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NOS TRILHOS DO PATRIMÔNIO: TRENS TURÍSTICOS- IMPULSIONANDO O

TURISMO E A MALHA FERROVIÁRIA NO BRASIL

EDRA, F.P.M. 1

FONSECA, L.R. 2

NUNES, P.S. 3

Universidade Federal Fluminense

RESUMO

O setor ferroviário no Brasil para passageiros ficou reduzido a poucas opções de trens de longa distância e aos trens turísticos após a privatização da malha ferroviária no final dos anos 90. As operadoras de trens turísticos e culturais são gerenciadas tanto pela iniciativa privada, quanto pelo poder público e organizações não governamentais; fato este que possibilita uma sensível dificuldade em fomentar sua representatividade no cenário turístico, tendo em vista os números e previsões de crescimento do turismo no Brasil. O objetivo geral desse trabalho é apresentar os trens turísticos como uma opção de lazer e turismo que possibilitará uma nova era para o transporte ferroviário brasileiro. A metodologia da pesquisa baseia-se em uma revisão bibliográfica e na coleta de dados de diversas fontes buscando mostrar o trem como uma alternativa diferenciada de meios de transporte e consolidá-lo como produto turístico motivador de deslocamentos.

PALAVRAS-CHAVE:turismo, trens turísticos, deslocamentos.

ABSTRACT

The rail industry for passengers in Brazil was reduced to few options of long distance trains and touristic trains after the privatization of the rail network on the end of the 90'. The touristic and cultural trains business are managed either by the private sector or by the public sector and non-governmental organizations; fact that makes a little difficult to get a hard representativeness in the touristic scenario, been aware of the numbers and forecasts of the tourism growth in Brazil. The general point of this work is to present the touristic trains as an option of leisure and tourism that will make possible a new era of the brazilian rail transportation. The methodology of the research is based on a bibliographic review and on a collecting data of multiple sources that shows the train as a choice of means of transportation e consolidate it as a touristic product motivator of travel.

KEYWORDS: tourism, touristic trains, travel.

1. INTRODUÇÃO

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No século XIX deu-se o boom ferroviário decorrente do processo internacional de industrialização, sendo a Inglaterra como a principal agente condutora desse fenômeno de larga e profunda reestruturação socioeconômica sem precedentes históricos. 4 Um dos acontecimentos gerados com o advento da Revolução Industrial foi a invenção das locomotivas à vapor, dentre elas o trem, que teve um significado especial na vida da sociedade do início da era moderna.

Tecnicamente descrito como “meio de transporte de rota fixa sobre trilhos de aço nivelados em dormentes horizontais únicas” 5, a invenção do sistema de transporte ferroviário é, reconhecidamente, um dos maiores determinantes para as mudanças que a Revolução Industrial proporcionou, uma vez que possibilitou escoamento eficaz da produção.

A descoberta da máquina à vapor e a construção dos trilhos ferroviários proporcionaram também ao turismo a facilidade de deslocamento espacial necessário a sua realização. “A era das ferrovias testemunhou a primeira grande explosão na demanda pelas viagens, provocando grandes efeitos no país, na economia e nos hábitos sociais” 6. É possível que a locomotiva desenvolvida na época tenha povoado a imaginação do homem, transformando o trem em um símbolo de libertação, afinal era a locomotiva que possibilitaria o deslocamento para onde viajante desejasse estar.

Foi a partir das ferrovias que o turismo viveu seu segundo grande momento, denominado por LICKORISH, L.J., JENKINS, C. L. (2000), como “era das ferrovias”. Contudo, em meados do século XX o transporte ferroviário entra em declínio e perde espaço para as rodovias, que nasciam como promessa de maiores lucros para a sociedade. De acordo com FRAGA, C.C.L., SANTOS, M.S.P. (2007a) apud Paolillo e Rejowsky (2001) após a privatização da malha ferroviária no final da década de 90 no Brasil, o transporte de passageiros ficou reduzido a duas opções de trens de longa distância, operados pela antiga Companhia Vale do Rio Doce (atual VALE); pelos trens de subúrbio, operados pela Companhia Brasileira de Transporte Urbano e aos trens turísticos que são gerenciadas tanto pela iniciativa privada quanto pelo poder público e organizações não-governamentais, fato este que reverbera em uma sensível dificuldade na ordenação dos dados sobre o setor e sua representatividade no cenário turístico e ferroviário.

A justificativa do estudo é mostrar os trens turísticos como uma alternativa diferenciada nas opções de lazer e turismo consolidando-o como produto cultural e turístico, uma vez que a OMT (Organização Mundial de Turismo) prevê um incremento do setor com o Plano Nacional de Turismo.

O objetivo geral deste trabalho é compilar dados e informações a fim de fomentar a utilização dos trens turísticos e culturais nas práticas de turismo e lazer, mostrá-los como agentes motivadores de deslocamentos capazes de trazer as ferrovias a uma nova fase se utilizado de maneira eficiente a Interpretação do Patrimônio.

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2. TURISMO E FERROVIAS: ONTEM E HOJE

Nos atribulados dias dos grandes centros urbanos, avistar uma Maria Fumaça 7. virou uma cena quase que impossível. Por nossa falta de hábito em relação a este meio de transporte e também a escassa oferta de trens de passageiros, pensar em fazer um passeio ou uma viagem a bordo de um trem é um tanto que difícil nos dias atuais.

Apesar de sua pouca utilização, o advento do trem de passageiros pode ser considerado um dos marcos fundamentais para o quê o turismo é hoje, já que a concepção de se transportar grande número de viajantes para um mesmo destino, de uma vez só, se iniciou com os próprios trens. FOI COM THOMAS COOK (Dissertar sobre) Fazer um passeio de trem é realmente visitar o que no passado se chamava de “viagens organizadas” e que deu origem ao que é a atividade turística hoje.

Apesar de ainda ser pouco utilizado no Brasil em relação ao seu potencial, o trem é uma das opções de transportes mais utilizadas no mundo. Com o surgimento de organizações não governamentais, associações e com a comemoração dos 150 anos da ferrovia no Brasil (dissertar sobre, é válido?), estão nascendo projetos cada vez maiores para recuperarem trechos inativos e até, onde há condições, implantar novos trens turísticos.

Visando aumentar a representatividade do setor e a oferta de passeios com trens turísticos e culturais, nasceu a ABOTTC (Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais) onde sua missão é “representar os interesses das operadoras de trens turístico-culturais, promovendo o crescimento e desenvolvimento do setor, levando a um incremento nas atividades turísticas nacionais através do estímulo do uso de trens turístico-culturais em operação.” 8

Segundo Fraga e Santos (2007b) a ABOTTC em 2003 registrou um dado expressivo sobre o setor; foram mais de 1,5 milhões de passageiros transportados, número este que deve crescer com a implantação do Programa de Regionalização do Turismo, parte integrante do Plano Nacional do Turismo, que prevê para o Brasil um aumento significativo de turistas internacionais, e a fomentação do turismo doméstico. Tal programa impulsionará o setor e conseqüentemente aumentará o número de turistas, fato este que demanda alternativas diferenciadas de opções de lazer, sendo uma delas a consolidação dos trens como produto sustentável turisticamente.

Sejam trens panorâmicos ou marias-fumaça, carregadas de uma nostalgia que lhes é particular, como cita Palhares (2002); pode-se confiar aos trens turísticos uma potencialidade para fazer com que o transporte ferroviário renasça, impulsionando a prática turística e a malha ferroviária brasileira.

Números do turismo no Brasil para dar sustentação ao fomento de trens turísticos.

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3. INTERPRETAÇÃO DO PATRIMÔNIO E OS TRENS TURÍSTICOS

O Brasil é repleto de Patrimônios histórico-culturais com potencialidade turística. Não só o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), como também a UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) percebem esse potencial e listam os mesmos para proteção e manutenção.

No entanto, atualmente o IPHAN não tem declarado um só trem como patrimônio histórico-cultural e somente uma estação ferroviária, que seria a de Lassance em Minas Gerais. Porém, tanto o IPHAN quanta a UNESCO reconhecem a cidade de Ouro Preto, berço da Maria-fumaça Mariana, como patrimônio material brasileiro e mundial, respectivamente.

A interpretação do Patrimônio não é só uma forma capaz de aumentar os dividendos turísticos, como também é uma forma de atingir o maior número de pessoas possível com a cultura, a história e a beleza de um lugar ou coisa. A Maria-fumaça Mariana, que une a cidade histórica de Ouro Preto – MG com a também tombada cidade de Mariana – MG é um típico exemplo de interpretação do Patrimônio.

Ferrovias e trens são os testemunhos das atividades industriais brasileiras e por isso fazem parte do patrimônio histórico de nosso país. Além da importância histórica, em muitos casos os meios de transporte deixam de fazer mero papel de instrumentos de locomoção para assumirem o patamar da própria experiência turística e de lazer, tornando-se em alguns casos, como aponta Page (2001), o próprio atrativo turístico.

O Trem do Vinho, por exemplo, faz parte de um percurso já conhecido pelo turismo: o percurso das Serras Gaúchas, que com seu charme, clima e vinícolas locais já é um dos grandes roteiros brasileiros. Por meio da interpretação do Patrimônio e a afirmativa supracitada de Page (2001), é razoável dizer que um turista, hoje, pode viajar para as serras gaúchas com o intuito de vivenciar o Trem do Vinho e não as Serras Gaúchas em si.

Os trens turísticos não só promovem o turismo cultural na região, mas também fazem um trabalho de conscientização das novas gerações em relação ao patrimônio local e impulsionam os órgãos necessários para a conservação, recuperação e divulgação deste patrimônio.

4. OFERTA DE TRENS TURÍSTICO-CULTURAIS NO BRASIL

De acordo com o site da ABOTTC existem oficialmente credenciados em sua entidade 17 trens, conforme mostra a tabela 1.

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Tabela 1: Trens Turísticos afiliados à ABOTTC

(futuramente colocaremos a tabela aqui)

A entidade incentiva a implantação e turistificação1 de novos trechos, isto é, que as ferrovias em operação ou em vista de operar trabalhem o complexo ferroviário não só como um componente dos transportes, mas a via, a força motriz e o terminal como um atrativo turístico.

Analisarmos quatro trens que não foram citados na tabela afim de mapear itinerários, freqüência de viagens, preços e diferenciais da oferta de trens turísticos no Brasil,

3.1. Estrada de Ferro Curitiba – Paranaguá

Estrada de Ferro Curitiba – Paranaguá (Serra Verde Express)Fonte: http://www.brasilviagem.com/materia/?CodMateria=7 (Acessado em 20 de junho, às 9:15 a.m.)

A Estrada de Ferro Curitiba – Paranaguá, criada em 1880, é hoje uma das mais famosas do Brasil. Construída sobre a Serra do Mar, teve de vencer grandiosos obstáculos do relevo que pareciam ser impossíveis de se realizar para a construção de sua linha férrea. A linha ainda hoje, em seus 110 quilômetros de extensão que descem os 900 metros da serra, guarda alguns trechos originais.

O ponto de partida é a Estação Ferroviária de Curitiba, onde a empresa Serra Verde administra os passeios. O trajeto vai até Paranaguá e promete aos passageiros uma viagem inesquecível: São 14 locais desde pontes, túneis, estações e cachoeiras que fazem do passeio um diferencial. O trem funciona todos os dias e cada vagão possui um preço diferente, conforme mostra a tabela 1.

1 O termo turistificação é um neologismo criado pelo palestrante motivacional Stephen Kanitz em seu artigo “Turismo: “Turistificar” o Brasil”, veiculado na Revista Veja do dia 19 de janeiro de 2000.

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TIPOS DE VAGÃOADULTO

(IDA E VOLTA)CRIANÇA*

(IDA E VOLTA)

Econômico R$ 50,00 R$ 50,00

Turístico R$ 89,00 R$ 75,00

Executivo ou Camarote R$ 138,00 R$ 78,00

Camarote Exclusivo(Até 06 pessoas)

R$ 496,00 R$ 311,00

Litorina R$ 221,00 R$ 100,00* de 3 a 12 anos. Até 2 anos gratuidade total (exceto seguro opcional). De 2 até 5 anos gratuidade desde que não ocupem assento (exceto seguro opcional).

Tabela 1 - Tarifas da Companhia Serra Verde Express para o percurso Curitiba - Paranaguá – Curitiba:

3.2. Trem do Corcovado

Estrada de Ferro do Corcovado (Trem do Corcovado)Fonte: http://www.brasilviagem.com/materia/?CodMateria=7 (Acessado em 20 de junho, às 10:12 a.m.)

Muitos turistas que vão conhecer o Cristo Redentor no Rio de Janeiro fazem o percurso pela centenária Estrada de Ferro do Corcovado, o passeio turístico mais antigo do país. Pesando 36,8 toneladas, o Trem do Corcovado leva o passageiro a um passeio através da história do Brasil.

O trem atravessa a maior floresta urbana do mundo: o Parque Nacional da Tijuca, um pedaço da mata atlântica que é considerado um exemplo de preservação da natureza.

O Trem do Corcovado funciona todos os dias das 8:30h às 18h30h e têm saídas a cada meia hora, e os vagões tem capacidade para 360 pessoas. A duração da viagem é de

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cerca de 20 minutos e o preço do passeio custa R$ 36,00, ida e volta. Crianças até 5 anos no colo não pagam e até 12, pagam R$ 18,00.

3.3. Trem de Mariana

3.4. Trem do Vinho

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É bem verdade que todo o potencial ferroviário do Brasil ainda tem muito a se desenvolver, principalmente no que tange as iniciativas de melhor se aproveitarem as preciosas malhas ferroviárias que temos espalhadas, transformando-as em atrações turísticas histórico-culturais, além, é claro, também como meios de transporte.

As previsões de crescimento da prática turística demandam soluções rápidas, e novos atrativos turísticos para atender esta nova demanda que está por vir.

A utilização dos trens como solução é viável e pertinente, uma vez que fazer um passeio em um trem turístico é mais do que usar um meio de transporte; é viajar pelo tempo. É como sair do século XXI e embarcar rumo aos primeiros anos de 1900 e apesar de o passeio ter findado, a emoção não se dissipa, perdurando no imaginário do visitante.

Outras pesquisas que gerem a identificação e a organização da oferta de trens turísticos também contribuirão decisivamente para o desenvolvimento do setor e poderão torná-los sustentáveis em sua comercialização, podendo representar para a malha ferroviária brasileira um salto para o renascimento das ferrovias.6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABOTTC – Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turístico-Culturais.

http://www.abottc.com.br (acesso em 05 de maio de 2008).

ANDRADE, José Vicente de. (1995). Turismo: Fundamentos e Dimensões. Editora Ática, São Paulo.

ANPF – Associação Brasileira de Preservação Ferroviária.

http://www.anpf.com.br/turismo_ferroviario_int.htm (acesso em 06 de maio de 2008).

ANTT – Associação Nacional de Transportes Terrestres. http://www.antt.gov.br (acesso em 10 de

maio de 2008)

BENI, Mário Carlos. (2005). Análise Estrutural do Turismo. Senac, São Paulo.

Brasil Viagem - http://www.brasilviagem.com.br (acesso em 20 de junho de 2008)

Corcovado - http://www.corcovado.com.br (acesso em 17 de junho de 2008)

DI RONÁ, Ronaldo. (2002). Transportes e Turismo. Manole, São Paulo.

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FRAGA, C.C.L., SANTOS, M.S.P. (2007a). Oferta de Trens Turísticos e Culturais. Anais do V “Rio de

Transportes”, Rio de Janeiro.

FRAGA, C.C.L., SANTOS, M.S.P. (2007b). Sustentabilidade Turística para Trens no Brasil. Anais do

V “Rio de Transportes”, Rio de Janeiro.

KEMP, Tom. (1985). A Revolução Industrial na Europa no Século XIX. Edições 70, Portugal.

LICKORISH, L.J., JENKINS, C. L. (2000). Introdução ao Turismo. Elsevier, Rio de Janeiro.

PAGE, S.J. (2001). Transporte e Turismo. Boockman, Rio Grande do Sul.

PALHARES, G.L. (2002). Transportes Turísticos. Aleph, São Paulo.

RIOTUR - http://www.riodejaneiro-turismo.com.br (acesso em 25 de maio de 2008)

Serra Verde Express - http://www.serraverdeexpress.com.br (acesso em 20 de junho de 2008)

Trem do Forró - http://www.tremdoforro.com.br (acesso em 18 de maio de 2008)

Matérias interessantes

Trens turísticos são a nova tendência do mercado brasileiro Transporte

Sex, 27 de Junho de 2008 15:02

Priscila Marotti / JT

Durante o I Workshop Latino-Americano de Trens Turísticos, que acontece entre os dias 26 e 28 de junho, em

Curitiba, empresários do setor comemoram o significativo crescimento do turismo ferroviário no Brasil. A chegada de

15 novos trens nos próximos dois anos, os investimentos feitos por grandes empresas na restauração da malha

ferroviária e o sucesso do recém-inaugurado trem de luxo brasileiro, Great Brazil Express, são alguns dos fatores

que levaram à realização do evento.

Segundo o presidente da Abottc (Associação Brasileira de Operadoras de Trens Turísticos), Sávio Neves, só no ano

de 2007 mais de três milhões de passageiros fizeram passeios pelo meio de transporte ferroviário no Brasil, o que

gerou cerca de R$ 10 milhões aos profissionais. “O trem vem sendo reconhecido como uma alternativa prática e

eficiente de se fazer turismo. O surgimento do Great Brazil Express traduz essa nova fase”, diz.

 

Neves também cita dois fatores que facilitaram o desenvolvimento do turismo ferroviário no País: a constante

discussão sobre a falta de infra-estrutura da malha aérea e o mau estado das rodovias federais. “O trem surge como

uma maneira de contornar estes problemas. Além de alcançar a velocidade de aviões, com o trem-bala, esse meio

proporciona não só o deslocamento de um local para outro, mas um belo passeio, onde o turista pode aproveitar a

viagem em si”.

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No workshop também foi criado um grupo, que abrange 12 países, para discutir o desenvolvimento dos trens

turísticos na América Latina. “A proposta é realizar reuniões do grupo periodicamente, a fim de trocar experiências,

discutir projetos e desenvolver novas técnicas”, explica o secretário geral da Alaf (Asociación Latinoamericana de

Ferrocarriles), Jaime Valencia.

O evento, que tem o objetivo de proporcionar conhecimento detalhado sobre programas turísticos ferroviários através

de workshops, seminários e palestras, também contou com a presença do diretor-comercial da Serra Verde Express

– empresa responsável pelo Great Brazil Express – Adonai Arruda Filho, e do presidente da Estrada de Ferro Paraná

Oeste (Ferroeste), Samuel Gomes, além de profissionais do Paraguai, Peru, Argentina e outros países da América

do Sul.

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http://www.jornaldeturismo.com.br/noticias/21-transporte/16824-trensturisticosnovatendenciadomercado.html

FALTA DE COERENCIA E ORDENAÇÃO DE DADOS (INFO) – CONCLUSÃO CITAR NO CORPO DA OFERTA A QUANTIDADE DE TRENS REGISTRADOS NA

ANTT, ABPF E ABOTTCMaria fumaça chega para incrementar turismo

ecológico  

Matéria postada em 14/01/2008 às 12:23:10 PM

Conceição da Barra - O município de Conceição da Barra vislumbra o desenvolvimento de um projeto de turismo ecológico com a chegada neste sábado, da locomotiva Maria Fumaça (foto), totalmente reformada. Até a década de 70, quando parou de funcionar com o fim do ciclo da madeira, a locomotiva possibilitava o transporte de madeira do local denomiado Paiol, a cinco quilômetros da sede, onde as peças eram embarcadas em navios e transportadas para outros centros do país.

Agora, com a máquina voltando a entrar em circulação, o projeto tem um objetivo ainda maior: o incentivo ao turísmo ecológico, mas para isso, de acordo com o secretário de Desenvolvimento

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Econômico, Albino Dias Machado, vai ser preciso o município buscar parecerias ao longo de 2008 para que no verão de 2009 sejam implantados passeios da sede até o entorno do Parque Estadual de Itaúnas. "A linha será implantada no entorno do Parque Estadual de Itaúnas para passeio turístico ecológico", adianta.

Até o carnaval a locomotiva ficará em exposição no pátio da Prefeitura, no centro, oportunidade que turistase moradores terão condições de visitá-la. "É um sonho que muitos prefeitos bislumbraram, mas que agora está sendo realizado", resumiu o prefeito Manoel Pereira da Fonseca.

A reforma da locomotiva Maria Fumaça teve um custo de R$ 150 mil, dentro de um estudo que incluiu a formatação do projeto turístico. "A finalidade da primeira etapa é mostrar aos futuros parceiros o que é o projeto e sua viabilidade", lembrou Albino adiantando que a partir de agora começa a segunda etapa que é buscar parcerias com a iniciativa privada, governos estadual e federal para implantação da linha férrea e estações de embarque e desembarque, resgatando o trecho histórico de cinco quilômetros da atual serraria na sede do município até o local denominado Paiol nas margens do rio Itaunas, na área Parque Estadual de Itaunas.

Para fazer a reforma e o estudo de viabilidade foi feita uma parceria do município com a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), de Campinas, São Paulo. A reforma foi feita na cidade de Votarantim onde está localizada uma empresa associada à ABPF para onde as peças que sobraram da antiga máquina foram mandadas pela prefeitura de Conceição da Barra no dia 8 de junho de 2007.

"Enquanto não for construída a linha férrea a máquina vai ficar em exposição na antiga serraria, local em que será implantado um Centro Cultural e a estação de partida da locomotiva, na chegada da cidade, no bairro Guaxindiba", informou Albino, lembrando que o projeto é a realização do sonho do prefeito e da população de Conceição da Barra, e o início do resgate cultural de Conceição da Barra, acrescentou.

Histórico da ferrovia em Conceição da Barra

A ferrovia que funcionou em Conceição da Barra - foi paralisada na década de 70 com o fim do ciclo da madeira -, teve como origem a necessidade de extração da madeira numa época em que eram inexistente ou precárias as rodovias na região. As toras cortdas eram lançadas no Rio Itaúnas, sendo amarradas em balsas que desciam a correnteza até o local denominado Paiol, na sede, onde o rio forma um cotovelo.

Nesse ponto um guindastre montado em base de pedras içava as toras e as carregava em pranchas ferroviárias, formando-se uma composição que, tracionada por uma pequena locomotiva a vapor,

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muito provavelmente em bitoa de 60 centímetros e fabricação francesa Decauville ou equivalente, levava o carregamento a cerca de seis quilômetros de distância até a Serraria Pai João.

Na serraria as toras eram cortadas e novamente embarcadas nas pranchas ferroviárias para serem transportadas até o cais localizado na foz do rio Cricaré, próximo ao centro de Conceição da Barra, dali enviadas por navios de cabotagem para os principais centros consumidores e de exportação na região Sudeste.

Com o desmatamento e a necessidade de unir o Brasil de Norte a Sul por via rodoviária, começou a ser aberta a BR-101. A chegada da rodovia ao Norte do Espírito Santo determinou a paralisação da ferrovia, que se tornou desnecessária. Na mesma época foram desativadas também as instalações dos portos e logo a suir a serraria.

Ao final do ciclo da madeira no Norte capixaba, a ferrovia foi totalmente erradicada, sendo retiradas todas as linhas, instalações físicas e o material rodante e de tração (vagões pranchas e locomotivas), restando como herança apenas o antigo leito e a antiga serraria, depois transformada em oficina pela Prefeitura Municipal.

Com o objetivo de reativar a ferrovia com fins de utilização turística, histórica e cultural, foi adquirida a Usina Pureza, em São Fidelis, Rio de Janeiro, na década de 1980 uma locomotiva a vapor, que desde entou ficou guardada na oficina da Prefeitura na antiga serraria, esperando a oportunidade para ser restaurada e colocada em plena operação.

Trata-se de uma locomotiva de bitola 80 centímetros, de fabricação alemã Orenstein & Koppel, com a configuração de rodas 0-60T+T, equipada com tender extra, que era utilizada anteriormente para o transporte de cana na usina

Quem é a ABPF

A Associação Brasileira de Preservação Feroviária (ABPF) foi fundada em 1977 e opera ferrovias a vapor regularmente desde 1984. A primeira delas foi a Viação Férrea Campinhas-Jaguaraúna na cidade de Campinas, São Paulo, onde se situa a sede nacional da entidade.

Operou, ainda, o Trem do Imigrante, em São Paulo, Capital, o Trem das Águas, entre São Lourenço e Soledade de Minas, em Minas Gerais, o Trem da Serra da Mantigueira, entre Passa Quatro e Coronel Fulgência, Minas Gerais, o Trem da Serra do Mar, entre Rio Negrinho e Rio Natal, Santa Catarina, o Trem das Termas, entre Piratuba, Santa Catarina e Marcelino Ramos, Rio Grande do Sul, o Trem da História, em Tubarão, Santa Catarina, o Trem do Contestado, na ferrovia do Contestado, em Santa Catarina e o Trem Princesa Isabel, entre Morretes e Antonina, no Paraná. Com excessão do último, todos os demais trens são com tração a vapor.

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