Download - Arte: pintura e poesia
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Profª. Eliane da Silva
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Idílio- 1929- Tarsila do Amaral
Soneto de FidelidadeVinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.
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Velhas Árvores Olavo Bilac
Olha estas velhas árvores, mais belasDo que as árvores moças, mais amigas,Tanto mais belas quanto mais antigas,Vencedoras da idade e das procelas...O homem, a fera e o inseto, à sombra delasVivem, livres da fome e de fadigas:E em seus galhos abrigam-se as cantigasE os amores das aves tagarelas.Não choremos, amigo, a mocidade!Envelheçamos rindo. EnvelheçamosComo as árvores fortes envelhecem,Na glória de alegria e da bondade,Agasalhando os pássaros nos ramos,Dando sombra e consolo aos que padecem!
Floresta - Mário Gruber
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QuadrilhaCarlos Drummond de Andrade João amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquim que amava Lilique não amava ninguém.João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandesque não tinha entrado na história.
Bandeirinhas – 1958- Volpi
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UNIDADE Raul de Leoni
Deitando os olhos sobre a perspectivaDas cousas, surpreendo em cada qualUma simples imagem fugitivaDa infinita harmonia universal
Uma revelação vaga e parcialDe tudo existe em cada coisa viva:Na corrente do Bem ou na do MalTudo tem uma vida evocativa.
Nada é inútil; dos homens aos insetosVão-se estendendo todos os aspectosQue a ideia da existência pode ter;
E o que deslumbra o olhar é perceberEm todos esses seres incompletosA completa noção de um mesmo ser...
Gato Azul – Ademir Martins
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RetratoCecília Meireles
Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: Em que espelho ficou perdida a minha face?
Figura Feminina – Di Cavalcanti
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Último fantasmaCastro Alves
Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso, Que te elevas da noite na orvalhada? Tens a face nas sombras mergulhada... Sobre as névoas te libras vaporoso ... Baixas do céu num voo harmonioso!... Quem és tu, bela e branca desposada? Da laranjeira em flor a flor nevada Cerca-te a fronte, ó ser misterioso! ... Onde nos vimos nós? És doutra esfera ? És o ser que eu busquei do sul ao norte. . . Por quem meu peito em sonhos desespera? Quem és tu? Quem és tu? - És minha sorte! És talvez o ideal que est'alma espera! És a glória talvez! Talvez a morte!
Abstrato – década de 60- Lothar Charoux