PACOTE DE EXERCÍCIOS COMENTADOS P/ A ANVISA - SAÚDE PÚBLICA E
VIGILÂNCIA SANITÁRIA - Aula nº 2 - PROF. RÔMULO PASSOS
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Olá, amigo(a) concurseira(o)!
Vamos para nossa segunda aula. Estão animados com o nosso curso?
Não deixem de participar dos fóruns de discussão. É um espaço
valioso para sanarmos dúvidas. Todos podem responder os
questionamentos uns dos outros. Cada aula tem um fórum específico,
conforme informações que enviei para o email de vocês.
As questões utilizadas em cada aula serão colocadas ao final do
arquivo, de modo que você possa tentar resolvê-las antes de ler o
comentário a elas referente.
A aula de hoje será sobre os determinantes sociais do processo
saúde-doença.
Não encontrei nenhuma questão do CETRO sobre esse assunto. Por
isso, iremos resolver questões de outras bancas e inéditas.
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Aula 2 - Determinantes Sociais do Processo Saúde-
Doença.
1. (Questão elaborada pelo autor) Segundo a teoria miasmática, os
fatores determinantes da doença provinham de forças sobrenaturais,
atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal.
Comentários:
A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições
fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento,
a dor, o prazer, enfim os valores e sentimentos expressos pelo corpo
subjetivo que adoece1.
A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos em sua
plenitude; na maior parte das vezes apenas a identificamos quando
adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do corpo
individual. Ouvir o próprio corpo é uma boa estratégia para assegurar a
saúde com qualidade, pois não existe um limite preciso entre a saúde e a
doença, mas uma relação de reciprocidade entre ambas; entre a
normalidade e a patologia, na qual os mesmos fatores que permitem ao
homem viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia,
relações familiares e sociais) podem causar doenças. Essa relação é
demarcada pela forma de vida dos seres humanos, pelos determinantes
biológicos, psicológicos e sociais. Tal constatação nos remete à reflexão de
que o processo saúde-doença-adoecimento ocorre de maneira desigual
entre os indivíduos, as classes e os povos, recebendo influência direta do
local que os seres ocupam na sociedade (BERLINGUER apud BRÊTAS e
GAMBA, 2006).
O processo saúde-doença é uma expressão usada para fazer
referência a todas as variáveis que envolvem a saúde e a doença de um
indivíduo ou população e considera que ambas estão interligadas e são
consequência dos mesmos fatores. De acordo com esse conceito, a
1 UNA-SUS/UNIFESP
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determinação do estado de saúde de uma pessoa é um processo
complexo que envolve diversos fatores.
Diferentemente da teoria da unicausalidade2, muito aceita no início
do século XX, que considera como fator único de surgimento de doenças
um agente etiológico (vírus, bactérias, protozoários), o conceito de saúde-
doença estuda os fatores biológicos, econômicos, sociais e culturais e,
com eles, pretende obter possíveis motivações para o surgimento de
alguma enfermidade.
O conceito de multicausalidade não exclui a presença de agentes
etiológicos numa pessoa como fator de aparecimento de doenças. Ele vai
além e leva em consideração o psicológico do paciente, seus conflitos
familiares, seus recursos financeiros, nível de instrução, entre outros.
Esses fatores, inclusive, não são estáveis; podem variar com o passar dos
anos, de uma região para outra, de uma etnia para outra.
Desde os primórdios da civilização humana, a doença, o processo
como ela se desenvolve, suas causas e consequências, conquistam o
pensamento do homem no intuito de controlá-las ou evitá-las. Para
GUTIERREZ & OBERDIEK (2001), desde os primordiais agrupamentos
nômades até a civilização contemporânea, culturalmente praticou-se
quatro políticas de saúde, cada qual na sua época, definindo-se pelo
imenso panteão de filósofos, clérigos, estudiosos e pessoas comuns que
praticavam a medicina.
Meus amigos, vamos conhecer, de forma sucinta, a evolução das
políticas de saúde na história da humanidade.
2 A teoria da unicausalidade surgiu com a descoberta dos agentes etiológicos das doenças
(vírus, bactérias etc.). Segundo essa teoria, os micro-organismos seriam os ÚNICOS causadores
das doenças.
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Evolução do Processo de Saúde e Doença na história da humanidade3
Primeira Fase
(magia ou
aspectos
sociais)
Os fatores determinantes da doença provinham de forças
sobrenaturais, atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal. Se
fosse cristão, era considerado como uma forma de expiação dos
pecados e se fosse de outra orientação religiosa, era considerado
como possessão demoníaca.
Segunda Fase
(fatores físico-
químicos, os
“miasmas’’)
A teoria miasmática foi uma teoria biológica formulada por Thomas
Sydenham e Giovanni María Lancisi durante o século XVII;
As doenças eram causadas por emanações do solo ou do ar,
supostamente nocivos, como o chorume do lixo e sujeiras que
porventura vinham produzir a doença no corpo sadio.
Terceira Fase
(biológica ou
microbiológica)
A teoria bacteriológica, surgida por volta do século XIX, baseava-se no
conceito de que uma vez identificados os agentes vivos específicos de
doenças, os chamados agentes etiológicos e os seus meios de
transmissão, os problemas de prevenção e cura das doenças
correspondentes estariam resolvidos, esquecendo-se dos demais
determinantes causais relacionados ao hospedeiro e ao ambiente.
Essa foi a época da teoria da unicausalidade;
Estabelece com a descoberta do microscópio e do mundo das
bactérias, enfatiza-se a ação dos germes e a consequente degradação
sobre a saúde (SOUZA et al, 1997).
Quarta Fase
(abordagem
multicausal)
Altera a abordagem da doença, relacionando-a a uma causalidade
múltipla e incorporando os aspetos sociais ou psicossociais no
processo de adoecer, buscando explicar o aparecimento e a
manutenção da doença na coletividade como resultante da interação
do homem com os fatores biológicos, químicos e físicos. Na
ABORDAGEM MULTICAUSAL, uma única doença é proveniente de
diversos fatores determinantes, inter-relacionados e dinâmicos.
A intervenção é baseada em múltipla direção de modo a abranger os
fatores multicausais.
3 Lima et. al.
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Desde o início da humanidade até a Idade Média, sociedade acreditava
que os fatores determinantes da doença provinham de forças
sobrenaturais, atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal.
Por outro lado, a teoria miasmática, surgida no século XVII, preconizava
que as doenças eram causadas por emanações do solo ou do ar,
supostamente nocivos, como o chorume do lixo e sujeiras que porventura
vinham produzir a doença no corpo sadio.
A questão, portanto, apresenta-se incorreta.
2. (Residência Multiprofissional em Saúde/UFPR/2010) Para a
Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS),
DSS são os seguintes fatores que influenciam a ocorrência de problemas
de saúde:
a) habitacionais, econômicos, ambientais, étnicos/raciais, psicológicos e
educacionais.
b) sociais, ambientais, culturais, étnicos/raciais, ergométricos e
educacionais.
c) sociais, econômicos, ambientais, étnicos/raciais, ergométricos e
comportamentais.
d) habitacionais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
educacionais.
e) sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais.
Comentários:
As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS)
expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente
bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos
indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação
de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da
Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais,
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étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a
ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população4.
Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde
(CNDSS), os DSS são os fatores que influenciam a ocorrência de
problemas de saúde e seus fatores de risco na população. Mas, quais
são esses fatores? Os principais são:
Os debates sobre o conceito de Determinantes Sociais da Saúde
(DSS) iniciaram-se nos anos 70/80 a partir do entendimento de que as
intervenções curativas e orientadas para o risco de adoecer eram
insuficientes para a produção da saúde e da qualidade de vida em uma
sociedade.
A Conferência de Alma-Ata5, no final dos anos 70, e as atividades
inspiradas no lema “Saúde para todos no ano 2000” colocam em destaque
o tema dos determinantes sociais.
Atualmente, o processo saúde-doença é considerado como resultante
de fatores, biopsiquicosociais e essa concepção permeia todas as políticas
públicas para a saúde instituídas após a Constituição brasileira de 1988,
que define a saúde como resultante de inúmeros fatores, pois reafirma
4 BUSS e FILHO
5 Na Conferência de Alma-Ata, em 1978, 134 países e 67 organismos internacionais se comprometeram com
uma grande meta: garantir saúde para todos até o ano 2000. O foco de todo esse trabalho deveria ser a
atenção primária à saúde.
culturais
étnicos/raciais
psicológicos
sociais
comportamentais
econômicos
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que é um direito de todos os cidadãos e um dever do Estado, garantida
mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução dos
riscos de adoecer e o acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
Por sua vez, a Lei nº 8.080/90 define que a saúde tem como
fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
serviços essenciais.
Principais Condicionantes e Determinantes da Saúde
(Lei nº 8.080/90)
Ademais, um dos objetivos do SUS é a IDENTIFICAÇÃO e
DIVULGAÇÃO dos fatores condicionantes e determinantes da saúde
(Lei nº 8.080/90).
Dessa forma, o planejamento dos programas de saúde voltados à
promoção da saúde e à prevenção, controle e tratamento das doenças, à
identificação dos fatores etiológicos determinantes do processo saúde-
doença, ganharam relevância a partir da edição da CF/88 e das Leis
Orgânicas da Saúde (ROUQUAYROL, 1999; BRASIL, 1990).
Voltando para a análise da questão, verificamos que a letra “e”
encontra-se correta, já que para a Comissão Nacional sobre os
alimentação
moradia
saneamento básico
educação
trabalho e renda
meio ambiente
transporte
lazer
acesso aos bens e serviços
assistencias
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Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais,
econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e
seus fatores de risco na população.
Percebam que, apesar de ser uma questão decoreba, era possível
resolvê-la pelo bom senso.
3. (SES-DF/2011/FUNIVERSA) A respeito dos Determinantes Sociais
da Saúde (DSS), assinale a alternativa correta.
a) Os DSS são exclusivamente ligados ao setor da saúde.
b) Os determinantes sociais levam em consideração, exclusivamente, o
enfoque médico-biológico do processo de saúde e doença.
c) O encontro do agente etiológico e do suscetível no meio ambiente é o
fator determinante que explica todos os casos de doenças não
transmissíveis na sociedade.
d) Os DSS não são promotores de iniquidade.
e) Os DSS envolvem as condições de vida e de trabalho dos indivíduos.
Comentários:
Item A. Os DSS são ligados a diversos setores, como os sociais,
educacionais, culturais e da saúde.
Item B. Os determinantes sociais levam em consideração vários
enfoques dos modelos assistenciais de saúde.
Item C. Alternativa descabida.
Item D. Os DSS são promotores de iniquidades6.
Item E. Os DSS envolvem as condições de vida e de trabalho dos
indivíduos.
Nesses termos, verificamos que o gabarito da questão é a letra “e”.
6 As INIQUIDADES em saúde entre grupos e indivíduos, ou seja, aquelas desigualdades de saúde
que além de sistemáticas e relevantes são também evitáveis, injustas e desnecessárias, segundo a
definição de Margareth Whitehead, são um dos traços mais marcantes da situação de saúde do
Brasil.
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4. (Questão elaborada pelo autor) Diversos são os modelos que
procuram esquematizar os enfoques dos determinantes sociais da saúde
(DSS). O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em
diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes
individuais até uma camada distal, onde se situam os
macrodeterminantes.
Comentários:
Meus amigos, o modelo de Dahlgren e Whitehead é o mais
cobrado em provas de concursos.
Esse modelo inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, desde
uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma
camada distal, onde se situam os macrodeterminantes.
Apesar da facilidade da visualização gráfica dos DSS e sua
distribuição em camadas, segundo seu nível de abrangência, o modelo
não pretende explicar com detalhes as relações e mediações entre os
diversos níveis e a gênese das iniquidades7.
Como se pode ver na figura abaixo:
7 As INIQUIDADES em saúde entre grupos e indivíduos, ou seja, aquelas desigualdades
de saúde que além de sistemáticas e relevantes são também evitáveis, injustas e desnecessárias,
segundo a definição de Margareth Whitehead, são um dos traços mais marcantes da situação de
saúde do Brasil. A mortalidade infantil, cuja média nacional em 2004 foi de 23,1 por mil nascidos
vivos (NV), segundo dados do Ministério da Saúde, apresenta grandes disparidades regionais,
observando-se taxas inferiores a 10 por mil NV em alguns municípios do Sul e Sudeste e valores
maiores do que 50 por mil NV em áreas do Nordeste.
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Os indivíduos estão na base do modelo, com suas
características individuais de idade, sexo e fatores genéticos que,
evidentemente, exercem influência sobre seu potencial e suas condições
de saúde.
Na camada imediatamente externa aparecem o
comportamento e os estilos de vida individuais.
A camada seguinte destaca a influência das redes
comunitárias e de apoio, cuja maior ou menor riqueza expressa o nível
de coesão social que, como vimos, é de fundamental importância para a
saúde da sociedade como um todo.
No próximo nível estão representados os fatores relacionados
a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e
acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação,
indicando que as pessoas em desvantagem social correm um risco
diferenciado, criado por condições habitacionais mais humildes, exposição
a condições mais perigosas ou estressantes de trabalho e acesso menor
aos serviços.
Finalmente, no último nível estão situados os
MACRODETERMINANTES relacionados às condições econômicas,
culturais e ambientais da sociedade e que possuem grande influência
sobre as demais camadas.
Modelo de Dahlgren e Whitehead
• relacionada a características individuais.
1ª camada (mais interna)
•aparecem o comportamento e os estilos de vida individuais.
2ª camada
•influência das redes comunitárias e de apoio.
3ª camada
•fatores relacionados a condições de vida e de trabalho.
4ª camada
•estão situados os macrodeterminantes
5ª camada (mais externa
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A partir do exposto, verificamos que a questão encontra-se correta.
5. (FESF-BA/2010/AOCP-Adaptada) O processo saúde/doença é uma
expressão usada para fazer referência a todas as variáveis que envolvem
a saúde e a doença de um indivíduo ou população, considera que ambas
estão interligadas e são consequência dos mesmos fatores. De acordo
com esse conceito, é correto afirmar que as formas concretas de inserção
socioeconômica da população (condições de trabalho e condições de vida)
são relevantes para explicar a saúde e o perfil epidemiológico.
Comentários:
A questão encontra-se em conformidade com os comentários das
questões anteriores. Logo, está correta.
6. (FESF-BA/2010/AOCP) O Brasil, seguindo tendência mundial, tem
passado pelos processos de transição demográfica, epidemiológica e
nutricional desde a década de 60. Em relação às alterações ocorridas no
perfil de morbimortalidade da população brasileira nas últimas décadas,
analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I. As doenças cardiovasculares constituem-se em uma das principais
causas de mortalidade da população brasileira, ficando abaixo apenas das
mortes por causas externas.
II. Com as epidemias de Dengue, gripe A e o recrudescimento da
Tuberculose, as doenças infectocontagiosas passaram a representar uma
importante causa de mortalidade, sendo inferior apenas às doenças
cardiovasculares.
III. As doenças do aparelho circulatório e respiratório são as principais
causas de internações entre os idosos.
IV. Entre as mulheres mais jovens, predominaram as internações por
doenças do aparelho geniturinário, gravidez, parto e puerpério.
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V. As doenças infecciosas e parasitárias representavam, em 1930, a
principal causa de óbitos e no início do ano 2000 passaram a representar
apenas 5% dos óbitos.
a) I, II, III, IV e V
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas III, IV e V.
e) Apenas II e III.
Comentários:
Entende-se por TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA as mudanças
ocorridas no tempo nos padrões de morte, morbidade e invalidez que
caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem em
conjunto com outras transformações demográficas, sociais e econômicas
(Omram, 2001; Santos-Preciado et al., 2003).
O processo de TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA no Brasil engloba
três mudanças básicas8:
As transformações sociais e econômicas ocorridas no Brasil durante o
século passado provocaram mudanças importantes no perfil de ocorrência
das doenças de nossa população.
Na primeira metade do século 20, as doenças infecciosas
transmissíveis eram as mais frequentes causas de mortes. A partir dos
8 Schramm
• Substituição das doenças transmissíveis por doenças não-transmissíveis (doenças do aparelho circulatório, neoplasias, diabetes e outras) e causas externas (acidentes e violências);
I
• Deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens aos grupos mais idosos; e II
• Transformação de uma situação em que predominava a mortalidade para outra na qual a morbidade é dominante. III
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anos 60, as doenças e agravos não transmissíveis (doenças do aparelho
circulatório, neoplasias, diabetes e outras) tomaram esse papel.
Entre os fatores que contribuíram para essa transição epidemiológica
estão9:
O processo de transição demográfica, com queda nas taxas de
fecundidade e natalidade e um progressivo aumento na
proporção de idosos, favorecendo o aumento das doenças
crônico-degenerativas (doenças cardiovasculares, câncer,
diabetes, doenças respiratórias).
A transição nutricional, com diminuição expressiva da
desnutrição e aumento do número de pessoas com excesso de
peso (sobrepeso e obesidade).
Somam-se a isso o aumento dos traumas decorrentes das causas
externas (violências, acidentes e envenenamentos, etc.).
Em resumo, as doenças infecciosas respondiam por cerca de 46% das
mortes em capitais brasileiras, em 1930. A partir de então, verificou-se a
redução progressiva, sendo que em 2003 essas doenças responderam
apenas por cerca de 5% (Barbosa, 2003). Por outro lado, as doenças
cardiovasculares, que representavam apenas 12% na década de 30,
são, atualmente, as principais causas de morte em todas as regiões
brasileiras, respondendo por quase um terço dos óbitos. Em
segundo lugar, seguem-se os cânceres e, em terceiro, as mortes
ocasionadas por causas externas (acidentes e violência)10.
Meus amigos, vamos aos itens errados.
Item I - As doenças circulatórias são as principais causas de morte
no Brasil11. Em segundo lugar, seguem-se os cânceres. As causas
externas representam a terceira causa mais frequente de morte12.
9 Ministério da Saúde 10
Ministério da Saúde 11
Mansur et al. 12
Ministério da Saúde
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Item II - As doenças infecciosas e parasitárias passaram a
representar apenas 5% dos óbitos, a partir do ano 2000.
O gabarito da questão é a letra “d”, pois apenas os dois primeiros
itens estão errados.
7. (FESF-BA/2010/AOCP) Com relação à transição epidemiológica e
demográfica no Brasil, analise as assertivas e assinale a alternativa que
aponta a(s) correta(s).
I. No Brasil, a transição epidemiológica não tem ocorrido de acordo com o
modelo experimentado pela maioria dos países em desenvolvimento.
Velhos e novos problemas em saúde coexistem, com predominância das
doenças crônico-degenerativas, embora as doenças transmissíveis ainda
desempenhem um papel importante.
II. A transição demográfica está classificada em quatro estágios. Pode-se
afirmar que o Brasil se encontra, atualmente, no estágio III (fecundidade
decrescente, mortalidade decrescente, esperança de vida crescente e
população crescente).
III. O processo de transição epidemiológica engloba três mudanças
básicas: substituição das doenças transmissíveis por doenças não-
transmissíveis e causas externas; deslocamento da carga de
morbimortalidade dos grupos mais idosos aos grupos mais jovens.
IV. Entende-se por transição epidemiológica as mudanças ocorridas no
tempo, nos padrões de morte, morbidade e invalidez que caracterizam
uma população específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com
outras transformações demográficas, sociais e econômicas.
a) Apenas II e V.
b) Apenas I, II e IV.
c) Apenas III.
d) Apenas III e V.
e) Apenas I e II.
Comentários:
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O item III é o único errado, uma vez que há um deslocamento da
carga de morbimortalidade (adoecimento e mortalidade) dos grupos mais
jovens aos grupos mais idosos. Isto é, antigamente a taxa de mortalidade
na população jovem era maior que na população idosa. Atualmente isso
mudou, devido o aumento da expectativa de vida, melhores condições de
vida e avanço da saúde.
O item I merece destaque. No Brasil, velhos e novos problemas em
saúde coexistem, com predominância das doenças crônico-degenerativas,
embora as doenças transmissíveis ainda desempenhem um papel
importante. Isso significa dizer que o Brasil aumentou consideravelmente
a predominância de doenças crônico-degenerativas, mas não conseguiu
superar de forma adequada a ocorrência das doenças transmissíveis, a
exemplo da tuberculose, sendo ainda um problema relevante.
O gabarito da questão, portanto, é a letra “b”.
8. (SENADO/CESPE/2002) A transição epidemiológica caracteriza-se
por um aumento na mortalidade causada por doenças neoplásicas e
degenerativas crônicas com períodos de indução prolongados.
Simultaneamente, há queda na mortalidade por doenças infecciosas e
parasitárias, agravos agudos de períodos de incubação curtos.
Comentários:
Meus amigos, a questão encontra-se em conformidade com os
comentários anteriores. Por isso, está correta.
(Ministério da Saúde/CESPE/2009) As condições de saúde de uma
população são determinadas por fatores de diferentes naturezas, como os
biológicos, ambientais e socioeconômicos. Considerando os fatores
determinantes e condicionantes da saúde da população brasileira, julgue
os itens seguintes.
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9. O processo rápido e intenso de urbanização da população brasileira,
nos últimos quarenta anos, trouxe novos riscos ambientais à saúde, entre
eles o de doenças infecciosas como a dengue.
Comentários:
A transição epidemiológica no Brasil é marcada também pela
reintrodução de doenças como dengue e cólera ou o
recrudescimento (agravamento, retomada) de outras como a malária,
hanseníase e leishmanioses13. Logo, a questão encontra-se correta.
10. O acesso fácil e amplo aos serviços de saúde é o principal instrumento
político para reduzir a incidência de diarreias infantis, dengue, doenças
cardiovasculares e homicídios.
Comentários:
Meus amigos, de acordo com a Lei Nº 8.080/90, os principais
condicionantes e determinantes da saúde são: a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
Verificamos que o acesso fácil e amplo aos serviços de saúde é um
dos instrumentos políticos para reduzir a incidência de diarreias infantis,
13
Schramm
alimentação
moradia
saneamento básico
educação
trabalho e renda
meio ambiente
transporte
lazer
acesso aos bens e serviços
assistencias
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dengue, doenças cardiovasculares e homicídios.
As ações de melhoria de infraestrutura, da educação, trabalho e
renda, moradia, saneamento básico, dentre outras são fundamentais
para reduzir a incidência de diarreias infantis, dengue, doenças
cardiovasculares e homicídios.
A questão encontra-se, portanto, incorreta.
11. (Prefeitura de Vitória-ES/CESPE/2007) É consenso que a
proposta do SUS que define entre outros as ações dos assistentes sociais
está fundamentada em uma concepção moderna e ampliada de saúde.
Acerca do assunto, julgue os itens a seguir.
I. Na concepção de saúde moderna, todos os fatores que não podem ser
controlados pelos indivíduos estão excluídos do âmbito da promoção da
saúde.
II. A concepção tradicional de saúde enfatiza que os programas e ações
praticados estão concentrados em componentes educativos primariamente
relacionados com riscos comportamentais cambiáveis.
III. A concepção ampliada de saúde permitiu superar o conceito de
promoção da saúde referenciado no modelo da história natural da doença,
que considera a saúde como ausência de doença.
IV. A concepção de saúde moderna envolve um campo de conhecimentos
e práticas transversais a todas as ações e níveis de saúde, vinculando-os,
especialmente, ao conjunto das políticas sociais.
V. A concepção moderna de saúde perpassa os diferentes níveis de
complexidade específicos da atenção à saúde: a prevenção, a promoção e
a cura; e entende a promoção da saúde como uma etapa anterior à
prevenção ou à cura.
Estão certos apenas os itens
a) I, II e V.
b) I, III e IV.
c) I, IV e V.
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d) II, III e IV.
e) II, III e V.
Comentários:
O significado do termo PROMOÇÃO da SAÚDE foi mudando ao longo
do tempo e, atualmente, associa-se a valores como: vida, saúde,
solidariedade, equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento,
participação e parceria. Além disso, está relacionado à ideia de
“responsabilização múltipla”, uma vez que envolve as ações do Estado
(políticas públicas saudáveis), dos indivíduos (desenvolvimento de
habilidades pessoais), do sistema de saúde (reorientação do sistema de
saúde) e de parcerias intersetoriais (BUSS, 2003).
As AÇÕES PREVENTIVAS, por sua vez, definem-se como
intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças
específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações.
Para tanto, baseiam-se no conhecimento epidemiológico de doenças e de
outros agravos especificas (CZERESNIA, 2003).
A prevenção orienta-se às ações de detecção, controle e
enfraquecimento dos fatores de risco de enfermidades, sendo o foco
a doença e os mecanismos para atacá-la (BUSS, 2003). Ações de
promoção e proteção da saúde são fundamentais para a reorientação dos
modelos assistenciais, sendo uma estratégia de articulação transversal
que objetiva a melhoria na qualidade de vida e a redução dos riscos à
saúde, através da construção de políticas públicas saudáveis, que
proporcionem melhorias no modo de viver.
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Neste sentido, o campo de atuação da saúde envolve: estilos de vida,
serviços de saúde, ambiente e biologia humana.
Fonte: ENSP
O moderno conceito de promoção da saúde caracteriza-se, portanto,
pela constatação do protagonismo dos determinantes gerais nas condições
de saúde da população e tem como objetivo contínuo “um nível ótimo de
vida e de saúde... [e cuja] ...ausência de doenças não é suficiente, já que
perante qualquer nível de saúde registrado em um indivíduo sempre
Promoção da Saúde
•associa-se a valores como: vida, saúde, solidariedade, equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria;
•está relacionada à ideia de “responsabilização múltipla”.
Preveção de Doenças
•definem-se como intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações;
•orienta-se às ações de detecção, controle e enfraquecimento dos fatores de risco de enfermidades, sendo o foco a doença e os mecanismos para atacá-la.
Campos da
Saúde
Biologia Humana
Ambiente
Serviços de Saúde
Estilos de vida
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haverá algo a ser feito para promover um nível de saúde melhor e
condições de vida mais satisfatória” (BUSS, 2005, p. 21).
Como se vê, essa concepção perpassa os diferentes níveis de
complexidade específicos da atenção à saúde – prevenção, promoção e
cura – ou seja, não entende a promoção da saúde como uma etapa
anterior à prevenção ou a cura. Portanto, envolve um campo de
conhecimentos e práticas transversais a todas as ações e níveis de
saúde, especialmente vinculando-os ao conjunto das políticas sociais.
Possibilita concretizar a diretriz constitucional que preconiza a atenção
integral à saúde14.
Após explanação sobre o assunto, vamos aos itens incorretos.
Item I - Na concepção de saúde moderna, a promoção da saúde
envolve também fatores que não podem ser controlados pelos indivíduos,
como as condições sociais, educacionais, econômicas da sociedade.
Item V – De acordo com a concepção moderna de saúde, a
promoção da saúde não é vista como uma etapa anterior à prevenção ou
à cura, mas sim uma fase concomitante às demais.
As ações de promoção da saúde e prevenção, cura e reabilitação de
doenças devem ser realizadas de forma concomitante.
O gabarito da questão, portanto, é a letra “d”, pois apenas os itens I
e V estão incorretos.
12. (TCU/CESE/2009) O conceito ampliado de saúde enfatiza
principalmente seus determinantes sociais e é criticado por muitos
14
Nougueira e Mioto
promoção da saúde
prevenção, cura e reabilitação de
doenças
realizadas concomitantemente.
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autores, por minimizar a importância da ação específica do setor saúde e
priorizar as ações políticas.
Comentários:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua saúde como um
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas pela
ausência de doenças ou enfermidades. Estudiosos, subsidiados pela crítica
e pela reflexão, questionam o conceito de saúde como completo bem-
estar e o consideram utópico, visto que esta ideia induz a uma condição
de equilíbrio, a qual é contraditória aos movimentos antagônicos que
impulsionam novos modos de viver saudável, mesmo que em uma
condição de doença15.
Por outro lado, diversos autores criticam o conceito de saúde utilizado
pela OMS, CF/88 e Lei nº 8.080/80, por enfatizar demasiadamente os
determinantes sociais e consequentemente diminuir a importância das
ações específicas de saúde. Logo, a questão encontra-se correta.
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Bravos guerreiros, chegamos ao final de mais uma aula.
Vocês estão percebendo que o nosso material reflete a realidade das
provas de concurso. A resolução de questões é indiscutivelmente a forma
mais efetiva e eficaz de estudar para concursos públicos.
Não se preocupe se estiver errando as questões. Na desanime por
isso. Isso faz parte do aprendizado. Aqui, nós aprendemos errando. Mas,
no dia da prova será diferente, né?
15
Dalmolin et al.
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LISTA DAS QUESTÕES DA AULA
1. (Questão elaborada pelo autor) Segundo a teoria miasmática, os
fatores determinantes da doença provinham de forças sobrenaturais,
atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal.
2. (Residência Multiprofissional em Saúde/UFPR/2010) Para a
Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS),
DSS são os seguintes fatores que influenciam a ocorrência de problemas
de saúde:
a) habitacionais, econômicos, ambientais, étnicos/raciais, psicológicos e
educacionais.
b) sociais, ambientais, culturais, étnicos/raciais, ergométricos e
educacionais.
c) sociais, econômicos, ambientais, étnicos/raciais, ergométricos e
comportamentais.
d) habitacionais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
educacionais.
e) sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais.
3. (SES-DF/2011/FUNIVERSA) A respeito dos Determinantes Sociais
da Saúde (DSS), assinale a alternativa correta.
a) Os DSS são exclusivamente ligados ao setor da saúde.
b) Os determinantes sociais levam em consideração, exclusivamente, o
enfoque médico-biológico do processo de saúde e doença.
c) O encontro do agente etiológico e do suscetível no meio ambiente é o
fator determinante que explica todos os casos de doenças não
transmissíveis na sociedade.
d) Os DSS não são promotores de iniquidade.
e) Os DSS envolvem as condições de vida e de trabalho dos indivíduos.
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4. (Questão elaborada pelo autor) Diversos são os modelos que
procuram esquematizar os enfoques dos determinantes sociais da saúde
(DSS). O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em
diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes
individuais até uma camada distal, onde se situam os
macrodeterminantes.
5. (FESF-BA/2010/AOCP-Adaptada) O processo saúde/doença é uma
expressão usada para fazer referência a todas as variáveis que envolvem
a saúde e a doença de um indivíduo ou população, considera que ambas
estão interligadas e são consequência dos mesmos fatores. De acordo
com esse conceito, é correto afirmar que as formas concretas de inserção
socioeconômica da população (condições de trabalho e condições de vida)
são relevantes para explicar a saúde e o perfil epidemiológico.
6. (FESF-BA/2010/AOCP) O Brasil, seguindo tendência mundial, tem
passado pelos processos de transição demográfica, epidemiológica e
nutricional desde a década de 60. Em relação às alterações ocorridas no
perfil de morbimortalidade da população brasileira nas últimas décadas,
analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I. As doenças cardiovasculares constituem-se em uma das principais
causas de mortalidade da população brasileira, ficando abaixo apenas das
mortes por causas externas.
II. Com as epidemias de Dengue, gripe A e o recrudescimento da
Tuberculose, as doenças infectocontagiosas passaram a representar uma
importante causa de mortalidade, sendo inferior apenas às doenças
cardiovasculares.
III. As doenças do aparelho circulatório e respiratório são as principais
causas de internações entre os idosos.
IV. Entre as mulheres mais jovens, predominaram as internações por
doenças do aparelho geniturinário, gravidez, parto e puerpério.
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V. As doenças infecciosas e parasitárias representavam, em 1930, a
principal causa de óbitos e no início do ano 2000 passaram a representar
apenas 5% dos óbitos.
a) I, II, III, IV e V
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas III, IV e V.
e) Apenas II e III.
7. (FESF-BA/2010/AOCP) Com relação à transição epidemiológica e
demográfica no Brasil, analise as assertivas e assinale a alternativa que
aponta a(s) correta(s).
I. No Brasil, a transição epidemiológica não tem ocorrido de acordo com o
modelo experimentado pela maioria dos países em desenvolvimento.
Velhos e novos problemas em saúde coexistem, com predominância das
doenças crônico-degenerativas, embora as doenças transmissíveis ainda
desempenhem um papel importante.
II. A transição demográfica está classificada em quatro estágios. Pode-se
afirmar que o Brasil se encontra, atualmente, no estágio III (fecundidade
decrescente, mortalidade decrescente, esperança de vida crescente e
população crescente).
III. O processo de transição epidemiológica engloba três mudanças
básicas: substituição das doenças transmissíveis por doenças não-
transmissíveis e causas externas; deslocamento da carga de
morbimortalidade dos grupos mais idosos aos grupos mais jovens.
IV. Entende-se por transição epidemiológica as mudanças ocorridas no
tempo, nos padrões de morte, morbidade e invalidez que caracterizam
uma população específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com
outras transformações demográficas, sociais e econômicas.
a) Apenas II e V.
b) Apenas I, II e IV.
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c) Apenas III.
d) Apenas III e V.
e) Apenas I e II.
8. (SENADO/CESPE/2002) A transição epidemiológica caracteriza-se
por um aumento na mortalidade causada por doenças neoplásicas e
degenerativas crônicas com períodos de indução prolongados.
Simultaneamente, há queda na mortalidade por doenças infecciosas e
parasitárias, agravos agudos de períodos de incubação curtos.
(Ministério da Saúde/CESPE/2009) As condições de saúde de uma
população são determinadas por fatores de diferentes naturezas, como os
biológicos, ambientais e socioeconômicos. Considerando os fatores
determinantes e condicionantes da saúde da população brasileira, julgue
os itens seguintes.
9. O processo rápido e intenso de urbanização da população brasileira,
nos últimos quarenta anos, trouxe novos riscos ambientais à saúde, entre
eles o de doenças infecciosas como a dengue.
10. O acesso fácil e amplo aos serviços de saúde é o principal instrumento
político para reduzir a incidência de diarreias infantis, dengue, doenças
cardiovasculares e homicídios.
11. (Prefeitura de Vitória-ES/CESPE/2007) É consenso que a
proposta do SUS que define entre outros as ações dos assistentes sociais
está fundamentada em uma concepção moderna e ampliada de saúde.
Acerca do assunto, julgue os itens a seguir.
I. Na concepção de saúde moderna, todos os fatores que não podem ser
controlados pelos indivíduos estão excluídos do âmbito da promoção da
saúde.
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II. A concepção tradicional de saúde enfatiza que os programas e ações
praticados estão concentrados em componentes educativos primariamente
relacionados com riscos comportamentais cambiáveis.
III. A concepção ampliada de saúde permitiu superar o conceito de
promoção da saúde referenciado no modelo da história natural da doença,
que considera a saúde como ausência de doença.
IV. A concepção de saúde moderna envolve um campo de conhecimentos
e práticas transversais a todas as ações e níveis de saúde, vinculando-os,
especialmente, ao conjunto das políticas sociais.
V. A concepção moderna de saúde perpassa os diferentes níveis de
complexidade específicos da atenção à saúde: a prevenção, a promoção e
a cura; e entende a promoção da saúde como uma etapa anterior à
prevenção ou à cura.
Estão certos apenas os itens
a) I, II e V.
b) I, III e IV.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.
12. (TCU/CESE/2009) O conceito ampliado de saúde enfatiza
principalmente seus determinantes sociais e é criticado por muitos
autores, por minimizar a importância da ação específica do setor saúde e
priorizar as ações políticas.
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REFERÊNCIAS
CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE (CONASS). Sistema
Único de Saúde (Coleção Para Entender a Gestão do SUS, v. 1). Brasília,
DF, 2011.
Gabarito
1-E 5-C 9-C
2-E 6-D 10-E
3-E 7-B 11-D
4-C 8-C 12-C
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28 https://www.facebook.com/ProfessorRomuloPassos
BARROS, J.A.C.; et al. Pensando o processo saúde doença: a que
responde o modelo biomédico? Rev. Saúde e Sociedade, v.11, n.1, p.
67-84, 2002.
JÚNIOR, A.P.; JÚNIOR, L.C. Políticas Públicas de Saúde no Brasil. Rev,
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MOROSINI, M.V.G.C.; CORBO, A.D. (Orgs). Modelos de Atenção e
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NUNES, E.D. Sobre a história da saúde pública: idéias e autores. Rev.
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Curso Básico de Vigilância Epidemiológica