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Os apontamentos que a seguir se disponibilizam no esto isentos de erros ou omisses.
O objectivo proporcionar aos colegas que vo fazer a Cadeira ou quem sabe, uma
melhoria, mais uma base de estudo.
Estes elementos no substituem a frequncia das aulas, nomeadamente, e esta uma
opinio pessoal, as aulas prticas.
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D.I.P.9/10/2003Prtica
Constituio Legislao
1. Conveno de Viena sobre o Direito dos Tratados2.
Pacto da Sociedade das Naes3. Carta das Naes Unidas
Fontes de Direito Internacional Pblico
Costume Convenes Internacionais
A conveno de Viena sobre o direito dos Tratados d as traves mestras da vigncia dosTratados.
Doutrina Jurisprudncia
Sujeitos
Estado Organizaes Internacionais
15/10/2003Terica
O Direito Internacional Pblico apresenta-se como o Direito que regula os diversos sujeitos
internacionais. Implica necessariamente a existncia de uma Comunidade Internacional
distinta da sociedade internacional. Tem o mrito de decidir as matrias que releva da sua
competncia e vincula os seus sujeitos. O conceito de Direito Internacional foi utilizado pela
1. vez em 1680, por Bentham, no seu livro Introduo aos princpios de Moral e
Legislao. Este autor baseou-se na expresso latina Ius Inter Gentes. O Direito
Internacional veio assim regular as relaes entre os Estados. Deve assim ser entendido como
um Direito Interestadual. O Estado o nico actor e contribui para a formao do Direito
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Internacional. Este conceito, Direito Internacional, foi adoptado pela maioria da Doutrina e
constitui hoje um dos elementos das relaes internacionais.
O Direito Internacional Pblico (DIP), no regula relaes de natureza privada.
O DIP destaca-se dos outros ramos do Direito, nomeadamente do Direito Comparado.
Noo de Comunidade Internacional
O Direito Internacional o direito da comunidade internacional na sua diversidade. O Direito
Internacional apresenta-se como um direito que se destina a uma diversidade de Estados, com
culturas, tradies e ideologias diferentes. Logo, um conceito de Direito Internacional parte
de uma base objectiva que a de uma Comunidade Internacional. Assim, o Direito
Internacional surge-nos como a ordem jurdica da Comunidade Internacional, porque regula
as relaes entre os povos que compem aquela Comunidade- Prof.Fausto de Quadros
Alguns autores, como Francisco Suarez dizia no sc. XVII, afirmam que o Direito
Internacional existe porque existe uma Comunidade Internacional. Esta Comunidade
Internacional precisa do Direito para regular as relaes entre os seus membros. Estes
sujeitos do Direito Internacional so no s os Estados como as Organizaes Internacionais
e a Santa S. O Direito Internacional pode muito bem regular qualquer matria e ser dirigido
a qualquer entidade susceptvel de personalidade jurdica. Entende-se que seja necessrio
estabelecer uma distino entre matrias de Direito Internacional e Direito Interno, mas o
Tribunal Permanente de Justia Internacional considerou que no era possvel encontrar uma
fronteira ntida entre matrias de Direito Nacional e Direito Internacional, segundo parecer
datado de 1923 (?).
No possvel estabelecer fronteiras distintas entre Direito Interno e Direito Internacional.
Principio da Subsidariedade- O Estado Nacional o primeiro a intervir, intervindo depois a
Unio Europeia. Este Principio uma farsa pois a Unio Europeia deixou ao Estado poucamargem de liberdade.
A Comunidade Internacional revela-nos a existncia de relaes entre os seus principais
sujeitos que transcendem o mbito dos Estados. Na Comunidade Internacional existem
interesses comuns e convergentes entre os Estados ao contrrio do que acontece na sociedade
internacional onde prevalecem as divergncias entre os Estados que a compem. Na
Comunidade Internacional existe um nmero de armas ou domnios onde a solidariedade temprevalecido e onde a soberania dos Estados parece limitada pelo conjunto de regras
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internacionais. Na Comunidade Internacional as relaes de cooperao so as relaes
dominantes tal como existe o caso da cooperao no domnio econmico, cultural, etc.
A distino reside na forma como as normas so elaboradas, criadas; na formao das
normas internacionais.
Natureza Jurdica do Direito Internacional
A dificuldade do Direito Internacional reside na sua legitimidade, a qual por vezes muito
contestada. Trata-se aqui de criar normas internacionais que agradem a todos, Gregos e
Troianos. As Convenes Internacionais vinculam o Estado Portugus. Existem
Convenes em vrios domnios.
O Direito Internacional no se apresenta como um Direito homogneo mas como uma
justaposio de regras de carcter geral e natureza especial. A vontade da Comunidade
Internacional de submeter todos os seus sujeitos a um s Direito. assim, por exemplo, que
o art. 53. da Conveno de Viena de 1969, reconhece a existncia de normas imperativas de
Direito Internacional como sendo normas aceites pela comunidade dos Estados no seu todo.
Alm destas regras de caracter geral, importa referir a existncia de regras especiais no que
diz respeito, por exemplo, ao modo de vinculao do Estado a essas normas internacionais.
Mesmo um Tratado no pode violar normas fundamentais, o que tambm acontece no Direito
Interno. (DLGs).
Nenhum Tratado pode ir contra as normas imperativas Conveno de Viena
Estas relaes internacionais dependem de trs tipos de ordens jurdicas:
Ordem Estadual Ordem Supraestadual Ordem Interestadual
A Ordem Estadual aquela que se refere ao Direito Interno de cada Estado. Nenhum Estado
se submete ao Direito Internacional contra a sua vontade. O Direito Internacional parte da
vontade dos Estados.
Quanto Ordem Supraestadual, o Direito Internacional o Direito que resulta de uma Ordem
que tenta impor as suas regras aos seus sujeitos. o que resulta da Ordem Jurdica
Comunitria que estabelece regras comunitrias destinadas aos seus Estados Membros.
No que se refere Ordem Interestadual, o Direito Internacional resulta da vontade conjunta
de vrios Estados e no de um s Estado da Comunidade Internacional. Neste caso, a vontade
de cada Estado seria respeitada bem como o principio de igualdade entre os Estados.
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A ordem jurdica internacional uma Ordem do tipo Interestadual, pois baseia-se na vontade
colectiva.
As Resolues do Conselho de Segurana so vinculativas mas a sua legitimidade
discutvel, pois apenas quinze membros esto presentes e s cinco tm direito de veto
naquele Conselho.
20/10/2003
Prtica
Constituio Repblica Portuguesa Conveno de Viena sobre Direito dos Tratados Carta das Naes Unidas / Estatuto do Tribunal Internacional de Justia (ETIJ)
Art. 38. ETIJ Fontes de Direito Internacional Pblico
Convenes Internacionais
Tratados sob a forma solene A.R. art. 161.i) CRP
tm de ser ratificados pelo PR art. 135.b) CRP
DireitoInternacional
Acordos sob a forma simplificada A.R. art. 161.i)Governo 197.1.c) CRPAssinados pelo PRart. 134.. b) CRP
CostumeUso Convico de obrigatoriedade
Prtica reiterada com convico de obrigatoriedade
1. Internacional2. Bilateral3. Regional4. Local
Ex aequo et buono EquidadeC.R.P.
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Art. 8. Direito Internacional
Tese Dualista Tese Monista (Acolhida pelo Ordenamento Jurdico Portugus)Os Princpios Gerais de Direito e o Costume Internacional geral entram no ordenamento
jurdico portugus, directamente, atravs do art. 8., n. 1, da CRP, no se exigindo
formalismos.
Normas Ius Cogens- So imperativas, obrigatrias para todos os pases. Podem derivar de
Costumes ou Princpios e Convenes.
Art. 8..2 CRP- No so normas Ius Cogens. A recepo feita de forma formal, que tem
de ser respeitada.
Tcnica de Recepo
Tcnica de Recepo Automtica No existe formalismo, art. 8..1 e 3 CRP Tcnica de Recepo Plena Existe um formalismo, art. 8.. 2
Art. 8..3 CRP- Direito Comunitrio Derivado
Convenes Internacionais- Resultam de um acordo de vontades, exigindo duas partes e
podendo versar sobre as mais variadas matrias.
A Conveno de Viena explica as regras genricas que se aplicam a todos os Estados, sendo
estas obrigatrias. Explica tambm quem pode negociar pelos Estados. No caso portugus,
cabe ao governo negociar, atravs do Ministro dos Negcios Estrangeiros. ele querepresenta Portugal nas negociaes, pois plenipotencirio.
A Conveno de Viena usa indistintamente os termos Convenes, Tratados e Acordos. A
Constituio da Repblica Portuguesa no. Estes termos so usados de forma precisa.
A Assembleia da Repblica aprova Acordos e Tratados. O Governo s aprova Acordos.
O Estado vincula-se a um Tratado sob a forma solene pela ratificao, sob a forma
simplificada pela aprovao.
Ver:
Art. 161..i) CRP
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Art. 197..1.c) CRP
Art. 14. Conveno de Viena
Sujeitos de Direito Internacional
Estado Quando surge? Movimentos Beligerantes Movimentos Insurrectos Santa S Ordem de Malta Sujeitos Particulares Organizaes Internacionais
22/10/2003Terica
A Ordem Jurdica Comunitria impe-se aos seus membros, aos Estados e aos seus sujeitos
internos.
Os indivduos passam a ser os destinatrios das normas no caso do Tribunal Penal
Internacional, tal como acontece com o Direito Comunitrio que se destina aos Estados e
indivduos. Isto no acontece no Direito Internacional.
Os Estados transferiram competncias para os rgos comunitrios. No Direito InternacionalPblico, os Estados no transferem competncias para os rgos Internacionais. Apenas so
reconhecidas competncias s Organizaes Internacionais mas no h delegaes de
competncias.
O Direito Internacional uma ordem jurdica interestadual pois feito na base da vontade
dos Estados, da sua livre vontade.
Critrio de Ordem Jurdica
Existncia de normas jurdicas diversificadas e hierarquizadas
Criadas por rgos prprios, com vrias finalidades
Compostas por sujeitos diversificados
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O papel do Estado na ordem internacional
O Estado o criador e destinatrio das normas internacionais. o elemento central do
Direito Internacional. A ordem jurdica internacional a ordem jurdica que melhor
representa o Direito Internacional. Esta ordem jurdica internacional produz normas que se
destinam a regular as relaes entre os Estados. O Estado participa na elaborao dessas
normas internacionais nos diversos domnios de actividade. O Estado participa, pois, como
Estado soberano, na formao do Direito Internacional mas s se pode construir um conceito
de Direito Internacional se admitirmos a existncia de uma comunidade internacional que
ultrapasse a ideia de soberania absoluta e indivisvel como conceito essencial na formao do
Direito Internacional.
A noo de soberania absoluta defendida por Jean Bodin no seu manual sobre a Repblica,
em 1576, est hoje ultrapassada, na medida em que a ideia de soberania indivisvel, perptua
e suprema no nos parece adequada para o Direito Internacional. A prpria Unio Europeia
negou a ideia de soberania absoluta e indivisvel do Estado. A simples adeso de um Estado
Comunidade Europeia, sujeita o Estado e os seus sujeitos jurisdio dos Tribunais
Comunitrios:
Tribunal Comunitrio de 1. Instncia Tribunal da Comunidade Europeia
As dificuldades que colocam as normas internacionais so a da sua aplicao e as sanes
aplicadas contra os Estados infractores. Acontece que a execuo das sanes depende muito
da vontade do Estado e na prtica muitas dessas sanes so levadas a cabo contra os
pequenos Estados e no contra as grandes Potncias.
A afirmao do Direito Internacional
Os fundadores do Direito Internacional provm da escola do Direito Natural deHugo Grcio.
A partir do sc. XVI, aparecem os percursores do Direito Internacional. Hugo Grcio, 1583-
1645, expe a teoria mais completa do Direito Natural e a sua concepo de DireitoInternacional. Ele defende o princpio segundo o qual os Estados no se podem ignorar e
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devem aceitar a ideia de uma sociedade regulada pelo Direito. Outros autores, como
Francisco de Vitria, 1480-1546, e Francisco Suarez, 1548-1617, vo retomar a ideia de
Hugo Grcio. Francisco de Vitria considera que o Direito Natural superior ao Estado e
admite que a Comunidade Internacional necessria para os Estados. Francisco Suarez
admite tambm a existncia de uma Comunidade Internacional e afirma que o Direito
Positivo deve de estar conforme o Direito Natural. O Estado Soberano estaria subordinado ao
Direito Natural. No sc. XVIII, Vattel, 1714-1768, defende tambm a fora do Direito
Natural mas considera que o Estado Soberano livre de decidir aquilo que ele deve de fazer
e de se obrigar a respeitar as normas internacionais. Ele considera que o Estado pode muito
bem interpretar o Direito Natural ao interpret-lo conforme os seus interesses. Estes
fundadores do Direito Internacional, baseando-se na teoria do Direito Natural, reconhecem o
papel fundamental dos Estados Soberanos e admitem as igualdades entre eles.
O Direito Internacional, a partir do sc. XVIII, a nvel internacional, caracteriza-se pela
conscincia da existncia de interesses comuns em vrios domnios de interesse para os
Estados. Estes vo tentar fazer prevalecer esses interesses comuns sobre os interesses
internacionais. Concretamente, os Estados manifestam a vontade de institucionalizar as suas
relaes internacionais. Desta vontade, resulta a criao de Instituies Internacionais
capazes de resolver os conflitos entre os seus membros e contribuir para um maior
desenvolvimento das relaes polticas, econmicas e sociais.
Aps a I Grande Guerra, criada em Versalhes, sobre a forma de Conveno, a Sociedade
das Naes com o objectivo de manter a paz entre os povos. A Sociedade das Naes a 1.
Organizao Universal que tenta reforar a solidariedade entre os Estados. Esta Organizao
substituda em 1945 pela Organizao das Naes Unidas, que passa a ter um verdadeiro
poder de deciso sobre os Estados. A ONU vai assim contribuir para a afirmao do Direito
Internacional, nomeadamente no aspecto convencional. Hoje o Direito Internacional
Convencional contribui para uma maior afirmao do Direito Internacional.Progressivamente, novos ramos do Direito Internacional vo ser criados tais como o Direito
Internacional Martimo, o Direito Internacional Econmico, o Direito Internacional
Humanitrio, o Direito Internacional dos Tratados, o Direito Internacional dos Direitos do
Homem, etc.
Assim, os Estados elaboram regras internacionais nesses diversos domnios, quer atravs das
Organizaes Internacionais, quer atravs dos prprios Estados. O Direito Internacional,
atravs das suas vrias vertentes, pretende enquadrar todo o tipo de relaes internacionais. A
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existncia do Direito Internacional na sua diversidade no coloca dvidas. mais na relao
entre Direito Internacional e Direito Interno que as relaes no so to fceis.
As normas internacionais elaboradas pelos Estados no podem ser consideradas como regras
de cortesia ou regras moralizadoras mas como regras jurdicas, obrigatrias, que se destinam
aos diversos sujeitos internacionais.
Hoje , o Direito Internacional existe na sua diversidade e heterogeneidade dos seus sujeitos e
domnios de aplicao. certo que o Estado no deixa de ser o sujeito originrio do Direito
Internacional, na medida em que ele dispe de uma plenitude de competncias internas, ao
contrrio das Organizaes Internacionais que dispem de competncias especializadas.
O Direito Internacional deixou de se destinar apenas aos sectores tradicionais da competncia
do Estado, tais como a paz, a resoluo pacfica de conflitos, os privilgios e imunidades
diplomticas, para se alargar a outros domnios mais tcnicos como a sade, a economia, o
ambiente, o espao martimo, etc.
As primeiras Organizaes Internacionais criadas foram as organizaes tcnicas que
estabeleceram regras de navegao para os rios Reno e Danbio, no sc. XVII.
Existem organizaes polticas como a OMC, que pretendem fomentar o comrcio. A ONU
criou todo um sistema de organizaes que versam variados objectivos. Existem ainda
instituies que vo fazer surgir ramos especiais do Direito Internacional. Ex. Cruz
Vermelha- Direito Internacional Humanitrio.
O Direito Internacional apresenta algumas lacunas, pois alguns Estados entendem que as
regras no se aplicam a si.
Na realidade, existe um Direito Internacional composto de regras de carcter geral e especial
nesses diversos ramos. Os Estados no podem deixar de respeitar o Direito Internacional. As
Constituies nacionais estabelecem a relao efectiva que prevalece entre o Direito
Internacional e o Direito Interno, fornecendo assim uma base jurdica que deve de servir
todos os agentes. Tradicionalmente, o Direito Internacional regulava as relaes entre osEstados. Hoje, o Direito Internacional regula as relaes entre os Estados e outros actores
internacionais. No s os Estados mas tambm outras entidades participam na sua formao
directa ou indirectamente. Muitas destas normas internacionais tm um caracter obrigatrio
para os Estados, algumas sendo normas erga omnes, como observou o Tribunal
Internacional de Justia, em 1970. Por isso, o Direito Internacional deve ser respeitado na sua
ntegra, por todos os seus elementos e todos os seus sujeitos.
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27/10/2003
Prtica
Sujeitos de Direito Internacional Estados Organizaes InternacionaisEstado- Territrio soberano, organizado politicamente
Povo Territrio Poder poltico soberano
No vigora a tese do reconhecimento constitutivo. Actualmente vigora o reconhecimentodeclarativo. No preciso aos Estados serem reconhecidos juridicamente. O reconhecimento
apenas constatado para o Estado ser reconhecido como Estado.
As organizaes jurdicas internacionais tm personalidade jurdica. Esta no plena mas na
estrita medida dos fins que visa perseguir, limitada pelo princpio da especialidade.
De cada vez que um Estado nasce, torna-se membro da ONU para se ver reconhecido, apesar
do facto de ser aceite no valer como reconhecimento.
Art. 8., N. 1 CRP No necessitam de formalismo
Os Estados, enquanto absolutos, negavam a existncia do Direito Internacional Pblico como
regulador de quaisquer relaes.
Em 1815, surgiu a possibilidade de se instituir uma organizao internacional que regulasse a
navegao no rio Reno, pois havia conflitos interestaduais no tocante a diques, extraco de
areias, etc. O sucesso foi to grande que foi feito o mesmo para o rio Danbio. Estas
organizaes tinham um grande caracter tcnico.No ps- I GG surge a Sociedade das Naes, a qual durou pouco pois os E.U.A no
ratificaram a Conveno, bem como devido ao facto das suas decises necessitarem de ser
aprovadas por unanimidade, o que era praticamente impossvel.
No ps- II GG, surgem ento vrias organizaes. A ONU tem uma vocao pan-universal,
havendo uma famlia das Naes Unidas, de que fazem parte entre outros a FAO, a UNICEF,
etc.
A Carta das Naes Unidas entra no ordenamento jurdico portugus atravs do art. 8., n. 1
da CRP, pois esta uma norma Ius Cogens.
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Normas Ius Cogens- So normas imperativas, pois regulam e asseguram direitos
fundamentais dos indivduos.
A Conveno de Viena aplica-se aos Estados, entrando no ordenamento jurdico portugus
atravs do art. 8. n. 1 CRP, pois esta Conveno traduz normas Ius Cogens no tocante a
regras costumeiras de elaborao dos Tratados.
Reserva- Acto jurdico unilateral atravs do qual o Estado pretende desvincular-se de
algumas normas presentes no acordo a que se vai vincular.
29/10/2003
Terica
As normas de Direito Natural so normas que evoluem no tempo.
O Direito Internacional passa a uma fase institucional.
Teoria do Direito Internacional Pblico
As relaes entre o Direito Internacional e os diversos sistemas jurdicos internos obriga-nos
a estabelecer uma hierarquia entre estes diversos sistemas. A subordinao do Direito Interno
ao Direito Internacional desde logo contestado no seu princpio. Devemos aceitar teorias
divergentes sobre a natureza do Direito Internacional.
Devemos, assim, distinguir a tese Voluntarista, Normativista, Sociolgica e Jusnaturalista do
Direito Internacional.
Tese Voluntarista
Fundamenta o Direito Internacional na vontade dos Estados. Esta teoria aquela que melhor
tenta fundamentar a obrigatoriedade do Direito Internacional e parte do princpio que o
Direito obriga, na medida em que resulta da vontade do prprio Estado. Esta vontade
manifestada pelos rgos do Estado que vinculam o prprio Estado e os seus sujeitos. Vrios
autores admitiram esta teoria como aquela que fundamenta a obrigatoriedade do Direito
Internacional, tais como Hegel, Triepel , Jllinek .
Teoria do Direito Estadual Externo Hegel- Esta teoria assenta na soberania absoluta do
Estado, respeitando a vontade deste. O Direito Internacional s existe porque o Estado assim
o entende, a manifestao externa deste.
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Teoria da Autolimitao Jllinek- Parte do principio que qualquer obrigao internacional
deve basear-se no consentimento do Estado. Nenhum rgo ou Instncia Internacional pode
impor regras ao Estado. Este tem o poder de limitar a sua vontade na aceitao ou no das
regras internacionais. O Estado aceita submeter-se s regras internacionais, na sua livre
vontade, e auto limita-se na medida em que se submete ao cumprimento dessas regras
internacionais.
Teoria da Vontade Comum Triepel- Vareinbarung- O Direito Internacional criado na
vontade comum dos Estados. Esta vontade no pode emanar de um s Estado mas de vrios
Estados que representam a Comunidade Internacional. Os Estados so livres de participar na
realizao de objectivos comuns. Hoje, a Carta das Naes Unidas aquela que melhor
representa a vontade dos Estados.
Todos consideram que a vontade dos Estados deve ser respeitada.
Nota: ParaHegel o Direito Internacional seria a manifestao do Estado.
A vontade comum aquela que melhor fundamenta o Direito Internacional mas apresenta
lacunas, pois os Estados, por vezes de forma bilateral, elaboram normas de Direito
Internacional. Acrescente-se que esta tese tambm no tem carcter obrigatrio.
Tese Normativista deKelsen
Afirma que a obrigatoriedade das normas jurdicas no depende da vontade do Estado mas da
sua conformidade com uma norma superior. Essa norma fundamental aquela que confere
toda a unidade ao sistema e que garante a caracter jurdico a essas normas. Kelsen prope a
regra Pacta Sunt Servanda como regra fundamental. Esta obriga o Estado ao respeito pela
palavra dada. Esta regra uma regra de natureza consuetudinria que comum aos Estados.Fundamenta a obrigatoriedade do Direito Convencional. Este Principio legitima a concepo
da pirmide deHans Kelsen. Esta norma consuetudinria passa a ter mais importncia que as
convencionais que se vo subordinar a esta. Nesta teoria, as normas Ius Cogens
ultrapassam o sistema hierrquico vigente no havendo lugar cadeia hierrquica normativa.
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Tese Sociolgica de Direito Internacional
Esta tese tambm tenta superar a vontade dos Estados. Aqui, a norma teria o seu fundamento
na convivncia social ou nas necessidades sociais. O Homem teria, neste caso, obrigao de
se conformar s normas sociais criadas para as suas necessidades. A existncia de um Direito
Internacional supe a existncia de uma sociedade internacional na qual os Estados
exprimam as suas necessidades. Toda a dificuldade aqui de proceder adaptao,
transformao dessas necessidades em normas jurdicas. Este Direito forma-se
independentemente da vontade dos Estados, na medida em que ele se baseia nas necessidades
entre sociedades. Como autores desta teoria temosRoberto Ago e George Scelle.
com base nas necessidades do homem que se cria o Direito Internacional. Estas
necessidades so reais.
Tese Jusnaturalista
Um dos autores HugoGrcio, que foi dos primeiros a definir que o Direito Internacional
tinha fundamento no Direito Natural. A fora obrigatria do Direito Internacional resulta
tanto do Direito Natural como da vontade dos Estados. Tambm para os defensores desta tese
existe uma norma fundamental como na tese Normativista.
Esta tese apresenta duas teses ou variantes:
Jusnaturalismo Catlico- Resulta da revelao divina
Jusnaturalismo dos Valores- Tem em conta os valores da sociedade
Esta tese apresentada ou defendida por uma grande maioria da Doutrina que v aqui o
fundamento do Direito Internacional. Alguns autores so da opinio de que os valores morais
so aqueles que podem ser incorporados no Direito Positivo, referindo como valores morais alegitima defesa. Mas de considerar que os valores nem sempre so iguais em todos os
Estados ou representam a Comunidade Internacional. No h valores comuns a todos os
Estados.
Em Concluso:
O fundamento do Direito Internacional no diferente do fundamento do Direito em
geral. Para regular as relaes h normas que se impem naturalmente e que so
favorveis ao desenvolvimento dessas mesmas relaes. Com o aparecimento de umaComunidade Internacional composta de vrios Estados diferentes, torna-se difcil
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afirmar a existncia de uma hierarquia de valores. Hoje podemos encontrar uma
expresso do Jusnaturalismo na proteco dos direitos do Homem que vai cada vez
mais adquirindo a forma de Ius Cogens.
03/11/2003
Prtica (Apontamento cedidos pela Paula)
O que o Direito Internacional Pblico?
O Direito Internacional Pblico abarca tudo aquilo que materialmente internacional, tudo o
que objecto do Direito Internacional- Insuficiente.
aquele que tem um processo de formao de normas especficas, isto , as normasnasceriam nos seus quadros o prprio Direito Internacional- Insuficiente
Objecto, processo de formao das normas e ainda a questo de saber a quem se aplica o
Direito Internacional:
Sociedade ou Comunidade Internacional
Sociedade Internacional+ elementos de divergncia do que de convergncia
Aspira
Comunidade Internacional
+
elementos de agregao do que de desagregao
Estados Organizaes Internacionais Indivduo Santa S Ordem de Malta Movimentos Beligerantes Movimentos Insurrectos Movimentos de Libertao Nacional
Questo: Aplica-se o Direito Internacional a todos eles?
Lei Fontes do Direito Internacional, art. 38. ETIJ, mas no todas, existem ainda os actos
jurdicos autnomosConselho de Segurana- No tem funo de Juiz
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Juiz:
Tribunal Internacional de Justia- Funciona no mbito da ONU Tribunal Penal Internacional
Tribunal de Justia das Comunidades Europeias- Estados e SujeitosPolcia:
Conselho de Segurana- Art. 24. e art. 39. da Carta das Naes Unidas.
H que distinguir o Direito Internacional de
Moral Internacional
O no cumprimento no implica sanesde Comunitas Gentium
Regras de cortesia internacional. Existem por deferncia ao prprio Estado.de Direito Internacional Pblico
de Direito Internacional Privado
Aplica-se aos sujeitos de Direito Interno
Evoluo Histrica do Direito Internacional Pblico
1. Momento
At aos Tratados de Paz de Westeflia, de 1648 (Sc. XVII)2. Momento
Dos Acordos de paz de Westeflia at ao termo da II GG, 19453. Momento
Do termo da II GG at aos nossos dias
1. Momento
Sociedades caracterizadas pelo Absolutismo. Soberania dos estados vista numa perspectiva
absolutista.
Tese Anarquista- Entendia que no plano do Direito Internacional no havia quaisquer regras
a respeitar por parte dos Estados, logo negava o Direito Internacional, pois mesmo que o
Estado se vinculasse no plano internacional, nada o impede de revogar essa vinculao.
Surgem posteriormente as teses Voluntaristas, que passam a submisso ao Direito
Internacional pela prpria vontade dos Estados (Tronco Comum), logo se o Estado no
concordar, no respeita, no sofrendo qualquer sano, pelo que negam a existncia do
Direito Internacional
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Teses Voluntaristas
Teoria do Direito Estadual Externo (Hegel)- O Direito Interno do Estado vai projectar-seno plano internacional. O Direito Internacional um prolongamento do Direito Interno,
tambm aqui o Direito Internacional no existe. Teoria da Autolimitao dos Estados (Jellinek)- O Estado autolimita-se no plano interno,
monarcas com o poder absoluto, pelo que s se limitavam ao plano internacional se o
prprio Estado se autolimitasse, exp.: Acordos Internacionais, mas s e apenas se assim
quisesse, se fosse essa a sua vontade. Negam tambm o Direito Internacional.
Teoria de Lei ou da Vontade Colectiva ou da Vontade Comum- Vareinbarung(Triepel)- Concentrao de vontades por parte dos Estados; os tratados de lei s existem
se e na medida em que a vontade dos Estados seja convergente; os Estados decidiram
fazer surgir uma lei internacional que se comprometem respeitar, mas apenas porque foi
por eles criada.
Ateno: No confundir Tratado de Lei e Tratado Contrato
05/11/2003
Terica (Apontamento cedido pela M. Jos)O Direito Internacional resulta da vontade comum dos Estados.
Relao entre o Direito Internacional e o Direito Interno
Todos os Estados so iguais enquanto sujeitos de Direito e legisladores em Direito
Internacional. A soberania do Estado levanta a questo das relaes entre Direito
Internacional e o Direito Interno. Com o abandono do conceito de soberania absoluta foi
possvel por de lado a ideia de irresponsabilidade do Estado. O Estado obrigado a
harmonizar a sua legislao interna com as normas de Direito Internacional. O problema da
relao entre Direito Internacional e Direito Interno pode ser explicado atravs da Tese
Dualista ou da Tese Monista de Direito Internacional.
Tese Dualista- Foi apresentada por Triepel, que concluiu pela independncia da ordem
jurdica interna e da ordem jurdica internacional. Para Triepel as duas ordens jurdicas so
distintas, a norma interna vale independentemente da norma internacional. Para este autor e
outros, o Direito Internacional s vigora na ordem interna depois de ser recebido ou
transformado no Direito Interno.
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Tese Monista- Esta tese no defende a existncia de duas ordens jurdicas distintas mas
apenas de uma. A ordem jurdica internacional. A ideia a de que o Direito Internacional
obriga porque provm da vontade do Estado. Os Estados tm a obrigao de aceitar o Direito
Internacional. Esta tese apresentada por diversos autores entre os quais est Jellinek. Nesta
tese devemos o Monismo como primado do Direito Internacional e o Monismo como
primado de Direito Interno. O Monismo como primado do Direito Interno conduz negao
do Direito Internacional. defendido por autores como Hans Kelsen, George Scelle e
Verdross.
Esta a concepo preponderante hoje em dia que resulta da rejeio do Voluntarismo.
Direito Internacional e Direito Interno
Tese Dualista1. Ordem Jurdica Internacional2. Ordem Jurdica Interna
Tese Monista1. Primado do Direito Interno (Jellinek)2. Primado do Direito Internacional (Hans Kelsen, George Scelle, Verdross)
Radical Moderado
O Monismo como primado do Direito Internacional pode ser:
Radical- A regra interna contrria regra internacional torna-se nula Moderada- reconhece ao legislador nacional um domnio mais vasto de liberdade e acoEm concluso:
O Estado tem de conformar a sua ordem interna s suas obrigaes internacionais. O
no cumprimento desta obrigao no tem por efeito forar a vigncia do Direito
Internacional na ordem interna e a obrigao para os tribunais internos de aplicar a
norma internacional, nem a invalidade da norma interna contrria norma
internacional.
Existem certas normas de Direito Internacional que so independentes da vontade dos
Estados e que passam a vigorar na ordem jurdica dos Estados. Essas normas so
superiores s normas internas e revestem-se de um caracter obrigatrio para todos os
Estados- Normas Imperativas.
Tambm devemos referir as normas e os princpios que constituem o patrimnio
comum da Humanidade, so normas consuetudinrias, universalmente aceites e so
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tambm os princpios gerais de Direito, reconhecidos pelas naes civilizadas, que se
impem a todos os Estados.
A Incorporao do Direito Internacional na ordem jurdica interna
A incorporao varia conforme os sistemas constitucionais vigentes nas ordenaes jurdicas
dos Estados.
1. Sistema
Dualista- Obriga a uma transformao do Direito Internacional na ordem jurdica
2. Sistema
Clusula de Recepo Plena- Resulta do Monismo como primado do Direito Internacional.
3. Sistema
Clusula de Recepo Semi Plena- Resulta da adopo de concepes Monistas e Dualistas.
Deriva do Monismo como primado do Direito Internacional. Aqui o Estado no reconhece a
vigncia de todo o Direito Internacional mas apenas de algumas matrias que vigoram como
vlidas na ordem jurdica interna.
4. Sistema
Clusula de Incorporao Automtica- As normas internacionais so directamente aplicveis
na ordem jurdica interna dos Estados. (normas imperativas, regulamentos comunitrios).
Posio ou situao de diversos Estados
A incorporao do Direito Internacional na ordem jurdica Britnica
O Direito Britnico procede a uma incorporao automtica do Direito Internacionalconsuetudinrio na sua ordem jurdica.
No que se refere ao Direito Convencional, tero de ser objecto de acto do Parlamento para
vigorarem na ordem interna.
Incorporao do Direito Internacional
Direito Internacional Convencional Direito Internacional Geral
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A incorporao do Direito Internacional na ordem jurdica Francesa
A Constituio Francesa de 1958 estabelece que os Tratados ou Acordos regularmente
ratificados ou aprovados tm autoridade superior das leis, sob reserva da sua aplicao pela
outra parte. No que se refere aos Tratados de Paz, de Comrcio, relativos a Organizaes
Internacionais, que modifiquem disposies de natureza legislativa, relativos ao estado das
pessoas, que comportam cesso, troca ou acrescento de territrio, no podem ser ratificados
ou aprovados seno atravs de uma lei. O Direito Francs consagra aqui a clusula de
recepo plena.
A incorporao do Direito Internacional na ordem jurdica Alem
A Lei Fundamental Alem de 1949, dispe que as regras gerais de Direito Internacional
fazem parte integrante do Direito Federal, elas prevalecem sobre as leis nacionais no que se
refere aos Tratados O Presidente Federal representa a Federao nas suas relaes externas.
Compete-lhe celebrar, em nome da Federao, Tratados com os Estados estrangeiros. Os
Tratados exigem a aprovao das Assembleias Legislativas Federais competentes.
A incorporao do Direito Internacional na ordem jurdica Espanhola
A Constituio Espanhola de 1978 prev que os tratados Internacionais fazem parte da ordem
jurdica interna espanhola (recepo plena).
A incorporao do Direito Internacional na ordem jurdica Italiana
A Constituio Italiana de 1948 prev que a ordem jurdica italiana se submeta s normas do
Direito Internacional geralmente reconhecidas, Tese Dualista. Recepo automtica do
Direito Internacional na ordem jurdica interna.
A incorporao do Direito Internacional na ordem jurdica Norte-Americana
Todos os Tratados celebrados sob a autoridade dos EUA, constituem a lei suprema do pas e
os juizes, em cada um dos Estados, estaro sujeitos a ele. Recepo Plena do Direito
Convencional.
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A incorporao do Direito Internacional na ordem jurdica Brasileira
A Constituio Brasileira no regula a vigncia do Direito Internacional na ordem jurdica
interna, salvo os casos dos tratados em matria de Direitos Fundamentais que tm carcter
supra-constitucional. Incorporao Automtica.
Em concluso:
Quase todos estes Direitos asseguram a vigncia do Direito Internacional na ordem
interna no que diz respeito aos Tratados. sempre necessrio um acto de recepo
para que as normas internacionais vigorem no que se refere ao Direito Internacional
geral. No sempre necessrio este acto de recepo ou transformao para que as
normas de Direito Internacional vigorem na ordem jurdica interna.
10/11/2003
Prtica
2. Momento
Em 1948, a Paz de Westeflia pe termo Guerra dos Trinta Anos e marca o surgimento do
Direito Internacional como cincia.
A soberania do Estado continua a ser vista como absoluta, mas com a influncia de Jean
Bodin o Estado soberano est limitado pelo Direito Divino, natural e pelas obrigaes a que
este se submeteu. Os Estados estavam em plano de igualdade, vista de uma forma
estritamente formal. Surge o Principio da Liberdade dos Mares, normas relativas a privilgios
(?), regras relativas responsabilidade do Estado no tocante a estrangeiros no prprio Estado.
Existiam Convenes Internacionais Bilaterais, sendo o Costume a fonte por excelncia deste
perodo.
Do ponto de vista da produo normativa, as normas de Direito Internacional Pblico eram
criadas pelos Estados. No havia normas Ius Cogens. Havia um sistema de autotutela, no
havia normas sancionatrias.
A Sociedade das Naes surge em 1919, tendo o Tribunal de Justia Internacional surgido na
mesma altura.
Neste perodo, o fundamento da obrigatoriedade do Direito Internacional justifica-se pelas
teses:
Voluntarista- Continuaram a dominar. Negao do Direito Internacional Marxista-Leninista- Surge com a revoluo Bolchevique de 1917. Resume-se ao facto de
para esta teoria o Direito Internacional era includo na superestrutura com a Poltica,
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sendo esta superestrutura dominada pela infra-estrutura onde estava includa a Economia.
Assim, haveria um Direito Internacional Capitalista e um Direito Internacional Socialista.
Normativa- Surge com Hans Kelsen. Afirma a obrigatoriedade do Direito Internacionalfundamentado numa norma superior fundamental hipottica. A partir de 1932, HansKelsen afirma que o fundamento se traduzia pela expresso Pacta Sunt Servanda. Mas
com isto no abarcava a obrigatoriedade do Costume Internacional. Assim, passou a
afirmar Consuetu Est Servanda. Isto foi alvo de criticas por causa da norma ficcionada,
hipottica.
Sociolgica ou Solidarista- Duguit e George Scelle assentam o seu pensamento nasolidariedade nas relaes que se estabelecem entre Estados. As regras de Direito
Internacional impunham aos Estados o respeito da solidariedade e o dever de usar a fora
de que dispunham ao servio das regras de Direito. A existncia da Comunidade
Internacional pressupunha a existncia de colectividades reguladas pelo Direito
Internacional.
3. Momento
Perodo Contemporneo
Inicia-se com a Carta das Naes Unidas. Surge uma Organizao Internacional pan
universal que tem o propsito de abarcar todos os pases do mundo. Foi criada a famlia de
Direitos das Naes Unidas que tm personalidade jurdica internacional- FAO, UNESCO
OIT, etc.
Foi neste perodo que mais sujeitos de Direito Internacional surgiram.
Estado Organizaes Internacionais Movimentos Beligerantes* Movimentos Insurrectos* Movimentos de Libertao Nacional* Indivduo* Santa S* Ordem de Malta* Nestes casos existem duvidas.
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Fontes de Direito Internacional
Convenes Internacionais
Costume Doutrina Jurisprudncia Princpios Gerais de Direito Internacional Actos Jurdicos Unilaterais Autnomos- podem ser praticados pelas Organizaes
Internacionais ou pelos Estados
Ser a equidade fonte de Direito Internacional? Logo se ver
Nota 1: O Costume no s o tradicional mas tambm o selvagem.
Nota 2: A fonte Convenes Internacionais, ao contrrio do perodo anterior sobretudo
multilateral.
Nota 3: A distino Tratado Lei e Tratado Contrato
Tratado Lei- Um feixe de vontades comuns tendentes a um nico objectivo.
Tratado Contrato- Vontades contrrias que visam satisfazer necessidadesantagnicas
Norma Ius Cogens- Especificas da 3. fase.
Responsabilidade Internacional dos Estados
Existe responsabilidade internacional dos Estados por factos lcitos. Actualmente o Direito
Internacional apresenta-se como axiolgicamente relevante. Tendencialmente no assenta na
igualdade formal dos Estados mas na igualdade material dos mesmos. Actualmente o
fundamento da obrigatoriedade do Direito Internacional assenta na tese Jusracionalista,
assenta no Direito Natural.
Existe um conjunto de valores comuns aos sujeitos de Direito Internacional. Assim, h um
feixe de valores que se sobrepe vontade humana e aos prprios Estados. So inerentes
vontade da Comunidade Internacional. O Jusracionalismo foi defendido porHugo Grcio. O
Jusracionalismo actual diferente do Jusracionalismo deHugo Grcio. o Jusracionalismo
defendido pela Nova Escola de Direito Natural. Foi Pufendorfque rompeu o Jusracionalismo
clssico, pois entendia que havia Direito Natural no plano internacional, surgindo o Direito
Internacional. Esta Nova Escola surge nos finais do sc. XIX, princpios do sc. XX, sendo
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dois dos seus autores mais famosos LouisLe Fure Verdross. Esta escola vai fundamentar a
jurisdicidade do Direito Internacional no Direito Natural porque defende que existem
princpios suprapositivos que esto acima do ordenamento jurdico, uma vez que decorrem
de um normativismo superior que resulta de uma opo feita no plano filosfico, que no caso
destes dois autores foi diferente, tendo dado origem a duas vertentes:
Verdross- Jusnaturalismo dos valores. O Problema da obrigatoriedade do DireitoInternacional era colocado no plano tico. As normas eram valores comuns no plano
interno que se impunham aos Estados.
Louis Le Fur- Jusnaturalismo Catlico. O problema do fundamento da obrigatoriedade doDireito Internacional era colocado num plano ontolgico que significa que o Direito
Natural apreendido pela revelao. Tinha como regras:
1. Obrigatoriedade de cumprir os compromissoslivremente aceites. Pacta Sunt Servanda.
2. Obrigatoriedade de reparar todos os prejuzoscausados indevidamente.
3. Respeito pela Autoridade.Ver:
Art. 4. da CRP e 1933. Aceitava-se a teoria da Auto Limitao dos Estados.
12/11/2003
Terica
A norma pode ser incorporada automaticamente (concepo monista) ou ser transformada
(concepo dualista) recepo semi-plena
Valor hierrquico das normas
Supralegislativo LegislativoA incorporao do Direito Internacional na Ordem Jurdica Portuguesa
A nossa Constituio confere vigncia ao Direito Internacional na ordem interna. As normas
de incorporao esto consagradas no art. 8., n.s 1, 2 e 3 CRP.
Art. 8., n. 1
Normas e princpios consagrados. So normas Ius Cogens
Carta das
Naes Unidas, Pactos, Costume Internacional, DUDH, imperativos que vigoram de
forma automtica na ordem jurdica.
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Art. 8., n. 2 Normas constantes das Convenes Internacionais, Tratados Solenes, eAcordos Simplificados Normas convencionadas. Vigoram plenamente na ordem
interna, aps o cumprimento de uma srie de requisitos; Aprovao ou Ratificao,
entrada na ordem jurdica internacional (enquanto vincular o Estado Portugus) e a suapublicao.
Vigncia na ordem jurdica internacional- Por vezes pode haver necessidade de varias
ratificaes para entrar em vigor. a prpria Conveno que indica o nmero de Estados
que necessrio para fazer vigorar a mesma.
Art. 8., n.3 Normas Comunitrias que vigoram directamente na ordem jurdicainterna. No necessitam de transposio para vigorar. Trata-se aqui dos Regulamentos
Comunitrios, art. 249. Tratado de Nice. O Regulamento tem caracter geral, obrigatrio em todos seus elementos e directamente aplicado em todos os Estados
Membros.
As Directivas obrigam quanto aos fins mas no quanto aos meios. So transpostas na
ordem jurdica atravs de Decreto-Lei, sendo depois aplicada essa norma produzida
internamente.
Os Estados no podem ir contra o estabelecido nos Tratados Comunitrios.
A vigncia do Direito Internacional na Ordem Jurdica Portuguesa
A Constituio Portuguesa consagra o Principio da Recepo Automtica das normas de
Direito Internacional Geral ou Comum. Isto significa que estas normas so directamente
aplicadas pelas autoridades pblicas e Tribunais. Resta saber qual o valor jurdico das normas
do Direito Internacional Geral em face do Direito Interno. O Prof. Gomes Canotilho diz que
a recepo automtica do Direito Internacional Comum no proclama a superioridade das
normas de Direito Internacional perante as normas de Direito Interno. Aqui o Direito
Internacional Geral ou Comum cede perante a Constituio mas no entanto prevalece sobre a
Lei.
Para o Prof. Joo Mota Campos, o Direito Internacional Geral ou Comum ocupa um grau
supra constitucional
Segundo o Prof. Jos Amorim, devemos entender que o Direito Internacional Geral ou
Comum prevalece sobre a Constituio pelo facto de consagrar regras consuetudinarias que
se impem a todos os Estados e de ser composto de normas imperativas e que s podem ser
imperativas se se sobrepuserem ao Direito Interno.
Ver: Art. 16. CRP
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O art. 8., n.1 CRP basicamente para regras consuetudinarias.
A vigncia do Direito Internacional Convencional na Ordem Jurdica Portuguesa
O Direito Internacional Convencional cede perante a Constituio mas prevalece sobre a lei
convencional porque vem de Tratados e Acordos sobre forma simplificada. No entanto, o
Direito Internacional Convencional dos Direitos do Homem prevalece sobre a Constituio
visto que se fala da DUDH. Cede porque esto sujeitos fiscalizao preventiva da sua
constitucionalidade, do Tribunal Constitucional.
A vigncia do Direito Comunitrio na Ordem Jurdica Portuguesa
A uniformidade do Direito Comunitrio em todos os pases da Unio Europeia obriga o juiz
nacional a dar preferncia ao Direito Comunitrio. O primado do Direito Comunitrio resulta
do disposto no art. 249. do Tratado de Amesterdo e do art. 10. desse mesmo Tratado que
dispe que os Estados Membros devero tomar todas as medidas para assegurar a execuo
das obrigaes do Direito Comunitrio. Este Principio do Primado do Direito Comunitrio
foi consagrado no Acordo proferido pelo Tribunal de Justia das Comunidades Europeias no
caso Costa versus Enel, em 1964, que refere que o Tratado da CEE institui uma ordem
jurdica prpria integrada no sistema jurdico dos Estados Membros e que se impe aos
respectivos rgos Internacionais.
Num outro caso, o caso Simmenthal, proferido em 1978, o Tribunal considerou no entanto
que o Direito Comunitrio deve ceder o passo s disposies internas mais favorveis aos
cidados em matria de direitos fundamentais.
Fontes do Direito Internacional Pblico
As fontes principais do Direito Internacional Pblico
Noo de FontesDevemos estabelecer uma distino entre fontes formais e fontes materiais de Direito.
As fontes formais so aquelas que se referem aos processos de elaborao do Direito. Estas
fontes formais vm previstas no art. 38., n.1 e 2 do ETIJ. As fontes formais procedem
introduo do contedo das normas no direito positivo.
Quanto s fontes materiais elas constituem os fundamentos sociolgicos, polticos,
econmicos, morais das normas internacionais. As fontes materiais so aquelas que
contribuem para a formao das fontes formais. As fontes previstas no art. 38. ETIJ, sodirectamente aplicadas pelo juiz e so oponveis a todos os sujeitos de Direito Internacional.
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Hierarquia das Fontes
Convm estabelecer uma distino entre normas jurdicas e fontes formais de Direito
Internacional. As primeiras formam o contedo de uma regra elaboradas segundo as
exigncias da fonte formal. Uma mesma norma pode emanar de diversas fontes, exp.: uma
norma relativa delimitao da plataforma continental pode ter um fundamento
convencional para uns Estados e consuetudinria para outros. Da a frequente confuso entre
normas e fontes. Por isso, deve-se falar de normas consuetudinarias por um lado e Costume
como fonte formal por outro. O art. 38. ETIJ no estabelece qualquer hierarquia entre as
fontes do Direito Internacional por isso no h razo para estabelecer que os Tratados
prevalecem sobre o Costume ou vice-versa. O facto de no existir uma hierarquia entre as
fontes formais do Direito Internacional no quer dizer que no exista uma relao entre essas
fontes. o que acontece por exemplo no caso de Tratados sucessivos. Tambm o facto das
fontes no serem hierarquizadas no quer dizer que no exista uma hierarquia entre as
normas jurdicas. Por exemplo, pode existir um conflito entre uma norma imperativa e uma
norma convencional. Neste caso a Conveno de Viena de 1969, afirma o caracter
imperativo dessas normas que deve prevalecer sobre as outras normas art. 53. Conv.
Viena, em caso de conflito.
17/11/2003
Prtica (Apontamento cedido pela Adelaide)
Caso Prtico
Suponha que o Estado portugus signatrio de uma Conveno Internacional, concluda
em 2000, entre 20 Estados Europeus, tendo como principal objectivo o combate do trfico de
droga e de armas. Nos termos da dita Conveno devem os 20 pases promover a
cooperao das suas polcias. Se o Governo portugus aprovar um Decreto-Lei que vise
restringir a cooperao policial captura de narcotraficantes, qual o valor constitucional
do referido documento?
Resoluo
Relao entre Direito Internacional e Direito Interno
1. Teorias que fundamentam as relaes
2. Tcnicas de recepo do Direito Internacional na ordem interna
3. A questo da hierarquia
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As Convenes internacionais tm um valor supra legal, mas infra constitucional, art. 277.
e seguintes CRP, so objecto de fiscalizao.
Valor supra legal, art. 8. n. 2
Norma de Direito Internacional
19/11/2003
Terica
Costume Internacional
Noo
O Costume Internacional uma fonte importante do Direito Internacional. O TribunalInternacional de Justia tem julgados litgios em que tem estado em causa a aplicao do
Costume Internacional, tal como aconteceu no caso relativo s actividades militares e
paramilitares na Nicargua, julgado em 27 de Junho de 1986.
Fundamento
O Costume Internacional baseia-se num elemento material (uso) e num elemento psicolgico
(convico de obrigatoriedade). Em relao ao elemento material, o Costume consiste na
repetio constante, geral e uniforme de uma conduta. O uso pode resultar de uma actividade
dos rgos do Estado bem como da actividade dos sujeitos de Direito Internacional.
Relativamente aos actos das Instituies Internacionais, podemos distingir os actos jurdicos
e os actos no jurdicos. Os actos jurdicos so actos da jurisprudncia das Instituies
Jurdicas. Vigora aqui a regra do procedente. Ao nvel das actos no jurdicos, so todas as
resolues das Instituies Internacionais como as das Naes Unidas ou dos Estados. O
elemento de repetio pode no ser necessrio para a formao do Costume Internacional,
vide o caso Haya De La Torre, julgado em 1950. Aqui o Tribunal Internacional de Justia
afirmou que a prtica revelava tantas incertezas que no se podia tirar dela um uso constante.
Relativamente constncia do uso, o Tribunal tambm afirmou no caso da Plataforma
Continental, em 1969, que a formao da Direito dos Estados na Plataforma Continental
tinha sido estabelecido num curto lapso de tempo.
Relativamente ao facto do uso ser geral, o uso pode formar-se independentemente da vontade
de alguns Estados. Por exemplo, o Costume Local s obriga aqueles Estados que participam
na sua elaborao. Exemplo: No caso De La Torre, o Tribunal admitiu que o asilo
diplomtico s dizia respeito aos pases latino-americanos- Costume Regional.
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Quanto ao uso, pode resultar de uma aco positiva ou de uma absteno manifestada por
outros Estados. Caso das Pescarias, de 1951. O Tribunal afirmou que a aco positiva da
Noruega, que tinha estabelecido o limite do seu mar territorial e a absteno por parte da
Inglaterra, originou um Costume entre dois Estados.
Quanto ao segundo elemento, consiste na convico que os Estados esto a agir conforme o
Direito. Esta convico tambm chamada Opinio Iuris.
Os Estados devem ter a convico de exercer um Direito. Toda a dificuldade de provar a
existncia desta Opinio Iuris. Acontece muitas vezes que os Estados quando alegam uma
regra de Direito, alegam na realidade consideraes polticas, da a dificuldade de fazer a
prova da existncia do Costume. A dificuldade aumenta quando a actividade resulta de uma
atitude passiva. No casoLa Torre, a Colmbia tinha alegado que o elemento psicolgico no
era necessrio para a formao do Costume. O Tribunal considerou que a Opinio Iuris
imprescindvel para a formao do Costume. O nus da prova, em regra geral, compete
quele que invoca uma norma consuetudinria. O Tribunal Internacional de Justia, no caso
da Plataforma Continental disse que os actos devem testemunhar da convico de que a
pratica obrigatria. A repetio dos actos no suficiente em si. O elemento psicolgico
deve ser dissociado do elemento material.
Em concluso geral, o Costume Internacional tem surgido ao longo da histria do Direito
Internacional em vrios domnios. No domnio do Direito Martimo, das relaes
diplomticas e dos conflitos (Nicargua). O Costume estende-se para outros domnios, como
os Tratados, a responsabilidade internacional, a arbitragem.
O Costume Internacional tem exercido uma influncia sobre o Direito convencional, como
foi o caso no Direito Martimo, na Conveno de Genebra de 1958.
O Costume Praeter Legen, Contra Legen, Secundo Legen (?). A norma consuetudinria mais
recente prevalece sobre a mais antiga. H alguma reticncia por parte do juiz para aplicar a
norma consuetudinria estrangeira no Direito Interno. Isto deve-se fundamentalmente adesconhecimento destas regras.
Costume Selvagem- O que provm apenas da convico de obrigatoriedade.
O Costume tem contribudo para a codificao do Direito Internacional.
Tratados Internacionais
Os Tratados Internacionais so uma importante fonte de Direito Internacional. Os que foram
elaborados ps-II Guerra Mundial incidem sobre vrias actividades dos Estados, desde a Paz,Cooperao Econmica, passando pelos Direitos do Homem. A noo de Tratado
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Internacional vem mencionado no art. 38., n. 1 do Estatuto do Tribunal Internacional de
Justia, que manda aplicar as Convenes Internacionais Gerais ou Especiais, que
estabelecem regras expressamente reconhecidas pelos Estados em litgio.
O Tratado Internacional pode ser concludo entre dois ou mais sujeitos de Direito
Internacional e destina-se a produzir efeitos jurdicos para as partes que nele participam. Isto
no quer dizer que s os Estados podem participar. necessrio que as partes sejam Sujeitos
de Direito Internacional para participar na elaborao dos Tratados Internacionais, da que os
Acordos concludos entre Estados e Organizaes No Governamentais ou uma Associao
de Direito Privado no pode ser reconhecido como Tratado. Todo o Direito relativo
concluso dos Tratados, sua interpretao, aplicao, validade e eficcia encontra-se
codificado na Conveno de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 23 de Maio de 1969. Os
Tratos estariam assim submetidos ao Direito Internacional resultante da Conveno de Viena
de 1969. Em principio, os Tratados revestem a forma escrita e no entanto a prtica aceita
Tratados verbais, s que a Conveno de Viena s se aplica aos Tratados celebrados entre
Estados, isto no significa que os Tratados entre Estados e Organizaes Governamentais
no tenham validade. O Tratado Internacional pode revestir vrias formas e denominaes.
Pode ser designado Carta, Acordo, Estatuto, Pacto, Conveno, Protocolo, Declarao, etc.
Classificao das Convenes Internacionais
Podemos classificar as Convenes Internacionais em :
Convenes Escritas Convenes OraisTal como estabelece a Conveno de Viena, a qual s se aplica s escritas.
Existem Tratados-Lei e Tratados-Contrato, Tratados Solenes e Acordos Simplificados,
Convenes Gerais e Convenes Especiais.
O Tratado-Lei cria uma regra de Direito pela vontade das partes. Estes Tratado-Lei resulta
das vontades convergentes dos Estados em considerar uma regra de Direito como regra
comum aos Estados.
O Tratado-Contrato semelhante ao contrato de Direito Interno. Na sua aplicao temos o
exemplo dos tratados de Comrcio.
O Tratado-Constituio o tratado institutivo de uma Organizao Internacional, como a
Carta das Naes Unidas. A ideia que ter o valor de Constituio para todos os Estados.O Tratado Solene carece de ratificao e o Acordo Simplificado no carece.
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As Convenes Gerais e Especiais sero subsidirias em termos de classificao em relao
s outras classificaes, sendo Geral ou Especial em relao ao objecto de classificao.
24/11/2003
Prtica
Art. 8., n.1 CRP
Quando se fala de normas e ..., estamos a falar de costume internacional geral, normas Ius
Cogens como a DUDH; Carta das Naes Unidas, princpios gerais de Direito Internacional
como Mare Liberum; Principio de No Ingerncia, princpios gerais de Direito como
Pacta Sunt Servanda; Principio da Igualdade.Costume Regional- Pode ser territorial, religioso, econmico.
Segundo o Prof. Jorge Miranda, o Costume Regional e Bilateral entram na ordem jurdica
nacional pelo art. 8., n. 1 CRP, se o Estado Portugus tiver participado, se no participou
seria necessrio um formalismo parecido com o art. 8., n. 2 CRP Recepo Plena
O fundamento para a analogia da norma ao costume bilateral e assim a sua recepo
automtica reside no facto de Portugal ter participado na formao deste Costume e assim
poder afirmar que para si e para os outros Estados envolvidos, este Costume geral.Se Portugal quiser vincular-se a um Costume para o qual no participou na sua formao
ento ter de submeter esse Costume ao formalismo do art. 8., n. 2 CRP.
Onde se l normas ratificadas, refere-se a forma solene, logo Tratados.
O Tratado tem de ser ratificado. A ratificao torna a Conveno Internacional Tratado mais
solene visto que a ratificao feita pelo Presidente da Repblica. As matrias versadas
nessa ratificao esto na alnea i) do art. 161. CRP, onde dito designadamente o que
quer dizer que pode haver outras.
A especificidade dos Tratados advm da ratificao o que no quer dizer que no haja um
procedimento. Nesse procedimento, a Assembleia da Repblica aprova os Tratados que
depois sero ratificados pelo Presidente da Repblica.
Onde se l aprovado, fala-se de Acordos sob a forma simplificada, o Estado Portugus
vincula-se pela aprovao e no pela assinatura. As matrias que revestem a forma de
Acordo so aquelas que no esto expressamente elencadas na alnea i) do art. 161. CRP.
Quem tem competncia para aprovar, art. 161., i) Competncia reservada, Assembleia da
Repblica e Governo, art. 197., c) CRP
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Pode acontecer que sendo da competncia do Governo, este decida remeter Assembleia da
Repblica para aprovao.
AR ART. 161., i) ART. 164. + ART. 165.
GOV ART. 197.,n. 1, c) in fine
GOV ART. 197., n. 1, c) 1. parte- as...
Tm de ser publicados no Dirio da Repblica, art. 119., n. 1, b).
Em certos Tratados necessrio um nmero mnimo de ratificaes para que esta entre em
vigor.
Art. 8., n. 3 CRP
O Direito Comunitrio Derivado entra no ordenamento jurdico por este nmero. O Direito
Comunitrio Originrio entra pelo n. 2 deste artigo. As Recomendaes e Pareceres no
entram por aqui pois no tm caracter geral e abstracto. Os Regulamentos so normas, tm
caracter geral e abstracto e entram directamente por este nmero. As Decises tm
destinatrios especficos logo no entram directamente Ver art. 239. TUE
As Directivas fixam os fins, cabendo aos Estados estipular os meios, logo no so normas
pois no tm aplicabilidade directa.
O Prof. Fausto de Quadros entende que as Decises e as Directivas entram directamente, pois
o n. 3 incompatvel com a Unio Europeia e esta tem o primado. A ONU atravs das
resolues tem aplicabilidade directa, sejam emanadas pela Assembleia Geral sejam pelo
Conselho de Segurana.
Valor Hierrquico
Art. 8., n. 1 CRP Normas supraconstitucionais art. 8., n. 1 CRP Art. 8., n. 2 CRP Normas infraconstitucionais e supralegais art. 26. e art. 27.
Conveno de Viena e art. 277. e seguintes CRP
Art. 8., n. 3 CRP Normas infraconstitucionais e supralegais (?) Acordos entreDireito Internacional e Direito Interno
26/11/2003
Terica
Convenes Internacionais
A Conveno Internacional um acto jurdico plurilateral concludo entre Sujeitos de
Direito, submetidos s regulamentaes do Direito Internacional e pode estar consignado
num nico instrumento e em dois ou mais instrumentos conexos, sendo ainda possvel
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assumir vrias designaes. Para concluir uma Conveno Internacional necessrio pelo
menos duas partes. No so s os Estados que podem concluir Convenes Internacionais,
por outro lado, as Convenes Internacionais so reguladas pelo Direito Internacional, tanto
assim que o nascimento, vigncia e cessao de vigncia das Convenes Internacionais
esto reguladas em instrumentos de Direito Internacional. Assim, as Convenes
Internacionais concludas entre Estados, as regras sobre nascimento, vigncia, etc., so
reguladas pela Conveno de Viena.
O texto de uma Conveno Internacional pode estar vertido num ou mais do que um
instrumento, logo o corpo de uma Conveno Internacional pode ser uno ou composto por
vrios elementos, sendo mais usual por trs elementos, o Prembulo, o Corpo Dispositivo (ou
Articulado. Na Conveno de Viena comea no art. 1.), e os Anexos (tm o mesmo valor
jurdico. Contm disposies de carcter tcnico. Podem ser concretizadas num instrumento
prprio que o Anexo).
Uma Conveno Internacional pode assumir a designao de Carta, Pacto, Declarao,
Concordata.
Classificao das Convenes Internacionais
Critrio da Qualidade das Partes
Estados Estados e Organizaes Internacionais Organizaes Internacionais
Critrio do Nmero das Partes
Bilaterais Concludas entre duas partes, podendo cada parte ter mais de um Estado,caso de uma Guerra- vencedores/ Vencidos
Multilaterais Concludas entre mais de duas partes. Podem ser: Gerais ou Abertas- Tendem para a universalidade, esto abertas para que
novos pases adiram, exp.: Carta das Naes Unidas.
Restritas ou Fechadas- Abarcam um nmero restrito de Estados. Em geralabarcam at dez Estados. Pode-se analisar este critrio em funo do
nmero de Estados ou que apenas abarcam Estados de uma determinada
zona geogrfica.
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Critrio
Tratados sob forma solene Acordos sob forma simplificada
Critrio
Convenes Internacionais Escritas Convenes Internacionais No EscritasA Conveno de Viena s se aplica s Convenes Internacionais Escritas, art. 2., n. 1,
alnea a) e art. 3.da Conveno de Viena
As Convenes No Escritas tm validade, art. 3., alnea a), Conveno de Viena
Procedimento de vinculao Conveno Internacional
1. Na Conveno Internacional os termos Conveno Internacional, Tratado e Acordo sousados indistintamente.
2. No procedimento para vinculao de Direito Internacional tanto intervm normas deDireito Interno como de Direito Internacional.
3. Na CRP, os termos Acordo, Tratado e Conveno Internacional so usados em sentidotcnico-jurdico rigoroso. Conveno Internacional um termo genrico que permite
abarcar Tratado e Acordo., art. 8., n.2; art. 119., n. 1, alnea b); art. 197, n. 1, alnea
b); art. 161., alnea i); art. 277., n. 2; art. 278., n.1; art. 279., n.4, todos da CRP.
4. O Estado Portugus pode, luz do art. 115. CRP submeter a referendo a sua vinculaoa uma Conveno Internacional, art. 115., n. 3, 4, 5 CRP.
5. A Conveno Internacional pode ser submetida a referendo antes, no decurso ou no finaldas negociaes desta. A Conveno Internacional pode ser submetida a referendo como
condio interna conducente manifestao definitiva ao consentimento a estar
vinculado.
As vrias fases do Processo de vinculao internacional
1. Fase
NEGOCIAO
Discusso do texto da Conveno Internacional
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Redaco e adopo do texto da futura Conveno. luz da Conveno de Viena,quem tem competncia para negociar so os plenipotencirios, art. 7.. A alnea 2
enumera-os. luz do Direito Interno, quem tem competncia para negociar o
Governo, art. 197., n. 1, alnea b) CRP, representando-se pelo Ministro dosNegcios Estrangeiros e pelo Ministro competente em razo da rea de competncia
da matria. O Governo deve de informar o Presidente da Repblica dos avanos das
negociaes, aps ser informado pelo Ministro dos Negcios Estrangeiros, art. 201,
n. 1 , alnea c) CRP. Tambm os Partidos Polticos, representados na Assembleia da
Repblica devem ser informados, art. 114, n. 3 CRP. Devem ainda ser informados
os Grupos Parlamentares, art. 180., n. 2, alnea j) CRP. O representante das Regies
Autnomas pode acompanhar, art. 227., n. 1, alnea t) CRP, o Ministro dos
Negcios Estrangeiros, desde que a matria lhe diga respeito, mas no tem autonomia
para se vincular de moto prprio, art. 227, n. 1, alnea u) CRP. durante a fase da
negociao que se vai escolher a forma da Conveno. Portugal e a generalidade dos
Estados tm normalmente liberdade para escolher a forma das Convenes. No h
uniformidade entre Estados pelo que a forma da mesma Conveno pode assumir
vrias formas, conforme o Estado. No fim da negociao temos o texto definitivo da
Conveno Internacional, quando este adoptado, art. 9. Conveno de Viena.
Matria dos Tratados art. 161, alnea i) CRP
2. Fase
AUTENTICAO OU ASSINATURA DO TEXTO
Tem consequncias diferentes conforme seja Tratado ou Acordo.
Tratado- A assinatura cria o direito a que seja manifestada em momento posterior avontade de ficar definitivamente vinculado pelo Tratado que foi objecto da assinatura.
O Estado Portugus no fica vinculado pela mera assinatura de um Tratado mas a
assinatura que feita tem vrios efeitos, designadamente expressa o acordo formal
quanto ao texto do Tratado. Produz o direito de ratificar o Tratado. A partir da
assinatura, nos termos do art. 18. da Conveno de Viena, produz um dever geral de
boa f. A assinatura autentica o texto que fica definitivamente fixado.
Acordo- Pela simples assinatura, os Estados ficam vinculados definitivamente aoAcordo. A partir dai funciona a regra Pacta Sunt Servanda.
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Quem tem competncia para assinar Convenes?
Art. 10., alnea a) Conveno de Viena. Esto no texto da Conveno. So os
plenipotencirios. No caso Portugus, se estivermos perante um Tratado, o Ministro dos
Negcios Estrangeiros, luz do Direito Interno, art. 7., n. 2, alnea a) CRP.
Tipo de Assinatura
Art. 10, alnea b) C Viena
Tratados
Assinatura em sentido prprio- Art. 7., n. 2, alnea a) C Viena. Plenipotencirios.Efeito: Autenticao do texto. No caso portugus feito pelo Ministro dos Negcios
Estrangeiros.
AssinaturaAd Referendum ou Rubrica- Art. 10., alnea b) C Viena. Quem assinano tem poderes para assinar, logo no produz os efeitos. Tem de ser depois
confirmada pelo Estado.
Aposio de iniciais. Resulta da prtica costumeira. A pessoa est presente mas notem poderes para assinar. Ape as suas iniciais e s num momento posterior o Estado
envia um plenipotencirio para assinar a Conveno Internacional.
Acordos
No mbito do Direito Internacional, pela simples assinatura do texto do Acordo, oEstado fica logo vinculado.
Pode haver uma das trs assinaturas anteriores, funciona a regra das assinaturasanteriores do plenipotencirio.
No plano do Direito Internacional, a assinatura do plenipotencirio gera dois efeitos:1. Autenticao do texto2. Vinculao internacional definitiva
No caso Portugus, o plenipotencirio assina mas a sua assinatura s tem o poder de
autenticao. Logo, ele faz uma assinatura sob reserva de aprovao. O plenipotencirio
assina e gera o nico efeito de autenticao.
3. Fase
MANIFESTAO DO CONSENTIMENTO VINCULAO INTERNACIONAL
Art. 11. Conveno de Viena
Tratados
Quem aprova?
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AR, art. 161., alnea i) CRP
A Assembleia da Repblica aprova os Tratados sob a forma de Resoluo, como resulta do
art. 166., n. 5 CRP. O Presidente da Repblica depois ratifica o Tratado, art. 135., alnea
b) CRP. Depois de ratificados, seguem para Referenda Ministerial, art. 140., n. 2 CRP
Quando recebe o Tratado, o Presidente da Repblica pode:
Requerer a fiscalizao da constitucionalidade, fiscalizao preventiva, art.s 278.,n. 1 e art. 279. CRP
Ratificar ou no ratificar o TratadoPode no ratificar por:
Motivos de ordem poltica Declarao de inconstitucionalidade do Tribunal Constitucional
Acordo
Tudo o que no cabe no art. 161., alnea i)
Pode ser aprovado por:
Governo- Os que no so da competncia reservada da Assembleia da Repblica,art. 197., n. 1, alnea c) CRP
Assembleia da Repblica- Matrias que o Governo submeta sua considerao, art.161., alnea i) in fine CRP e matria de competncia da Assembleia da Repblica,
art. 164. e art. 165. CRP. No pode haver lei de autorizao legislativa nestes
casos.
Depois da aprovao da Assembleia da Repblica sob a forma de Resoluo, segue-se a
assinatura do Presidente da Repblica da Resoluo. Segue-se a Referenda Ministerial, art.
140. CRP.
Depois da aprovao do Acordo pelo Governo, sob a forma de Decreto, art. 197., n. 2
CRP, temos a assinatura do art. 134., alnea b) CRP, pelo Presidente da Repblica, do
Decreto e a seguir a Referenda Ministerial, art. 140. CRP
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03/12/2003
Terica
Art. 161., alnea i) CRP
Fiscalizao preventiva da ConstitucionalidadeCompetncia
Acordos e Tratados, art. 164. e 165. CRP- Assembleia da Repblica Acordos, art. 197. CRP- Governo
4. Fase
PUBLICAO INTERNA E INTERNACIONAL
A ltima fase do procedimento de vinculao internacional do Estado Portugus a dapublicao interna e a internacional.
A publicao interna feita no Dirio da Repblica e a internacional no United Nations
Treaty Series. A publicao interna est prevista no art.119. , alnea b) CRP (interna).
A falta de publicao da Conveno Internacional implica a sua ineficcia jurdica. A
publicao internacional vem prevista no art. 102. da Carta das Naes Unidas e no art.
80. da C Viena.
As Convenes Internacionais que no foram objecto de publicao no podero serinvocadas perante qualquer rgo das Naes Unidas.
Importa aqui salientar que a publicao, interna e internacional, no condio de validade
de vinculao internacional. O que significa que a vinculao internacional das partes
contratantes uma consequncia de manifestao definitiva do consentimento das partes a
estarem vinculadas.
Daqui resulta que a partir do momento em que o Estado Portugus manifestou o seu
consentimento a estar vinculado, no poder praticar qualquer acto que possa por em causa o
seu compromisso internacional. Importa igualmente referir que no existe uma ligao
directa entre publicidade interna e entrada em vigor da Conveno Internacional. Assim, a
publicidade interna pode ser feita sem que tenham sido reunidos os pressupostos para a
produo dos efeitos internacionais.
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Interpretao dos Tratados
O principio geral do Direito Internacional o da boa f. Deste principio geral resultam certas
regras, a regra do efeito til, a regra da boa f, art. 31. C Viena.
A interpretao pode ser feita por um Estado, por uma Organizao Internacional ou por um
Juiz Internacional.
Cada Estado tem o direito de fazer a sua prpria interpretao do Tratado em que parte. Em
regra geral, as jurisdies nacionais abstm-se de interpretar os Tratados, solicitando muitas
vezes o parecer do Ministrio dos Negcios Estrangeiros.
As organizaes internacionais tambm podem interpretar as Convenes Internacionais
atravs dos seus rgos competentes, o prprio Tribunal Internacional de Justia no deixa de
recorrer Assembleia Geral e ao Conselho de Segurana das Naes Unidas para interpretar
a Carta das Naes Unidas.
Quanto competncia do Juiz Internacional, o art. 36. do ETIJ, reconhece ao Tribunal
competncia para interpretar um Tratado, a Unio Europeia atribui essa competncia ao
Tribunal de Justia e das Comunidades Europeias (art. 234.- Tratado de Amsterdo) e
tambm o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Mtodos de interpretao
Todos seguem o principio da boa f. Os mtodos tradicionais utilizados so o elemento
literal, elemento sistemtico, elemento histrico e o elemento teleolgico. Exp.: Sul-Oeste
Africano em 1972, jurisprudncia Nicargua em 1966.
Efeitos das Convenes Internacionais
Relativa a terceiros
A questo que colocada saber se um Tratado pode ou no produzir efeitos relativamente a
terceiros. De acordo com o art. 34. C Viena, um Tratado no inclui direitos nem obrigaespara um Estado terceiro sem o seu consentimento.
No caso do Tratado produzir efeitos para o Estado terceiro, este dever manifestar o seu
consentimento de forma expressa e por escrito.
As obrigaes de um Estado terceiro podem derivar de um Acordo colateral pelo qual ele
aceite expressamente aquelas obrigaes. o que resulta do art. 35. C Viena, como ainda
podem derivar de uma disposio de um Tratado desde que aceite expressamente essa
obrigao. Existem Tratados que criam direitos para Estados terceiros, ao abrigo de clusulade nao mais favorecida.
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Art. 1. GAT- Todas as vantagens, privilgios ou imunidades concedidas por uma parte
contratante em relao a um produto originrio ou com destino para outro Estado, so
imediata e incondicionalmente alargadas a todos os produtos similares, originrios ou com
destino s outras partes contratantes.
Nalguns casos, uma Conveno Internacional pode impor a Estados terceiros, certas
obrigaes sem o seu consentimento. o que resulta das Convenes que criam
Organizaes Universais, como as Naes Unidas.
Os Tratados institutivos dessas Organizaes Internacionais criam situaes objectivas e
estabelecem normas que se opem aos Estados membros a no membros da Organizaes
Internacionais. Foi o que resultou do parecer do TIJ de 11/04/1949, sobre a reparao dos
danos causados ao servio das Naes Unidas. Neste parecer foi dito pelo Tribunal que a
organizao das Naes Unidas uma entidade que possui uma personalidade jurdica
internacional objectiva que se destina a todos os Estados e no s aos Estados que a
reconhecem. Tambm importa acrescentar o principio de extenso dos efeitos das
disposies de certos Tratados em relao a terceiros, no caso de normas consuetudinrias de
Direito Internacional, art. 38. C Viena).
Norma erga omnes- Aplica-se a terceiros Estados sem o seu consentimento.
Ratificaes Imperfeitas
Pode dar-se o caso da ratificao ser feita antes de cumprir certas formalidades previstas na
Constituio. Por exemplo, no se observarem formalidades para a aprovao parlamentar do
Tratado ou no se cumprirem as exigncias em matria de designao dos plenipotencirios.
Nestes casos estamos perante situaes de ratificaes imperfeitas. O consentimento de um
Estado deve respeitar as formas legais previstas, nomeadamente as disposies
constitucionais. A invalidade do consentimento dado pelo Estado ao Tratado s se constitui
no caso de ele ser manifesto de tal modo que um outro Estado no pudesse afirmar que odesconhecia. Esta posio de alguns sectores da Doutrina contraposta a um outro sector que
defende o principio da validade internacional do Tratado, apesar da sua ratificao
imperfeita.
Alguns autores sustentam que a invalidade internacional do consentimento dado por um
Estado ao Tratado s se constitui no caso de ser manifesto de tal modo que os outros Estados
no pudessem afirmar que a desconheciam.
O art. 46. C Viena, trata das disposies de Direito Internacional relativas competnciapara a concluso de Tratados.
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O Estado no pode alegar uma ratificao imperfeita para se desvincular das
responsabilidades assumidas internacionalmente.
10/12/2003
Terica
Art. 277., n. 32 CRP Abre a via da Fiscalizao Preventiva da inconstitucionalidade
Inconstitucionalidade Absoluta- O Ministro ratifica quando no tem competncia para tal.
Inconstitucionalidade Relativa- Se o Governo aprovar Tratados.
Reservas aos TratadosA noo de reserva vem prevista no art. 2., n. 1 da Conveno de Viena e consiste na
declarao feita por um Estado, no momento da sua vinculao a uma Conveno
Internacional, de se eximir de certas obrigaes ou de definir o entendimento que pretende
dar a certas disposies da Conveno. O Direito Internacional recusa a introduo de
reservas sempre que afectam a integridade dos Tratados, exp.: A Conveno de Genebra, de
1952, sobre o Direito de Autor, probe qualquer formulao de reservas nesta Conveno. A
Conveno deMontego Bay, de 1952, sobre Direito do Mar, probe qualquer reserva relativaa esta Conveno apesar de no art. 310. admitir declaraes interpretativas. A Conveno
Europeia dos Direitos do Homem probe, no art. 64. as reservas de carcter geral.
A tendncia geral a de admitir a formulao de reservas nas Convenes Internacionais. A
Conveno de Viena distingue trs categorias de Tratados:
Nos Tratados concludos entre um nmero restrito de Estados, aplica-se a regra daunanimidade, art. 20, n. 2.
Nos Tratados concludos entre um maior nmero de Estados, as reservas soadmitidas desde que compatveis com o fim e objectivo do Tratado. Aqui considera-
se que os Estados aceitaram a reserva formulada por um deles desde que no se
opunham no prazo de 12 meses aps terem sidos notificados dessa reserva, art. 20.,
n. 5.
Nos Tratados institutivos de Organizaes Internacionais, cabe aos rgos prprios daOrganizao admitir ou no a formulao de reservas. Se a Conveno resultar de um
acto constitutivo de uma Organizao Internacional, a reserva tem de ser aceite pelo
rgo competente.
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Aspectos
1. Se uma Conveno prev a possibilidade de formulao de reservas, no necessrio que os outros Estados aceitem a reserva formulada por um deles a
menos que se trate de uma Conveno de um nmero restrito de Estados.
2. Em caso de silncio, a reserva pode ser formulada desde que tal no sejacontrrio ao objectivo e fim da Conveno. Esta conformidade pode ser
apresentada por cada Estado que pode objectar a reserva expressamente ou
por escrito, art. 25., n. 1 Conveno de Viena, no prazo de um ano a contar
da notificao. Assim, o Estado que formulou uma reserva torna-se parte na
Conveno em relao ao Estado que a aceitou e a Conveno entra em vigor
mesmo entre o Estado que formulou a reserva e o que formulou a objeco, a
no ser que tenha manifestado inteno contrria, art. 20., n. 4 e 5 .
Em concluso:
A Conveno entra em vigor entre o Estado que formulou a reserva e o que
objectou e que no se ops a que a Conveno entrasse em vigor entre ambos.
Validade das Convenes Internacionais
Tm capacidade para concluir e celebrar Convenes Internacionais todos os
sujeitos de Direito Internacional, art. 6. Conveno de Viena. A questo que
aqui se coloca a dos Estados Federais, pois algumas Constituies Federais
excluem a possibilidade dos Estados Federados conclurem Convenes
Internacionais (EUA, Mxico). Outros Estados Federais admitem essa capacidade
(Alemanha, Lei Fundamental de 1949), nalgumas matrias. Tambm tm
capacidade para celebrar Convenes Internacionais as Organizaes
Internacionais, por exemplo a Conveno deMontego Bay admite o Principio da
Capacidade das Organizaes Internacionais para concluir ConvenesInternacionais, art. 2. da Conveno de Montego Bay. Nalguns casos os
Movimentos de Libertao Nacional tambm podero participar na celebrao de
Acordos Internacionais, exp.: Portugal e os Movimentos de Libertao Nacional
das ex-colnias; Acordo entre OLP e os Estados vizinhos. Face ao art. 6. da
Conveno de Viena pode-se criar situaes de anulao de Convenes
Internacionais. Todo o processo de anulao das Convenes Internacion