Download - Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
1/31
C o l g i o T c n i c o B r a s i l i a
PSICOLOGIA
Professora: Evelyn Cristina de Marchi Domingues
2012
O que Psicologia?
1
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
2/31
Origem da palavra: a palavra Psicologia derivada de duas palavras gregas:
- Psyche: alma, esprito;
- Logos: estudo de
Smbolo:
Definio.
Psicologia definida como a cincia que estuda os processos
comportamentais e mentais de ser humano. Quando falamos em comportamento
surgem duas idias: comportamentos abertos e comportamentos fechados.
- Comportamentos abertos: so aqueles que so visveis a todos, ou seja,
aqueles que so observveis. Exemplos: a forma de vestir, a maneira de falar, de
comer, a cor dos cabelos, entre outros.
- Comportamentos fechados: so aqueles que no so visveis a olho nu ou
comportamentos invisveis. Exemplos: tristeza, felicidade, bondade, euforia, entre
outros.
Com relao aos processos mentais, tambm podemos dividi-los em dois:
- Processo mental consciente: so aqueles dos quais nos damos conta.
Exemplo: leitura do texto, cpia do quadro negro, tomar banho, entre outros.
- Processo mental inconsciente: so aqueles dos quais no pensamos.
Exemplos: respirar, andar, sentir medo, entre outros.
Os comportamentos abertos e os processos mentais conscientes so
facilmente mensurveis no cotidiano, j os processos mentais inconscientes e os
comportamentos fechados requerem um processo mais elaborado para a mensurao.
a que entra o estudo cientfico, ou seja, a Psicologia no se baseia em
comportamentos abertos para a tomada de deciso sobre um paciente. As concluses
so obtidas atravs de estudos cientficos sistemticos e objetivos de observao.O Psiclogo pode utilizar diversos instrumentos para concluir um caso clnico:
testes, pesquisas, observao clnica, experimentao e outros.
Linhagens da Psicologia.
- Psicanlise
2
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
3/31
Estuda os comportamentos inconscientes e utiliza os conflitos do inconsciente
para determinar o comportamento e a personalidade. Divide a conscincia em trs
nveis: o consciente, o pr-consciente e o inconsciente.
Quando os conflitos se tornam extremos surgem os distrbios psicolgicos.
Principais especialistas da rea: Sigmund Freud (fundador da Psicanlise), Carl
Jung, Melanie Klein, Anna Freud, Jacques Lacan.
- Anlise do Comportamento
Esta vertente da Psicologia estuda de forma cientfica os comportamentos,
sejam eles pblicos ou privados, desprezando a conscincia e o inconsciente.
O foco principal da anlise do comportamento a descoberta dos princpios
fundamentais da aprendizagem, ou seja, como o comportamento adquirido e
modificado em resposta s influncias do meio em que o indivduo vive.
Principais pensadores: Ivan Pavlov, John B. Watson, B.F.Skinner.
- Fenomenologia
um mtodo onde o que prevalece a vivncia do indivduo no mundo e como
ele se percebe no ambiente em que vive.
Fenomenologia derivada da palavra fenmeno, ento podemos dizer que o
estudo dos fenmenos que so lanados conscincia atravs do mundo em que
vivemos.
Principais pensadores: Edmund Husserl, Immanuel Kant, Jean-Paul Sartre.
* Observao*
Vale lembrar que a Psicologia respeita a individualidade de cada pessoa, ouseja, cada ser humano nico e possui sentimentos, emoes, medos que modificam
de pessoa para pessoa.
Principais reas de atuao do Psiclogo
Clnica;
Trabalho;
Hospitalar;
3
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
4/31
Esportes;
Social;
Jurdica;
Recursos humanos; Educacional.
Atividades
1 Descubra o enigma:
1 ? + # ( < ( & + ! % ? : $ ! ( ? > 1 ( # % ? ? ( ? 4 % 8 ! + ? %
# ( 4 > ( 1 ! 4 % 8 ! + ? $ ( ? % 1 * : 4 ! 8 (
___________________ _____________ ____ _____________________
________________ ______ _________________________ ___ ________
________________________________________.
2 Relacione as colunas:
( A ) Psicanlise ( ) Aquele que nos damos conta.
( B ) Comportamentos abertos ( ) Estuda os comportamentos.
( C ) Fenomenologia ( ) Estuda os processos inconscientes
( D ) Anlise do comportamento ( ) Se preocupa com a vivncia do
( E ) Processo mental consciente indivduo.
( ) Visveis a olho nu.
3 Procure as reas de atuao do Psiclogo:
FGHIJKLMNOSOCIALNMKLOPHJUMN
DFCVMNJURIDICAJKLLNHOLHHLOPN
MCDHGLOHOSPITALARMNJKLOPLOK
ALXCVBMOLKJNBNHYUEBNMMLOCLI
XICVBNMHOSPNBGHYTSVBHYTFDRL
SNXCVNBHSOCLKIAMNPNMJILOBVCR
XINBVBJSDQLMPXCFNOCHJLOQNBM
KCMNHJUYTADFRKLORMKLOLHHAS
BARECURSOSHUMANOSMASDFRKJ
4
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
5/31
ASLKIDLKEDUCACIONALMJLOIASDFL
Relao entre a Psicologia e a Enfermagem.
H muito tempo a enfermagem trs a marca da Psicologia, pelo fato de ser
uma rea que visa essencialmente o cuidado do ser humano em condies mais
frgeis de sua vida. A simples execuo de tarefas como banho, curativo, alimentao,
entre outras aes no teriam o mesmo resultado se no houvesse o ouvir, tocar,
orientar e esclarecer quando necessrio.
Os profissionais de sade, principalmente o auxiliar de enfermagem, devero
ter uma relao de respeito e confiana o que facilitar o seu trabalho e
consequentemente, produzir uma recuperao mais satisfatria para o doente.
Poderemos ento afirmar que o bom profissional de sade aquele que sabe cultivar
o relacionamento com o paciente por meio de troca de experincias, humor, amizade e
confiana.
O objeto de estudo da Psicologia o comportamento humano e este tem
grande valor para o estudante da rea da sade, uma vez que promover o auto
conhecimento que far com que o profissional compreenda com clareza seus motivos,
seus desejos, suas emoes e ambies.
Poder ainda perceber como sua personalidade individualizada e complexa e
conhecendo suas foras e fraquezas ele poder utilizar melhor as caractersticas da
sua prpria personalidade o que lhe permitir se relacionar mais facilmente com outras
pessoas.
Atravs do estudo da Psicologia o profissional da sade poder se tornar uma
pessoa emptica, que significa se colocar no lugar do outro, alerta, aplicada e mais
madura emocionalmente, isto levar o profissional a compreender melhor as pessoas
e alcanar maior sucesso nas suas relaes interpessoais.
Viso global do indivduo.
Antes do sculo XVIII o hospital era uma instituio de assistncia dirigida aos
pobres uma vez que os ricos levavam os recursos mdicos para casa. Porm os
hospitais serviam como um recurso de excluso social, pois se o pobre possusse
alguma doena contagiosa poderia representar um perigo para a sociedade.
Aps o sculo XVIII com a exploso do conhecimento e da tcnica, com o
aprimoramento crescente dos meios de diagnstico e tratamento, houve uma inversono papel dos hospitais, to incmoda como situao anterior, uma vez que abordar
5
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
6/31
cientificamente a doena deixaram para o passado o ato de confortar e consolar o
paciente.
A viso marcantemente biolgica contribuiu para que os profissionais de sade
considerassem apenas o adoecimento fsico do paciente, deixando de lado o
sofrimento global da pessoa, ou seja, aspectos fsicos, psquicos, sociais e culturais.
Atravs dos manuais de medicina possvel definir tecnicamente quanto de
sofrimento o indivduo pode apresentar perante a doena que ele apresenta.
Por outro lado o doente passou a significar algo alm de uma pessoa digna de
ateno, de cuidado e de assistncia, o doente passou a ser um instrumento de
aprendizagem, de estatstica, de pesquisa e uma fonte de recursos financeiros para a
instituio.
O hospital deixou de ser um local aonde se vai para morrer e passou a ser uma
instituio para a busca da cura. A instituio hospitalar representa as diversas
variaes da sociedade, pois encontramos vrias facetas sociais dentro do hospital, ou
seja, aquilo que existe de mais nobre, bonito e incrvel e o que h de mais triste,
degradante e violento.
No podemos negar que os avanos tecnolgicos, possuem uma forte
repercusso na rea da sade, uma vez que auxilia de forma significativa no
diagnstico, tratamento, cura, conforto e longevidade dos pacientes. Por outro lado
esses mesmos avanos trouxeram aspectos frios e mecnicos para o tratamento do
enfermo.
Atualmente as conseqncias do desenvolvimento tecnolgico na rea da
sade esto sendo detectadas, estudadas e enfrentadas, buscando-se um equilbrio
capaz de dosar o uso dos equipamentos e tratamentos sofisticados e o
relacionamento humano entre as pessoas.
A rea da sade deveria representar uma cincia essencialmente humanista,
deixando de lado a separao entre corpo e mente e partindo de uma viso global do
ser humano para que o tratamento alcance resultados extremamente satisfatrios.Hoje em dia um dos termos mais utilizados em relao ao ser humano
indivduo bio -psico social e podemos afirmar que essa expresso tem importante
significado para a rea da sade, pois compreende o Sr humano como um todo.
Para explicarmos melhor essa expresso necessrio falarmos
individualmente de cada parte dela, ento comearemos nossa explicao a partir da
palavra bio. Essa parte da expresso deriva da palavra biolgica, desta forma
podemos entender que isso se refere a parte do indivduo que compreende seu
organismo e sua funcionalidades.
6
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
7/31
A segunda parte da expresso, psico, deriva da palavra psicolgica e
compreende a parte do ser humano que se refere as emoes, angstias, medos,
gostos, dissabores e principalmente a viso que este indivduo tem de si mesmo em
relao ao mundo.
A terceira palavra desta expresso nos remete as relaes sociais do indivduo,
ou seja, famlia, amigos, religio, trabalho, ou seja, a forma como o ser humano
conduz suas relaes com as pessoas e o meio em que est inserido.
Compreender o indivduo nestas trs esferas significa enxergar o indivduo em
sua totalidade, tornando possvel ampliar o tratamento para todas as esferas da vida
do ser humano, pois quando a doena se instala todas essas esferas ficam afetadas e
no obteremos resultados satisfatrios no tratamento se olharmos parcialmente para o
paciente.
Atividades
1- Faa uma pequena reflexo sobre a importncia de estudar Psicologia no
curso Auxiliar Tcnico de Enfermagem.
2 Complete:
A viso biolgica se preocupa somente com __ _________ ________________
e deixa de lado os aspectos ___________, ___________, ___________ , _________.
3 - Descubra o enigma:
1 ! ! 1 ( ? % 1 * : 4 ! 8 ( # ( 4 ( :4 ? % 1 @ + ( > ? + # ( ? ? ( # + ! < %
1 ! ! < ( % 4 ? : ! ( ! < + $ ! $ %
___________ __ ____ ______________ ______ ___ _____ _____________________
7
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
8/31
__ ________ - ___ ____ ______ _________________ .
4 Ligue:
Bio parte emocional do indivduo
Social relaes de trabalho, famlia, cultura, religio
Psico parte biolgica
Relacionamento interpessoal
Conviver com pessoas uma arte, e tambm um desafio, pois temos que lidar
com pessoas que apresentam caractersticas de personalidade diferentes das nossas.
As divergncias ocorrem em qualquer ambiente da nossa vida, ou seja, em casa, com
os amigos, na escola, e tambm nas empresas. Temos, portanto, que ter um grande
jogo de cintura para lidarmos com as situaes, para que possamos evitar um
conflito.
Podemos dizer que a palavra interpessoal nos remete idia de comunicao
entre duas ou mais pessoas, por isso de extrema importncia que esta relao seja
saudvel e humanizada.
As boas relaes humanas trazem benefcios a todos os envolvidos
independente da situao. No caso dos profissionais de sade existe uma relao que
muito importante para obtermos bons resultados em nosso trabalho: profissional de
sade paciente.
Podemos imaginar que as instituies de sade so grandes empresas e
nosso maior cliente o paciente, desta forma teremos que trat-los visando
contemplar todos os seus direitos. Porm mais do que realizar o direito do paciente,
teremos que trat-lo com respeito, dignidade, ateno e percebermos que se trata de
uma pessoa que necessita de cuidados especiais e acima de tudo compreenso.
importante mantermos um relacionamento interpessoal com o paciente de
maneira saudvel para que possamos realizar nosso trabalho de forma menos
desgastante e com resultados positivos.
8
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
9/31
Outra relao interpessoal bastante importante em nosso ambiente de trabalho
com os outros profissionais, uma vez que cada vez mais as empresas buscam
pessoas capacitadas a trabalharem em equipe, obtendo desta forma melhores
resultados.
Existem algumas palavras que abrem portas de um bom relacionamento, e que
devem ser usadas constantemente pelas pessoas, tornando-se assim um hbito:
BOM DIA;
BOA TARDE;
BOA NOITE;
OBRIGADO;
POR FAVOR;
COM LICENA
DESCULPE;
AT LOGO.
Temos que fazer do nosso ambiente de trabalho nossa segunda casa, pois
passamos l a maior parte de nosso tempo. Assim sendo, temos que procurar uma
forma de nos relacionarmos bem nesse ambiente, apesar das dificuldades.
A seguir temos algumas dicas que abrem as portas das relaes humanas e
contribuem para o bom andamento de nosso trabalho:
Mantenha sempre uma postura simptica com as pessoas, falando
somente o necessrio;
Seja cordial, utilize as palavrinhas mgicas acima citadas;
Verifique sempre o seu trabalho, para que os outros no necessitem
controlar voc, evitando assim qualquer tipo de cobrana;
Trate seus colegas com respeito, ouvindo-os quando necessrio, etentando compreend-los da melhor forma possvel;
9
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
10/31
Sempre oua primeiro, no interrompendo;
Tenha considerao e respeito por todos independente de raa, cor,
credo, formao escolar ou funo de trabalho.
Diferena entre grupo e equipe.
O grupo um conjunto de pessoas que possuem objetivos comuns e
normalmente se unem por afinidades. Porm as pessoas no sabem o que o outro
pensa, falam de forma poltica e no tomam a iniciativa de ajudar o outro.
J a equipe um conjunto de pessoas com objetivos comuns atuando no
cumprimento de metas especficas. A formao da equipe deve considerar ascompetncias individuais necessrias para o desenvolvimento das atividades e
atingimento das metas. O respeito aos princpios da equipe, a interao entre seus
membros e especialmente o reconhecimento da interdependncia entre seus
membros no atingimento dos resultados da equipe, deve favorecer ainda os resultados
das outras equipes e da organizao como um todo. isso que torna o trabalho desse
grupo um verdadeiro trabalho em equipe.
A importncia do trabalho em equipe
O trabalho em equipe de extrema importncia para a instituio, pois se
busca evitar condies opressivas de trabalho substituindo as por processos e
polticas que estimulem as pessoas a trabalharem efetivamente para objetivos
comuns.
A equipe tem o poder de transformar o ambiente de trabalho em um lugar
agradvel, onde pessoas possam se desenvolver ajudar uns aos outros, satisfazerem
suas necessidades, serem motivadas e aceitarem as mudanas como algo positivo.Desta forma os membros da equipe estaro satisfeitos e equilibrados e a
instituio s tem a ganhar, pois os funcionrios realizaro tarefas com mais
qualidade, o ndice de faltas tender a diminuir e a misso da empresa sempre estar
alinhada com os membros da equipe.
As equipes so formadas por pessoas e pessoas so diferentes, reagem de
forma distinta em situaes diversas e o fazem tambm sob o comando da emoo e
no apenas da razo. A chave est em aprender a respeitar e a lidar com essas
diferenas.
10
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
11/31
Equipe multidisciplinar
A equipe multidisciplinar aquela que rene pessoas com formaes ou
atribuies diferentes que visualizem o problema de ngulos diferentes, desta forma o
planejamento das atividades a serem realizadas favorecer a soluo do problema.
Quando esta equipe se rene acontece uma somatria de conhecimentos e
isto de extrema importncia para empresa, pois ser possvel identificar as causas
do problema de forma mais rpida e mais completa.
Atividades
1 Procure a palavra e complete a frase:
Para termos um bom relacionamento interpessoal devemos ter _____________
___ _____________ .
ABVCDJOVNCINTURAMNB
POGOLLSCVCINHKJDENM
XCDFJOGOMVAEDFROLPI
2 Complete as figuras com as palavras mgicas:
3 Relacione as colunas:
( A) Trabalho em equipe ( ) Profissionais com funes e formaes diferentes
( B) Equipe multidisciplinar ( ) Pessoas que trabalham de forma poltica
(C) Trabalho em grupo ( ) Ajudar o colega, respeitar as habilidades de cada um
Desenvolvimento humano
11
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
12/31
O desenvolvimento humano muito rico e diversificado. Cada pessoa tem suas
caractersticas prprias, que as distinguem das outras pessoas e seu prprio ritmo de
desenvolvimento. A singularidade do ser humano, que foge a padres pr
estabelecidos o que produz o avano, o progresso e a mudana.
O que faz a vida valer a pena essa constante incerteza quanto ao momento
seguinte isso que nos estimula a inventar, a criar, a realizar, a tentar melhorar nosso
mundo.
Entretanto, apesar das diferenas e da incerteza que marcam o
desenvolvimento humano, alguns pesquisadores estabeleceram fases de
desenvolvimento as quais obedecem a uma certa sequencia vlida para todos. Isto ,
todas as pessoas as se desenvolverem passam por etapas embora varie a idade e as
caractersticas.
Fases do desenvolvimento
O desenvolvimento humano no apresenta momentos de modificaes
radicais, a evoluo gradual e contnua. Entretanto, em alguns momentos ocorrero
maiores alteraes como, por exemplo, o crescimento fsico na infncia e na
adolescncia mais acentuado e perceptvel do que na idade adulta, que um
perodo de maior estabilidade.
Para facilitar os estudos o desenvolvimento humano foi dividido em cinco fases:
Pr natal;
Infncia de zero a doze anos;
Adolescncia dos doze anos aos vinte e um anos;
Idade adulta dos vinte e um anos aos sessenta anos;
Velhice dos sessenta anos ou mais.
Aspectos do desenvolvimento humano
Estudar o desenvolvimento humano significa descobrir que ele determinado
pela interao de vrios fatores, porm devemos sempre analisar o indivduo em sua
totalidade.
Hereditariedade a carga gentica estabelece o potencial do indivduo, que podeou no desenvolver-se, dependendo das condies do meio que encontra.
12
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
13/31
Crescimento orgnico refere-se ao aspecto fsico. O aumento de altura e a
estabilizao do esqueleto permitem ao indivduo comportamentos e um domnio do
mundo.
Maturao neurofisiolgica o que torna possvel determinado padro de
comportamento.
Meio o conjunto de influncias e estimulaes ambientais altera os padres de
comportamento do indivduo. Por exemplo, se a estimulao verbal for muito intensa,
uma criana de 3 anos pode ter um repertrio verbal muito maior do que a mdia das
crianas de sua idade.
Aspecto intelectual a capacidade de pensamento, raciocnio.
Aspecto afetivo-emocional o modo particular do indivduo integrar as suas
experincias. o sentir.
Aspecto social a maneira como o indivduo reage diante das situaes que
envolvem outras pessoas.
A idade no pode ser o nico critrio na avaliao do grau de desenvolvimento
do indivduo, muito mais importante que a idade so as vrias dimenses da
maturidade, emocional, social, intelectual e fsica.
Maturidade significa o nvel de desenvolvimento em que a pessoa se encontra,
em comparao com a maioria das pessoas de sua idade. Os vrios tipos de
maturidade esto interligados um no se desenvolve sem que os outros tambm se
desenvolvam.A maturidade pode ser dividida em quatro dimenses principais:
Maturidade emocional: diz respeito expresso e ao controle das
emoes nas diversas atividades. Parte fundamental da vida humana;
Maturidade social: compreende a evoluo da sociabilidade, no sentido
de superao do egocentrismo infantil, na contribuio para o bem estar
social e a participao nas decises de interesse social;
Maturidade fsica: engloba o desenvolvimento das caractersticas
fsicas: estatura, peso, ser canhoto ou destro, entre outras.
13
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
14/31
Maturidade intelectual: se refere maneira como a pessoa vai
conhecendo a si mesma e ao mundo que a cerca.
Fatores que podem interferir no desenvolvimento humano
Existem inmeros fatores que podem comprometer o desenvolvimento
humano, como vimos acima a maturidade de extrema importncia para o
crescimento humano e qualquer alterao que o indivduo venha a ter pode
comprometer o resto de sua vida.
Podemos dividir os fatores e as possveis alteraes da seguinte forma:
Emocional: podem ocorrer traumas, leses e problemas neurolgicos
que iro interferir no controle das emoes do indivduo;
Social: o indivduo pode passar por situaes que comprometam o seu
desenvolvimento social, por exemplo, agresses, abuso psicolgico e
sexual, abandono, uso de substncias txicas e patologias que
interfiram no convvio social.
Fsica: acidentes, alteraes congnitas, doenas crnicas, problemas
neurolgicos podem afetar o desenvolvimento fsico do ser humano.
Intelectual: abusos, maus tratos, uso de substncias txicas, alteraes
neurolgicas, doenas crnicas, alm de problemas hereditrios econgnitos.
Podemos observar que todos esses fatores se interligam e basta que um deles
esteja presente para que o desenvolvimento do ser humano esteja prejudicado. Vale
ressaltar que cada ser humano nico e que as conseqncias desses fatores para o
desenvolvimento ir depender da reao de cada um frente aos problemas que
surgiro em suas vidas.
O desenvolvimento humano na Teoria de Jean Piaget
Jean Piaget (1896 1980) um dos cientistas do sculo XX que acredita que o
desenvolvimento humano se faz atravs de estgios, que se sucedem na mesma
ordem em todos os indivduos. E todas essas pessoas, desde que tenham um
desenvolvimento normal, passam por estas fases, na mesma ordem, embora possam
variar as idades.
14
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
15/31
Piaget se preocupa com o estudo do desenvolvimento mental ou cognitivo, isto
, com o desenvolvimento da forma como os indivduos conhecem o muno exterior e
com ele se relacionam.
Abaixo os principais perodos de desenvolvimento mental, segundo Piaget e
as principais caractersticas de cada um:
0 2 anos, sensrio motor: a atividade intelectual de natureza
sensorial e motora. A criana percebe o ambiente e age sobre ele,
por isso essencial a estimulao nos primeiros dias de vida.
Desenvolvimento da conscincia do prprio corpo, diferenciado do
restante do mundo fsico. Desenvolvimento da inteligncia.
2 7 anos, pr operatrio: desenvolvimento da linguagem, a partir
de 2 anos se desenvolve mais rapidamente; com trs
consequncias para a vida mental: a) socializao da ao
( atividades de faz de conta, desenhos, sonhos), com trocas entre
os indivduos; b) desenvolvimento do pensamento verbal: finalismo (
porqus, causa/efeito), animismo ( presume que todos os objetos
tem vida e sentimentos); c) desenvolvimento da intuio;
7 11 anos, das operaes concretas: desenvolvimento.
Necessidades humanas de Maslow Pirmide de Maslow
Abraham Maslow foi um psiclogo comportamental, membro da Human
Relations Scholl, em finais da dcada de 50. Maslow sugeriu que muito do
comportamento do se humano pode ser explicado pelas suas necessidades e pelos
seus desejos. Quando uma necessidade, em particular se torna ativa ela pode ser
considerada um estmulo ao e uma impulsionadora das atividades do indivduo.
Essa necessidade determina o que passa a se importante para o indivduo emolda o seu comportamento como tal. Na teoria de Maslow, portanto, as necessidades
se constituem em fontes de motivao.O comportamento motivado pode ser encarado
como uma ao que o indivduo se obriga a tomar para aliviar a tenso (agradvel ou
desagradvel) gerada pela presena da necessidade ou desejo.
15
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
16/31
O comportamento humano explicado por Maslow atravs de cinco nveis de
necessidades, que so dispostas em ordem hierrquica. Abaixo a Pirmide de
Maslow:
Vejamos alguns exemplos de cada necessidade:
16
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
17/31
Fisiolgicas: alimentao, respirao, reproduo, descanso, abrigo;
Segurana: fsica pessoal, financeira, sade e bem estar;
Associao: amizade,famlia, intimidade;
Estima: busca de auto-estima e auto-respeito; Auto realizao: motivao para realizar o potencial mximo.
Embora esta referncia seja amplamente utilizada, podemos observar que as
necessidades humanas descritas por Maslow podem ser consideradas motivaes
humanas, ou seja, so as diversas necessidades que fazem com que o homem tenha
motivao para agir.
No entanto, bastante questionvel o fato de que exista uma hierarquia de tais
necessidades. evidente que a necessidade de alimentao, vesturio, abrigo emgrande parte a motivao para o trabalho. No entanto, no correto afirmar que
somente no momento em que as necessidades esto satisfeitas que o homem
passar a outros patamares da pirmide.
Se tomado, por exemplo, a necessidade de associao. De acordo com a
hierarquia das necessidades propostas pela pirmide, esta etapa somente se tornaria
uma motivao aps outras necessidades terem sido satisfeitas, como por exemplo,
as necessidades bsicas e as necessidades de segurana. No entanto, os seres
humanos vivem em comunidade e buscam se associar ao mesmo tempo em que
buscam satisfazer suas necessidades fisiolgicas e de segurana.
Personalidade
um conjunto de caractersticas que determinam padres de pensar, sentir,
agir. Para a sua formao incluem tanto os elementos geneticamente herdados como
tambm o adquirido do meio ambiente no qual o indivduo est inserido.
Compreender os aspectos e a dinmica da personalidade humana no tarefa
simples, visto complexidade e variedade de elementos que a circunda, gerados por
diversos fatores biolgicos, psicolgicos e sociais.
Com relao aos aspectos sociais, quanto mais complexa e diferenciada for a
cultura e a organizao social em que a pessoa estiver inserida, mais complexa e
diferenciada ela ser. Do ponto de vista biolgico, a pessoa j traz consigo, em seus
genes, diferentes tendncias, interesses e aptides que tambm so formados pela
combinao dinmica entre diversos fatores hereditrios e uma infinidade de
influncias sciopsicolgicas que ela recebe do meio ambiente.
17
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
18/31
Atividades
1 Complete os dilogos:
A Meu nome Roberto e eu tenho 20 anos, desta forma me encontro na fase da
__________________ .
B Agora sim ! Posso dizer que consigo aproveitar a vida, pois j me aposentei, tenho
68 anos mas me sinto uma jovem. Estou na fase _____________________________.
C Ol meu nome Bruno tenho 8 anos e estou na fase da ___________________ .
D Eu sou Marta tenho 28 anos e estou grvida de 4 meses, ento eu estou na fase
__________________ e o meu bebe na fase _____________________ .
2 Descubra:
O fator mais importante para o desenvolvimento humano a _____________ .
4 ! : 1 + $ ! $ %
3 estude o caso clnico abaixo e responda:
M. R., 32 anos, sofreu um acidente de carro e fraturou pernas e braos. Ele
trabalhador autonmono e por isso ficar sem trabalhar por algum tempo, lembrando
que ele tem mulher e um filho para sustentar. Que fase do desenvolvimento humano
ele est ? Que fatores do desenvolvimento humano sero afetados com o acidente?
Reaes e efeitos psicolgicos da doena e do adoecer
Podemos definir doena como: o processo fisiopatolgico determinante do
estado de disfuno e deficincia do individuo. A enfermidade corresponde ao estado
subjetivo do paciente afetado principalmente pela prpria conscientizao. A
anormalidade significa o papel de doente que a pessoa assume na sociedade, que,portanto afeta o relacionamento com os demais indivduos ditos normais.
18
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
19/31
A sade se baseia em uma viso integral do individuo e para que o paciente
possa receber o melhor tratamento necessrio compreendermos o fenmeno sade-
doena como eventos multifatoriais, ou seja, para que ele ocorra inmeros fatores
esto envolvidos no processo e afeta todas as reas da vida do paciente.
A enfermidade e a anormalidade so tidas como ocorrncias de cunho
psicossocial, pois estas duas vertentes ocorrem a partir do que o paciente sente,
pensa e da forma como age perante a doena.
Podemos dizer que a doena algo que modifica, as vezes irremediavelmente,
nossa vida e nossa insero social, ou seja afeta nosso equilbrio coletivo. Desta
forma podemos perceber que para entendermos a doena se faz necessrio a
interpretao complexa e contnua da sociedade inteira.
A doena vista pelo indivduo como uma ameaa do destino. Ela modifica a
relao do paciente com o mundo e consigo mesmo. Desencadeia uma srie de
sentimentos como impotncia, desesperana, desvalorizao, temor, apreenso.
claro que o tipo e intensidade das reaes vo variar de acordo com uma
srie de caractersticas da doena e do prprio indivduo:
Carter breve e duradouro da doena e seu prognstico;
Personalidade e capacidade de tolerncia a frustraes do indivduo;
Relao com o mdico e demais membros da equipe de sade.
Pode-se dizer que tais reaes variam em torno de trs possibilidades: Pacientes que se entregam doena, dor e ao desespero; so
aqueles que no lutam;
Pacientes que tratam a doena como se fosse banal, mesmo sendo
grave;
Pacientes que promovem mudanas em sua vida, tentando se adaptar
situao adversa.
A pessoa que adoece pode ter ganhos com a situao e inconscientemente
fazer com que isso se prolongue para continuar com os ganhos. Esses ganhos podem
ser: ateno dos familiares, afastamento do trabalho, ganhos materiais, entre outros.
Podemos destacar possveis reaes emocionais frente doena:
Regresso: a primeira e mais constante das conseqncias psquicas.
O paciente adota um comportamento infantil, de dependncia e
egocentrismo. Essa reao til na medida que o paciente se deixa
ajudar, renuncia temporariamente as suas atividades habituais e aceita
a hospitalizao;
19
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
20/31
Negao: uma defesa contra a tomada de conscincia da
enfermidade, que consiste na recusa parcial ou total da percepo do
fato de estar doente, sendo frequentemente encontrada nas fases
iniciais das doenas agudas ou de prognstico grave;
Minimizao: o paciente tenta diminuir a gravidade do seu problema;
Raiva e culpa: um dos primeiros alvos o mdico: o paciente questiona
a validade do diagnostico, troca de profissional. Esses sentimentos
podem ser dirigidos tambm a outras pessoas de convvio prximo ou a
si prprio;
Depresso: todo paciente, independente do diagnstico e da gravidade
do seu problema, apresenta um componente depressivo conseqente
perda de sua sade. Ocorre devido ao ataque imagem corporal, aauto estima e ao sentimento de identidade do indivduo;
Doctor shopping: o paciente sai em busca de alternativas ou de
pessoas que se proponham a restabelecer sua sade. Faz um
verdadeiro shoppingde mdicos;
Rejeio: o paciente j tomou conhecimento de sua doena, tem
certeza de sua existncia mas evita falar ou realizar atividades que
lembrem a enfermidade;
Pensamento mgico: a crena de que um ritual pode reverter o seu
quadro;
Aceitao: permanente tentativa de buscar uma convivncia razovel
com a doena. No significa uma aceitao passiva nem uma
submisso doena, mas sim que a reao depressiva provocada pela
doena pode ser elaborada e controlada pelo paciente.
A doena est hoje nas mos da medicina, mas ela permanece sendo um
fenmeno que vai muito alm do consultrio mdico. Os elementos naturais e
sobrenaturais habitam as representaes da sade e doena desde tempos muito
remotos, sentimentos de culpa, medos, supersties, mistrios, organizao da
natureza esto indissoluvelmente ligados as expresses da doena, a ocorrncia de
epidemias, a dor, ao sofrimento e as impresses de desgaste fsico e mental do ser
humano.
Desta forma podemos compreender que a representao da sade doena
est diretamente ligada a todos os aspectos da vida do indivduo, inclusive o que diz
respeito a cultura, religio e meio em que vive.
20
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
21/31
Atividades
1 Complete utilizando as necessidades humanas de Maslow:
Abrigo =
Realizao do mximo =
Fsica =
Auto estima =
Amizade =
2 Resolva as palavras cruzadas:
1 Comportamento infantil
2 Recusa a doena
3 Diminui o problema
4 Questiona o diagnstico
5 Tour pelos hospitais
6 Ataque a auto estima
7 Crena em rituais
8 No fala da doena
9 Convive em paz
21
7
26
19
4
3 8
5
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
22/31
Hospitalizao Infantil
Quando uma criana internada em um hospital, a primeira percepo que
tem de estranhamento ao ambiente, aos procedimentos, aos medicamentos,
equipamentos e aos profissionais. H um desconhecimento do ato mdico como umtodo; surgem intervenes invasivas com pouca ou nenhuma comunicao da equipe
de sade, dificultando que a criana perceba como parte de sua cura, associando
mais a intenes punitivas e castigo (especialmente as que envolvem utilizao de
agulhas).
O ambiente hospitalar para ela um local de proibies; l no se pode
correr pelos corredores, jogar bola, falar alto e dependendo das regras do hospital
tambm no se pode brincar.
As reaes da criana frente doena e a hospitalizao dependemprincipalmente do nvel de desenvolvimento psquico na ocasio, do grau de apoio
familiar, do tipo de doena e das atitudes do mdico e de experincias anteriores com
hospitalizao.
A hospitalizao pode tornar-se uma experincia aterrorizante para a
criana por causa da constante explorao de seu corpo, pela realizao de inmeros
procedimentos, pela submisso a restries e pela forma como a equipe hospitalar
maneja essa experincia.
A maioria das crianas no so preparadas para a realizao de exames,no recebem explicaes sobre eles, havendo apenas instrues de como agir
durante sua execuo. Como conseqncia desse despreparo sentem medo do
desconhecido, que resulta numa exacerbao de fantasias que atravs de seu
pensamento mgico e simbolismo permitem-na acreditar que suas idias e
pensamentos so reais.
necessrio preparar emocionalmente o paciente nas situaes de
angstia e estresse no contato com a hospitalizao, para que seus medos e fantasias
sejam amenizados. Alguns exames alm de invasivos, agressivos e dolorosos,
requerem uma aparelhagem complexa que emitem sons e rudos; esses
procedimentos embora no possam ser evitados, podem ser suavizados pela
sensibilidade da assistncia.
O ser infantil pode perceber a doena, os procedimentos e a hospitalizao
como uma agresso externa; uma punio, podendo trazer sentimentos de culpa que
repercutiro de forma desfavorvel no processo de doena, internao e durante sua
vida. Esse sentimento vir acompanhado de muito sofrimento, que poder ser
22
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
23/31
aliviado quando entender o verdadeiro sentido do aparecimento de sua doena, da
necessidade da hospitalizao e dos procedimentos.
Reaes psicolgicas como medo, inibio, angstia, ansiedade, falta de
iniciativa, agressividade, irritabilidade, repulsa a comida e depresso, podem ser sinais
de distrbios conseqentes da m adaptao doena e hospitalizao. A regresso
tambm se apresenta atravs da enurese, medo do escuro, medo de estranhos e
maior dependncia aos pais; especialmente da me. Estas alteraes so o resultado
de todo o sofrimento vivido pela criana; por isso seu sofrimento deve ser levado em
considerao e adequadamente tratado, para que sua sade mental seja preservada.
So fatores que podem prever graus elevados de ansiedade no perodo
pr-operatrio: temperamento prvio da criana, nveis baixos de sociabilidade,
comportamento adaptativo, emocionalidade, impulsividade, experincia cirrgica
prvia, hospitalizao, visitas conturbadas aos consultrios peditricos e nveis
elevados de ansiedade dos familiares.
O ser infantil utiliza-se da presena de familiares, especialmente da me, como
mecanismo adaptativo no processo de doena e internao. Contando com a
presena de sua me o filho sente-se mais protegido, fazendo com que no seja to
subjugado pelas experincias e dura rotina hospitalar.
Ao brincar no hospital, o ser infantil altera o ambiente em que se encontra,
aproximando-o de sua realidade cotidiana, o que pode ter um efeito bastante benfico
em relao a sua hospitalizao. Com isso, a prpria atividade recreativa, livre e
desinteressada, tem um efeito teraputico, quando se considera teraputico tudo
aquilo que auxilie na promoo do bem-estar do paciente.
de fundamental importncia que a criana seja devidamente preparada a fim
de que os processos psicolgicos desencadeados pela situao no comprometam a
prpria recuperao do paciente. A interveno psicolgica se d de acordo com a
faixa etria do paciente e a necessidade de cada caso.
Psicossomtica
Psicossomtica uma cincia interdisciplinar que estuda os efeitos sociais e
psicolgicos sobre os processos orgnicos do corpo e sobre o bem-estar das pessoas.
Compreende o ser humano de forma integral, no existe separao entre mente,
corpo e alma.
A somatizao uma manifestao de conflitos e angstias psicolgicos por
meio de sintomas corporais, uma tendncia que o indivduo tem de vivenciar ecomunicar suas angstias de forma somtica, isto , atravs de sintomas fsicos, que
23
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
24/31
no tem uma evidncia patolgica, o qual atribui a doenas orgnicas, levando-o a
procurar ajuda mdica. Em geral, se manifesta em resposta a estresses psicossociais,
como eventos da vida e situaes conflitivas, mas esses indivduos geralmente no
conseguem reconhecer que suas angstias tm relao com questes psicossociais e
explicitamente negam essa possibilidade.
Deve-se ter cautela ao lidar com as queixas destes pacientes, de forma que
no banalize seu sofrimento, pois dizer que o paciente apresenta um diagnstico de
uma doena psicossomtica no significa que ele no sinta dor, pelo contrrio, o corpo
realmente est em sofrimento, com dores, descompensaes orgnicas, que inclusive
so difceis de controlar com terapias medicamentosas.
O diferencial mais importante para se considerar uma doena como
psicossomtica entender que a causa principal desta descompensao fsica, est
na esfera emocional da pessoa, ligada portanto sua mente, aos seus sentimentos.
Esta varivel emocional se torna importante tanto no desencadeamento de um
episdio, de uma crise, quanto na agudizao e/ou manuteno do sintoma.
As doenas psicossomticas podem se manifestar nos diversos sistemas:
gastrointestinal (lcera, gastrite), respiratrio (asma, bronquite), cardiovascular
(hipertenso, taquicardia), dermatolgico (vitiligo, psorase, herpes), endcrino e
metablico (diabetes), nervoso (enxaqueca, vertigens) e articulaes (artrite,
reumatismo, tendinite).
No tratamento, deve-se conciliar conduta mdica, para tratar os sintomas, e
psicolgico, para auxiliar o sujeito a nomear os sofrimentos que vivencia.
A morte e o morrer
Inicialmente, o significado da morte externo ao indivduo, pertence cultura.
Conforme o indivduo se apropria deste significado construdo atravs da atividade e
das relaes sociais que se estabelece com o meio, o significado externo passa aadquirir um sentido pessoal para o indivduo, proveniente de sua experincia e histria
de apropriaes, ou seja, sua subjetividade.
A morte parte do processo de vida do ser humano e do ponto de vista
biolgico um evento natural, porm, o ser humano utiliza-se de aspectos simblicos,
ou seja, de rituais baseado em crenas e valores, que explicam a variao que o
significado da morte sofreu no decorrer da histria e entre as diferentes culturas
humanas.
Por muitos sculos, a morte obedeceu a um ritual em que tanto a pessoa queia morrer, como os familiares e amigos, participava deste momento. O homem tinha
24
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
25/31
uma participao mais ativa em seu processo de morrer, sua atitude diante da morte,
na primeira fase da Idade Mdia, era de conformao e familiaridade, denominado
morte domada. A morte temida era a morte repentina, porque alm de no ter tempo
para arrependimento, tambm privava o homem de conduzir sua prpria morte.
A partir do sculo XIII, vigora a segunda atitude em relao morte,
denominada morte de si mesmo. Esta era caracterizada por uma preocupao com o
juzo final, que demandava do moribundo uma reflexo consciente de seus atos em
vida para garantir seu lugar ao cu.
At o sculo XVIII, existia a crena de que se a pessoa fosse enterrada
prxima aos tmulos das divindades, de suas relquias ou perto do altar, o defunto
tinha uma intercesso especial das divindades e a garantia da salvao, reservado
para os ricos.
A partir do sculo XVIII, com o desenvolvimento do capitalismo, houve uma
preocupao em isolar e excluir os mortos dos vivos. O corpo humano, com o
desenvolvimento do capitalismo, transformou-se em um instrumento de produo, e
adoecer nesse contexto significava deixar de produzir, trazia vergonha da inatividade e
devia ser excludo do mundo social.
A morte no sculo XX denominada como a morte invertida. Neste perodo
passou a ser vista como inimiga, vergonhosa, interdita. Caracterizada como uma
ruptura, no mais tolerada e aceita, prevalece o mecanismo de negao da morte.
Com o desenvolvimento tecnolgico e cientfico, o homem passa a determinar a hora
em que a morte dever ocorrer, no mais em casa com familiares e amigos, mas no
hospital. O ideal passa a ser que o doente morra sem se dar conta de sua morte, que
jamais saiba que seu fim se aproxima. Assim, os familiares poupam o moribundo de
seu verdadeiro estado clnico e do sofrimento que a morte prxima pode acarretar, e
cuidam para que isto ocorra com a ajuda dos mdicos.
Morte Medicalizada
Nas ltimas dcadas, o homem foi perdendo o direito sobre sua morte, que
passou a ser controlada por profissionais especficos da sade. A morte alm de
medicalizada, constituiu-se em uma rea de especialistas, com funo de
padronizar os rituais de luto, sem envolvimento familiar, sendo a morte e o morto
maquiados a tal ponto que incomode o menos possvel os sobreviventes.
Internado neste ambiente, o paciente torna-se uma pessoa resignada aos
cuidados mdicos, espera da melhora de sua sade. O paciente despersonalizado
pela instituio, passa a ser um caso clnico, um nmero ou uma doena, sua
25
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
26/31
identidade perdida e seus sentimentos no so valorizados. Sozinho e calado, o
paciente torna-se vulnervel, submisso e dependente. Se antes o paciente podia
morrer em sua casa, cercado dos familiares e entes queridos, agora no tem mais o
direito de escolher, opinar e at mesmo de saber exatamente o que est acontecendo.
Os profissionais de sade no esto preparados para lidar com o indivduo em
sua totalidade, enquanto ser humano dotado de emoes e valores. Cuidar de algum
e aproximar-se deste algum faz com que da experincia da morte desta pessoa, surja
a conscincia da prpria finitude ou da concretizao da morte.
A equipe de sade voltada para solues tcnicas, formada para curar a
doena e no para lidar com a pessoa que est morrendo. Isso exige uma atitude de
negao da morte, em que o profissional alm de evitar o contato com a morte do
outro, evita o contato com as suas prprias emoes em relao a (sua) morte e o
(seu) morrer.
Nas ltimas dcadas, o movimento dos cuidados paliativos surgiu em
contraposio ao paradigma de cura da cincia mdica, para valorizar a qualidade de
vida do paciente, com o princpio fundamental de cuidado integral e respeito
autonomia do paciente em relao ao processo de morrer. Cuidados paliativos
consistem na abordagem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus
familiares, no enfrentamento de doenas terminais, atravs da preveno e alvio do
sofrimento.
Atividade
1 Reflita sobre o caso clnico abaixo:
Digitalizar parte do texto
A criana diante da morte
A questo da origem da vida e da morte est presente na criana, ao contrrio
do que muitos pensam. Quando o adulto evita falar sobre o tema da morte com a
criana, com a falsa crena de que est lhe protegendo e aliviando sua dor, sua
reao pode ser a manifestao de sintomas.
A criana est em contato com a morte, seja a sua, a de uma pessoa prxima,de um bichinho de estimao, pelas imagens da televiso e jogos infantis.
26
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
27/31
O adolescente diante da morte
O adolescente, ao contrrio da criana, j tem a possibilidade cognitiva de
compreender o conceito de morte.
Nesta etapa da vida, o adolescente vive mortes concretas de parentes,
amigos, porm, em seu pensamento sua morte no concebvel. Est em uma fase
de conquistas, descobertas, planos, sonhos, e a morte passa a ser considerada como
um desafio prazeroso, em que alguns adolescentes passam a desafi-la, seja no
abuso de drogas, no excesso de velocidade com carros, o que demonstra o quanto
distanciam a idia de sua prpria morte realidade.
O adulto diante da morte
O conceito de morte na vida adulta vai muito alm da simples compreenso da
inevitabilidade e da universalidade. A morte tem um importante significado social.
O jovem adulto tem como tarefa consolidar alguns dos ideais da adolescncia,
mas para isso se tornar possvel tem que abandonar outros. Alguns sonhos tm que
ser deixados de lado, perde-se o adolescente, solteiro, estudante, filho, e se ganha o
adulto, profissional, genitor. um perodo de maior ponderao e responsabilidade,toda a energia est voltada para fora, para construir seu espao de trabalho e sua
famlia. Nessa fase no h mais a iluso de imortalidade da adolescncia, mas por
outro lado, no se tem tempo para morrer.
A segunda fase da idade adulta marcada pela possibilidade de considerar a
morte como um evento pessoal que vai acontecer em algum momento. As tarefas
idealizadas esto agora consolidadas. Os filhos cresceram e apesar de todos os
desejos depositados sobre eles, tm sua prpria vida e no necessitam tanto dos
genitores. A energia psquica investida nas atividades citadas anteriormente ficadisponvel e pode ser usada em outras questes mais urgentes.
O idoso diante da morte
A idia da morte parece ser mais aceita para o idoso. Isto ocorre, devido a
maioria das pessoas nesta faixa etria terem completado todo o processo de
desenvolvimento e estarem na etapa final do ciclo vital. J realizaram o que era
esperado: trabalharam, casaram, tiveram filhos. Entretanto, o medo de morrer uma
experincia individual. O esteretipo do idoso como um sbio, sem desejos, preparado
27
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
28/31
e esperando pela morte no verdadeiro. H o medo de ambientes desconhecidos,
perigosos ou solitrios, como hospitais e asilos.
Suicdio
Tentativas de suicdio so eventos de muita gravidade, que ocorrem com
frequencia na rotina de um pronto-socorro. Trata-se de pessoas vivendo sob tenso,
que expressaram de modo agudo seu padecimento. Algumas sofrem de transtornos
mentais graves, e a maioria conta com pouco apoio do meio familiar e social.
Pode-se referir ao comportamento suicida como todo ato pelo qual um
indivduo causa leso a si mesmo, qualquer que seja o grau de inteno letal e de
conhecimento do verdadeiro motivo desse ato.
O desconhecimento e o preconceito podem conduzir a equvocos na avaliaoda situao clnica do paciente e na proposta de tratamento. No tratamento do
paciente com risco de suicdio, a diversidade de circunstncias de vida e dos
problemas emocionais exigir uma variedade de intervenes.
Surgimento de transtornos mentais e comportamentais
Os transtornos mentais e so as condies caracterizadas por alteraesmrbidas do modo de pensar ou do humor. J os transtornos comportamentais soalteraes mrbidas do comportamento Ambos esto associados a
angstia expressiva deteriorao do funcionamento psquico global.
Para serem categorizadas como transtornos, preciso que essas
anormalidades sejam persistentes ou recorrentes e que resultem em certa
deteriorao ou perturbao do funcionamento pessoal, em uma ou mais esferas da
vida. Nem toda deteriorao humana denota distrbio mental.
Os transtornos mentais e comportamentais so identificados e diagnosticados
atravs dos mtodos clnicos semelhantes aos utilizados para os transtornos fsicos.Esses mtodos incluem uma cuidadosa entrevista (anamnese) colhida com o paciente
e com outras pessoas, incluindo sua famlia, um exame clnico sistemtico para
verificar o estado mental e suas condies orgnicas, testes e exames especializados
que forem necessrios.
Fatores Biolgicos:j foi demonstrada a associao dos Transtornos Mentais e
Comportamentais com perturbaes da comunicao neural no interior de circuitos
especficos. Na esquizofrenia, anormalidades na maturao dos circuitos neurais
podem produzir alteraes detectveis na patologia no nvel das clulas e dos tecidos
28
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
29/31
grossos, as quais resultam no processamento incorreto ou mal adaptativo de
informaes.
Fatores Psicolgicos: Existem tambm fatores psicolgicos individuais que se
relacionam com a manifestao de Transtornos Mentais e Comportamentais. Um
importante achado ocorrido no sculo XX e que deu forma compreenso atual, a
importncia decisiva do relacionamento com os pais e outros provedores de ateno
durante a infncia.
Fatores Sociais: A natureza da urbanizao moderna pode ter conseqncias
deletrias para a sade mental, devido influncia de estressores maiores e de
eventos vitais adversos mais numerosos, como por exemplo o congestionamento, a
poluio do meio ambiente, a pobreza e a dependncia comum em uma economia
baseada no dinheiro, com altos nveis de violncia ou reduzido apoio social.
Curiosidade
Patch Adams O amor contagioso.
Hunter Adams, mais conhecido como Patch Adams um mdico que
revolucionou o tratamento na medicina, pois mostrou a todos o quanto importante o
amor profisso, a compreenso do paciente como um ser nico e o quanto o amor necessrio para o bem estar do paciente. Fundou um instituto para cuidar de pessoas
gratuitamente e colocou seu mtodo em prtica.
Mostrou a todos nos anos 70 que era possvel ser mdico sem deixar de ser
humano, pois no existia nenhum problema em se aproximar do paciente para
compreender melhor o lado psicolgico do paciente, descobrindo suas vontades,
desejos, medos, angstias e dessa forma melhor trat-los.
Atravs do filme foi possvel compreender o quanto importante mtodos
alternativos de tratamentos, como por exemplo, o riso, para obtermos resultadossatisfatrios para a sade do paciente. A humanizao nos servios de sade de
extrema importncia, pois atravs de um trabalho realizado com alegria, dedicao e
amor, possvel realizar procedimentos evasivos com maior tranqilidade, diminuir a
dor do paciente e acima de tudo buscar uma melhor qualidade na vida da pessoa
enferma.
J se passaram quarenta anos desde quando Patch surgiu com suas idias
inovadoras, porm at hoje no conseguimos implantar totalmente aquilo que
necessrio para um resultado satisfatrio em um tratamento de sade, ou seja,entender o ser humano como um indivduo que alm de um corpo fsico possui um
29
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
30/31
lado psquico que na maioria das vezes esto interligados no surgimento das
enfermidades.
Roteiro de estudo
1 Defina Psicologia.
2 Cite pelo menos trs reas de atuao do Psiclogo.
3 Qual a relao da Psicologia com a enfermagem?
4 O que significa a expresso: o ser humano biopsicossocial ?
5 A relao profissional de sade paciente de extrema importncia. Ento como
devemos tratar os pacientes?
6 Quais so as palavras que abrem portas para um bom relacionamento?
7 Qual a importncia de se trabalhar em equipe?
8 O que uma equipe multidisciplinar?
9 Quais so as fases do desenvolvimento humano?
10 O desenvolvimento humano determinado pela interao de vrios fatores.
Quais so eles, explique os.
11 Qual o fator mais importante para o desenvolvimento humano?
12 Quais so os fatores que podem interferir no desenvolvimento humano. Explique
pelo menos um deles.
13 Quais so os nveis de necessidades humanas segundo a teoria de Maslow,
explique um deles.
14 Como podemos definir sade e que fatores esto envolvidos no processo?
15 Cite trs reaes emocionais que o paciente pode apresentar perante doena.
16 Quais so as possveis reaes que uma criana tem quando se encontra
hospitalizada?
17- Por que importante para a criana o brincar no hospital?
18 O que podemos definir quando nos referimos ao termo psicossomtico ?
19 Como podemos definir a morte no sculo XX?
20 Resumidamente explique como percebida a morte em crianas, adolescentes,
adultos e idosos.
21- Como podemos definir o comportamento suicida?22 O que so transtornos mentais?
30
-
7/28/2019 Apostila Auxiliar de Enfermagem Psicologia
31/31
23 O que so transtornos comportamentais
24 O que personalidade ?
Para utilizao dos enigmas
A - !
B - @
C - #
D - $
E - %
F - ^
G - &
H - *
I - +
J [
K - ;
L -
Q - /
R 1
S - ?T
U - :
V 3
W - =
X 6
Y 5
Z {