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FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS - FACUNICAMPS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
POLLYANNA MARA DA SILVA RODRIGUES
PERÍCIA CONTÁBIL COMO INSTRUMENTO AUXILIAR NA TOMADA DE
DECISÃO JUDICIAL
GOIÂNIA – GO 2014
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POLLYANNA MARA DA SILVA RODRIGUES
PERÍCIA CONTÁBIL COMO INSTRUMENTO AUXILIAR NA TOMADA DE
DECISÃO JUDICIAL
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Faculdade Unida de Campinas, como instrumento para obtenção de título de bacharela em Ciências Contábeis. Orientação da Professora Mestre Karine Cristiane Ferreira.
GOIÂNIA - GO 2014
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PERÍCIA CONTÁBIL COMO INSTRUMENTO AUXILIAR NA TOMADA DE
DECISÃO JUDICIAL
Pollyanna Mara da Silva Rodrigues1 Karine Cristiane Ferreira2
RESUMO
Frequentemente são lançadas no mercado diversas políticas de crédito com o intuito de provocar o consumo. O resultado, no entanto, é a elevação de diversos contratos e operações financeiras, entre estes destacam-se as permutas de financiamento veicular. Observa-se que, em muitos casos esses contratos são diferentes do que a legislação pertinente determina, e por consequência elevando o número das ações revisionais de veículos nas instâncias judiciais. Estabelecida uma relação jurídica conflituosa, urge ao judiciário a necessidade de esclarecer os fatos e apurar os haveres, neste ponto pode ser solicitada a perícia contábil como subsídio a decisão judicial. Exibida a dificuldade do Juiz em proferir com segurança a sentença é que poderá determinar procedimento pericial nomeando perito (a) para o encargo. Este importante profissional, denominado “perito contador” - o expert deve ser conhecedor da matéria do litígio lhe confiada para auxiliar a justiça na tomada de cisão judicial. E, neste ponto que, as habilidades e conhecimentos deste profissional sugerem dúvidas, especialmente se: conseguem analisar os fatos com imparcialida -de e responder aos quesitos formulados pelo Juiz e pelas partes em conformidade com a legislação. Assim, o objetivo do presente estudo foi sugerir teoricamente procedimentos de perícia contábil aplicáveis ao perito-contador e a perícia judicial e extra-judicial contábil. Para atingi-los, realizou-se pesquisa: qualitativa, quantitativa e bibliográfica. Para o desenvolvimento da temática “pericia contábil”, as bases utilizadas foram, estudo de documentos, teses, monografias, revistas especificas e artigos eletrônicos, na busca histórica de publicações que tratam do assunto. Palavras-chave: Perícia Contábil; Perito Contador; Judiciário Brasileiro
1 Discente do Curso de Ciências Contábeis.
2 Professora Orientadora do Curso de Ciências Contábeis.
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INTRODUÇÃO
A palavra perícia é originaria do latim “peritia”, que significa “a vistoria ou
exame de caráter técnico e especializado, habilidade em alguma arte ou profissão;
experiência e destreza”. É fundamentada em tecnologias da ciência contábil, como
meio de prova com o fim de revelar a verdade real dos fatos.
No cumprimento deste compromisso com a justiça, entra o profissional
perito contador, este tem a atribuição de identificar no processo judicial, aspectos
essenciais auxiliadores à tomada de decisão judicial refletindo objetividade, concisão,
e exatidão ao laudo pericial.
Por sua relevância e impacto a perícia contábil somente poderá ser
realizada por bacharel (a) no curso de Ciências Contábeis, sendo profissional
habilitado (a) e registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Considera
a legislação que este serventuário da justiça responde por seus atos civil e penal
mediante informações prestadas no processo.
Este trabalho apresenta a Perícia Contábil como instrumento auxiliar na
tomada de decisão judicial, a partir da análise da figura do Perito e estrutura do
laudo pericial.
Para o estudo da temática este artigo buscou-se responder a seguinte
problemática: Qual é a contribuição da perícia contábil a tomada de decisão judicial?
Os objetivos específicos delineados para esta pesquisa foram: (I)
Descrever como a perícia contábil pode auxiliar a produção de provas judiciais; (II)
Analisar a participação do perito-contador nos trabalhos periciais; e (III) Apresentar à
estrutura do laudo pericial conforme a doutrina contábil.
O objetivo geral do estudo foi analisar a contribuição da perícia contábil
na tomada de decisão judicial. Assim, para atingi-lo foi utilizada a seguinte
metodologia de pesquisa: estudo de caso, pesquisa qualitativa, quantitativa e
bibliográfica.
Por justificativa, esta pesquisa teve o intuito de analisar a contribuição
auxiliar da perícia contábil aplicada ao judiciário goiano em ação de financiamento
bancário (leasing).
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1 PERÍCIA CONTÁBIL
Afirma Goni (1995, apud. JESUS 2000), que a perícia é um elemento
fundamental para a convicção do magistrado sobre a espécie submetida ao seu
juízo. Para Ornelas (2011) constitui-se prova técnica à disposição das pessoas
físicas ou jurídicas, e serve como meio de prova de determinados fatos ou de
questões patrimoniais divergentes. Complementa Magalhães (2009), é trabalho de
notória especialização objetivando obter prova com o fim de orientar uma autoridade
formalmente no julgamento de um fato, ou desfazer conflito em interesses de
pessoas.
É definido na Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) T 13 no item
13.1.1 que, a perícia é “o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a
emissão de laudo sobre questões contábeis, mediante exame, vistoria, investigação,
arbitramento, avaliação ou certificação”.
Aduz o Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR) (2009)
que, com o objetivo de aclarar a verdade real, é formalizada na demanda judicial, ao
menos em tese, três espécies de verdade: 1) A verdade na visão do autor,
devidamente fundamentada na petição inicial; 2) A verdade na visão do réu, que
contesta as alegações do impetrante a seu favor; e 3) A verdade real, que deverá
prevalecer por ocasião da decisão judicial; 4) Inserido em cada fase, se necessário,
esta o profissional perito contador, que através do Laudo Pericial, com argumentos
técnicos e científicos declara os fatos constantes nos autos do processo. Temos na
Figura 1.1 um diagrama apresentando usuários e seus papeis no mundo jurídico do
processo.
Figura 1: Diagrama da apresentação dos fatos no processo
Fonte: CRCPR (2009) adaptado
1: Verdade dos fatos visão do
Autor
2: Verdade dos fatos visão do
Réu
3: Juiz
4: Perito Oficial
Legenda das etapas: 1: Autor impetra petição inicial; 2: Réu, contestar as alegações da parte autora ; 3: Ao Juiz, compete julgar; 4: Perito: Busca a verdade real.
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1.1 Breve Histórico
Afirmam Aguiar; e Souza (2013) que a perícia é tão antiga quanto à
contabilidade e desenvolveu-se frente às crescentes mudanças econômicas e
complexidade estabelecida nas relações humanas. Simões (2012) declara que em
sociedade iniciou-se o processo racional, pautado pela experiência ou pelo poderio
físico. Nesta época, as funções de perito, Juiz e legislador eram atribuições da
mesma pessoa, e esses eram os que exerciam a lei. Assim, portanto, as funções
não estavam segregadas compondo o básico correspondente ao exame da situação.
De acordo Filho (2008) que o rei atuava como magistrado. Deste modo as
provas eram colhidas diretamente pelo monarca sem intervenção de qualquer
assistente técnico. Originando-se na civilização egípcia, a perícia serviu também as
civilizações hebreias e romanas, entretanto foi na civilização romana seus primeiros
destaques de desenvolvimento. Na Idade Média e Ordálias, a perícia contábil sofreu
estagnação. E recebeu desenvolvimento com as aplicações no complexo Direito
Canônico, e também das Ordenações: Afonsinas, Manuelinas e Filipinas até a
formação de Legislações Hodiernas vigentes, a perícia ganha importância e
característica de meio de prova.
Segundo Sá (2011) esclarece que estes desenvolvimentos da perícia
foram proporcionados pela evidenciação eventual de carência técnica e probatória
de profissionais peritos. Destaca Alberto Filho (2008) que o poder de decisão era
exercido com coerção, emanando do comando do rei, que com o passar do tempo e
o surgimento de relações jurídicas mais complexas, permitiram que os
conhecimentos técnicos específicos auxiliassem na decisão do postulado, iniciando
o rudimento da perícia.
Afirma Paim (2011) esclarece que na civilização romana a perícia foi
qualificada como meio de prova ou prova judiciária. Nesta época o processo passou
a ter duas fases: in iure e in judicio. Na fase in iure o magistrado apreciava o litígio
sob o aspecto jurídico legal e inexistindo instrução da causa pronunciava a
sentença; na segunda fase ocorria o, in judicio, perante o arbiter (perito), que era
eleito pelas partes ou sorteado pelo magistrado e na hipótese de inexistência de
interessados para o pleito judicial da ação, aglutinava-se as funções de Juiz e perito
no mesmo profissional, portanto, além de decidir também produzia provas aos fatos
afirmados nos atos processuais pelas partes (autor e réu).
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Segundo Alberto Filho (2008) declara que estas duas fases foram unidas
no ano 294 da era cristã, e obsoleta com vigência do Direito Canônico. Comenta
Oliveira (2002, apud. Dias, 2002) a ênfase na prova pericial foi amplamente
difundida no Direito Francês determinando e enfatizando o valor relativo das coisas,
sendo estas decididas por peritos e não só por testemunhas. Dias (2002) explica
ainda que em complemento a legislação francesa, as Ordenações Afonsinas
admitiam prova por arbitramento e as Ordenações Manuelinas regulamentavam a
prova, que, originaram as Ordenações Filipinas.
1.2 Perícia Contábil no Brasil
Conforme Sá (1994:14, apud ROCHA; e SANTOS, 2004) nos tempos de
Brasil colônia, as funções contábeis e das perícias, estavam claramente
evidenciadas no Relatório de 19 de junho de 1779, do Vice-Rei Marquês de Lavradio
a seu sucessor Luís de Vasconcelos e Sousa (Arquivo Nacional do Rio de Janeiro).
A Casa Legislativa, Senado Federal da República Federativa do Brasil
(Senado) (2010) expõe que Código Francês e as Ordenações Filipinas foram fonte
da legislação brasileira. Com o regulamento n.º 737 de 25/11/1850, o então Código
de Processo Civil (CPC) este apresentava um capítulo sobre arbitramento (Capítulo
XII, Seção VII). Expressando critérios sobre a escolha do perito e suspeição, não
ficando assim, o Juiz adstrito ao laudo determinando nova diligência.
Segundo Senado (2010) aduz ainda que a história do Direito Civil
brasileiro particulariza-se pelo seu desenvolvimento orgânico desde o período
monárquico, caracterizado pelo centralismo jurídico vigorante a partir das
Ordenações Manuelinas herdando a nação brasileira este patrimônio moral de
Portugal, baseando a maioria das normas jurídicas no Brasil, entre elas o CPC.
Conforme Sá na edição de (2011) argui que, no Brasil o tema “Perícia
Contábil” foi incluído para debates pela primeira vez em 1924 no I Congresso
Brasileiro de Contabilidade. A conclusão conforme o autor foi, a segregação das
funções profissionais, sendo as de: Contador – Guarda Livros e Peritos.
Afirma Ancioto (2012) proferem que na oficialização da perícia judicial, os
trabalhos foram “atribuídos privativamente aos membros das ditas câmaras”,
conferindo aos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC’s) competência
fiscalizadora do trabalho do perito-contador.
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Para Bleil; e Santin (2008) o CPC, através do Decreto-Lei nº 1608 setembro
de 1939, estabelecia vagas regras sobre perícia, que outorga aos juízes o direito de
recorrer à pessoa de elevado e reconhecido conceito profissional, o expert, amparando-
os na apuração verídica dos fatos que constituem a lide. Para Oliveira (2002) foi, um
marco o advento do Decreto Lei 9295 de 27 de maio de 1946 que criou o Conselho
Federal de Contabilidade (CFC), dispondo no artigo 25 as prerrogativas dos trabalhos
técnicos de contabilidade. Assim, a regulamentação da profissão contábil ocorreu por
meio do Decreto-Lei 9245, que institucionalizando a perícia contábil. Magalhães (2009)
admite que, somente, após a promulgação do CPC em 1973 a perícia ganhou estrutura
com regras definidas e ordenação jurídica pertinente.
De acordo com o CFC, a perícia possui um conjunto de normas definidas,
relativas ao desenvolvimento do trabalho como à profissional perito-contador.
Ratificadas pela Norma Brasileira de Contabilidade – Profissional Perito 01 (NBC PP
- 01), emitida pelo conforme Resolução do CFC 857/99 e a Norma Brasileira de
Contabilidade NBC Técnica de Perícia 01 (NBC TP – 01), emitida pelo conforme
Resolução do CFC 858/99, que tratam da perícia contábil. Em adição a estas foi
aprovado pelo CFC a Resolução 803/96, denominada Código de Ética do
Profissional Contador – CEPC. E representada no Quadro 1 uma síntese dos
principais momentos históricos da perícia contábil no mundo e no Brasil.
Quadro 1: Cronologia Histórica da Perícia Contábil
Período Principais acontecimentos para a Perícia Contábil
A partir do século XIII
Grande desenvolvimento da perícia como instrumento de prova na Grécia, França Inglaterra e Itália.
No ano 1850
I - A perícia surge regulamentada no Brasil pela Lei n.º 556 de 25 de junho de 1850 – Código Comercial (CC)– que estabelece o Juízo Arbitral obrigatório nos casos de abalroação de navios. II - Regulamenta a Resolução CFC n.º 737, de 25 de dezembro de 1850, sobre o funcionamento do perito. Em matéria contábil, é escolhido o profissional formado em aula de Comércio com posse da Carta de Habilitação.
No ano de 1917
Entra em vigor a Lei n.º 3071, de 1º de janeiro de 1916 – Código Civil (CC), que tem entrado a profissão do contador e, consequentemente, a perícia contábil.
No ano de 1939
Entra em vigor o Decreto-Lei n.º 1608, de 18 de setembro de 1939. Definia a participação do perito nas ações judiciais, mais precisamente no campo do direito civil e comercial.
No ano de 1946
Entra em vigor o Decreto-Lei n.º 9295, de 27 de maio de 1946, que define as atribuições do Contador e do Guarda-livros a legislação da perícia contábil.
No ano de 1973
Entra em vigor o Novo Código de Processo Civil, Lei n.º 7270 de 11 de janeiro de 1973. Estabeleceu-se que o perito necessitava de formação universitária.
No final do ano de 2009
O Conselho Federal de Contabilidade aprova as resoluções CFC n.º 1.244/09, que aprova a NBC PP 01 – Perito Contábil e NBC TP 01.
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No ano de 2002
Reforma e publicação do CPC.
Fonte: Aguiar e Souza (2013, p.13)
1.3 Prova Pericial
Vislumbra Sá (2011) que o objetivo é analisar os fatos relativos ao
patrimônio, bens, direito, obrigações e coisas da Pessoa Jurídica ou de Pessoa
Física. Para tal objetivo é indicado pela NBC T 13 que
os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.
Afirma Oliveira (2002) esclarece que é atribuído ao Juiz o livre
convencimento para o cumprimento de sua competência previstas no CPC art. 125,
incisos I a IV,
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela rápida solução do litígio;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça;
IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes.
Magalhães (2009) declara que para atingi-lo, poderá determinar a
produção da prova pericial contábil que entender pertinente à instrução do processo
delineada no artigo 130 do mesmo código.
Hoog (2008) afirma que a prova pericial deve ser verdadeira, é imputado
ao perito as responsabilidade civil e penal por suas manifestações, sendo vedado a
expressão de opinião pessoal sobre o se relata, mantendo-se imparcial
Rocha; e Santos (2004) relatam que o magistrado, uma vez de posse das
prova pericial contábil, não poderá decidir em contrário as provas existentes. Na
hipótese da ocorrência, provocará a anulação da sentença decretada.
É apresentada na Figura 1.2 em ordem cronológica de ocorrência, as
previsões legais aplicadas a prova pericial e sua tramitação do processo.
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Figura 2: Diagrama da Prova Perícia no CPC
Fonte: Maia Neto, Francisco (2005, p. 59)
1.3.1Função da prova pericial
Declara Ornelas (2008) que a função principal da prova pericial é
transformar os fatos referentes ao litígio em verdade formal, em certeza jurídica.
Sá (2011) afirma que a prova pericial tem objetivo de esclarecer dúvidas
técnicas do magistrado acerca da decisão judicial. O Laudo Pericial, por finalidade,
produz efeitos decisórios no processo, e poderá ser adicionado a outras provas
constantes nos autos processuais.
É definido na Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) T 13 no item
13.1.1 que, par a constituição da prova pericial os procedimentos técnicos utilizados
são: “exame, vistoria, investigação, arbitramento, avaliação ou certificação”.
A aplicação da prova pericial atenderá nos termos do artigo 131 do CPC,
ao Juiz que “apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias
Prova Pericial (Art.420 a 422)
Dispensa da Perícia (Art. 427) Dispensa da Perícia (Art. 427)
Nomeação do Perito (Art. 421)
Formação dos Quesitos (Art. 421)
Quesitos Suplementares (Art. 425)
Quesitos Impertinentes (Art. 426)
Indicação de Assistentes Técnicos (Art. 421)
Dispensa do Termo de Compromisso (Art. 422)
Recusa ou Escusa do Perito (Art.432/146/138)
Substituição do Perito (Art. 424)
Proposta e deposito dos Honorários (Art. 433)
Nova Perícia (Art. 437) Prazo para a Entrega do Laudo (Art. 421)
Atuação na Perícia (Art. 429)
Prorrogação do prazo (Art.432)
Entrega do Laudo e Pareceres (Art. 433)
Esclarecimentos (Art. 435)
Inspeção Judicial (Art. 440) Inquirição em Audiência (Art.421)
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constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mas deverá indicar, na
sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento”.
1.4 Tipos de Perícia
Magalhães (2009) declara que a perícia contábil possui espécies
dessemelhantes, que são elas: Perícia Judicial, semi judicial, extra-judicial e arbitral,
devido a amplitude do assunto, não será tratado neste artigo a perícia arbitral e semi
judicial.
1.4.1 Perícia judicial
De acordo Rocha; Santos (2004) admitem que é realizada na tutela do
Poder Judiciário. De acordo com Zanluca (2014) o perito-contador é nomeado pelo
magistrado com o fim de analisar uma determinada causa e após emitir Laudo
Pericial. Souza (2014) salienta que este tipo de perícia é composto de
procedimentos, para a formação da prova pericial. Aguiar; Sousa (2013) declaram
que é aplicada em ações de arbitramento de bens, valores, coisas, direitos,
apuração de haveres e obrigações.
Afirma Rocha; Santos (2004) descrevem é critério obrigatório à condição
legal e técnica para o profissional perito-contador e estar regular com o Conselho
Regional de Contabilidade, e deter além dos conhecimentos teóricos, ser exímio
conhecedor da matéria em litígio.
Determina a NBC T 13, item 13.1.2, que “a perícia contábil judicial é de
competência exclusiva de Contador registrado no Conselho Regional de
Contabilidade”.
1.4.2 Perícia extra-judicial
Observam Rocha e Santos (2004) é aquela realizada fora da tutela do
Poder Judiciário, sem formalidades processuais e judiciais e com capacidade de
produzir efeitos jurídicos.
Zanluca (2014) afirma que é aplicada em ações de apuração de haveres
de herança ou em dissolução de sociedades, na resolução de causas que provocam
perdas e danos, ou em outras situações em que a presença do Poder Judiciário não
é requerida.
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Determina a NBC T 13, item 13.1.2, que “a perícia contábil extra-judicial é
de competência exclusiva de Contador registrado no Conselho Regional de
Contabilidade”.
2 Perícia Contábil e Justiça Brasileira
Para Morais (2000, p. 75, apud AGUIAR; SOUSA, 2013) que a perícia
contábil judicial pode ser demanda nas Instâncias Federais e Estaduais. Na esfera
Federal, a perícia produz prova auxiliar na resolução de “conflitos entre a União ou
com suas entidades vinculadas e os cidadãos e demais entidades privadas”. Para
Souza (2014) na Justiça Estadual, a produção de provas auxilia na solução de
conflitos entre os Estados e Municípios, em litígios envolvendo o Estado e entidades
vinculadas, com os cidadãos e entidades privadas.
Quadro 2: Atribuições da Justiça por fatos jurídicos
Instância Federal Fatos Jurídicos Na Justiça Federal Execução fiscal (INSS, FGTS, Imposto de Rendas e tributos federais
em geral); revisão de financiamentos e ações que a União Nas Varas da Fazenda Pública Estadual e Federal
Perícias que envolvem tributos estaduais e municipais, como ICMS, ISS, IPTU, ITBI.
Justiça do Trabalho Indenizatórias em geral, envolvendo empregadores e patrões.
Nas Varas de Precatórias As execuções para a cobrança de dívidas da Fazenda Pública (União, Estados, Município, Autarquias e fundações de Direito Público).
Instancia Estadual Fatos Jurídicos
Nas Varas Cíveis Estaduais
Anulatória; Anulação de Ato jurídico; Apuração de Haveres; Avaliação de Patrimônio Incorporado; Busca e Apreensão; Cobrança; Con-signação de Pagamentos; Cambiais e Ações Cambiarias – notas promissórias; Cautelar Inominada; Compensação de Créditos; Con-signação de Créditos; Consignação de depósito para pagamentos; Declaratórias; Desapropriação de bens; Despejo; dissolução das so-ciedades; resolução de sociedades empresariais e simples; exclusão de sócios; embargos à execução; Exibição de livros e documentos; extravio e dissipação de bens; Falta de entrega de mercadorias; Fundo de comercio ou empresarial; Impugnação de créditos ou fiscais; Indenização por perdas e danos; execução fiscal; Liquidação de soci-edades empresariais e simples por Lucros Cessantes; Medidas Cau-telares; Monitória; Ordinária de cobrança; Prestação de contas; Pro-dução antecipada de provas; Repetição de indébitos; Revisionais;
Nas Varas Criminais Crimes contra a ordem econômica e tributária; Fraudes e Vícios conta-beis; Crimes falimentares; Lavagem de dinheiro e sonegação;
NasxVarasxdexFalência e Recuperação Judicial
Recuperação judicial preventiva e Suspensiva; Falências; Impugnação de Créditos falimentares;
Nas Varas de Família Avaliações patrimoniais, inventários; Avaliações de pensões alimen-tícias; prestações de contas de inventariantes; divórcios e separação de corpos; Prestação de contas em geral.
Fonte: Aguiar; e Souza (2013, p.26) adaptada
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3 Objeto e Objetivo da Perícia Contábil
De acordo com Resolução CFC n° 1.041(1) de 26 de agosto de 2005,
denominada NBC T 13.6 o objeto da perícia é relato sucinto referente às questões
básicas resultantes da nomeação do perito-contador. Lopes de Sá (2011) afirma que
a perícia deve possuir objeto específico.
A NBC T 13 no item 13.1.1, define que os procedimentos aplicados à
execução da perícia 13.3.3 – o perito-contador deve ater-se ao objeto do trabalho a
ser realizado. Descrevem o Aguiar e Souza (2013) o objetivo da perícia é responder
os quesitos (questionamentos) formulados pelo Juiz e pelas as partes. Sá (2011)
afirma que a evidenciação da verdade do fato decorre da materialização do laudo
pericial contábil.
Para Santos, Zarachinsky et al (2012) são objetivos da perícia contábil:
Objetividade
Precisão
Clareza, o
Fidelidade,
Concisão
Confiabilidade
Plena satisfação da finalidade
Observam ainda os autores que, não poderá haver espaços em branco no
corpo do laudo, rasuras, emendas, pois nesse caso, as ressalvas não são
admissíveis pelo Juiz. Complementam ainda os autores que quanto aos
demonstrativos de cálculos que embasaram sua(s) conclusão (ões), o perito-
contador deve mensurar o cálculo exato com o fim de propiciar que as partes
entendam como os resultados foram alcançados.
4 Legislação e Ética Profissional
Conforme o CFC, órgão máximo normalizador do exercício profissional do
Contador no Brasil, configura-se Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC’s) regras
objetivas de conduta profissional.
O CFC admite que as NBC’c aplicadas ao perito-contador e a perícia são
as descritas na Figura 4:
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Norma Aplicação
NBC TP Perícia Contábil
NBC PP Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais
Resolução 803/96 Código de Ética do Profissional Contador
Figura 4: Legislações Aplicadas ao Perito Contador e a Perícia Contábil Fonte: CFC (2014) adaptada
Disciplinam a atuação e condutas do perito-contador o CPC, Novo Código
de Processo Civil (NCPC) Código Civil (CC), Novo Código Civil (NCC) e Código
Penal (CP). O CPC e o Novo Código de Processo Civil (NCPC) determinam os
procedimentos e competências aduzidos nos artigos 33, 146 e 429 e o NCPC, Lei
outorgada n.º 10.406/ 2002, de 12/01/2002, artigos de nº 1.190 a 1.192. Também
determina as condutas o CC e o NCC artigo 186, 424, 927 e (NCC) artigo 206, inciso
IV, artigo 497, inciso III, artigo 1.117 § 2º, artigo 1.120 §1º, artigo 1.329 e o CP artigo
342, 343, 347 e 357.
Indicada pela NBC PP 01 – salienta que ao cabe ao perito:
não induzir nem justifica a participação ou a conivência com erros ou atos
infringentes às normas profissionais, técnicas e éticas que regem o exercício da
profissão, devendo estar vinculado à busca da verdade fática, a fim de esclarecer o
objeto da perícia de forma técnica-científica e o perito contador assistente para
subsidiar na defesa da parte que o indicou.
Para Ornelas (2011) limitar-se a matéria e pronunciar-se somente adstrito
a questões propostas é conduta meticulosa, eficiente e imparcial do profissional
perito contador.
A NBC PP no item 16, deve o profissional perito-contador nos termos da
legislação vigente e do Código de Ética Profissional do Contabilista, diante de
“situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o perito-contador de exercer,
regularmente, suas funções ou realizar atividade pericial em processo judicial ou
extra-judicial”. No item 18 do normativo aduz é pertinente ao perito-contador
peticionar ao Juiz indicando o motivo impedimento ou justificar a escusa.
Ainda segundo a norma, referente ao sigilo é disposto no item da 25 ao
profissional cabe “deve respeitar e assegurar o sigilo das informações a que teve
acesso” e também deve mantê-lo na hipótese de o profissional se desligar do
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trabalho antes de tê-lo concluído. E no item da 28 notória norma, o perito-contador
deve conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, às quais
está sujeito no momento em que aceita o encargo.
4.1 Responsabilidades do Perito
A NBC PP 01 no item 29 determina que a responsabilidade indica à:
obrigação do perito em respeitar os princípios da moral, da ética e do direito, atuando com lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas atividades, sob pena de responder civil, criminal, ética e profissio-nalmente por seus atos.
Ao perito-contador é prescrito diversas responsabilidades, dentre elas
destacam-se: a responsabilidade civil apresentada no CPC, Código Civil (CC)e a
responsabilidade penal do perito-contador prevista no Código Penal (CP).
No CPC art. 186 e 187 a previsão legal ato ilícito concernente à
responsabilidade civil é:
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou so-cial, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
No (CC), caput do art. 927 e parágrafo único aduzem determinando a
obrigação de reparar:
“aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.
Para Noronha (2002, apud de Oliveira, 2005) à responsabilidade civil
abrange tanto a obrigação de reparar danos decorrentes de inadimplemento, de má
execução ou de atraso no cumprimento de obrigações negociais como a resultante
15
de violação de outros direitos alheios, sejam eles absolutos ou meros direitos de
crédito.
Conforme o Código Penal (CP) art. 13 é imputada a responsabilidade
penal ao perito-contador. Observa-se, a conduta profissional na execução dos
trabalhos periciais. O referido artigo aduz “o resultado, de que depende a existência
do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação
ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”.
Para Martins (2008), nas responsabilidades civil e penal é considerado, o
cumprimento do encargo nos termos e prazo estabelecidos pela lei e ou pelo juiz.
Logo, estes são atributos indissociáveis ao expert.
5 Laudo Pericial
As Normas Brasileiras de contabilidade – NBC T 13 no item 13.5.1
estabelece que o laudo pericial é:
uma peça escrita na qual o perito-contador deve ser expressa, de forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objetivo da perícia, os estudos e as observações que realizou, as diligências realizadas, os critérios adotadas e os resultados fundamentados, e as suas conclusões.
Pires (2008) declara em sua obra que os laudos periciais precisam
apresentar o que lhes é próprio e peculiar, tratando com objetividade e clareza as
informações constates nos autos. D’Auria (1962, apud. Pires) denomina “requisitos
essenciais” aqueles que expõe o núcleo do conteúdo de uma peça técnica.
Logo, Hoog (2008) afirma que, a responsabilidade processual do laudo
exige o cumprimento de atributos, sem os quais o trabalho pericial não alcança o
objeto central de sua motivação, que ultrapassa a prestação de informações ao Juiz,
valida, conferindo certeza jurídica as informações alvo da causa em juízo.
Para Sá (2002) esclarece os requisitos mínimos para a elaboração de um
laudo sob dois aspectos: materialização do trabalho pericial desenvolvido pelo
perito-contador; e a própria prova pericial.
Conforme Alberto Filho (2008) declara que é relevante o planejamento e
organização do laudo pericial e trabalhos técnicos, parametrizando a época dos
fatos narrados nos autos e atendo-se ao objeto da perícia. Aduz Rocha; Santos
(2004) que inteirar-se desses aspectos mediante a leitura atenta dos autos do
16
processo, em especial de duas peças: a petição inicial e a contestação e análise dos
documentos juntados pelas partes.
No Anexo A esta disponível o um modelo de Laudo Pericial de Contratos
de Financiamento (Leasing) de veículos e nos Anexos 1, 2 e 3 os cálculos e
recálculos do financiamento seguindo o molde doutrinário.
6 ANÁLISE DE RESULTADOS
Para a pesquisa quantitativa e de campo foi elaborado questionário com
10 questões. Estes questionários foram aplicados aos magistrados atuantes na
Comarca de Goiânia, no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal. O
objetivo da aplicação do método foi identificar a percepção dos magistrados atuantes
nesta Comarca referente ao profissional Perito- Contador. O período de aplicação da
pesquisa foi 30 de outubro a 03 de novembro de 2014. No Anexo B é representado
os dados da pesquisa e questionário aplicado.
A população de juízes atuantes na comarca de Goiânia é 20 (vinte)
magistrados. Dentre estes, no Fórum consta 15 (quinze) magistrados e no prédio da
Justiça Federal 5 (cinco) juízes.
Gráfico 1: População
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
A Amostra selecionada demonstra que 5 (cinco) magistrados nas Varas
Civis e 2 (dois) nas Instâncias Federais, num total de 7 magistrados. Este número
corresponde a 35% (trinta e cinco por cento) do total da população de juízes
participantes da pesquisa.
Gráfico 2: Amostra
75% 25% 0%
50%
100%
Instância Estadual Instância Federal
% d
as R
esp
ost
a
População
Instância Estadual
Instância Federal
71% 29% 0%
50%
100%
Instância Estadual Instância Federal
% d
as R
esp
ost
as
Amostra
Instância Estadual
Instância Federal
17
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal Os dados coletados apontaram que é 57% dos membros do judiciário são
do sexo masculino e 43% do sexo feminino.
Gráfico 3: Sexo
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
Os participantes responderam que 57% (cinquenta e sete por cento)
estão na faixa etária de 46 a 56 anos e 14% (quatorze por cento) respondem com
idade entre 35 a 45 anos.
Gráfico 4: Faixa Etária
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
Assim, o magistrado atuante na Comarca de Goiânia revela-se mais
atuante na Instância Estadual com 71% (setenta e nove por cento) na Justiça
Federal o percentual foi de 29% (vinte e nove por cento).
Gráfico 5: Atuação na área judicial
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
57% 43% 0%
50%
100%
Masculino Feminino
% R
esp
ost
as
Sexo
Masculino
Feminino
29% 14% 57%
0% 0%
20%
40%
60%
De 25 a 34anos
De 35 a 45anos
De 46 a56anos
Acima de 56anos
% d
e R
esp
ost
as
Faixa Etária
De 25 a 34 anos
De 35 a 45 anos
De 46 a56 anos
71% 29% 0%
100%
Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury Instância Federal
% d
as
Re
spo
stas
1- Em qual área judicial Vossa Excelência atua?
Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury
Instância Federal
18
Estes magistrados assinaram que atuam por mais de 6 (seis) anos e
29% (vinte e nove por cento) deles afirmaram que já atuam por um período de 1 a
5 anos.
Gráfico 6: Tempo de atuação
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
No critério de escolha do perito-contador, os juízes responderam com
unanimidade com 100% (cem por cento) de preferência a profissional com espe-
cializado e com experiência na matéria em litígio.
Gráfico 7: Escolha do Perito-Contador
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
Em relação às ações que mais demandam perícia contábil, o corpo de
magistrados responderam que 43% (quarenta e três por cento) é demandada para
ações na Instância Estadual, 29% (vinte e nove por cento) nas ações da Instância
Federal e 29% (vinte e nove por cento) responderam também demanda para ações
Trabalhista e Ações relativas a Contratos.
Gráfico 8: Demanda de perícia contábil
0% 29% 71% 0%
100%
De 0 a 12 meses De 1 ano a 5 anos Acima de 6 anos
% d
as
Re
spo
stas
2- Atua na área há quanto tempo?
De 0 a 12 meses
De 1 ano a 5 anos
Acima de 6 anos
0% 100%
0% 0%
50%
100%
150%
Educação Continuada Especialização eexperiência na
matéria em litígio
Indicação demagistradosrenomados
% d
as R
esp
ost
as
3- Quais acondições importam na sua escolha de nomeação do Perito Contador em casos de perícia contábil?
Especialização e experiêncina matéria em litígio
29% 43% 29% 0%
10%20%30%40%50%
Ações na instânciaFederal
Ações na instânciaEstadual
Ações Trabalhista eAções relativas a
Contratos
% d
as R
esp
ost
as
4- Em qual ação é mais demanda perícia contábil?
Ações na instância Federal
Ações na instância Estadual
Ações Trabalhista e Açõesrelativas a Contratos
19
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
No quesito satisfação com os trabalhos periciais apresentados, também
ocorreu unanimidade positiva, e ao solicitarem esclarecimentos dos trabalhos
periciais as respostas referente à atuação do perito-contador foram 86% (oitenta e
seis por cento) para adequada e suficiente e 14% (quatorze por cento) para omissa
e imprecisa.
Gráfico 9: A percepção dos trabalhos periciais
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
Em detrimento ao tipo de perito-contador ideal as afirmações
representaram 100% (cem por cento) de aprovação para profissional experiente,
pontual e zeloso e a mesma resposta forneceram os magistrados, quanto à
satisfação com a quantidade de mão de obra disponível em Goiás.
Gráfico 10: Perito-Contador ideal?
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
100%
0% 0% 0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Relevantes Insuficientes ou omissos Auxiliam parcialmente nadecisão judicial (sentença)
% d
as R
esp
ost
as
5- Quanto à satisfação com os trabalhos periciais apresentados na dissolução da lide, eles são?
Série1
100%
0% 0% 0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
Experiente,pontual e zeloso
Qualificado einexperiente
Com reputaçãoilibada eindicação
% d
as R
esp
ost
as
7- Qual é o tipo ideal de Perito Contador?
Experiente,pontual ezeloso
Relevante
20
Na avaliação geral os Juízes responderam que são 71% (setenta e um
por cento) bons e 29% (vinte e nove por cento) que são ótimos os profissionais
peritos-contadores na Comarca de Goiânia.
Gráfico 11: Avaliação do Perito-Contador
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
E indicaram como ponto de melhoria 71% (setenta e um por cento)
aprimorar as técnicas periciais e conhecer mais o funcionamento da justiça, 14%
(quatorze por cento) sugeriram mais densidade nos cursos de especialização e
educação continuada e ainda 14% (quatorze por cento) solicitam adaptação da
linguagem do laudo para os operadores da justiça.
Gráfico 12: Pontos de melhoria
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
Em relação à autorização para divulgar o nome, 14% dos magistrados
consentiram e 86% não autorizaram.
71% 14% 14%
0%
20%
40%
60%
80%
% d
as R
esp
ost
a
10- Qual melhoria Vossa Excelência indica a atuação do profissional Perito Contador?
Aprimorar as técnicaspericiais e conhecer mais ofuncionamento da justiça
Mais densidade nos cursosde especialização eeducação continuada
Outros: Adapatar alinguagem do laudo paraos operadores da justiça.
29%
71%
0% 0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Ótimo Bom Regular
% d
as R
esp
ost
as
9- Qual é a sua avaliação do Perito Contador?
Ótimo
Bom
Regular
21
Gráfico 13: Divulgação do nome
Fonte: Magistrados atuantes no Fórum Dr. Heitor Moraes Fleury e Justiça Federal
7 METODOLOGIA
O presente estudo aborda a contribuição da perícia contábil na tomada de
decisão judicial com destaque a aplicação dos procedimentos pericias e atuação
imparcial do profissional perito-contador.
Para Sá (2011), Alberto Filho (2008) e Aguiar; e Souza (2013), a perícia
contábil é uma habilidade desenvolvida ao longo da vida, através do saber e da
prática a trabalhos realizados, tornando-se especialista na produção de provas ao
Juiz, auxiliando a tomada de decisão judicial .Para isso, cabe ao profissional perito
contador manter-se atualizado as nova tecnologias do quotidiano.
No formato de pesquisa qualitativa, bibliografia e de campo com o intuito
de responder a problemática e objetivos propostos foi utilizado como base para este
artigo, foram: documentos, teses, monografias, artigos eletrônico e legislação
pertinente numa busca temporal e histórica de publicações que tratam do assunto.
De acordo com Lakatos (2003, p. 227) pesquisa bibliográfica apresentada
no projeto de pesquisa, abrange o estudo de livros, artigos, publicações e
documentos utilizados, nas diferentes fases: metodologia da pesquisa, instrumental
teórico e revisão da bibliografia.
8 CONSIDERAÇÕES
A presente pesquisa teve como problemática “qual é a contribuição da
perícia contábil na tomada de decisão judicial?”. A perícia contábil foi considerada
14%
86%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Sim Não
% d
as R
esp
ost
as
Autoriza divulgar seu nome?
Sim
Não
22
relevante na tomada de decisão judicial. Por seus procedimentos e técnicas
específicas destinam-se a buscar a verdade real constantes nos autos processuais,
para auxiliar o magistrado na arguição de decisão ou sentença.
As hipóteses de respostas aos objetivos específicos são, o uso dos
procedimentos periciais a matéria litigiosa em conformidade com a legislação
pertinente. Na etapa de manifestação do perito contador a rigor das normas éticas
pertinente, é importante pautar pela imparcialidade na apresentação do Laudo
Pericial com respostas objetivas aos quesitos formulados pelo Juiz e pelas partes. A
contribuição da perícia neste molde, a sugere como meio de prova legal e técnica
auxiliando na tomada de decisão judicial.
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