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Antologia de
Contos
Catarinenses
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Antologia de Contos Catarinenses criados pelos estudantes de Letras Português a
distância, da Universidade Federal de Santa Catarina.
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Quem vive em seu mundo de casa e trabalho, nunca conheceu dona Ida Vaizconcelas. Nascida em família
humilde e muito religiosa ainda assim não trabalhou, ficava às voltas enquanto seus irmãos terminavam
seus afazeres. Estudar não interessava e isso não levava a nada, pois melhor era fazer suas andanças.
Quando em idade de casar, bateu o pé dizendo que nada a prenderia e dali fugiu. Sozinha e cheia de
sonhos, seguiu o seu próprio caminho. Para onde? Disse sua mãe que para quem não fica, à Ida qualquer
lugar serve.
Tempos e tempos passaram, sem nunca mais voltar. Passos, trevos, corridas, caminhadas e tudo mais que
se possa fazer andar. Até o dia que não mais aguentou e parou. Muito já tinha visto, pessoas conhecido e
estradas percorrido. Perdida, sem mais forças para andar, a volta, à Ida não serviria. Então, foi-se embora
de uma vez.
RAQUEL RYBANDT
Refúgio
Era uma noite fria e chuvosa. A energia elétrica acabara de faltar e Sara estava ali, de roupão,
naquele imenso casarão velho, sozinha. Foi para lá em busca de refúgio, para fugir dos problemas da vida,
da correria diária que sua profissão de repórter lhe impõe, mas um imenso medo lhe fez companhia. Seu
momento de lazer, de relaxamento, foi transformado em instantes de pânico e solidão. Nada enxergava
além do breu. A escuridão lhe tomou os olhos. A chuva não dava trégua.
De repente, alguém bateu à porta. Quem seria? Ela relutou em abrir. Ficou imóvel com os olhos
fixos na porta. Esperou em silêncio para ver se a pessoa desistia e ia embora, mas novamente ouviu as
batidas na porta acompanhadas por uma voz que a chamava pelo nome. Seu corpo estremeceu, e mesmo
que quisesse andar, suas pernas bambas não lhe levariam a lugar algum. Não reconheceu a voz, mas a
pessoa sabia o seu nome e o seu paradeiro. Novamente, indagou-se sobre quem seria e o que poderia
querer com ela àquela hora da noite. Pela terceira vez ouve as batidas insistentes e a voz. Resolve atender.
Pé por pé dirige-se até a porta, já sem cor, trêmula, e com o corpo gelado. Abriu a porta e deparou-se com
um homem alto e forte que, falando com pressa, mandou ela se vestir e o acompanhar.
No caminho, o homem se apresentou e disse ser seu novo colega da redação do jornal e que
eles tinham que fazer a matéria sobre o incêndio que se alastrava sobre mata, próximo dali. Neste
instante, a alegria tomou conta de Sara, que percebeu não conseguir viver longe do que mais gosta de
fazer: do seu trabalho.
Tatiana Della Giustina
Um Sábado Nada Qualquer
Numa manhã de sábado de primavera, Sandra abria seus olhos ainda grudados pela longa noite de sono.
Ainda estava cansada. Os sábados eram sempre iguais naquela cidade quase alemã. Tomava banho, vestia
uma roupa arejada e se dirigia até o seu restaurante para cozinhar mais uma daquelas suculentas e
calóricas feijoadas brasileiras. Era sempre assim. Pior nos dias quentes.
Mas naquele dia algo iria acontecer que mudaria para sempre a vida de Sandra.
Como todas as manhãs de sábado, Sandra levantava, lavava o seu rosto oleoso pela quantidade de cremes
anti-idade que aplicava em sua pele antes de dormir, tomava seu remédio para colesterol, pressão alta e
artrite reumatóide e abria a porta de madeira com um simpático pato esculpido nos mínimos detalhes.
O seu pastor-alemão sempre fazia festa quando Sandra abria a sua porta. Era carente e queria aproveitar
aqueles únicos momentos em que a cozinheira estava em casa e tinha paciência para atendê-lo. Mas ele
não estava só. Havia junto dele um amontoado de pelos brancos e bolas castanhas: era um cachorro
pequenino, recém-nascido.
Tudo que Sandra queria era tirar aquela criatura minúscula das garras daquele cão arteiro e desengonçado.
O que ela faria com aquele ser, nem ela sabia. Resolveu ligar para a sua filha. A ordem era objetiva e
convicta: - Fique com ele, mãe.
Seria a hora de se preocupar com a alimentação daquele animal de focinho úmido e sem característica
específica. Os tempos de maternidade vieram à mente de Sandra. As fraldas de pano estendidas no varal,
as mamadeiras de leite quente, o feijão batido no liquidificador. Toda aquela nostalgia aterrorizava as
emoções da sexagenária mãe de três filhos.
Havia um machucado na cabeça do cachorro, mas que Sandra, ao abrir as suas pernas, descobriu que era
cadela. Havia um machucado na cabeça da cadela. Uma bolinha branca, sem raça definida, tão pequenina
que cabia na palma de sua mão. Os pelos eriçados e o machucado faziam Sandra desconfiar que o seu
pastor-alemão já havia feito poucas e boas com aquele ser tão indefeso.
A cada momento que passava, o sentimento de posse por aquela cadelinha aumentava. E junto dele, um
amor incondicional tão estranho que há tanto tempo Sandra não sentia. Era o seu presente de natal
daquele ano. Naquele momento, Sandra queria abrir mão do restaurante, das feijoadas aos sábados, das
tardes abafadas dentro da cozinha, das críticas dos garçons, de todo o passado que pertencia à vida dela
antes daquele sábado.
Fernanda Ribas
A noite estava calma, assustadoramente calma, não se via nem ouvia nada. Era o mais impressionante
silêncio que a escuridão noturna poderia trazer: nem um cantar de pássaros, coaxarem de sapos, sussurrar
do vento... Nada... Carlos estava, como nas noites anteriores, em seu quarto, na madrugada, esperando
por aquele misterioso vulto que nas últimas semanas, chegava perto da janela de seu quarto, ficava por
alguns instantes, fazendo um barulho que para o menino de 5 anos era aterrorizante. O menino nem
ousava olhar por muito tempo. Recém o vulto chegava se escondia embaixo das cobertas e só saía de lá
depois que o silêncio voltava a reinar na imensidão da noite. Quando amanhecia o dia, pensava em contar
para seus pais sobre aqueles mistérios, mas eles eram tão ocupados com as plantações que havia naquele
verão que não ousava perturbá-los. Carlos não tinha coragem nem mesmo de chegar perto de sua janela,
com medo de haver algum vestígio da estranha criatura. Assim passou alguns dias. Certo dia, o menino
acordou com o leve exaltar de vozes de seus pais, que estavam discutindo sobre o que teria acontecido
com as pipocas dos pés plantados ao lado da casa, perto do quarto de Carlos, que haviam sumido. Era mais
um mistério que o menino não saberia responder.
Marli Faquin
O bebê de Maria
Depois de engravidar a própria filha, tentou fingir que nada estava acontecendo, porém a menina vendo
sua barriga que crescia a cada dia, sentindo-se desesperada, resolve contar ao pai que estava grávida já
que este parecia não se dar conta do acontecido. Não imaginara tamanha crueldade, e que uma tragédia
estaria por vir. No momento em que revela que seu pai será pai e avô ao mesmo tempo, Graciliano não
pensa duas vezes, saca um revolver calibre 38 do bolso e dispara várias vezes na barriga de Maria que cai
na grama já sem vida. Em seguida aponta para sua cabeça e também dispara tirando sua própria vida.
Contam os vizinhos que ele urrava igual um bicho pulando por cima de um pé de laranjeira. Contam ainda
que no velório de ambos um caixão do lado do outro o de Maria chamava atenção, pois o bebê mexeu
algumas vezes em sua barriga. Até os dias de hoje na quarta e sexta-feira da quaresma há quem escute a
alma dele gritando em cima da laranjeira.
Obs. Esse caso aconteceu aqui onde moro.
LAUDI LOURENÇO DE CAMARGO
A campainha do portão tocava insistentemente, enquanto a mulher acabava de arrumar a mesa
para o almoço, que costumava, todos os dias saborear sozinha desde que seu amado filho foi passar a
férias com seu pai na fazenda, onde nesta época do ano exigia sua presença diária.
Não cessando o toque, alarmando que alguém desejava desesperadamente ser atendido, a mulher
largou de seus afazeres e foi apressadamente ver quem era. Ao deparar-se com aquela figurinha suja,
ferida e com olhar tristonho, ela deu um salto para trás. O que teria lhe acontecido? Não acreditava que
seu filhinho estivesse ali, daquela forma. Rapidamente recolheu-o e tratou de cuidar da sua aparência.
Banhou-o com certa urgência, verificou seus ferimentos para depois colocar uma atadura no pé direito no
qual o corte era maior.
Sem que ele se queixasse das dores que, possivelmente, sentia, ofereceu-lhe um prato de comida o
qual ele passou a devorar com muita pressa. Vendo-o alimentar-se com satisfação ela ouvia o toque,
também insistente do telefone. Deixando-o por alguns instantes, foi até a sala para atender e para sua
surpresa, seu amado filho repetia diversas vezes que estava com muitas saudades e que o pai o traria na
manhã seguinte para passar alguns dias com a mãe. Dirigindo seu olhar à cozinha, onde havia deixado o
pobre faminto, percebeu apenas um lugar vazio e um prato com poucos restos de alimento, silêncio, o
telefone repetindo as aventuras que seu filho estava vivendo na fazenda.
Eliane Pieczarka
Naquela noite
“A lua cheia estampava aquele céu límpido e com muitas estrelas, o jovem voltava para casa depois
daquele dia perturbado. De repente avistou algo estranho na mata e foi ver o que era. Olhos grandes e
brilhantes, mas com um corpo pequeno, movimentava-se rapidamente de um lado para o outro, não era
gato, nem cachorro, bicho estranho. Pedro amedrontado com mais aquela situação corre mais que
depressa, mas aquela coisa o perseguia. Entra tremendo em seu quarto, com as mãos geladas e suadas, o
telefone toca e fica mudo, quem poderia estar ligando para ele naquela madrugada? Deita-se e não
demora muito para pegar no sono. Um som intrigante e alto o faz acordar, seu despertador, já são oito
horas da manhã e Pedro ainda com o corpo cansado levanta para mais um dia do seu árduo trabalho. Mas
na sua mente toda aquela dúvida sobre a noite passada”.
Júlio César Vieira
Mais uma bela tarde de sol, final de primavera, os pássaros cantando uma leve brisa soprava nos
cabelos de Maria Alice, que costumeiramente sentava-se na varanda a essa hora do dia.
Mais um dia que havia passado, sem grandes novidades, Maria Alice que tinha grande facilidade
para lidar com os problemas corriqueiros da família, deixava tudo acontecer não dava mais sua opinião,
parentes próximos já não têm tempo de escutar suas palavras frágeis.
A sua mente é de uma mulher jovem, mas o tempo passou, e ela ficou presa em seu próprio corpo,
sua opinião sendo ignorada, sua presença por vezes se torna incômoda.
E assim virá outro dia para Maria Alice, que com passos incertos tentará chegar novamente, na varanda,
amanhã à tardinha.
Ana Lucélia
A Memória de um Amor
André deixou-se cair na cadeira assustado, a carta que estava em suas mãos foi ao chão e ele deixou cair.
Agitado, passou a mão na testa como a querer afastar do pensamento a notícia inesperada. O suor escoria
pelo seu rosto enquanto a dor invadia seu peito. Aquilo não podia ser verdade o seu grande amor o deixou.
Exausto de tanto chorar decidiu fazer uma caminhada até a praça que ficava um pouco afastada de sua
casa, na esperança de que seu coração se aquietasse e esquecesse tamanha dor plantada em seu peito.
Ficou ali sentado à beira de uma fonte olhando a água que corria, parou debaixo de uma árvore e seus
olhos não se aguentavam de tanto cansaço acabou adormecendo profundamente e em seu sono sonhou
com alguém que lhe dizia:
- Homem, como te chamas? Ele, muito assustado, automaticamente respondeu: - Eu me chamo André - De
onde tu vens? E André muito triste, respondeu-lhe: - Venho da mais pura angústia que já existiu, venho do
desconsolo. O Homem volta a pedi-lhe: Para onde está indo com toda essa tristeza? - Vou para onde não
posso sentir esse vazio e essa dor que me consomem, vou encontrar com o amor. A voz cessou por um
instante e depois voltou a dizer:- Não precisas ir tão longe para falar com o Amor. Eu sou Aquele que
procuras. Mas só posso conceder-lhe o desejo, se pedires com muita fé. E André, pensou, entrou em
pensamento e decidiu fazer um pedido: - Quero que me transformes em uma pedra e me coloques na
boca daquele vulcão que vejo logo a minha frente.E o Amor, confuso, disse: - Pensei que fosses pedir-me
para restabelecer o seu noivado com sua amada. Por que me pedes isso? - Eu fiz como me disseste, pedi
com fé. Então cumpra a sua promessa. E assim foi feito, o Amor transformou André em uma pedra e o
colocou na boca do vulcão.
Logo, o vulcão entrou em erupção e, na primeira explosão, espatifou a pedra em milhões de pedaços que
se espalharam por toda a terra. Assim, em todos os lugares, passou a existir um pedaço daquele imenso e
verdadeiro amor que André sentia e a terra voltou a ter esperança.
Rapidamente, André acorda, era um homem que o sacudia, com lágrimas nos olhos. André o abraça e
sente que o seu coração se aquieta. O homem lhe diz – acalme-se meu filho, tudo vai passar, a dor é só um
aprendizado e com um sorriso nos lábios e um brilho inexplicável em seus olhos arremessa na fonte uma
pequena pedra e em passos calmos vai embora.
Alessandra Cristina Martins
Amor Proibido
“Te conhecer foi como seguir uma estrada onde não existem desvios, nem atalhos. Eu estava frente a
minhas decepções, angústias e a mais pura expressão do amor sublime, encantado. Muitas palavras
trocadas, momentos singelos que foram aos poucos se transformando em algo real... a cada toque um
suspiro um bater pulsar, um coração a sonhar. Você soube como se aproximar, e em minha mente
penetrar, sua voz doce, suas palavras de carinho e amor me fizeram apaixonar. Cada momento vivido
como se fosse único, uma paixão a desvendar, com o medo do proibido que me cegava de paixão no
olhar... Cada dia, cada hora foi um momento a provar, minha existência frente a inúmeros caminhos que
me faziam renunciar, meu corpo tremia e minha alma implorava por nossos corpos a amar... aquele amor
que ia nos penetrando na alma, com o corpo ardente e a alma que implorava o renunciar. A paixão foi algo
certeiro, sem pensar nem planejar, somente o desejo do vingar... que me assola a todo momento com a
culpa do que foi um dia um ardente desejo do amar. A cada momento fecho os olhos e vejo nossos corpos,
despidos a amar... Esse amor que me assola, que me aflige e me faz atordoar. Nossa história ficara na
memória de muitos, como um conto que surge a atormentar, mas na profunda paixão ardente dos que
viveram a poder contar.”
Michele Daltoé
Mania de Viver
Depois daquele dia tudo seria diferente. Maria ao sair da faculdade, como outro dia qualquer,
jamais imaginaria seu breve futuro. Logo a alegria e o som preferido que ouvia em seu carro deu lugar ao
inesquecível barulho das ferragens, vozes distantes, momentos de silêncio. Por um momento quis abrir os
olhos, mas ao sentir-se imobilizada e a face tomada por um líquido espesso e quente, desfaleceu.
Mal sabia ela que sua felicidade, tal qual sua face estava manchada. Quando acordou no leito
hospitalar sem poder ao menos movimentar suas pernas, num esforço tremendo lembrou-se do
acontecido, o choque, os gritos, a dor. Dor tão grande, apenas menor que a dor de saber que além de seu
sangue, suas pernas e tantas outras partes do corpo que perdera, estava agora sozinha. Ali perdeu o seu
amor.
Perdeu também o sentido da vida, naquele triste momento. Mas ali também descobriu que já trazia
em seu ventre, vida nova. Desta forma, Maria desenvolveu e o faz a cada dia, essa mania de viver!
Maria Rosilde Ramos da Cunha Silva
O HOMEM DO BANCO DA PRAÇA
Sentado em um banco em meio ao alvoroço da Avenida 15 de Maio (São Paulo), encontrava-se um
idoso. Isolado com apenas uma bíblia na mão. Alguns curiosos o observam de longe, porém nenhum se
prontificava de uma provável aproximação. Ao decorrer do dia ele se mantém ali em um silêncio profundo
admirando o vulto das pessoas que passam apressadas, indo e vindo de seus trabalhos. Logo a sua frente
passa um casal de namorados, nesse instante uma lágrima rola por sua face, como se uma vaga lembrança
se tornasse relevante naquele instante. Algumas horas se passam e uma garotinha que portava um bicho
de pelúcia rasgado senta-se ao seu lado a soluçar, em busca do silêncio cessar o pobre homem começa a
conversar se oferece para o urso concertar, feliz com a boa atitude do homem em sua companhia se
dispõem a ficar. Entretida com a conversa a garota esquece-se de suas magoas e o tempo percorre, mas
para eles a eternidade reina. Juntos assistem o por do sol e o nascer da lua, ambos na mesma sintonia
harmoniosa, sem nenhuma falsidade apenas o prazer do desfrutar de uma conversa. Com badalados do
sino da catedral indicando 21h00, o idoso se levanta e cavalheiro ajuda a agora a pôr-se de pé, com um
singelo sorriso se despedem e seguem caminhos diferentes.
Neuseli Beyersdorff Olsen
O começo do fim
Era o fim do caminho. Estavam todos na sala reunidos, com lágrimas nos olhos. A notícia do médico
foi bombástica. Teria mais uma noite de suspiros e gemidos. Mamãe não conseguia conter os soluços. Os
irmãos que antes nunca tinha visto chorarem, escorriam lágrimas pelas suas faces. E eu ali, sentindo o
verdadeiro fim de tudo.
A tarde findou e surgiu a noite.
Será que os meios justificam os fins?
Será que tudo o que começa termina? Dúvidas e perguntas cretinas surgiam na minha cabeça. Era o
fim da picada. Tudo estava acabado.
O relógio da sala marcava o fim do dia 05 de maio e soava a badalada da meia noite.
Mamãe retirou-se do quarto e lá fiquei eu com ele. Pedi a Deus que desse fim àquele sofrimento.
Comecei a rezar o salmo de que ele tanto gostava, o 21.
Seus olhos verdes me olharam pela última vez e começou a fechá-los como uma vela que vai se
apagando vagarosamente.
Foi o fim de um novo começo. Meu pai acabara de falecer.
Fabiola Beal Piovezan
Os três cavaleiros do silêncio
Entraram no pequeno povoado três homens montados em seus cavalos, observado pelos olhares dos
moradores, eram desconhecidos trajando roupas negras, com seus chapéus e lenços sob os rostos,
ocultando suas faces. Ao Trote foram deslocando, sentindo a última casa do vilarejo, e lá chegando, um
apeou e adentrou na residência. Passados alguns minutos, no silêncio da vila, o cavaleiro retorna, e com
uma adaga banhada em sangue em suas mãos, a limpa com um lenço branco, agora sujo de sangue e o
deixa na soleira da janela. Na mesma calma que chegaram agora se retiram da vila, sob os mesmos olhares
dos moradores e sob o mesmo silêncio que chegaram. Após a saída dos algozes, foram alguns moradores a
última casa da vila, lá encontraram aquele homem solitário, de quem nada se sabia, o conheciam apenas
por João, fatalmente ferido por uma facada certeira em seu coração. Mais tarde os moradores da vila
ficaram sabendo. Era uma vingança, aquele homem solitário e pacato que há poucos dias havia mudado
para o povoado era o mais frio e cruel criminoso de toda a região, e sua morte foi encomendada por uma
viúva, que teve sua família assassinada pelo cruel bandido, mortos seu marido e seus cinco filhos e após
ser estuprada teve sua vida poupada. Os vingadores em seus cavalos eram conhecidos como os três
cavaleiros do silêncio, os quais todos temiam e admiravam.
Toni Roberto Guesser
Há muito tempo havia um homem chamado Pedro, que vivia em uma casinha perto da floresta com sua
família. O homem era considerado preguiçoso e desleixado, pois não se importava com o bem estar dos
filhos e da esposa. Ele simplesmente passava o dia todo sentado na porta de sua casa fumando um
cachimbo rodeado de diversos cachorros magros.
Um dia passou por ali um homem, e vendo aquela situação precária pediu ao pobre homem por que ele
não trabalhava e o mesmo lhe disse:
_ É pruquê num tenho forças moço.
O homem se sensibilizou com a situação e pediu que ele fosse ao médico para saber se não estava doente.
Assim Pedro foi fazer exames e descobriu que tinha uma anemia, por isso é que não tinha vontade de
trabalhar.Ele fez um tratamento e melhorou a alimentação.
Agora, depois do tratamento, aquele sítio tem outra cara, todos vivem bem dispostos e bem alimentados
sem falar que muito felizes, pois agora possuem até geladeira e dessa forma conservam os alimentos
sempre fresquinhos e livres de doenças que são ocasionadas por alimentos mal acondicionados
*Baseado em uma historinha que eu ouvia para dormir
Sônia Piccinin