Download - Aula 9 - Turma 6
CURSO PREPARATÓRIO PARA CERTIFICAÇÃO
PROFISSIONAL
ANBIMA SÉRIE 10 (CPA-10)
AULA 9 – Fundos de Investimentos – Aspectos
Operacionais e Tributários
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro, Produtos e Serviços. 17a. Ed. Qualitymark. Rio de
Janeiro:2008.
PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais – Fundamentos e Téncnicas. 5ª. Ed. Editora Atlas. São
Paulo: 2009.
PÓVOA, Alexandre. Mundo Financeiro – Olhar de Um Gestor. Editora Saraiva. São Paulo: 2010.
VARGA, Gyorgy. LEAL, Ricardo. Gestão de Investimentos e Fundos. Financial Consultoria. 2006.
WESTON. Fred J.; BRIGHAM, Eugene. F. Fundamentos da Administração Financeira. 10ª. Edição. Pearson
Makon Books. São Paulo: 2000.
Códigos de Autorregulação da Anbima: disponível em www.anbima.com.br
www.bmfbovespa.com.br
INSTRUÇÃO CVM N.º 409, DE 18 DE AGOSTO DE 2004., TEXTO INTEGRAL DA INSTRUÇÃO CVM
Nº 409, DE 18 DE AGOSTO DE 2004, COM ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELAS INSTRUÇÕES CVM
Nºs 411/04 E 413/04., disponível em
http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?file=\inst\inst409consolid.htm
Fundos de Investimentos
Fundos de Investimentos
Categoria: Curto Prazo
Títulos públicos e privados pré-fixados ou indexados à taxa SELIC, à índice de
preços.
Prazo máximo a decorrer de 375 dias e prazo médio da carteira inferior a 60 dias.
Derivativos exclusivamente para caráter de proteção.
Vedada a cobrança de Performance – (permitido no caso de investidor
qualificado)
Fundos de Investimentos
Categoria: Referenciado
Deve identificar em sua denominação o seu indicador de desempenho – ex.:
Referenciado DI.
80% do PL alocado em títulos de emissão do Tesouro Nacional ou Banco Central
e títulos de renda fixa de baixo risco de crédito (rating local).
95% da carteira deve ter retorno associado ao seu indicador de desempenho.
Derivativos somente em caráter de hedge até o limite do PL.
Vedada a cobrança de performance, salvo quando investidor qualificado.
Fundos de Investimentos
Categoria: Renda Fixa
Pelo menos 80% aplicados diretamente em ativos ou estruturas de derivativos
associados a variação da taxa de juros doméstica ou de índice de preços ou ambos.
Vedada a cobrança de performance, salvo quando investidor qualificado –
Classificado como “Longo Prazo”.
Fundos de Investimentos
Categoria: Cambial
Pelo menos 80% aplicados diretamente em ativos ou estruturas de derivativos
associados a variação de preços de moeda estrangeira ou variação de cupom
cambial.
Não é vedada a cobrança de performance.
Fundos de Investimentos
Categoria: Ações
Principal fator de risco a variação de preços de ações negociadas em Bolsa de
Valores ou Mercado de Balcão Orgazinado.
67% deverá estar alocado em:
Ações; Bônus ou recibos de subscrição; Certificados de depósitos de ações;
Cotas de fundos de ações ou índice de ações; BDR nível II e III.
o excedente do PL pode ser aplicado em quaisquer outras modalidades de ativos
financeiros. Não há critério para limite de concentração por emissão, desde que
informado em regulamento e prospecto de distribuição.
Fundos de Investimentos
Categoria: Ações
Ativos: Gestor tem atuação ativa – Objetivo de rentabilidade diferenciada e/ou
superior a apresentada pelos índices de Ações.
Passivos: Gestor atrela a estratégia da carteira equivalente a carteira teórica de
índice de ações (Ibovespa, IBrX50, ITAG e outros) – Objetivo de retorno próximo
ao benchmark ou índice de referencia.
Categoria: Dívida Externa
No mínimo 80% do PL deve ser aplicado em títulos de dívida externa da União –
Conta de custódia no exterior (Sistema Euroclear ou LuxClear – Central Securities
Depositary of Luxembourg (CEDEL)).
Até 20% do PL pode ser alocado em outros títulos de crédito negociados no mercado
internacional
Até no máximo 10% do PL pode atender operações em mercados organizados de
derivativos no exterior (caráter de hedge).
Até no máximo 10% do PL pode atender operações em mercados organizados de
derivativos no país (caráter de hedge). Registro na CETIP. Permitida aquisição de Tít.
Público Federais como garantia.
Fundos de Investimentos
Categoria: Multimercado
Estratégia de investimento associada a diversos fatores de risco (Câmbio, juros,
ações, commodities e outros).
É permitida alocação em ativos no exterior até o limite de 20% do PL. (não há
limite de concentração na aquisição de cotas de fundos classificados como “Dívida
Externa” por emissor)
O investimento em ativos financeiros por esta categoria de fundo não está
sujeito a limites de concentração por EMISSOR, desde que o regulamento,
prospecto e material de venda do fundo informe aos investidores de tais
possibilidades de concentração e dos riscos inerentes.
Fundos de Investimentos
Fundos de Longo Prazo
Os fundos (Referenciado, Renda Fixa, Cambial, Dívida Externa ou
Multimercado) que possuírem o compromisso de obter o tratamento fiscal de
fundos de LONGO PRAZO deve obrigatoriamente ter a expressão LONGO
PRAZO.
Para um fundo ser considerado de LONGO PRAZO a carteira deverá atender um
prazo médio superior a 365 dias.
Não havendo o compromisso mas mesmo assim o uso do termo LONGO PRAZO,
o prospecto deverá constar a advertência: “Não há garantia de que este fundo
terá o tratamento tributário para fundos de longo prazo”.
Fundos de Investimentos
Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimentos
No mínimo 95% do PL aplicado em cotas de fundos de investimento de uma
mesma classe. Os classificados como multimercado podem investir em cotas de
fundos de classe distintas.
Os 5% restantes podem ser aplicados em:
Títulos Públicos Federais
Títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;
Operações compromissadas
Fundos de Investimentos
Emissão e Resgate de Cotas
Na emissão das cotas dever ser utilizado o valor da cota do dia ou do dia
seguinte ao da efetiva disponibilidade dos recursos investidos, conforme disposto
no regulamento. (Art. 14)
O regulamento estabelecerá o prazo entre o pedido de resgate e a data de
conversão de cotas. (Art. 15)
A conversão da cota dar-se-á pelo valor da cota do dia na data de conversão.
(Art. 15)
O pagamento do resgate deverá ser efetuado em cheque, crédito em conta
corrente ou ordem de pagamento, no prazo conforme regulamente, não podendo
ser superior a 5 dias úteis. (Art. 15)
Fundos de Investimentos
Registro e Distribuição de Cotas
A distribuição de cotas de fundo aberto independe de prévio registro na CVM
A distribuição de cotas de fundo fechado depende de prévio registro na CVM,
sendo precedida de registro de oferta pública, exceto se for destinado a investidor
qualificado.
Fundo Aberto: as quotas do fundo podem ser resgatas.
Fundo Fechado: as quotas do fundo não podem ser resgatas,
podendo ser negociadas em bolsa de valores ou mercado de balcão.
Fundos de Investimentos
Remuneração da instituição administradora
O Regulamento do fundo deve dispor sobre o valor da Taxa de Administração e
Performance, se houver, e taxa de ingresso e saída.
A taxa de performance deve atender as seguintes critérios:
Parâmetro de referência compatível com a Política de Investimento;
Mínimo de 100% do parâmetro de referência;
Cobrança Semestral;
Linha d’água.
Fundos de Investimentos
Políticas de Investimentos
O Prospecto do fundo de conter todas as informações relevantes ao investidor:
Metas e objetivos de Gestão e público alvo;
Política de investimento faixas de alocação de ativos, com descrição do
processo de análise e seleção;
Relação dos prestadores de serviço do fundo;
Especificação das taxas e demais despesas;
Apresentação detalhada do administrador e gestor;
Informar o registro de gestor perante a CVM, departamento técnico e outros
serviços utilizados na gestão do fundo;
Fundos de Investimentos
Políticas de Investimentos
Condições de compra de cotas, limites mínimos e máximos e valores
mínimos de movimentação e permanência no fundo;
Prazo de Carência;
Política de distribuição de resultados, com prazos e condições de pagamento;
Identificação dos riscos assumidos pelo fundo;
Política de Administração de Riscos e métodos de gerenciamento dos
mesmo;
Tributação aplicável ao fundo e cotistas;
Fundos de Investimentos
Políticas de Investimentos
Política relativa ao exercício de direito de voto do fundo em participações
nele existentes;
Divulgação das informações, inclusive composição da carteira, deverá ser
idêntica a todos;
Identificação da agência classificadora de risco e classificação obtida;
Identificação sobre o local, ou meio, e a forma de obtenção dos resultados do
fundo, demonstrações contábeis, relatório de administração e outros
referente a exercícios anteriores;
Percentual máximo de cotas detido por um único cotista;
Fundos de Investimentos
Regulamento e Política de Investimento
Todo o cotista ao ingressar no fundo deve atestar que:
Recebeu o regulamento ou prospecto;
Tomou ciência dos riscos envolvidos e da política de investimentos; e
Tomou ciência da possibilidade de ocorrência de patrimônio negativo, se for
o caso, e, neste caso, de sua responsabilidade por conseqüentes aportes
adicionais.
Os cotistas responderão por eventual patrimônio negativo, sem
prejuízo da responsabilidade do administrador e do gestor, desde que
previsto na política de investimento.
Fundos de Investimentos
Aviso sobre riscos de PL Negativo
“Este fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua
política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem
resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas, podendo
inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado e a conseqüente
obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do
fundo”.
Fundos de Investimentos
Alavancagem Operacional
A partir de operações com derivativos, o fundo realiza aplicações superiores ao
seu efetivo patrimônio. A CVM exige que os gestores e administradores desses
fundos informem claramente os riscos que envolvem tal política de investimento.
Fundos de Investimentos
Patrimônio Líquido Mínimo
O fundo que apresentar PL médio inferior a R$ 300 mil no período médio de 90
dias deverá ser liquidado ou incorporado.
Na hipótese de liquidação do fundo por deliberação da assembléia, o
administrador deve promover a divisão do patrimônio entre os cotistas até o prazo
máximo de 30 dias da data de realização da assembléia.
Após o pagamento aos cotistas, o administrador do fundo deve encaminhar a
CVM até o prazo de 15 dias a Ata de Assembléia e e comprovante de entrada do
pedido de baixa de registro no CNPJ.
Fundos de Investimentos
Prospecto
O prospecto deve conter:
Metas e objetivos de gestão e público alvo;
Política de Investimento e faixas de alocação;
Taxas e demais despesas;
Condições de aplicação e resgate;
Identificação dos riscos e os métodos utilizados para gerenciamento dos
mesmos não sendo garantia contra eventuais perdas;
Percentual máximo de cotas detido por um único investidor.
Fundos de Investimentos
Investidores Qualificados
Estes classificados como:
Instituição Financeira
Seguradores e Sociedades de capitalização
Entidades abertas e fechadas e previdência complementar
PF ou PJ com valores superiores a R$ 300 mil, atestando por escrito tal
condição
Fundo de Investimento de Investidores Qualificados
Administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados
pela CVM
Fundos de Investimentos
Investidores Qualificados
Previdência Social da União, Estados, Distrito Federal e Municípios
Os requisitos deverão ser verificados pelo administrador ou intermediário, no ato
da aplicação, sendo que a perda desta classificação não implica na exclusão do
mesmo do fundo de investimento.
É permitida a constituição de fundos exclusivos para investidores qualificados.
Fundos de Investimentos
Super - Qualificados
Os limites por emissor e modalidade de ativo não se aplicam aos fundos
destinados aos investidores “super-qualificados”.
Os mesmos devem observar a classificação de que trata o art. 92, mantendo a
carteira adequada a tal classificação (renda-fixa, referenciado, divida externa,
etc...)
Fundos de Investimentos
Gestão Ativa e Passiva
Fundos Ativos
Fundos Passivos
Gestor tem atuação direta/ativa na alocação da carteira. Objetivo de apresentar performance
diferenciada e superior ao benchmark de ações.
Gestor realiza a alocação da carteira igual ou muito próxima a carteira teórica do índice de
referência.
Fundos de Investimentos
Fundo de Índice
Regulados pela Instrução CVM 359 de 2002.
Constituído sob a forma de condomínio aberto
Administrado por PJ autorizada pela CVM
É vedada a cobrança de taxa de performance
O regulamento do fundo pode estabelecer valores mínimos de resgate e
aplicação
O fundo deve disponibilizar informações na rede mundial de computadores
No mínimo 95% do PL aplicado em valores mobiliários ou outros ativos
autorizados pela CVM.
Fundos de Investimentos
Fundo Imobiliário
Constituído sob a forma de condomínio fechado
Aplicação em empreendimentos imobiliários
Cotas registradas na CVM, sem resgate, podendo ser negociadas em bolsa de
valores ou mercado de balcão
São administradas por bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira de
investimento ou de crédito imobiliário, corretoras e distribuidoras de valores,
sociedades de crédito imobiliário e caixas econômicas
Fundos de Investimentos
Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes
Condomínios fechados com objetivo de aplicar em carteira diversificada de
valores mobiliários de emissão de empresas emergentes, com prazo máximo de
duração de 10 anos, prorrogáveis por mais 5 anos.
No mínimo 75% devem ser alocados em ações, debêntures conversíveis ou
bônus de subscrição de emissão de empresas emergentes
Valor mínimo de emissão das cotas de R$ 20 mil, registradas na CVM e podendo
ser negociadas em Bolsa de Valores ou mercado de balcão
Fundos de Investimentos
Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes
Empresas Emergentes são consideradas aquelas com faturamento líquido anual
inferior a R$ 150 milhões. Empresas que apresentarem faturamento consolidado
(Grupo) superior a R$ 300 milhões é vedada a aplicação de recursos pelo fundo
A administração só pode ser realizada por PF ou PJ autorizadas pela CVM
Esta regulamentação também se aplica aos Fundos de Investimentos em
Empresas Emergentes Inovadoras. (Inst. CVM 415 de 2005)
Fundos de Investimentos
Fundo de Investimento em Participações
Condomínios fechados com objetivo de investir em companhias abertas ou
fechadas, com efetiva participação na administração dessas empresas
Destinado a investidor qualificado, com aplicação mínima de R$ 100 mil
A administração só pode ser realizada por PJ autorizada pela CVM, podendo ser
contratado uma PF também autorizada a exercer esta função
Fundos de Investimentos
FIDCs ou FIC de FIDCs
Condomínios Aberto ou Fechado com no mínimo 50% do PL em direitos
creditórios
Valor mínimo de aplicação R$ 25 mil
Cada classe ou série de cotas (subordinadas e sênior) necessita de classificação
de risco
Direitos Creditórios: Títulos representativos de crédito (segmentos financeiro,
comercial, industrial e outros)
FICFIDCs devem aplicar no mínimo 95% do PL em cotas de FIDIC
Fundos de Investimentos
Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimentos
Ficam vedadas aplicações:
FIP – Fundo de Investimento em Participações; FICs de FIPs; FIDCs; FICs
de FIDCs; Fundos Mútuos de Privatização – FGTS; e outros.
FIC classificados como Renda Fixa e Multimercado podem alocar até 10% em
Fundos Imobiliários, FIDCs, FIC de FIDCs
Fundos de Investimentos
Fundos Previdenciários
Consideram-se “Previdenciários” os fundos com alocação em recursos de:
Entidades abertas e fechadas de previdência privada;
Regimes próprios de previdência social instituídos pela União, Estados,
Distrito Federal ou por Municípios;
Planos de previdência complementar aberta e seguros de vida com cláusula
de cobertura por sobrevivência, de acordo com a regulamentação editada
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados.
Fundos de Investimentos
Clube de Investimentos
Instrumento de participação de pequenos e médios investidores pessoas físicas
Administrado por corretora, distribuidora, Banco de Investimento ou Múltiplo
com Carteira de Investimento
A participação ocorre através da aquisição de cotas
Limite de 50 participantes e mínimo de 3
Limite de participação de 40% do PL para um investidor
Fundos de Investimentos
Clube de Investimentos
Registro do Estatuto no Bolsa de Valores, mediante arquivamento do Estatuto.
Deve ser enviado pela instituição financeira vinculada
O Estatuto deve dispor:
Política de Investimento
Regra de aplicação e resgate (carência se houver)
Taxa de administração, se houver; base de cálculo
Hipótese de dissolução do Clube
Fundos de Investimentos
Clube de Investimentos
O Estatuto deve dispor:
Critério para cálculo da cota
Prazo de duração do Clube
Forma de convocação e período de realização da Assembléia Geral
Ordinária
Quorum para convocação da AGE: <30% dos cotistas e <30% do
total das cotas existentes
Fundos de Investimentos
Clube de Investimentos
Composição da carteiras:
No mínimo 67% em ações, bônus de subscrição e debêntures conversíveis em
ações de companhias abertas
O saldo poderá ser alocado em:
Posições em mercados organizados de liquidação futura envolvendo contratos
referenciados em ações ou índices de ações
Outros valores mobiliários de emissão de Cias Abertas
Quotas de fundos de renda fixa ou títulos de renda fixa
Opções não padronizadas
Fundos de Investimentos
Clube de Investimentos
O Clube de Investimento dever possuir:
Representante
Administrador
Administrador da Carteira (Gestor)
Essas funções podem ser exercidas cumulativamente, sendo que o administrador
do Clube deverá ser uma Sociedade Corretora, Sociedade Distribuidora ou Banco
de Investimentos
> 67% do patrimônio em ativos de renda variável, rendimentos tributados à
alíquota de 15% no resgate das cotas
Fundos de Investimentos
Tributação
Mercados financeiro e de capitais
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Mercado Financeiro: negócios jurídicos nos quais há a presença de uma
pessoa jurídica financeira como interveniente ou parte da operação e o
regime jurídico aplicável é o do direito do mercado financeiro (mercado
monetário, de crédito, de câmbio, de capitais).
Mercado de Capitais: negócios jurídicos na qual se negociam parcelas de
capital de sociedades anônimas abertas (ações, bônus de subscrição,
debêntures, etc.), com ou sem interveniência de pessoa jurídica
financeira/bolsa (GL ou GK).
Conceito de Rendimento
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No sentido amplo: é toda e qualquer renda ou provento, qual seja, o que representa acréscimos patrimoniais ao titular do direito. Engloba tanto a noção de “rendimentos”, quanto a noção de “ganho de capital”.
Em mercados organizados:
Rendimentos (RF) e Ganhos líquidos (RV): é a remuneração do capital aplicado, isto é, os ganhos gerados pela aplicação financeira de títulos e valores mobiliários.
Fora de mercado organizado:
Ganho de Capital (GK): são os ganhos auferidos, decorrentes de alienação de bens ou direitos de qualquer natureza, considerando-se como ganho a diferença positiva entre o valor de transmissão do bem ou direito e o respectivo custo de aquisição (Lei 7.713/88) .
Tipos de Rendimentos
• Renda Fixa (RF): é todo o rendimento pré ou pós-fixado (ou misto),
correspondente a título, obrigação ou aplicação com data estabelecida de
liquidação.
• Renda Variável (GL): conceito de ganho líquido (GL): (características: deduz
custos e compensa prejuízos): é toda aplicação correspondente a título ou valor
mobiliário cujo resultado final, ganho ou perda, não se conhece e, em geral, não
há data estabelecida de liquidação, realizada em mercado organizado.
• Mercado de Balcão com Ações é Ganho de Capital (GK): caracterizado por
deduzir custos mas não compensar prejuízos.
Renda Fixa ou Variável
Renda Fixa: Como regra geral, o imposto de renda é calculado, retido na fonte e
recolhido, por quem paga o rendimento. (Financeiro)
Renda Variável: Como regra geral, o imposto de renda é calculado e recolhido por
quem recebe o rendimento. (Capitais)
Mercados à vista, de opções, a termo e futuros.
Características, no caso de Ações: (deduz custos, compensa prejuízos, limite de
isenção, se PF, alíquota reduzida de 15%).
Legislação
Instrução Normativa SRF nº 487, de 30 de dezembro de 2004
Dispõe sobre o imposto de renda incidente sobre os rendimentos e ganhos líquidos
auferidos em operações de renda fixa e de renda variável e em fundos de
investimentos.
O que diz a lei:
A partir de 1º de janeiro de 2005, os fundos de investimentos, para fins tributários,
foram classificados em fundos de curto prazo e fundos de longo prazo de acordo
com a composição de sua carteira.
Assim, considera-se:
I) Fundo de investimento de longo prazo caracteriza-se por aquele cuja
carteira de títulos tenha prazo médio superior a 365 (trezentos e sessenta
e cinco) dias;
II) Fundo de investimento de curto prazo caracteriza-se por aquele cuja
carteira de títulos tenha prazo médio igual ou inferior a trezentos e
sessenta e cinco dias.
Fundos de Investimento - LP
A incidência do imposto de renda na fonte sobre os rendimentos auferidos nas
aplicações em fundos de investimento, classificados como de longo prazo, ocorrerá:
I) No último dia útil dos meses de maio e novembro de cada ano, ou no
resgate, se ocorrido em data anterior;
II) Na data em que se completar cada período de carência para resgate de
quotas com rendimento ou no resgate de quotas, se ocorrido em outra
data, no caso de fundos com prazo de carência de até 90 (noventa) dias.
O imposto de renda na hipótese de fundo de longo prazo será cobrado às seguintes
alíquotas:
I) 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações
com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
II) 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181 (cento e oitenta e
um) dias até 360 (trezentos e sessenta) dias;
III) 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com
prazo de 361(trezentos e sessenta e um dias) até 720 (setecentos e vinte)
dias;
IV) 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo acima de 720
(setecentos e vinte) dias.
Fundos – LP alíquotas
Fundos – CP alíquotas
O imposto de renda na hipótese de fundo de curto prazo será cobrado às seguintes
alíquotas:
I) 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento), em
aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
II) 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo acima de
180 (cento e oitenta) dias.
TABELA ALÍQUOTAS
Alíquota complementar
Fundos de longo prazo:
Os rendimentos tributados semestralmente, sujeitam-se à alíquota de quinze por
cento e no resgate das quotas:
Será aplicada alíquota complementar de 7,5%, se o resgate ocorrer no
prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
Será aplicada alíquota complementar de 5%, se o resgate ocorrer com
prazo de 181 (cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta)
dias;
Será aplicada alíquota complementar de 2,5% com prazo de
361(trezentos e sessenta e um dias) até 720 (setecentos e vinte) dias;
Alíquota complementar
Fundos de curto prazo:
Os rendimentos tributados semestralmente, sujeitam-se à alíquota de vinte por
cento e no resgate das quotas será aplicada alíquota complementar de 2,5% (dois
vírgula cinco por cento), se o resgate ocorrer no prazo de até 180 (cento e oitenta)
dias.
Fundo e Clube de Ações
Os rendimentos auferidos nos fundos e clubes de investimentos em ações serão
tributados exclusivamente no resgate de quotas à alíquota de 15% (quinze por
cento).
Regra de enquadramento:
Os fundos de investimento cujas carteiras sejam constituídas, no mínimo, por 67%
de ações negociadas no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade
assemelhada. Este limite deverá corresponder à média móvel dos percentuais
diários, apurados para quarenta dias úteis, sendo que a referida proporção não
poderá ficar abaixo do limite de 51% do total da carteira. Ocorrendo o
desenquadramento, o fundo ou clube terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para a
regularização não podendo incorrer em nova hipótese de desenquadramento no
período de 12 (doze) meses subseqüentes.
Clube de Investimento em ações
Operações de bolsa e aplicações em fundos de investimento realizadas na carteira
do clube de investimento estão isentas dos seguintes impostos:
Fundos de Renda-Fixa, ações e outros são isentos de IR e IOF;
Operações em bolsa de valores ou assemelhados não há incidência de IR.
Imposto sobre operação Financeira
O Ministério da Fazenda em 30/06/99, através da Portaria nº 264, instituiu a
incidência de IOF - Imposto Sobre Operações Financeiras - sobre os rendimentos
das aplicações em Renda Fixa (fundos, CDB's entre outras) com prazo de até 29
dias corridos conforme tabela regressiva de incidência de IOF. A partir do 30º dia as
operações ficam isentas de IOF.
Isto significa que, quanto mais tempo o investidor deixar os recursos aplicados,
menor será a incidência de IOF e, conseqüentemente, maior será sua rentabilidade.
Tabela - IOF
nº de dias % limite tributável do rendimento nº de dias % limite tributável do rendimento
1 96% 16 46%
2 93% 17 43%
3 90% 18 40%
4 86% 19 36%
5 83% 20 33%
6 80% 21 30%
7 76% 22 26%
8 73% 23 23%
9 70% 24 20%
10 66% 25 16%
11 63% 26 13%
12 60% 27 10%
13 56% 28 6%
14 53% 29 3%
15 50% 30 0%
nº de dias % limite tributável do
rendimento
Rendimento IOF nº de dias % limite tributável do
rendimento
Rendimento IOF
1 96% 0,00 0,00 16 46% 8,84 4,06
2 93% 0,80 0,74 17 43% 9,64 4,15
3 90% 1,60 1,44 18 40% 10,45 4,18
4 86% 2,40 2,07 19 36% 11,26 4,05
5 83% 3,20 2,66 20 33% 11,26 3,72
6 80% 3,20 2,56 21 30% 11,26 3,38
7 76% 3,20 2,43 22 26% 12,07 3,14
8 73% 4,01 2,92 23 23% 12,88 2,96
9 70% 4,81 3,37 24 20% 13,69 2,74
10 66% 5,61 3,70 25 16% 14,50 2,32
11 63% 6,42 4,04 26 13% 15,31 1,99
12 60% 7,22 4,33 27 10% 15,31 1,53
13 56% 7,22 4,04 28 6% 15,31 0,92
14 53% 7,22 3,83 29 3% 16,12 0,48
15 50% 8,03 4,01 30 0% 16,94 0,00
Tabela – IOF - Exemplo
Renda Variável
As operações de renda variável possuem as seguintes alíquotas conforme a
legislação vigente:
I - 20% (vinte por cento), no caso de operação day trade ;
II - 15% (quinze por cento), nas demais hipóteses.
Renda Variável
As operações referidas abaixo sujeitam-se à incidência do imposto de renda na
fonte, à alíquota de 0,005% (cinco milésimos por cento):
I) nos mercados futuros, a soma algébrica dos ajustes diários, se positiva,
apurada por ocasião do encerramento da posição, antecipadamente ou no
seu vencimento;
II) nos mercados de opções, o resultado, se positivo, da soma algébrica dos
prêmios pagos e recebidos no mesmo dia;
III) nos mercados a termo: a) quando houver a previsão de entrega do ativo objeto na data do seu vencimento, a diferença, se
positiva, entre o preço a termo e o preço a vista na data da liquidação;
b) com liquidação exclusivamente financeira, o valor da liquidação financeira previsto no contrato;
IV) nos mercados a vista, o valor da alienação, nas operações com ações, ouro
ativo financeiro e outros valores mobiliários neles negociados
Renda Variável
As operações de exercício de opções não sujeitam-se à incidência do imposto de
renda na fonte, à alíquota de 0,005% (cinco milésimos por cento).
Operações de day-trade possuem retenção de 1% na fonte, ficando dispensada a
retenção do imposto cujo valor seja igual ou inferior a R$ 1,00 (um real).
Fica responsável pela retenção do imposto a instituição intermediadora que
receber diretamente a ordem do cliente, a bolsa que registrou as operações ou
entidade responsável pela liquidação e compensação das operações, na forma
regulamentada pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
Renda Variável
O valor do imposto retido na fonte poderá ser:
Deduzido do imposto sobre ganhos líquidos apurados no mês;
Compensado com o imposto incidente sobre ganhos líquidos apurados nos
meses subseqüentes;
Não há compensação de ganhos ou perdas entre operações realizadas no mercado
de bolsa de valores ou assemelhadas do tipo normal e day-trade.
Prejuízos contabilizados poderão ser compensados com ganhos nos meses
subsequentes, desde que tenham ocorrido no mesmo tipo de mercado (normal ou
day-trade).
Renda Variável
Ocorrendo mais de uma operação no mesmo mês, realizada por uma mesma
pessoa, física ou jurídica, deverá ser efetuada a soma dos valores de imposto
incidente sobre todas as operações realizadas no mês, para efeito de cálculo do
limite de retenção.
Renda Variável
Ficam isentos do imposto de renda:
Os ganhos líquidos auferidos por pessoa física em operações no mercado à vista
de ações nas bolsas de valores cujo valor das alienações, realizadas em cada mês,
seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), para o conjunto de ações.
Aplicações em títulos de renda variável estão isentos de IOF.
Gestão de Performance
Fundos de Investimentos
Gestão dos Fundos de Investimentos
Gestão da carteira do fundo é a gestão profissional, conforme
estabelecido no seu regulamento, dos títulos e valores
mobiliários dela integrantes, desempenhada por pessoa natural
ou jurídica credenciada como administradora de carteira de
valores mobiliários pela CVM, tendo o gestor poderes para
negociar, em nome do fundo de investimento, os referidos títulos
e valores mobiliários.
Administração do Fundo de Investimento
A administração do fundo compreende o conjunto de serviços
relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e à
manutenção do fundo, que podem ser prestados pelo próprio
administrador ou por terceiros por ele contratados, por escrito,
em nome do fundo.
Conceito de Chinese Wall
Conjunto de procedimentos e de políticas internas da instituição
que visa estabelecer uma barreira à comunicação entre diferentes
indivíduos ou setores de uma mesma empresa, de modo a
assegurar o cumprimento da legislação vigente sobre a
segregação da administração de recursos de terceiros das demais
atividades da instituição.
Termo em língua inglesa sinônimo para Muralha da China.
Estabelecidos a partir da Resolução CMN 2451/97
Retorno médio
Para se calcular o retorno médio toma-se as cotas (Q) diárias divulgadas
pela Anbima e CMV de um fundo de investimentos líquida de taxa de
administração, performance e outros custos inerentes aos fundos de
investimentos.
A rentabilidade média diária é calculada a partir da média aritmética dos
retornos diários de uma amostra grande, normalmente, dos últimos 36
ou 60 meses, que é o tamanho da amostra para cada um dos fundos
analisados.
É calculada pela seguinte fórmula:
Onde: Qd1 é a quota do dia e Qd-1 é a quota do dia anterior.
Volatilidade dos Retornos
Deve-se estimar o desvio-padrão da taxa de retorno, igualmente
conhecido como volatilidade. O objetivo também é obter valores ex-
ante; novamente, costuma-se tomar a série histórica dos retornos
para se gerar uma estimativa para a volatilidade esperada, dado por:
Onde: rJ é o retorno observado e rA é o retorno médio da amostra.
Índice Beta
O índice Beta é calculado para exprimir a medida de risco
sistemático do fundo, representando a sensibilidade do fundo
em relação aos parâmetros de mercado, no caso o Ibovespa. É
dado pela seguinte fórmula:
Onde: rm é o retorno de mercado; rA é o retorno médio da
amostra do ativo ou fundo; σm é o risco de mercado.
Índice de Sharpe
O IS tem sido amplamente utilizado na avaliação de fundos de investimento. Formulado por
William Sharpe (1966), o IS se encaixa na teoria de seleção de carteira, mais especificamente
no modelo CAPM, apontando as carteiras ótimas na LMC.
Em síntese o IS demonstra o quanto o fundo agrega de retorno para cada ponto de risco
total da carteira. Quanto maior for este índice mais eficiente é o fundo em termos de
agregação de retorno para cada ponto de risco total da carteira.
Na prática, quanto maior o IS, melhor será o fundo.
De acordo, com o CAPM, nenhuma carteira pode ter um IS maior do que o definido pela
carteira de mercado. Carteiras com IS menor devem ser desprezadas. O IS é a própria
inclinação da LMC, definido como:
Onde: rp é o retorno da carteira; rf é a taxa livre de risco; σp é o risco da carteira.
p
RfRpIS
Índice de Treynor
O índice de Treynor é uma medida semelhante ao IS só que indica o retorno gerado
em relação ao risco sistemático do fundo. O Índice Treynor irá medir o quanto o
gestor agrega de retorno em relação a parcela de risco sistemático.
O IT é um índice de difícil interpretação, de forma que ele é pouco usado pelos
administradores e investidores. É dado pela seguinte fórmula:
Quando o investidor possui diversos fundos e quer avaliar a performance
deles para poder realocar os seus investimentos e aumentar a
performance total, o risco não-sistemático fica desprezível, já que vários
fundos juntos geram uma diversificação suficiente para eliminar esse
risco.
O componente do risco total mais importante é o do risco sistemático.
O indicador IT é a medida apropriada, porque divide o excesso de
retorno de cada fundo pelo seu risco sistemático apenas, e essa é a
medida de risco relevante, pois o componente não-sistemático do risco
desaparecerá quando os fundos se combinarem.
Alfa de Jensen
Outro indicador importante conhecido como índice de Jensen ou simplesmente
alfa.
Esse indicador, desqualifica gestores que são bem-sucedidos na alta (baixa) do
mercado apenas por terem um beta maior (menor) do que 1.
Um gestor ativo bem-sucedido deve mostrar um alfa positivo. Mas, para conseguir
superar o mercado, também deve adquirir uma carteira diferente da carteira do
mercado (ou do índice que representa o mercado).
Esse indicador mostra quanto determinado gestor pôde adicionar de valor a uma
carteira com vários outros ativos, pelo fato de assumir um risco diferente do risco
de mercado.