Apêndice A PRODUTO EDUCACIONAL
UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE COSMOLOGIA UTILIZANDO
MAPAS CONCEITUAIS
1. Escopo de aplicação
Visa atender aos objetivos do ensino de Cosmologia no primeiro ano do Ensino Médio,
em conformidade com os PCNs, e em especial ao Currículo Mínimo do Estado do Rio de
Janeiro, correspondendo esta unidade ao primeiro bimestre letivo.
2. Planejamento
O sucesso de um processo de ensinoaprendizagem depende do planejamento do professor. Na
sequência didática aqui apresentada, foram consideradas, em cada aula, as etapas da
problematização inicial, da organização do conhecimento e da aplicação do conhecimento. O
componente denominado “organizador prévio” foi apresentado para motivar o aluno e introduzir
conceitos para as próximas aulas. Embora essa sequência aplicase a uma condição de ensino
comum, possivelmente, alguns professores necessitarão adaptála às suas condições particulares.
3. A sequência didática
Constituise de uma série de atividades, baseadas na construção de mapas conceituais,
planejadas de forma a facilitar a aprendizagem dos estudantes sobre o tema Cosmologia. Os
mapas devem ser construídos em grupos (de 45 alunos), durante as aulas, sobre os textos
previamente lidos pelos alunos em casa e discutidos na classe com o professor. Um questionário
final de avaliação, bem como os textos de trabalho e endereços de acesso aos materiais
suplementares são fornecidos a seguir. Ao final do produto é fornecido um guia para construção
e análise de mapas conceituais assim como um pequeno glossário de termos e conceitos
referentes a mapas conceituais e a teoria da aprendizagem de Ausubel.
01
4. Instâncias: as aulas
Tabela A.1 Quadro resumido das aulas da sequência.
02
1º AULA
Tema: Conhecimentos prévios sobre o sistema solar
Duração: Duas aulas de 50 minutos
Objetivos gerais
Conhecer a importância do tema Cosmologia.
Objetivos específicos
Revelar as concepções prévias dos alunos sobre o sistema solar;
Destacar a importância do tema Cosmologia e sua utilidade para a aprendizagem.
Recursos
Folhas de papel em branco (ou folha de caderno), lápis e borracha.
Projetor multimídia e computador.
Problematização
Você sabe o que é um modelo científico?
Como você acha que é o sistema solar em que vivemos ?
Os planetas giram em torno do Sol ou é o contrário ?
Quais os constituintes do sistema solar? Seria apenas Sol e os planetas?
Será que existe somente um sistema solar?
O Sol é uma estrela?
Outras estrelas podem constituir sistemas solares?
Organização do conhecimento
Esclarecer neste momento que todos nós, na maioria dos casos, já sabemos alguma coisa
sobre diversos assuntos, e chamamos isto de conhecimento prévio. Porém, o que achamos
que sabemos sobre um determinado assunto e que acreditamos estar correto pode ser uma
informação que não seja aceita pela comunidade científica.
03
Aplicação do conhecimento
Orientar a turma a produzirem um desenho que retrate o sistema solar tal como
“aprenderam” que ele é, e explicar que o professor usará esses desenhos tão somente para
tomar ciência dos conhecimentos prévios da turma sobre o assunto.
Organizador prévio
Como material potencialmente motivador para as atividades posteriores, exibir para os
estudantes, no final desta aula, um vídeo sobre um modelo helicoidal do sistema solar
<https://goo.gl/Ze28yp >.
Análise dos conteúdos prévios a partir dos desenhos
Cada desenho será recolhido pelo professor que os analisará e classificará em função do
número de características corretas que ele apresenta. Quanto mais características corretas
maior o conhecimento prévio apresentado.
As características a ser identificadas para a classificação dos desenhos podem ser: sol
central, número correto de planetas, denominação dos planetas, tamanho relativo dos
planetas e ordem correta dos planetas. Para cada característica correta presente será
assinalado “sim” ou “não” numa tabela conforme mostra a Tabela A.1.
À critério do professor, podem ser acrescentadas mais colunas referente à possibilidade
do estudante desenhar outras características corretas (tais como cometas e luas dos
planetas) ou mesmo características incorretas (tais como órbitas duplamente ocupadas).
Com base na presença dessas características os desenhos podem ser classificados
conforme o nível do conhecimento prévio que revelam: Detalhado, Bom, Parcial ou
Baixo.
Para atribuir um nível do conhecimento prévio devese estabelecer uma certa quantidade
de características corretas presentes, por exemplo:
1. Detalhado corresponde à presença de 4 ou mais características;
2. Bom corresponde à presença de 3 características;
3. Parcial corresponde à presença de de 2 características;
4. Baixo corresponde à presença de apenas 1 característica ou nenhuma.
04
Com os dados da tabela preenchida, o professor, terá condições de saber qual o ponto de
partida para trabalhar os conceitos de Cosmologia sobre o sistema solar. Além disso,
poderá, inclusive, identificar eventuais concepções alternativas dos estudantes com as
quais precisará lidar e propiciar a mudança conceitual.
Importante, também, o professor estar atento aos “incrementos” que os estudantes podem
inserir nos desenhos, tais como estrelas, órbitas espirais, duplas, etc. Esses elementos
indicam concepções alternativas fortes suficiente para serem representadas e exigirão do
professor uma atenção especial para promover a necessária transição conceitual.
DESENHO
CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DOS DESENHOS
SOL NO
CENTRO
NÚMERO
CORRETO DE
PLANETAS
DENOMINAÇÃO
DOS PLANETAS
TAMANHO
RELATIVO DOS
PLANETAS
ORDEM
CORRETA DOS
PLANETAS
CONHECIMENTO
DO SISTEMA
SOLAR
1
2
3
...
Tabela A.1 Tabela modelo para classificação dos desenhos e determinação do nível de
conhecimento dos alunos sobre o sistema solar.
05
2º AULA
Tema: Mapas conceituais como ferramenta para a Aprendizagem Significativa.
Duração: Duas aulas de 50 minutos
Objetivos gerais
Compreender o conceito sobre a Aprendizagem Significativa.
Construir o primeiro Mapa Conceitual
Objetivos específicos
Delinear as principais características que propiciam o desenvolvimento da Aprendizagem
Significativa, em contraposição à aprendizagem mecânica
Apresentar as principais características dos mapas conceituais;
À partir de um pequeno texto, construir o primeiro mapa conceitual como exemplo.
Recursos
Projetor multimídia e computador.
O professor deverá disponibilizar um meio eletrônico para que os alunos possam acessar
os textos das aulas seguintes e demais links do curso com antecedência, via internet. Para
tanto pode ser aberto um email com acesso para toda a turma ou utilizar plataforma
educacional.
Problematização
Como você entendeu o modelo do sistema solar do video da última aula?
Por quanto tempo você se lembra do que estuda?
Você se lembra do que estudou em ciências no ano passado?
De 0 à 10, que nota você daria para a sua vontade de aprender neste momento?
Como você entende um mapa?
Você já ouviu falar do mapa conceitual?
06
Organização do conhecimento
Discutir porque os estudantes guardam certas informações por algum tempo e depois as
esquecem. Tocar nesse ponto é importante para que os alunos percebam a necessidade de
eles mesmos mudarem seus próprios paradigmas de estudo e aprendizagem, com uma
participação mais ativa nas aulas.
Apresentar o conceitos da Aprendizagem Significativa como aquela que é construída
sobre conceitos anteriormente bem estabelecidos, como por exemplo o conceito “tio” que
é construído sobre os conceitos de “pai” e “irmão”.
Contrapor a Aprendizagem Significativa com a aprendizagem mecânica, que sem
“âncoras” de conceitos anteriores, se perde rapidamente.
Reforçar a importância da participação ativa de cada indivíduo em seu próprio processo
de aprendizagem e também deve falar da construção dos mapas conceituais como técnica
para facilitar a Aprendizagem Significativa.
Apresentar exemplos de mapas conceituais, selecionados à partir de uma pesquisa na
internet, sobre temas diversos para que os estudantes percebam como é a sua estrutura e
que ele pode ser empregado em qualquer disciplina e para estudar qualquer assunto;
Aplicação do conhecimento
Propor aos estudantes a construção conjunta de um primeiro mapa conceitual com base 9
em um texto simples, explicando:
como identificar os conceitos mais relevantes;
como usar expressões de ligação para estabelecer suas conexões com outros
conceitos menos inclusivos formando proposições ;
como montar um mapa conceitual a partir dos conceitos e suas conexões.
Exemplo de texto simples que pode ser utilizado:10
“O que causa as estações do ano é o fato da Terra orbitar o Sol com seu eixo de rotação
inclinado em relação ao plano orbital. O ângulo de inclinação entre o plano do equador e o plano
orbital é cerca de 23,5° atualmente. Essa inclinação é basicamente fixa. Devido a essa inclinação,
9 Ao final deste produto encontrase um guia para construção de mapas conceituais. 10 Adaptado de <http://www.astronomiasingular.com/2013/02/explicarestacoesdoano.html>
07
no decorrer da órbita da Terra em torno do Sol, os raios solares incidem mais diretamente em um
hemisfério do que no outro, e assim aquece bem mais determinado hemisfério do que o outro.
Lembrese de que quando no hemisfério norte da Terra é inverno, é verão no hemisfério
sul e viceversa. Isto porque o Sol não incide com a mesma intensidade no hemisfério norte e sul
ao mesmo tempo.
No caso do outono e da primavera, o Sol está aproximadamente com a mesma
intensidade em regiões iguais dos dois hemisférios (...). Nunca é a mesma estação nos dois
hemisférios ao mesmo tempo.”
08
3º AULA
Tema: Modelo geocêntrico de Aristóteles
Duração: Duas aulas de 50 minutos
Objetivos gerais
Compreender o conhecimento científico como resultado de uma construção humana,
inserida em um processo histórico e social.
Objetivos específicos
Reconhecer a importância da Física Aristotélica e sua influência exercida sobre o
pensamento ocidental.
Identificar o que é um modelo geocêntrico do sistema solar e suas bases históricas e
científicas.
Construir o primeiro mapa conceitual em grupo sobre o sistema solar Aristotélico.
Recursos
Projetor multimídia e computador.
“Texto 1” de apoio: Modelo geocêntrico do Universo – Aristóteles. (deve ser
disponbilizado previamente para a turma)
Dividir a turma em grupos e avisar que esses grupos, preferencialmente, serão os mesmos
até o final de todas as atividades. Ressaltar que no trabalho cooperativo cada integrante
de um grupo contribui trazendo suas experiências e pontos de vista sobre o assunto,
ampliando a reflexão e beneficiando todos na busca do entendimento do tema.
Problematização
Que movimentos de astros vocês percebem?
Alguém é capaz de perceber que a Terra se move?
Como seria possível perceber os movimentos da Terra?
O que você entende ao ouvir falar de modelo cosmológico?
Organização do conhecimento
Como material introdutório para a aula, exibir para os estudantes, o vídeo sobre o modelo
geocêntrico de Ptolomeu intitulado “Nascimento da ciência”, produzido pela Rede Globo
09
com o físico Marcelo Gleiser como um episódio de uma série “Poeira das estrelas”. No
“youtube” este video está disponível com o titulo “Geocentrismo” no endereço:
<https://goo.gl/rE9GWS>.
Organizador Prévio: O que é um modelo e para que serve?
Quais o modelos de beleza e de comportamento dos jovens de hoje? E no tempo
dos seus pais e dos seus avós?
Como são os modelos de cidades hoje e em épocas passadas? E de transportes?
Como evoluiu o modelo de organização política no Brasil desde o descobrimento
até os dias de hoje?
Quais as funções desses modelos?
Por que os modelo mudam? Discutir se modelos determinam apenas a estrutura
ou também a dinâmica dos sistemas.
Em sala de aula, com os estudantes, fazer uma releitura do “Texto 1”, relembrando o
video do início da aula. Nesta etapa, os estudantes terão a oportunidade de tirar suas
dúvidas com o professor e promoverão debates entre si com o objetivo de chegarem a um
“denominador comum” em relação aos conceitos, expressões de ligação e proposições
que comporão seus mapas conceituais.
Destacar:
O papel de Aristóteles e sua influência sobre o pensamento científico e religioso
ocidental;
A estrutura do modelo geocêntrico, sua concordância com os fenômenos
astronômicos e a sua consonância com os dogmas do cristianismo.
Etmologia da palavra geocêntrico e relacionála com as palavras geografia e
geologia.
Aplicação do conhecimento
Propor aos estudantes construírem, em grupo, um mapa conceitual sobre os conceitos e
conexões presentes no “Texto 1”.
Esse mapa conceitual será recolhido pelo professor para análise, assim como os demais
que forem produzidos nas próximas aulas .
10
4º AULA
Tema: Modelo heliocêntrico de Copérnico
Duração: Duas aulas de 50 minutos
Objetivos gerais
Conhecer o modelo de sistema solar heliocêntrico e as razões da controvérsia com o
modelo geocêntrico.
Objetivos específicos
Diferenciar a estrutura do modelo heliocêntrico do sistema solar em relação ao modelo
geocêntrico.
Identificar as contribuições de Copérnico e Kepler para o modelo heliocêntrico.
Debater sobre as razões da controvérsia entre os modelos geocêntrico e heliocêntrico.
Analisar as leis de Kepler, bem como sua base nas observações astronômicas.
Construir um Mapa Conceitual
Recursos
Projetor multimídia e computador.
“Texto 2” de apoio: “Modelo heliocêntrico (Copérnico Kepler)”. (deve ser
disponibilizado previamente para a turma)
Problematização
Por que vários modelos cosmológicos foram propostos ao longo da história?
Quais eram as características do modelo geocêntrico estudado na aula anterior?
O que se entende por um modelo heliocêntrico?
O que foi visto no video do modelo helicoidal do sistema solar?
Qual a importância de se obter dados astronômicos mais precisos?
Um modelo cosmológico dura para sempre?
11
Organização do conhecimento
Organizador Prévio: Exibir para os estudantes o vídeo denominado “Heliocentrismo”, da
serie “ABC da Astronomia”, disponibilizado pela TV Escola no endereço 11
<http://tvescola.mec.gov.br/tve/video/abcdaastronomiaheliocentrismo>.
o Destacar a etimologia da palavra heliocêntrico, que deriva da palavra grega
“helios”, que significa sol e “kentron” que significa centro.
o Debater com os alunos o porquê de um novo modelo cosmológico e quais as
dificuldades para que o heliocentrismo fosse aceito.
Neste momento o professor deve ficar atento à leitura que os estudantes farão sobre o
texto com o intuito de identificarem os conceitos novos que diferenciem este modelo do
geocêntrico estudado anteriormente, bem como as vantagens do novo modelo com
relação ao modelo precedente.
Aplicação do conhecimento
Com base na discussão realizada nesta aula e no que já se estudou sobre a produção de
mapas conceituais propor a construção de um mapa conceitual para o texto sobre o
modelo heliocêntrico.
11 http://tvescola.mec.gov.br
12
5º AULA
Tema: A Controvérsia entre os dois modelos de Sistema Solar..
Duração: Duas aulas de 50 minutos.
Objetivos gerais
Entender a controvérsia entre os modelos geocêntrico e heliocêntrico;
Compreender o papel de Galileu e suas contribuições científicas na defesa do modelo
cosmológico heliocêntrico.
Objetivos específicos
Analisar o argumento da relatividade do movimento, proposto por Galileu, para justificar
o modelo heliocêntrico.
Identificar as contribuições científicas de Galileu para o desenvolvimento da astronomia.
Reconhecer o papel do desenvolvimento dos instrumentos científicos para o avanço da
ciência e a reformulação de seus modelos.
Recursos
Projetor multimídia e computador.
“Texto 3” de apoio: A Controvérsia entre os dois Modelos (com adaptações). (deve ser
disponibilizado previamente para a turma)
Problematização
Como a humanidade desenvolveu seu conhecimento ?
O acesso aos meios de informação e conhecimento sempre esteve à disposição das
pessoas ? Por quê?
No que se constitui o método científico ?
Para que serve a ciência, afinal?
A verdade científica, os modelos científicos, são inquestionáveis? Duram para sempre?
Que instrumentos óticos você conhece? Quais são usados para observações
astronômicas?
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Organização do conhecimento
Organizador Prévio: Exibir para os estudantes o vídeo denominado “Kepler”, da serie
“ABC da Astronomia”, disponibilizado pela TV Escola no endereço 12
<http://tvescola.mec.gov.br/tve/video/abcdaastronomiakepler>.
Discutir a maneira pela qual o desenvolvimento humano se dá, através da
contribuição coletiva de diversos pensadores, filósofos e cientistas, de diversos
povos.
Qual o importância de Galileu e Kepler, dentre outros, para a teoria da gravitação
de Newton?
Discutir como as Teorias Científicas estão sempre sujeita a questionamento e revisão dos
seus modelos, na medida em que novos fatos são revelados pelas experiências.
Ressaltar que as “verdades religiosas”, por serem dogmas, não são sujeitas a revisões,
mas sim a interpretações.
Ressaltar que a ciência não tem por finalidade validar a religião, nem esta necessita da
ciência para se justificar.
Trabalhar a definição do método científico como uma das formas de validação e avanço
da ciência, reformulando modelos que se mostram incompatíveis com a experiência.
Aplicação do conhecimento
Propor que os grupos construam um mapa conceitual sobre o “Texto 3”.
12 http://tvescola.mec.gov.br
14
6º AULA
Tema: Leis de Kepler e a lei da Gravitação Universal.
Duração: Duas aulas de 50 minutos
Objetivos gerais
Discutir sobre a importância das leis de Kepler e da lei da Gravitação Universal de
Newton;
Refletir sobre a estabilidade do sistema solar.
Objetivos específicos
Analisar de que maneira as leis de Kepler explicam o movimento e a órbita dos planetas
no sistema solar;
Analisar de que maneira a lei da Gravitação Universal de Newton explica a estabilidade
do sistema solar;
Analisar a variação da força gravitacional com a massa e com a distância entre os
planetas do sistema solar;
Recursos
“Texto 4” de apoio: “Newton e gravitação”, disponível no endereço
<http://goo.gl/hciOfe>, o qual os alunos devem ler previamente.
Computador e projetor multimídia.
Problematização
Qual a importância das observações astronômicas precisas para Kepler?
As leis de Kepler explicam “como” e “porque” as órbitas são da forma observada pelos
astronômos?
Qual a importância das leis de Kepler para Newton?
Organização do conhecimento
Organizador prévio: Exibir para os estudantes o vídeo “A Física e o cotidiano:
Gravitação Parte IV”, disponível para baixar no portal do Banco Internacional de
15
Objetos Educacionais: <http://goo.gl/sp5uHk> ou para visualização no “youtube” no
endereço <https://goo.gl/liM3Bb>.
o Ressaltar aos estudantes que:
quando se altera as massas ou as distâncias, a força gravitacional também
se altera,
a força gravitacional é a responsável pela queda dos corpos na Terra e pela
órbita de planetas, cometas e satélites.
Newton introduzindo a força gravitacional e usando as leis da mecânica
explicou as leis de Kepler e as órbitas..
Com base nas leituras prévias do texto de apoio 4 discutir:
o o papel das leis de Kepler para o desenvolvimento da teoria gravitacional de
Newton.
o o que dá estabilidade ao sistema solar e a forma das órbitas.
Comentar sobre porque a lua não cai na Terra, o movimento dos cometas e as marés,
lembrando do video da aula anterior.
Aplicação do conhecimento
Propor que os grupos construam um mapa conceitual sobre o “Texto 4”.
Propor que cada grupo transponha um mapa dos que construíram para uma cartolina (ou
um slide para apresentação com multimídia), para que seja apresentado e explicado à
turma na próxima aula. Para tanto:
destacar que os mapas podem ser aperfeiçoados, na medida em que eles percebam
novas conexões possíveis entre os conceitos;
cada grupo apresentará um mapa referente a um texto diferente.
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7º AULA
Tema: Apresentação dos mapas conceituais.
Duração: Duas aulas de 50 minutos
Objetivos gerais
Elucidar o entendimento dos significados dos mapas conceituais construídos através da
apresentação e explicação dos mesmos.
Objetivos específicos
Mostrar que mapas conceituais não são autoexplicativos;
Apresentar os mapas conceituais explicandoos.
Revisar e aperfeiçoar os mapas conceituais construídos.
Recursos
Computador e projetor multimídia.
Desenvolvimento da aula
As apresentações devem seguir a ordem dos textos estudados;
Ressaltar que mapas não são autoexplicativos, nem definitivos, mas que o
amadurecimento do assunto permite ver novas relações conceituais que levam a uma
reelaboração do mesmo;
Destacar nos mapas os conceitos centrais e suas conexões, as proposições, a ocorrência
de diferenciação progressiva e reconciliação integrativa.
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8º AULA
Tema: Questionário avaliativo
Duração: Duas aulas de 50 minutos
Objetivos gerais
Avaliar quanto ao tipo de aprendizagem ocorrida;
Objetivos específicos
Identificar indícios da ocorrência de aprendizagem predominantemente significativa;
Avaliar a aceitação da metodologia de mapas conceituais junto aos alunos.
Recursos
Computador e projetor multimídia.
Questionário avaliativo (anexo a este PRODUTO). Caso a escola disponha de meios, o
questionário pode ser impresso e entregue aos alunos para responderem e retornarem ao
professor, caso contrário o questionário pode ser projetado como explicado abaixo.
Desenvolvimento da aula
Utilizando o computador e o projetor multimídia o questionário poderá ser projetado em
slides para a turma, questão a questão, permitindo um tempo suficiente para que os
alunos indique a resposta numa folha de caderno a ser recolhida. Caso a escola disponha
de meios, o questionário pode ser impresso e entregue aos alunos para responderem e
retornarem ao professor.
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5. Avaliando mapas conceituais
A partir da análise de um mapa conceitual, isto é, de suas características de montagem e
estruturação, é possível encontrar indícios do tipo de aprendizagem que os estudantes estão
desenvolvendo, se ela é significativa ou mecânica. Sendo o processo avaliativo uma ação
dinâmica e orientadora, o professor pode fazer os ajustes necessários no seu planejamento
didático para melhor conduzir seus alunos em direção à Aprendizagem Significativa do
conteúdo.
Os mapas conceituais apresentam estruturas gráficas externas de representações internas
(da estrutura cognitiva do indivíduo) sem, no entanto, ser uma réplica fiel. Além disso, devese
considerar que não existe mapa conceitual correto ou padrão. Portanto, para esta análise,
sugerese iniciarse por um processo de separação, classificação e categorização dos mapas, pois
isto facilitará a interpretação dos mesmo. Para esse trabalho sugerese como modelo a Tabela
A2.
TIPO ESTRUTURA QUANTIDADE %
I FLUXOGRAMA ( LINEAR )
II EM REDE ( HIERÁRQUICO )
III CENTRADO ( TEIA DE ARANHA )
IV INDEFINIDA
Tabela A.2 Tabela modelo para classificar os mapas conceituais.
Cada categoria é definida com base na forma dos mapas recolhidos pelo professor que faz
uma observação em relação a sua estrutura. Na tabela acima já se encontram alguns exemplos
para as categorias em que os mapas serão classificados, entretanto, devese considerar que essas
categorias não estarão prontas antes de se recolher e observar os mapas. A categorização pode
variar de turma para turma.
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Em seguida, o professor passará à análise dos mapas conceituais de cada categoria com o
objetivo de identificar evidências do tipo de aprendizagem que os membros de cada grupo
atingiram. Os parâmetros e critérios dessa análise são:
1. Estrutura: ela está associada a maneira como os estudantes hierarquizam os conceitos que
eles inserem nos mapas. Significa dizer, que determinadas estruturas, como fluxograma e
rede, são mais favoráveis a evidenciar a Aprendizagem Significativa do que outras, como
centrada e indefinida.
2. Inclusividade dos conceitos: Quando os estudantes selecionam conceitos mais inclusivos
(hierárquicos) e dão destaque a eles, posicionandoos no topo dos mapas, por exemplo,
estão demonstrando qual a importância que eles dão a esses conceitos, sendo este um
indício de Aprendizagem Significativa.
3. Construções lógicas: quando os estudantes conseguem estabelecer um vínculo claro e
explicativo entre os conceitos que eles selecionam, estão, na verdade, demonstrando
como relacionam um conceito com outro dentro de sua estrutura de conhecimento. A
construção de proposições lógicas também é evidência da Aprendizagem Significativa.
4. Diferenciação progressiva e a reconciliação integrativa: na primeira, os estudantes
demonstram os desdobramentos dos conceitos que selecionam e na segunda fazem a
associação entre conceitos aparentemente díspares, isto é, mostram como as várias
proposições de um mapa se interrelacionam compondo uma rede conceitual
estrategicamente interligada (relações cruzadas). Tais acontecimentos também indicam a
ocorrência de Aprendizagem Significativa.
Assim, Estrutura, Hierarquia, Proposições Lógicas, Diferenciação Progressiva e
Reconciliação Integrativa podem ser critérios utilizados pelo professor na tarefa de interpretar as
informações de uma mapa conceitual com o objetivo de identificar evidências da Aprendizagem
Significativa, sobre tema que ela representa, que serão tão mais contundentes quanto mais
elaborados estiverem esses critérios. A falta dessas características seria evidência da
aprendizagem mecânica.
O professor pode sistematizar essa avaliação prenchendo uma tabela como mostra a
Tabela A3. Essa tabela possui campos para identificação de cada grupo e de cada mapa
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produzido por ele. O professor deve escrever na segunda coluna o tipo do mapa que o grupo
elaborou em relação a sua estrutura. Os outros critérios possuem gradações que assumem as
designações (R) para “ruim”, (B) para “bom” e (O) para “ótimo’ para os quais o professor fará
marcações conforme o julgamento que fizer deles.
GRUPO
__
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DOS MAPAS CONCEITUAIS
ESTRUTURA HIERARQUIA PROPOSIÇÕES
LÓGICAS
DIFERENCIAÇÃO
PROGRESSIVA
RECONCILIAÇÃO
INTEGRATIVA
TIPO R B O R B O R B O R B O
MAPA 1
MAPA 2
MAPA 3
MAPA 4
Tabela A.3 Tabela modelo para identificar indícios de Aprendizagem Significativa nos mapas
conceituais.
Os dados oriundos dessa tabela dão um indicativo do tipo de aprendizagem que ocorreu,
embora não se possa ter a certeza disso. O melhor indicativo é obtido comparando a evolução da
aprendizagem de cada grupo ao longo da elaboração dos diversos mapas, por exemplo, pela
observação de crescente número de indicativos “Bons” e “Ótimos” para os critérios avaliados.
Essa constatação apontaria para a Aprendizagem Significativa dos conceitos, pois indica um
caráter evolutivo de domínio, entendimento e relacionamento dos conceitos.
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6. Questionário final
1 Para que serve um modelo cosmológico?
a) Para representar como é o sistema solar
b) Para apresentar como se formou o sistema solar
c) Para explicar como o sistema solar evolui
d) os itens a,b e c estão corretos mas o ítem c é mais importante
e) Os itens a,b e c estão corretos mas o ítem a é mais importante
f) Os itens a,b e c estão corretos mas o ítem b é mais importante
2 O que é um modelo Geocêntrico ?
a) Modelo Científico em que a Terra gira em torno dos planetas e do Sol com velocidade
variável em órbitas fixas.
b) Modelo Científico em que a Terra está fixa no centro do universo e os demais planetas,
inclusive o Sol, giram em torno dela com velocidades constantes em órbitas circulares.
c) Modelo Científico criado por Nicolau Copérnico para explicar o sistema solar.
d) Modelo Científico defendido pelos cientistas até hoje.
3 Um sistema cosmológico existe como verdade para sempre?
( ) sim ( ) não
4 O que é o Modelo Heliocêntrico ?
a) Modelo Científico em que o Sol está fixo no centro do Universo e os outros planetas,
inclusive a Terra, giram ao seu redor em órbitas circulares com velocidades constantes.
b) Modelo Científico em que a Terra está fixa no centro do universo e os demais planetas,
inclusive o Sol, giram em torno dela com velocidades constantes em órbitas circulares.
c) Modelo Científico criado por Aristóteles para explicar o sistema solar.
d) Modelo Científico defendido pelos cientistas até hoje.
5 – Johannes Kepler, utilizando os dados do astrônomo Tycho Brahe, conseguiu introduzir
importantes inovações ao modelo copernicano. Quais foram essas contribuições ?
a) A descoberta de que o Sol está fixo no centro das órbitas circulares.
b) A descoberta de que o Sol não está fixo no centro do Universo.
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c) A descoberta de três leis para o movimento planetário, conhecidas como Leis de
Kepler.
d) A descoberta de que é a Terra que está no centro do Universo.
6 No século XVII, um famoso cientista italiano chamado Galileu Galilei fez diversas
observações e descobertas em relação ao sistema solar. Que instrumento ele utilizou e como ele
explicou a queda vertical dos corpos na Terra ?
a) Utilizou o telescópio e explicou a queda vertical pela ausência de atmosfera na Terra.
b) Utilizou o binóculo e explicou a queda vertical devido a força da gravidade na Terra.
c) Utilizou a luneta e explicou a queda dos objetos pela relatividade do movimento na
Terra.
d) Utilizou a luneta e explicou a queda vertical dos objetos pela ausência de gravidade na
Terra.
7 Qual é a razão da estabilidade do sistema solar ?
a) O movimento orbital dos planetas
b) A velocidade dos movimento orbital dos planetas
c) A força de atração gravitacional exercida pelo Sol
d) A força de atração gravitacional exercida mutuamente entre os planetas e o Sol
8 Qual a sua opinião sobre a utilização dos MAPAS CONCEITUAIS para os estudos sobre
Cosmologia ?
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______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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9 Você pretende utilizar os MAPAS CONCEITUAIS para estudar sobre outras matérias ? Por
quê?
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6. Textos de suporte para elaboração dos mapas conceituais
Texto 1: Modelo geocêntrico do Universo Aristoteles 13
Entre os frutos destas primeiras pesquisas científicas estão os primeiros modelos
cosmológicos, que buscavam explicar o início e a evolução do universo, assim como o
movimento dos astros celestes. Destes modelos, se destaca o modelo proposto por
Aristóteles de Estagira.
Aristóteles foi um dos maiores filósofos da Antiguidade, suas contribuições se
estendem em vários campos do conhecimento humano e suas ideias foram fundamentais
no desenvolvimento histórico do Ocidente.
Um modelo geocêntrico é um modelo científico que se propõe a explicar o
movimento dos astros celestes tendo como princípio a idéia de que a Terra está parada no
centro do Universo e que os demais astros movemse ao redor dela. A figura abaixo
representa um modelo geocêntrico, mais precisamente o modelo aristotélico.
No modelo aristotélico temos a Terra no centro do Universo com os demais astros
celestes orbitandoa em trajetórias circulares, bem definidas e com os planetas movendose
nestas órbitas com velocidades constantes.
As órbitas circulares propostas por Aristóteles concordam com aquilo que nós e
nossos antepassados percebiam diariamente ao observar o céu, entretanto, um modelo
científico não deve somente registrar aquilo que percebemos sobre um fenômeno, ele deve,
sobretudo, buscar explicálo. E perante este modelo surgem algumas perguntas bem
interessantes. Por que a Terra está no centro do Universo? Por que a órbita dos planetas é
circular? Entre muitas outras.
E o modelo proposto por Aristóteles buscava responder a estas perguntas e para
entendermos estas respostas precisamos conhecer quais eram as teorias de Aristóteles para
a estrutura da matéria e do movimento, pois estas eram as duas teorias que fundamentavam
a astronomia aristotélica.
13 Este texto é uma adaptação do original disponível no “Caderno de Atividades Autorreguladas da Seeduc/RJ”.
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Texto 2: Modelo heliocêntrico (Copérnico Kepler) 14
Nicolau Copérnico foi um sacerdote da Igreja Católica que viveu na Polônia durante o
século XVI, possui grande destaque na comunidade científica por propor um modelo
heliocêntrico para explicar o movimento dos astros celestes. Sua obra dá início a uma Revolução
Científica e Cultural que mudaria permanentemente a visão de mundo do cidadão europeu do
século XVI.
Embora Copérnico tivesse suas obrigações sacerdotais, ele sempre encontrava tempo para
suas atividades científicas e literárias, e conforme realizava suas observações e investigações
astronômicas passou, cada vez mais a discordar do modelo vigente de sua época, no caso o
modelo ptolomaico, como podemos perceber em alguns trechos de uma publicação sua, onde ele
propunha o modelo heliocêntrico.
“Todo movimento registrado no firmamento não provém do firmamento
propriamente dito, mas do movimento da Terra. A Terra, em conseqüência
com os elementos mais próximos, efetua em 24 horas, uma volta ao redor
dos seus pólos imutáveis, enquanto o firmamento com o céu mais alto
permanece imóvel.”
Este trecho foi retirado de um pequeno texto manuscrito que Copérnico escreveu para
mostrar para alguns amigos e discutir com eles suas idéias, embora ele não tivesse intenção de
publicar este texto, varias cópias foram feitas e se espalharam pela Europa.
Contrariando o atual senso comum que enxerga a Igreja Católica como uma instituição
que promove o atraso do progresso da ciência, Copérnico não sofreu nenhuma censura dos seus
superiores eclesiásticos ao expor suas idéias heliocêntricas, ao contrário, foi convidado em 1514
para colaborar na reforma do calendário. Um convite que Copérnico recusou ao afirmar que esta
reforma não seria possível até que se conhecesse com mais detalhes os movimentos do Sol e da
Lua. E esta é uma das tarefas que ocupariam a vida de Copérnico nas três décadas seguintes.
Em 1540, é publicada a primeira obra de Copérnico sobre o modelo heliocêntrico, o
Narratio prima. Esta obra causou grande impacto no mundo culto da 19 época e estimulou a
14 Este texto é uma adaptação do original disponível no “Caderno de Atividades Autorreguladas da Seeduc/RJ”.
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edição definitiva da obra de Copérnico sobre o heliocentrismo, o De revolutionibus orbium
coelestium (Das revoluções das esferas celestes), publicado em 1543.
A obra de Copérnico não é revolucionária pelo seu conteúdo em si, ela pode ser
considerada como um retorno à Astronomia matemática grega que buscava explicar o problema
das irregularidades dos movimentos planetários. O mesmo problema que Ptolomeu buscou
responder treze séculos antes,a principal diferença entre as duas obras é que uma geocêntrica e a
outra heliocêntrica.
O retorno à tradição matemática e a hipótese heliocêntrica permitiram aos seus
seguidores – Kepler, Galileu e Newton – concluir a obra que Copérnico iniciou e as
consequências que ela gerou. Estas sim podem ser consideradas revolucionárias. O cálculo
preciso e fácil da posição dos planetas, a eliminação dos epiciclos e dos excêntricos, a
classificação do Sol como uma estrela, a expansão infinita do Universo, a união do celeste com o
mundo, entre outras.
A grande inovação de Copérnico referese à solução do problema do movimento aparente
dos planetas, este seria explicado conseqüência do movimento orbital da Terra (...)
Outro aspecto importante a ser compreendido sobre a obra de Copérnico, é que ele não
tinha uma explicação Física para que o Sol fosse o centro do seu modelo astronômico. As razões
que levaram Copérnico a fazêlo podem ser pensadas como razões culturais, ou até mesmo
religiosas, como deixa transparecer um trecho escrito por Copérnico para justificar sua escolha:
“No meio de todos os assentos, o Sol está no trono. Neste belíssimo templo
poderíamos nós, colocar esta luminária noutra posição melhor de onde ela
iluminasse tudo ao mesmo tempo? Chamaramlhe corretamente a Lâmpada,
o Mente, o Governador do Universo; Hermes Trimegisto chamalhe o Deus
Visível; a Electra de Sófocles chamalhe O que vê tudo. Assim, o Sol
sentase como num trono real governando os seus filhos, os planetas que
giram à volta dele.”
As explicações científicas que sustentam o Sol estar no centro do sistema solar, surgiram
depois com os trabalhos de Kepler, Galileu e Newton, mas isto de forma nenhuma desmerece o
trabalho de Copérnico.
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Johannes Keppler
Johannes Kepler foi um astrônomo alemão, defensor da teoria heliocêntrica e matemático
extremamente habilidoso, acreditava na harmonia da natureza. Para ele a matemática seria a
chave para desvendar os mistérios do cosmo. Desse modo, um de seus primeiros modelos
planetários relacionava as órbitas dos planetas com os cinco sólidos regulares da geometria.
Segundo Kepler não era por acaso que só existiam seis planetas. Nos intervalos (cinco)
entre as órbitas dos planetas sempre se poderia representar um sólido regular.
“A órbita da Terra é a medida de todas as coisas; circunscrevase em
torno dela um dodecaedro e o círculo que contém este será o de Marte;
circunscrevase em torno do círculo de Marte, um tetraedro e o círculo
contendo este será o de Júpiter; circunscrevase em torno do círculo de
Júpiter um cubo e o círculo contendo este será o de Saturno. Agora,
inscrevase dentro da órbita da Terra, um icosaedro e o círculo contido
nele será o de Vênus; inscrevase dentro da órbita de Vênus, um
octaedro e o círculo contido nele será o de Mercúrio. E desta forma
obtemos a razão para o número de planetas.”
Mas por mais cálculos que fizesse, os sólidos platônicos e as órbitas planetárias não
concordavam completamente. Kepler acreditou então que as observações que possuía deviam
estar erradas.
Tycho Brahe, o matemático imperial da corte do imperador Rudolfo II, tinha em seu
poder as observações planetárias mais exatas da época. Por coincidência, Brahe escreveu à
Kepler por essa altura, a convidálo para se encontrarem em Praga. Kepler acabou por aceitar e
partiu para Praga em 1598. Brahe acabou por morrer subitamente em 1601, e Kepler foi então
reconhecido como o matemático imperial da corte. A partir desse momento, Kepler teve acesso
absoluto às observações planetárias de Brahe. Mas os novos dados também não apoiaram a sua
conjectura, segundo a qual as órbitas dos planetas estão circunscritas pelos cinco sólidos
platônicos.
Como Kepler jamais conseguiu ajustar esse modelo aos dados de Tycho Brahe, acabou
abandonandoo e passou a trabalhar com outras hipóteses.
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Kepler havia considerado inicialmente dois pressupostos aristotélicos em suas pesquisas:
a perfeição do círculo e a idéia que os planetas moviamse com velocidades constantes em suas
órbitas. Após trabalhar arduamente sobre os dados deixados por Tycho Brahe, Kepler abandonou
suas idéias iniciais e conseguiu elaborar duas leis que mudaram definitivamente a forma de
explicar o movimento dos planetas.
As duas primeiras leis diziam exatamente o contrário das hipóteses clássicas: os planetas
apresentavam órbitas em forma de elipse, com o Sol em um dos focos; e têm velocidades
variáveis ao longo da órbita, sendo mais velozes quanto mais próximos do Sol.
Kepler não parou nessas duas leis. Após mais de dez anos de trabalho, elaborou uma
terceira, pela qual estabeleceu uma relação matemática entre o período de translação dos planetas
e o raio médio de suas órbitas.
As três leis de Kepler
Primeira Lei de Kepler (Lei das órbitas elípticas): O planeta em órbita em torno do Sol
descreve uma elipse em que o Sol ocupa um dos focos;
Segunda Lei de Kepler (Lei das áreas): O planeta percorre áreas iguais em tempos iguais;
Terceira Lei de Kepler (Lei Harmônica): Os quadrados dos períodos de revolução dos
planetas são proporcionais aos cubos dos eixos máximos de suas órbitas: T2 = KR3
Texto 3: A Controvérsia entre os dois modelos 15
O principal problema enfrentado pelo sistema heliocêntrico de Copérnico está, sem
dúvida, na falta de evidência empírica em favor de suas hipóteses. De fato, não há quem
possa, com base na experiência comum, hoje e no século XVII, afirmar que percebe os
movimentos terrestres. E admitir que a Terra possui um movimento de translação, leva a
necessidade de se admitir que a Terra também tem um movimento de rotação. O fato do
Sol e os demais astros nascerem todo o dia a leste e poremse a oeste não prova que a Terra
gira; ao contrário, fortalece o ponto de vista geocêntrico de que a Terra está no centro, em
torno do qual vemos todos os corpos celestes moveremse em movimento circular. Enfim,
nenhuma experiência simples evidencia o movimento da Terra, ao contrário, nossa
15 Este texto é uma adaptação do original disponível no “Caderno de Atividades Autorreguladas da Seeduc/RJ”.
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percepção cinética interna gera, até mesmo a certeza da imobilidade do chão em que
pisamos.
Esta sensação da imobilidade da Terra deu origem a uma série de questionamentos e
objeções que deveriam ser respondidos de forma convincente por qualquer um que defendesse o
sistema heliocêntrico. Uma destas objeções ficou conhecida como argumento da queda vertical.
O argumento era que se um objeto fosse abandonado do alto de uma torre, ao tocar o
chão ele não estaria mais ao lado da torre já que esta se moveria junto com a Terra (...).
Assim, qualquer um que defendesse verdadeiramente o sistema heliocêntrico precisaria
apontar evidências que sustentassem este modelo e oferecer respostas adequadas a estas
objeções. Vimos na aula 2, que Nicolau Copérnico apresenta um modelo heliocêntrico e que
Johannes Kepler apresenta importantes colaborações para o estudo do movimento planetário,
mas foi o físico italiano Galileu Galilei quem apresentou as melhores evidências e respostas na
defesa do sistema heliocêntrico.
(...)
Em 1609, chega ao conhecimento de Galileu notícias da existência de um aparelho
óptico, uma luneta, comercializado por holandeses. Esse aparelho, que Galileu transformará num
poderoso instrumento científico e em 12 de março de 1610 Galileu publica em latim o Sidereus
Nuncius (A mensagem das estrelas), no qual comunica as descobertas resultantes de suas
observações:
(...)
Ao passo que a Terra possui uma Lua e Júpiter possui quatro satélites. Essa observação
permite, por analogia, dar plausibilidade à hipótese copernicana de que a Lua acompanha a Terra
em seu giro ao redor do Sol, já que outro planeta e suas quatro luas também o fariam.
Estas descobertas foram muito importantes para a aceitação do modelo heliocêntrico,
embora nem todas fossem evidências que corroborassem o modelo copernicano, muitas delas
contrariavam o modelo aristotélicoptolomaico.
Nos anos seguintes à publicação do Sidereus, Galileu continua fazendo várias
observações sobre o sistema solar de forma que em 1613, Galileu já não podia mais recuar em
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seu compromisso copernicano. Galileu inicia uma intensa polêmica com setores tradicionais
conservadores que irão acusálo de heresia, de desrespeito aos dogmas católicos.
Galileu não apenas defendia o sistema copernicano como também uma divisão entre
a ciência e a teologia (...).
A Astronomia copernicana e as observações telescópicas de Galileu passam a enfrentar a
acusação de que as hipóteses de Copérnico eram contrárias a passagens das Sagradas Escrituras.
Isto colocava tudo o que se afirmava, sob suspeita de heresia, arrastando Galileu para uma
polêmica teológicocosmológica acerca da incompatibilidade de Copérnico com a Bíblia, que
marcará o período de 16131616. Essa polêmica será a responsável pelo primeiro processo de
Inquisição contra Galileu, culminando em 1616, com a condenação da teoria copernicana.
(...)
De 1624 a 1630, Galileu dedicase a preparação de sua obra, “O Diálogo sobre os dois
máximos sistemas do mundo ptolomaico e copernicano”. Com efeito, a obra é composta por
quatro diálogos que ocorrem em quatro dias ou “jornadas”, que tratam respectivamente: da
contestação do cosmo aristotélico, das objeções mecânicas ao movimento de rotação da Terra,
das objeções mecânicas ao movimento de translação da Terra e da teoria das marés.
Destas quatro jornadas, a que nos interessa no momento, é a segunda, ou mais
precisamente as objeções mecânicas ao movimento de rotação da Terra, pois foi exatamente
buscando oferecer respostas a estas objeções que Galileu dá início a uma nova Física (...).
A ideia central, que norteará a resposta até aqui formuladas e que é a chave para a solução
das objeções ao movimento da Terra, consiste em considerar que a Terra está em movimento
“juntamente com os elementos circundantes”, ou seja, que as coisas terrestres participam do
movimento da Terra. Partindo dessa concepção de movimento participado, a argumentação de
Galileu em respostas às objeções terá a seguinte estratégia geral:
a) O movimento da Terra fica totalmente imperceptível para nós, habitantes da Terra e
participantes desse movimento. Com efeito, como todas as coisas participam do movimento da
Terra, se considerarmos apenas essas coisas e seus movimentos relativos, tudo se passa como se
o movimento da Terra não existisse e ela estivesse em repouso;
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b) O mesmo movimento é perceptível em todos os corpos que, separados da Terra, não
participam de seu movimento. Ora, isso efetivamente acontece no caso do Sol e das estrelas
que, por não participarem do movimento da Terra, são vistos moveremse no céu.
(...)
Compreendido o princípio da relatividade, é fácil entender sua aplicação aos diversos
casos particulares e a consequente refutação das objeções referentes à queda livre dos corpos e ao
movimento dos projéteis. Para nosso propósito, basta apresentar a estratégia geral que guia as
respostas de Galileu para ambos os casos.
A pedra que cai da torre, além de possuir o movimento para baixo, é animada também da
rotação da Terra e, assim, cai ao pé da torre; além disso, como o observador terrestre também
participa do movimento de rotação, ele vê que a pedra cai verticalmente. Tudo se passa como se
não existisse a rotação, porque ela é um componente invariante de todos os movimentos
terrestres.
(...)
Imagine que você esteja dentro de um vagão de trem ou metrô se movimentando e que ele
esteja se movendo com velocidade constante em uma linha reta. Imagine que este seja um metrô
especial que se desloque sobre trilhos magnéticos, neste caso ele não balança quando se move.
Você percebe o movimento do vagão principalmente pelo o que você observa pela janela ou pelo
som do motor, não pelo o que ocorre dentro do vagão.
O movimento do vagão é imperceptível para nós, da mesma forma que o movimento da
Terra. Sendo inclusive válida uma pergunta que até soa absurda. É o vagão que está se movendo
ou a plataforma? Imagine que você esteja parado dentro do vagão, em frente à porta e o metrô
está em movimento. Se você der um pulo vertical, você vai cair no mesmo lugar de onde saltou,
não vai pra esquerda ou pra direita. Isto porque está se movimentando junto com o metrô, não é
porque você deu um pulo que você perderia o movimento do metrô.
É o mesmo tipo de raciocínio que Galileu usa para responder às objeções mecânicas ao
movimento de rotação da Terra. Apesar da importância de sua obra e das respostas oferecidas por
Galileu, ele não foi poupado da fúria da Inquisição, tendo sido condenado pelo tribunal do Santo
Ofício em 22 de junho de 1633, sendo obrigado a viver em prisão domiciliar até o final de sua
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vida, tendo sido absolvido de heresia somente em 1992, mais de três séculos depois, pelo papa
João Paulo II, em comemoração ao centenário do nascimento de Albert Einstein.
Texto 4: Newton e gravitação
A Figura A.1 ilustra o texto “Newton e Gravitação” disponibilizado pelo
“Observatório Nacional”, com abordagem histórica e animações, na pagina da internet de
endereço: <http://eFísica.if.usp.br/mecanica/basico/gravitacao/newton/>.
Figura A.1 Página contendo o “texto 4” a ser trabalhado com os alunos.
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7. Guia para elaboração dos mapas conceituais
Na Figura A.2 apresentamos um mapa conceitual que poder ser utilizado como um
roteiro para se construir e avaliar mapas conceituais.
Figura A.2 Guia para construção e avaliação de mapas conceituais.
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8. Glossário
Aplicação do conhecimento: momento no qual o estudante deve colocar em prática o
conhecimento adquirido, sistematizando, verificando e analisando as situações inicialmente
apresentadas, ou outros problemas não trabalhados, procurando abordar de maneira explicativa
as questões pertinentes ao assunto.
Aprendizagem Significativa: Ocorre quando os novos conhecimentos adquiridos pelos estudantes
interagem com o que eles já sabem de forma que faça sentido para eles, ou seja, quando os novos
conceitos se apóiam em conceitos previamente presentes no cabedal de conhecimento desses
estudantes. Cabe também ressaltar, no entanto, que pode haver Aprendizagem Significativa de
um conceito incorreto.
Aprendizagem mecânica: É o tipo de aprendizagem em que os novos conhecimentos não se
fixam no cognitivismo dos estudantes ficando apenas como idéias soltas que logo serão
esquecidas.
Diferenciação progressiva: é o desdobramento de mais conceitos gerais em conceitos mais
específicos.
Especificidade conceitual: É a característica que alguns conceitos possuem por estarem
subordinados a outros conceitos mais abrangentes do que eles.
Inclusividade conceitual: É a característica que alguns conceitos possuem de agregarem outros
conceitos menos gerais em seu campo de significação.
Integração reconciliativa: ocorre quando as várias proposições de uma mapa conceitual se
interrelacionam.
Mapa conceitual: são construções gráficas do conhecimento de um determinado tema, a teoria e
prática sobre esses mapas foi desenvolvida por Novak com base na Aprendizagem Significativa
de Ausubel.
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Organização do Conhecimento: com a orientação do professor, os estudantes são convidados a
estudar os conhecimentos cientificamente aceitos, dentro do contexto delineado de estudos, para
que possam assimilar os conceitos necessários para o entendimento do tema e da
problematização inicial.
Organizadores prévios: funcionam como uma pontes entre o que os alunos já sabem e os novos
conceitos a serem apreendidos, servindo como âncora para o conhecimento novo. Para que possa
ocorrer uma Aprendizagem Significativa é preciso que os novos conceitos encontrem relação
com conceitos já conhecidos, que podem ser introduzidos por organizadores prévios.
Problematização inicial: quando são apresentados aos estudantes as questões ou situações reais
relacionadas ao tema de estudo e que, preferencialmente, eles conheçam para que o professor
possa ouvir seus apontamentos e opiniões.
Teoria da Aprendizagem Significativa: teoria desenvolvida por David Paul Ausubel, um
psicólogo, médico e psiquiatra americano.
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Apêndice B Esquema de Apoio
1 Aprendizagem Significativa: um Mapa Conceitual
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