Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.
Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=550>.
Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e
seus reflexos no desempenho de bovinos
Jalison Lopes1, Caio Augustus Fortes2, Ronan Magalhães de Souza3, Valdir
Botega Tavares4
1Zootecnista, Doutorando em Forragicultura e pastagens – DZO/UFLA, Bolsista
do Cnpq 2Agrônomo, Doutorando em Forragicultura e pastagens – DZO/UFLA. 3Agrônomo, Doutor em Forragicultura e pastagens. 4Zootecnista, Doutor em Forragicultura e pastagens.
Resumo
Os benefícios da utilização de leguminosas para minimizar o processo de
degradação das pastagens são evidentes. Estas plantas garantem um
suprimento constante de nitrogênio ao sistema através da fixação biológica do
N atmosférico e sabidamente, este é o nutriente requerido em maior
quantidade na fase de utilização de uma pastagem. Além dos comprovados
benefícios ao solo, evidenciados pelo enriquecimento da fase orgânica destes,
a presença de leguminosas na forragem disponível proporcionam uma dieta de
melhor qualidade seja pelo consumo direto, já que são plantas que apresentam
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teores mais elevados de PB em sua composição, ou de forma indireta,
melhorando o valor nutritivo da gramínea acompanhante, através de
acréscimos no teor de PB que normalmente ocorrem nestas, quando são
associadas a leguminosas. O desempenho animal em pastagens consorciadas
sempre é privilegiado quando estas são comparadas com pastagens de
gramíneas puras com baixa ou nenhuma introdução de fertilizantes, sobretudo
os nitrogenados, sendo esta, a realidade encontrada na maioria dos
estabelecimentos de pecuária bovina brasileiros. Contudo ainda existem muitos
entraves que impedem a adoção de leguminosas forrageiras em larga escala e
dentre os principais podem ser citados a baixa quantidade de germoplasmas
adaptados as diferentes condições climáticas e a falta de técnicas de manejo
do pastejo capazes de garantir a persistência da leguminosa no consórcio.
Palavras-chave: leguminosa, fixação biológica de nitrogênio, sustentabilidade
Qualitative and quantitative aspects of mixed pasture and its effects
on performance of cattle
Abstract
The benefits of using legumes to minimize the degradation process of
grassland are evident. These plants provide a constant supply of nitrogen to
the system through biological fixation of atmospheric N and known, this is the
nutrient required in greatest quantity during the use of a pasture. Besides the
proven benefits to soil, as evidenced by the enrichment of the organic phase,
the presence of legumes in the forage available to provide a better quality diet
is the direct intake, as are plants that have higher CP in its composition, or
indirect way, improving the nutritional value of associated grass. The animal
performance on mixed pastures is always favored when they are compared
with pure grass pastures with low or no introduction of fertilizers, especially
nitrogen, which is in reality found in most establishments in Brazilian cattle
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breeding. However there are still many obstacles that prevent the use of
forage legumes on a large scale and can be among the most cited the low
amount of germplasm adapted to different climatic conditions and lack of
techniques capable of grazing management to ensure persistence of the
legume in the mixture.
Key words: legumes, biological nitrogen fixation, sustainability
1- Introdução
A expansão da pecuária de corte em áreas de vegetação nativa de
regiões de fronteira continua sendo a estratégia preconizada para aumentar a
produção de carne bovina. Esse modelo extrativista de produção pecuária,
vigente ao longo das últimas décadas, deve ser revisto no sentido de adequar-
se à nova realidade do setor produtivo. Tal conjuntura demanda aumento da
eficiência técnico-econômica da propriedade para assegurar a competitividade
e a lucratividade do empreendimento frente às alternativas de uso do solo, de
modo sustentável, sem impactar negativamente o ambiente (MARTHA Jr. et
al., 2006).
Nesse cenário, ao qual periodicamente somam-se novas exigências
(rastreabilidade, qualidade, segurança alimentar, exigências sanitárias e
ambientais, etc.), o pecuarista deverá conscientizar-se que é necessário elevar
a produtividade do “recurso terra” para garantir a rentabilidade do
empreendimento, visando a redução do custo médio de produção pela diluição
dos custos fixos e dos custos de oportunidade do uso do capital (MARTHA Jr. et
al., 2006).
Essa proposta é ratificada pela estabilização monetária que, atualmente,
em combinação com a alta taxa de juros real e a valorização cambial,
diminuem o preço dos ativos imóveis e, portanto, desestimulam a adoção da
pecuária apenas como reserva de capital. A maior produtividade das pastagens
pode contribuir para a melhoria da qualidade do solo e para a redução de
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eventuais impactos sobre o ciclo hidrológico, enquanto o maior desempenho
por animal pode reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa por
unidade de produto produzido (VILELA et al., 2005), o que poderá minimizar
possíveis barreiras não tarifárias à produção pecuária brasileira (BARCELLOS et
al., 2008).
O uso de fertilizantes e corretivos pelos pecuaristas é muito limitado,
apesar de ser uma maneira efetiva de repor nutrientes no sistema e,
potencialmente, garantir a sustentabilidade do sistema de produção. O
consumo de fertilizantes em pastagens, nos últimos anos, tem variado de 400
a 500 mil toneladas. Considerando que apenas a área de pastagem cultivada,
de aproximadamente 140 milhões de hectares, recebe adubação, ter-se-ia que
a adubação anual de pastagem seria da ordem de 2,9 a 3,6 kg/ha de
fertilizantes NPK. Essa reposição insuficiente de nutrientes certamente é um
dos principais fatores que explica o crescente processo de degradação das
pastagens (BARCELLOS et al., 2008).
As pastagens consorciadas de gramíneas e leguminosas forrageiras
constituem boa opção, de baixo custo, para atenuar o problema da degradação
das pastagens. O uso de leguminosas forrageiras com capacidade de fixação
de nitrogênio atmosférico por meio da simbiose com Rhizobium melhora a
qualidade da liteira da pastagem, podendo fornecer grandes quantidades de
nitrogênio ao sistema solo-planta-animal (GILLER & CADISCH, 1995;
CANTARUTTI et al., 2002). Além disso, o N fixado pela leguminosa pode
melhorar a qualidade da dieta (COSTA, 1995) e aumentar a produção animal
(EUCLIDES et al., 1998).
As gramíneas forrageiras em condições adequadas de produção de
massa vegetal são capazes de seqüestrar significativas quantidades de carbono
fixando-o no solo na forma orgânica (HUMPHREYS, 1994; CERRI, et al., 2007).
A capacidade de acúmulo, em sistemas exclusivos de gramíneas, é limitada
pela deficiência de nutrientes no solo e, especialmente, pela baixa
disponibilidade de nitrogênio em função da baixa taxa de mineralização. Desta
forma, através da utilização de leguminosas forrageiras poderiam ser obtidos
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significativos aumentos na fixação de carbono ao solo, bem como reduzir a
emissão de gases causadores do efeito estufa por unidade de produto
produzido (BARCELLOS et al., 2008).
As leguminosas forrageiras, embora sejam reconhecidas como
alternativa às limitações da produção animal em pastagens tropicais, ainda são
pouco usadas. Os principais entraves, para sua adoção nos sistemas de
produção, são atribuídos à pequena oferta de cultivares, sua baixa adaptação a
solos ácidos e baixa persistência em condições de pastejo (BARCELLOS, 2006).
Esta revisão tem como objetivo, apresentar os benefícios de se utilizar
leguminosas na forma de consórcio com gramíneas para exploração de bovinos
de corte e discutir os desafios relacionados ao processo de pastejo ao se usar
essa tecnologia.
2-Influência da leguminosa sobre o consumo, seletividade e valor
nutritivo da dieta.
A maioria das leguminosas tropicais apresenta baixa aceitabilidade pelos
bovinos na estação chuvosa. Assim, o efeito mais marcante da leguminosa de
baixa palatabilidade na dieta animal ocorre a partir do período de transição das
águas para a seca, quando as condições ambientais para crescimento e a
qualidade da forragem da gramínea são bastante críticas, limitando o consumo
(BARCELLOS et al., 2008). Todavia, nessas situações em que a gramínea
apresenta menor valor nutritivo, o desempenho animal (g/dia) responde
linearmente ao aporte de proteína na dieta (HUMPHREYS, 1991). Outra
vantagem das leguminosas é a menor variação estacional no seu valor
nutritivo, em comparação com as gramíneas forrageiras (JINGURA et al.,
2001). A menor taxa de decréscimo no valor nutritivo é oportuna e necessária
para as leguminosas de menor palatabilidade, uma vez que permanecem em
crescimento livre por um longo período (BARCELLOS et al., 2008).
As leguminosas tropicais também apresentam taninos em maior (e.g.
Desmodium, Cajanus) ou menor grau (Arachis, Neonotonia, Centrosema), que
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interferem na palatabilidade (diminuída), no risco de timpanismo (reduz), na
digestão e no aproveitamento da proteína e dos carboidratos da forragem. No
entanto, dependendo da natureza e da concentração destes taninos na
forragem, algumas vantagens podem ser obtidas, especialmente em dietas
ricas em proteína (e.g Leucaena pastejada nas águas). Caso essa proteína não
fosse em parte complexada, seria precariamente aproveitada pelo animal, uma
vez que a alta taxa de degradação no rúmen não estaria sincronizada com o
suprimento de energia. Então, ocorreriam perdas de N, excretado na forma de
uréia, inclusive com algum custo energético (BARCELLOS et al., 2008).
Leguminosas com maior teor de taninos sofrem lenta degradabilidade no
rúmen e menor taxa de produção de amônia em função do tempo,
correlacionando-se negativamente com a DIVMS. Assim, Arachis pintoi com
baixos níveis de taninos apresentam índices de DIVMS situado entre 60 e 67%
e apresenta maior produção de amônia em relação a D. ovalifolium (LASCANO,
1994). Variações no teor de taninos em leguminosa tem sido o principal fator
que diferencia as leguminosas quanto à seletividade pelos animais (PEREIRA,
2001).
A taxa de lotação exerce marcada influência sobre o consumo, porque
influi na disponibilidade de forragem, na densidade do pasto e na seletividade
exercida pelos animais em pastejo (HOYOS & LASCANO, 1985). Desta forma,
lotações mais leves possibilitam aos animais selecionarem dietas de melhor
qualidade, ao passo que em lotações mais elevadas não há essa possibilidade
e, portanto, eles são forçados a consumir plantas ou partes da planta antes
não consumidas (ARAÚJO, 1985).
Hernandez et al. (1995) ao avaliarem pastagens de B. brizantha cv
Marandu pura e consorciada com Arachis pintoi (CIAT 17434) e submetidas a
duas taxas de lotação (1,33 e 2,66 UA/ha) em pastejo rotacionado (7/21)
observaram que a proporção de amendoim forrageiro na dieta selecionada
esteve por volta de 50% na maior taxa de lotação e de 10 % na menor taxa de
lotação. Não houve efeito do consórcio sobre a qualidade da dieta selecionada
pelos animais, na menor taxa de lotação ao se comparar a pastagem pura com
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o consórcio, no entanto, na maior taxa de lotação os teores de PB e DIVMS
foram superiores na pastagem consorciada (16,6% versus 8,1% de PB e 62,7
versus 58,4% de DIVMS, respectivamente para a pastagem consorciada e
pura).
Já Santana et al. (1998), na avaliação da consorciação entre Brachiaria
dictyoneura e Arachis pintoi submetida a pastejo contínuo com quatro taxas de
lotação (1,6: 2,4; 3,2; e 4,0 novilhos/ ha), durante quatro períodos
experimentais observaram que os teores de proteína bruta da leguminosa
aumentaram com a TL e os valores médios obtidos para a menor e maior TL
foram de respectivamente 18,3 e 19,7 % de PB na MS.
Além do maior teor de PB, em geral, as leguminosas tropicais
apresentam menor proporção de parede celular, e a digestibilidade da matéria
seca é semelhante ou maior que a registrada nas gramíneas tropicais, para um
mesmo estádio de desenvolvimento e condição de cultivo (BARCELLOS et al.,
2008). Porém, observa-se variação entre espécies ou cultivares e em algumas
delas verifica-se valores inferiores (PEREIRA, 2001).
Pereira et al. (1992a) não observaram efeito da taxa de lotação (2, 3 e 4
novilhos/ha), sobre o consumo de matéria seca de pastagens de Brachiaria
humidicola pura ou em consórcio com Pueraria phaseoloides ou Desmodium
ovalifolium. No entanto, o consumo verificado na pastagem pura foi superior
ao observado no consórcio com Desmódio. De acordo com estes autores a
mais baixa DIVMS do Desmódio em função do seu elevado teor de tanino
aliada a sua alta proporção na pastagem, que em média foi da ordem de 48%,
foram os principais responsáveis por este resultado. Já Pereira et al. (1992b),
não observaram efeitos da taxa de lotação sobre os teores de PB e DIVMS da
forragem disponível e da dieta destes mesmos consórcios. Entretanto as
consorciações elevaram o teor de PB de todas as partes da gramínea (planta
inteira, folha e caule). A dieta selecionada pelos animais ao longo do período
experimental manteve-se sempre acima de 11% de PB nas pastagens
consorciadas e acima de 7% na pastagem de B. humidícola sem leguminosa. A
DIVMS da B. humidícola não foi melhorada pela presença das leguminosas e
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desta forma a dieta selecionada pelos animais com melhor DIVMS ocorreu na
pastagem sem a presença de leguminosas.
Almeida et al. (2003a), ao comparar B. decumbens e B. brizantha cv.
Marandu, ambas consorciadas com S. guianensis cv. Mineirão e submetidas a
três taxas de lotação (0,8; 1,2 e 1,6 UA/ha), observaram que a taxa de lotação
não influenciou o consumo voluntário de MS, tendo em vista que a
disponibilidade de MS não era limitante. Nos pastos consorciados com B.
decumbens e com B. brizantha, as disponibilidades de MS observadas nas
épocas da seca e das águas foram de 3057 e de 3485 kg/ha e, de 3521 e de
3418 kg/ha, respectivamente, entretanto a taxa de lotação influenciou
negativamente na disponibilidade de matéria seca verde da gramínea
(ALMEIDA et al., 2003b). As pastagens de B. brizantha cv. Marandu
consorciada com S. guianensis cv. Mineirão proporcionaram maiores consumos
no final da seca e final das águas, entretanto, as pastagens de B. decumbens
consorciada com S. guianensis cv. Mineirão proporcionaram dietas de melhor
valor nutritivo, com maiores teores de PB e de DIVMO e menores de FDN,
durante certos meses do ano. A leguminosa foi pouco consumida sendo que
sua participação na dieta não foi influenciada por nenhuma das fontes de
variação em estudo, com valor médio de 2,1%, fato que de acordo com os
autores, pode estar associado aos elevados teores de FDA e de lignina
encontrados no estilosantes Mineirão, em média, de 35,3 e 21,8% nas folhas,
e de 58,7 e 41,2% nos caules, respectivamente. Almeida et al (2003b),
concluíram que os pastos consorciados de B. decumbens com S. guianensis cv.
Mineirão apresentaram maior proporção de forragem verde, de melhor valor
nutritivo, e maior porcentagem de leguminosa do que as consorciações com B.
brizantha.
Ao avaliarem pastagens de Brachiaria decumbens e B. Brizantha,
consorciadas ou não com Calopogonium mucunoides, Euclides et al (1998),
verificaram que durante o período das águas, a participação do calopogônio
nas dietas selecionadas pelos animais foi insignificante, entretanto, no período
da seca houve acréscimo na participação da leguminosa nestas. Como não
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houve diferença na lotação entre as pastagens consorciadas ou não, estes
autores concluíram que a maior contribuição do calopogônio foi no aumento do
conteúdo de PB da dieta. Isto, durante o período seco, foi conseqüência do
efeito direto da leguminosa na dieta, e, nas águas, foi resultado do efeito
indireto do calopogônio, As pastagens consorciadas apresentaram conteúdos
de PB das folhas das gramíneas superiores, quando comparadas aos das folhas
das pastagens da gramínea pura, sendo, em média, 8,0 e 7,2%,
respectivamente.
Aroeira et al. (2005), observaram que a composição químico-
bromatológica e a DIVMS da dieta selecionada por vacas mestiças Holandês x
Zebu, em pastagem consorciada de Brachiaria decumbens cv. Basilisk,
Stylosanthes guianensis cv. Mineirão e leguminosas arbóreas variam pouco e
de forma inconsistente ao longo do ano, porém, os maiores consumos totais de
MS foram observados quando as porcentagens de leguminosa nas dietas foram
máximas. O consumo de matéria seca foi maior no mês de maio de 2001
(1,9% do peso vivo) e não diferiu entre os demais meses (1,5% do peso vivo).
Os baixos índices de consumo de matéria seca refletiram altos teores de fibra
em detergente neutro (70,2% a 79,4%) e baixos coeficientes de
digestibilidade in vitro de matéria seca (42,1% a 48,0%) da forragem. Estes
autores ainda concluíram que o S. guianensis participa da dieta de vacas
mestiça ao longo de todo o ano e o maior consumo é observado no início da
época seca. Gramíneas tropicais, no início do estádio vegetativo, apresentam
conteúdos de PB usualmente adequados, entretanto, à medida que a planta
amadurece, há decréscimo na percentagem de PB (EUCLIDES et al., 1996), o
qual pode se tornar o principal fator limitando a produção animal (MINSON,
1990). As leguminosas tropicais, por outro lado, além de possuírem níveis
superiores de proteína, apresentam decréscimos relativamente pequenos do
conteúdo de PB com a maturação (MINSON, 1990).
O benefício da inclusão de leguminosas em pastagens tropicais pode ser
explicado pela manutenção do nível adequado de proteína da dieta animal,
quer seja pelo efeito direto da ingestão de leguminosas ou pelo efeito indireto
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do acréscimo do conteúdo de nitrogênio à gramínea (ALMEIDA et al., 2003a).
Valle et al. (2001) observaram que o teor de PB nos tecidos da Brachiaria
decumbens foram aumentados quando esta foi consorciada com o estilosantes
Campo grande e submetida a três taxas de lotação (0,6; 1,0 e 1,4 UA/ha),
sendo que o maior valor observado (8,5% de PB na MS) ocorreu na maior taxa
de lotação utilizada. Romero e Gonzáles, (2001), mostraram que, após quatro
anos, a disponibilidade de forragem foi 39% maior na pastagem de B.
decumbens consorciada com Arachis pintoi compara a pastagem desta
gramínea pura (3,2 versus 2,3 t/ha considerando ciclos de pastejo de 30 a 35
dias) e o teor de PB da forragem ofertada também foi superior no consórcio
(14,0 versus 11,4% de PB na MS).
O nitrogênio suprido pela leguminosa dá suporte à produtividade de
forragem e amplia a vida útil da pastagem. Leguminosas bem adaptadas,
tardias e resistentes à seca poderão ainda diminuir a estacionalidade da
produção de forragem verificada em pastos exclusivos de gramíneas
(BARCELLOS et al., 2008). Isto porque a baixa palatabilidade da leguminosa
durante a estação de crescimento poderia ser aproveitada como uma
oportunidade para aumentar a produção de forragem e a fixação de N pela
leguminosa. Se isto fosse combinado com alta aceitabilidade da leguminosa
durante a estação seca, quando a gramínea apresenta maior redução
qualitativa, haveria benefício para a produção animal e o aumento do
suprimento de nitrogênio ao solo poderia promover um satisfatório balanço
gramínea/leguminosa (HUMPREYS, 1991).
3 - Desempenho animal em pastagens puras e consorciadas
A principal expectativa do uso de leguminosas em pastagens é a
melhoria da produção animal em relação à pastagem de gramínea exclusiva
com redução dos custos de produção, quando comparados com estas mesmas
pastagens submetidas à adubação com nitrogênio mineral. Assim, a magnitude
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do desempenho animal em pastagens consorciadas está diretamente
relacionada com a proporção da leguminosa na pastagem. (PEREIRA, 2002).
Ao se comparar uma pastagem de Brachiaria ruziziensis consorciada com
Stylosanthes guianensis com outra de B. ruziziensis em monocultura, os
resultados permitiram concluir que a pastagem consorciada proporcionou um
maior ganho de peso animal por área e um contínuo ganho de peso dos
animais durante todo o período de avaliação. A produção de forragem da
pastagem consorciada superou em cerca de 4 t/ha a pastagem de gramínea
pura durante o período avaliado (abril/97 a outubro/97), o que aparentemente
foi resultado de uma melhor reciclagem da liteira. Também se observou uma
clara tendência de maior produção de B. ruziziensis como efeito da presença
de S. guianensis em consórcio. Mesmo com uma menor área para o
crescimento devido a presença da leguminosa, B. ruziziensis manteve-se com
a mesma produtividade de matéria seca de parte aérea em relação aos valores
obtidos no monocultivo, e chegou a ser 20% maior na avaliação de junho.
Além de manter um maior ganho de peso por animal no período mais crítico da
seca (junho a setembro), a pastagem consorciada suportou uma maior taxa de
lotação, refletindo em um maior ganho de peso por área (AYARZA et al.,
1997).
Euclides et al. (1998) avaliando a produção animal em pastagens de B.
decumbens e B. Brizantha, consorciadas ou não com Calopogonium
mucunoides observaram que as pastagens consorciadas apresentaram maiores
produções por animal e área que as pastagens puras, sendo, em média, 390
versus 340 g/novilho/dia e 404 versus 352 kg/ha/ano, respectivamente. Já
Vilela e Ayarza (2002) avaliaram o desempenho de novilhas Nelore, com peso
médio inicial variando entre 200 e 250 kg, em pastagem de B. decumbens
recuperada com e sem a introdução de Stylosanthes guianensis cv. Mineirão. A
taxa de lotação e o período de ocupação dos piquetes foram variáveis, visando
a manter a oferta de forragem entre 6% e 8% e a porcentagem de
leguminosas entre 20% e 50%. Na consorciação de braquiária com Mineirão, o
ganho diário variou entre 320 a 631g/dia e na braquiária pura essa variação foi
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
de 208 a 527 g/dia. O ganho de peso variou de 191 a 410 kg/ha na pastagem
consorciada e de 114 a 244 kg/ha na braquiária pura A introdução da
leguminosa estilosantes Mineirão aumentou a disponibilidade total de
forragem. A disponibilidade total de forragem na braquiária consorciada variou
de 4 a 10 t/ha de matéria seca, enquanto na braquiária pura a variação foi de
3 a 5,5 t/ha. A introdução do estilosantes Mineirão, em pastagem de Brachiaria
decumbens, aumentou a disponibilidade de forragem em 60%, ganho de peso
por animal em 29% e por área em 56,5%.
De acordo com Barcellos e Vilela (2001), o uso de leguminosas no
processo de recuperação de pastagens degradadas tem sido de destacada
importância. A possibilidade de melhoria na dieta animal e a reciclagem de
nutrientes resultam em maior produção por animal e por área. Resultados
obtidos em fazenda, durante cinco anos, em pastagens de B. decumbens
recuperadas pela adição de fertilizante, gradagem e introdução de leguminosa
Mineirão possibilitaram incrementos em lotação de 19% (1,21 versus 1,02
UA/ha), nos ganhos por animal em 27% (417 versus 328 g/anima/dia) e na
produção/ha/ano de 53% (428 versus 279 kg/ha/ano) em relação a pastagem
de B. decumbens pura.
Pela quantidade de N aportado pela leguminosa, depreende-se que os
pastos consorciados não podem dar suporte a altas taxas de lotação,
independentemente das limitações morfofisiológicas das leguminosas
forrageiras. Assim, a contribuição direta das leguminosas para a produção
animal decorre da mudança no perfil quantitativo e qualitativo da dieta, com o
efeito mais marcante sobre o desempenho animal (produção/animal/dia), que
guarda uma relação inversa com a taxa de lotação (animais/áreas) e direta
com a oferta de forragem (kg de forragem/animal/dia). Explora-se, então, o
mérito genético do animal (BARCELLOS et al., 2008). Entretanto, a magnitude
de resposta de pastos consorciados ao aumento da taxa de lotação depende da
vulnerabilidade da leguminosa à intensidade de pastejo e do grau de
seletividade exercida pelo animal (PEREIRA, 2001).
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
Pereira et al. (1992a) observaram que o ganho de peso individual e por
hectare, foi influenciado pela TL (2, 3 e 4 novilhos/ha), apenas no consórcio
com o Desmódio, onde se observou efeito quadrático, o que indica que o uso
de mais do que 3 novilhos/ha (peso médio de 251 kg) causaria redução
acentuada nos desempenhos individual e por área. Já para a gramínea pura ou
associada com a Puerária só houve efeito das taxas de lotação sobre o ganho
por hectare, com os dados se ajustando melhor ao modelo linear com uma
ligeira vantagem para o consórcio em relação a pastagem solteira (113,6
versus 100,2 kg/ha por acréscimo de unidade de TL), o que indica que a
presença da leguminosa foi efetiva em melhorar a qualidade da dieta colhida
pelos animais, porém segundo estes autores, a quantidade de pasto disponível
parece ter sido o maior limitante à obtenção de maiores ganhos no consórcio
entre Puerária e B. humidícola.
Ao comparar pastagens de Brachiaria decumbens pura e consorciada
com estilosantes Campo Grande, submetidas a três taxas de lotação (0,6; 1,0
e 1,4 UA/ha), Valle et al.(2001) observaram que os animais sob pastejo na
braquiária consorciada obtiveram maior ganho de peso por hectare nas três
lotações testadas (212, 342 e 458 versus 198, 289 e 381 kg/ha,
respectivamente para as lotações de 0,6; 1,0 e 1,4 UA/ha). Em relação aos
ganhos individuais, o consórcio também se mostrou superior (635, 624, 606
versus 576, 527 e 494 g/animal/dia, respectivamente para as lotações de 0,6;
1,0 e 1,4 UA/ha). Estes autores ainda observaram que o efeito do aumento da
lotação, na redução da disponibilidade de forragem foi linear, porém, foi menos
acentuado na pastagem consorciada.
Em pastos com duas gramíneas (B. decumbens e B.brizantha cv.
Marandu) em consorciação com S. guianensis cv. Mineirão e três taxas de
lotação (0,8; 1,2 e 1,6 UA/ha), Almeida et al. (2002), verificaram que o ganho
de peso vivo médio diário (GPD) dos animais foi influenciado pela gramínea,
pela época do ano e pela taxa de lotação. As pastagens com B. decumbens
proporcionaram maior GPD que as pastagens com B. brizantha (409 x 333
g/novilho/dia). Na época das águas, foi observado maior GPD do que na seca,
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
490 e 194 g, respectivamente. Houve decréscimo linear do GPD com o
aumento da taxa de lotação, estimando-se valores de 435; 371 e 308 g para
as taxas de 0,8, 1,2 e 1,6 UA/ha, respectivamente. Houve influência da
gramínea e da época do ano sobre o ganho de peso por área. As pastagens
com B. decumbens proporcionaram maior produção por área do que as com B.
brizantha, com ganhos de peso vivo de 464 e 352 kg/ha/ano,
respectivamente. Durante a época das águas, a produção por área foi maior
que na seca, com valores médios de 331 e 77 kg/ha/ano, respectivamente.
Não houve influência da taxa de lotação sobre a produção por área, entretanto,
observou-se resposta com tendência quadrática, indicando que a taxa de
lotação mais adequada estaria entre 1,25 e 1,30 UA/ha.
De forma geral, leguminosas com palatabilidade intermediária como a
Pueraria phaseoloides, mas pouco persistentes, quando submetidas a
intensidades de pastejo crescentes apresentam redução na produção/animal
(PEREIRA, 2001). No consórcio entre Brachiaria decumbens e Pueraria
phaseoloides submetido a três taxas de lotação (1,33; 2,0 e 2,66 novilhos/ha),
o ganho de peso por animal reduziu com o aumento na taxa de lotação (526,
455 e 402 g/animal/dia), entretanto, o ganho por área foram aumentados
(214,4; 277,5 e 327,4 kg/ha respectivamente da menor para a maior TL)
(PEREIRA & SANTANA, 1990).
Por outro lado, A. pintoi tem-se mostrado persistente e produtivo,
mesmo com alta pressão de pastejo sem efeitos negativos sobre a produção
animal (PEREIRA, 2001). Em trabalho avaliando o desempenho de animais,
Santana et al. (1998), verificaram que o consórcio de Arachis pintoi cv
Belmonte com Brachiaria dictyoneura, durante quatro anos, possibilitou ganhos
médios de 547, 525, 638 e 547 g/novilho/dia e 313,2; 517,2; 666,5 e 708,8
Kg de PV/ha/ano, nas lotações de 1,6; 2,4; 3,2 e 4,0 novilhos/ha.
Hernandez et al. (1995) ao avaliarem pastagens de B. brizantha cv
Marandu pura e consorciada com Arachis pintoi (CIAT 17434) e submetidas a
duas taxas de lotação (1,33 e 2,66 UA/ha) observaram que o ganho de peso
não foi influenciado pelos tratamentos na menor taxa de lotação (159 versus
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
178 kg/animal/ano e 478 versus 534 kg/ha/ano respectivamente para a
pastagem pura e consorciada), entretanto, na maior taxa de lotação houve
vantagem no ganho de peso a favor do consórcio (154 versus 119
kg/animal/ano e 937 versus 716 kg/ha/ano respectivamente para a pastagem
consorciada e pura). Houve um efeito mais pronunciado do ganho individual ao
final do período experimental quando os animais foram manejados na menor
taxa de lotação. No entanto, a inclusão da leguminosa na pastagem reduziu os
efeitos negativos do aumento da taxa de lotação sobre o desempenho
individual dos animais. Ao dobrar a taxa de lotação houve uma redução de
25% no ganho individual na pastagem de gramínea pura contra uma redução
de 13% na pastagem consorciada. Mas o efeito mais marcante foi verificado
em relação ao ganho por área. A maior da taxa de lotação proporcionou um
acréscimo de 29,6% no ganho de peso por hectare contra apenas 11,9%
verificado para a menor taxa de lotação ao se comparar o consórcio com a
pastagem de gramínea exclusiva.
BARCELLOS et al. (1996) observaram que os ganhos de peso vivo anuais
em pastagens de Arachis pintoi BRA-031143 consorciado com Paspalum
atratum cv. Pojuca em sistema rotacionado de pastejo de 7 dias de pastejo por
21 de descanso, no primeiro ano, e 10 dias de pastejo por 30 de descanso a
partir do segundo ano com taxas de lotação anuais respectivamente do
primeiro para o quarto ano de avaliação de 2,3; 1,95; 2,92 e 3,62 UA/ha
foram de 574, 793, 545 e 610 kg de PV/ha/ano. Estes autores concluíram que
os resultados evidenciaram a qualidade e o potencial do consórcio de Arachis
na recria de bovinos. As produções obtidas são compatíveis com as alcançadas
em sistemas de produção baseada em pastagens fertilizada com nitrogênio
A aplicação de fertilizantes nitrogenados ou uso de leguminosas reside,
basicamente, no tipo de exploração pecuária (carne ou leite), fase e
intensidade da atividade (cria, recria ou engorda), disponibilidade financeira e
na estabilidade da consorciação por período razoável. Sempre haverá situações
em que as vantagens favorecerão uma das alternativas ou poderão ser
complementares (VILELA & AYARZA, 2002).
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
De acordo com Crowder (1985), a produtividade de pastagens
consorciadas só ultrapassa a obtida em pastagens em monocultivo de
gramínea, quando os níveis de N aplicados são baixos, sendo a presença da
leguminosa equivalente a 100 kg/ha de N. Entretanto, na literatura são citados
alguns trabalhados onde se verificou maiores produções nas pastagens de
gramíneas adubadas com 100 kg de N em comparação a pastagens
consorciadas (LOURENÇO, et al., 1978; PRIMO, 1978; VILELA et al., 1982).
Isto se deve a vários fatores, entre eles se destaca a proporção de leguminosa
na pastagem, a qualidade relativa entre as duas espécies consorciadas e a
eficiência de aplicação do N. É de se esperar realmente que diante da
capacidade limitada da leguminosa de fixar e transferir N e do potencial que a
maioria das gramíneas tem de responder a níveis mais elevados de N, se
obtenha maior produção com dosagens maiores. Neste caso o aspecto
econômico e a continuidade do suprimento de N, devem ser analisados
(PEREIRA, 2002).
Barcellos (2006) conduziu estudos de desempenho animal, na recria de
fêmeas nelore, em pastos de Brachiaria brizantha cv. Marandu exclusivos e
consorciados com Leucaena híbrida 11x25 na região do Cerrado. A leguminosa
foi implantada em faixas alternadas com a gramínea. Na fase de utilização da
pastagem, adotou-se sistema de pastejo com lotação intermitente (12 dias de
ocupação e 36 dias de descanso). Os pastos exclusivos proporcionaram
lotações de 3,11 a 4,35 novilhas/ha já para os consorciados, estes valores
variaram de 3,11 a 4,58 novilhas/ha, durante dois anos de avaliação. O ganho
médio diário variou de 438 a 539 g/animal/dia, nos pastos exclusivos, e de
530 a 694 g/animal/dia nos pastos consorciados. Os incrementos no ganho
médio diário, na produção por animal e na produtividade, do consórcio, quando
comparado com o desempenho animal em pasto exclusivo de gramínea, foram
superiores. O acréscimo no ganho médio diário de peso foi de 25% e a
produtividade foi elevada em 33% (412,5 kg/ha), em relação à pastagem pura
(309 kg/ha), no mesmo nível de fertilização nitrogenada (60 kg de N/ha/ano).
O consumo adicional de proteína por animal, proporcionado pela leguminosa,
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
variou de 402 a 616 g/animal/dia. Os incrementos obtidos no desempenho
animal (g/dia) e na produtividade na pastagem consorciada resultaram em
maior eficiência em termos de kg de peso corporal (PC)/kg de N aplicado. O
valor obtido, na média de dois anos de avaliação, de 3,33 kg PC/kg de N
aplicado permitiu retorno bioeconômico da fertilização nitrogenada em
pastagens consorciadas com Leucaena, não sendo observado o mesmo
comportamento para os pastos exclusivos, com valor, médio, de 1,63 kg PC/kg
de N aplicado.
Favoretto et al. (1983), obtiveram dados que mostram que durante um
período de 16 meses, o ganho de peso vivo/ha no pasto consorciado (colonião,
soja perene e centrosema) em comparação com o pasto exclusivo de gramínea
adubado com 100 kg/ha de N variou em função da taxa de lotação. Na menor
taxa de lotação (1,5 animais/ha) o ganho de peso vivo/ha no pasto
consorciado foi superior ao do pasto adubado com N (544 kg versus 520 kg
respectivamente para o pasto consorciado e adubado), ao passo que na maior
taxa de lotação (2,0 animais/ha), o pasto consorciado propiciou um ganho de
peso vivo (676 kg/ha) que pode ser estimado como equivalente a uma
adubação de 81 kg/ha de N.
Vilela et al. (1982) verificaram maior ganho de peso em pastagens de
capim-guiné consorciado com leguminosas do que quando adubado com 100
kg/ha de N (520 g/cab/dia versus 305 g/cab/dia), embora a produção/ha
tenha sido maior para a pastagem de gramínea em monocultivo (754 kg/ha
versus 540 kg/ha), em função da maior taxa de lotação permitida. Resultados
com esta mesma tendência foram encontrados por Pereira et al. (1996), em
pastagens de B. humidicola consorciada com A. pintoi (510 g/cab/dia versus
485 g/cab/dia e 373 kg/ha versus 396 kg/ha, respectivamente para B.
humidicola consorciada com A. pintoi e B. humidicola adubada com 150 kg/ha
de N ).
Já Pereira e Santana. (1990), não observaram diferença significativa no
ganho de peso por área (273 versus 271 kg/ha) nem por animal (461 versus
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
460 g/cabeça/dia), respectivamente para a pastagem de B. decumbens pura e
adubada com 90 kg/ha de N ou consorciada com Pueraria phaseoloides.
Paris et al. (2009), ao avaliarem o desempenho de novilhas de corte em
pastagens de capim-coastcross consorciadas com Arachis pintoi e adubadas
com 0, 100 e 200 kg de N e pastagem de capim-coastcross exclusivo adubada
com 200 kg de N observaram que, o ganho de peso da pastagem consorciada
e sem adubação foi semelhante ao da pastagem consorciada e adubada com
100 kg de N, tanto por animal (380 versus 420 gramas/cabeça/dia) quanto por
área (1053 versus 1094 kg/ha/ano) e inferiores aos ganhos observados no
consórcio e para a gramínea solteira adubados com 200 kg de N, cujos ganhos
foram semelhantes (em média 510 g/cabeça/dia e 1406 kg/ha/ano). A taxa de
lotação suportada pela pastagem sem adubação foi inferior à pastagem de
gramínea exclusiva e adubada com 200 kg de N (4,04 versus 4,84 UA/ha),
porém não diferiu dos outros tratamentos onde o amendoim forrageiro
consorciado com a gramínea, foi adubado (4,37 e 4,7 UA/ha, respectivamente
para o consórcio adubado com 100 e 200 kg de N). Os autores concluíram que
o uso de 100 kg de N não teve efeito positivo, em comparação ao cultivo sem
adubação, comprovando o efeito da leguminosa na melhoria da fertilidade do
solo. Ainda em relação a este trabalho, Cecato et al. (2007), ao fazerem a
análise econômica, considerando todo o período de avaliação (três anos),
observou que o sistema que apresentou maior renda líquida por hectare foi o
de Coastcross consorciado com amendoim forrageiro sem o uso da adubação
nitrogenada. Mostrando que, a melhor resposta econômica não correspondeu
ao melhor desempenho biológico.
Na tentativa de responder até que nível a adubação nitrogenada pode ser
substituída pela leguminosa, não se deve levar em conta apenas a produção
animal, uma vez que benefícios adicionais sobre o ecossistema, incluindo
aspectos relacionados com a preservação ambiental e insuficiência ou
indisponibilidade de fertilizantes decorrente de deficiências estruturais e
conjunturais entre outras também deve ser considerados (PEREIRA, 2002).
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
4 - Estratégias de manejo do pastejo e persistência da leguminosa no
consórcio
Embora não seja uma tarefa simples, o desenvolvimento de estratégias
de manejo do pastejo para pastos consorciados de gramíneas e leguminosas é
um fator chave para assegurar a adoção em larga escala desta tecnologia
(VALENTIM, 2005). O fracasso na adoção e utilização de pastagens
consorciadas, em geral, é atribuído à baixa persistência das leguminosas nas
pastagens, o que está associado à falta de técnicas de manejo específicas ou
eficientes para essas pastagens, e à adubação inadequada (BARCELLOS et al.,
2003).
Alguns fatores que dificultam a definição de estratégias de manejo do
pastejo para pastos consorciados são: a) competição entre as espécies por
recursos ambientais; b) diferenças quanto a reação ao pastejo; c) diferenças
quanto a preferência dos animais em pastejo; d) diferenças quanto à resposta
a variáveis climáticas, entre outras (SPAIN, 1995; LASCANO, 2000).
Nas regiões tropicais, outra dificuldade para o entendimento e o manejo
de pastos consorciados é a grande diversidade de espécies forrageiras e tipos
morfológicos existentes, possibilitando número muito alto de consorciações
binárias. Esses fatores sugerem a necessidade de desenvolvimento de
estratégias de manejo do pastejo específicas para cada consórcio (CRUZ &
SINOQUET, 1994; THOMAS, 1995; FISHER et al., 1996).
Thomas (1992) afirmou que para pastagens tropicais produzindo 3-22
t/ha/ano de matéria seca (MS), são necessários de 15 a 158 kg/ha/ano de N
por meio da fixação biológica, indicando que, sob estas condições, leguminosas
compondo 20 a 45% da MS da pastagem podem promover sistemas produtivos
e sustentáveis, em termos de fornecimento de N.
De uma maneira geral, as leguminosas tropicais são sensíveis a
aumentos na pressão de pastejo. Aumentos na taxa de lotação geralmente
reduzem a proporção de leguminosas na pastagem (ROBERTS, 1979). Este
fato tem contribuído para formar um consenso entre pesquisadores de que
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
pastagens consorciadas são para uso extensivo e que sob regime de cargas
mais altas as leguminosas tenderão a desaparecer. Porém, tem se observado
que o efeito do aumento de pressões de pastejo sobre a persistência das
leguminosas é variável e dependem dos mecanismos de persistência da planta
e do grau de seletividade exercido pelo animal (PEREIRA, 2001). Como
exemplos podem ser citados a Pueraria phaseoloides e o Stylosanthes
guianensis que apresentam palatabilidade regular e associada aos respectivos
hábitos de crescimento, escandente e ereto, são mais vulneráveis ao aumento
de pressões de pastejo, quando são mais selecionados pelos animais
(PEREIRA, 2002). Por outro lado, Leguminosas que combinam mecanismos de
escape (baixa palatabilidade) e de tolerância ao pastejo como o Desmodium
ovalifolium, são especialmente beneficiadas por maiores intensidades de
pastejo (LASCANO, 2000).
Pereira et al. (1992c), observaram uma forte tendência de aumento da
leguminosa Desmodium ovalifolium consorciada com Brachiaria humidicola
chegando a 78% da composição botânica na maior taxa de lotação (4
novilhos/ha) e redução da Pueraria phaseoloides em decorrência da elevação
na taxa de lotação utilizada. Ainda em relação ao consórcio da Puerária com o
B. humidícola observou-se um marcante aumento na presença de plantas
invasoras com o aumento nas taxas de lotação atingindo o valor de 28% da
composição botânica no final do experimento e na carga mais alta. De acordo
com estes autores, a menor agressividade e maior palatabilidade da Puerária
em relação ao Desmódio são as principais explicações para os resultados
observados.
Hernandez et al. (1995) ao avaliarem pastagens de B. brizantha cv
Marandu pura e consorciada com Arachis pintoi (CIAT 17434) e submetidas a
duas taxas de lotação (1,33 e 2,66 UA/ha) observaram que houve um
aumento significativo na proporção de amendoim forrageiro na forragem
disponível na maior taxa de lotação aplicada (34% versus 5,9%). Santana et
al. (1998), observaram que as disponibilidades médias de MS total (gramínea
+ leguminosa), diminuíram com o aumento da TL (1,6: 2,4; 3,2; e 4,0
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
novilhos/ ha), mas não se observou este efeito na oferta de MS do Arachis
pintoi, cuja proporção na pastagem aumentou com a duração do experimento.
Os resultados encontrados por Hernandez et al. (1995) e Santana et al.
(1998), concordam com Roberts, (1979). Este autor afirmou que leguminosas
estoloníferas, como o Arachis pintoi, são mais tolerantes a taxas de lotação
mais elevadas do que as volúveis ou arbustivas.
Lascano (1994), relata que num consórcio Brachiaria humidicola e
Arachis pintoi a disponibilidade da leguminosa aumentou em 5 a 6 vezes do
primeiro para o quarto ano, não se observando efeitos das TLs de 2, 3 e 4
cab/ha sobre esta disponibilidade. Romero e Gonzales (2001) mostraram que o
Arachis pintoi, quando em associação com Brachiaria decumbens, possibilitou
aumento da taxa de lotação de 2,5 UA/ha para 4,6 UA/ha, enquanto no
pastejo da gramínea exclusiva a evolução da TL só foi possível até 3,7 UA/ha.
Durante os quatro anos de avaliação da composição botânica da pastagem, foi
observado que a proporção de Arachis passou de 23% no primeiro ano, para
43% nos anos seguintes, a proporção de B.decumbens, manteve-se constante
(59%), ocorrendo uma redução na presença de plantas invasoras. O hábito de
crescimento prostrado, com grande produção de sementes, estolões ou
rizomas, com os pontos de crescimento protegidos do pastejo e a tolerância ao
pisoteio e à desfolha são características que garantem a persistência do
amendoim sob pastejo (PIZARRO & RINCÓN, 1994)
Valle et al.(2001), ao comparar pastagens de Brachiaria decumbens pura
e consorciada com estilosantes Campo Grande, submetidas a três taxas de
lotação (0,6; 1,0 e 1,4 UA/ha), observaram acréscimos na disponibilidade e na
proporção da leguminosa na pastagem com os aumentos na taxa de lotação
(958, 1317 e 1578 kg/ha e 23,5; 30,6 e 46,2% respectivamente nas lotações
de 0,6; 1,0 e 1,4 UA/ha). Já o Stylosanthes guianensis CIAT 136 mostrou-se
altamente susceptível a aumentos na TL não persistindo por mais de dois anos
quando consorciado com Andropon gayanus (PEREIRA et al., 1995). De modo
geral, as leguminosas tropicais trepadeiras (Centrosema, Soja perene, Siratro
e Puerária) e eretas (Stylosanthes guianensis) não são resistentes ao pastejo
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
pesado e raramente persistem em ambientes úmidos onde as taxas de lotação
excedem a 2,5 animais/ha (HUMPREYS, 1980).
A resposta de leguminosas forrageiras à intensidade de pastejo é mais
bem documentada do que sua resposta aos métodos de pastejo (ANDRADE,
2004). De uma maneira geral não se tem observado grandes diferenças entre
métodos de pastejo em relação a produção animal embora haja interação com
a pressão de pastejo (PEREIRA, 2001). No caso de pastagens consorciadas,
variações no comprimento do período de descanso podem beneficiar a
produção animal em função da menor ou maior aceitabilidade da leguminosa
(ROBERTS, 1980).
As leguminosas de baixa palatabilidade tendem a dominar o pasto quando
manejadas sob lotação contínua (ANDRADE, 2004). Stobbs (1977) relatou que
o pastejo contínuo, com pressão de pastejo moderada, causou inevitavelmente
a dominância da leguminosa na consorciação de Setaria anceps cv. Kazungula
com Macroptylium atropurpureum cv. Sirato. O autor sugeriu que, se houvesse
necessidade da utilização da pastagem por mais de três anos, seria necessária
a adoção de algum tipo de pastejo rotativo para manter a gramínea na
consorciação.
Santana et al. (1993), estudaram a consorciação de Desmodium
ovalifolium com Brachiaria humidicola, sob método de pastejo com lotação
contínua e rotacionada (7/28 e 7/56) e três taxas de lotação (2, 3 e 4
novilhos/ha). A lotação contínua favoreceu a leguminosa, particularmente nas
maiores taxas de lotação. Neste estudo, o método de pastejo teve maior efeito
sobre a porcentagem de leguminosa no pasto que a taxa de lotação. Nestes
casos em que há diferenças acentuadas de palatabilidade entre as espécies,
tem sido sugerido o uso da lotação rotacionada de modo a favorecer a
persistência da espécie mais palatável, seja gramínea ou leguminosa
(LASCANO, 2000).
Os métodos de pastejo que propiciaram melhor persistência da
leguminosa e os melhores ganhos de peso em uma pastagem de Andropogon
gayanus cv. Planaltina consorciada com uma mistura de S. guianensis cv.
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
Bandeirantes, S. capitata BRA-005886 e S. macrocephala cv. Pioneiro, foram o
contínuo, rotativo com sete dias de pastejo por 21 dias de descanso e
alternado com manejo flexível (variando de 21 por 21 dias a sete por 21 dias).
Estes métodos possibilitaram melhor participação da leguminosa em relação a
lotação rotacionada com 14 dias de ocupação e 42 dias de descanso (14/42
dias). O intervalo maior de descanso possibilitou maior crescimento da
gramínea, prejudicando a leguminosa. Com essas estratégias de manejo foi
possível manter uma porcentagem de leguminosas entre 20 a 50 %. Ao final
de três anos de avaliação, a cv. Bandeirantes foi a que apresentou melhor
sobrevivência, perfazendo 90% de participação na mistura de estilosantes
(LEITE et. al., 1992).
A persistência de Pueraria phaseoloides, em consorciação com Brachiaria
brizantha cv. Marandu foi avaliada sob lotações de 1, 2 e 3 novilhos/ha, com o
manejo da lotação sendo feito de forma alternada (35/35) e rotacionada
(7/28). Após quatro anos de avaliação observou-se que o aumento da lotação
comprometeu a persistência da leguminosa, permanecendo em proporções
satisfatórias somente com 1 novilho/ha no manejo com lotação alternada
(SANTANA et al., 1991). Quando consorciada com Andropogon gayanus, e
manejada sob lotação contínua e rotacionada (7/28 e 7/56) e diferentes
pressões de pastejo (2, 3 e 4 novilhos/ha), a Pueraria phaseoloides persistiu
apenas por dois anos e somente quando o pastejo era contínuo participando da
pastagem disponível no final deste período com apenas 6% (SANTANA &
PEREIRA, 1995).
De acordo com Roberts (1982), para leguminosas trepadeiras como soja
perene, siratro, centrosema, e tipos eretos como S. guianensis e S. hamata,
que em sua totalidade se desenvolvem melhor sob baixas pressões de pastejo,
a regra prática para manter o número necessário de folhas e pontos de
crescimento, para garantir boa produção e persistência destas leguminosas,
seria a altura do pasto. Esta poderia variar um pouco de acordo com as
espécies, mas, para uma mistura típica de Stylosanthes guianensis,
Centrosema pubescens e Panicum maximum, deveria ser conservada uma
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
altura de aproximadamente, 30 a 60 cm durante o período de crescimento.
Esta seria suficientemente baixa para manter a gramínea crescendo
ativamente, mas suficientemente alta, também, para evitar o desfolhamento
completo da leguminosa.
Na Amazônia Ocidental, o conceito de alvos de manejo do pastejo
proposto por Hodgson (1985) foi utilizado por Andrade (2004) para o
desenvolvimento de estratégias de manejo do pastejo para pastos
consorciados de Arachis pintoi com as gramíneas Brachiaria brizantha cv
Marandu e Panicum maximum x Panicum infestatum cv Massai e para o
consórcio de Pueraria phaseoloides com Brachiaria brizantha cv Marandu. Este
autor concluiu que a Pueraria phaseoloides foi sensível a todos os níveis de
oferta de forragem utilizados, não sendo possível definir uma estratégia de
manejo do pastejo para o seu consórcio com o capim-Marandu sob lotação
rotacionada. No entanto, a porcentagem de amendoim forrageiro aumentou
progressivamente ao longo do período experimental, sendo favorecida pelo uso
de menores ofertas de forragem. Os alvos de manejo do pastejo para o
consórcio do capim-Massai com o amendoim forrageiro sob lotação
rotacionada, são: alturas de pré e pós- pastejo, respectivamente de 50-55 cm
e 30-35 cm para os meses de junho a setembro e 65-70 cm e 35-40 cm para
os meses de outubro a maio. Já para o consórcio do capim-Marandu com
amendoim forrageiro estes alvos são: alturas de pré e pós- pastejo,
respectivamente de 30-35 cm e 20-25 cm para os meses de junho a setembro
e 45-50 cm e 25-30 cm para os meses de outubro a maio.
Embora algumas leguminosas persistam mesmo sob pressões de pastejo
extremas, não se deve perder de vista que a pressão de pastejo ideal é a que
mantendo a leguminosa na pastagem, possibilite também ao animal colher
uma dieta com qualidade e em quantidade suficiente para exteriorizar o seu
potencial produtivo (PEREIRA, 2001).
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
5 - Considerações finais
Parece claro, que em situações onde a leguminosa é pouco consumida,
notadamente no período chuvoso, esta planta funcionaria, principalmente,
como um estoque de nitrogênio, que seria fornecido gradativamente a
gramínea acompanhante, melhorando o status protéico desta última e
conseqüentemente estimulando o seu consumo pelo animal. À medida que a
qualidade desta gramínea fosse reduzida, a participação das leguminosas
menos palatáveis na dieta seriam incrementadas, devido ao seu ritmo de
envelhecimento mais lento. Desta forma a presença da leguminosa na
pastagem se tornaria uma importante ferramenta para reduzir os efeitos
negativos da estacionalidade da produção de forrageiras.
Em pastagens consorciadas, a intensidade e o método de pastejo
funcionam como moduladores do grau de participação da leguminosa na dieta
e de sua persistência na pastagem. Desta forma, em certos casos é necessário
proporcionar reduções mais drásticas na participação da gramínea no consórcio
e outros é necessário dar maior oportunidade para que ela se desenvolva
devido a questões relacionadas à palatabilidade relativa, portanto, a definição
de taxas de lotação e períodos de ocupação/descanso adequados é
extremamente importante, mas sua correta determinação é totalmente
dependente das espécies envolvidas no consórcio e por isso representam um
grande desafio a ser superado pela pesquisa.
A adoção de leguminosas forrageiras torna-se a cada dia mais
importante e mais provável, devido às novas práticas de cultura e de manejo,
associadas aos novos cultivares gerados pela pesquisa. Porém, as pesquisas
com melhoramento de gramíneas e leguminosas forrageiras devem ser
direcionadas para a obtenção de germoplasmas capazes de conviver em um
mesmo ecossistema de forma mais equilibrada, ou seja, em vez de priorizar
apenas características como capacidade produtiva, a qualidade e a
agressividade da gramínea o enfoque maior deveria ser dado a sua capacidade
de associar-se a leguminosa e vice-versa. É importante também que estes
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
germoplasmas sejam avaliados em condições de pastejo, pois o real
comportamento de muitas associações somente se expressa de forma efetiva
nestas condições, ou seja, onde é possível se observar, em condições reais, a
competitividade, a preferência, a resistência ao pastejo e ao pisoteio,
capacidade de extração de nutrientes do solo entre outros.
Pesquisas com estratégias de manejo do pastejo de consórcios também
devem ser intensificadas e sempre que possível, os resultados devem ser
atrelados a parâmetros de fácil avaliação em nível de campo, como por
exemplo, a altura do pasto, para que a tecnologia gerada seja realmente
utilizada de forma efetiva pelos pecuaristas.
6 - Perspectivas futuras
Os benefícios das leguminosas na melhoria da qualidade e
sustentabilidade das pastagens são inquestionáveis. E apesar de ainda
pequeno, o interesse por leguminosas forrageiras vem crescendo de forma
mais acentuada nos últimos anos, fato que pode ser comprovado pelas
parcerias que vem sendo firmadas pela EMBRAPA e empresas produtoras de
sementes para o desenvolvimento de novos cultivares. No entanto, deve-se ter
em mente que uma maior utilização de leguminosas abrange uma maior
colaboração entre diferentes instituições, incluindo as pertencentes ao mesmo
país.
Estudos recentes têm verificado que os taninos podem também reduzir a
metanogênese ruminal (HESS et al., 2003; CARULLA et al., 2005; LONGO et
al. 2007, POSSENTI, 2006). Desta forma existe uma grande expectativa de
que a adoção de leguminosas forrageiras, as quais apresentam normalmente
maiores quantidades de taninos que as gramíneas, podem contribuir de forma
efetiva para reduzir a emissão de metano por bovinos criados a pasto.
Outro ponto que merece destaque é o potencial da utilização de
leguminosas, como forma de fornecer nitrogênio para sistemas orgânicos de
exploração animal, onde a adubação química não é permitida. A adoção de
Lopes, J., Fortes, C.A., Souza, R.M. et al. Aspectos qualitativos e quantitativos de pastagens consorciadas e seus reflexos no desempenho de bovinos. PUBVET, Londrina, V.3, N. 12, Art#550, Abr1, 2009.
leguminosas em sistemas de produção de carne e leite orgânicos se encaixa
totalmente na filosofia desse nicho de mercado, que é cada vez maior em todo
o planeta, já que a conscientização dos povos no sentido de que é preciso
explorar os ecossistemas de forma sustentável é crescente.
7 - Literatura citada ALMEIDA, R. G.; NASCIMENTO JR, D.; EUCLIDES, V. P. B. et al. Produção Animal em Pastos Consorciados sob Três Taxas de Lotação, no Cerrado. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.2, p.852-857, 2002 (suplemento). _______________; EUCLIDES, V.P.B.; NASCIMENTO JR, D. et al. Consumo, composição botânica e valor nutritivo da dieta de bovinos em pastos tropicais consorciados, sob três taxas de lotação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.1, p. 29-35, 2003a. _______________; NASCIMENTO JR., D.; EUCLIDES, V.P.B. et al. Disponibilidade, composição botânica e valor nutritivo da forragem de pastos consorciados, sob três taxas de lotação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.1, p.36-46, 2003b. ANDRADE, C.M.S. Estratégias de manejo para pastos consorciados na Amazônia Ocidental. 2004. 174p. Tese (Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2004. ARAÚJO, M.R. Dietary selection by catlle as influenced by stocking rates in a short-duration razing system. College Station, Texas A & M University, 1985. 117p. (Tese Ph.D.). AROEIRA, L.J.M.et al. Disponibilidade, composição bromatológica e consumo de matéria seca em pastagem consorciada de Brachiaria decumbens com Stylosanthes guianensis. Pesquisa. Agropecuária Brasileira, v.40, p.413-418, 2005. AYARZA, M.; VILELA, L.; ALVES, B.J.R. et al. Introdução de Stylosanthes guianensis cv. Mineirão em Pastagem de Brachiaria ruziziensis: Influência na Produção Animal e Vegetal. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, dez. 1997. 16p. (Embrapa-CNPAB. Boletim Técnico, 1). BARCELLOS, A. O.; DINIZ, A. V.; VILELA, L. Recuperação de pastagens degradadas de Brachiaria brizantha cv. Marandu através da cultura de milho. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 30. 1993. Rio de Janeiro. Anais... Niterói, RJ: SBZ, 1993. P.79. ___________________; COSTA, N. de L.; PIZARRO, E.A. Avaliação sob pastejo em pequenas parcelas de Arachis pintoi consorciado com Paspalum atratum em solo de várzea. In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 33. Fortaleza, 1996. Anais.... 1996. v.1. p.218-220. ___________________; VILELA, L. Restabelecimento da capacidade produtiva de pastagens por meio de introdução de Stylosanthes guianensis cv. Mineirão. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2001. 5 p. (Embrapa Cerrados. Comunicado Técnico, 65).
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