Avaliação de pontos críticos do marco regulatório brasileiro:
controle de qualidade e distribuição
Prof. Luis Marques
1. Introdução
Últimos 20 anos
construção do marco regulatório brasileiro na área de plantas
normas diversas
RDC 14 de 2010
RDC 10 de 2010 (drogas para infusão)
amadurecimento progressivo
inclusão no SUS e edição de uma ‘política’
relação de fitoterápicos essenciais
portaria MS das ‘farmácias-vivas’
processo recente da CP 34 de 2013
produto empresa composição Fat.
Acheflan Ache Cordia verbenaceae 12,985
Kronel Hebron Schinus terebinthifolius 7,837
Giamebil Aspen Pharma Mentha crispa 6,307
Peitoral Martel Kley Hertz Mikania glomerata 1,952
Guaco Herbarium Mikania glomerata 1,660
Fitoscar Apsen Stryphnodendron adstringens 1,084
Blumel Guaco Luper Mikania glomerata 0,932
Catuama Catarinense Trichilia catigua e outras 0,865
Propovit Plus Bionatus Própolis, Malva e agrião 0,352
Espinheira santa Herbarium Maytenus ilicifolia 0,336
Guaraná do Amazonas Sanitas Paullinia cupana 0,320
Kios Hebron Schinus terebinthifolius 0,259
HP Catarinense Paullinia cupana, Ilex paraguariensis 0,246
Imuno Max Herbarium Uncaria tomentosa 0,182
Guaraná Herbarium Paullinia cupana 0,113
Ginseng Brasileiro Herbarium Pfaffia glomerata 0,110
Produtos fitoterápicos nacionais (fat. US$ - 2011)
Introdução
Marco regulatório brasileiro
estruturação expressiva na atualidade
todos os problemas estão resolvidos?
discussão de dois pontos críticos
- controle de qualidade
- área de insumos
objetivo
romper a lógica atual
ALEMÃO – AFEGÃO
MORUMBI - FAVELA
2. Controle de qualidade
Produtos acabados (incluindo insumos)
momento do registro
toda a documentação necessária
lotes de melhor padrão
modelo ‘alemão’
produção e comercialização
lotes comerciais
redução do padrão técnico
pouca relação com o registro
modelo ‘afegão’
Ex. 1- Ginkgo biloba
Fitoterápico de grande comercialização
cerca US$ 50 milhões (IMS 2008)
padronização química
flavonóides glicosídicos 24%
terpenolactonas
ácidos ginkólicos
monografias disponíveis
Usp e Farmacopéia Européia
Rocha LM. Cuidados na preparação de medicamentos com extratos padronizados de Ginkgo biloba.
Infarma, 18: 2006.
Resultado: 34% de flavonóides totais.Resultado: 24% de flavonóides totais.
Kratz JM et al. Determinação da composição química e dos perfis de dissoluçãoin vitro de medicamentos à base de Ginkgo biloba disponíveis no mercado brasileiro.
Lat. Am. J. Pharm. 27 (5): 674-80, 2008.
referência
amostra 1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
A B A B A B A B A B A B
1 2 3 4 5 6
Teores de bilobalídeos em dois lotes de 6 medicamentos
comercializados no Brasil
Teores em ácidos ginkgólicos em dois lotes de 6
medicamentos comercializados no Brasil
607,9
18
95,3
5
5
926,8
618
198,7
85,6
252,8
105,3
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
A
B
A
B
A
B
A
B
A
B
A
B
12
34
56
14.126,8
Novas avaliações 2011
Aquisição de 9 marcas comerciais
preços: de R$ 52,00 a 22,00 (dif. 230%)
avaliação de flavonóides por HPLC
conforme European Pharmacopoeia
Resultados
2 amostras genuínas
7 amostras totalmente adulteradas
mesmo padrão irregular da literatura de 4 anos atrás
Ex. 2- Alcachofra
Outro fitoterápico de grande comercialização
comercial e agora na lista do SUS
derivados cafeoilquínicos totais
ex.: ácido clorogênico
Avaliação 2011
1 amostra genuína
1 amostra com ‘altos teores’
1 amostra com ‘traços’ de ativos
2 amostras com valores intermediários
Resultados e perfil CCD
Ac. clorog. % 2,96 0,03 1,2 1,05 0,6 - 1,2
Acs. totais % 6,42 0,14 2,43 2,29 1,38 - 2,2
Controle de qualidade
QUALIDADE= principal aspecto problemáticoatual
Perfeito JPS. O registro sanitário de fitoterápicos no Brasil:avaliação da situação atual e dos indeferimentos. Brasília:UNB, 2012.
avaliação de 717 publicações DOU em cinco ano
Controle de qualidade
Novas exigências
distinção entre marcadorfarmacotécnico ou marcadorativo
necessidade de estudos animaispara comprovação
aflatoxinas
agrotóxicos
metodologias?
estrutura existente?
produtos de degradação?
Controle de qualidade
Proposta
aproximar a ‘favela do morumbi’
achar um ponto médio, justo
aplicá-lo extensivamente
a todo o mercado brasileiro
3. Setor de distribuição
Insumos vegetais
drogas vegetais e extratos secos
base para qualquer produto
poucas empresas no mercado
importador e exportador
fornecimento às áreas farmacêutica, alimentícia, cosmética
realidade mostra todo tipo de problema
problemas de identidade
nenhuma ou mínima avaliação de qualidade
até recentemente
falta absoluta de normas e fiscalização
Setor atacadista
Edição recente
RDC 14 de 2013 (anexo da RDC 249 de 2005)
Boas Práticas de fabricação de insumos farmacêuticosativos de origem vegetal
1º problema
mistura drogas vegetais com extratos
setores totalmente diferentes
distintos graus de complexidade técnica, custos,abrangência comercial
extratos: há alternativas internacionais de algumas espécies
drogas vegetais: boa parte é nativa, sem opções
Setor atacadista
RDC 14 de 2013
BPF de insumos farmacêuticos ativos de origem vegetal
2º problema
exigências de padrão farmacêutico, rígidas
O armazenamento de matéria-prima vegetal pode exigir condiçõesespeciais de umidade, temperatura e proteção da luz
Na produção deve ser dada atenção particular às áreas onde serealiza o processamento das etapas que geram poeira, devendo serprovidas de sistema de exaustão adequado ...
Nas etapas de produção que gerem vapores deve ser empregadoum mecanismo adequado de exaustão de ar para evitar o seuacúmulo
As instruções de produção devem descrever as diferentesoperações a serem desempenhadas, incluindo o tempo e, seaplicável, as temperaturas exigidas no processo
Setor atacadista
RDC 14 de 2013
BPF de insumos farmacêuticos ativos de origem vegetal
3º problema
controle de qualidade exigente
As especificações referentes à Droga Vegetal :
detalhes da origem: data, hora, local da coleta/colheita,condições do tempo, entre outros;
prospecção fitoquímica ou perfil cromatográfico;
análise quantitativa dos princípios ativos e/oumarcadores;
referência da monografia farmacopeica; ou apresentarespecificações e metodologias desenvolvidas e validadas;
pesquisa de pesticidas
etc. => PADRÃO ‘ALEMÃO’
Setor atacadista
RDC 10 de 2010
Notificação de drogas vegetais
expectativas de que seria a grande alavanca deexpansão do setor de fitoterápicos no Brasil
simples notificação
66 espécies isentas de prescrição
na prática
5 produtos notificados até o momento
PORTANTO NÃO FUNCIONOU !
em paralelo
chás via internet
padrão ‘AFEGÃO’
Setor atacadista
Propostas
separar os setores
drogas vegetais
extratos (líquidos, moles, secos, etc.)
com níveis diferenciados de especificações
estabelecer um processo progressivo de aplicação deexigências
dar condições ao setor para seu atendimento
estimulá-lo, contribuir à sua consolidação
consolidar o setor (ambos) por sua absolutanecessidade ao setor fitoterápico