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Aprendizagem Social e Aprendizagem Colaborativa
através de comunidades de práticas
Você já pensou como acontece um processo processo de aprendizagem?
Quando nos propomos a realizar ações de educação, é importante refletirmos sobre qual é o nosso entendimento sobre o processo ensino e aprendizagem.
● Esse processo diz respeito à forma como as pessoas constroem conhecimentos, competências e comportamentos;
● para isso, muitas metodologias podem ser empregadas, baseadas em concepções epistemológicas distintas, ou seja, há uma diversidade de teorias que procuram explicar como as pessoas constroem seus conhecimentos, e as práticas utilizadas no processo de aprender e ensinar estão intimamente relacionadas a elas;
● dessas concepções teóricas e metodológicas resultam diferentes práticas pedagógicas. Você já pensou sobre qual é a sua?
O processo ensino e aprendizagem baseia-se em metodologias desenvolvidas em diversas concepções epistemológicas, orientando diferentes modelos educacionais e práticas pedagógicas. As três principais concepções epistemológicas são:
● concepção apriorista: nessa concepção, acredita-se que o conhecimento está no sujeito e precisa ser despertado;
● concepção empirista: nessa concepção, o professor detém o conhecimento e o transmite ao aluno. O aluno é visto como uma “tábula rasa”, e de forma passiva recebe o conhecimento pronto; e
● concepção interacionista: nessa concepção, o conhecimento é resultado das interações. (Mussoi, Flores e Behar, 2007)
Como as tecnologiaspodem ser usadas na concepção ensino e aprendizagem?
O computador pode ser usado de diferentes formas, refletindo as diversas teorias que embasam a proposta educativa. Pode ser usado como “máquina de ensinar”, refletindo um modelo empirista, e pode ser usado em Comunidades Virtuais de Aprendizagem, refletindo um modelo interacionista.
(Mussoi, Flores e Behar, 2007)
Por quê?Vamos falar da perspetiva interacionista. Ela é a que mais tem contribuído para desenvolver processos de aprendizagem nas Comunidades de Práticas.
● Nessa concepção, busca-se romper a hierarquia das relações professor-aluno e superar a ideia de que o professor só ensina, e o estudante só aprende.
● O professor oportuniza relações com as informações, favorece processos de mediação e promove problematizações.
● Mais do que o próprio sujeito ou o objeto de aprendizagem, são as ações do sujeito que realmente importam no processo de aprendizagem interacionista. E, coletivamente, são as interações que promovem o processo de aprender e ensinar.
Vamos relembrar ?
● Comunidades de práticas são grupos de pessoas que compartilham um interesse comum sobre um assunto ou problema e aprendem com interações regulares. (WENGER, 2008).
● Mais do que comunidades de aprendizes, as comunidades podem ser “comunidades que aprendem”, pois são compostas por pessoas que têm o compromisso de agregar as melhores práticas. (WENGER, 2008).
● O contato e a interação entre os membros deve possibilitar a troca de informações e conhecimentos, que, ao serem postos em prática pelos outros membros, auxiliam na busca de soluções.
Teoria da Aprendizagem Social:compreensões que podem nos ajudar a refletir sobre como se dá a aprendizagem nas comunidades de prática
Teoria da Aprendizagem Social
● A aprendizagem social é a aprendizagem colaborativa que se dá por meio do contato e de associações regulares com outros indivíduos. (BANDURA, 1977).
● Princípios básicos:○ as pessoas aprendem observando o que as outras fazem;○ o mesmo conjunto de estímulos pode provocar respostas diferentes de
pessoas diferentes ou das mesmas pessoas em momentos diferentes;○ o mundo e o comportamento de uma pessoa estão conectados;○ a personalidade é uma interação entre três fatores: o meio ambiente, o
comportamento e os processos psicológicos de uma pessoa.
É possível ensinar e aprender ao mesmo tempo?
Aprendizagem colaborativa: quando ensinar e aprender é um processo coletivo!
Aprendizagem colaborativa● A aprendizagem colaborativa ocorre a partir de um trabalho
conjunto entre dois ou mais indivíduos, que, através da troca de ideias e conhecimentos, geram novas ideias e conhecimentos de forma coletiva. (DILLENBOURG, 1995).
● Componentes básicos:o critérios: para definir uma situação, simetria, divisão de tarefas, gerando
padrões de interação;o interações: disparam mecanismos cognitivos que geram efeitos
cognitivos (troca, negociação, etc.);o processos: background, modelagem mútua, indução, carga cognitiva; eo efeitos: resultado dos processos sobre o objeto de aprendizagem (ideia,
produto, conhecimento, interação).
Como a interação por meio do uso de tecnologias contribui na construção de processos de aprendizagem?
● As comunidades dão suporte à aprendizagem colaborativa, permitindo aos alunos a formação de redes, o ensino entre os pares e a construção de projetos conjuntamente. As ferramentas disponíveis permitem que o foco pedagógico seja a interação. (KIRKWOOD, 2006).
● Um dos grandes avanços dos modelos de formação que utilizam ambientes virtuais, deve-se à incorporação das Tecnologias da Informação e de elementos pedagógicos provenientes de teorias de aprendizagem social.
● Essas tecnologias proporcionam o suporte necessário para que ocorra a interação do aprendiz com o tutor e com outros aprendizes.
● Dessa forma, os alunos tornam-se agentes ativos do próprio processo de ensino e aprendizagem, e os professores, facilitadores da construção e da apropriação do conhecimento pelos alunos. (Quiroz, 2010)
A aprendizagem social em comunidadesWenger, um importante pensador sobre comunidades de prática, destaca algumas das perspectivas da aprendizagem social:
● é inerente à natureza humana; o homem é um ser social por natureza;● está centrada na habilidade de negociar novos significados, através da
comunicação e da ressignificação das nossas experiências;● é fundamentalmente social e baseada em experiências individuais
(observação) e coletivas (interação);● transforma a nossa identidade pela reflexão da percepção em grupo;● é uma questão de energia social e força; é preciso um envolvimento cognitivo
no processo colaborativo, ou seja, todos devem querer participar e ter um objetivo em comum; e
● envolve a interação entre o local (experiências e habilidades individuais) e o global (construção coletiva e conhecimento do grupo).
Referências
● BANDURA, A. (1977) Social Learning Theory. New York: General Learning Press
● KIRKWOOD, K. 2006. If they build it, they will come: creating opportunities for E-learning
communities of practice. Universitas 21 Conference on E-learning and pedagogy.
● MUSSOI, E., FLORES, M., BEHAR, P. 2007. Comunidades virtuais: um novo espaço de
aprendizagem.
● QUIROZ, J. El rol del tutor en los entornos virtuales de aprendizaje. Innovación Educativa, v.
10(52), jul-set, pp. 13-23. 2010.
● RIBEIRO, A. M., SILVA, J. L. T, BOFF, E., VICARI, R. 2011. Dos ambientes de aprendizagem às
comunidades de práticas. Anais do XXII SBIE-WIE.
● WENGER, E. (2008) Communities of practice: a brief introduction. Disponível em:
www.ewenger.com/theory/index.htm. Acesso: jun/2010.
● WENGER, E. (2000) Communities of Practice and Social Learning Systems. Wenger
Organization.
● WOOLF, B.P. (org). (2010) A Roadmap for Education Technology. Global Resources for Online
Education (GROE).
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