Boletim Informativo do PROADESS, no 2, fev/2018.
Desempenho do sistema de saúde nas Regiões de Saúde da Bahia
Nessa edição do Boletim Informativo do PROADESS - Projeto Avaliação do
Desempenho do Sistema de Saúde – são apresentados os indicadores de
desempenho do sistema de saúde nas Regiões de Saúde do estado da Bahia, tais
como definidas em 2011.
Considera-se que o desempenho do sistema de saúde brasileiro deve ser
analisado em um contexto político, social e econômico que traduza a sua história e a
sua conformação atual, seus princípios, objetivos e prioridades. Nesse sentido, foi
elaborada uma matriz conceitual sobre as diversas dimensões relacionadas ao
desempenho do sistema de saúde, tendo a equidade como eixo transversal (Figura 1).
Atualmente, o portal do PROADESS disponibiliza análises e estudos sobre o
tema, bem como séries históricas de indicadores, gráficos e mapas temáticos para a
avaliação do desempenho do sistema de saúde brasileiro relativos a diferentes
abrangências geográficas: Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, e
Regiões de Saúde.
2|
Figura 1 - Matriz Conceitual do PROADESS
3|
No intuito de subsidiar a discussão sobre a regionalização do SUS, apresentam-
se a seguir informações relativas às Regiões de Saúde da Bahia que possibilitam
evidenciar as necessidades de saúde da população e condições disponíveis para
atendê-las. Segundo Santos & Assis (2017), os Núcleos Regionais de Saúde (NRS),
estabelecidos a partir de 2014, representam uma estratégia para a conformação de
uma rede de atenção à saúde integrada e compartilhada entre os municípios em cada
Região de Saúde.
As atuais 28 Regiões de Saúde (RS) da Bahia agregam 417 municípios, e variam
segundo o número de municípios, características demográficas e socioeconômicas e
área territorial. Na Figura 2, essas regiões podem ser visualizadas segundo as
mesorregiões territoriais definidas pelo IBGE.
Figura 2 - Regiões de Saúde segundo Mesorregiões da Bahia
4|
As características das RS e suas configurações, segundo o Índice de
Desenvolvimento Humano da Região de Saúde (IDHR)1, bem como indicadores
demográficos, podem ser vistos na Tabela 1, na qual as RS estão listadas em ordem
alfabética.
Existem marcadas diferenças entre as RS no que diz respeito à população
residente, que varia de cerca de 190 mil pessoas na RS Seabra, a 3,5 milhões na RS
Salvador. A proporção de idosos também varia de 6,7% em Camaçari a 12,9% em
Brumado, sendo o valor para o estado igual a 10,6%. As RS de Barreiras e Ibotirama,
possuem baixas densidades demográficas, em torno de 6 hab./Km2 e são compostas
por 15 e 9 municípios, respectivamente. No outro extremo, situa-se a RS de Salvador,
que é uma região metropolitana formada por 10 municípios e com 1.186,4 hab./Km2, a
maior densidade populacional do estado.
1 O IDH das Regiões de Saúde foi criado pela agregação dos componentes do IDH dos municípios que
as compõem, conforme detalhado adiante.
5|
Tabela 1 – Características das 28 Regiões de Saúde vigentes em 2015 na Bahia
Regiões de Saúde
N. de municípios
População total
% pop. idosa
Área (Km2)
Densidade demográfica (Hab./Km2)
Índice de Desenvolvimento
Humano da RS
Alagoinhas 18 553.466 10,2 11.852 46,7 0,617
Barreiras 15 454.945 7,8 75.824 6,0 0,667
Brumado 21 421.737 12,9 24.378 17,3 0,605
Camaçari 6 607.731 6,7 3.099 196,1 0,679
Cruz das Almas
9 271.243 10,6 1.784 152,0 0,650
Feira de Santana
28 1.171.554 10,6 16.501 71,0 0,665
Guanambi 21 468.386 12,4 27.232 17,2 0,617
Ibotirama 9 200.447 11,1 32.330 6,2 0,578
Ilhéus 8 325.299 11,4 7.327 44,4 0,647
Irecê 19 424.670 10,8 25.583 16,6 0,611
Itaberaba 14 260.765 11,6 18.626 14,0 0,587
Itabuna 22 534.591 12,2 8.595 62,2 0,644
Itapetinga 12 256.135 12,1 11.696 21,9 0,609
Jacobina 19 404.390 11,9 21.859 18,5 0,591
Jequié 25 511.234 12,6 18.390 27,8 0,618
Juazeiro 10 540.651 9,5 61.438 8,8 0,620
Paulo Afonso
9 257.960 10,6 18.829 13,7 0,622
Porto Seguro
8 382.249 8,0 12.135 31,5 0,654
Ribeira do Pombal
15 328.456 12,4 7.915 41,5 0,571
Salvador 10 3.445.678 10,0 2.904 1186,4 0,751
Seabra 11 189.577 12,2 14.472 13,1 0,610
Senhor do Bonfim
9 307.062 11,5 14.979 20,5 0,611
Serrinha 19 651.361 11,8 21.080 30,9 0,581
Sta. Maria da Vitória
13 311.777 11,2 51.111 6,1 0,612
Sto. Antônio de Jesus
23 476.547 11,2 8.420 56,6 0,623
Teixeira de Freitas
13 458.077 10,1 18.546 24,7 0,650
Valença 12 318.163 8,8 5.838 54,5 0,595
Vitória da Conquista
19 669.700 11,9 21.957 30,5 0,626
BAHIA 417 15.203.851 10,6 565.199 26,9 0,660
6|
Os indicadores mostrados a seguir serão abordados conforme a Matriz
Conceitual do PROADESS (Figura 1). Tabelas e gráficos foram elaborados com as
regiões de saúde ordenadas pelo IDH, calculado pelo PNUD, que tem como fonte o
Censo Demográfico 2010 (IBGE).
Sempre que possível, são apresentados os taxas dos indicadores de 2010 e
2015, e sua variação percentual. As séries históricas desses e de outros indicadores
para o período 2000/2015 podem ser encontradas no portal do PROADESS.
Para fazer uma comparação entre os valores desses indicadores nos 2 anos
escolhidos, 2010 e 2015, foi calculado a partir das taxas uma variação percentual,
conforme a seguinte equação:
𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 (%) ≝𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟2015 − 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟2010
𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟2010 (%)
No caso dos indicadores já apresentados como um percentual, a relação 2010 e
2015 foi analisada utilizando uma diferença percentual simples, conforme a equação
abaixo:
𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 (%) ≝ 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟2015(%) − 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟2010(%)
7|
Determinantes de Saúde
Para o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano das Regiões de Saúde
(IDHR) são necessárias informações municipais sobre os três componentes do IDH
(longevidade, educação e renda) e como esses dados não estão atualizados os valores
do IDHR referem-se ao observado a partir do Censo Demográfico de 2010.
O valor do IDH varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o
desenvolvimento humano da localidade em questão. A única RS com valor de IDHR
acima de 0,7 foi Salvador, seguida por Camaçari e Feira de Santana, no Norte;
Barreiras, no Oeste; e Porto Seguro, no Sul.
8|
Figura 3 – IDH das Regiões de Saúde – Bahia, 2010
0,571
0,578
0,581
0,587
0,591
0,595
0,605
0,609
0,61
0,611
0,611
0,612
0,617
0,617
0,618
0,62
0,622
0,623
0,626
0,644
0,647
0,65
0,65
0,654
0,665
0,667
0,679
0,751
0,569 0,619 0,669 0,719
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
9|
Condições de Saúde
No caso da mortalidade infantil, pela evolução da taxa de óbitos de menores de 1 ano
por 1000 nascidos vivos, ao longo do período 2000-2015, evidencia-se um decréscimo
acentuado (42%) na média estadual, que passou de 26,2 para 15,2. Houve uma grande
variação na mortalidade infantil nas Regiões de Saúde entre os anos 2010 e 2015 (Figura
4), desde a redução de 34,8% em Valença e Guanambi a um aumento de 31% em Ribeira
do Pombal. Acréscimos indevidos também foram identificados em Barreiras (25,3%) e Jequié
(11,3%).
Na Figura 5, é apresentada a taxa de mortalidade por acidente vascular cerebral.
Verifica-se que a maioria das RS que apresentaram aumento entre 2010 e 2015 estão
localizadas nas mesorregiões Extremo Oeste e Vale de São Francisco. Contudo, é no
Centro-Sul que se localizam as Regiões de Saúde onde se observam o maior aumento e a
maior diminuição da variação percentual das taxas, Vitória da Conquista (27,8%) e Seabra
(-28%), respectivamente. O crescimento nas taxas de mortalidade por AVC pode estar
relacionado a um melhor diagnóstico das causas básicas dos óbitos, uma vez que há uma
diminuição de óbitos por causas mal definidas ao longo do período 2010-2015.
A taxa de mortalidade por causas externas (Figura 6) na Bahia quase dobrou nos
últimos 15 anos. Contudo, considerando o período 2010-2015, houve pouca variação entre
as taxas. Entre as regiões de saúde, Porto Seguro apresenta as maiores taxas ao longo do
período 2010-2015, mas com pouca variação ao longo dos anos. Por outro lado, Barreiras
apresenta a maior diferença entre 2010 e 2015, com um aumento concentrado
especialmente no período 2010-2012.
10
|
Figura 4 - Taxa de mortalidade infantil (óbitos em menores de 1 ano) por mil nascidos vivos e cartograma com variação percentual – Bahia, 2010 e 2015
17,8
15,1
15,4
16,3
16,7
14,1
16,1
19
12,8
15,5
15,9
14,6
17,8
10,3
18,7
15,9
15
12,1
16,7
18,9
16,3
16,6
11,4
15,8
11,8
18,3
15,3
14,7
13,6
18,2
14,4
22,7
20
22,9
19,5
21,6
17,2
19,2
15,9
14,7
19,4
15,8
16,8
15,1
21,3
19,1
21,6
23,7
21,1
16,2
14
17,3
16,4
14,6
16,3
16,6
10 15 20
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
11
|
Figura 5 – Taxa de mortalidade por acidente vascular cerebral padronizada por sexo e idade por 100 mil habitantes e cartograma com
variação percentual – Bahia, 2010 e 2015
34,1
37,3
33,4
42,3
31,8
43,2
36,6
35
27,2
45,4
42,4
32,9
53,3
31,9
38,1
48,7
45,8
50,1
47,8
45,5
45
48,4
42,4
59,1
40,9
38,6
54,6
43
32,5
44,6
29
43,2
35,8
56,7
41,3
39,4
37,8
39,8
33,5
28
54,7
36,9
44,6
40,6
40,4
58,5
37,4
54,4
55,7
51
45,8
56,3
55,1
31,7
60,9
50,7
20 30 40 50 60
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
12
|
Figura 6 – Taxa de mortalidade por causas externas padronizada por sexo e idade por 100 mil hab. e cartograma com variação percentual –
Bahia, 2010 e 2015
56,2
61,1
61,6
71,5
69,5
81,3
50,5
50,9
59,1
80,3
63,6
60,3
88,6
57,7
80,7
74,6
85,8
72,1
82,8
91,2
94,3
75,1
104,7
124,1
87,0
89,5
104,9
87,3
53,1
49,5
47,7
54,0
62,6
78,2
44,1
56,1
47,2
52,4
51,6
50,5
83,7
46,6
64,0
63,8
78,8
67,5
90,2
105,6
95,5
54,7
113,0
125,8
94,2
56,8
107,7
103,6
35 55 75 95 115
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
13
|
Estrutura do Sistema de Saúde
Segundo a matriz conceitual do PROADESS, a estrutura do sistema de saúde pode ser
avaliada considerando-se a forma como é financiado e os recursos humanos e físicos
disponíveis.
Financiamento
Na Figura 7, são exibidos indicadores para as Regiões de Saúde, calculados a partir dos
dados municipais emitidos pelo Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde -
SIOPS, sendo o gasto em saúde por habitante obtido a partir dos recursos derivados de
impostos, transferências SUS de outras esferas governamentais, operações de créditos ou
outras. Além do gasto total, apresentam-se os recursos próprios dos municípios que integram as
RS (impostos mais transferências constitucionais que expressam o autofinanciamento) e as
transferências SUS, que são recursos federais quase totalmente destinados ao custeio dos
serviços SUS (próprios ou conveniados) com itens de despesa previamente definidos.
Os três indicadores foram calculados para 2010 e 2015 considerando-se valores correntes
de 2016. As RS estão dispostas nos gráficos segundo a ordem crescente de IDH e observa-se
que um maior volume de recursos foi alocado em 2015 em todas as RS. No caso de Itabuna o
maior investimento total está associado a um aumento das transferências; enquanto que em
Barreiras, Camaçari e Salvador (RS com maior IDH) não houve praticamente variação e
predominam os recursos próprios.
14
|
Figura 7 – Indicadores de financiamento – Bahia, 2010 e 2015
R$ 0
R$ 100
R$ 200
R$ 300
R$ 400
R$ 500
Rib
eir
a d
o…
Ibo
tira
ma
Serr
inh
a
Itab
era
ba
Jaco
bin
a
Val
ença
Bru
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Feir
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e…
Bar
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as
Cam
açar
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Salv
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r
Recursos próprios destinados a saúde por hab. (em R$*) - Bahia, 2010 e 2015
2010 2015*em valores correntes de 2016
R$ 0
R$ 100
R$ 200
R$ 300
R$ 400
R$ 500
Rib
eir
a d
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om
bal
Ibo
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Serr
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Itab
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ba
Jaco
bin
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Seg
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Feir
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e S
anta
na
Bar
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Cam
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i
Salv
ado
r
Transferências SUS por hab. (em R$*) - Bahia, 2010 e 2015
2010 2015*em valores correntes de 2016.
R$ 100
R$ 200
R$ 300
R$ 400
R$ 500
R$ 600
R$ 700
Rib
eir
a d
o P
om
bal
Ibo
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Serr
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Itab
era
ba
Jaco
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Feir
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e S
anta
na
Bar
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as
Cam
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i
Salv
ado
r
Gasto público em saúde por hab. (em R$*) - Bahia, 2010 e 2015
2010 2015*em valores correntes de 2016
15
|
Recursos Humanos
Nos gráficos da figura 8, apresentam-se, da esquerda para a direita, as taxas do total de
médicos por mil habitantes e o percentual disponível ao SUS. O cartograma, por sua vez, exibe
a variação do percentual de médicos disponíveis aos SUS considerando os anos 2010 e 2015.
Observa-se que, em 2015, apenas Salvador e Camaçari tiveram taxas de médicos por mil
habitantes superiores às estaduais (1,1). Verifica-se também que Seabra possui a menor taxa,
0,3, e segundo os dados do CNES, todos os médicos tinham vínculo com o SUS em 2010 e
2015. Isto aconteceu em outras 5 RS: Ribeira do Pombal, Ibotirama, Brumado, Santa Maria da
Vitória e Irecê. Nestas RS, as taxas de médicos total estavam bem abaixo dos valores da Bahia
e do Brasil, respectivamente 1,1 e 1,3. Percebe-se também que pertencem ao grupo com IDH
abaixo de 0,612.
Vale a pena notar que a taxa de médicos de Saúde da Família e Comunidade (Figura 9)
expandiu consideravelmente em todas as RS, entre os anos 2010 e 2015, com aumento
percentual variando de 5,8% (Seabra) a 318,4% (Barreiras). Em 2015, 21 RS apresentaram taxas
maiores do que as do estado.
As taxas de cirurgiões-dentistas por 100 mil habitantes, por sua vez, tanto em 2010 quanto
em 2015, mostraram uma relação direta com o IDH (Figura 10). Além disso, reduções das taxas
de cirurgiões-dentistas disponíveis ao SUS ocorreram, em geral, nas RS de IDH mais baixo.
Ainda que tenham apresentado um aumento nas taxas no total de cirurgiões-dentistas, as RS
Valença e Ibotirama tiveram diminuições importantes nos percentuais de profissionais
disponíveis ao SUS entre 2010 e 2015.
16
|
Figura 8 – Médicos por mil habitantes, percentual disponível ao SUS e cartograma com diferença do percentual disponível ao SUS – Bahia, 2010 e 2015
0,4
0,4
0,5
0,5
0,5
0,4
0,6
0,5
0,3
0,6
0,4
0,5
0,8
0,6
0,7
0,9
0,8
0,7
1,0
1,0
0,9
0,7
0,8
0,9
1,0
0,8
1,2
2,3
0,3
0,3
0,4
0,4
0,4
0,4
0,5
0,5
0,5
0,4
0,4
0,3
0,8
0,5
0,5
0,8
0,7
0,6
0,7
0,9
0,8
0,7
0,7
0,7
0,8
0,6
1,3
2,0
2,3 1,8 1,3 0,8 0,3 0,2
2010 2015
Médicos por mil habitantes
100%
100%
80%
80%
80%
100%
100%
80%
100%
100%
100%
100%
75%
83%
86%
89%
75%
86%
80%
90%
78%
86%
88%
78%
90%
88%
75%
78%
100%
100%
100%
100%
75%
75%
100%
80%
100%
100%
75%
100%
75%
100%
100%
88%
71%
83%
86%
89%
75%
86%
86%
86%
100%
100%
77%
80%
60% 80% 100%
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da…
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de…
Vitória da…
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
% SUS 2010 % SUS 2015
% disponível ao SUS
17
|
Figura 9 – Médicos de Saúde da Família ou de Comunidade disponíveis ao SUS por 100 mil hab. e cartograma com variação percentual – Bahia, 2010 e 2015
18,6
18,5
17,2
17,6
20,0
12,6
14,7
10,5
13,7
15,3
15,6
18,0
18,3
13,2
16,2
19,4
19,0
16,6
14,8
11,2
9,8
18,4
17,9
16,5
12,5
13,9
14,3
7,7
6,8
5,2
7,9
9,3
7,0
6,8
8,3
5,9
13,0
4,6
4,7
4,9
13,1
4,2
5,6
9,8
14,0
9,1
8,3
5,6
6,5
9,5
12,8
8,3
10,2
3,3
10,9
5,0
2 7 12 17
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
18
|
Figura 10 – Cirurgiões-dentistas por 100 mil hab., percentual disponível ao SUS e cartograma com diferença do percentual disponível ao SUS – Bahia, 2010 e 2015
21,9
24,9
20,6
37,6
33,6
25,8
38,4
31,2
25,3
24,7
25,1
36,2
37,9
41,6
33,8
25,5
43,4
36,9
45,8
43,6
47,3
41,7
40,2
40,5
40,3
42,6
37,0
55,1
17,9
20,1
18,5
34,5
26,9
21,6
32,5
30,8
22,7
19,1
21,6
29,0
35,6
33,7
27,0
27,8
38,5
32,0
32,1
36,9
43,5
35,6
37,6
41,5
33,9
33,6
41,5
51,2
60 40 20
2010 2015
Dentistas por 100 mil hab.
82%
76%
73%
74%
72%
56%
62%
69%
98%
75%
74%
81%
49%
67%
64%
70%
47%
69%
54%
46%
48%
74%
58%
49%
75%
59%
67%
53%
76%
95%
86%
84%
72%
75%
66%
73%
95%
80%
71%
81%
50%
64%
69%
78%
44%
75%
49%
55%
49%
65%
58%
44%
75%
63%
58%
58%
40% 60% 80% 100%
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da…
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de…
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
% SUS 2010 % SUS 2015
% disponível ao SUS
19
|
Recursos Físicos
Na Figura 11, comparando 2010 e 2015, nota-se que a quantidade de leitos por mil
habitantes diminuiu no estado da Bahia e em quase todas as suas RS, com exceção de Feira de
Santana, Ilhéus, Vitória da Conquista, Paulo Afonso e Ribeira do Pontal. Nas regiões de saúde
de IDH mais baixo, é maior a proporção de leitos disponíveis ao SUS, em 2015. Contudo, a maior
variação percentual foi verificada em Cruz das Almas, 7º maior IDH do estado.
20
|
Figura 11 – Leitos totais por mil habitantes, percentual disponível ao SUS e cartograma com diferença do percentual disponível ao SUS – Bahia, 2010 e 2015
1,4
1,8
1,6
1,0
1,6
1,9
1,9
1,4
2,2
2,0
1,9
2,4
1,8
2,2
2,6
1,6
1,1
1,6
1,4
2,7
1,6
2,1
1,6
1,4
1,8
1,9
1,2
2,5
1,5
1,9
1,8
1,2
2,0
1,6
2,2
1,7
2,0
2,1
1,9
3,0
2,3
2,5
2,8
2,2
0,9
1,7
1,3
2,8
1,8
2,3
1,8
1,8
1,8
2,1
1,5
2,1
3,0 2,0 1,0 0,0
2010 2015
Leitos totais por mil hab.
91%
90%
87%
92%
78%
95%
87%
90%
93%
93%
83%
91%
80%
91%
86%
89%
88%
90%
76%
88%
72%
96%
83%
74%
76%
91%
76%
67%
98%
92%
89%
87%
94%
96%
84%
96%
97%
92%
93%
95%
84%
88%
85%
89%
94%
94%
81%
87%
84%
82%
82%
78%
82%
87%
74%
68%
60% 80% 100%
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da…
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de…
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
% SUS 2010 % SUS 2015
% disponível ao SUS
21
|
Desempenho dos Serviços de Saúde
A dimensão desempenho dos serviços de saúde é composta pelas seguintes sub
dimensões: efetividade, acesso, eficiência, respeito aos direitos das pessoas, aceitabilidade,
continuidade, adequação e segurança. Aqui, são exploradas três: efetividade, acesso e
adequação.
Efetividade
A efetividade é definida pelo grau com que a assistência, os serviços e as ações atingem
os resultados esperados. A seguir, são abordados alguns indicadores relacionados a esta
dimensão para o estado da Bahia.
A taxa de incidência de AIDS por 100 mil habitantes apresenta-se menor em 2015, se
comparada aos valores de 2010, em 16 regiões de saúde (Figura 12). As maiores quedas foram
em Ribeira do Pontal e Vitória da Conquista (-5%). Os maiores aumentos da taxa de incidência
ocorreram em Teixeira de Freitas (14,3 para 21,2), Juazeiro (9,8 para 14,4) e Barreiras (7,1 para
11,6). Em 2015, Porto Seguro apresentou a maior incidência (26,7) superando Salvador (25,6).
A internação por asma (Figura 13), por sua vez, é um indicador de efetividade da atenção
primária em saúde, por se tratar de uma causa de internação considerada evitável por ações da
atenção básica. A taxa de internação por asma também diminuiu em todas as RS da Bahia, com
exceção de Ibotirama, que apresentou um pequeno aumento de 17,5% de variação.
Considerando que, em 2015, a taxa para Brasil é de 25,1 e para a Bahia de 70,8, percebe-se
que apenas 5 RS apresentam taxas inferiores às do país ainda que 12 RS apresentam valores
abaixo da média do estado. Chamam a atenção os altos valores observados, em 2010, nas RS
Irecê (523,3) e Santa Maria da Vitória (497,3), que tiveram grandes quedas (-44,8 e -60,4 %,
respectivamente). As regiões de saúde com as taxas mais altas, em 2015, foram Irecê (289),
Jequié (265) e Seabra (201). Essas grandes variações entre os dois anos observadas em
algumas RS podem estar relacionadas com o acesso à uma atenção básica resolutiva,
disponibilidade de medicamentos para asma e a fatores ambientais.
22
|
Figura 12 – Taxa de incidência de AIDS por 100 mil hab. e cartograma com variação percentual – Bahia, 2010 e 2015
1,8
2,5
4,9
6,9
3,5
11,9
3,6
6,6
6,3
5,9
7,2
3,2
4,9
1,9
7,8
14,4
4,7
7,1
5,8
8,6
12,9
8,1
21,2
26,7
9,6
11,6
13,3
25,6
6,8
1,5
5,7
8,9
4,8
8,7
3,3
7,9
7,0
4,1
10,3
6,5
5,2
3,3
7,5
9,8
2,8
5,2
10,8
9,3
13,2
8,0
14,3
23,2
10,3
7,1
14,3
26,9
0 5 10 15 20 25 30
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
23
|
Figura 13 – Taxa de internação por asma por 100 mil hab. padronizada por sexo e idade e cartograma com variação percentual - Bahia, 2010 e 2015
65,5
181,0
125,9
115,0
75,9
180,7
60,8
154,4
201,0
288,8
54,2
196,8
46,8
68,2
265,0
32,2
8,8
63,0
66,6
158,6
49,0
11,0
40,9
14,7
27,9
103,0
2,5
3,1
259,4
154,1
240,3
250,5
219,5
246,6
150,5
275,1
254,1
523,3
132,2
497,3
97,6
232,6
318,6
100,6
35,9
186,4
83,1
202,8
214,7
25,2
79,0
19,1
100,2
111,6
12,6
6,8
0 100 200 300 400 500
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
24
|
Acesso
Na matriz conceitual do PROADESS, acesso é definido como “a capacidade do sistema
de saúde em prover o cuidado e o serviço necessários, no momento certo e no lugar adequado”.
Nesse sentido, os indicadores de maior validade são aqueles baseados em dados oriundos de
inquéritos populacionais que tem como denominador a população total. Entretanto, séries
temporais de dados provenientes dos sistemas públicos administrativos, ainda que sejam
referentes apenas à população de usuários desses sistemas, podem produzir indicadores que
também demonstram a acessibilidade da população aos serviços de saúde. Por outro lado, a
regionalização, mesmo que apenas territorial, permite avaliar a autonomia de conjuntos de
municípios limítrofes quanto ao uso de serviços pela população residente. A seguir apresentam-
se indicadores de ambas as categorias.
Na Bahia, podem ser observados acréscimos importantes no que se refere ao percentual
da população coberta pela ESF, especialmente entre 2000 e 2006. No período mais recente
(2010–2015), crescimentos importantes podem ser vistos em Senhor do Bonfim, Barreiras,
Ribeira do Pombal e Ibotirama (Figura 14). As quatro regiões tinham uma cobertura em torno
de 50-60% em 2010 e passaram a apresentar valores próximos a 80%. Embora as RS Salvador
e Camaçari tenham apresentado aumentos próximos a 10%, continuaram apresentando as
menores coberturas do estado, em 2015.
No que se refere ao percentual da população coberta por plano ou seguro de saúde,
percebe-se pouca variação entre 2010 e 2015 (Figura 15). A cobertura nas RS é baixa, com
exceção de Salvador (26,8%, em 2015), e Camaçari (19,3%, em 2015). Quanto mais baixo o
IDH, em geral, menores são os valores observados.
Na Figura 16 e 17, são exibidos, para 2010 e 2015, os percentuais de internações
clínicas e cirúrgicas de média complexidade que foram realizadas fora da região de saúde de
residência do usuário. Ou seja, quando as pessoas residentes em uma determinada RS
realizaram o procedimento em municípios que não compõem sua RS. No caso das internações
clínicas em 2010 nas RS Paulo Afonso, Camaçari e Cruz das Almas mais de 25% dos
procedimentos foram feitos em outras RS. Em 2015, em Camaçari, o percentual de internações
25
|
clínicas feitas em outras regiões chegou a 42%; em Cruz das Almas, Paulo Afonso e Alagoinhas
esse percentual foi de cerca de 39 e 33 e 20% respectivamente.
No que se refere às internações cirúrgicas (Figura 17), em 2015, 15 RS apresentaram
percentuais maiores do que 25%, com destaque para Seabra (54,4%), Itapetinga (48,2%) e
Serrinha (45,5%), o que só ocorreu em 8 RS em 2010. Isso significa uma menor capacidade da
RS em responder às demandas de seus residentes por procedimentos de internação cirúrgica.
26
|
Figura 14 – População coberta pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) e cartograma com diferença percentual – Bahia, 2010 e 2015
86%
81%
82%
90%
86%
73%
88%
80%
77%
83%
79%
89%
76%
81%
74%
74%
82%
84%
68%
68%
58%
85%
87%
86%
64%
69%
56%
32%
61%
56%
66%
79%
67%
66%
76%
65%
76%
67%
51%
72%
67%
72%
74%
65%
78%
85%
63%
63%
59%
75%
89%
80%
63%
43%
47%
21%
10% 40% 70% 100%
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
27
|
Figura 15 – População coberta por planos e seguros de assistência suplementar à saúde e cartograma com diferença percentual – Bahia, 2010 e 2015
1%
1%
2%
2%
3%
2%
2%
3%
2%
2%
6%
2%
8%
2%
4%
7%
5%
4%
8%
9%
8%
3%
8%
9%
12%
4%
19%
27%
1%
1%
2%
2%
2%
2%
2%
3%
1%
1%
3%
2%
7%
1%
4%
6%
5%
3%
7%
8%
6%
4%
11%
8%
9%
4%
22%
24%
0% 5% 10% 15% 20% 25%
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
28
|
Figura 16 – Percentual de internações clínicas realizadas fora da Região de Saúde de residência – Bahia, 2010 e 2015
2010 2015
29
|
Figura 17 – Percentual de internações cirúrgicas realizadas fora da Região de Saúde de residência – Bahia, 2010 e 2015
2010 2015
30
|
Adequação
Por adequação compreende-se o grau com que os cuidados prestados às pessoas estão
baseados no conhecimento técnico-científico existente. O percentual de nascidos vivos de
mães que fizeram mais de 6 consultas pré-natal e a proporção de partos cesáreos são exemplos
de propiciam essa avaliação.
O percentual de nascidos vivos de mães que fizeram mais de 6 consultas pré-natal
(Figura 18) aumentou em todas as regiões de saúde da Bahia, com uma diferença percentual
entre 3,8% (Salvador) e 28,5% (Santa Maria da Vitória). Os maiores valores, em 2015, foram
encontrados em Guanambi (73,3%) e Barreiras (70,5%). No outro extremo, estão Ilhéus
(40,9%) e Valença (42,5%).
A única RS com redução do percentual de parto cesáreo (Figura 19) foi Feira de Santana
(-2,9%), enquanto as demais chegaram a apresentar um aumento de até 13,2% (Seabra).
Ibotirama apresenta o menor percentual de partos cesáreos (27,9%, em 2015) e Barreiras, o
maior, com mais de 50%. Ainda assim, todas as RS apresentam percentuais inferiores ao do
país, que foi de 55,5%, em 2015.
31
|
Figura 18 – Percentual de nascidos vivos de mães que fizeram mais de 6 consultas pré-natal e cartograma com diferença percentual – Bahia, 2010 e 2015
57%
57%
59%
55%
61%
43%
70%
49%
66%
57%
52%
62%
54%
73%
54%
50%
58%
58%
55%
48%
41%
65%
56%
53%
49%
71%
47%
54%
31%
33%
36%
32%
39%
22%
57%
41%
47%
34%
41%
34%
41%
56%
38%
38%
44%
36%
37%
26%
18%
56%
45%
41%
41%
56%
40%
50%
10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
32
|
Figura 19 – Percentual de partos cesáreos e cartograma com diferença percentual – Bahia, 2010 e 2015
32%
28%
42%
41%
33%
35%
54%
37%
48%
32%
33%
35%
30%
44%
49%
42%
44%
47%
39%
42%
42%
49%
42%
38%
46%
50%
42%
49%
27%
28%
32%
28%
29%
28%
47%
26%
34%
23%
29%
26%
28%
34%
39%
33%
35%
46%
35%
35%
42%
45%
36%
32%
49%
39%
40%
49%
20% 30% 40% 50%
Ribeira do Pombal
Ibotirama
Serrinha
Itaberaba
Jacobina
Valença
Brumado
Itapetinga
Seabra
Irecê
Senhor do Bonfim
Santa Maria da Vitória
Alagoinhas
Guanambi
Jequié
Juazeiro
Paulo Afonso
Santo Antônio de Jesus
Vitória da Conquista
Itabuna
Ilhéus
Cruz das Almas
Teixeira de Freitas
Porto Seguro
Feira de Santana
Barreiras
Camaçari
Salvador
2010 2015
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Os indicadores apresentados foram selecionados a partir de um conjunto de cerca de
130 indicadores formulados pelo PROADESS para a análise do desempenho do sistema de
saúde nas Regiões de Saúde. Além dos indicadores, pelo portal (www.proadess.icict.fiocruz.br)
é possível consultar séries históricas dos últimos 10 ou 15 anos, que variam segundo a fonte
de dados.
Alguns achados merecem uma avaliação mais aprofundada. A redução na taxa de
mortalidade infantil foi verificada em quase todas as regiões de saúde da Bahia, mas seria
importante verificar o caso de Barreiras e Ribeira do Pombal, que tem IDHR nos extremos
opostos e que são regiões onde a TMI aumentou nos cinco anos analisados. A mortalidade por
AVC não aparece associada ao IDHR e viu-se que variações nas taxas podem ser devidas a
uma maior decisão sobre a causa básica dos óbitos evidenciada pela redução dos óbitos de
causa mal definida. A mortalidade por causas externas, por sua vez, cresceu muito na Bahia, e
tem uma relação nítida com o IDHR, sendo que maiores taxas observadas em 2015 foram
registradas em RS com IDHR mais elevado. É importante notar que Barreiras é uma RS na
qual os 3 indicadores de mortalidade apontam piores situações.
No que se refere ao financiamento dos serviços de saúde, nota-se aumento no gasto
público em saúde em todas as regiões, em decorrência das transferências SUS e do aumento
dos recursos próprios dos municípios aplicados em saúde, especialmente em RS com maior
IDHR. Contudo, é reconhecida a existência de um subfinanciamento do SUS, que, aliada à falta
de equidade na distribuição dos recursos, impacta diretamente no desempenho do sistema de
saúde e na atenção à saúde ofertada.
Quando se considera o total de médicos, em poucas RS o número de médicos por mil
habitantes é igual ou superior a 1, parâmetro definido como básico pelos organismos
internacionais. Entretanto, é alta a proporção de médicos disponíveis ao SUS em todas as RS
(>70%). No caso dos médicos de saúde da família ou de comunidade, grandes crescimentos
entre 2010 e 2015 foram observados em todas as regiões. O aumento no número de dentistas
por 100 mil hab. foi verificado em quase todas as RS, mas sua distribuição continua sempre
diretamente associada ao crescimento do IDHR.
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O controle da incidência de AIDS vem sendo feito de maneira efetiva, quando se
comparam dados de 2010 e 2015, em grande parte das RS com IDH mais baixo. O mesmo não
acontece nas RS do litoral, onde nota-se um aumento nas taxas de incidência. Outro indicador
de efetividade refere-se à diminuição da internação hospitalar por asma em todas as RS (com
exceção de Ibotirama), provavelmente decorrente do melhor desempenho da atenção primária.
Com a ampliação da cobertura da população pela Estratégia Saúde da Família,
certamente houve acréscimo no acesso aos serviços de saúde. Aumentos importantes nas RS
com IDH mais baixos indicam melhora nas desigualdades de acesso. Apesar de haver baixos
percentuais de população coberta por planos e seguros de assistência suplementar no estado,
em geral, nota-se um pequeno crescimento da cobertura da atenção privada em quase todas
as RS.
Quando foram consideradas as internações clínicas de média complexidade (excetuados
os partos normais) provenientes da base do SIH/SUS, para 2010 e 2015, observou-se que o
número de Regiões de Saúde que realizavam no máximo 10% das internações clínicas em
outra região de saúde, diminuiu de 20 para 15. No caso das internações cirúrgicas, enquanto
em 2010 havia 20 regiões que realizavam mais de 75% das internações de residentes, em 2015
apena 13 regiões de saúde se enquadravam nessa categoria. Essas diferenças podem apontar
para uma maior dependência de determinadas regiões de saúde em relação aos serviços
hospitalares de outras RS. Contudo, uma análise aprofundada deve considerar a pactuação
entre as gestões, mudanças organização das redes de atenção locais e as necessidades de
saúde da população nos diferentes níveis de complexidade.
Quando se examina os indicadores de adequação do cuidado ofertado, percebe-se que,
se por um lado, houve uma melhora na proporção de nascidos vivos de mães que fizeram 6 ou
mais consultas de pré-natal; por outro, a diminuição dos percentuais de parto cesáreo persiste
como um desafio compartilhado por todo o país.
Como mencionado, algumas bases de dados são universais, enquanto outras limitam-
se aos procedimentos realizados através do SUS. A principal limitação refere-se ao fato de que
só é possível calcular indicadores para Regiões de Saúde quando há informações para os
municípios que as compõem. Por esse motivo, são escassos indicadores sobre determinantes
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ambientais socioeconômicos e demográficos. O mesmo acontece no caso das condições de
saúde e das necessidades de saúde, analisadas basicamente a partir das causas de
mortalidade. Para outras dimensões da matriz conceitual do PROADESS, a carência de dados
é maior quando se pensa em avaliar aspectos relacionados à qualidade e continuidade do
cuidado, o que muitas vezes só pode ser realizado localmente, através de inquéritos
populacionais ou de informações dos serviços nos âmbitos estadual ou municipal.
De qualquer forma, ainda que a regionalização seja possivelmente restrita apenas ao
aspecto territorial, as regiões de saúde são unidades de análise úteis para o planejamento em
saúde, já que se constituem em áreas maiores do que os municípios, o que reflete em uma
maior confiabilidade dos resultados.
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É permitida a reprodução parcial desse documento, desde que citada a fonte.
Leituras recomendadas
- GONDIM, Grácia Maria de Miranda et al. O território da saúde: a organização do sistema
de saúde e a territorialização. In: MIRANDA, Ary Carvalho de, et al. (orgs.). Território,
ambiente e saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008. p.237-255.
- SANTOS, Adriano Maia dos, ASSIS, Marluce Maria Araújo. Processo de regionalização da
saúde na Bahia: aspectos políticos-institucionais e modelagem dos territórios sanitários.
Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional 13(2), p. 400-422, mai-ago/2017,
Taubaté, SP.
- VIANA, Ana Luiza d’Ávila. Projeto de pesquisa Política, Planejamento e Gestão das Regiões
e Redes de Atenção à Saúde no Brasil. Disponível em: http://www.resbr.net.br