Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 0 -
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 1 -
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 2 -
CCaaddeerrnnoo PPeeddaaggóóggiiccoo AAssssuummiinnddoo aa DDiivveerrssiiddaaddee nnaa EEssccoollaa IInncclluussiivvaa
TTeemmaa:: IInncclluussããoo ÁÁrreeaa ddee ccoonncceennttrraaççããoo:: PPeeddaaggooggiiaa PPrrooffeessssoorraa PPDDEE:: TTeellmmaa AAppaarreecciiddaa MMeessssiiaass SSttrraacckk PPrrooffeessssoorraa OOrriieennttaaddoorraa:: MMaarriiaa JJoosséé BBaassttooss MMaarrttiinnss -- UUEEPPGG SSeeccrreettaarriiaa ddee EEssttaaddoo ddee EEdduuccaaççããoo// NNRREE –– PPoonnttaa GGrroossssaa UUnniivveerrssiiddaaddee EEssttaadduuaall ddee PPoonnttaa GGrroossssaa PPoonnttaa GGrroossssaa -- 22000088
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 3 -
SSUUMMÁÁRRIIOO________________________________________________________________________
Apresentação 4
Introdução 7
Tema 1: Problematizando o objeto de estudo 14
Tema 2: Perspectivas para uma escola inclusiva 21
Tema 3: Evolução e aspectos legais do processo
inclusivo
30
Tema 4: Formação do professor frente ao processo de
inclusão educacional
50
Tema 5: O papel da equipe gestora diante da
inclusão educacional
61
Tema 6: A família e o processo de inclusão
educacional
73
Tema 7: Análise de situações do cotidiano escolar 84
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 4 -
AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO__________________________________________________________
O Caderno Pedagógico “Assumindo a Diversidade na
Escola Inclusiva”, voltado para a temática da Inclusão
Educacional, foi organizado para apoiar o desenvolvimento
de sistemas educacionais inclusivos nas escolas. Esse
Caderno Pedagógico pretende colaborar para que as escolas
se desenvolvam em direção a organizações educacionais
para todos, procurando contribuir prioritariamente na
formação dos profissionais da educação para responderem à
crescente diversidade presente na escola.
O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) é
uma política pública do Estado do Paraná que estabelece o
diálogo entre os professores da Educação Superior e os da
Educação Básica, através de estudos orientados, orientação
de trabalhos em rede, elaboração de material didático,
intervenção na realidade escolar e a produção de um artigo
sobre a temática escolhida. Esse programa objetiva
proporcionar a formação continuada, a produção de
conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar da
escola pública paranaense.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 5 -
Os professores participantes do PDE, que são ligados
à rede pública estadual de ensino e que participaram de um
concurso de seleção, elaboraram um plano de trabalho,
apresentando sua temática de estudo. O núcleo central das
atividades de um dos períodos desse Programa foi a
construção de Caderno Pedagógico como elaboração da
material pedagógico pelo Professor PDE, com o
acompanhamento do Professor Orientador/IES (Instituição
de Ensino Superior) e a colaboração do Grupo de Trabalho
em Rede.
O Caderno Pedagógico “ASSUMINDO A
DIVERSIDADE NA ESCOLA INCLUSIVA”, oportuniza
reflexões sobre a educação inclusiva, subsidiando as ações
pedagógicas desenvolvidas na realidade escolar.
Esse material foi planejado para ser utilizado em um
contexto de formação, tendo como público alvo profissionais
da educação, proporcionando a oportunidade de analisar
concepções teóricas e práticas da educação inclusiva, visando
contribuir para reflexões e possíveis mudanças na prática
pedagógica do professor.
Os estudos propostos nesse Caderno Pedagógico
pretendem:
incentivar a prática de formação continuada no contexto
escolar;
apresentar alternativas de estudo sobre como atender as
necessidades educacionais específicas dos alunos aos
profissionais da educação;
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 6 -
contribuir para o debate e a reflexão sobre o papel da
escola e do professor na perspectiva do desenvolvimento de
uma prática de transformação da ação pedagógica;
favorecer a criação de espaços de aprendizagem coletiva,
incentivando a prática de encontros para estudar e trocar
experiências e o trabalho em grupo nas escolas;
propiciar condições para que os professores e profissionais
da educação possam fundamentar a sua prática pedagógica
em relação à educação inclusiva.
Diante da diversidade presente na escola, os
profissionais da educação devem valorizar os espaços e
materiais que contribuem na reorientação dos processos
pedagógicos, além de reconhecer a importância de descobrir
as necessidades e interesses de cada aprendiz para responder
às mesmas de forma efetiva e inclusiva.
LINGUAGEM VISUAL DO CADERNO PEDAGÓGICO
______________________________________________________
Informações relevantes;
Reflexões e questionamentos;
Diário de Estudo
Atividades práticas/ coletivas.
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 7 -
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO______________________________________________________________
A escola é uma instituição inserida em um contexto,
em uma época, sujeita a múltiplas determinações.
Atualmente, ela absorve cada vez mais os valores da
sociedade capitalista em que está inserida: eficiência,
agilidade, rapidez. Nesse processo, o aluno é quem mais
sofre a influência desses paradigmas. Entretanto, quando são
vistos como uma massa homogênea, desprovidos de
individualidade, em uma perspectiva fordista de mera
seriação, o resultado é a segregação e o preconceito. Por isso,
as diferenças devem ser assumidas como um fator
enriquecedor na aprendizagem, e a equipe docente deve ser
a principal articuladora nesse processo de inclusão,
procurando estar segura para trabalhar com a diversidade,
através de processos de formação continuada.
Qual é o espaço, hoje existente na escola, para os
professores e a equipe gestora estudarem e pensarem
coletivamente, colocando suas dúvidas, angústias e anseios
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 8 -
sobre como tornar a escola um ambiente verdadeiramente
inclusivo, assumindo a diversidade?
Como promover a educação inclusiva, garantindo que
ela seja um recurso para a melhoria da qualidade
educacional e fonte de enriquecimento?
Na tentativa de encontrar possíveis soluções para os
questionamentos acima levantados, esse Caderno
Pedagógico foi organizado em sete temas:
No estudo desse tema, serão apresentados de maneira
simplificada os principais problemas que envolvem o
processo inclusivo.
Ao estudarmos o Tema 1, teremos a oportunidade de:
visualizar os principais problemas que dificultam a
efetivação da inclusão no contexto escolar;
refletir sobre maneiras de superação dos problemas que
dificultam o processo inclusivo.
Nesse tema, estudaremos as perspectivas para
efetivação da inclusão educacional, frente à diversidade
presente na escola.
Ao estudarmos o Tema 2, teremos a oportunidade de:
refletir sobre a importância dos processos inclusivos no
ambiente escolar;
Tema 2: Perspectivas para uma escola inclusiva
Tema 1: Problematizando o objeto de estudo
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 9 -
promover a articulação entre a teoria e a prática de cada
educador frente ao trabalho respeitando a diversidade
presente na escola;
analisar as concepções de inclusão educacional
apresentadas;
refletir sobre a importância do reconhecimento e
valorização das diferenças no contexto escolar.
A partir de agora, nós estudaremos os fatos que ao
longo da história da humanidade marcaram a vida de muitas
pessoas com necessidades especiais e os aspectos legais
nacionais e internacionais que contribuíram para essa
evolução.
Com o estudo do Tema 3, esperamos:
reconhecer os fatos que ao longo da história da
humanidade, marcaram a vida das pessoas com deficiências;
refletir diante das situações de segregação e preconceito
que muitas pessoas sofreram ao longo da história da
humanidade, devido às suas diferenças;
analisar os aspectos legais nacionais e internacionais que
contribuíram na evolução do processo inclusão educacional.
Tema 3: Evolução e aspectos legais do processo inclusivo
Tema 4: Formação do professor frente ao processo de
inclusão educacional
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 10 -
Nesse tema teremos oportunidade de refletir sobre a
importância dos processos de formação continuada aos
docentes, diante da diversidade presente na escola.
Assim, com o estudo desse tema poderemos:
refletir sobre a necessidade da formação continuada aos
professores frente ao processo de inclusão educacional;
reconhecer a necessidade da ressignificação dos processos
pedagógicos frente à inclusão educacional.
No estudo desse tema, analisaremos a importância do
papel da equipe gestora diante do processo inclusivo na
escola.
O estudo desse Tema objetiva oferecer a oportunidade
de:
reconhecer a importância da inclusão educacional ser
assumida por todos na escola;
refletir sobre o papel da equipe gestora como articuladora
do processo inclusivo na escola;
analisar a necessidade da efetivação de uma gestão escolar
democrática diante da diversidade presente na escola.
Tema 5: O papel da equipe gestora diante da inclusão
educacional
Tema 6: A família e o processo de inclusão educacional
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 11 -
No estudo desse tema, será analisada a importância
da participação da família no contexto escolar para
efetivação do processo inclusivo.
Ao estudar esse tema, teremos oportunidade de:
reconhecer a importância do diálogo sobre família e escola
para efetivação do processo inclusivo;
compreender a participação da família como um elo no
fortalecimento para uma gestão escolar democrática.
A partir de agora, teremos a oportunidade de analisar
alguns estudos de caso relacionados ao processo inclusivo e
algumas sugestões de vídeos e leituras.
Com o estudo desse tema, poderemos:
refletir sobre como essas experiências de vida podem
contribuir para a ressignificação dos processos pedagógicos;
analisar os estudos de caso apresentados, buscando
subsídios para aprimorar sua prática pedagógica frente ao
processo de inclusão educacional.
METODOLOGIA DO CADERNO PEDAGÓGICO
______________________________________________________
O Caderno Pedagógico “Assumindo a Diversidade na
Escola Inclusiva” foi construído diante da necessidade do
desenvolvimento de respostas educacionais eficientes frente
à diversidade de estilos e ritmos de aprendizagem presentes
na escola.
Tema 7: Analisando algumas experiências de vida
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 12 -
Para enfrentar esse desafio, os profissionais da
educação precisam contar com a ajuda a e apoio em caráter
permanente, mediante atividades de formação continuada e
acesso a materiais pedagógicos de suporte às suas ações
desenvolvidas no cotidiano escolar.
Em cada um dos temas propostos nesse Caderno
Pedagógico serão sugeridas atividades de leitura, reflexão e
análise de textos, artigos, estudos de caso, propostas
alternativas para o desenvolvimento de um trabalho com
professores, alunos, funcionários e pais na escola. Através
das reflexões realizadas, articulando a teoria e a prática,
haverá espaço para o educador rever suas ações
desenvolvidas no cotidiano escolar frente ao trabalho,
respeitando a diversidade presente na escola e, desta forma,
favorecendo a criação de estratégias alternativas para a
efetivação do processo inclusivo.
______________________________________________________
Em consonância com a perspectiva da importância de
a escola assumir a diversidade diante da inclusão
educacional proposta nesse Caderno Pedagógico,
encontraremos atividades para reflexão, que constituem
importantes recursos de aprendizagem. Devemos analisá-las
com atenção, retornando ao texto sempre que tivermos
dúvida. É oportuno que essas atividades sejam registradas
no Diário de Estudo, no qual poderão também ser anotadas
eventuais dúvidas e tudo que se julgar interessante no
processo de aprendizagem.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 13 -
Sendo assim, teremos a oportunidade de relacionar o
que se aprendeu sobre cada tema com a prática docente,
identificando as maiores dificuldades e o que ainda precisa
ser aprendido para se alcançar os objetivos necessários para
o exercício da docência frente aos desafios da educação
inclusiva.
É conveniente que no estudo da cada um dos temas
seja feita uma reflexão, a fim de estabelecer correlação com a
prática pedagógica, discutindo a aplicação dos temas
estudados à realidade profissional.
Bom estudo!
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 14 -
TTEEMMAA 11
PPRROOBBLLEEMMAATTIIZZAANNDDOO OO OOBBJJEETTOO DDEE EESSTTUUDDOO__
Se soubermos que um obstáculo é intransponível,
deixa de ser um obstáculo para se tornar um ponto
de partida.
Juzsef Eorvos
A profunda e enraizada segregação presente nas escolas
é o principal obstáculo para a efetivação da inclusão. Os
preconceitos presentes na escola não são oriundos apenas
dos atos e da mentalidade dos grupos dominantes. Esta é
uma situação bem mais abrangente, fruto de uma sociedade
que cria como padrão características diversas das
apresentadas por muitos dos alunos. O estereótipo da
eficiência, da agilidade, da rapidez capitalista, exigido a
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 15 -
todos, simplesmente ignora as particularidades e as origens
dos educandos. O corpo discente é visto como uma massa
homogênea, mas na verdade é um todo instável e repleto de
diferenças. O descaso com as peculiaridades cria barreiras
para a aprendizagem das minorias, deixando à margem
dessa todos aqueles que não respondem às expectativas
imediatistas, devido a origens, necessidades e contextos
sociais diversos, simplesmente ignorados neste processo.
Diante da diversidade presente na escola os professores, na
maioria dos casos, sentem-se despreparados, pois a
formação inicial e continuada que receberam foi insuficiente
para o trabalho com diferenças significativas (Mantoan,
2006).
Essa atitude passiva diante deste problema muitas
vezes é interpretada como má vontade, pouca colaboração
ou medo. Porém, em ambas formações, pouco analisaram ou
ouviram a respeito do trabalho pedagógico diante das
diferenças dos alunos. As ações pedagógicas, geralmente,
desenvolvidas são programadas sob a hegemonia da
normalidade, pautadas para atender a um aluno idealizado,
que serve de modelo aos demais, no desejo de assegurar a
homogeneidade das turmas.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Pense no cotidiano de sua escola e reflita: - Em relação à importância do paradigma capitalista, você concorda que ela se estende até o ambiente escolar? - Identifique exemplos de ações pedagógicas que refletem a “hegemonia da normalidade” citada no texto; * Anote as respostas no Diário de Estudo.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 16 -
Na formação inicial dos professores, os cursos de
licenciatura não proporcionaram aos futuros profissionais
disciplinas específicas que envolvessem o ensino dos
conhecimentos teóricos e práticos a respeito da inclusão
educacional. Nos momentos de formação continuada, que
são proporcionados aos professores na escola e fora dela,
pouca ênfase é dada ao processo inclusivo e ao
desenvolvimento do trabalho na diversidade. Ainda, porque
esses momentos de formação, na maioria das vezes, não
consideram as necessidades dos docentes, têm caráter
pontual e são desvinculados da realidade da escola.
Cabe ainda ressaltar que, para muitos educadores, a
inclusão enquanto proposta educacional aparece associada à
presença de alunos com deficiências nas classes regulares.
Acreditando-se que, uma vez matriculados estes alunos,
estaria garantida a inclusão educacional. Assim, a concepção
de escola inclusiva estaria relacionada apenas a alunos com
deficiência, desconsiderando toda a heterogeneidade
presente na escola.
Segundo Carvalho (2005, p.48), “são excluídos todos
aqueles que são rejeitados e levados para fora de nossos
espaços,(...) dos nossos valores, vítimas de representação
estigmatizante.”
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Na sua escola, existem alunos com deficiências matriculados nas classes regulares? A concepção de educação inclusiva dos educadores de sua escola é restrita a esses alunos ou ela é expandida à heterogeneidade presente na escola?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 17 -
Alunos marginalizados por sua condição de pobreza,
por problemas comportamentais, com deficiências, com altas
habilidades, lentos, com diferentes ritmos de aprendizagem
são muitas vezes prejudicados na sua trajetória educacional,
com situações de rotulações, preconceito e reprovações,
levados muitas vezes à exclusão e ao fracasso.
Na escola, geralmente o fracasso é atribuído ao aluno,
que deve mudar para adaptar-se á escola, a qual, frente a
essa situação continua desenvolvendo seu trabalho,
insensível às causas do revés sofrido pelo aluno. Essas são
algumas das conseqüências percebidas de um projeto
pedagógico etnocêntrico que não mais atende às
características atuais, que se configura no horizonte de um
novo paradigma civilizacional, de sociedade e de escola
inclusiva.
A equipe gestora, geralmente confinada em seus
gabinetes, ocupada em realizar trabalhos burocráticos,
preocupada em resolver os problemas imediatos e manter a
ordem, envolvidas na rotina do cotidiano escolar, visualiza
os alunos também como um todo homogêneo.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Diante do fracasso escolar na sua escola quais as ações previstas para superá-lo? Geralmente, as mudanças partem predominantemente do professor ou do aluno? Você considera importante o papel da equipe gestora diante do processo de inclusão educacional? Justifique.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 18 -
As diferenças que aparecem são vistas, muitas vezes,
como problemas e os mesmos como fatos isolados,
ignorando a verdadeira miscelânea de caracteres humanos
com suas respectivas origens e contextos sociais que
constitui o grupo de alunos.
Desta forma, em geral a diversidade não é assumida
nem valorizada pela equipe gestora, a qual se revela
burocrática e passiva frente às situações em que deveria
posicionar-se ‘diferente’, a favor de uma escola para todos.
Ação reflexiva coletiva
______________________________________________________
Agora juntamente com o coletivo de sua escola reúna-
se para discutir algumas questões pertinentes à primeira
temática.
Primeiramente, discuta as questões em pequenos
grupos, depois compartilhe as conclusões para o grande
grupo, abrindo à plenária. Não esqueça de anotar as
conclusões do grupo no Diário de Estudo.
Considerando a realidade explicitada no Tema 1 -
Problematizando o Objeto de Estudo, discuta e reflita com
seu grupo as seguintes questões:
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 19 -
Qual é o espaço, hoje existente na escola, para os
professores e a equipe gestora estudarem e pensarem
coletivamente, colocando suas dúvidas, angústias e anseios
sobre como tornar a escola um ambiente verdadeiramente
inclusivo, assumindo a diversidade?
E, principalmente, como promover a educação
inclusiva, garantindo que ela seja um recurso para a
melhoria da qualidade educacional e fonte de
enriquecimento?
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 20 -
RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS
____________________________________________________________________________________________________________
CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. 3 ed. Porto Alegre: Mediação, 2005. CD –Balões de pensamentos e diálogos por Lushpix Illustration (Thought and dialogue bubles) CD – Cruzeiro de Férias por Image Zôo CD – Hoopla!Splash por Image Club MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como se faz? 2.ed. São PAULO:Moderna, 2006. DVD Original Country Clipart – By Lisa
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 21 -
TTEEMMAA 22
PPEERRSSPPEECCTTIIVVAASS PPAARRAA UUMMAA EESSCCOOLLAA IINNCCLLUUSSIIVVAA____
Não é por termos liberdade que podemos mudar tudo à
nossa volta, mas dispomos da faculdade de dar sentido a
tudo (o que é muito melhor), mesmo àquilo que não o tem!
Nem sempre somos senhores do desenvolvimento da nossa
vida, mas somos sempre senhores do sentido que lhe
conferimos.
Jacques Philippe
A sociedade atual passa por mudanças aceleradas,
decorrentes da globalização e dos avanços tecnológicos, os
quais acarretam, na maioria das vezes, profundas
desigualdades econômicas, culturais, sociais e políticas, as
quais requerem o estabelecimento de políticas públicas
voltadas para a redução dessas enormes diferenças, isto é,
políticas de inclusão que permitam a todos o usufruto das
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 22 -
conquistas científicas, dos avanços tecnológicos e de uma
educação com qualidade, que atenda a diversidade presente
na escola.
A palavra inclusão é originária da expressão inglesa
full inclusion, que significa inclusão por completo. A idéia de
full inclusion segundo Stainback e Stainback (1999), estabelece
a educação para todos os alunos nas classes e escolas de
bairro, ou seja, todas as crianças devem ser inseridas na vida
social e educacional.
Segundo Carvalho (2005, p.29): “a idéia de inclusão
educacional pressupõe a melhoria da resposta educativa da
escola para todos, em qualquer das ofertas educacionais”.
Nesse sentido, entende-se por inclusão educacional a
garantia de acesso a todos na escola, reconhecendo e
valorizando as diferenças, respeitando as necessidades de
cada um, através de um ensino de qualidade.
Algumas das atuais políticas públicas estão voltadas
para a inclusão escolar e social de diversos segmentos que
historicamente ficaram à margem da sociedade, como os
negros, os índios, pessoas com deficiências, minorias
lingüísticas, étnicas ou culturais, grupos desfavorecidos ou
marginalizados e outros.
A sociedade é formada por pessoas que pertencem a
grupos étnicos diferentes, que possuem cultura,
religiosidades e história próprias, igualmente valiosas e que,
em conjunto, contribuem na construção da diversidade. A
variedade étnico-cultural presente na escola, as origens
sociais dos alunos, o status sócio-econômico e as diferentes
crenças religiosas dos alunos que revelam a diversidade de
De acordo com a Política Pública Estadual de Inclusão Educacional do Paraná (2007), a inclusão educacional exige um repensar sobre a estrutura política e as estratégias educativas, para garantir a permanência de todos na escola, não apenas seu acesso, e uma aprendizagem satisfatória.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 23 -
valores, comportamentos e interesses precisam ser
consideradas como fontes de conhecimento nas relações de
trocas e valorizadas no processo educativo.
Algumas pesquisas produzidas pelo IBGE e citadas
por Henriques, (2003), demonstram que os negros
representam 45% da população brasileira, e que, apesar dos
movimentos de luta contra o racismo, ainda sofrem, muitas
vezes, com situações de pobreza, de preconceito e de
exclusão educacional e do mercado de trabalho. Diante da
inclusão educacional, a valorização do negro e da cultura
afro-brasileira é muito importante porque ele passa a ser
visto com respeito, igualdade e com a dignidade que merece.
Cabe ainda ressaltar a situação de muitos jovens e
adultos, que por problemas sociais, econômicos, precárias
condições de vida, foram alijadas de seu direito de estudar.
Muitas vezes, essas pessoas sofrem preconceitos, associados
à descrença da capacidade de aprendizagem das mesmas.
Freire, (1999), ressalta a importância da “dialogicidade”
como essência da educação, como prática da liberdade e da
estruturação de um trabalho direcionado a jovens e adultos.
Aprender a ouvir, a dialogar com o saber do outro é
perceber a subjetividade que se encontra nas inter-relações
com o outro.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Em sua opinião, as atuais Políticas Públicas de Inclusão oferecem condições para a efetivação do processo de inclusão educacional na escola? Explique. Como o reconhecimento da diversidade na escola pode ser usado de maneira enriquecedora do processo de aprendizagem? Na escola, deparamo-nos com situações de preconceito por parte de alunos e professores. Qual é o papel da equipe pedagógica como mediadora diante desses impasses?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 24 -
Considerando que esse público que ficou fora da
escola, quando retornam em cursos de educação de jovens e
adultos , cursos profissionalizantes, trazem para a sala de
aula uma concepção de vida, conhecimentos diversos
construídos em suas diferentes vivências, valores
incorporados e necessidades concretas ligadas ao seu
cotidiano e às expectativas de vida, os quais precisam ser
valorizados pelo cotidiano escolar.
A escola, como instituição social, contribui com o
processo de formação das identidades de gênero, através das
atitudes e linguagens utilizadas pelos educadores. A
diferença é um atributo do ser humano, sendo assim, existem
muitas formas de ser homem e mulher. Logo, as relações
escolares devem ser pautadas no respeito das singularidades
e nas múltiplas possibilidades de ser e estar no mundo,
garantindo a inclusão de todos os segmentos da sociedade.
No contexto escolar, a falta de acesso à educação,
situações de repetência e indiferença com as necessidades
dos alunos são fatores poderosos na determinação do
fracasso e da exclusão educacional. Olhando-se para os
diferentes grupos presentes na sociedade, observa-se que a
exclusão educacional afeta em geral os grupos mais
desfavorecidos, como a parcela mais pobre da população e as
pessoas com deficiências.
______________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
Diante do público da educação de jovens e adultos e de cursos profissionalizantes, a escola preocupa-se em detectar suas reais necessidades e expectativas de vida?
“Levar chumbo”, “dançar” e “rodar de ano” são expressões brasileiras para um fenômeno de fato muito popular no Brasil , a repetência escolar, que junto à evasão escolar constituem graves problemas do sistema educacional do país.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 25 -
A inclusão se baseia na aceitação das diferenças
individuais como um atributo e não como um obstáculo, na
valorização da diversidade humana para o enriquecimento
de todas as pessoas e o direito de pertencer e não ficar de
fora.
A proposta de Escola inclusiva implica pensar em
uma nova postura da escola regular, que deve propor no seu
projeto político pedagógico ações que favoreçam a inclusão,
além de práticas educativas diferenciadas que atendam a
todos os alunos. Pois numa escola inclusiva a diversidade é
valorizada em detrimento da homogeneidade.
De acordo com Susan Stainback (2006)
Para que a inclusão seja bem sucedida, as diferenças dos alunos devem ser reconhecidas como um recurso positivo. As diferenças entre os alunos devem ser reconhecidas e capitalizadas para fornecer oportunidades de aprendizagem para todos os alunos da classe. ( STAINBACK, 2006, p.11)
A escola enquanto espaço educacional inclusivo deve
estar baseada na valorização das diferenças dos alunos como
um atributo e não como um obstáculo, no reconhecimento da
diversidade humana pela sua importância para o
enriquecimento de todas as pessoas, através das trocas com
seus pares, como reais oportunidades de construção do
conhecimento, onde as diferenças são respeitadas.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Segundo Sassaki (1997), a idéia fundamental da inclusão é a de adaptar o sistema escolar às necessidades dos alunos. A inclusão propõe um único sistema educacional de qualidade para todos os alunos, com ou sem deficiência.
Na elaboração do Projeto Político Pedagógico de sua escola, o processo de inclusão educacional foi considerado? Como os professores de sua escola encaminham o trabalho diante das diferenças dos alunos, como um obstáculo a ser transposto ou como elemento enriquecedor das experiências?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 26 -
A Declaração de Salamanca (1994) evidencia que a
educação inclusiva não se refere apenas às pessoas com
deficiências ao utilizar o termo “pessoa com necessidades
educacionais especiais”, estendendo-o a todas as crianças ou
jovens que têm necessidades decorrentes de suas
características de aprendizagem. Com afirma Carvalho
(2005):
As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema educacional que reconheça e atenda às diferenças individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos. Sob esta ótica, não apenas portadores de deficiência seriam ajudados e sim todos os alunos que, por inúmeras causas, endógenas ou exógenas, temporárias ou permanentes, apresentem dificuldades de aprendizagem ou no desenvolvimento. (CARVALHO, 2005, p. 29)
Desta forma, a diversidade presente no cotidiano
escolar deve ser celebrada nas escolas inclusivas, pois as
diferenças oferecem grandes oportunidades para a
aprendizagem de todos. O reconhecimento da diversidade é
o ponto de partida para que as diferenças não se
transformem em desigualdades, o que pressupõe educar com
base no respeito às peculiaridades de cada estudante e no
desenvolvimento da consciência de que as diferenças
resultam de um complexo conjunto de fatores, que abrange
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Segundo Mantoan (2006), nem todas as diferenças necessariamente inferiorizam as pessoas. Há diferenças e há igualdades – nem tudo deve ser igual, assim como nem tudo deve ser diferente. É preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza.
A heterogeneidade presente na escola, tanto em relação às origens sociais do aluno como as suas características pessoais, são consideradas como positivas no processo educativo de sua escola? E recebem a atenção necessária para a efetivação do processo de inclusão educacional?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 27 -
as características pessoais e a origem sócio-cultural, assim
como as interações humanas. A atenção à diversidade
baseia-se no direito de acesso à escola, visa à melhoria da
qualidade do ensino e aprendizagem para todos e a
realização de adequações curriculares para atender as
necessidades particulares da aprendizagem dos alunos.
Ação reflexiva coletiva
______________________________________________________
Nosso desafio, no momento, é encontrar um meio de
se avançar no caminho de uma escola inclusiva, que ensine e
eduque todas as crianças e simultaneamente reconheça as
diferenças como um valor a ser levado em conta no
desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Neste
sentido, a promoção da inclusão educacional implica na
identificação de perspectivas para a efetivação do processo
inclusivo e de barreiras que o dificultam na escola, devendo
ser minimizadas.
O primeiro passo para o desenvolvimento da
atividade seguinte é reunir o coletivo da escola em pequenos
grupos e propor as seguintes tarefas:
definir atitudes e ações que caracterizam uma escola
como verdadeiramente inclusiva;
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 28 -
identificar as dificuldades presentes no cotidiano
escolar que atrapalham a efetivação das ações citadas
acima.
Em seguida, cada grupo deverá apresentar suas
conclusões. As diferentes respostas apresentadas deverão ser
discutidas e relacionadas com a realidade escolar, da
seguinte forma:
Quais das ações citadas são praticadas na escola?
Existem atitudes concretas na escola para a atenuação
das dificuldades citadas?
__________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 29 -
RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS
____________________________________________________________________________________________________________
BRASIL. Senado Federal. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: CORDE, 1994 CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. 3 ed. Porto Alegre: Mediação, 2005. CD –Balões de pensamentos e diálogos por Lushpix Illustration (Thought and dialogue bubles) CD – Cruzeiro de Férias por Image Zôo CD – Hoopla!Splash por Image Club DVD Original Country Clipart – By Lisa FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 27 ed. São Paulo. Paz e Terra, 1999. HENRIQUES, R. Silêncio – o canto da desigualdade social. In: Racismos Contemporâneos, Rio de Janeiro, 2003. MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como se faz? 2.ed. São PAULO:Moderna, 2006. PARANÁ, Política Pública Estadual de Inclusão Educacional. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr .gov.br/portals/portal/semana/julho2007_textos.pdf SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. STAINBACK, S. & STAINBACK, W. Inclusão. Um guia para educadores. Porto Alegre; Artes Médicas, 1999. STAINBACK, S. Considerações Contextuais e Sistêmicas para a Educação Inclusiva. Inclusão: Revista da Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP. Ano 2, n.3, dez., 2006.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 30 -
TTEEMMAA 33
EEVVOOLLUUÇÇÃÃOO EE AASSPPEECCTTOOSS LLEEGGAAIISS DDOO PPRROOCCEESSSSOO
IINNCCLLUUSSIIVVOO__________________________________________________________________________________
O segredo para viver em paz com todos consiste na arte de
compreender cada um segundo a sua individualidade.
F. L. Jahn
O diálogo sobre escola inclusiva implica refletir sobre
os fatos que, ao longo da história da humanidade, marcaram
a vida de muitas pessoas, que por apresentarem alguma
FRAGMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A EVOLUÇÃO DO
PROCESSO INCLUSIVO DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIAS
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 31 -
deficiência foram excluídas, segregadas, sofreram
preconceitos em sua vida em sociedade por causa de suas
diferenças.
No período marcado pela gênese das primeiras
sociedades humanas, a maioria das pessoas com deficiências
era considerada como indigna de educação escolar. A família
da pessoa com deficiência o excluía do seu convívio e da
sociedade, eram comuns atos seletivos.
Assim, nos primórdios da sociedade, as pessoas
consideradas diferentes, por serem deficientes, eram
consideradas empecilhos, sendo segregadas do convívio
social ou simplesmente exterminados.
Na Grécia Antiga, conforme Amaral (1995), as pessoas
deficientes tinham seu destino selado com a morte ou
simplesmente eram abandonadas. Além disso, o Estado
Greco-romano tinha o direito de não permitir cidadãos
disformes ou monstruosos, ordenando ao pai que matasse o
filho que nascesse nessas condições. Na cidade de Esparta, as
crianças com deficiências física ou mental eram eliminadas
ou abandonadas nas montanhas.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
A segregação das pessoas com deficiências em diversos períodos históricos da humanidade assinalou o processo de exclusão desses sujeitos. Quais são os fatores sociais e econômicos que contribuíram nesse processo e que ainda persistem nos dias de hoje?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 32 -
Com relação aos surdos, Skliar (1998), comenta que os
mesmos eram jogados do alto dos rochedos. Em Atenas, os
jovens considerados normais eram preparados para a paz e
para a guerra, desenvolvendo o conhecimento intelectual e a
coragem, mas os surdos eram abandonados em praças
públicas e nos campos desprovidos de toda possibilidade de
desenvolvimento moral e intelectual, considerados
absolutamente incapazes para a prática da vida política.
Considerando toda a capacidade intelectual, de
comunicação, de percepção afetiva que a pessoa surda
possui, percebe-se quantas atrocidades foram cometidas no
passado, quando eram desconsideradas as capacidades e
direitos dessas pessoas.
Na Idade Média, a partir da influência da Igreja,
passou-se a condenar a prática do infanticídio. Porém, a
partir do pensamento cristão, que na época considerava a
diferença um sinônimo de pecado, os deficientes eram
associados à marca da punição divina, expressão do poder
sobrenatural, a atos de feitiçaria, a duendes malignos e
demônios; eram perseguidos, afastados do convívio social e
mortos. (Carmo, 1997)
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
A história mostra que vêm de longo tempo a resistência à aceitação social das pessoas com deficiências e como suas vidas eram ameaçadas, através de várias práticas, citadas no texto. Quais são os meios e ações que a sociedade usa para excluir, atualmente?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 33 -
Assim, devido à falta de conhecimentos e receio do
sobrenatural e do diferente, do desconhecido, as pessoas
mantiveram por muito tempo a concepção de que a
deficiência era um castigo, segregando e perseguindo outras
pessoas porque eram diferentes.
A partir de meados do século XVI, a questão da
diferença ou a fuga ao padrão considerado normal vai passar
da órbita da influência da Igreja para se tornar objeto da
Medicina. (JIMENEZ, 1997).
Assim, com o desenvolvimento das ciências e das
pesquisas, e com os estudos desenvolvidos na área da
medicina, verificou-se que muitas deficiências eram
resultantes de disfunções no organismo e as pessoas com
deficiências passaram a ser olhadas não mais como
problemas espirituais.
Conforme relata Facion, (2005), o processo histórico de
escolarização de pessoas com transtornos mentais iniciou-se
no final o século XVII, na França, com a fundação de
instituições especializadas para a educação de surdos e de
cegos. E no ano de 1777, foi Pestalozzi que democratizou o
ensino revelando que todos, apesar de apresentarem
características diferentes, tinham condições de aprender.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Você acha que, ainda hoje, na era tecno-científica em que vivemos, a falta de conhecimento, o medo do desconhecido e diferente e a intransigência persistem como barreiras para a o processo inclusivo?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 34 -
Esses são alguns fragmentos históricos relevantes
sobre a evolução do processo inclusivo das pessoas com
deficiências. Já no Brasil, o interesse pelo atendimento de
pessoas com deficiências tem origens no período colonial.
No Brasil, a preocupação com pessoas com deficiência
vem desde 1600, evoluindo gradativamente. Até o início da
República, em 1889, havia no país seis instituições de ensino
atendendo deficientes físicos.
Mas, estes atendimentos e as criações das instituições
não significaram evoluções, pois o atendimento oferecido era
esporádico e assistemático, demonstrando o modo
excludente que ainda vigorava no atendimento das pessoas
com deficiência naqueles tempos.
No Brasil em 1904, segundo Facion, (2005), foi
desenvolvida a primeira escola, Escola de Crianças
Anormais, localizada no Hospital Nacional de Alienados do
Rio Janeiro.
Percebe-se então que, no início do século XX, começou
o atendimento de pessoas com deficiências dentro de
instituições, que propiciavam o início da escolarização, mas
essa acontecia de forma segregada, pois se acreditava que
essas pessoas não tinham condições de interagir com as
demais nas escolas regulares.
INCLUSÃO NO BRASIL: EVOLUÇÃO E ASPECTOS
LEGAIS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 35 -
Em 1948, a elaboração da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, em Assembléia Geral da Organização das
Nações Unidas, garantindo os princípios de igualdade e
dignidade humanas e a vedação absoluta à discriminação de
qualquer espécie, vem assegurar os direitos das pessoas com
deficiências.
A partir da década de 50 e mais fortemente nos anos
60, segundo Sassaki (1997), com o movimento dos pais de
crianças a quem era negado ingresso em escolas comuns,
surgiram as escolas especiais, e mais tarde as classes
especiais dentro das escolas comuns. O sistema educacional
ficou com dois subsistemas funcionando paralelamente e
sem ligação uma com a outra: a educação comum e a
educação especial.
O ano de 1961 constitui um marco importante na
Educação Especial no Brasil, pois a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (Lei 4024/61) declarava em seu artigo
88 que: “a educação dos excepcionais deve, no que for
possível, enquadrar-se no sistema geral da educação, a fim
de integrá-los na comunidade”.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
A escolarização de forma segregada, separando e isolando crianças do grupo principal e majoritário da sociedade tentava evidenciar um empenho na resolução de problemas da educação das pessoas tidas como diferentes. Você acha que essa separação, já no nível escolar, contribuiu para a construção de uma mentalidade excludente na sociedade atual?
A preocupação com os direitos humanos foi lema do século XVIII na Revolução Francesa, baseada nos princípios de igualdade, liberdade e fraternidade; que, em 1789, proclamou-a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, preconizou o direito à liberdade, à igualdade, à propriedade e à segurança a todos os cidadãos.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 36 -
Essa lei representa um passo relevante na educação,
pois mostra o reconhecimento, pelas autoridades, da
importância da integração dos alunos com deficiência nas
classes regulares.
A partir de década de 70, segundo Sassaki, (1997),
houve uma mudança filosófica em direção à idéia de
educação integrada. As escolas comuns estariam aceitando
alunos com deficiências nas classes comuns. Só se
consideravam integrados alunos com deficiência que
conseguissem adaptar-se à classe comum como esta se
apresentava, portanto sem modificações no sistema. A
educação integrada exigia a adaptação dos alunos ao sistema
escolar, excluindo aqueles que não conseguiam adaptar-se
ou acompanhar os demais alunos.
Em 1977, cria-se a Regulamentação da Portaria
Interministerial de nº 477, do MEC (Ministério da Educação e
Cultura) E MPAS (Ministério da Previdência e Assistência
Social) no atendimento a excepcionais. Em seu Artigo 9º,
determinou que fossem integrados no ensino regular os
alunos com deficiência que tivessem condições satisfatórias
de aproveitamento e participação de acordo com suas
possibilidades, sendo encaminhados às classes especiais das
escolas regulares somente aqueles alunos que, em razão de
suas limitações, não tivessem condições de acompanhar o
grupo.
Porém, este modelo segundo Bueno, (1993), não
representou a garantia de ingresso de alunos com deficiência
no sistema de ensino.
Segundo Mantoan (2006), em 1969, surgiram, nos países nórdicos, os primeiros movimentos em favor da integração de crianças com deficiências, questionando-se as práticas sociais e escolares de segregação.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 37 -
A Educação Especial funcionava como um modelo
paralelo, ainda com métodos de forte ênfase clínica e
currículos próprios. As classes especiais implantadas nas
décadas de 70 e 80 acabaram servindo como espaços de
segregação para aqueles que não se enquadravam no sistema
regular de ensino.
A integração instituída no âmbito das políticas
educacionais, a qual prevalece ainda em muitos sistemas
escolares, visa também preparar alunos oriundos das classes
e escolas especiais para serem integrados em classes
regulares recebendo, na medida de suas necessidades,
atendimento paralelo em salas de recursos ou outras
modalidades especializadas.
De acordo com Werneck (1997), ao Ano Internacional
de Pessoas Portadoras de Deficiência, 1981, instituído pela
ONU, seguiu-se a década das Nações Unidas para Pessoas
Portadoras de Deficiência. Assim de 1983 a 1992, foram
considerados os princípios éticos, filosóficos e políticos que
sustentaram um lento processo de construção de cidadania
de indivíduos com deficiências, incluindo mudanças na
legislação.
A Constituição Federal Brasileira criada em 1988 elege
como fundamentos de nossa República a cidadania e a
dignidade da pessoa humana (art.1º. incisos II e III), e como
um dos objetivos fundamentais a promoção do bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação ( art. 3º inciso IV).
Além disso, garante o direito à igualdade (art. 5º) e trata nos
artigos 205 e seguintes, do direito de todos à educação, que
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001) conceituam Educação Especial como: “Processo educacional escolar definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica”.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 38 -
deve visar ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para a cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Quando garante o direito à educação e o acesso à
escola, a Constituição brasileira, segundo Mantoan (2006,
p.26) “(...) não usa adjetivos. Por essa razão, toda escola deve
atender aos princípios constitucionais, sem excluir nenhuma
pessoa em decorrência de sua origem, raça, sexo, cor, idade
ou deficiência”.
A Constituição Federal assume o princípio da
igualdade como fundamento de sociedade democrática e
justa, e assim, a escola deve garantir o acesso e oferecer um
ensino de qualidade a todos, valorizando as diferenças na
formação do cidadão responsável.
A Lei 7853 de 24 de outubro de 1989 segundo
Cavalcante (2006), define como crime recusar, suspender,
adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por
causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de
ensino, seja ele público ou privado.
Assim, no Brasil a tendência para inserção de alunos
com deficiências na rede regular de ensino, já anunciada nos
anos 70 com a fase da integração, tomou vulto na década de
80 com as discussões sobre os direitos sociais, que
precederam a Constituição, as quais enfatizaram
reivindicações populares e demandas de categorias até então
excluídas dos espaços sociais. Neste movimento, a luta pela
ampliação de acesso e da qualidade da educação das pessoas
com deficiência surgiu na segunda metade da década de 80,
incrementou-se nos anos 90 e adentra o século 21 com a
proposta da inclusão, amparada pela legislação em vigor e
A Constituição elege como um dos princípios para o ensino “a igualdade de condições de acesso e permanência na escola” (artigo 206, inciso I), acrescentando que o “dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um” (artigo 208, inciso V).
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 39 -
determinante das políticas públicas educacionais em nível
federal, estadual e municipal.
Várias normas, leis, declarações e acordos
internacionais foram criados sobre a defesa e promoção do
exercício do direito à educação, à participação e à igualdade
de oportunidades de toda criança, adolescente, jovem e
adulto.
Convenção sobre os Direitos da Criança, organizada
pelas Nações Unidas, em 1989, dispõe sobre os direitos que
devem ser aplicados a todas as crianças e jovens,
protegendo-os contra todas as formas de discriminação.
(BRASIL, 2006)
A Declaração Mundial sobre Educação para Todos,
Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem,
elaborada na Conferência Mundial de Educação para Todos,
em 1990, em Jomtien, na Tailândia, recomenda especial
atenção às necessidades básicas de aprendizagem das
pessoas com deficiência e a adoção de medidas para
assegurar a igualdade de acesso à educação como parte
integrante do sistema educacional (MEC/SEESP, 2006).
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Os dispositivos legais citados já bastariam para a garantia do direito de acesso de qualquer pessoa à sala de aula. Entretanto, há dúvidas sobre a viabilidade da inclusão irrestrita, no tocante aos casos de alunos com deficiências severas e múltiplas, como a deficiência mental e o autismo. E você, o que pensa sobre esse impasse. Posicione-se claramente, com base em experiências práticas ou opiniões.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 40 -
A Lei 8.069 de 13 de julho de 1990, denominada
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), eleva a criança
e o adolescente à condição de sujeitos de direitos, pessoas na
condição peculiar de desenvolvimento e merecedora de
atenção do Estado, da família e da sociedade com absoluta
prioridade. De acordo com Cavalcante (2006), o ECA garante
o direito à igualdade de condições para o acesso e a
permanência na escola, o respeito dos educadores e o
atendimento educacional especializado, preferencialmente
na rede regular.
Em 10 de junho de 1994 foi realizada a Conferência
Mundial de Educação na Espanha com o intuito de
promover a educação para todos, emergindo então o
documento norteador de novos procedimentos, a Declaração
de Salamanca, a qual dispõe sobre a obrigatoriedade das
escolas de acolher todas as crianças, independente de suas
condições pessoais, assegurando um ensino de qualidade.
(...) as escolas devem acolher todas as crianças independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiências e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de populações distantes ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, p.17).
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
A concentração de esforços das políticas sociais para garantir os direitos de crianças e adolescentes resultou em conquistas decisivas, aumentando a responsabilidade do Estado em assegurar direitos de cidadania a todos. Entretanto, a efetivação desses direitos é um caminho por construir, pois depende de ações concretas. Que tipos de ações são essas?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 41 -
Assim, o princípio fundamental que orienta a
Declaração de Salamanca é o de que as escolas devem
acomodar todas as crianças, possibilitando que elas
aprendam juntas, independente de quaisquer dificuldades
ou diferenças que possam ter. As escolas devem reconhecer e
responder às diversas necessidades de seus discentes,
respeitando tanto estilos quanto ritmos diferentes de
aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a
todos, por meio de currículo apropriado, modificações
organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e
parcerias com a comunidade. Desse modo, espera-se que a
escola inclusiva seja um dos meios mais eficazes no combate
a atitudes discriminatórias, respeitando tanto as diferenças
quanto a dignidade de todos os seres humanos.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Lei 9394/96, que trata da Educação Especial, no
Capítulo V, artigo 58, aponta que:
Entende-se por Educação Especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades. (...) O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. (LDBEN – LEI 9394/96)
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Reflita sobre sua realidade profissional e sua prática pedagógica, bem como sobre os ajustes que parecem ser necessários, para que se atenda às propostas contidas na Declaração de Salamanca.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 42 -
A redação deste parágrafo, segundo Cavalcante
(2006), provocou confusão, dando a entender que
dependendo da deficiência, a criança só podia ser atendida
em escola especial. Na verdade, o texto diz que o
atendimento educacional especializado pode ocorrer em
classes ou escolas especiais, quando não for possível oferecê-
lo na escola comum.
No mesmo ano, 1996, ocorreu a Reunião de Ministros
da Educação na América Latina e Caribe, realizada em
Kingstom, e uma de suas recomendações estabelece o
fortalecimento das condições e estratégias para que as
escolas atendam as crianças com necessidades educacionais
especiais ou que apresentam dificuldades de aprendizagem
em virtude de diferentes razões, tais como deficiências,
ensino ou escolaridade inadequados e ambientes sociais
precários. (MEC/SEESP, 2006)
A Reunião Regional das Américas, preparatória do
Fórum Mundial de Educação para Todos, realizada em 2000,
em Santo Domingo, República Dominicana, estabelece o
compromisso de formulação de políticas de educação
inclusiva, dando prioridade, em cada país, aos grupos mais
excluídos.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Atendimento educacional especializado, segundo Mantoan (2006), refere-se ao que é necessariamente diferente no ensino para melhor atender as especificidades dos alunos com deficiências.
O atendimento educacional especializado abrange instrumentos necessários à eliminação das barreiras naturais que as pessoas com deficiência têm para relacionar-se com o ambiente externo. Cite exemplos desses instrumentos, que precisam estar disponíveis nas escolas regulares.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 43 -
Essa reunião também estabelece marcos legais e
institucionais para tornar obrigatória a inclusão como
responsabilidade coletiva. (MEC/SEESP, 2006)
Ainda em 2000, foi realizado o Fórum Mundial sobre
Educação, em Dakar, no Senegal, sendo realizada uma
avaliação da década. É considerado como o mais amplo
balanço da educação básica, pois nele fez-se avaliação da
educação para todos, que estabelece o Marco de Ação de
Dakar.
(...) todas as crianças, jovens e adultos, em sua condição de seres humanos, têm direito de beneficiar-se de uma educação que satisfaça as suas necessidades básicas de aprendizagem, na acepção mais nobre e mais plena do termo, uma educação que signifique aprender e assimilar conhecimentos, aprender e fazer, a conviver a ser. Uma educação orientada a explorar os talentos e capacidades de cada pessoa e desenvolver a personalidade do educando, com o objetivo de que melhore sua vida e transforme a sociedade (MARCO DE AÇÃO DE DAKAR, p.8)
Esse encontro aponta os princípios de uma proposta
de inclusão educacional quando se refere ao direito de
atendimento das necessidades de aprendizagem de todos os
alunos, considerando suas diferenças, acreditando no
potencial de cada um, colaborando na formação de um
indivíduo capaz de intervir no seu meio.
Em março de 2001, em Cochabamba, na Bolívia, foi
realizada a VII Reunião Regional de Ministros da Educação,
a qual reafirma a necessidade de valorizar a diversidade e a
interculturalidade como elementos de enriquecimento da
aprendizagem, recomendando que os processos pedagógicos
levem em conta as diferenças sociais, culturais, de gênero,
capacidade e de interesses, com vistas a uma melhor
O ideário dos sistemas educacionais inclusivos, segundo Carvalho (2005), pode ser resumido, tornando-se efetivo para todos, como: - o direito à educação; - o direito à igualdade de oportunidades; -escolas responsivas e de boa qualidade; - o direito de aprendizagem; -o direito à participação.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 44 -
aprendizagem, à compreensão mútua e à convivência. (MEC,
SEESP, 2006)
A Resolução nº 2, de 11 de setembro de 2001, que
institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica, indica uma concepção para Educação
Especial e necessidades educacionais especiais na
perspectiva da educação inclusiva; no art. 2º afirma que:
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. ( RESOLUÇÃO Nº2, 02/09/2001)
Neste contexto, a Educação Especial descortina um
novo campo de atuação, tornando-se um sistema de suporte
permanente e efetivo para os alunos com necessidades
especiais incluídos, bem como para os professores,
facilitando a inclusão dos alunos nas classes comuns ou
mesmo a freqüência concomitante nos dois lugares. Assim, a
Educação Especial não é mais concebida como um sistema
educacional segregado, mas como um conjunto de recursos
que a escola regular poderá dispor para atender à
diversidade dos seus alunos.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
No contexto do processo inclusivo, a educação especial não é concebida como um sistema educacional segregado. Como isso se concretizaria na prática, em sua opinião?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 45 -
A Convenção Interamericana para a Eliminação de
todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora
de Deficiência, realizada em Guatemala, em maio de 1999 e
promulgada no Brasil pelo Decreto 3956 de oito de outubro
de 2001, segundo Cavalcante (2006), põe fim às
interpretações confusas da LDB, deixando clara a
impossibilidade de tratamento desigual com base na
deficiência. O acesso ao Ensino Fundamental é, portanto, um
direito humano e privar pessoas em idade escolar dele,
mantendo-as unicamente em escolas ou classes especiais, fere
a convenção e a Constituição.
No Encontro Regional sobre Educação para Todos na
América Latina, ocorrido em Santiago do Chile, em abril de
2002, entre as várias orientações propostas, destaca-se a
orientação de que a elaboração dos planos nacionais de
educação deveria contemplar propostas de educação
inclusiva, avaliando-as constantemente, fortalecendo os
sistemas de capacitação e acompanhamento dos educadores,
gestores educacionais e familiares. (CARVALHO, 2005)
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
A proposta de educação inclusiva deve ser compreendida como um processo permanente de formação dos educadores, gestores e da família. O que sua escola tem realizado para evoluir nesse processo?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 46 -
Assim, estes acordos nacionais e internacionais
firmados desencadearam um movimento em direção a
sistemas educacionais inclusivos, que indicam uma nova
visão de educação, a qual recupera seu caráter democrático,
através da adoção do compromisso de proporcionar o acesso
de todos a uma educação na qual a diversidade deve ser
entendida e promovida como elemento enriquecedor da
aprendizagem e catalisador do desenvolvimento pessoal e
social.
Portanto, as leis e acordos firmados constituem um
apoio fundamental, orientando os propósitos da educação
inclusiva. De acordo com o Documento Subsidiário à Política
de Inclusão (MEC-SEESP, 2005) “torna-se relevante a
participação dos diferentes segmentos na implantação dos
direitos assegurados em lei para que os benefícios percebidos
na política de inclusão educacional possam ser efetivados”.
Assim, alicerçados nos princípios democráticos das
leis e acordos firmados, todos os responsáveis pelas políticas
públicas educacionais e sociais não devem economizar
esforços na concretização destes ideais. Não se trata de tarefa
fácil. Mas, devemos ter crença no potencial humano, a
certeza de que todos podem aprender e de que existe a
vontade sincera de provocar mudanças.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 47 -
Ação reflexiva coletiva
______________________________________________________
Passar do plano dos princípios da inclusão à ação,
passar das declarações e acordos internacionais à
implementação prática da educação inclusiva, para o
trabalho com a diversidade na escola, representa o desafio
com o qual os educadores deparam-se no cotidiano das
escolas. Portanto, é necessário identificar as barreiras
existentes no sistema educacional que dificultam as práticas
inclusivas.
Agora, juntamente com os educadores de sua escola,
discuta e reflita sobre as seguintes questões:
Quais as origens das barreiras enfrentadas pelos
alunos, por suas famílias e pelos educadores na
concretização do ideal inclusivo?
Quais as relações entre as barreiras existentes e a
produção do fracasso escolar?
A quem cabe removê-las do sistema educacional?
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 48 -
RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS
____________________________________________________________________________________________________________
AMARAL, L. A. Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércules). São Paulo: Robel, 1995. BRASIL. Ministério da Educação. Estatuto da Criança e do Adolescente. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Brasília, 2005. ______. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Documento Subsidiário à Política de Inclusão. Brasília, 2005. ______. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Educar na Diversidade. 3. ed. Brasília, 2006. ______. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Saberes e práticas da inclusão.Brasília, 2006. ______. Portaria Interministerial nº 477 de 11/08/1977, Brasília: MEC/MPAS,1977, disponível em http://www.prolei.inep.gov.br ______. Senado Federal. Constituição Federal de 1988. ______. Senado Federal. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. MEC/SEESP, 2001. _____. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, 9394/96. _____. Senado Federal. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: CORDE, 1994 _____. Lei 5692/71. Brasília, MEC/DF, 1997. BUENO, J.G.S. Educação Especial Brasileira: integração/segregação do aluno diferente. São Paulo; EDUC/PUCSP. 1993. CARMO, R. E. Integração, inclusão e modalidades da educação especial: Mitos e fatos. Brasília: Integração, 1997. CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. 3 ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 49 -
CAVALCANTE, M. De olho no direito. As leis sobre diversidade. Nova Escola. Inclusão.Edição Especial, n.11. São Paulo: Abril, outubro, 2006. CD –Balões de pensamentos e diálogos por Lushpix Illustration (Thought and dialogue bubles) CD – Cruzeiro de Férias por Image Zôo CD – Hoopla!Splash por Image Club Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948, disponível em http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm DVD Original Country Clipart – By Lisa FACIÓN, J. R. (org.). Inclusão Escolar e suas implicações.Curitiba: IBPEX, 2005. JIMENEZ, R.B. et al. Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: Dinalivro, 1997. MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como se faz? 2.ed. São PAULO:Moderna, 2006. SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. SKLIAR, C. (org) A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998. UNESCO. Marco de ação de Dakar. França: UNESCO, 2000. WERNECK, C. Ninguém vai ser bonzinho na escola inclusiva. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 50 -
TTEEMMAA 44
FFOORRMMAAÇÇÃÃOO DDOO PPRROOFFEESSSSOORR FFRREENNTTEE ÀÀ IINNCCLLUUSSÃÃOO
EEDDUUCCAACCIIOONNAALL__________________________________________________________________________
Não podes ensinar nada a um homem; podes apenas
ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo.
Galileu Galilei
A educação se constitui como direito de todos. A
escola, enquanto espaço social que preconiza a inclusão
educacional, deve estar aberta a todos, garantindo assim o
princípio constitucional de igualdade de condições de acesso
e permanência na escola, de uma educação com qualidade,
que oportunize viver, sobreviver e contribuir para a
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 51 -
construção de um mundo no qual todos, sem exceção, sejam
incluídos.
O espaço educacional inclusivo deve estar pautado na
valorização das diferenças culturais, sociais, étnicas,
religiosas, afetivas; e no respeito aos diferentes ritmos de
aprendizagem dos alunos, reconhecendo a riqueza da
diversidade presente na escola pela sua importância nas
relações de troca com seus pares no grupo.
Assim, torna-se necessária a ressignificação dos
processos pedagógicos frente à inclusão educacional, através
do desenvolvimento de respostas educacionais eficientes
frente à diversidade de estilos e ritmos de aprendizagem
presentes na sala de aula, a fim de garantir a melhoria da
qualidade do processo ensino-aprendizagem.
Porém, para oferecer uma educação de qualidade para
todos, assumindo a diversidade presente no cotidiano
escolar, a formação dos profissionais da educação é essencial
para a melhoria do processo de ensino, para o enfrentamento
das diferentes situações que implicam a tarefa de educar,
respeitando-se os diferentes ritmos de aprendizagem, a fim
de garantir a aprendizagem de cada um.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
No trabalho em sala de aula, de que maneira a heterogeneidade está presente? Como você conduz o trabalho pedagógico, com base na sua experiência ou na sua formação?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 52 -
A diversidade presente na escola e os princípios da
educação inclusiva exigem novas aptidões em termos de
formação do professor. Atualmente, muitas ações têm sido
dirigidas à formação e atualização de professores, mas , em
geral, percebem-se poucas mudanças nas práticas de ensino
que podem ser consideradas como significativas.
Geralmente isto ocorre porque as ações desenvolvidas têm
caráter pontual, ocorrem em períodos muito curtos, não
consideram as necessidades dos docentes e nem estão
vinculadas à realidade do cotidiano escolar. Ou seja, a
formação do professor é considerada como um processo
separado, externo à prática, pois não há a preocupação em
redirecioná-la através da análise e reflexão.
A formação que os professores receberam, e que
muitas vezes continuam recebendo, possui uma tendência
homogeneizadora da ação docente, centrando-se na
transmissão de conhecimentos teóricos e fragmentados, sem
relevância para a prática pedagógica do professor. Desta
forma, esta formação não contribui para o crescimento
profissional do professor e não se articula com o
desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Considerar o professor como “eterno aprendiz” é um dos princípios que devem embasar uma escola inclusiva. Na sua escola, há momentos de formação para a equipe? Em algum momento de formação houve preocupação em como encaminhar o trabalho pedagógico diante da diversidade?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 53 -
Os professores, diante do desenvolvimento de
trabalho com a diversidade presente na escola, muitas vezes
sentem-se inseguros, devido à formação insuficiente que
receberam em seus cursos de formação, como afirma
CARVALHO, (2005):
Consideram-se despreparados para a tarefa porque a formação que receberam habilitou-os a trabalhar sob a hegemonia da normalidade. Não foram qualificados para o trabalho com diferenças individuais significativas, o que representa mais uma necessidade de ultrapassagem: a qualidade da formação inicial e da continuada de nossos educadores. (CARVALHO, 2005, p. 88)
Diante das diferenças em sala de aula, as ações
pedagógicas desenvolvidas geralmente são pautadas para
atender a um aluno idealizado, que serve de modelo aos
demais, procurando assegurar a homogeneidade das turmas.
Para o encaminhamento de respostas educacionais
eficientes, aponta-se a necessidade de se compreender a
inclusão como um processo permanente de formação dos
educadores da escola. Para que isto se efetive faz-se
necessário oportunizar:
a reflexão individual sobre sua prática, a qual baseia-
se em uma permanente construção da realidade,
levando em conta o contexto no qual o professor atua
e as dificuldades que encontra para efetivação do
processo inclusivo;
o planejamento dos momentos de formação
continuada, levando em consideração os interesses e
as necessidades dos professores e a realidade em que
a escola está inserida;
Segundo Carvalho (2005), “reconhecer que necessitamos de atualização já é o início de um processo que nos tira do imobilismo e da acomodação e que, por nos inquietar, gera movimentos de busca e de renovação. Pode ser sofrido e custoso, mas, convenhamos, a vivência da inquietação é que nos faz avançar”.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 54 -
desenvolvimento da capacidade de trabalhar no
coletivo, propiciando o desencadeamento de reflexões
e discussões, a elaboração de um projeto educacional
que celebre os princípios da educação inclusiva e que
propicie as trocas de saberes e experiências entre os
pares, motivação para criação de tentativas
inovadoras, uma vez que possuem o apoio do grupo,
desta forma, criando um ambiente mais responsivo à
aprendizagem de todos os alunos;
condições para que os professores possam inovar,
enfrentando os desafios do cotidiano escolar e
desenvolvendo diferentes práticas pedagógicas,
sempre contando com o apoio e o assessoramento da
equipe da escola;
ressignificação dos processos pedagógicos
identificando as necessidades educacionais dos
alunos, ou seja, a construção de abordagens
educacionais inclusivas, que ofereçam alicerces firmes
para a heterogeneidade presente na escola,
abordagens que celebrem as diferenças como
oportunidades ricas de aprendizagens, abordagens
em que se propõem modelos práticos, demonstrando-
se a sua aplicação e se oferecendo oportunidades para
haver uma reflexão sobre as mesmas, ou seja ,
demonstração, prática e feedback;
reconstrução do papel da educação frente ao processo
de inclusão educacional e as novas demandas da
sociedade da informação, ou seja, o domínio de
recursos de informação, habilidades sociais, cognitivas
No processo de formação de professores, o foco do trabalho deve ser o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas pedagógicos.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 55 -
e lingüísticas e formação em valores éticos e morais,
respondendo eficiente e criticamente os desafios que
surgem na escola;
avaliação permanente do processo, permitindo que
todos os docentes se responsabilizem pelo processo de
formação na escola, avaliando os progressos e as
dificuldades encontradas, com a finalidade de
aperfeiçoamento e reorientação do processo de
formação.
Na ressignificação dos processos pedogógicos e
criação de novas abordagens de ensino-aprendizagem frente
ao processo inclusivo, precisam ser consideradas as questões
de tempo e espaço. Tempo porque a sua realização nem
sempre será fácil e nem imediata, supõe entregar-se e confiar
em uma possibilidade, esta só se confirmará pouco a pouco,
no dia-a-dia. Espaço porque supõe coordenar pontos de
vista, prestar atenção a muitos detalhes, criar novas
possibilidades, reorganizar a vida e, quem sabe, melhorar as
estruturas (cognitivas, afetivas, sociais, etc.) que lhes dão
sustentação. (MACEDO, 2005)
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Segundo Mantoan (2006), “ensinar, na perspectiva inclusiva, significa ressignificar o papel do professor, da escola, da educação e de práticas pedagógicas que são usuais no contexto excludente do nosso ensino, em todos os níveis.”
Quais são as práticas pedagógicas excludentes usuais no contexto escolar presentes na sua escola? Na sua opinião, o que significa ressignificar o papel do professor em uma escola inclusiva?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 56 -
No processo inclusivo, as diferenças são vistas como
oportunidades de aprendizagem, e desta forma, na
reorientação dos processos pedagógicos é de grande
relevância levar em consideração o tempo e o espaço que
cada educando necessita para realizar a construção do
conhecimento, de acordo com seu ritmo e estilo de
aprendizagem.
Quanto ao processo de formação de professores frente
ao processo de inclusão educacional, pode-se afirmar que a
formação inicial e continuada é o primeiro passo para a
construção de uma escola inclusiva, reconhecendo as
diferenças e constituindo uma prática pedagógica baseada na
realidade imediata do aluno.
Os cursos de formação inicial de professores, além dos
conhecimentos teórico-práticos da profissão, devem estar
estimulando uma perspectiva crítica e reflexiva da prática
pedagógica de cada um, uma vez que ela é um meio de
construir a identidade profissional. Neste processo, deve-se
levar em conta a reflexão na ação e sobre ela, a fim de
prepará-los para atuarem na profissão.
Como ressaltam Maciel, Pavanello e Moraes (2002, p.
26), “o profissional capaz de refletir sobre seu trabalho antes,
durante e após sua ação, terá melhores condições para agir e
transformar o ensino”.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Frente à diversidade e devido ao tradicionalismo presente na maioria, uma das questões problemáticas para muitos professores é: como desenvolver a prática pedagógica comum para todos e ao mesmo tempo, sensível às diferenças?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 57 -
A formação inicial propicia as bases para a construção
de um conhecimento pedagógico capaz de atender às
diferenças significativas intrínsecas às salas de aula, através
de ações voltadas para a prática inclusiva.
Os momentos de formação continuada de professores,
na escola ou fora dela, são espaços abertos à reflexão, em que
devem ser consideradas as necessidades dos docentes e as
situações enfrentadas por eles em suas práticas nas salas de
aula, além das dificuldades inerentes ao contexto escolar.
Portanto, a formação continuada constitui-se em um
processo de construção permanente de novos conhecimentos
e experiências educacionais, preparando o docente para
trabalhar com alunos procedentes de diversos contextos
sociais e culturais, e com diferentes níveis de capacidade.
A formação inicial e continuada dos educadores para
educar na diversidade necessita de uma fundamentação
teórica que esteja relacionada com os problemas e as
situações enfrentadas pelos docentes nas suas práticas em
sala de aula, “capacitando-os a melhor entender os tipos de
aprendizagem requeridos pelos alunos, o estilo de
aprendizagem de cada um e as metodologias didáticas mais
úteis.” (Carvalho, 2005, p.118).
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Na sua formação inicial, os cursos de licenciatura proporcionaram disciplinas específicas que envolvessem conhecimentos a respeito da inclusão educacional? Você acha isso importante? Nos momentos de formação continuada, em sua escola, são consideradas as necessidades dos professores, frente ao trabalho na diversidade?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 58 -
A formação do professor deve ser um processo
contínuo, que perpasse sua prática com os alunos, a partir do
trabalho com uma equipe permanente de apoio. É
fundamental valorizar o saber de todos os profissionais,
levando-os a refletir sobre sua prática, trocando saberes com
os colegas; ou seja, mantendo um canal aberto de escuta
destes profissionais, onde haja espaço para suas dúvidas e
seus anseios, oferecendo o apoio específico necessário para o
enfrentamento dos desafios face à diversidade.
Ação reflexiva coletiva
_________________________________________________
Nos momentos de formação, as atividades devem ser
planejadas após proceder-se a uma abordagem inicial dos
participantes, a partir da qual é possível identificar seus
conhecimentos prévios e idéias, necessidades expectativas
quanto às atividades propostas. Este conhecimento prévio
do grupo permitirá elaborar um programa de formação
adequado às suas necessidades, o qual será suscetível a
modificações em função durante o processo.
Complete as seguintes frases e compartilhe as respostas com
o coletivo de sua escola:
Expectativas prévias dos participantes
Para mim, estes encontros terão sucesso se...
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 59 -
Para mim inclusão educacional é...
As condições necessárias para meu trabalho se efetive
diante da diversidade presente na escola são...
Acredito que o mais importante nestes encontros de
formação será...
Diante dos diferentes estilos e ritmos de aprendizagem
presentes na minha sala de aula minhas reais necessidades
são...
Durante estes encontros de formação espero dos meus
colegas e dos organizadores...
Expectativas para o término da formação:
Para mim, os encontros de formação terão sido um
sucesso se...
Assim, estou disposto a assumir os seguintes desafios e
compromissos...
Para isto preciso do apoio e da colaboração de...
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 60 -
RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS
____________________________________________________________________________________________________________
CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. 3 ed. Porto Alegre: Mediação, 2005. CD –Balões de pensamentos e diálogos por Lushpix Illustration (Thought and dialogue bubles) CD – Cruzeiro de Férias por Image Zôo CD – Hoopla!Splash por Image Club DVD Original Country Clipart – By Lisa MACEDO, L. O desafio da escola para todos. Pátio, n.32. Porto Alegre: Artmed, novembro, 2004/ janeiro, 2005. MACIEL, L. S. B. & PAVANELLO, R. M. & MORAES, S. P. G. Formação de Professores e Prática Pedagógica. Maringá: Eduem, 2002 MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como se faz? 2.ed. São PAULO:Moderna, 2006.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 61 -
TTEEMMAA 55
OO PPAAPPEELL DDAA EEQQUUIIPPEE GGEESSTTOORRAA DDIIAANNTTEE DDAA
IINNCCLLUUSSÃÃOO EEDDUUCCAACCIIOONNAALL__________________________________________________
Não corra atrás das borboletas; plante uma flor em
seu jardim e todas as borboletas virão até ela.
D. Elhers
Uma escola inclusiva é aquela na qual o ensino e a
aprendizagem, as atitudes e o bem estar de todos os
educandos são considerados igualmente importantes. É uma
escola que valoriza a diversidade humana como recurso
valioso para o desenvolvimento de todos, uma escola que
busca eliminar as barreiras à aprendizagem, onde todos são
reconhecidos na sua individualidade.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 62 -
Mas, para transformar a concepção em ação é preciso
que os ideais inclusivos permeiem todos os âmbitos da vida
escolar. O desenvolvimento de escolas inclusivas encontra-
se no âmago do trabalho da escola como um todo, exige
contextos educacionais cuja atmosfera organizacional
favoreça e facilite as práticas inclusivas e a gestão escolar
desempenha papel fundamental neste processo.
(...) a gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para se atingir os objetivos da organização, envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e técnico-administrativos. (LIBÂNEO, 2001, p.78)
Desta forma, gestão escolar é a coordenação do
trabalho escolar, articulando ações de toda equipe, tendo em
vistas metas já delineadas. Envolvendo atividades de
planejamento, execução e avaliação, que a equipe da escola
precisa desenvolver para levar adiante seus projetos
educacionais, respondendo oportunamente às desafios que
surgem no cotidiano escolar, reorientando assim o processo
sempre que necessário.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Quais os fatores que contribuem para que uma gestão escolar esteja pautada nos princípios da inclusão educacional? E na sua escola, você percebe que a equipe gestora tem, necessariamente, papel preponderante e compromisso firmado no processo inclusivo?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 63 -
Cabe ressaltar que a forma de gestão escolar
instaurada é um fator essencial no processo de efetivação da
inclusão educacional na escola. As políticas e práticas
educacionais comprometidas com a inclusão educacional
priorizam a gestão democrática como forma de se
encaminhar a gestão na escola. A concepção de gestão
democrática acentua, segundo Libâneo, (2001):
a importância da busca de objetivos comuns assumidos por todos. Defende uma forma de gestão em que as decisões são tomadas no coletivamente e discutidas publicamente. Entretanto, ima vez tomadas as decisões coletivamente, advoga que cada membro da equipe assuma sua parte no trabalho, admitindo-se a coordenação e a avaliação sistemática da operacionalização das decisões tomadas dentro de uma real diferenciação de funções e saberes. (LIBÂNEO, 2001, p.98)
A gestão democrática requer, portanto, o
desenvolvimento de uma gestão diferente daquela pautada
geralmente nos padrões administrativos vigentes e
comumente desenvolvida pelas organizações burocráticas.
Neste estilo de gestão, articula-se o trabalho escolar,
apoiando os progressos e as dinâmicas próprias de cada
escola e de cada um de seus integrantes.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Qual a forma de gestão escolar instaurada em sua escola? Ela é verdadeiramente democrática ou não? Como este aspecto influi no processo inclusivo?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 64 -
A Constituição Brasileira (Art 206), a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Plano Nacional de
Educação (PNE) incorporam e estabelecem o princípio da
gestão democrática para o setor público da educação. Como
exemplo, a LDB define (art. 14) que os sistemas de ensino
devem estabelecer as normas para o desenvolvimento da
gestão democrática nas escolas públicas de educação básica.
Essas normas, segundo ela, precisam estar de acordo com as
peculiaridades de cada sistema de ensino e devem garantir a
“participação de profissionais da educação na elaboração da
proposta pedagógica da escola”, além da “participação das
comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes”.
Desta forma, a gestão democrática preconizada nas
leis constitui um apoio fundamental ao desenvolvimento do
processo inclusivo na escola, pois a partir da participação de
todos, há a concretização do ideal de valorização da
diversidade.
Com a prática democrática concreta, a escola torna-se
palco de experiências democráticas, em que a
participação, a autonomia, a transparência e o pluralismo,
tornam-se elementos fundamentais desta prática em direção
às idéias da inclusão educacional.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Você acha que as leis sobre gestão democrática são uma garantia para sua efetivação ou que essa é uma atitude que deve partir do âmago da instituição escolar?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 65 -
A participação é condição para a gestão democrática e
para ambientes inclusivos, pois quando os diversos
segmentos da escola e da comunidade contribuem na
delimitação e implementação das ações educacionais, mais
facilmente o conceito de inclusão torna-se presente e
intrínseco à vida de todos.
A autonomia sustenta-se no conceito básico de
cidadania, no sentido de emancipação. A gestão democrática
neste sentido propicia condições para a escola construir seu
projeto pedagógico permeado pelos ideais inclusivos, no
sentido de promover a melhoria da capacidade das escolas
para promover a participação e a aprendizagem de todos os
alunos e o aprimoramento dos docentes através dos
momentos de formação. Nesse caso, há espaço para a ação de
todos, de maneira irrestrita.
O pluralismo garante o respeito às diferenças que
marcam os sujeitos envolvidos no processo educativo,
garantindo não somente o respeito a essas diferenças, mas
abrindo espaço para que cada um possa demonstrar e ser
atendido em suas necessidades e potencialidades.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática na escola. Na sua escola qual é a sistemática de tomada de decisões? Há ordens prontas ou há uma prática participativa envolvendo toda a comunidade escolar? Na construção do Projeto Pedagógico, sua escola teve autonomia para construí-lo, com a participação da comunidade escolar e na definição dos princípios educacionais? Na sua escola o pluralismo de idéias, opiniões, estilos e ritmos de aprendizagem dos diferentes sujeitos é respeitada?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 66 -
É preciso, pois, romper com a lógica massificada que
tem historicamente desconsiderado a diversidade de
opiniões, posturas, aspirações e demandas dos diferentes
sujeitos sociais que agem no interior da escola.
A transparência torna-se uma questão ética, pois está
intrinsecamente ligada à idéia de escola como espaço
público, aberta a todos. A gestão democrática garante a
transparência das ações da escola, como instituição pública
que tem o compromisso social de “prestar contas” de seu
trabalho, à sociedade, não excluindo ninguém deste
processo.
Nesta abordagem, em relação aos princípios da
inclusão educacional todos assumem responsabilidades
diretas em relação às mudanças, as quais devem emergir de
decisões tomadas juntamente com o coletivo da escola.
O processo de inclusão precisa ser assumido,
valorizado e vivenciado por todos os envolvidos no processo
educativo, conforme mostra o Documento Subsidiário à
Política de Inclusão (MEC-SEESP, 2005):
A educação inclusiva implica na implementação de políticas públicas, na compreensão da inclusão como processo que não se restringe à relação professor-aluno, mas que seja concebido como um princípio de educação para todos e valorização das diferenças, que envolve toda a comunidade escolar. (MEC/SEESP, 2005, p. 27)
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
No cotidiano escolar a transparência deve permear todas as ações. Em sua escola as decisões e ações demonstram transparência e imparcialidade? Diante das decisões tomadas em sua escola, há o comprometimento do coletivo assumindo responsabilidades para que as decisões tomadas transformem-se em ações?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 67 -
O êxito ou o fracasso das tentativas para introduzir
melhorias nas políticas e nas práticas educacionais depende
em grande parte da atitude da equipe gestora e dos líderes
emergentes no contexto escolar. Os líderes devem servir de
modelo aos membros da comunidade escolar, sendo
coerentes com o que falam e o que fazem, e a equipe gestora
deve considerar o processo de inclusão educacional
prioritário para o desenvolvimento da escola.
O processo de inclusão educacional precisa ser
assumido por todos na escola, mas principalmente pela
equipe gestora, pois ela é a principal articuladora dos
processos educacionais na escola. É ela, através de suas ações
envolvendo todo o coletivo escolar, que transforma metas e
objetivos educacionais em ações, dando concretude às
direções traçadas pelas políticas.
Para isso, faz-se necessário superar as formas conservadoras de organização e gestão, adotando formas alternativas, criativas, de modo que aos objetivos sociais e políticos da escola correspondam estratégias compatíveis da organização e gestão. (LIBÂNEO, 2001, p.111)
Dessa forma, a equipe gestora, através de uma gestão
democrática, assumindo a diversidade na escola, precisa
viabilizar a reorientação das ações para efetivação da
inclusão na escola.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
A equipe gestora de sua escola e os professores responsabilizam-se pelos resultados de suas ações? As opiniões e os interesses dos professores, funcionários, alunos e pais são levados em consideração na organização da escola pela equipe gestora?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 68 -
Priorizando em suas ações a organização dos espaços
escolares, deve atender as singularidades de cada indivíduo
e viabilizar momentos para formação continuada aos
educadores, como espaços vivos de construção permanente,
oportunizando através de estudos e reflexões a
ressignificação dos processos pedagógicos na escola.
Na organização dos espaços escolares, é importante
que a equipe gestora e os professores da escola preocupem-
se em desenvolver ações para criar espaços escolares
acessíveis a todos os alunos. Ou seja, criar as condições
espaciais para que qualquer aluno possa acessar todos os
espaços escolares e participar de todas as atividades
escolares com segurança, conforto e maior independência
possível, de acordo com suas habilidades.
A equipe gestora comprometida com uma educação
inclusiva deve promover uma maior participação da família
no cotidiano escolar, pois através de reflexões no coletivo,
sobre os desafios que surgem, poderão encontrar soluções
em conjunto, que atendam as necessidades dos alunos.
Segundo Mittler (2003),
Não podemos esperar que as escolas enfrentem esses desafios isoladamente. Algumas irão mais adiante que outras, mas todas precisarão encontrar parceiros novos entre os pais e entre a comunidade local. (MITTLER, 2003, p.120)
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Em muitas escolas, a acessibilidade é entendida como sinônimo de banheiros adaptados e rampas de acesso. È preciso pensar na questão de modo mais amplo, não basta somente garantia de acesso físico, arquitetônico e ambiental. Segundo ROSA (2005), “acessibilidade pressupõe o acesso de todos de forma igualitária, aos meios de comunicação, à educação, à profissionalização ao trabalho, aos recursos eletrônicos digitais e tecnológicos.” Os direitos e as capacidades de todas as pessoas precisam ser respeitados, e a equipe gestora possui um papel decisivo nesta questão, viabilizando as condições necessárias para que isto se efetive.
A equipe gestora de sua escola procura manter um trabalho cooperativo com os pais e a comunidade, na busca de soluções conjuntas frente ao processo de inclusão educacional?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 69 -
A construção de relações de colaboração com a família
é alcançada através de um processo de abertura de
oportunidades de participação, onde o respeito ao
pluralismo de idéias seja a base das relações entre todos.
A gestão escolar, baseada em princípios democráticos,
deve promover profundas mudanças nos rumos da escola,
preocupando-se não só com os aspectos administrativos, mas
principalmente com os aspectos pedagógicos desta. Segundo
Mantoan (2006),
Ao serem modificados os rumos da administração escolar, os papéis e a atuação de diretor, coordenadores, supervisores e funcionários perdem o caráter controlador, fiscalizador e burocrático e readquirem teor pedagógico, deixando de existir os motivos pelos quais esses profissionais ficam confinados em seus gabinetes, sem tempo para conhecer e participar mais intensiva e diretamente do que acontece nas salas de aula e nos demais ambientes educativos das escolas. (MANTOAN, 2006, p.48)
Na escola, a inclusão, como a gestão democrática, não
pode ser só discurso, mas prática cotidiana, processo a ser
construído ao longo do trajeto por todos os profissionais da
escola. A educação inclusiva depende não só da capacidade
do sistema escolar (diretor, professores, pais e outros) em
buscar soluções para o desafio da presença de tão diferentes
alunos nas classes, como também o desejo de fazer de tudo
para que nenhum aluno seja excluído, devido às suas
necessidades educacionais especiais.
______________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
Em seu ambiente de trabalho, como você percebe o interesse da equipe gestora com a prática pedagógica em sala de aula? A equipe gestora valoriza a diversidade presente na escola como elemento enriquecedor do processo ensino aprendizagem? A equipe gestora dá mais atenção aos aspectos administrativos? Se a resposta for sim, porque isto ocorre? Comodismo, burocracia?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 70 -
Na proposta de educação inclusiva todos os alunos
devem aprender juntos, independente de suas dificuldades
ou talentos, deficiência, origem sócio-econômica ou cultural,
em uma realidade em que as diferenças sejam aceitas e
respeitadas. Mas, para que isso aconteça de fato é
imprescindível um esforço mútuo da equipe gestora da
escola e de todos os demais profissionais da educação na
busca pelo aprimoramento da prática educativa, sempre
lançando mão de instrumentos democráticos, para a
efetivação de uma educação inclusiva.
Ação reflexiva coletiva
_________________________________________________
A equipe gestora possui um papel muito importante
na escola frente ao processo de inclusão educacional, na
condição de principal articuladora das ações a serem
desencadeadas na busca de soluções frente aos desafios do
trabalho com a diversidade presente na escola.
A seguir temos vários indicadores de uma equipe
gestora realmente preocupada com o processo de inclusão
educacional. Pense agora na realidade de sua escola. Analise
os indicadores e relacione-os com os pontos fortes e fracos
da escola, concluindo em que ela precisa melhorar.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 71 -
a gestão da escola caracteriza-se como democrática;
as decisões são tomadas em conjunto;
participação ativa de todos na escola;
valorização das diferenças dos alunos pela equipe gestora;
articulação de momentos de formação continuada;
preocupação com a aprendizagem de todos os alunos;
comprometimento com a acessibilidade do espaço escolar;
participação efetiva dos pais e da comunidade;
respeito à pluralidade dos sujeitos;
transparência de ações;
autonomia da escola na definição de suas metas.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 72 -
RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS
____________________________________________________________________________________________________________
BRASIL. Senado Federal. Constituição Federal de 1988. _____. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, 9394/96. CD –Balões de pensamentos e diálogos por Lushpix Illustration (Thought and dialogue bubles) CD – Cruzeiro de Férias por Image Zôo CD – Hoopla!Splash por Image Club DVD Original Country Clipart – By Lisa LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001. MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como se faz? 2.ed. São PAULO:Moderna, 2006. MITTLER, P. Educação Inclusiva: Contextos Sociais. Tradução Windyz Brazão Ferreira. Porto Alegre: Artmed, 2003. ROSA, C. C. Os limites da inclusão. Pátio, n.32. Porto Alegre: Artmed, novembro, 2004/ janeiro, 2005.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 73 -
TTEEMMAA 66
AA FFAAMMÍÍLLIIAA EE OO PPRROOCCEESSSSOO DDEE IINNCCLLUUSSÃÃOO
EEDDUUCCAACCIIOONNAALL__________________________________________________________________________
Nós aprendemos a voar como pássaros, a nadar como
peixes; entretanto desaprendemos a simples arte de
viver como irmãos.
Luther King
A família tem sido, desde o primitivismo, uma das
grandes e mais urgentes necessidades do ser humano. Nem
mesmo o desenvolvimento da ciência e da tecnologia supera
o verdadeiro valor da família. O vínculo familiar é o primeiro
princípio para ser realizado a igualdade (princípio básico da
cidadania). É preciso uma base sólida para a integração
social de qualquer pessoa, e esta base pode ser instaurada a
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 74 -
partir da constatação de que o homem ingressa para a
sociedade em contato com outros grupos sociais.
Considerando que a família é a primeira célula social da qual
o homem faz parte, será ela a base para a sua integração
social.
O termo “família” é derivado do latim “fâmulus”, que
significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma
Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre
as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e
também para a escravidão legalizada. (OLIVEIRA, 1999)
A sociedade tem conceitos de família e são várias as
concepções sobre o que é uma família e qual sua importância
no desenvolvimento das pessoas que dela fazem parte.
Para alguns, a família é um grupo de pessoas que vivem unidas não apenas pela consangüinidade, mas também por uma história comum. Como por exemplo, casais que adotam crianças ou filhos de mães solteiras que crescem longe do pai biológico. Para outros, a família é um sistema social pequeno e independente e nele podem ser encontrados subsistemas ainda menores, possuindo a mesma unidade central representada pelo pai e pela mãe. (MARQUEZINE, 1998, p.125)
A família vem se transformando através dos tempos.
Ela acompanha as mudanças religiosas, econômicas e sócio-
culturais, dentre outras, do contexto em que se encontra
inserida.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Para todas as pessoas é fundamental fazer parte de uma família e sentir-se amada e respeitada. Você já parou para pensar na realidade das famílias de seus alunos, muitas vezes desestruturadas, com dificuldades econômicas? Em sua opinião, como isto interfere na formação do aluno?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 75 -
A família tradicional composta por pais e filhos
vivendo sob um mesmo teto, modelo que ainda é majoritário
em nossa cultura, cedeu espaço a diferentes agrupamentos
familiares, que mudaram por necessidades e novos valores.
A família é instituição básica, essencial, indispensável à sociedade organizada, pois, enfraquecida a família, debilitada estará a sociedade. A responsabilidade dos pais é muito grande na formação de seus filhos, já que lhes cabe, mais pelo exemplo do que pelas palavras, dar-lhes a devida orientação a e acompanhamento. No entanto, a família tem sido atingida nos tempos modernos, por vários fatores que lhe têm minado a estabilidade econômica, moral e social. (NOGUEIRA, 2000, p.17)
Mesmo com as transformações que vêm ocorrendo no
modelo de família, não se pode negar que ela se constitui
numa força no aspecto educativo, pois contribui para o
crescimento e desenvolvimento individual dos membros que
dela fazem parte, bem como para o ajuste e a inserção do
sujeito no meio social.
Na inclusão educacional, a família, juntamente com a
comunidade, transforma-se em elemento importante deste
processo, através de uma participação ativa nas decisões
sobre os rumos da escola e sobre aprendizagem de seus
filhos.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
As mudanças que a constituição da família vem sofrendo através dos tempos se refletem na organização da escola e dos processos pedagógicos? Explique como isso se dá em sua escola.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 76 -
Pai, mãe, avô ou avó, tios ou qualquer outra pessoa
que tenha a responsabilidade pela educação da criança e dos
adolescentes deve participar efetivamente do dia-a-dia da
escola.
Esta participação poderá ser efetivada se for
estimulada pela escola, não somente em reuniões de início de
ano ou entrega de boletins, ou ainda chamamentos por parte
da equipe pedagógica ou pelos professores para apresentar
reclamações e queixas aos pais do comportamento de seus
filhos. Assim, o contato entre pais e escola não deve resumir-
se apenas a relato dos problemas apresentados pelo aluno.
Deve existir um intercâmbio de experiências, uma
compreensão mútua, procurando descobrir junto, escola e
família as necessidades e potencialidades do aluno, para
desta forma melhor encaminhar a ressignificação dos
processos pedagógicos na escola.
Além disto, esta compreensão poderá nos ajudar a estabelecer um relacionamento com os alunos e suas famílias menos marcado pela acusação, possibilitando uma autêntica busca de assumir as responsabilidades respectivas, superando ao famigerado empurra-empurra. (VASCONCELLOS, 2000, p.22)
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Na sua escola, há a cultura de presença dos pais participando no ambiente escolar? Eles são chamados somente para fins de reclamações e entrega de boletim, ou têm um espaço e um papel consolidado no cotidiano escolar?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 77 -
A família possui importante contribuição a dar à
educação em geral e à aprendizagem de seus filhos. A
colaboração só pode ser obtida se profissionais da escola e
pais valorizarem suas respectivas contribuições. Pois quando
pais e docentes atuam juntos, as possibilidades de dar
suporte aos alunos ampliam-se e melhor se pode atender às
suas necessidades educacionais.
Uma das razões para que essa colaboração seja
considerada fundamental é o auxílio que ela pode dar nas
condições do desenvolvimento e aprendizagem da criança,
através de informações e orientações sobre as necessidades,
diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e
comportamento de seus filhos.
Os pais são uma parte importante da comunidade escolar. Eles devem não apenas ter conhecimento do que as escolas estão fazendo, como também saber por que o estão fazendo. É positivo que os pais reconheçam que são uma parte integrante e bem-vinda da educação de seu filho e que seu envolvimento é valorizado. Incentivá-los a se sentirem livres para contatar o professor e conversar com ele e com outros pais sobre suas eventuais preocupações pode ajudar a torná-los mais seguros em seu apoio a um programa de inclusão. Se os pais tivessem uma melhor compreensão dos motivos da inclusão, haveria mais compreensão e ajuda. (STAINBACK, 2005, p.23)
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Qual é a contribuição que a família tem a oferecer com sua participação no ambiente escolar? Essa contribuição é instrumento facilitador dos processos inclusivos? Por quê?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 78 -
A inclusão é para todos e os pais não podem ser
separados deste processo, devem ter liberdade para ir até a
escola, para expressar suas sugestões e angústias. Muitas
vezes, alguns pais já sentiram a dor de seus filhos ao serem
excluídos, segregados da turma, ridicularizados,
desrespeitados ou simplesmente ignorados no processo de
aprendizagem, quando são reprovados.
Quando a escola procura criar oportunidades para
que os pais compreendam o processo de inclusão
educacional, como um processo que valoriza as diferenças,
onde todos na escola são acolhidos e tratados com dignidade
e respeito; oferece oportunidades para que os pais conheçam
os colegas de seus filhos que possuem diferenças acentuadas,
assim como os pais destes colegas , o medo e a apreensão do
desconhecido podem desaparecer, conhecendo os benefícios
educacionais e a segurança de escolas inclusivas para seus
filhos.
As famílias possuem profundo conhecimento sobre o
desenvolvimento de seus filhos, o que para a escola é
extremamente valioso para a compreensão de suas
necessidades especiais. Estes dados provenientes do
conhecimento dos pais permitem um melhor planejamento
educacional e melhor compreensão, por parte dos
professores, com relação ao desenvolvimento dos alunos.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Os alunos que sofrem com situações de segregação transmitem esse sentimento a suas famílias. Como você percebe que os pais destes alunos se sentem, em sua escola? Eles assumem uma atitude passiva ou indignada? Relate.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 79 -
Nesta relação de diálogo entre escola e família, é
imprescindível que a escola reconheça o direito das famílias
de participar das decisões tomadas pela escola a respeito de
seus filhos, da aprendizagem, do processo de avaliação, da
organização geral da escola. Em reuniões e encontros serão
discutidos aspectos relacionados com a situação educacional
de seus filhos e suas necessidades educacionais; a escola
deverá aproveitar a oportunidade e estimular a participação
dos pais. Portanto, estes encontros terão validade se os pais
forem ouvidos, expondo a realidade sócio-cultural, anseios e
dificuldades que a família vive.
Da mesma forma que a família possui o direito de
participar nos aspectos relacionados à educação de seus
filhos na escola, possui igualmente o dever e a
responsabilidade de assegurar o direito de seus filhos a uma
educação de qualidade, ao acesso e permanência na escola,
valorização das diferenças; e que o respeito aos diferentes
ritmos de aprendizagem e estilos de aprendizagem seja
garantido na escola.
As relações de colaboração entre escola e família não
acontecem rapidamente, de um dia para outro.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Pensando na realidade de sua escola, reflita: Na sua escola há a preocupação em criar oportunidades para os pais compreenderem o processo de inclusão educacional? Os pais possuem a oportucnidade de serem ouvidos, reivindicando o direito de seus filhos serem respeitados e valorizados devido às suas diferenças?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 80 -
É uma conquista que a escola irá construir, através de
um processo permanente de conquista, que requer um
planejamento bem elaborado pela escola, para alcançar no
decorrer dos encontros uma relação de confiança mútua
entre a família e os profissionais da escola.
Para tornar este processo de participação da família na
escola real e contínuo, como um elo no fortalecimento para
uma gestão democrática, faz-se necessário o empenho de
toda equipe da escola e principalmente da equipe gestora, no
sentido de não economizar ações para que isto se efetive.
A partir de reflexões realizadas por Stainback (2006),
pode-se destacar algumas sugestões de como os pais podem
ser chamados a participar na escola:
introduzir o conceito de inclusão aos pais que não estejam
familiarizados com ele, através de encontros e reuniões;
incentivar os pais a se tornarem membros atuantes da
associação de pais, mestres e funcionários da escola, conselho
escolar ou clube de mães;
envolver os pais nas tomadas de decisões sobre a prática
pedagógica e organização escolar;
envolver os pais em passeios de campo e outras atividades
escolares, para melhor entender os benefícios educacionais
proporcionados a todas as crianças;
oportunizar o trabalho em conjunto entre os pais, não só
para levantar recursos para projetos, mas também para
oportunizar a compreensão das necessidades da escola;
participação dos pais em sessões de resolução de
problemas de classe com os professores e alunos;
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 81 -
envolver todos os pais nas atividades e reuniões realizadas
na escola, principalmente os pais de alunos considerados
diferentes;
formar um grupo de apoio de pais para auxiliar os pais
que estão passando por dificuldade com seus filhos,
compartilhando informações;
apresentar projetos que demonstrem o valor e as
contribuições de todos os integrantes de uma escola
inclusiva.
Uma escola inclusiva, que reconhece e valoriza as
diferenças, mantém uma relação constante de parceria com
as famílias de todos os alunos. Essa parceria é fundamental
porque é baseada na vontade de aprender com outro, no
respeito mútuo, na sensação de propósito comum e
compartilhamento de informações e sentimentos.
Ação reflexiva coletiva
_________________________________________________
O que se chama de participação passa a existir na
medida em que os indivíduos se reúnem com um objetivo
comum, estabelecendo um processo em que os indivíduos se
agrupam e se organizam para alcançar uma meta,
analisando, refletindo e planejando em conjunto ações que
identifiquem o interesse, as preocupações e as lutas para
atingir esse objetivo.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 82 -
Mediante estes pressupostos, escola e família devem
procurar desenvolver um trabalho conjunto frente ao
processo inclusivo, procurado encontrar soluções em
parceria diante dos desafios que surgem no cotidiano escolar.
Reúna-se com o coletivo de sua escola e reflita sobre as
seguintes questões:
Como a escola pode abrir espaços para participação efetiva
da família no ambiente escolar, compreendendo-a como um
elo no fortalecimento para uma gestão democrática?
Como esta participação pode influir no reconhecimento e
na valorização da diversidade presente na escola?
Cite exemplos de parcerias de sucesso entre escola e
família que proporcionaram mudanças no processo inclusivo
da escola.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 83 -
RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS
____________________________________________________________________________________________________________
CD –Balões de pensamentos e diálogos por Lushpix Illustration (Thought and dialogue bubles) CD – Cruzeiro de Férias por Image Zôo CD – Hoopla!Splash por Image Club MARQUEZINE, M. C.et al. Perspectivas multidisciplinares em Educação especial. Londrina. UEL. 1998.
NOGUEIRA, M. A.; ROMANELLI, G.; ZAGO, N. Trajetórias de escolarização em camadas médias e populares. Petrópolis: Vozes, 2000.
OLIVEIRA, P. S. de. Introdução à sociologia. Ática, 21. ed., São Paulo: Ática, 1999.
STAINBACK, S. Entrevista. Pátio, n.32. Porto Alegre: Artmed, novembro, 2004/ janeiro, 2005.
VASCONCELLOS, C. S. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. 11. ed. São Paulo: Libertad, 2000.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 84 -
TTEEMMAA 77
AANNÁÁLLIISSEE DDEE SSIITTUUAAÇÇÕÕEESS DDOO CCOOTTIIDDIIAANNOO EESSCCOOLLAARR
As pessoas que vencem neste mundo são as que
procuram as circunstancias de que precisam e,
quando não as encontram, as criam.
B. Shaw
Cenas de uma vida de professora
Cena 1 Uma escola, professores em reunião de estudo,
agendada no início do ano letivo. Algumas fazem tricô e
crochê, outras aprendem os pontos; algumas escrevem
receitas de bolo, outras aguardam; algumas preparam o
chimarrão, outras esperam a sua vez de tomá-lo; algumas
abrem pacotes de bolachas recheadas ou salgadas, outras
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 85 -
esperam que as bolachas sejam oferecidas; algumas fazem as
unhas, outras pedem a lixa e o alicate emprestados; algumas
lêem o jornal, outras contam casos amorosos; algumas
atendem o celular, outras comentam a novela das 8; algumas
tiveram de ir ao médico, outras forma ao dentista. Lá na
frente, sem muita vontade, a diretora, a supervisora e a
orientadora educacional, discutem entre si, o texto
programado para estudo coletivo.
Cena 2 Cidade do planalto médio do Rio Grande do Sul,
seminário promovido pela Secretaria Municipal de
Educação. Entrada de um salão, 8 horas e 30 minutos da
manhã, cerca de 800 professores em imensa fila, carimbo de
entrada. Painel integrado por três professoras convidadas,
que tinham vindo da capital, e coordenado por uma
supervisora da secretaria. Às 11 horas e 15 minutos, sem que
a terceira painelista tivesse concluído a sua exposição nem
ocorrido os debates, outra fila de professores começa a se
formar no corredor de acesso ao salão. “O que está
acontecendo? – pergunto baixinho. A coordenadora explica,
também baixinho: “Começamos a carimbar a saída das
professoras às 11 horas e 45 minutos. Elas estão em fila,
esperando o carimbo”. O painel termina com mais
professoras na fila do que no auditório.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Quais são os problemas e idéias por trás do comportamento dos professores citados? O que esse tipo de atitude reflete sobre a prática pedagógica e o processo de formação desses profissionais?
Analisando o texto, quais são geralmente os objetivos dos professores ao participarem de encontros de formação? Dê sua opinião sobre essa posição.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 86 -
Cena 3 Interior do Estado, instituição de ensino superior,
curso de especialização. No meio da discussão sobre a vida
das professoras, uma aluna exclama: “Mas a Secretaria de
Educação deveria nos dar espaço para estudar!”. Outra aluna
do mesmo curso, coordenadora pedagógica da secretaria,
retruca: “O problema è que nós damos espaços, mas as
professoras não aproveitam. Na semana passada,
convidamos um psiquiatra para dar uma palestra sobre
hiperatividade. Foram as próprias professoras que indicaram
o tema, por meio de uma ficha aplicada em todas as escolas
da rede. Pagamos muito caro o palestrante! Compareceram
apenas 18 professoras. Quando chegou a hora do debate,
ninguém perguntou nada. Quase morremos de vergonha!
Nós da Secretaria, é que tivemos de fazer algumas perguntas
para não ficar feio. No intervalo, eu tive de atravessar a praça
para fazer cópia de um material e vi a seguinte cena: muitas
professoras estavam olhando as vitrines, enquanto outras
tomavam cafezinho e outras iam ao banco! Não sabemos
mais o que fazer”.
Sandra Mara Corazza
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Por que muitos professores demonstram desinteresse e falta de entusiasmo diante de encontros de formação? Isso é oriundo da defasagem dos temas propostos ou do conformismo com a instituição em que se trabalha?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 87 -
Ação reflexiva coletiva
_________________________________________________
Pensando nas cenas, reflita, discuta em pequenos
grupos, as seguintes questões:
Você já presenciou algo parecido com as situações
explicitadas nas cenas 1, 2 e 3 em sua realidade escolar?
O que você conclui sobre os momentos de formação com
os explicitados? Eles são válidos, realmente contribuem para
a formação do professor?
O que você tem como sugestões para os professores
organizadores e participantes de encontros de formação
continuada? O que deve mudar?
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 88 -
Luís Luís é um menino de sete anos e meio que teve uma
doença infecciosa pouco depois de nascer, a qual deixou
seqüelas motoras nos membros superiores e inferiores. O
médico assegurou à seus pais que não haveria conseqüências
graves do ponto de vista intelectual. Desde tenra idade
recebeu inúmeros tratamentos, que ajudaram Luís a
desenvolver sua motricidade global, razão pela qual hoje é
capaz de movimenta-se por si só. A partir dos 4 anos,
freqüentou o Jardim da Infância e concluiu e segundo ano do
ensino fundamental. Suas dificuldades motoras são maiores
nos membros superiores e por isso Luís tem dificuldade para
escrever, desenhar, colorir, cortar, colar e também para
manipular algum material.
Mesmo quando mostra adequado nível de
desempenho oral, na compreensão de textos e na resolução
de problemas, é mais lento que seus colegas para aprender.
Pouco a pouco Luís começou a retrair-se e participar pouco
da aula. Às vezes mostra-se irritado com as outras crianças e
com a professora, especialmente quando estes não atendem
imediatamente a suas demandas. Quando se irrita, sua
deficiência motora torna-se mais acentuada, o que gera
situações na sala de aula e no recreio, que suscitam a chacota
dos colegas ou uma advertência por parte dos docentes.
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Que trabalho poderia ser realizado com os colegas de classe de Luís para que ele não sofresse atitudes de preconceito ou segregação?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 89 -
Ação reflexiva coletiva
_________________________________________________
Reúna-se com o grupo de sua escola para refletir as
seguintes questões:
Diante de alunos como Luís, como encaminhar a prática
pedagógica em sala de aula?
O que poderia ser proposto pela equipe da escola, através
de reunião coletiva, que pudesse contribuir para a inclusão
de Luís nos processos educacionais?
Você concorda com a atitude dos professores ao darem
advertência a Luís quando ele se irrita com as atitudes dos
colegas em sala de aula?
Como eliminar as barreiras da aprendizagem e
participação de alunos com deficiências, efetivando o
processo inclusivo na escola?
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 90 -
Bem-vindo à Holanda
Freqüentemente sou solicitada a descrever a
experiência de dar à luz uma criança com deficiência – uma
tentativa de ajudar pessoas que não têm com quem
compartilhar essa experiência única e entendê-la e imaginar
como é vivenciá-la.
Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de
férias – para a Itália! Você compra montes de guias e faz
planos maravilhosos! O Coliseu! O Davi de Michelangelo! As
gôndolas em Veneza! Você pode até aprender algumas frases
simples em italiano. É tudo muito excitante.
Após meses de antecipação, finalmente chega o
grande dia! Você arruma suas malas e embarca. Algumas
horas depois você aterrisa. O comissário de bordo chega e
diz: “Bem-vindo à Holanda!”
Holanda? – diz você. “O que quer dizer com
Holanda?” “Eu escolhi a Itália!” “Eu deveria ter chegado à
Itália. Toda a minha vida eu sonhei em conhecer a Itália!”
“Mas houve uma mudança de plano de vôo. Vocês
aterrisaram na Holanda e é aqui que você deve ficar.”
A coisa mais importante é que eles não te levaram a
um lugar horrível, desagradável, cheio de pestilência, fome e
doença. É apenas um lugar diferente. Logo você deve sair e
comprar novos guias. Deve aprender uma nova linguagem.
E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas que
nunca encontrou antes.
É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos
ensolarado que a Itália. Mas, após alguns minutos, você pode
respirar fundo e olhar ao redor... e começar a notar que a
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 91 -
Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrandts e
Van Goghs.
Mas, todos que você conhece estão ocupados indo e
vindo da Itália, e estão sempre comentando sobre o tempo
maravilhoso que passaram lá. E por toda a sua vida, você
dirá: “Sim, lá era onde eu deveria estar. Era tudo o que eu
havia planejado.”
E a dor que isso causa nunca, nunca, nunca irá
embora, porque a perda desse sonho é uma perda
extremante significativa.
Porém... se você passar a sua vida toda remoendo o
fato de não haver chegado à Itália, nunca estará livre para
apreciar as coisas belas e muito especiais... sobre a Holanda.
Emily Perl Knisley
Ação reflexiva coletiva
_________________________________________________
Extraia do texto sua temática, e após reflexão sobre a
mensagem intrínseca a ele, responda juntamente com os
colegas da escola:
Você já parou para pensar nas mães de nossos alunos
considerados “diferentes”? Qual é o papel dessas mulheres
no processo de inclusão de seus filhos na escola?
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 92 -
Como a escola pode acompanhar de perto a assistência que
a família dá ao aluno?
Como sua escola pode incluir a família em seu contexto?
Como o professor deve encaminhar o processo educativo,
considerando não só a diversidade do contexto escolar, bem
como o perfil de cada aluno, muitas vezes longe daquilo que
é idealizado, percebendo a riqueza que existe nas diferenças
e principalmente, as possibilidades a as surpresas?
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 93 -
A Lógica de Einstein
Conta certa lenda, que estavam duas crianças
patinando num lago congelado. Era uma tarde nublada e fria
e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o gelo
se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se
formou. A outra, vendo seu amiguinho preso e se
congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo
com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e
libertar o amigo. Quando os bombeiros chegaram e viram o
que havia acontecido, perguntaram ao menino>
- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que
tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com
mãos tão frágeis!
Nesse instante, um ancião que passava pelo local,
comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples – respondeu o velho.
- Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que
não seria capaz.
"Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita
os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende de nossa
vontade e perseverança."
Albert Einstein
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 94 -
Ação reflexiva coletiva
_________________________________________________
Extraia do texto sua temática, e após reflexão sobre a
mensagem intrínseca a ele, responda juntamente com os
colegas da escola:
Diante do processo de inclusão educacional, muitos
professores costumam dizer que não possuem capacidade
para desenvolver um trabalho com alunos com diferenças
significativas. Pense na mensagem que o texto nos apresenta
e comente.
Relacione a mensagem do texto com o processo de
inclusão educacional e a sua realidade escolar.
Como a escola pode colaborar para que o aluno possa
sentir-se plenamente incluído na escola?
______________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 95 -
SUGESTÕES DE LEITURAS INFANTO-JUVENIS
______________________________________________________
Na minha escola todo mundo é igual, Rossana Ramos,
São Paulo, Cortez , 2005.
Versos e rimas descrevem uma escola onde todos são
iguais mesmo sendo diferentes.
Em classe: produção de mural coletivo com fotos 3x4
de todos, formando um grande círculo como um planeta
Terra.
FLICTS, Ziraldo, São Paulo, Melhoramentos, 1995
O autor trata o tema diversidade com muito colorido.
Literalmente. No lugar das crianças, ele conta a história de
Flicts, uma cor rara e triste, que se sente excluída. Feia e aflita
por não existir no mundo nada que seja como ela. Um dia
resolve sumir, e o destino de Flicts é uma singela surpresa.
Em classe: peça à turma que recorte muitos papéis de
tonalidades diferentes. Com a colagem dos pequenos
pedaços de papel, a garotada vai fazer uma bandeira
representando uma classe que inclui todas as cores.
Meu amigo Down na rua; Meu amigo Down na escola;
Meu amigo Down em casa, Claudia Werneck, São Paulo,
WVA, 1994.
Síndrome de Down é o tema desta coleção. Em um
dos enredos, um menino passa por vários questionamentos
ao observar a rotina de seu vizinho esquisito. Vencendo a
timidez e o preconceito, inclusive dos pais, ele conclui que
seu amigo Down é apenas diferente.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 96 -
Em classe: utilize o livro para valorizar as infinitas
diferenças que existem em cada criança, e não para fortalecer
a imagem do aluno com síndrome de Down como “o
diferente”.
Rodrigo enxerga tudo, Markiano Charan Filho, São Paulo,
Nova Alexandria, 2005.
A história de Rodrigo é contada pelo seu melhor
amigo, André, o primeiro a perceber que ele era cego, mas
podia enxergar tudo.
Em classe: o livro é um guia prático que inspira atividades
em sala de aula. No enredo, a professora ajuda todos a
entender como Rodrigo enxerga: de olhos vendados as
crianças tocam em grãos de feijão e em chocolate e ouvem
sons como barulho de chaves. Proponha a atividade à sua
turma.
Júlia e seus amigos, Lia Crespo, São Paulo, Nova
Alexandria, 2005.
Júlia tem 8 anos e adora ler, brincar como dicionário e
dar nome para tudo, até para três amigas especiais:
Felizberta e Felizbina, suas muletas, e Joaninha, sua cadeira
de rodas. Júlia vai entrar numa nova escola e quase não
consegue dormir de tão ansiosa, pois antes estudava só com
crianças com deficiência.
Em classe: consiga uma cadeira de rodas emprestada e
promova passeios pela escola e pela vizinhança para detectar
obstáculos e propor mudanças para a melhoria do acesso.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 97 -
Estrelas tortas, Walcyr Carrasco, São Paulo, Moderna,
2005.
Marcella era alta, bonita e a principal jogadora de
vôlei do colégio. Ao realizar uma viagem de carro com a
mãe, sofre um grave acidente e, em conseqüência, perde os
movimentos das pernas. Toda sua família e a própria
Marcella vão descobrir o quanto é difícil perder, e o quanto é
precioso aprender a ganhar.
Em classe: proponha aos jovens que façam um
levantamento no bairro sobre a acessibilidade física e
estimule a redigir um relatório e enviá-lo às autoridades
responsáveis.
Desprezados F. C., Júlio Emílio Braz, Soa Paulo, Saraiva,
2005.
Um time desprezado representando um colégio em
um campeonato às vezes é motivo de sobra para vaias,
humilhação, caretas e gozação. Um time desprezado
formado por garotos aparentemente esquisitos deveria ser,
então, um caos! O "Desprezados F.C." é o time reserva do
colégio que precisa conquistar a confiança da torcida e
provar que bola no pé não é apenas o que conta. É preciso ter
raça, determinação e uma auto-estima para lá de inabalável...
Mas o jogo não é apenas entre times com mais ou menos
talento, beleza ou preparo físico; é um jogo contra o
preconceito e o menosprezo, que ensina a não julgar as
pessoas pelo que aparentam ser, mas a enxergá-las pelo que
são de fato e aceitá-las assim, tatuadas, baixas, atrapalhadas,
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 98 -
feias, gordas, desajeitadas, míopes, tímidas, reconhecendo
nelas talento, antes ofuscados por uma desprezível rejeição.
Em classe: o texto facilita a dramatização, atividade
que ode estimular o difícil exercício de colocar-se no lugar do
outro, e suscita o debate sobre a tolerância.
Tramas da cor: enfrentando o preconceito no dia-a-dia
escolar, Rachel de Oliveira, São Paulo, Selo Negro, 2005.
Com sensibilidade e singeleza, a autora utiliza um
relato ficcional dos problemas enfrentados por uma menina
negra em sua escola para abordar as questões básicas do
racismo por parte de crianças e adultos em nossos
estabelecimentos de ensino. Sugere posturas saudáveis para
enfrentar os problemas mediante o incremento da auto-
estima e o conhecimento de figuras ilustres da história negra.
Em classe: para facilitar o debate sobre o
racismo e preconceito, o texto destaca expressões pejorativas
e faz refletir se a escola garante o crescimento intelectual e
afetivo das crianças negras.
SUGESTÕES DE LEITURAS DE FORMAÇÃO
______________________________________________________
Inclusão Escolar. Oque é? Por quê? Como se faz? Maria
Teresa Eglér Mantoan, São Paulo, Moderna, 2006.
Este livro propõe a luta por uma escola para todos,
sem discriminações, sem ensino à parte para os mais e para
os menos priviligiados.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 99 -
Educação Inclusiva: Contextos Sociais, Peter Mitler, Porto
Alegre, Artmed, 2003.
Este livro apresenta uma visão abrangente e reflexiva
a respeito da importância, urgência e desafios atuais para a
implementação de políticas educacionais inclusivas, as quais
efetivamente contribuam para o fim da pobreza e da
exclusão social, por meio de uma educação qualificada para
todos.
Educação inclusiva: com os pingos nos “is”, Rosita Edler
Carvalho, Porto Alegre, Mediação, 2005.
Neste livro Rosita se propõe a colocar os pingos nos
“is” dessa questão, defendendo que a inclusão envolve a
reestruturação das culturas, políticas e práticas das escolas
que, como sistemas abertos, precisam rever suas ações, até
então, predominantemente elitistas e excludentes. Alerta a
autora que a inclusão é um longo processo e não ocorre por
decreto ou modismo. Para incluir um aluno com
características diferenciadas numa turma dita comum, há
necessidade de se criarem mecanismos que permitam que ele
se integre social, educacional e emocionalmente com seus
colegas e professores e com os objetos do conhecimento e da
cultura. Tarefa complexa para a qual a autora traz valiosas
contribuições a partir de sua rica experiência.
Inclusão: Construindo uma sociedade para todos, Romeu
Kazumi Sassaki, São Paulo, WVA, 1997.
Neste livro, o assunto central é o atualíssimo tema da
inclusão na escola, no mercado de trabalho, nos esportes etc.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 100 -
O autor analisa o desenho universal para deficientes físicos e
também as leis e políticas integracionistas e inclusivas.
Ensaios Pedagógicos: como construir uma escola para
todos, Lino de Macedo, Porto Alegre, Artmed, 2005.
Em um texto envolvente e rico de idéias e propostas, o
professor encontrará fundamentação para repensar e recriar
sua prática cotidiana dentro das necessidades e
possibilidades de nossa realidade educacional.
Inclusão: um guia para educadores. Susan Stainback e
Willian Stainback, Porto Alegre, Artmed, 1999.
Neste livro, os educadores encontrarão sugestões para
fazer com que haja uma interação produtiva em sala de aula
entre os alunos.
Educação e Diversidade: bases didáticas e organizativas,
José Antônio Torres González, Porto Alegre, Artmed, 2002.
A proposição central desta obra é a educação na e para
a diversidade, que demanda uma nova organização
educacional, uma nova formação docente e a criação de uma
cultura normalizadora.
Atenção à Diversidade - vol. 3, Rosa Alcudia et al., São
Paulo, Artmed, 2002.
Aceitar que os alunos são diferentes uns dos outros é
fácil. Difícil é trabalhar educacionalmente essas diferenças e
ajudar para que elas enriqueçam seu processo de ensino-
aprendizagem.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 101 -
Inclusão escolar: pontos e contrapontos, Maria Teresa
Eglér Mantoan, Rosângela Gavioli Prieto e Valéria Amorim
Arantes, São Paulo, Summus, 2006.
Neste livro, as autoras adentram os labirintos da
inclusão escolar analisando, com muito rigor científico e
competência, suas diferentes facetas. No diálogo que
estabelecem, abordam pontos polêmicos e controvertidos,
que vão desde as inovações propostas por políticas
educacionais e práticas escolares que envolvem o ensino
regular e especial até as relações entre inclusão e integração
escolar.
SUGESTÕES DE FILMES
______________________________________________________
Uma mente brilhante (A Beautiful Mind, 2002). Aos 21 anos
de idade, John Nash formulou um teorema que provou sua
genialidade. Infelizmente, nove anos depois ele foi
diagnosticado como esquizofrênico. Sempre enfrentando
batalhas em sua vida pessoal, Nash ainda viria a ganhar o
prêmio Nobel.
Meu pé esquerdo (My Left Foot, 2003) é uma espécie de
cinebiografia sobre um homem que sofre de paralisia
cerebral, que pinta quadros belíssimos com seu pé esquerdo
e que conta parte de sua vida num livro, numa família pobre
com vários irmãos e a dificuldade de se relacionar com os
outros e conviver com sua condição.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 102 -
Os esquenta banco (Benchwarmers, 2006). Conta a história
que acontece em um bairro com alguns meninos que não se
encaixam no estereótipo estabelecido pelo grupo de meninos
que jogam beisebol, por serem diferentes, ou seja, por
apresentarem cada um sua peculiaridade, não são aceitos e
acabam sempre ficando no banco sem poder jogar. O filme
retrata muito bem a exclusão e grande tarefa na busca da
inclusão.
Vem Dançar (Take The Lead, 2006). Ex-dançarino dá aulas
para garotos do ensino público e acaba sendo o mentor de
uma mistura de estilos, já que os jovens preferem o hip-hop.
Baseado em uma história real, demonstra o interesse de um
professor em reintegrar alunos rejeitados e a necessidade da
mudança de metodologia para alcançar o objetivo.
Rain Man (Rain Man, 1988) Depois da morte do pai, o
egoísta Charlie Babbitt descobre que seu irmão autista,
Raymond, herdou uma fortuna. Como Charlie não sabia de
sua existência, ele decide ir conhecê-lo e descobrir porque
Raymond foi escondido de sua vida.
O clube do imperador (The emperor’s club, 2004) Professor
dedica sua vida aos alunos do colégio e se esforça,
particularmente, em tentar ensinar valores corretos a um
garoto rico e mimado.
Uma lição de amor (I am Sam, 2002) depois de passar uma
única noite com uma mulher que o seduziu como forma de
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 103 -
encontrar um lugar para morar, Sam (Penn) torna-se o pai
solteiro de uma linda garotinha. Extremamente ligados um
ao outro, pai e filha estabelecem uma relação sadia e repleta
de amor – até que, certo dia, Sam é preso em um mal-
entendido e acaba chamando a atenção de uma assistente
social, que o julga incapaz de cuidar de uma criança. Por
que? É aí que reside a singularidade da história: Sam é um
deficiente mental com tendências autistas, possuindo a idade
mental de uma pessoa de sete anos. Disposto a tudo para
recuperar a guarda de Lucy, ele consegue o auxílio de Rita,
uma advogada egocêntrica, mas bem-sucedida.
O óleo de lorenzo (Lorenzo’s oil, 2001) Um garoto levava
uma vida normal até que, quando tinha seis anos, estranhas
coisas aconteceram, pois ele passou a ter diversos problemas
de ordem mental que foram diagnosticados como ALD, uma
doença extremamente rara que provoca uma incurável
degeneração no cérebro, levando o paciente à morte em no
máximo dois anos. Os pais do menino ficam frustrados com
o fracasso dos médicos e a falta de medicamento para uma
doença desta natureza. Assim, começam a estudar e a
pesquisar sozinhos, na esperança de descobrir algo que
possa deter o avanço da doença.
O oitavo dia (Le Huítème Jour, 2001) Harry é um
empresário estressado, que trabalha no departamento
comercial de um banco belga e foi abandonado por sua
esposa e filhas há pouco tempo. Deprimido, ele se dedica ao
trabalho durante os 7 dias da semana. Até que um dia ele
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 104 -
decide vagar pelas estradas da França, sem rumo definido.
Após quase atropelar Georges, que sofre de síndrome de
Down, Harry decide levá-lo para casa mas não consegue se
desvencilhar dele. Esse filme demonstra a fragilidade do
homem diante de situações que desconhece, como por
exemplo a apresentada no filme, quando um executivo passa
a conviver com um portador de síndrome de down.O filme
leva à reflexão sobre o conceito de pessoas normais e qual é o
padrão para que se seja considerado normal. Será correto
esse conceito, ou será apenas mais um modelo imposto por
uma sociedade que não sabe viver e encarar as diferenças
existentes?
Nell (Nell, 1994) Criada por sua mãe, que em função de um
derrame, ficou paralítica, Nell vive, até os 30 anos, afastada
de qualquer contato com as pessoas. Após a morte de sua
mãe, Nell desperta o interesse do Dr. Lovell, médico
encarregado de zelar por sua integridade e da Dra. Paula,
psicóloga que insiste em adequá-la à realidade. Mas será
certo civilizar uma pessoa selvagem, sem que ela deseje
realmente isso? Vivendo completamente isolada, Nell
desenvolveu uma linguagem própria. Por isso, ela só
consegue comunicar-se através da dança, da mímica e de um
conjunto de expressões bem particulares. Emocionado todos
que se aproximan, Nell procura ser feliz com as pequenas
coisas. E consegue. Um filme comovente onde a inocência
está acima de tudo.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 105 -
Mr. Holland – Adorável Professor (Mr. Holland’s
Opus,1995) Compositor Glenn Holland passou a vida inteira
dedicado aos alunos de música e ao filho que nasceu surdo.
Mas sempre sonhando com o momento em que comporia sua
própria sinfonia.
O Triunfo (The Ron Clark Story, 2006) Um jovem professor
impaciente, porém talentoso, deixa sua casa na zona rural da
Carolina do Norte para se aventurar a dar aulas nas escolas
de Nova York. Enquanto luta para manter seu otimismo ao
se defrontar com um obstáculo após o outro, ele desistirá de
tudo para retornar à sua casa com o rabo entre as pernas, ou
realizará sua ambição e transformá o futuro de alguns dos
mais difíceis e vulneráveis garotos da cidade.
Sempre Amigos (The Mighty, 1998) Kevin é um garoto
superdotado intelectualmente, mas com problema de
nascença nas pernas que dificulta sua locomoção. Uma
grande amizade tem início quando ele e sua mãe mudam-se
para a casa que fica vizinha à de Max, garoto grande e forte,
aos 13 anos, porém arredio, pouco inteligente e sem amigos.
Mentes que Brilham (Little Man Tate, 1991) Garoto
superdotado, com inteligência surpreendente, mas que tem
dificuldade na comunicação. Com a ajuda de uma
psicoterapeuta, o menino vai viver um mundo diferente
numa escola de crianças excepcionais. Estréia na direção da
estrela Foster.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 106 -
Filhos do Silêncio (Children of a Lesser God, 1986) O filme
conta a história de amor de John Leeds, um idealista
professor de deficientes e uma decidida moça surda,
chamada Sarah. No início, Leeds vê Sarah como um desafio à
sua didática. Mas logo o relacionamento dos dois
transforma-se num romance tão passional que rompe a
barreira do silêncio que os separa.
Assumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola InclusivaAssumindo a Diversidade na Escola Inclusiva
- 107 -
RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS
____________________________________________________________________________________________________________
BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Educar na Diversidade. 3. ed. Brasília, 2006.
CORAZZA, S. M. Cenas de uma vida de professora. Pátio, n.32. Porto Alegre: Artmed, novembro, 2004/ janeiro, 2005. CD –Balões de pensamentos e diálogos por Lushpix Illustration (Thought and dialogue bubles) CD – Cruzeiro de Férias por Image Zôo CD – Hoopla!Splash por Image Club CD – Pais e Crianças por Image Club (Parenting & Children) CD – Simples Silhuetas por Image Club (Simple Silhouettes) DVD Original Country Clipart – By Lisa
http://www.cinemaemcena.com.br
http://www.defnet.org.br/holanda.htm
http://www.e-pipoca.com.br
http://queroserfeliz.blogs.sapo.pt/arquivo/400122.html