Aula 15 Ato Administrativo -
Parte IV
Prof. Manoel Messias Peixinho
Fernanda A. K. Chianca
Extinção dos Atos Administrativos
• Decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato.
Extinção Natural
• Decorre do desaparecimento do sujeito beneficiado pelo ato.
Extinção Subjetiva
• Decorre do desaparecimento do objeto do ato.
Extinção Objetiva
• Decorre do advento de nova legislação.
Caducidade
• Decorre de uma manifestação de vontade.
Extinção Volitiva
Anulação, Revogação e Cassação dos Atos Administrativos
• Ocorre quando há vício relativo à legalidade ou legitimidade do ato.
• Art. 54 da Lei 9.784/1999 – prazo de cinco anos para a anulação de atos
administrativos ilegais, quando os efeitos do ato forem favoráveis ao administrado,
salvo comprovada má-fé.
Anulação
• Retirada de ato administrativo válido do mundo jurídico, fundada no poder
discricionário da administração, por ser considerado inoportuno ou inconveniente.
Revogação
• Extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os
requisitos exigidos para a manutenção do ato e de seus efeitos.
Cassação
Anulação, Revogação e Cassação dos Atos Administrativos – Jurisprudência
“O Estado, com apoio no princípio da autotutela, dispõe da prerrogativa institucional de rever, em sede administrativa, os seus atos e decisões, podendo, em consequência, invalidá-los, quer mediante revogação (quando presentes motivos de conveniência, oportunidade ou utilidade), quer mediante anulação (quando ocorrente situação de ilegalidade), ressalvada, sempre, em qualquer dessas hipóteses, a possibilidade de controle jurisdicional” (STF, RMS 25849 AgR /DF, Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 29-11-2012) “Transcorridos mais de cinco anos da publicação do ato administrativo da concessão de anistia, não é mais possível à Administração revogá-lo por mera conveniência ou oportunidade, estando ainda sua anulação condicionada à efetiva comprovação da má-fé do beneficiário”(STJ, AgRg no MS 22012 /DF, Min. Sérgio Kukina, Primeira Seção, DJe 02/02/2017).
Espécies de Atos Administrativos
Quanto à forma
de exteriorização
Decretos: atos provenientes da manifestação de vontade privativa
dos Chefes do Executivo, o que os torna resultantes de competência
administrativa específica. - art. 84, IV e art. 87, p.u., I, CF/88.
Exemplo: decreto que regulamenta uma lei ou nomeia servidor
público.
Regulamentos: atos administrativos necessariamente vinculados a
outros atos com a função de regula-los. Sendo assim, são atos
dependentes e não tem força individual própria. São atos normativos
que entram em vigor apenas quando outro ato, normalmente
decretos, os impulsione para vigência – art. 84, IV, CF/88.
Exemplo: Regulamento de organização do Ministério da Fazenda.
Espécies de Atos Administrativos
Quanto à forma de
exteriorização
Resoluções: atos normativos ou individuais, emanados de
autoridade de alto escalão. São típicos atos administrativos, tendo,
portanto, natureza derivada e pressupõe sempre a existência de lei
ou de outro ato legislativo a que estejam subordinadas. São, ainda,
atos autônomos e de natureza primária, não se configurando como
atos administrativos propriamente ditos (Exemplo: edição de
resolução pelo CNJ para disciplinar o funcionamento do órgão e
definir as atribuições do Ministro-Corregedor).
Deliberações: atos oriundos, em regra, de órgãos colegiados, como
conselhos, comissões, tribunais administrativos, etc. Caracterizam-se
como atos simples e coletivos (Exemplo: deliberação do Conselho de
Ministros para avaliar o impacto da mudança do regime de horas
semanais trabalhadas pelos servidores.).
Regimentos: atos típicos dos órgãos colegiados com o intuito de
demonstrar sua organização e funcionamento (Exemplo: Regimento
Interno do STF).
Espécies de Atos Administrativos
Quanto à forma
de exteriorização
Alvarás: instrumento formal expedido pela Administração pelo qual é expressada
aquiescência no sentido de ser desenvolvida certa atividade pelo particular
(Exemplo: alvará para demolição de edifício).
Ofícios: atos formais, de intensa utilização na rotina administrativa, através dos
quais as autoridades administrativas se comunicam entre si ou com terceiros.
Podem conter solicitações, imposições, recomendações ou meras informações
(Exemplo: ofício de comunicação de realização de concertos na rede elétrica do
cartório que afetará seu funcionamento).
Pareceres: atos que consubstanciam opiniões, pontos de vista de alguns agentes
administrativos sobre matéria submetida à sua apreciação. Podem ser obrigatórios
ou facultativos e sua natureza deverá sempre ser opinativa (Exemplo: Parecer
solicitado por um Prefeito que não detém o conhecimento jurídico para a prática de
determinado ato).
Despachos: atos administrativos praticados no curso de um processo
administrativo. Abrange, ainda, intervenções rotineiras dos agentes, bem como
algumas manifestações de caráter decisório (Exemplo: despacho proferido pelo
Secretário de Obras de um município que ratifica o reconhecimento de uma dispensa
de licitação).
Espécies de Atos Administrativos
Quanto à forma
de exteriorização
Instruções, Circulares, Portarias, Ordens de serviço, Provimentos
e Avisos: servem para que a Administração organize sua atividade e
seus órgãos e, por essa razão, são denominados por alguns autores de
atos ordinatórios. Todavia, na prática, alguns deles podem apresentar
caráter normativo o que provoca a imposição de regras gerais e
abstratas. Cada pessoa federativa, administrativa ou órgão autônomo
vai dispor sobre quem será responsável pela expedição desses atos e
qual será seu conteúdo.
Certidões, Atestados e Declarações: atos declaratórios cujo
conteúdo expressa a existência de certo fato jurídico.
Exemplos: certidão de nascimento e declaração de Nascido Vivo –
DNV.
Espécies de Atos Administrativos
Quanto ao
Conteúdo
Licença: ato vinculado por meio do qual a Administração confere ao
interessado consentimento para o desempenho de certa atividade. Para
tanto, o Poder Público não age ex officio, ou seja, depende sempre da
deflagração processada pelo interessado. Destaca-se que o direito subjetivo
do interessado na atividade será levado em consideração e não se confunde
com o desempenho da atividade em si.: o direito preexiste à licença, mas seu
desempenho somente é legítimo se o Poder Público exprime seu
consentimento (Exemplo: licença concedida ao particular para construir).
Permissão: ato administrativo discricionário e precário pelo qual a
Administração consente que o particular execute serviços de utilidade
pública ou utilize privativamente bem público (Exemplo: permissão para a
execução de serviço público por particular).
Autorização: ato administrativo pelo qual a Administração consente que o
particular exerça atividade ou utilize bem público no seu próprio interesse.
É ato discricionário e precário, características, portanto, idênticas às da
permissão (Exemplo: autorização de porte de arma).
Espécies de Atos Administrativos
Quanto ao
Conteúdo
Admissão: ato administrativo que confere ao indivíduo o direito de receber
o serviço púbico desenvolvido em determinado estabelecimento oficial, uma
vez preenchidos os requisitos. Trata-se, portanto, de ato vinculado em que o
indivíduo faz jus à admissão desde que cumpra os requisitos (Exemplo:
admissão em universidade).
Aprovação: manifestação discricionária do administrador a respeito de
outro ato. Pode ser prévia ou posterior (Exemplo: manifestação do Senado
antes da nomeação de determinados membros da magistratura).
Homologação: manifestação vinculada pela qual o agente por ela
responsável não tem qualquer margem de avaliação quanto à conveniência e
oportunidade da conduta (Exemplo: homologação na licitação).
Visto: ato limitado à verificação da legitimidade formal ou de ciência de
outro ato. Configura, assim, condição de eficácia do ato que o exige
(Exemplo: ato de A dirigido a C tem que ser encaminhado com o visto de B).
Espécies de Atos Administrativos
Quanto ao
Conteúdo
Atos sancionatórios: punições aplicadas àqueles que transgridam normas
administrativas. Podem ser internas (aplicadas em decorrência do regime
funcional do servidor público) ou externas (aplicadas em decorrência da
relação Administração – administrado). Para serem aplicáveis precisam
estar previamente definidas em lei, bem como o regime da adequação da
sanção à infração cometida deverá ser observado.
Exemplo: multa de trânsito
Atos funcionais: para José dos Santos Carvalho Filho, são típicos atos
administrativos, possuindo apenas a característica de serem originados da
relação funcional entre a Administração e seus servidores, ou seja, da
relação estatutária.
Exemplo: atos de transferência
Conclusões
Após o estudo aprofundado dos atos administrativos, percebemos que,
semelhante ao Ato Jurídico, eles não se confundem com fatos
administrativos.
A manifestação de vontade da Administração Pública, que se exterioriza,
por meio de atos administrativos, objetivam, independente de sua forma
ou espécie, a concretização do interesse público, quer seja com a outorga
de direitos ou com a limitação de direitos e imposição de deveres.
Referências
Para explorar o tema de forma mais profunda, apresentamos
abaixo a bibliografia utilizada na elaboração da aula, bem como
demais links para acesso a outros conteúdos relativos ao tema:
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2017, p. 101-177 GASPARINI, Diógneses. Direito Administrativo. 10ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, p. 21). MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 31ª Edição, pág. 166.