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Centro Universitário Franciscano
Disciplina: Biofísica
Prof. Valnir de Paula
Sobre-exposição à Radiação em
Radiodiagnóstico
Radiações Ionizantes – Parte II
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Doses de Radiação do Ambiente Natural
As fontes naturais de radiação incluem os raios cósmicos,
radiação terrestre, radionuclídeos naturais presentes no corpo,
inalados ou ingeridos.
Existem áreas em países como o
Brasil, França, Índia, entre outros
países, cuja população recebe doses
de radiação natural que variam de
2,6 a 13 mSv ao ano.
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Percentuais das Radiações Naturais da População
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Hierarquia das Doses em Radiodiagnóstico
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Radiologia Convencional
Em geral, este método trabalha com baixas doses de radiação (0,2 a 50 mGy).
Quando o equipamento dispõe de fluoroscopia, as doses são maiores.
Não há registros de efei-tos determinísticos em radiologia convencional
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Níveis de dose de referência em Radiologia
Exame Incidência DEP *(mGy)
Coluna Lombar
AP 10
Lateral 30
Junção L5-S1 40
Abdômen AP 10
TóraxAP 0,4
Lateral 1,5
Crânio AP 5
Mama Crânio-caudal 10
Odontológico AP 5
*DEP: Dose de Entrada na Pele Fonte: portaria 453/98 da Anvisa
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Tomografia Computadorizada
Doses maiores que a radiologia convencional
Exposição aumenta para exames que exigem vários cortes da mesma região anatômica.
Em alguns casos, podem ocorrer efeitos determinís-ticos
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Gradiente de Dose em CT
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Representação da área que recebe maior radiação em uma sala de tomografia
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Distribuição da dose em tomografia
Como o tubo de TC gira em torno do corpo, a distribuição da dose ocorre conforme a figura abaixo
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Níveis de dose de referência em TC
Exame DEP (mGy)
Cabeça 50
Coluna lombar 35
Abdômen 25
Fonte: portaria 453/98 Anvisa
OBS: As doses podem ser bem maiores para alguns procedimentos especiais de TC
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Procedimento de punção renal para drenagem de abscesso
Punções Guiadas por TC
Neste procedimento, cortes tomográficos são realizados para guiar a localização de lesões a serem biopsiadas. Vários cortes (sobre o mesmo local) podem ser necessários para que o objetivo seja atingido
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Perfusão cerebral por TC
Neste procedimento, cujo objetivo é avaliar a evolução de AVCs
isquêmicos, são feitos vários cortes (podendo chegar a 40) numa
mesma posição da cabeça.
Wintermark et al. CHUV
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Caso Clínico envolvendo Perfusão cerebral por TC
Paciente do sexo feminino, de 53 anos, submetida a 4
procedimentos de perfusão cerebral por TC e 2 de
angiografias (hemodinâmica) num período de15 dias.
A dose recebida na pele pela paciente foi estimada em 2
Gy por procedimento, podendo ter chegado a um total de
14 Gy.
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Caso Clínico envolvendo Perfusão cerebral por TC
As figuras mostram a epilação em faixa, ocorrida devido á radiação incidente na mesma região da cabeça
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Fluoroscopia15
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Imagens de Fluoroscopia16
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Gradiente de Dose em Fluoroscopia
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Cataratogênese pela Radiação
Catarata é a denominação dada a qualquer opacidade do cristalino, que não necessaria-mente afete a visão.
Na maior parte das vezes, está associada á idade. avançada
A catarata também ocorre quando há exposição crônica à radiação, como em procedimentos de fluoroscopia
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Parâmetros de Dose em Fluoroscopia19
A dose necessária para causar lesão cutânea é tipicamente 3 Gy
para eritema (entre 1 e 2 dias após a exposição) e depilação tempo-
rária (entre 2 e 3 semanas após a exposição).
Tempo adicional de fluoroscopia acima do limiar de dose aumenta
a gravidade das lesões: Dano vascular é esperado para doses na pele
acima de 20 Gy.
Na atualidade, equipamentos fluoroscópicos produzem taxas
típicas de dose no ar da ordem de 0,02 Gy/ min para modo normal
de fluoroscopia; porém, podem atingir 0,2 Gy/min no modo de alta
taxa.
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Parâmetros de Dose em Fluoroscopia20
O risco de aparecimento de lesões na pele está associado a tempos
prolongados de fluoroscopia. O tempo necessário para atingir o
limiar de dose para depilação temporária é tipicamente maior do que
90 minutos em modo fluoroscopia (0,03 Gy/min).
No modo de máxima taxa de exposição, o tempo para ministrar
esta dose em um único local da pele é de 30 minutos no modo
normal de fluoro e 15 minutos no modo alta taxa.
Grandes pacientes são mais suscetíveis a lesões na pele, devido ao
fato de o controle automático de brilho mudar automaticamente os
fatores da técnica para aumentar a produção de raios X
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Efeitos Determinísticos em Fluoroscopia21
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Efeitos Determinísticos em Fluoroscopia22
Os primeiros sinais em profissionais é a radiodermite crônica, que
pode surgir após alguns anos de exposição cumulativa. Em geral, a
mão esquerda é a região mais afetada, devido à posição ao realizar
os procedimentos.
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Efeitos Determinísticos em Fluoroscopia
Dermatite aguda, decorrente de
vários Gy de dose de radiação em
procedimento intervencionista, 3
semanas após a exposição
Dermatite crônica, do mesmo
paciente, 1 anos após a irradiação.
Fonte: Journal of the ICRU 2005 5(2):9-19;
doi:10.1093/jicru/ndi023
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Paciente do sexo masculino, 40 anos, que se submeteu a um
estudo de Angiografia Coronariana, seguido de Angioplastia com
um segundo exame de Angiografia Coronariana.
Efeitos Determinísticos em Fluoroscopia
A Figura ao lado mostra a lesão da
pele, sugestivo de uma queimadura
de segundo grau, numa área aproxi-
mada de 12x10cm, após 6/8 semanas
da angiografia/angioplastia.
A lesão foi relatada como o surgi-
mento de uma “pele vermelha” após
um mês dos procedimentos e desca-
mação uma semana depois.
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A Figura 2 mostra uma falsa recupe-
ração do tecido, com exceção da área
central, após aproximadamente 16
semanas dos procedimentos. A
necrose do tecido continuou nos
meses que se seguiram.
Efeitos Determinísticos em Fluoroscopia
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A Figura 3 mostra a evolução da
necrose, após aproximadamente 21
semanas dos procedimentos.
O paciente foi submetido a uma
cirurgia plástica reparadora.
Efeitos Determinísticos em Fluoroscopia
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COMO REDUZIR O FATOR DE RISCO
A exposição total à radiação de um paciente é proporcional ao tempo que a Fluoroscopia está ativa. Um sinal sonoro após 5 ou 4 minutos é obrigatório para orientar o médico do tempo de exposição em Fluoro.
Um contador de tempo total é obrigatório nos equipamentos.
A título de orientação é necessário dizer que se deve tirar o “pé do pedal” sempre que não necessitar visualizar imagens em tempo real.
Os modernos sistemas digitais possuem loop de Fluoro e Cine que permite o médico analisar muito bem uma imagem, sem a necessidade de se manter a Fluoro ativada.
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Referências
Hall, Eric J. Radiobiology for the radiologist. 15th. Philadelphia, USA :
Lippincott Williams & Wilkins , c2000. 588 p.
Radiation-induced temporary hair loss as a radiation damage only
occurring in patients who had the combination of MDCT and DAS - Eur
Radiol (2005) 15:41
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Aspectos físicos e técnicos da Radiologia IntervencionistaLucía CanevaroDoutora em Biociências Nucleares . Pesquisadora do Serviço de Física Médica de Radiodiagnóstico do Instituto de Radioproteção e Dosimetria/Comissão Nacional de Energia Nuclear (IRD/CNEN), Rio de Janeiro (RJ), Brasil.