COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-1
COMPLEMENTAÇÃO DO EIA
ATENDIMENTO À NOTIFICAÇÃO N° CEAMNOT/01029429
Em atendimento à Notificação INEA n° CEAMNOT/01029429 encontra-se apresentado a
seguir a complementação do capítulo 3 - Caracterização do Empreendimento do Estudo de
Impacto Ambiental - EIA relativos aos itens: Sistema de infraestrutura de tratamento de efluentes
sanitários, Sistema de infraestrutura de drenagem de águas pluviais e incorporação dos itens
relativos as Alternativas de descarte de efluentes e ao lançamento subaquático de efluentes
tratados.
3.5.7 SISTEMA DE INFRAESTRUTURA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES SANITÁRIOS
Cada lote do empreendimento será responsável pelo tratamento de seu efluente
doméstico ou industrial.
Inicialmente, o sistema de esgoto doméstico ficará separado do sistema de escoamento
de águas pluviais.
Cada lote ou conjunto de edificações deverá constituir e ser responsável pelo seu próprio
sistema de tratamento, de esgotos domésticos, devendo os efluentes desses sistemas receberem
um tratamento completo. Esse sistema pode ser do tipo Reator Anaeróbico de Manta de Lodo
(UASB).
O tratamento secundário também deve remover a matéria orgânica e os sólidos em
suspensão.
Em alguns casos especiais, poderá ser utilizado o sistema de eliminação de odores, e uma
unidade de desinfecção por pastilhas de cloro para reuso e uma unidade filtrante de partículas em
manta drenante.
A rede de drenagem de águas será projetada para receber excedente do esgoto sanitário
tratado e as águas pluviais, e serão direcionados para canais situados nas duas avenidas
principais, interligando a estrada ao mar.
Sequencialmente os canais acima descritos, terão o caimento somente no sentido do mar.
Porém antes da efetiva destinação final esses canais deverão ser interrompidos por bacia de
acumulação e desarenação. Depois disso será instalado uma tubulação para lançamento
subaquático, que será conduzido através do enrocamento até o ponto de deságue final sendo
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-2
dispersado conforme norma.
Os Efluentes dos sistemas de esgoto doméstico poderão ser encaminhados juntamente
com o sistema de drenagem pluvial, uma vez que o liquido proveniente desse tratamento deverá
ter as seguintes características mínimas para esse descarte, após serem tratados:
pH: entre 6,0 e 9,0
Temperatura: ≤ 40 ºC
DBO: ≤ 20,0 mg/l
DQO: ≤ 150,0 mg/l
Resíduos sedimentáveis: ≤ 1,0 ml/l
Resíduos não filtráveis totais :≤ 30,0 mg/l
Oxigênio dissolvido (OD): ≥ 3,0 mg/l
Nitrogênio Total: ≤ 10,0 mg/l
Fósforo Total : ≤ 4,0 mg/l
A eficiência mínima garantida pelos sistemas projetados é de 85%
O sistema devera atender as normas ABNT NBR 7229/92, ABNT NBR 13.969/97 e
Resolução CONAMA no 430/2011.
No caso de efluentes industriais serão implantadas unidades geradoras autônomas em
cada local onde se fizerem necessárias. Os efluentes gerados por estas ETEI – Estações de
Tratamento de Efluentes Industriais serão coletadas por empresa especializada e devidamente
licenciada, que ficará responsável pelo seu destino final, sempre atendendo as normas
estabelecidas pela autoridade ambiental e pelo Plano Diretor do Município. A implantação das
ETEI como o destino final dos efluentes será de responsabilidade das empresas que se
instalarem no empreendimento.
Em locais onde existe a geração de resíduos oleosos, os efluentes serão encaminhados
preliminarmente para caixas separadoras de água e óleo (SAO) sendo que nesses locais o piso
deverá ser impermeabilizado, além de cercado por canaletas para encaminhamento do óleo
residual e sua recuperação conforme norma específica.
Da mesma forma, os efluentes gerados por cozinhas industriais, deverão ser conduzidos
para caixas de retenção de gordura e o material sólido proveniente será removido por caminhões
limpa fossa, para destinação adequada o descarte desse resíduo.
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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-3
Os efluentes atenderão aos limites máximos estabelecidos pelas legislações vigentes,
incluindo ainda as especificações do Banco Mundial. Ressalta-se que serão atendidos os valores
mais restritivos entre diplomas legais existentes.
Cada lote é responsável pelos efluentes e a lama gerada por todos os processos de
tratamento que será encaminhada para um local previamente definido e devidamente licenciado
em cada lote, sendo dele a responsabilidade para o destino final.
3.5.8 SISTEMA DE INFRAESTRUTURA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS
O sistema de drenagem das águas pluviais terá seguinte estrutura básica:
A captação das águas pluviais internamente aos lotes será por gravidade através de
calhas, dutos e sistema interno de drenagem que ira conduzir para o sistema externo de
captação.
As ruas receberão as águas através de sarjetas superficiais que encaminham para “bocas
de lobo” (BL), com caixas de retenção de areia, essas caixas por sua vez serão
interligadas através de tubos de concreto até os Poços de visita (PV) e por gravidade
conduzirão as águas para galerias situados no canteiro central das avenidas que
interligam a Estrada com a praia, conforme projeto de Drenagem que acompanha esse
memorial.
Sequencialmente essas galerias acima descritas, terão o caimento somente no sentido do
mar. Porém, antes da efetiva chegada ao destino, essas galerias deverão ser
interrompidas por bacias de acumulação, desarenação e separação de água e óleo com
500 m³ de capacidade na primeira fase do empreendimento. Nesta bacia serão instalados
sensores que medirão as características físico-químicas da água.
Esta bacia de acumulação, desarenação e separação de água e óleo, será interligada
através de uma galeria de água pluviais com a tubulação do lançamento subaquático, que
será conduzida através do enrocamento até o ponto de deságue final para dispersão nos
termos das normas vigentes.
Esta bacia tem a finalidade de armazenar a água de reuso e o descarte da água desta
bacia será feito por bateladas, sendo que, somente será realizado se a água estiver dentro
dos padrões pré-estabelecidos para descarte.
Com essa estrutura básica o projeto foi subdividido em duas bacias de contribuição de
aproximadamente 570.000m² cada uma (sendo a primeira na Avenida Canaã e a segunda
na Avenida rio de Janeiro), sendo que o cálculo da vazão, nos casos de obras de galerias
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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-4
de águas pluviais foi efetuado pelo método Racional, conforme “INSTRUÇÕES TÉCNICAS
PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS HIDROLÓGICOS E DIMENSIONAMENTO
HIDRÁULICO DE SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA” (Aprovada pela Portaria O/SUB
– RIO-ÁGUAS “N” nº. 004/2010).
Para a ocorrência do escoamento superficial consideram-se os seguintes fatos:
Quando uma chuva atinge uma determinada área, parte de suas águas é interceptada
pela vegetação (e outros obstáculos), de onde se evapora posteriormente. O restante
atinge a superfície do solo (durante a chuva, é razoável admitir-se que as quantidades
evaporadas ou evapotranspiradas são desprezíveis).
Do volume que atinge a superfície do solo, parte é retido nas depressões do terreno, parte
se infiltra, e o restante escoa pela superfície. O escoamento pela superfície do terreno
acontece após a intensidade da precipitação superar a capacidade de infiltração do solo e
depois que os espaços nas superfícies retentoras tenham sido preenchidos. Convém
destacar, neste ponto, que o escoamento superficial na forma aqui tratada abrange desde
o excesso de precipitação posterior a uma chuva suficientemente intensa (com ocorrência
conforme acima descrita), até o escoamento para o mar, alimentado pelo excesso de
precipitação.
Definimos os critérios segundo as instruções e tabelas publicadas nesse instrumento
normativo, acima mencionado. Salientamos que diversos autores estimam valores diversos,
porem adotaremos os valores sugeridos por Costa ET. AL. (2007):
Vmin = 0,69 m/s
Vmax = 5 m/s
tci = 5min
Rm = 0,8 m (recobrimento mínimo sobre a tubulação)
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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-5
Seção plena ou h/D = 0,85
Tipo de escoamento = uniforme
O espaçamento Maximo adotado entre bocas de lobo será de 60m.
Para a velocidade de escoamento adotamos a Equação da continuidade:
V = Q/A, onde temos:
V – Velocidade do escoamento m/s
Q – Vazão (m³/s)
A – Área Molhada (m²)
Para o tempo de percurso (tp) utilizaremos a fórmula:
Tp= L/(Vx60) onde:
Tp – tempo de percurso (min)
L extensão da galeria (m)
V – Velocidade de escoamento (m/s)
Para o cálculo segundo o Método Racional, temos:
Q=C*i*A, onde:
Q = Vazão (m³/s)
C = coeficiente de deflúvio, para o qual adotaremos 90%, considerando que no futuro a
área estará parcialmente impermeável
A = área da bacia de contribuição;
I = intensidade de precipitação, adotada 150mm/h, sendo considerado uma
precipitação elevada, conforme estudo publicada na Revista Brasileira de Meteorologia
(março 2009), onde foi efetuado um estudo para o Municipio do Rio de Janeiro.
Utilizaremos a Equação da Resistência, conforme Manning;
onde:
= coeficiente de Manning, que se aplica na fórmula de Chézy:
= raio hidráulico, em m,
é um parâmetro que depende da rugosidade da paredem
= velocidade média da água en m/s,
= a pendente da linha d'água em m/m
Também se pode escrever como:
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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-6
onde:
= Área molhada, em m²;
= Perímetro molhado, em m;
= Um parâmetro que depende da rugosidade da parede, adotamos 0,30
= Velocidade média da água em m/s,
= Vazão da água em m³/s,
= Declividade do fundo, a pendente da linha d'água em m/m
3.5.8.1 Dimensionamento do sistema de esgotamento de águas pluviais
A velocidade da instalação deverá permanecer acima do mínimo estabelecido, para evitar
sedimentação, incrustação e estancamento, e abaixo do máximo, para que não se produza
erosão, conforme Planta de distribuição das bocas de Lobo e Poços de visita apresentada a
seguir.
3.5.8.2 Descrição dos materiais utilizados
Os materiais utilizados para esta instalação são:
TUBO CA - Coeficiente de Manning: 0.01300
Descrição Geometria Dimensão Diâmetros
mm
DN400 Circular Diâmetro 396.0
DN600 Circular Diâmetro 594.0
DN800 Circular Diâmetro 793.0
DN1000 Circular Diâmetro 992.0
DN1200 Circular Diâmetro 1192.0
CANALETAS - Coeficiente de Manning: 0.01600
Descrição Geometria Dimensão Diâmetros
mm
Canal4 Trapezoidal
Base
Ângulo parede
Profundidade máx.
2500.0
90.0
1200.0
Canal5 Trapezoidal
Base
Ângulo parede
Profundidade máx.
2500.0
90.0
1400.0
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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-7
Descrição Geometria Dimensão Diâmetros
mm
Canal6 Trapezoidal
Base
Ângulo parede
Profundidade máx.
2500.0
90.0
1600.0
O diâmetro a utilizar será calculado de forma que a velocidade no conduto não exceda a
velocidade máxima e ultrapasse a velocidade mínima estabelecidas para o cálculo.
3.5.8.3 Envoltória
Envoltória de máximos
Início Final Comprimento
m
Diâmetros
mm
Inclinação
%
Vazão
l/s
Profundidade
mm
Velocidade
m/s
BL1 BL7 13.20 DN400 0.50 19.25 98.01 0.81
BL2 BL7 14.08 DN400 0.50 5.63 53.56 0.56
BL3 BL5 11.50 DN400 0.50 5.63 53.56 0.56
BL4 BL6 12.91 DN400 0.50 40.61 144.21 1.00
BL5 BL6 12.25 DN400 0.50 27.10 116.66 0.89
BL6 PV 1 19.27 DN600 0.50 73.34 167.45 1.14
BL7 PV 1 17.51 DN600 0.56 45.51 128.12 1.04
BL8 PV 2 9.57 DN400 0.63 5.63 50.72 0.61
BL9 PV 2 13.81 DN400 0.80 5.63 47.89 0.66
PV 1 PV 2 51.05 DN800 0.50 445.03 390.53 1.84
PV 2 PV 3 43.48 DN1000 0.50 676.61 441.06 2.04
PV 3 PV 4 44.66 DN1200 0.50 914.88 477.46 2.19
PV 4 PV 5 44.65 DN1200 0.50 1213.56 559.23 2.36
PV 5 PV 6 44.62 DN1200 0.50 1412.22 611.04 2.45
PV 6 PV 7 60.03 DN1200 0.50 1778.79 704.79 2.59
PV 7 PV 8 60.03 Canal4 0.20 2106.24 565.36 1.49
PV 8 PV 9 60.03 Canal4 0.20 2499.99 636.27 1.57
PV 9 PV 10 60.03 Canal4 0.20 2893.74 704.58 1.64
PV 10 PV 11 60.03 Canal4 0.20 3287.49 770.84 1.71
PV 11 PV 12 60.03 Canal4 0.20 3681.24 835.43 1.76
PV 12 PV 13 60.03 Canal4 0.20 4074.99 898.62 1.81
PV 13 PV 14 60.03 Canal5 0.20 4468.74 960.62 1.86
PV 14 PV 15 60.03 Canal5 0.20 4862.49 1021.61 1.90
PV 15 PV 16 83.60 Canal5 0.31 5256.24 924.42 2.27
PV 16 PV 17 37.57 Canal5 0.32 5649.99 960.91 2.35
PV 17 PV 18 60.00 Canal6 0.30 6043.74 1032.69 2.34
PV 18 PV 19 60.02 Canal6 0.32 6437.49 1060.35 2.43
PV 19 VERT 1 60.02 Canal6 0.32 7224.99 1155.17 2.50
A vazão máxima final de projeto de 7.225 L/s foi a vazão calculada para as canaletas da
Avenida Canaã. Essa mesma vazão será considerada para a Avenida Rio de Janeiro.
Observar que o calculo final será efetuado novamente com todo o rigor necessário e
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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-8
segundo a mesma formulação, assim que forem definidos totalmente os arruamentos e
distribuições de lotes.
Devemos ainda observar que o Coeficiente de Escoamento, absorção do terreno C = 0.45,
é adequado e considera que o terreno ficará praticamente, 45% impermeável, segundo estudos
acadêmicos apresentados pelos Professores Walter Collischonn e Rutinéia Tassi.
A seguir encontra-se apresentado o projeto conceitual de drenagem.
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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-9
PLANTA DO PROJETO CONCEITUAL DE DRENAGEM
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-10
3.5.9 ALTERNATIVAS DE DESCARTE DE EFLUENTES
Inicialmente optou-se em descartar diretamente no mar as águas pluviais e os efluentes
tratados, uma vez que ambos já estariam em condições de descarte.
A necessidade de se fazer uma análise prévia nestes efluentes e águas pluviais antes de
serem descartados criou-se a necessidade da construção da bacia de acumulação, que além de
realizar esta tarefa ela também irá servir para acumular á agua que poderá ser utilizada como
reuso no empreendimento.
Este sistema tem como justificativa de implantação, aumentar a segurança e controle do
descarte dos efluentes e das águas pluviais e criar uma reserva de água de reuso.
Alternativa de não implantação do lançamento subaquático
Caso o lançamento subaquático não seja construído haverá um risco muito grande das
águas pluviais serem destinadas ao mar sem o devido controle de suas características físico-
químicas, acarretando assim o risco de uma eventual contaminação.
3.5.10 LANÇAMENTO SUBAQUÁTICO DOS EFLUENTES TRATADOS
3.5.10.1 Alternativas locacionais do lançamento subaquático
Para a implantação da linha de transferência que fará o transporte do efluente oriundo da
caixa desarenadora e separadora de água e óleo foi estudado as seguintes alternativas:
1. Construção de duas tubulações para lançamento subaquático localizada nos dois
enrocamentos (Sul e Norte).
2. Construção de uma tubulação para lançamento subaquático localizada no
enrocamento sul.
3.5.10.1.1 Justificativas para a escolha da opção 2 para o traçado do lançamento subaquático
As intervenções construtivas, o impacto ambiental de dois pontos de descarte e o custo de
investimento justificam a instalação de uma única bacia de acumulação e um único lançamento
subaquático.
A decisão da localização da tubulação do lançamento subaquático no enrocamento sul se
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TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-11
faz em função deste enrocamento ser de maior extensão, possibilitando o lançamento a 2 km de
distância da orla.
3.5.10.2 Características
A tubulação de lançamento subaquático a ser utilizada é de PEAD - Polietileno de Alta
Densidade, PEAD80 ou PEAD100, capaz de suportar uma vazão de 7.3 m³/ seg.
A forma de construir o lançamento subaquático é muito semelhante para as duas
alternativas, terra e mar. Inicialmente escava-se uma vala e depois são colocados no seu interior
vários tubos de PEAD que serão soldados por termofusão. Esta técnica não necessita de peças
de união, pois os tubos e/ou conexões são soldados de topo através de um equipamento de
soldagem, que funde as extremidades e as comprime, uma contra a outra provendo a interação
das superfícies fundidas e sua soldagem. Os tubos e/ou conexões devem ter as mesmas
dimensões nas extremidades de solda (mesmo diâmetro e SDR). Esta solda é realizada por uma
luva especial que fará a fusão dos materiais tornando os dutos únicos, sem emendas.
Depois que o processo de solda for testado e aprovado ocorre o preenchimento da vala,
preferencialmente, com a terra que foi retirada na escavação. Os dutos enterrados terão proteção,
estarão protegidos de danos em sua estrutura e por serem de PEAD os mesmos são imune a
corrosão do material. Toda a tubulação será enterrada com uma cobertura de solo para dar o
máximo de proteção a mesma.
Os dutos serão instalados na faixa de tamponamento, assim eles estarão protegidos de
passagem de tráfego. Caso os mesmos tenham que passar por locais onde haja trafego de
veículo serão utilizadas técnicas não destrutivas, que consistem na perfuração por baixo da
estrada e introdução do duto sem que haja danos à estrutura ou ao tráfego.
As técnicas não destrutivas serão utilizadas também na chegada da tubulação de
lançamento subaquático ao mar. No caso da praia da Barrinha junto ao enrocamento norte, será
aberta uma vala a partir da terra que se estenderá até o início do enrocamento. Posteriormente,
será colocado no interior desta vala a tubulação. As tubulações serão soldadas em terra e
puxadas até a embarcação.
Para a alternativa em terra em toda a sua extensão a tubulação de lançamento
subaquático permanecerá enterrada. Para a alternativa no mar a tubulação do lançamento
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-12
subaquático sairá após a arrebentação e seguirá junto ao enrocamento até uma distância de
aproximadamente 1.000m em direção ao mar.
O lançamento subaquático deverá ter uma vazão de 7.3m³/s, e descarte efetuado a 1m do
fundo, num local com profundidade aproximada de 5m.
Apenas na extremidade haverá uma estrutura chamada difusor. O difusor consiste em
uma tubulação com várias saídas para uma melhor diluição do efluente na água do mar. O difusor
projetado é um tubo de 12 metros de comprimento com 12 saídas. Neste ponto seguirá um tubo
em ângulo de 45o em relação ao trecho horizontal até a cota de dispersão do efluente tratado.
O lançamento deverá ser com uma vazão de 7.3 m³/s, na profundidade de 5m, em local
com profundidade de cerca de 5m.
Nos estudos de dispersão os resultados apresentados indicam que não existem alterações
na qualidade da água (zona de mistura relativa à legislação ambiental) e com base nos resultados
das modelagens realizadas, incluindo os dados de entrada considerados (dados ambientais,
valores de lançamento, critérios ambientais, critérios de corte adotados), não é possível observar
interação entre as plumas.
O lançamento de efluentes atingirá diluição suficiente para enquadramento dos limites da
legislação, e sem influência para a balneabilidade da praia, a qual se localiza a uma distância de
aproximadamente 1.000m do difusor.
A colocação do difusor e da porção submarina da tubulação do lançamento subaquático
será feita por meio de uma balsa. Essa balsa consiste numa embarcação com capacidade para
realizar a solda das tubulações. Ela também é equipada com guindaste para colocar e retirar as
estruturas do mar, além de outras ferramentas e equipamentos.
Após a conclusão dos serviços, todas as instalações provisórias e os dispositivos de
lançamento e construção serão desmontados, demolidos e removidos, deixando as áreas
completamente livres. Eventuais danos serão reparados para deixar os espaços usados nas
condições originais.
3.5.10.3 Operação
A operação do lançamento subaquático é bem simples e ela ocorrerá sempre que o nível
de consumo das águas pluviais ou dos efluentes tratados das ETE e ETI do empreendimento for
menor que o volume a ser armazenado. Ou seja as águas pluviais e os efluentes serão utilizadas
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-13
como águas de reuso pelo empreendimento.
Esta operação só é possível porque na primeira fase do empreendimento haverá uma
bacia de acumulação, com capacidade para 500m³. Caso esta bacia de acumulação se mostre
insuficiente a sua capacidade deverá ser aumentada conforme a necessidade do
empreendimento.
A função desta bacia é acumular o efluente e a água de chuva até sua capacidade sendo
que esta água será utilizada no empreendimento como água de reuso.
Como medida de segurança, esta bacia de acumulação será equipada com analisadores e
controladores, de modo que o efluente não seja lançado no mar ou reutilizado sem o tratamento
necessário que assegure a sua qualidade final.
A composição final do efluente tratado que será lançado ou reutilizado atenderá aos
valores máximos de lançamento permitidos pelas resoluções CONAMA 357/2005 e 397/2008.
Esta última ratifica o artigo 34 (valores máximos de lançamento permitidos) da CONAMA 357/05.
O efluente a ser descartado também estará enquadrado na NT202.R-10 FEEMA, de 12 de
dezembro de 1986, e na DZ - 205.R-5 FEEMA, de 24 de outubro de 1991.
O efluente tratado e as águas pluviais superficiais serão enviado por gravidade para a
bacia de acumulação e será bombeado para reuso ou descarte final por gravidade via lançamento
subaquático.
Para acompanhar a transmissão de dados do lançamento subaquático e poder ter controle
das operações, todos os sistemas de válvula e transmissão de dados do mesmo ficarão
localizados em um abrigo, a ser construído em um ponto próximo ao mar.
Esta bacia de acumulação proveniente do escoamento das águas superficiais e dos
efluentes tratados, tem como objetivo:
(a) Reduzir a velocidade e o volume de emissão das águas no destino final;
(b) Possibilitar a medição de vazão do sistema;
(c) Separar a água em boas condições, que será reutilizada ou encaminhada para o mar,
dos resíduos superficiais que se acumularão na superfície de uma câmara separadora de
água e óleo. Esta operação será possível porque esse tanque deverá ter compartimentos
separados uns dos outros por paredes onde o liquido escoará hora por baixo e hora por
cima de tal maneira que poderemos acumular esses resíduos e retirá-los de maneira
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-14
segura e corriqueiramente, através de procedimentos que serão implementados para
essa finalidade, conforme a periodicidade das chuvas.
(d) Identificar através dos analisadores e controladores eventuais descartes de efluentes não
tratados. E caso isto ocorra o empreendimento fará uma auditoria em todos os lotes do
empreendimento até identificar o local de descarte de efluentes em desconforme com as
especificações pré-determinadas.
A caixa será construída conforme desenho abaixo e em anexo, com paredes
intermediarias dispostas de tal forma que a na primeira caixa, fique toda a areia do sistema, sendo
que a água assim que atinge o nível superior da parede extravasa por cima, já no próximo
anteparo o liquido escoa por baixo e sucessivamente e alternadamente o próximo extravasa por
cima, o outro por baixo, até que o escoamento final termine por baixo e seja encaminhado ainda
mais um trecho com uma tubulação que continuará ate depois do enrocamento, enterrada, na
parte continental e apoiada no fundo do mar na parte marítima, conforme detalhado no projeto
("CANAA_00 20 OUT 2013 - 3 DRENAGEM - 5").
O condomínio será responsável pela manutenção de toda a rede de drenagem.
O resíduo final do lodo e eventuais resíduos serão retirados por empresa especializadas e
credenciadas para retirar e tratar este tipo de efluente.
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-15
3.5.10.4 Detalhamento da instalação
Para a instalação do lançamento subaquático para escoamento de efluentes líquidos estão
previstas as seguintes atividades:
levantamento topográfico;
transporte rodoviário dos dutos;
limpeza da faixa de servidão de dutos existentes;
abertura de vala;
escavação de vala;
desfile e soldagem de tubulação;
assentamento da tubulação;
reaterro de vala;
restauração e limpeza da faixa de servidão;
transporte em terra dos trechos de dutos para instalação no mar;
instalação dos dutos no trecho marítimo.
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-16
A construção dos trechos marítimos envolve basicamente:
Instalação dos trechos soldados de dutos (500 m de extensão);
Desfile e soldagem de tubulação;
Teste hidrostático (ou teste de pressão com água);
Transporte dos dutos em terra para posterior instalação no mar;
Transporte marítimo até o lugar de imersão.
Medidas de segurança utilizadas nas atividades de construção:
sinalização/ isolamento das áreas sob intervenção;
sinalização dos canteiros de obras;
sinalização das vias de acesso;
teste hidrostático (teste de pressão com água) da tubulação - garantia contra
vazamentos;
restrição temporária à navegação durante a instalação dos dutos no trecho
marítimo;
sinalização preventiva da área de restrição à navegação.
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-17
3.5.10.5 Canteiros de Obras
Para a construção e montagem do lançamento subaquático está prevista a instalação de
um canteiro de obras de aproximadamente 2.000 m² de área para armazenamento das bobinas. A
soldagem das bobinas é realizada durante o lançamento das mesmas.
3.5.10.6 Equipamentos
Serão necessários os seguintes equipamentos para a construção do lançamento
subaquático:
Materiais de Construção
Todos os materiais necessários à construção serão fornecidos pelas empresas
contratadas para execução das obras, à exceção as bobinas de dutos de PEAD para construção
do lançamento subaquático, que serão adquiridos pelo empreendedor.
O duto e as suas interligações serão de PEAD. A parte submarina do duto terá estruturas,
anéis de proteção mecânica de concreto, de forma a garantir sua estabilidade hidrodinâmica no
leito marinho.
Trecho Marítimo
Balsa de serviços e lançamento de convés plano equipada com guindaste
Rebocador oceânico
Rebocador portuário
Embarcações de pequeno porte (até 18m de comprimento)
Bote inflável para apoio às operações de mergulho.
Equipamento de mergulho
Trecho terrestre
Compressor de ar
Martelete pneumático
Ônibus
Máquina de solda
Bomba de teste hidrostático o Betoneira
Mesa de serra
Guindaste c/ lança telescópica
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-18
Caminhão Munck
Esmerilhadeira
Trator de esteira para terraplanagem
Caminhão carroceria
Furadeira manual
Grupo Geradores Diesel
Caminhão vácuo
Lixadeira
Andaimes (tubos e braçadeiras)
Retroescavadeira
Motor vibrador
Escoramento
Máquina de torque
Veículos tipo Kombi, pick?up e passeio
Banheiro químico
3.5.10.7 Lançamento
A tubulação do lançamento subaquático será soldada em uma balsa e será lançado ao
mar com anéis de concreto ao longo de sua extensão. A tubulação do lançamento subaquático
não afundará porque a mesma estará tamponado e cheio de ar.
A tubulação do lançamento posicionado será enchida com água e assim afundado no local
que o mesmo será instalado. Uma vez afundado mergulhadores farão a ancoragem dos anéis de
concreto junto ao enrocamento.
3.5.10.8 Tráfego de Veículos
As bobinas serão transportados em carretas que transitarão pela BR-101. Estima-se um
total de "240" carretas para o transporte de 100 barras de 12m, considerando que cada carreta
transporte "5" barras. O plano de sinalização para o tráfego nos acessos principais será definido e
implantado pela empreiteira que vencer a licitação para realização dos serviços.
Para a construção do lançamento subaquático e do trecho terrestre da linha de
transferência na porção junto os enrocamentos os tubos serão transportados por dentro da
fazenda Canaã.
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-19
3.5.10.9 Área de exclusão durante a construção
Durante o lançamento do duto marítimo, por questões de segurança, será demarcada uma
área de exclusão ao tráfego marítimo, com cerca de 300m no entorno do traçado do trecho do
duto que estará sendo lançado junto aos enrrocamentos..
3.5.10.10 Mão de obra
A mão de obra necessária aos serviços de construção será mobilizada pelas empreiteiras
a serem contratadas. Contará com soldadores, mecânicos, eletricistas, operadores de máquinas,
ajudantes de serviços gerais, mergulhadores, técnicos de segurança e meio ambiente,
supervisores e coordenadores de canteiros de obras. Haverá preferência pela contratação de
pessoal local, conforme orientação do Empreendedor.
A tabela a seguir apresenta a estimativa do total de mão de obra a ser mobilizada.
Duto - trecho terrestre - 45 trabalhadores*
Lançamento subaquático - 40 trabalhadores*
Nota: *Quantitativo sujeito à alteração.
3.5.10.11 Lançamento subaquático - atividades de operação
Durante a fase de operação, o duto irá emitir um ruído imperceptível à superfície devido à
profundidade da instalação do mesmo.
A seguir são apresentadas as principais características operacionais da linha de
transferência e do lançamento subaquático
Parâmetro Operacional Valor Unidade
Vazão de Operação 7.300 L/s = 26.300 m³/h
Pressão de Operação 20kgf/cm²
Sentido do fluxo em direção mar por gravidade
Temperatura 15 a 40 ºC
3.5.10.12 Sistema de tratamento dos efluentes
A bacia de acumulação de águas pluviais e efluentes tratados será construída equipada
com analisadores e controladores, de modo que o efluente final não seja lançado no mar sem o
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-20
tratamento necessário que assegure a sua qualidade final.
O tratamento dos efluentes na bacia de acumulação consistirá nas seguintes etapas:
Processo de desarenação;
Processo de flotação;
Processo de separação de matérias sólidos e oleosos;
Armazenamento e disposição final do efluente.
O resíduo final do lodo e eventuais resíduos serão retirados por empresa especializadas e
credenciadas para retirar e tratar este tipo de efluente.
3.5.10.13 Caracterização do efluente tratado a ser descartado
A composição final das águas pluviais e do efluente tratado, que será reutilizado ou
lançado através do lançamento subaquático atenderá aos valores máximos de lançamento
permitidos pelas resoluções CONAMA 357/2005 e 397/2008. Esta última ratifica o artigo 34
(valores máximos de lançamento permitidos) da CONAMA 357/05. O efluente a ser descartado
também estará enquadrado na NT 202.R-10 FEEMA, de 12 de dezembro de 1986, e na DZ
205.R-5 FEEMA, de 24 de outubro de 1991.
3.5.10.14 TUBO PEAD
Os tubos PEAD são produzidos por processo de extrusão. Produtos com elevada leveza,
dependendo da densidade possui boa flexibilidade e grande facilidade para serem transportados,
características importantes dos tubos de PEAD usados em obras de saneamento, drenagem, gás
e mineração.
Os tubos de polietileno (PE) para que atendam as normas e especificações devem ser
produzidos com matérias primas específicas. Os compostos de polietileno PE utilizados devem
atender à classificação PE 63, PE 80 ou PE 100.
Os tubos de polietileno de alta densidade (PEAD) tem a característica de poderem ser
usados em substituição aos tubos feitos de materiais como PVC, concreto e aço galvanizado. São
empregados em sistemas de saneamento básico, telecomunicações, eletro dutos, sistemas de
Ramais Prediais de Água drenagem e mineração, por exemplo. Esse tipo de tubulação segue
normas rígidas.
As tubulações são, normalmente, divididas entre rígidas e flexíveis. Tubos rígidos não
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-21
aceitam nenhum tipo de desvio sem que seja feita uma intervenção em sua estrutura. É o caso de
materiais como concreto, cerâmica e ferro fundido. Já os tubos flexíveis aceitam, ao menos, um
mínimo de desvio sem que seja preciso uma intervenção estrutural - é o caso de tubos em
materiais como aço, alumínio e termoplásticos, categoria do polietileno. Os tubos flexíveis podem,
ainda, ser divididos em materiais elásticos - caso dos tubos de metal - e viscoelásticos,
representados pelos materiais termoplásticos.
O uso de PEAD para tubulações é relativamente recente. É utilizado desde os anos 1950,
e tem substituído materiais para sistemas de saneamento e drenagem, canalização de rios e
manejo de fluidos à base de água em geral. Na construção civil e obras de infraestrutura, é
crescente a substituição de tubulações de aço e concreto por tubos de PEAD, por conta de sua
facilidade de processamento s boas propriedades mecânicas e químicas.
Os tubos em PEAD podem ser lisos ou corrugados, sendo que a resistência mecânica do
PEAD é intensificada pelo exterior corrugado, que aumenta a força estrutural do tubo.
Como a capacidade de condução de uma tubulação é inversamente proporcional à sua
rugosidade interna, o baixo índice de rugosidade do interior dos tubos PEAD ajuda sua eficiência
hidráulica em conduzir água e fluidos à base d'água. Essa capacidade representa a fricção, em
oposição, da superfície do tubo ao fluxo do líquido.
3.5.10.14.1 Características de um tubo de PEAD
Leveza
Peso específico PEAD = 0,945 a 0,962 g/cm³
Flexibilidade
Módulo de Elasticidade
PEBD ≈ 2.500 kgf/cm²
PEAD PE 80 ≈ 9.000 kgf/cm² a 12.000kgf/cm²
PEMD ≈ 8.000 kgf/cm²
PP ≈ 12.000 kgf/cm²
AÇO ≈ 2.100.000 kgf/cm²
PEAD PE 100 ≈ 12.000 kgf/cm²
Demais características
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-22
Rugosidade baixíssima (coeficiente C = 150) Hanzen-Williams
Elevada resistência ao impacto
Resistência à maioria dos agentes químicos
Imunidade total a corrosões eletrolíticas e galvânicas
Reduzido número de juntas. Eventualmente, ausência total.
Manuseio e instalação fáceis
Impermeável
Atóxico
Baixíssimo efeito de incrustação
Elevada vida útil (mais de 50 anos)
Vantagens da aplicação de tubos de PE no transporte de água
Total atoxidade
Grande resistência ao impacto
Grande flexibilidade (propicia curvas longas)
Total resistência à corrosão
Leveza - facilidade de manuseio/instalação
Menor custo de preparação e menor dimensão de valas (acomoda-se ao terreno e
soldagem fora da vala)
Grande soldabilidade / facilidade de execução
Conexões mecânicas de simples manuseio e resistentes aos esforços axiais
Menor número de emendas, barras de 12 m ou mais e bobinas de 100 m ou mais para
tubos de até ø 125 mm
Conexões que propiciam facilidade para execução de Ramais e ligações domiciliares
Baixo coeficiente de atrito hidráulico (fator "C" de Hazen-Williams = 145 a 150)
Baixíssimo efeito de incrustação
Vida útil maior que 50 anos
Menor custo final
Lançamento subaquático
Podem repousar diretamente sobre o leito oceânico, sem preparo prévio deste
Resistência a forças extremas de correntezas
Podem acompanhar mudanças no leito sem sofrer danos
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-23
Flutuam, facilitando transporte marítimo
Podem ser rebocados em longas secções pré montadas, até o local de instalação
Podem ser extrusados em comprimentos grandes (500 m a 1000 m ou mais) a partir
de extrusoras móveis ou fixas, instaladas junto a cursos d´água, baias, etc.
A Pressão Nominal (PN em bar) do tubo é definida em função do MRS (MPa) e suas
dimensões:
PN = 20 MRS__
C x (SDR – 1)
C: Fator de Segurança aplicado (normalmente 1,25)
SDR: Relação Padronizada (DE/e), Diâmetro Externo Nominal/Espessura mínima de parede
MPO = PN x Ft
MPO = Máxima Pressão de Operação
Ft = fator de redução de pressão em função da temperatura de operação
Propriedades PE80 PE100
MRS (MPa) 10 8
Estas informações foram obtidas nas normas técnicas da ABNT e ABPE - Associação
Brasileira de Tubos Poliolefínicos e Sistemas, www.abpebrasil.com.br.
3.5.10.14.2 Normas Técnicas
Seguem abaixo algumas das normas técnicas pesquisadas:
ÁGUA (ABNT/NBR)
ABNT NBR 7373:1982 Tubos de polietileno duto fabricados por enrolamento
ABNT NBR 15561:2007 Sistemas para distribuição e adução de água e transporte de
esgoto sanitário sob pressão - Requisitos para tubos de
polietileno PE 80 e PE 100
ABNT NBR 8417:1999 Sistemas de ramais prediais de água - Tubos de polietileno PE
– Requisitos
ABNT NBR 15802:2010 Sistemas enterrados para distribuição e adução de água e
transporte de esgotos sob pressão — Requisitos para projetos
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
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3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-24
em tubulação de polietileno PE 80 e PE 100 de diâmetro
externo nominal entre 63 mm e 1600 mm
ABNT NBR 15803:2010 Sistemas enterrados para distribuição e adução de água e
transporte de esgoto sob pressão – Requisitos para conexões
de compressão para junta mecânica, tê de serviço e tê de
ligação para tubulação de polietileno de diâmetro externo
nominal entre 20 mm e 160 mm
ABNT NBR 15593:2008 Sistemas para distribuição e adução de água e transporte de
esgoto sanitário sob pressão - Requisitos para Conexões
Soldáveis de Polietileno PE 80 e PE 100
ABNT NBR 9798:1987 Conexão de polipropileno (PP) para junta mecânica para tubos
de polietileno PE-5 para ligações prediais de água
ABNT NBR 9799:1987 Conexão de polipropileno - Verificação da estabilidade térmica
ABNT NBR 9023:1985 Termoplásticos - Determinação do índice de fluidez - Método
de ensaio (MB 2137)
ABNT NBR 9622:1986 Plásticos - Determinação das propriedades mecânicas à tração
- Método de ensaio (MB 2181)
ABNT NBR 15880:2010 Conexões de ferro fundido dúctil para tubos de PVC 6,3 e
polietileno PE - Requisitos
ABNT NBR 15950:2011 Sistemas para distribuição e adução de água e transporte de
esgotos sob pressão — Requisitos para instalação de
tubulação de polietileno PE 80 e PE 100
ABNT NBR 15979:2011 Sistemas para distribuição e adução de água e transporte de
esgotos sob pressão — Requisitos para reparo de tubulação de
polietileno PE 80 e PE 100
ABNT NBR 15952:2011 Sistemas para redes de distribuição e adução de água e
transporte de esgotos sob pressão — Verificação da
estanqueidade hidrostática em tubulações de polietileno
ABNT NBR 15939-1:2011 Sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de
água quente e fria — Polietileno reticulado (PE-X) - Parte 1:
Requisitos e métodos de ensaio
ABNT NBR 15939-2:2011 Sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de
água quente e fria — Polietileno reticulado (PE-X) -Parte 2:
Procedimentos para projeto
ABNT NBR 15939-3:2011 Sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de
água quente e fria — Polietileno reticulado (PE-X) - Parte 3:
Procedimentos para instalação
ABNT NBR 15813-1:2010 Sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de
água quente e fria - Parte 1: Tubos de polipropileno copolímero
random (PP-R) tipo 3 - Requisitos
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-25
ABNT NBR 15813-2:2010 Sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de
água quente e fria - Parte 2: Conexões de polipropileno
copolímero random (PP-R) tipo 3 – Requisitos
ABNT NBR 15813-3:2010 Sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de
água quente e fria - Parte 3: Tubos e conexões de polipropileno
copolímero random (PP-R) tipo 3 - Montagem, instalação,
armazenamento e manuseio
ESGOTO (ABNT NBR)
ABNT NBR 15551:2008 Sistemas coletores de esgoto - Tubos corrugados de dupla
parede de polietileno – Requisitos
ABNT NBR 15552:2008 Sistemas coletores de esgoto - Conexões para tubos corrugados
de dupla parede de polietileno – Requisitos
QUALIFICAÇÃO, SOLDAGEM E REPARO (ABNT NBR E NORMAS INTERNACIONAIS)
ABNT NBR 14472:2000 Tubos e conexões de polietileno PE 80 e PE 100 – Qualificação
de soldador
ABNT NBR 14473:2000 Tubos e conexões de polietileno PE 80 e PE 100 – Reparo ou
acoplamento de novo trecho à rede em carga, com utilização do
processo de esmagamento(pinçamento)
DVS 2207:2005 Soldagem de Matérias Termoplásticos – Soldagem de Tubos,
Conexões e Placas– Procedimentos
DVS 2208-1:2007 Soldagem de Termoplásticos – Máquinas e Ferramentas
DVS 2203:2003 Soldagem de Materiais Termoplásticos-Ensaios
3.5.10.15 Descarte no mar
A água do mar de todo o mundo tem uma salinidade próxima de 35 (3,5% em massa, se
consideramos apenas os sais dissolvido, mas a salinidade não tem unidades),1 o que significa
que, para cada litro de água do mar há 35 gramas de sais dissolvidos, a maior parte é cloreto de
sódio (cuja fórmula é NaCl). A água do mar não tem salinidade uniforme ao redor do globo.
Composição química
A ciência que estuda a composição química dos oceanos e as concentrações dos
compostos na água do mar se chama oceanografia química. A água do mar tem composição
química quase constante. Há um pouco mais de 70 elementos dissolvidos na água do mar, mas
apenas seis desses constituem mais de 90% dos sais dissolvidos; todos ocorrem como íons.
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-26
Principais íons salinos da água do mar
Cloreto (Cl-): 55,04 %m (%m significa porcentagem em massa)
Sódio (Na+): 30,61 %m
Sulfato (SO42-): 7,68 %m
Magnésio (Mg2+): 3,69 %m
Cálcio (Ca2+): 1,16 %m
Potássio (K+): 1,10 %m
Gases dissolvidos na água do mar
A água do mar também contém pequenas quantidades de gases dissolvidos,
principalmente nitrogênio, oxigênio e dióxido de carbono. A água a uma dada temperatura e
salinidade está saturada com gás quando a quantidade de gás que se dissolve na água é igual à
quantidade que sai ao mesmo tempo. A água do mar superficial está geralmente saturada com
gases atmosféricos, como oxigênio e nitrogênio. A quantidade de gás que pode-se dissolver na
água do mar é determinada pela temperatura e salinidade da água. Aumentando-se a
temperatura ou a salinidade reduz-se a quantidade de gás que pode ser dissolvido.
Uma vez que a água afunda para baixo da superfície oceânica (por exemplo, por se tornar
mais densa pela evaporação), os gases dissolvidos não podem mais ser trocados com a
atmosfera. A quantidade de gás num dado volume de água permanecerá inalterado, exceto pelo
movimento das moléculas de gás através da água, por difusão (processo lento), ou pela mistura
da água com outras massas de água que contêm diferentes teores de gases dissolvidos.
Em geral, o nitrogênio e gases raros inertes (argônio, hélio e outros) comportam-se dessa
maneira: suas concentrações são conservativas e somente afetadas por processos físicos. Em
contraste, alguns gases dissolvidos são não-conservativos e participam ativamente em processos
químicos e biológicos que modificam suas concentrações. Exemplos são o oxigênio e o dióxido de
carbono que podem ser liberados e usados a variadas taxas nos oceanos, especialmente pelos
organismos.
Mistura com a água do mar
Ao entrar no mar, as aguas tratadas provenientes do empreendimento se misturam com as
aguas do mar em tempos diferentes. O tempo de mistura não é homogêneo e essa demora pode
ocorrer devido a diferença de temperatura, de sais dissolvidos ou de ph, mas sempre se
COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA
TERMINAL CANAÃ
3. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3-27
misturam.
Nos locais onde o fluxo subterrâneo de água doce que vem do empreendimento encontra
o fluxo subterrâneo de água salgada que está se infiltrando a partir do mar, devido à diferença de
densidades entre os dois tipos de água, neste local ocorrerá uma pequena estratificação,
podendo a água doce ficar por cima e a salgada por baixo. Estas águas mantêm uma mínima
separação, devido ao fato de que ambas estão em um meio poroso, onde a difusão dos solutos é
mais lenta. Esta mistura não chegará a afetar as características da água do mar.
Devido a distância que o efluente será descartado esta mistura será totalmente absorvida
pelas águas do mar, assim como as águas do rio Itabapoana são absorvidas, antes que a mesma
chegue nas praias.
É importante ressaltar que o empreendimento fará uso de grande parte dos efluentes
tratados e das águas pluviais e que o lançamento subaquático do empreendimento não irá
despejar no mar esgoto e sim parte das águas pluviais e dos efluentes tratados e que estas águas
antes de serem descartadas são analisadas e as mesmas somente serão descartadas se elas
estiverem isentas de poluentes e estiverem dentro dos padrões pré-determinados pela legislação
vigente.
O lançamento destes efluente atingirá diluição suficiente para enquadramento dos limites
da legislação, e sem influência para a balneabilidade da praia, a qual se localiza a uma distância
de aproximadamente 1.000m do difusor.