te a perda de gordura nas pernas,nos braços e na face. Parece quemuitos medicamentos contribuempara o desenvolvimento da lipodis-trofia, mas não se sabe exatamentecomo isso ocorre. Algumas pessoaspreferem não usar o d4T devido àsua associação com a lipodistrofia.
· Acidose láctica: é o acúmulo deácido láctico no sangue. Ocorrequando as células produzem umaquantidade anormal de energia. Issopode ser causado por dano namitocôndria. A acidose láctica podecausar dano grave no pâncreas e nofígado. Os sintomas da acidoseláctica podem incluir perda de peso,dor abdominal e fadiga severa.
Como o d4T interage comoutros medicamentos?
O d4T é mais efetivo se tomado comoutros anti-retrovirais. Essemedicamento nunca deve sercombinado com o AZT (Retrovir) oucom o ddC (Hivid).
Os efeitos colaterais do d4T podempiorar se ele for combinado comganciclovir ou com pentamidina(remédios para doenças opor-tunistas).
As grávidas não devem tomar d4Tem combinação com o ddI (Videx),já que aumenta a possibilidade dedesenvolv imento da acidoseláctica.
Como tomar o d4T?
Esse medicamento está disponívelem cápsulas de 15mg, 20mg, 30mg e40mg. A dose recomendada de d4Tpara adultos depende do pesocorporal. Se você pesa 60kg ou mais,a dose é de 40mg, duas vezes ao dia.Se você pesa menos de 60kg, a dosedeve ser de 30mg, duas vezes ao dia(veja as recomedações brasileirasoficiais, da Coordenação Nacional deDST e AIDS, do Ministério da Saúde,no Anexo 1).
É importante que o seu médico saibase você tem problemas no fígado.Se você toma d4T, ele devemonitorar cuidadosamente ofuncionamento do seu fígado. Épossível também que ele decida quevocê não é um bom candidato paratomar o d4T.
Importante
NÃO DEIXE DE TOMAR SEUSMEDICAMENTOS NEM REDUZAA DOSE SEM ANTES CONSULTARO SEU MÉDICO.
Quais são os efeitoscolaterais do d4T?
Ao iniciar a terapia, você podeapresentar efeitos colaterais por umdeterminado tempo, como, porexemplo, dores de cabeça,hipertensão ou uma sensação demal-estar geral. Esses efeitoscolaterais geralmente melhoram oudesaparecem com o tempo.
Os efeitos colaterais mais graves dod4T são: neuropatia periférica,lipodistrofia e acidose láctica.Conheça um pouco mais sobre eles:
· Neuropatia periférica: é uma formade dano ao sistema nervoso.Geralmente, apresenta-se como umasensação de formigamento, adorme-
Folhas Informativas Série C15
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
Como ocorre a resistênciaaos medicamentos?
Muitas das cópias novas do HIV sãomutações, ou seja, um pouco dife-rentes do vírus original. Algumasmutações podem continuar semultiplicando ainda que você estejatomando medicamento anti-retro-viral. Quando isso ocorre, os remédiosdeixam de funcionar. Isso é conhe-
cido como �desenvolvimento deresistência� ao medicamento. A FolhaInformativa C7 oferece maisinformações sobre o assunto.
Algumas vezes, se o tipo de vírus quevocê tem desenvolve resistência a ummedicamento, ele também seráresistente a outros anti-retrovirais. Issoé conhecido como �resistênciacruzada�.
Importante
A resistência pode se desen-volver rapidamente. É fun-damental tomar os medica-mentos anti-retrovirais seg-undo as instruções, na horacerta e não deixar de tomarsequer uma dose nem tam-pouco reduzi-la.
Folhas Informativas 16Série C
3TC (Epivir)InfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o 3TC?
É um dos medicamentos usados parao tratamento anti-retroviral.Também conhecido como lamivudinaou Epivir, o 3TC é patenteado pelaGlaxoSmithKline.
O 3TC é um inibidor da transcriptasereversa análogo de nucleosídeo. Atranscriptase reversa é a enzimaresponsável pela conversão domaterial genético (ARN) do HIV emADN. Essa conversão ocorre antes docódigo genético do HIV entrar nocódigo genético da célula infectada.
Quem deve tomar o 3TC?
O 3TC foi aprovado como ummedicamento anti-retroviral paratratar as pessoas infectadas com oHIV. Não existem regras absolutassobre quando se deve começar atomar os anti-retrovirais. Você e seumédico devem levar em conside-ração a sua contagem de células T,a sua carga viral, os sintomas quevocê tem e a sua disposição/compromisso de tomar os remédiosda maneira indicada.
Se você toma 3TC com outrosmedicamentos anti-retrovirais,espera-se que a sua carga viral diminuapara níveis indetectáveis e que a suacontagem de células T aumente. Issosignifica que você poderá se mantersaudável por mais tempo.
Lembre-se:
não é apenas a terapia anti-retroviral que prolonga a suavida. Outros aspectos bioló-gicos, psicológicos e sociaissão fundamentais para oenfrentamento da soroposi-tividade para o HIV e para umamelhor qualidade de vida.Para mais informações sobreterapia anti-retroviral, veja aFolha Informativa C3.
geral. Esses efeitos colateraisgeralmente melhoram ou desapare-cem com o tempo.
Os efeitos colaterais mais comuns do3TC são: náuseas, vômitos, fadiga edores de cabeça. Algumas pessoasapresentam insônia (problemas paradormir). Em raras ocasiões, podeocorrer queda de cabelo.
Como o 3TCinterage com outrosmedicamentos?
O 3TC nunca deve ser combinadocom o ddC (Hivid).
O bactrim e o septra podemaumentar os níveis do 3TC no sangue.
Informe ao seu médico sobre todosos remédios que você estejatomando.
Como ocorre a resistênciaaos medicamentos?
Muitas das cópias novas do HIV sãomutações, ou seja, um poucodiferentes do vírus original. Algumasmutações podem continuar semultiplicando ainda que você estejatomando medicamento anti-retroviral. Quando isso ocorre, osremédios deixam de funcionar. Issoé conhecido como �desenvolvimentode resistência� ao medicamento. AFolha Informativa C7 oferece maisinformações sobre o assunto.
Algumas vezes, se o tipo de vírusque você tem desenvolve resistênciaa um medicamento, ele também seráresistente a outros anti-retrovirais.Isso é conhecido como �resistênciacruzada�.
O 3TC parece reduzir a resistênciaao AZT. Isso significa que se vocêtoma 3TC depois de desenvolverresistência ao AZT, este funcionamelhor.
Como tomar o 3TC?
Esse medicamento está disponívelem comprimidos de 150mg e300mg. Também está disponível emforma líquida (xarope). A doserecomendada de 3TC é de umcomprimido de 300mg, uma vez aodia, ou dois de 150mg, duas vezesao dia. As pessoas que pesammenos de 50kg devem reduzir adose (segundo as recomendaçõesbrasi le iras of ic ia is, da Coor-denação Nacional de DST e AIDS,do Ministério da Saúde, 150mg,duas vezes ao dia, ou 300mg, umavez ao dia. O consenso tambémrecomenda reduzir a dose paraquem tem menos de 50kg. VejaAnexo 1).
O 3TC pode ser tomado com ou semalimentos.
É importante que o seu médico saibase você tem problemas nos rins,porque, nesse caso, talvez sejanecessário diminuir a dose de 3TC.
O 3TC também faz parte do combivire do trizivir. O combivir contém AZT(Retrovir) e 3TC. O trizivir contémAZT, 3TC e abacavir (Ziagen). Paramais informações, veja as FolhasInformativas C12, C17, C18 e C19.
Importante
NÃO DEIXE DE TOMAR SEUSMEDICAMENTOS NEM REDUZAA DOSE SEM ANTES CONSULTARO SEU MÉDICO.
Quais são os efeitoscolaterais do 3TC?
Ao iniciar a terapia, você podeapresentar efeitos colaterais por umdeterminado tempo, como, porexemplo, dores de cabeça, hiper-tensão ou uma sensação de mal-estar
Folhas Informativas Série C16
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
Importante
A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamental tomar osmedicamentos anti-retrovirais segundo as instruções, na hora certa enão deixar de tomar sequer uma dose nem tampouco reduzi-la.
Folhas Informativas 17Série C
Abacavir (Ziagen)InfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o abacavir?
É um dos medicamentos usados parao tratamento anti-retroviral.Também conhecido como 1592U89ou Ziagen, o abacavir é patenteadopela GlaxoSmithKline.
O abacavir é um inibidor da trans-criptase reversa análogo de nu-cleosídeo. A transcriptase reversa éa enzima responsável pela conversãodo material genético (ARN) do HIV emADN. Essa conversão ocorre antes docódigo genético do HIV entrar nocódigo genético da célula infectada.
Quem deve tomaro abacavir?
O abacavir foi aprovado como ummedicamento anti-retroviral paratratar as pessoas infectadas com oHIV. Não existem regras absolutassobre quando se deve começar atomar os anti-retrovirais. Você e seumédico devem levar em conside-ração a sua contagem de células T,a sua carga viral, os sintomas quevocê tem e a sua disposição/com-promisso de tomar os remédios damaneira indicada.
Se você toma abacavir com outrosmedicamentos anti-retrovirais,espera-se que a sua carga viral diminuapara níveis indetectáveis e que a suacontagem de células T aumente. Issosignifica que você poderá se mantersaudável por mais tempo.
Lembre-se:
não é apenas a terapia anti-retroviral que prolonga a suavida. Outros aspectos bioló-gicos, psicológicos e sociaissão fundamentais para oenfrentamento da soroposi-tividade para o HIV e para umamelhor qualidade de vida. Paramais informações sobre tera-pia anti-retroviral, veja a FolhaInformativa C3.
O uso do abacavircausa reação dehipersensibilidade?
Entre 3% e 5% das pessoas que tomamabacavir apresentam uma reaçãoalérgica que geralmente ocorre depoisde duas semanas do início dotratamento. Porém, a alergia podeaparecer após seis semanas ou mais,depois do começo do tratamento. Ospacientes apresentam os seguintessintomas:
� Febre (80% dos pacientes)
� Erupções na pela (60%-70%)
� Dores de cabeça, sensação demal-estar, falta de energia(60%)
� Náuseas, vômitos, diarréia oudor estomacal (50%)
� Tosse, dificuldade para respirare dor de garganta (20%).
Importante
Se você tiver uma reação dehipersensibilidade, os sintomaspioram a cada dose tomada e nãodesaparecem até você deixar detomar o medicamento. Caso vocêapresente alguns dos sintomasacima descritos quando estivertomando o abacavir, entre emcontato com o seu médicoimediatamente. Se você teveuma reação de hipersensibilidadeao abacavir, nunca reinicie otratamento com ele. Algunspacientes que apresentaramreação de hipersensibilidade ereiniciaram o tratamento tiveramreações mortais.
Se você deixar de tomar o abacavirpor alguma razão - porque acabou,por exemplo-, consulte o seumédico antes de reiniciar a inges-tão desse medicamento. Em casosraros, pessoas que pensavam nãoserem alérgicas tiveram reaçõesseveras quando reiniciaram com oabacavir.
Acredita-se que o abacavir penetreno sistema nervoso central e, porisso, pode prevenir problemasneurológicos, como a demência, porexemplo.
Como tomar o abacavir?
Esse medicamento é tomadooralmente e está disponível emcápsulas. A dose recomendada paraadultos é de 300mg (uma cápsula),duas vezes ao dia. Para as crianças,está disponível o xarope de aba-cavir, cuja dose dependerá do seupeso corporal - o médico indicará adosagem correta (veja as recomen-dações brasileiras oficiais, da Coor-denação Nacional de DST e AIDS, doMinistério da Saúde, no Anexo 1).
O abacavir pode ser tomado com ousem alimentos.
O abacavir é um dos medicamentosque compõem o trizivir. O trizivircontém AZT (Retrovir), 3TC (Epivir)e abacavir.
Importante
NÃO DEIXE DE TOMAR SEUSMEDICAMENTOS NEM REDUZAA DOSE SEM ANTES CONSULTARO SEU MÉDICO.
Quais são os efeitoscolaterais do abacavir?
Ao iniciar a terapia, você podeapresentar efeitos colaterais por umdeterminado tempo, como, porexemplo, dores de cabeça, hiper-tensão ou uma sensação de mal-estargeral. Esses efeitos colateraisgeralmente melhoram ou desapa-recem com o tempo.
Folhas Informativas Série C17
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
Como o abacavirinterage com outrosmedicamentos?
O abacavir deve ser tomado comoutros anti-retrovirais. Interaçõesespecíficas com outros medica-mentos não têm sido identificadas.
Apesar de a maioria dos inibidoresda transcriptase reversa ser com-binada com os inibidores da protease(IPs), o abacavir tem sido estudadoem combinação com outrosinibidores da transcriptase reversa.Os resultados foram quase tão bonscomo quando combinado com IPs.
O abacavir funciona melhor emcombinação com o inibidor daprotease amprenavir (Agenerase).
(Veja a Folha Informativa C28)
Como ocorre a resistênciaaos medicamentos?
Muitas das cópias novas do HIV sãomutações, ou seja, um poucodiferentes do vírus original. Algumasmutações podem continuar semultiplicando ainda que você estejatomando medicamento anti-retro-viral. Quando isso ocorre, os remé-dios deixam de funcionar. Isso éconhecido como �desenvolvimentode resistência� ao medicamento. AFolha Informativa C7 oferece maisinformações sobre o assunto.
Algumas vezes, se o tipo de vírus quevocê tem desenvolve resistência aum medicamento, ele também seráresistente a outros anti-retrovirais.Isso é conhecido como �resistênciacruzada�.
O abacavir parece funcionar aindaque o HIV seja resistente a outrosinibidores da transcriptase reversa.
Importante
A resistência pode se de-senvolver rapidamente. Éfundamental tomar os medi-camentos anti-retroviraissegundo as instruções, na horacerta e não deixar de tomarsequer uma dose nem tam-pouco reduzi-la.
Folhas Informativas 18Série C
Combivir (AZT + 3TC )InfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o combivir?
É um medicamento que contém acombinação de dois anti-retrovirais:o AZT (Retrovir) e o 3TC (Epivir). Ocombivir é patenteado pela Glaxo-SmithKline.Veja as Folhas Informa-tivas C12 e C16.
Os dois medicamentos que formamo combivir são inibidores da trans-criptase reversa análogos de nucleo-sídeos. A transcriptase reversa é aenzima responsável pela conversãodo material genético (ARN) do HIVem ADN. Essa conversão ocorreantes do código genético do HIVentrar no código genético da célulainfectada.
Quem deve tomaro combivir?
O combivir foi aprovado como ummedicamento anti-retroviral paratratar as pessoas infectadas com o HIV.Não existem regras absolutas sobrequando se deve começar a tomar osanti-retrovirais. Você e seu médicodevem levar em consideração a suacontagem de células T, a sua cargaviral, os sintomas que você tem e asua disposição/compromisso de tomaros remédios da maneira indicada.
Se você toma combivir com outrosmedicamentos anti-retrovirais, espera-se que a sua carga viral diminua paraníveis indetectáveis e que a suacontagem de células T aumente. Issosignifica que você poderá se mantersaudável por mais tempo.
Lembre-se:
não é apenas a terapia anti-retroviral que prolonga a suavida. Outros aspectos bioló-gicos, psicológicos e sociaissão fundamentais para oenfrentamento da soropositi-vidade para o HIV e para umamelhor qualidade de vida. Paramais informações sobreterapia anti-retroviral, veja aFolha Informativa C3.
geralmente melhoram ou desapa-recem com o tempo.
Os efeitos colaterais mais comuns docombivir são iguais aos do AZT e aosdo 3TC. Incluem: dores de cabeça,mal-estar estomacal e fadiga. Osefeitos colaterais mais graves são:anemia, granulocitopenia e miopatiaque ocorrem em poucas pessoas(veja a seguir). Se você apresentaresses sintomas, talvez seu médicosuspenda o combivir.
· Anemia: diminuição dos glóbulosvermelhos, causada por dano àmedula óssea.
· Granulocitopenia: diminuição dosglóbulos brancos, também causadapor dano à medula óssea.
· Miopatia: causa dor e debilidademuscular. Não existe um tratamentoespecífico.
Como o combivirinterage com outrosmedicamentos?
O combivir nunca deve ser combi-nado com o ddC (Hivid) ou com od4T (Zerit).
O bactrim e o septra aumentam osníveis do 3TC no sangue.
Os efeitos colaterais do AZT (um dosremédios que compõem o combivir)podem piorar caso ele seja tomadocom outros medicamentos. Informeao seu médico sobre todos osremédios que esteja tomando.
Como ocorre a resistênciaaos medicamentos?
Muitas das cópias novas do HIV sãomutações, ou seja, um pouco dife-rentes do vírus original. Algumasmutações podem continuar se multi-plicando ainda que você estejatomando medicamento anti-retrovi-ral. Quando isso ocorre, os remé-dios deixam de funcionar. Isso éconhecido como �desenvolvimento
Por conter dois medicamentos nummesmo comprido, o combivir torna-se mais conveniente do que outrascombinações de anti-retrovirais. Issoajuda as pessoas a serem mais ade-rentes ao tratamento e a contro-larem melhor a replicação do HIV.
Importante
As crianças com menos de 12anos de idade e as pessoascom problemas nos rins nãodevem tomar o combivir.
Como tomar o combivir?
Esse medicamento é tomado por viaoral e está disponível em compri-midos. A dose recomendada paraadultos é de um comprimido, duasvezes ao dia. Cada comprimidocontém 300mg de AZT e 150mg de3TC (veja as recomendações brasi-leiras oficiais, da CoordenaçãoNacional de DST e AIDS, do Ministérioda Saúde, no Anexo 1).
O combivir pode ser tomado com ousem alimentos.
As pessoas que pesam menos de 50kgnão devem tomar o combivir.
Importante
NÃO DEIXE DE TOMAR SEUSMEDICAMENTOS NEM REDUZAA DOSE SEM ANTES CONSU-LTAR O SEU MÉDICO.
Quais são os efeitoscolaterais do combivir?
Ao iniciar a terapia, você pode apre-sentar efeitos colaterais por umdeterminado tempo, como, porexemplo, dores de cabeça, hiper-tensão ou uma sensação de mal-estar geral. Esses efeitos colaterais
Folhas Informativas Série C18
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
de resistência� ao medicamento. AFolha Informativa C7 oferece maisinformações sobre o assunto.
Algumas vezes, se o tipo de vírus quevocê tem desenvolve resistência a ummedicamento, ele também será resis-tente a outros anti-retrovirais. Isso éconhecido como �resistência cruzada�.
Importante
A resistência pode se desenvolver rapidamente. É fundamentaltomar os medicamentos anti-retrovirais segundo as instruções,na hora certa e não deixar de tomar sequer uma dose nemtampouco reduzi-la.
Folhas Informativas 19Série C
Trizivir (AZT + 3TC + abacavir)InfoRed SIDA Nuevo México+
O que é o trizivir?
É um medicamento composto por trêsanti-retrovirais usados para o trata-mento do HIV: AZT (Retrovir), 3TC(Epivir) e abacavir (Ziagen). O trizivir épatenteado pela GlaxoSmithKline. Nãoestá disponibilizado pelo Sistema Únicode Saúde. Veja as Folhas InformativasC12, C16 e C17.
Os medicamentos que formam otrizivir são inibidores da transcriptasereversa análogos de nucleosídeos. Atranscriptase reversa é a enzimaresponsável pela conversão domaterial genético (ARN) do HIV emADN. Essa conversão ocorre antes docódigo genético do HIV entrar nocódigo genético da célula infectada.
Quem deve tomaro trizivir?
O trizivir foi aprovado como um medi-camento anti-retroviral para trataras pessoas infectadas com o HIV. Nãoexistem regras absolutas sobrequando se deve começar a tomar osanti-retrovirais. Você e seu médicodevem levar em consideração a suacontagem de células T, a sua cargaviral, os sintomas que você tem esua disposição/compromisso de to-mar os remédios da maneira indicada.
Se você toma trizivir com outrosmedicamentos anti-retrovirais,espera-se que a sua carga viral diminuapara níveis indetectáveis e que a suacontagem de células T aumente. Issosignifica que você poderá se mantersaudável por mais tempo.
Lembre-se:
não é apenas a terapia anti-retroviral que prolonga a suavida. Outros aspectos bioló-gicos, psicológicos e sociaissão fundamentais para oenfrentamento da soroposi-tividade para o HIV e para umamelhor qualidade de vida. Paramais informações sobre tera-pia anti-retroviral, veja a FolhaInformativa C3.
Os efeitos colaterais mais comuns dotrizivir são iguais aos efeitos provo-cados pelo AZT, 3TC e abacavir, comodores de cabeça, mal-estar noestômago e fadiga.
Os efeitos colaterais mais sérios são:anemia, granulocitopenia e miopatia.Esses efeitos ocorrem em poucaspessoas, e se você apresentar algumdeles pode ser que seu médico reco-mende parar de tomar o trizivir.Conheça um pouco mais sobre eles:
· Anemia: diminuição dosglóbulos vermelhos, causadapor dano à medula óssea.
· Granulocitopenia: diminuiçãodos glóbulos brancos,também causada por danoà medula óssea.
· Miopatia: causa dor e debi-lidade muscular. Não existeum tratamento específico.
O efeito colateral mais sério doabacavir � um dos medicamentos quecompõem o trivizir - é uma reaçãode hipersensibilidade. Menos de 5%das pessoas têm essa reação, masno caso de você apresentá-la, deixede tomar o trivizir imediatamente enão volte a tomá-lo nunca mais, pois,ao reiniciar a sua tomada, podemocorrer efeitos graves e até mortais.
A reação geralmente pode aparecerentre uma e duas semanas após oinício do tratamento com o trizivir,em razão da presença do abacavir.Os pacientes apresentam, pelomenos, dois dos seguintes sintomas:febre, erupções na pele, dores decabeça, sensação de mal-estar geral,falta de energia, náuseas, vômitos,diarréias ou dor no estômago, tosse,dificuldade para respirar ou dor degarganta. Se você tiver algum dessessintomas, entre em contato com oseu médico e pare de tomar o trizivirimediatamente.
Para mais informações sobre areação de hipersensibilidade aoabacavir, veja a Folha Informativa C17.
Por conter três medicamentos nummesmo comprido, o trizivir torna-semais conveniente do que outras combi-nações de anti-retrovirais. Isso ajudaas pessoas a serem mais aderentes aotratamento e a controlarem melhor areplicação do HIV.
O trizivir pode ser uma combinaçãoefetiva, mas alguns médicos achamque não é muito potente em pessoascom carga viral acima de 100 milcópias.
Importante:AS CRIANÇAS COM MENOSDE 12 ANOS DE IDADE E
AS PESSOAS COM PROBLEMASNOS RINS NÃO DEVEM TOMAR
TRIZIVIR.
Como tomar o trizivir?
Esse medicamento está disponívelem comprimidos e é tomado oral-mente. A dose recomendada paraadultos é de um comprimido, duasvezes ao dia. Cada comprimido con-tém 300mg de AZT, 150mg de 3TC e300mg de abacavir.
O trizivir pode ser tomado com ousem alimentos.
As pessoas que pesam menos de 50kgnão devem tomar o trizivir.
Importante
NÃO DEIXE DE TOMAR SEUSMEDICAMENTOS NEM REDUZAA DOSE SEM ANTES CONSULTARO SEU MÉDICO.
Quais são os efeitoscolaterais do trizivir?
Ao iniciar a terapia, você podeapresentar efeitos colaterais por umdeterminado tempo, como, porexemplo, dores de cabeça, hiper-tensão ou uma sensação de mal-estargeral. Esses efeitos colaterais geral-mente melhoram ou desaparecemcom o tempo.
Folhas Informativas Série C19
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA � Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Débora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por
EED.Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
Como o trizivirinterage com outrosmedicamentos?
O trizivir nunca deve ser combinadocom o ddC (Hivid) e com o d4T(Zerit).
O bactrim e o septra aumentam osníveis de 3TC no sangue.
Os efeitos secundários do AZT(remédio que compõe o trizivir)podem piorar caso ele seja tomadocom outros medicamentos. Informeao seu médico sobre todos osremédios que esteja tomando.
Como ocorre a resistênciaaos medicamentos?
Muitas das cópias novas do HIV sãomutações, ou seja, um poucodiferentes do vírus original. Algumasmutações podem continuar semultiplicando ainda que você estejatomando medicamento anti-retroviral. Quando isso ocorre, osremédios deixam de funcionar. Issoé conhecido como �desenvolvimentode resistência� ao medicamento. AFolha Informativa C7 oferece maisinformações sobre o assunto.
Algumas vezes, se o tipo de vírus quevocê tem desenvolve resistência a
um medicamento, ele também seráresistente a outros anti-retrovirais.Isso é conhecido como �resistênciacruzada�.
Importante
A resistência pode se desen-volver rapidamente. É funda-mental tomar os medica-mentos anti-retroviraissegundo as instruções, nahora certa e não deixar detomar sequer uma dose nemtampouco reduzi-la.