Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária
Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública
Tripanosomose Americana
Adivaldo Henrique da Fonseca
Prof. Titular de Doenças Parasitárias [[email protected]]
ORDEM KINETOPLASTIDA
(a) – Promastigota – o flagelo emerge da
parte anterior da célula;
(b) – Epimastigota- o flagelo emerge ao
lado do núcleo da célula;
(c) – Tripomastigota - o flagelo emerge da
parte posterior da célula;
(d) – Amastigota – somente o cinetoplasto é
visível. Não há flagelo.
Morfologia dos estágios evolutivos
Família Tripanosomatidae
Duas seções - desenvolvimento no vetor e modo de transmissão
Salivaria – transmissão por inoculação das formas infectivas
através da saliva, por moscas hematófagas,
Stercoraria – desenvolvimento das formas infectivas no trato
digestório posterior do vetor com consequente transmissão
contaminativa, realizada por triatomídeos.
Trypanozoon: T. brucei brucei,
T. b. gambiense, T. b. rhodesiense,
T. evansi e T. equiperdum
Duttonella: T. vivax
Nannomonas: T. congolense e T. simiae
Salivaria
Stercoraria Schizotrypanum: Trypanosoma cruzi
Família Tripanosomatidae
Subgênero Grupo Espécies Desenvolvimento / Transmissão
T. vivax Na tsetse: proboscite
T. uniforme
Também pode persistir através da transmissão
mecânica
T. congolense
T. simiae
T. godfreyi
T. brucei brucei
T. brucei rhodesiense
T. brucei gambiense Transmissão oral nos carnívoros
T. evansi Transmissão mecânica
T. equiperdum Transmissão venéria
Na tsetse: intestino médio e glândulas salivaresTrypanozoon
Duttonella
Nannomonas
Na tsetse: proboscite e intestino médio
grupo Vivax
grupo Congolense
grupo Brucei
Classificação dos Tripanosomas Salivários Patogênicos
Ocorrência de Tripanosomas Salivários em Mamíferos
None Various wild ruminants Cattle, domestic buffalo (not
pathogenic)
T. theileri and T. ingens (subgenus
Megatrypanum)
As for T. brucei brucei (after initial
adaptation)
None known Horses, donkeys, mules T. equiperdum
As for T. brucei brucei Several wild mammals in Latin
America
Camels, horses, dogs, domestic
buffalo, cattle
T. evansi
As for T. brucei brucei Several groups of wild mammals
(particularly T. brucei rhodesiense)
Human sleeping sickness; affect
domestic animals as T. brucei brucei
T. brucei gambiense,
T. brucei rhodesiense
Rats, mice, guinea pigs, rabbits Several groups of wild mammals Horses, camels, dogs, sheep, goats,
cattle, pigs
T. brucei brucei
None susceptible Various wild ruminants Cattle, sheep, goats T. uniforme
Usually none susceptible Several groups of wild mammals Cattle, sheep, goats, domestic
buffalo, horses
T. vivax
None susceptible Wart hog Pigs T. godfreyi
Rabbits, monkeys Wart hog, bush pig Pigs T. simiae
Rats, mice, guinea pigs, rabbits Several groups of wild mammals Cattle, camels, horses, dogs, sheep,
goats, pigs
T. congolense
Laboratory animals Reservoir hosts Domestic animals affected
Trypanosome species
Patogenia da infecção por T. evansi no cão e eqüinos
Anemia é o achado mais consistente da tripanossomíase aguda em
eqüinos e cães infectados por T. evansi:
toximas produzidas pelos parasitos,
atrito com as hemácias,
eritrofagocitose,
lise eritrocitária,
diminuição da produção de hemácias na medula óssea
profunda anemia e febre intermitente – acompanhada pela oscilação da parasitemia
• Edemas sub-mandibular e nas partes baixas do corpo,
• inapetência, fraqueza progressiva, perda da condição física,
• paresia e incordenação motora dos membros posteriores,
• aborto,
• aumentos de volumes dos linfonodos externos,
• sufusões hemorrágicas nas conjuntivas e
• esplenomegalia.
Sintomas da infecção por T. evansi no cão e eqüinos
42%39%
35%
29%
20%19%
12%10% 9%
Buffalo
(n=43)
Bats
(n=52)
Horses
(n=321)
Capybara
(n=32)
Coati
(115)
Small
Mammals
(n=81)
Armadillo
(n=18)
Dog
(n=112)
Cattle
(n=331)
Infecção por T. evansi em mamíferos do Pantanal da Nhecolândia,
município de Corumbá – 2000/01
Búfalos Morcegos Equinos Capivaras Quatis Pequenos Tatus Cães Bovinos
(n=43) (n=52) (n=321) (n=32) (n=115) Mamíferos (n=18) (n=112) (n=331)
(n=81)
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Veterinária
Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública
Tripanosomose Africana
Adivaldo Henrique da Fonseca
Prof. Titular de Doenças Parasitárias [[email protected]]
António Amélia Mucalane Tembue
Aluno de Doutorado - CPCV UFRRJ
TRIPANOSSOMÍASE BOVINA - NAGANA
Sintomas clínicos:
- Febre, perda de peso;
- Anemia, linfoadenopatia;
- Síndrome hemorrágica (sistema digestivo e mucosas)
- Efeitos sobre a fertilidade
- Aborto
A mosca tse-tsé (Gênero Glossina) pica o mamífero terrestre e inocula as
formas tripomastigotas metacíclicas;
Os parasitas já na corrente sangüínea transformam-se em
tripomastigotas sangüíneas distribuindo se para outros locais do corpo nos
fluidos (linfa, líquido cérebroespinal) e se replicam por fissão binária;
A mosca tse-tsé se infecta através do repasto sangüíneo;
Ciclo de vida
Os parasitas deixam o intestino, se transformam em epimastigotas, atingem as
glândulas salivares (T. brucei) ou probóscida (T. congolense), se multiplicam
por fissão binária tripomastigotas metacíclicas
(duração no vetor: 3 semanas)
Ciclo de vida
Trypanosomas no sangue causam inflamação dos linfonodos,
esplenomegalia, anemia hemolítica;
Anemia – proporcional ao grau da parasitemia;
Degeneração celular e infiltrados inflamatórios em muitos
órgãos como músculos esqueléticos, SNC e miocárdio.
NAGANA – PATOGENIA
Na África – bovinos infectados apresentam diferentes níveis de
virulência e patogenicidade que variam de totalmente assintomáticos
(crônica) a infecções severas (alterações hematológicas e morte);
Isolados do Oeste da África considerados mais virulentos que isolados
do Leste da África
NAGANA - PATOGENIA
Ruminantes: anemia, linfoadenomegalia, fraqueza, febre, perda do apetite;
Doença crônica, se não tratada pode ser fatal;
Rebanho: Queda da fertilidade, aborto, crescimento dos animais jovens é retardado;
Morte por insuficiência cardíaca congestiva devido à anemia e miocardite.
Equinos: (T. brucei) Quadros agudos ou crônicos, pode ocorrer edema dos membros e
genitais.
Suínos: (T. congolense) Quadros moderados a crônicos.
Cão e Gato: Susceptíveis ao T. brucei e ao T. congolense
NAGANA - SINTOMAS
Algumas raças de bovinos da África ocidental como (N´Dama)
têm desenvolvido mecanismos de controle dos efeitos
patogênicos da infecção por trypanossomas
TRYPANOTOLERÂNCIA
Diagnóstico Detecção microscópica dos parasitas no sangue;
Sorologia;
Detecção do DNA por PCR.
Tratamento Sais de Homidium (ruminantes) suspenso por resistência;
Diminazeno e isometamídio.
Controle Tratamento do hospedeiro infectado;
Controle de vetores;
Transporte de animais (regiões endêmicas)
NAGANA DIAGNÓSTICO
Tripanossomíase Humana Africana
1902, Ford e Dutton, dois médicos ingleses trabalhando na Gâmbia,
um parasita em estiraço sanguíneo de um paciente e deram o nome de
Trypanosoma ;
1903, Castellani trabalhando em Uganda, observou o um parasita
semelhante no líquido cefalorraquidiano de um de seus pacientes;
Tripanossomíase Humana Africana
No mesmo ano, David Bruce reconhece a mosca tsé-tsé (Glossina)
como sendo o vetor do parasita;
1906, Ayres Kopke apresenta Atoxyl, um composto de arsênico para o
tratamento da doença;
Ameaça 66 milhões de pessoas
em 35 países endêmicos da África;
1999, OMS reportou 45 mil mortos
de 300 mil pessoas infectadas.
Tripanossomíase Humana Africana
T.(b.) gambiense
T.(b.) rhodesiense
Duas formas:
Aguda – mais virulento
subespécie T. (b.) rhodesiense (África Oriental,
Moçambique).
Crônica – menos virulento
subespécies T. (b.) gambiense (África Ocidental, Angola e
Guiné-Bissau)
Doença do sono ou Tripanossomíase Humana Africana
T.(b.)gambiense
T.(b.)rhodesiense
T.(b.) gambiense
T.(b.) rhodesiense