UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
FERNANDO LUIZ CAVALCANTE
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS SUBPRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS NOS ABATEDOUROS
MUNICIPAIS DE TERESINA-PI.
RECIFE-PE
2009
1
FERNANDO LUIZ CAVALCANTE
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS
SUBPRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS NOS ABATEDOUROS
MUNICIPAIS DE TERESINA-PI.
Apresentação de trabalho monográfico como
monografia de conclusão do curso de pós-
graduação em higiene e inspeção de produtos
de origem animal, como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista.
Orientador: Prof. Dr. Manoel Henrique Klein
Júnior.
RECIFE-PE
2009
2
FERNANDO LUIZ CAVALCANTE
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BENEFICIAMENTO DOS SUBPRODUTOS NÃO COMESTÍVEIS NOS ABATEDOUROS
MUNICIPAIS DE TERESINA-PI.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
PROF.
PRESIDENTE
___________________________________________
PROF.
___________________________________________
PROF.
RECIFE, PE
2009
3
Dedico este Trabalho a Rosângela Cavalcante
uma companheira determinada e otimista na
certeza dos acontecimentos, ao Jalyson Hidd
na pessoa da Fundação Municipal de Saúde –
FMS, por ter proporcionado essa conquista e, a
minha filha Marta pela inspiração de vida.
4
Gostaria de expressar meus sinceros
agradecimentos a todos os amigos (colegas) do
curso em especial ao Américo, Marconi, Max
e Hamilton pelo companheirismo maior e, ao
corpo técnico da Equalis na pessoa do genitor
Roberto idealizador desta escola de ensino e
ao Paulo, coordenador do curso.
5
Aos professores, em especial aos Professores
Manoel Henrique Klein Júnior e Silvia Ahid,
que tiveram o comprometimento e
conhecimento compartilhado. A todos que
contribuíram para que a conclusão deste
trabalho fosse possível.
6
Mauve me censura por ter
dito: 'Eu sou um artista',
mas não me retrato, porque
é evidente que essa palavra
carrega de modo implícito o
significado de 'procurar
sempre sem encontrar
jamais a perfeição´.
É precisamente o contrário
de: 'já sei, já encontrei(...)
Eu busco, eu persigo e o faço
com todo o meu coração´.”
Vincent Van Gogh
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RESUMO
O beneficiamento dos subprodutos não-comestíveis resultantes do abate inicia-se na sala de
matança de um estabelecimento de abate, com os cuidados com a matéria prima, constituindo-
se os procedimentos preliminares nos aspectos: higiene na obtenção, seleção e condição de
armazenamento. Esses subprodutos a medida que evolui o abate, são destinados para as
dependências beneficiadoras de subprodutos não-comestíveis, que são denominadas de
graxaria, dependência esta que fica separada totalmente da sala de abate, onde aí será feito o
processamento tecnológico de todo o fluxograma operacional até a obtenção do produto final
e estocagem.
Palavras – chave: Regulamentação. Graxaria. Biodigestão. Subprodutos. Legislação.
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ABSTRACT
The processing of inedible by-products resulting from slaughter begins in the classroom
killing of a slaughterhouse, with caring for the raw material, constituting the preliminary
procedures aspects: hygiene in the production, selection and storage condition. These by-
products as it evolves to the slaughter, are meant to dependencies gins of non-edible products,
which are called grease, a dependence which is completely separate from the slaughter room,
where there will be the technological processing of all operational flowchart until obtaining
the final product and storage.
Keywords: non-comestívies by-products, profit, profitability, grease
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Quantidade de animais abatidos resultantes nos estabelecimentos do abate da
espécie bovina, de janeiro a dezembro, 2008 ................................................................... 29
Tabela 2. Proporção (%) dos subprodutos em relação ao peso total da carcaça de um novilho
de 255 kg ........................................................................................................................ 29
Tabela 3. Produção diária de subprodutos resultantes nos estabelecimentos do abate de
bovinos em relação ao peso total da carcaça de um novilho de 255 kg, 2008 ................... 30
Tabela 4 Rentabilidade diária de subprodutos resultantes nos estabelecimentos do abate de
bovinos, 2008,considerando o valor da comercialização:R$ 1,00 para a farinha de carne e osso
e de R$ I,50 para o sebo .................................................................................................. 30
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO E LITERATURA ............................................................................ 11
2 JUSTIFICATIVAS .................................................................................................... 22
3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 23
3.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 23
3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 23
4 METODOLOGIA ...................................................................................................... 24
4.1 Métodos e Etapas do Fluxograma Operacional .......................................................... 24
4.1.1. 1ª Etapa: Recepção e Fragmentação ...................................................................... 24
4.1.2 2ª Etapa: Biodigestão.............................................................................................. 25
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 29
CONCLUSÃO ............................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 33
11
1 INTRODUÇÃO E LITERATURA
A pecuária bovina de corte por definição é uma atividade que está dividida em duas
linhas, podendo ser executadas juntas ou não. Uma é a criação de gado comercial e a outra de
gado de elite, sendo que a primeira tem como principal objetivo a produção de carne, órgãos e
vísceras de qualidade para a alimentação humana, além de fornecer matéria-prima para a
indústria de ração animal, farmacêutica, de cosmético, de calçado, de roupas, entre outras. Já
a criação de gado de elite tem como foco central à produção de matrizes e reprodutores para a
criação de gado comercial e elite.
O Brasil ocupa lugar de destaque na pecuária mundial, sendo considerado o maior
exportador de carne bovina, gerando paralelamente altos índices produtivos de matéria prima
para comercialização interna, (2009).
Deve ser considerado que para o alcance de tais índices produtivos é fundamental
que uma legislação atualizada normatize todas as etapas de produção, inclusive com
equivalência de padrões entre diversos países, possibilitando assim o comércio internacional,
mesmo que o produto não alcance tal mercado. Como exemplo pode ser citado as
preocupações tomadas para evitar a disseminação ou ocorrência de enfermidades, bem como
da contaminação advinha de má manipulação que podem vir a isolar um país como um todo e
até limitar o comércio dos produtos da agroindústria entre os estados de uma mesma unidade
federativa. Nesse particular, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), tem tido papel
de norteador na comercialização dos produtos de origem animal, sendo a barreiras sanitárias,
o principal ponto de discussão deste intercâmbio comercial. Por conta disso, no Brasil, o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)1 vem constantemente
atualizando a legislação específica de defesa agropecuária obedecendo aos critérios adotados
pela OIE, Codex Alimentarius e diferentes exigências de países importadores.
1 Desde a sua criação em 1909, esta pasta do governo federal já possuiu diversa denominações, como Ministério
da Agricultura, Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária e Ministério da Agricultura e
do Abastecimento. Atualmente é designado de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Contudo, dadas as dimensões do país e ainda por força da legislação federal, nem sempre a adoção de tais atos
legais são possíveis de serem cumpridos na prática, gerando diferentes padrões higiênico-sanitário na obtenção
de produtos.
12
Embora desde 1909 as atividades de inspeção sanitária dos produtos de origem
animal no Brasil, fossem realizadas, tal atuação na área industrial foi a partir da década de
vinte, melhor fundamentada em legislação específica, com a criação do Serviço de Inspeção
Federal (SIF) pelo MAPA, considerando que o país já se constituía em um exportador de
carne. No entanto somente na década de 50, com o crescimento industrial tipicamente
nacional tornou-se mais difundida (Pardi,1996). Neste contexto, para desempenhar suas
funções o SIF, desde os primórdios da sua criação, sempre contou com a cobertura de leis e
regulamentos sanitários, de tal forma que a atuação do órgão promoveu uma imagem de
respeito por autoridades nacionais e internacionais, bem como por parte da indústria
subordinada a esta fiscalização (Caldas, 1975, Santos 2009). Deve ser destacado o
Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos produtos de Origem Animal (RIISPOA),
aprovado pelo Decreto nº 30691 de 29 de março de 1952, que apesar de ter sofrido diversas
alterações é ainda o principal respaldo da atividade higiênico sanitária oficial presente na
indústria (Brasil, 2008). Este regulamento veio atender ao especificado Lei nº 1283 de 18 de
dezembro de 1950, a qual definia a abrangência da comercialização da produção em função
do nível de inspeção sanitária oficial presente na indústria, na ocasião dividida entre federal e
estadual. O SIF se constitui em um organismo público, especializado, criado e estabelecido
com a finalidade de atuação no campo industrial de alimentos de origem animal sendo
instituído pelo RIISPOA, que prevê todo atendimento da fonte produtora à entrega do produto
acabado no consumo (Jardim, 1981).
Entretanto, alterações na legislação promoveram em épocas distintas, níveis de
abrangência da inspeção, de acordo com a comercialização por parte do estabelecimento
industrial, dando competência a União e Estados e posteriormente aos Municípios para a
realização da inspeção higiênico-sanitária. Dessa forma, destaca-se a Lei nº. 5760 (Brasil,
1971), a qual só permitia o SIF em qualquer estabelecimento de produto de origem animal,
concedendo, entretanto convênios com os Estados desde que se enquadrassem nas normativas
de âmbito federal. Esta Lei visava uniformizar os procedimentos da inspeção sanitária em
todo o território nacional, por força das flagrantes distorções dos padrões técnicos e higênico-
sanitários existentes nos estabelecimentos produtores de alimentos de origem animal
fiscalizados pela União e aqueles outros sob a égide dos Estados e Municípios (Caldas, 1975;
Pardi, 1996).
É importante frisar que a regulamentação da Lei nº. 5760 pelo Decreto nº. 73116
(Brasil, 1973) e posteriormente da Lei nº. 6275 pelo Decreto nº. 78713 (Brasil, 1976), que
disciplinava os convênios com os Estados para a realização da inspeção e fiscalização sobre
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as pequenas e médias empresas que não se dedicassem ao comércio interestadual ou
internacional, não revogavam a Lei 1283 (Brasil, 1950). Entretanto não houve adesão por
parte dos estados e muitos estabelecimentos foram interditados e definitivamente fechados, o
que permitiu um desenvolvimento dos estabelecimentos com SIF, pela diminuição da
concorrência. Este período foi marcado por significativa melhoria do parque industrial,
destacadamente na redução da ociosidade, do aproveitamento dos subprodutos, no
oferecimento ao mercado de produtos de melhor qualidade, no controle eficiente das mazelas
sanitárias e dos registros nosológicos, na ampliação do mercado de trabalho e influenciou
positivamente para o desenvolvimento da pecuária nacional (Vieira Neto, 1996; Santos,
2007).
Com vistas a celebração de convênios para que os Estados assumissem as atividades
de inspeção o MAPA expede a Portaria no. 2, de 09 de fevereiro de 1977. Assim foram
aprovadas normas, sobre as condições higiênico-sanitárias mínimas necessárias para a
aprovação dos novos estabelecimentos de produto de origem animal ou reforma dos existentes
de acordo com a natureza e capacidade de produção, que não se dedicassem ao comércio
interestadual ou internacional. Contudo, não houve interesse por parte dos empresários e em
conseqüência do próprio governo estadual. Uma nova tentativa por parte do governo federal
para que a inspeção sanitária fosse também realizada nos níveis estadual e até municipal, até
então nunca referido, veio com o Decreto nº. 94554, de 07 de julho de 1987 (Brasil, 1987).
Esta legislação estimulava à construção e reaparelhamento de pequenos e médios matadouros
e sua fiscalização, de acordo com o que disciplinou a Portaria no. 85, de 24 de junho de 1988
(Brasil, 1988), bem menos exigente que a anterior, e ainda em vigor.
Com a promulgação da Constituição atual em 1988 que norteava para a
descentralização e em decorrência a municipalização, diminuíram as ingerências e ações do
governo federal e do MAPA sobre a inspeção higiênico sanitária. Em decorrência, em 1989
foi promulgada a Lei no. 7889 (Brasil, 1989), atualmente em vigor, que devolvia aos Estados e
doravante aos Municípios a atividade de inspeção na esfera do comércio intraestadual e
intramunicipal respectivamente, cabendo ao MAPA, como antes lhe competia, a fiscalização
dos produtos de origem animal destinados ao comércio interestadual e internacional.
Seguindo tal orientação legal, Estados e Municípios criaram suas próprias legislações que
determinavam a aplicação da inspeção dos produtos de origem animal como para defesa
animal (São Paulo, 1992; Piauí; 1994; Minas Gerais, 1995; Rio Grande do Sul, 1996; Bahia,
1999; Espírito Santo, 1999; Rio de Janeiro, 1996; Juiz de Fora, 1994), bem como no Distrito
Federal, 1998 (Distrito Federal, 1998). Destaca-se a positiva interferência que o Decreto no.
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39972, de 1995, do Estado de São Paulo, se antecipando a uma norma federal ao uso de
métodos humanitários na insensibilização de animais para o consumo (Brasil, 1997; 2000).
Por outro lado, no estado do Rio de Janeiro, a regulamentação da Lei Estadual n.º 3345, de 29
de dezembro de 1999, só ocorreu há menos de dois anos (Rio de Janeiro, 2006).
Para Vieira Neto (1996), a legislação atualmente em vigor, que descentralizou a
inspeção, se constituiu em um retrocesso e no país existe um quadro calamitoso,
principalmente nas cidades mais afastadas dos grandes centros. Assim, compete também,
além dos Estados, aos Municípios a criação das legislações e dos regulamentos. Entretanto, o
RIISPOA recomenda no seu artigo décimo a sua utilização e de outros documentos do MAPA
na falta de legislação própria dos Estados e Municípios (Brasil, 1997). Entretanto, na falta de
legislação própria, o RIISPOA deve ser utilizado, além e de outros documentos do MAPA
(Brasil, 1997). Com a finalidade de orientar aos Estados e Municípios na construção de
estabelecimentos de abate, o MAPA editou a Portaria no. 85, de 24 de junho de 1988, ainda
em vigor, (Brasil, 1988) a qual aprova as normas relativas às condições gerais para
funcionamento dos pequenos e médios matadouros para abastecimento local.
Vale ressaltar que a Lei no. 9712, de 20 de novembro de 1998 (Brasil, 1998),
regulamentada em 2006 (Brasil, 2006), cria o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária (SUASA), cuja fiscalização deverá ser articulada com o Sistema Único de
Saúde (SUS), no que se refere à saúde pública. A nova legislação regulamenta toda a parte
referente à defesa agropecuária, vetada na lei de política agrícola aprovada em 1991 (Brasil,
1991).
O MAPA na qualidade de instância central ou superior do SUASA, deverá fixar as
normas referentes a inspeção higiênico-sanitária nos estabelecimentos de produtos de origem
animal, da vigilância de portos, aeroportos e postos de fronteira internacionais, avaliação das
ações desenvolvidas nas instâncias intermediárias (Estados) e locais (Municípios) e
manutenção do Código de Defesa Agropecuária, entre outras ações previstas. No caso
particular da inspeção higiênico sanitária dos produtos de origem animal, será permitido,
desde que atendendo as normas previstas, aos Estados e Municípios aumentar a abrangência
da comercialização. Neste sentido, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal do MAPA definiu os requisitos e demais procedimentos necessários para a adesão ao
Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI/SUASA) pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios (Instrução normativa no. 19, de 24 de julho de 2006),
que atenderem a equivalência com o reconhecimento do seu sistema de inspeção.
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Deve ser ressaltado que permanecem válidos os critérios definidos pela Lei no. 7889
(BRASIL, 1989), que disciplina a competência da Inspeção em nível Federal, Estadual e
Municipal. Desta forma, como ainda não ocorreu nenhuma adesão até o momento, apenas os
estabelecimentos registrados no SIF estão aptos à comercialização interestadual.
Com relação a atuação da fiscalização durante a fase comercialização dos alimentos
em geral, compete a vigilância sanitária municipal, sendo atribuição do Estado somente nos
municípios que não dispõem de Secretarias de Saúde, como disciplina a Lei no. 8080 que
criou o SUS (Brasil, 1990) e o Decreto no. 3029 que regulamentou a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Brasil, 1999).
Em 1967 entrou em funcionamento, no município de Campo Maior, distante a 90
quilômetros da capital do Estado, o Frigorífico do Piauí S.A. (FRIPISA), sujeito ao SIF. Este
tinha como principal mercado comercial a cidade de Teresina. Paralelamente, existia o
matadouro municipal de Teresina, sob inspeção municipal para o abate de bovinos. Suínos e
pequenos ruminantes. Tanto os estabelecimentos de Teresina e o de Campo Maior,
constituíam-se em empresas pertencentes ao município e ao estado, respectivamente (Freitas,
1999).
Embora a inspeção da carne em Teresina tenha iniciado em 1932 (Tito Filho, 1978),
informações mais precisas sobre a atuação da mesma junto ao matadouro municipal de
Teresina só estão disponíveis a partir da década de 70. Nesta época, quando do início do
funcionamento do FRIPISA o abate de bovinos foi desviado para Campo Maior ficando a
inspeção municipal de Teresina responsável apenas pelo controle higiênico-sanitário da
matança de suínos e pequenos ruminantes (Freitas, 1999). Neste período, como anteriormente
enfocado, a atividade da inspeção higiênico sanitária industrial era respaldada com base na
Lei n.º 1283 (Brasil, 1950), contudo não atribuindo aos órgãos municipais a realização desta
atividade, competência esta atribuída apenas aos Estados, Territórios e Distrito Federal. No
entanto, no parágrafo único do seu art. 6º que proíbe a duplicidade de fiscalização, faz
referencia ao município –“Parágrafo único - A concessão de fiscalização do Ministério da
Agricultura, isenta o estabelecimento industrial ou entreposto de fiscalização estadual ou
municipal”.
Face às legislações posteriores iniciadas em 1971, a partir de 1975, a implantação do
processo de federalização da inspeção no Piauí ocorreu apenas em quatro Municípios do
Estado do Piauí, o que levou ao encerramento das atividades do matadouro municipal de
Teresina e todo abate ficou concentrado no FRIPISA (Pardi, 1996; Brasil, 1997b; Freitas,
1999). Embora até o final da década de 80 o abastecimento da carne bovina, suína e de
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pequenos ruminantes em Teresina e nas demais regiões federalizadas (municípios de Campo
Maior, Altos e Demerval Lobão), tenha se regularizado e a população destas áreas tido
benefícios com a oferta de carnes provenientes de abate com inspeção federal, a privatização
do FRIPISA foi acompanhada de negligência das autoridades locais, na sustentação da
legislação quanto ao controle na comercialização (Freitas, 1999). Com isso proliferou o abate
clandestino não só na região, bem como na maioria dos Estados brasileiros (Carvalho, 1985;
Maciel, 1995; Solis 1996, Avicultura industrial, 2006), que inclusive levou a desativação do
FRIPISA, em 1994.
Entretanto, somente em 1993, a partir de relatório técnico elaborado pela Secretaria
Municipal de Saúde (Teresina, 1993b), no qual foram identificados 14 pontos de abate e
caracterizadas as precárias condições de estrutura física, obtenção das carcaças sem nenhuma
higiene e ainda a constatação de ser de 50% o volume de carnes clandestinas comercializadas
em Teresina, as autoridades locais resolveram por em prática a legislação. Assim, o Decreto
Municipal no. 2469, de 14 de outubro de 1993, delegava poderes a Secretaria Municipal de
Saúde a competência da inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem animal
(Teresina, 1993), tendo sido criado o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) reativando a
inspeção no município de Teresina, interrompida desde 1975, como descrito anteriormente.
Tomando-se como base a legislação federal, a Lei no. 7889 é clara quando atribui as
Secretarias ou Departamentos de Agricultura dos Municípios esta atividade a nível industrial,
restringindo aos órgãos de saúde pública atuação durante a comercialização dos alimentos
(Brasil, 1989). Esse fato político deixa a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento de
Teresina sem cumprir uma importante atividade de sua competência, que vem sendo realizada
pela Vigilância Sanitária a qual o SIM é vinculado.
No Brasil, apesar de atualmente existirem os três níveis de inspeção industrial, e
terem autonomia para atuarem em suas respectivas áreas, possuem como origem a mesma lei
federal (Brasil, 1989) a qual apenas define os órgãos de competência e esfera de atuação.
Neste sentido não existe um órgão federal que coordene ou fiscalize as atividades da inspeção
estadual e municipal, como ocorre em outros países (Hedrick et al., 1994; DEFRA, 2006;
CFIS, 2006) e como prevê a legislação do SUASA (2006) quando do efetivo funcionamento
do SISBI (Brasil, 2006).
Contudo, o SIM de Teresina (Teresina, 1993) não possui qualquer documento legal
que ampare as atitudes tomadas durante a execução dos serviços, o que promove a utilização
de material adotado pelo SIF. Este fato parece ser decorrente da impossibilidade legal da
Vigilância Sanitária em elaborar o regulamento da inspeção industrial do município, já que
17
seria da competência das Secretarias ou Departamentos de Agricultura (Brasil, 1989),
podendo o projeto ser rejeitado pelos órgãos legislativos. O uso da regulamentação federal
acarreta transtornos e inviabilidade econômica para seu cumprimento por parte dos
proprietários dos matadouros já que a mesma é direcionada para estabelecimentos de maior
porte e que realizam o comércio interestadual e até internacional. Entretanto a inspeção de
produtos de origem animal para o Estado do Piauí é totalmente amparada em documentos
legais (Piauí, 1994 a;b) e mais recentemente reforçada pela reformulação do Serviço de
Defesa Agropecuária (Piauí, 2005; 2006), que também engloba essas atividades.
Independentemente dos aspectos legais a Vigilância Sanitária, através de outro setor
independente do SIM, atua no município de Teresina quanto ao controle da comercialização
da carne bovina clandestina, tão nociva ao consumidor (Cia, 1981; Germano, 1982; ; Panetta,
1993; Carvalho, 1985) a qual não é comercializada nos mercados públicos, açougues
particulares e supermercados, e não existe no município pontos de abate rotineiros (Vigilância
Sanitária, 2006). Teresina possui atualmente quatro matadouros de bovinos caracterizados
como empresas de sociedades limitadas cujos proprietários participam em graus variados dos
diversos segmentos da cadeia produtiva da carne e subprodutos. O agronegócio da carne de
bovinos abatidos em Teresina envolve diversos membros que podem atuar simultaneamente
nos diferentes segmentos. Estão envolvidos no setor, o marchante, o produtor de bovinos, o
atravessador, o proprietário do estabelecimento de abate, os funcionários do beneficiamento
da carne e subprodutos, os magarefes e os consumidores finais.
De acordo com o RIISPOA, que normatiza todo o funcionamento dos
estabelecimentos registrados no SIF (Brasil, 1997) os estabelecimentos de abate
obrigatoriamente devem possuir instalações para aproveitamento completo, racional e
perfeito, de subprodutos não comestíveis e de acordo com o artigo 21 são classificados em
matadouros-frigoríficos e matadouros, quanto ao abate de bovinos, suínos, caprinos e ovinos.
O abate de bovinos, quando realizado por indústrias devidamente equipadas (Brasil,
1971), permite um aproveitamento racional dos subprodutos bem como, evidentemente, das
meias carcaças. Apenas a comercialização das carcaças geralmente não é suficiente para
cobrir as despesas do abate, os subprodutos comestíveis e não comestíveis são fundamentais
para equilibrar a balança econômica dos abatedouros (Conde, 1975; Picchi, 1981). Segundo
Pichi & Felício (1980) citados por Felício (2005), que a proporção (%) dos subprodutos
derivados de uma carcaça de 255kg corresponde para farinha de osso 12 (4,71%) e para o
sebo 18kg (7,06%). Com exceção das carcaças, as partes com valor econômico dos animais,
derivadas do abate e dos vários processamentos, são consideradas subprodutos da
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indústria de carnes. Distinguem-se os subprodutos comestíveis e os não-comestíveis. Dentre os
primeiros, estão as vísceras, órgãos, os recortes de carne, as glândulas para fins
opoterápicos, os envoltórios naturais (submucosas) representados por tripas, bexigas,
esôfagos (Pardi, 1993). Ainda, outros produtos comestíveis como os gordurosos em
geral, gelatina e outros e não comestíveis estes últimos utilizados como ingredientes da
alimentação animal e saponáceos também podem e devem ser elaborados pelas indústrias de
abate, pois, além de gerarem lucro, tem relevância na manutenção da higiene industrial e
diminuição do impacto ambiental.
Nesse sentido é crescente o interesse na dinâmica do funcionamento de
estabelecimentos de abate, desde a recepção dos animais até a expedição da carne e dos
variados subprodutos comestíveis e não comestíveis gerados do processamento, já que
diversas alterações na rotina dos trabalhos têm sido freqüentes.
O RIISPOA (Brasil, 1997), em vigor desde 1952, define como Graxaria a seção
destinada ao aproveitamento de matérias-primas gordurosas e de subprodutos não
comestíveis, compreendendo: a) seção de produtos gordurosos comestíveis; b) seção de
produtos gordurosos não comestíveis e c) seção de subprodutos não comestíveis. Deve ser
ressaltada ainda a existência da "fábrica de produtos não comestíveis", ou seja, para um
estabelecimento não atrelado a uma indústria de abate, que manipula matérias-primas e
resíduos de animais de várias procedências, para o preparo exclusivo de produtos não
utilizados na alimentação humana. Da mesma forma sinaliza para a existência de uma fábrica
de produtos gordurosos quando destinadas exclusivamente ao preparo de gorduras, excluída a
manteiga, adicionadas ou não de matérias-primas de origem vegetal, para consumo humano.
O aproveitamento dos subprodutos do abate desonera de modo significativo o
produto principal, qual seja a carne. A despeito da evolução dos similares e sucedâneos de
subprodutos de abate, ainda é altamente expressivo o seu valor comercial. Nas condições
brasileiras, o aproveitamento total e eficiente dos subprodutos do abate verifica-se quase que
exclusivamente nos estabelecimentos industriais sob o SIF. Os estabelecimentos sob
jurisdição da inspeção sanitária oficial do estado e município, bem como os clandestinos,
nem sempre aproveitam todos os subprodutos, gerando, por vezes, sérios problemas de
poluição ambiental, além de desfalque à economia do país (Pardi, 1993). A indústria
frigorífica no Brasil é altamente heterogênea e divide-se em 2 grupos: 1) grupo formado por
pecuaristas mais tecnificados e frigoríficos fiscalizados pelo SIF, onde sua produção é
destinada para os principais supermercados e boutiques de carne, ou para exportação. 2) grupo
que compreende os agentes menos tecnificados e clandestinos, com vendas de produtos em
19
feiras livres e açougues de bairro, sem fiscalização sanitária nem recolhimento de impostos
pelo governo (Vinholis & Azevedo, 2000).
Face aos benefícios de ordem higiênica, sanitária, econômica e ambiental advinda do
beneficiamento dos despojos animais decorrentes do abate, impróprios ou não utilizados para
o consumo humano, na transformação em subprodutos não comestíveis, já descritos,
regulamentações que disciplinam a fabricação bem como limitam sua utilização vem
contribuindo para melhorias substanciais dos locais de beneficiamento. Dentre estas,
destacam-se: 1) o manual “práticas de elaboração em graxarias” (Brasil, 2001), o qual visa
harmonizar os procedimentos a serem observados pelo SIF e a responsabilidade da indústria,
no cumprimento das condições de instalações e equipamentos (localização e instalações),
matéria-prima, processamento, produto final, controles e higiene do ambiente; 2) a norma
“regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação
para estabelecimentos que processam resíduos de animais destinados à alimentação animal”
(BPFRA), o “modelo de documento comercial” e o “roteiro de inspeção das boas práticas de
fabricação” (Brasil, 2003) que tem como base a adequação das regulamentações impostas
pelos organismos que regulam o comércio internacional, definindo os procedimentos básicos
de fabricação de farinhas e gorduras destinadas à alimentação animal e outros derivados para
os estabelecimentos que processam resíduos de animais não comestíveis. Engloba as etapas
do processo de produção primária, quais sejam: colheita, recepção dos resíduos de animais
não comestíveis, processamento, controle da qualidade, empacotamento, armazenamento,
destinação e transporte. Destina-se ainda a orientar os fiscais federais agropecuários, no
exercício das ações de inspeção e fiscalização destes estabelecimentos, e as empresas do setor,
na elaboração e implementação de boas práticas de fabricação. Ambas legislações (Brasil
2001 e 2003) atualizaram procedimentos já contidas no RIISPOA (Brasil, 1997).
A grande responsável pela modernização do setor envolvido com a produção dos
subprodutos não comestíveis foi sem dúvida o surgimento da doença da vaca louca. O Brasil
teve que se enquadrar as normas internacionais e daí surgiram uma série de ações do MAPA
no sentido de garantir que a doença não ocorra no país. Nos últimos anos, marcadamente pela
disseminação da encefalopatia espongiforme transmissível (EET), diretamente vinculada ao
fornecimento de ração para ruminantes contendo farinha de carne e ossos de carcaças de
bovinos e ovinos, os subprodutos não comestíveis foram alvo de intensa preocupação por
parte dos diversos especialistas envolvidos na produção animal. Na década de 70 e início da
década de 80 ocorreram alterações nos processos de fabricação desses ingredientes, cujas
temperaturas utilizadas durante a reciclagem de proteína animal não eram suficientemente
20
altas para inativar totalmente a proteína priônica infecciosa, fato relacionado diretamente com
o surgimento da doença. A ingestão de menos que um grama de cérebro de um animal
contaminado é suficiente para produzir a doença. Além da EET, merece também atenção
mundial a erradicação da febre aftosa e peste suína clássica. Tais preocupações levaram a
criação de normas internacionais, como o da inativação de agentes patogênicos e de vetores
(OIE, 2005) e de regras sanitárias relativas aos subprodutos animais não destinados ao
consumo humano (EU, 2004), periodicamente atualizadas e adotadas pelo Brasil, divulgadas
na forma de legislação específica, já que é parte integrante do processo. Finalmente cabe
destacar que as ações oficiais do MAPA no sentido de garantir a vigilância sobre a EET,
particularmente quanto a proibição do uso como ingredientes na alimentação de ruminantes
de subprodutos não comestíveis de origem animal (Brasil, 2004b), não trouxeram como se
poderia pensar maiores prejuízos para os estabelecimentos que produzem tais materiais. Os
ingredientes de subprodutos de origem animal tem grande importância na alimentação de
aves, suínos e peixes, além da produção de rações para animais de estimação. Desta feita,
cada vez mais, as atenções se voltam para o aproveitamento mais racional e evoluído dos
produtos resultantes dos animais abatidos para utilização na alimentação dos animais de
consumo.
São variados os subprodutos não comestíveis de origem animal que podem ser
produzidos, assim como a utilização dos mesmos, indo desde ingredientes para ração animal
(farinhas de carne, osso ou mistura de ambas e de sangue), produção de sebo, bile conservada,
crina, casco e chifres secos e, peles salgadas cuja comercialização é restrita ao cumprimento
das exigências do MAPA quanto ao atendimento de normas de segurança aplicadas pelos
órgãos de defesa agropecuária nos Estados. Como exemplo, as peles adquiridas por curtumes,
desde que atendidas as exigências de tempo de permanência em contato com o sal e aplicação
do carbonato de sódio a 2% circularem livremente pelo país inclusive procedentes de áreas
consideradas infectadas por febre aftosa. Cabe destacar que as ações oficiais do MAPA no
sentido de garantir a vigilância sobre a EET, particularmente quanto a proibição do uso como
ingredientes na alimentação de ruminantes de subprodutos não comestíveis de origem animal
(Brasil, 2004b), não trouxeram como se poderia pensar maiores prejuízos para os
estabelecimentos que produzem tais materiais. Os ingredientes de subprodutos de origem
animal tem grande importância na alimentação de aves, suínos e peixes, além da produção de
rações para animais de estimação. Desta feita, cada vez mais, as atenções se voltam para o
aproveitamento mais racional e evoluído dos produtos resultantes dos animais abatidos para
utilização na alimentação dos animais de consumo.
202
21
Da numerosa listagem de subprodutos, interessam, neste trabalho, os mais
importantes, e apenas naquilo que se refere ao processamento de subprodutos não
comestíveis restrito aos estabelecimentos de abate de bovinos.
212
22
2 JUSTIFICATIVAS
2.1 Apesar da legislação atual permitir autonomia para União, Estados e Municípios
realizarem as atividades de inspeção higiênico-sanitárias juntos aos estabelecimentos de
produtos de origem animal, verifica-se interferências do MAPA por meio de legislação
instituída no Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal
– RIISPOA onde, estabelece a obrigatoriedade de prévia fiscalização, sob o ponto de vista
industrial e sanitária , de todos os produtos de origem animal, comestíveis e não comestíveis,
no sentido de impedir a disseminação de doenças, garantir o fornecimento de produtos livres
de contaminação a população e cuidados ambientais;
2.2 Os quatro estabelecimentos de abate existentes no município de Teresina, com controle do
Serviço de Inspeção Municipal (SIM), possuem uma importante participação no mercado
varejista de carne in natura, produzindo matéria prima para elaboração de subprodutos não
comestíveis, geração de emprego e renda;
2.3 O aproveitamento integral dos subprodutos não comestíveis resultantes do abate, são
considerados como componentes de lucro rentável nos estabelecimentos de abate.
2.4 O interesse é crescente na dinâmica do processo de aproveitamento integral dos
subprodutos não comestíveis nos estabelecimentos de abate, devido principalmente aos
benefícios lucrativos e ainda, pela diminuição do impacto há ser causado no meio ambiente.
23
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
Caracterizar a utilização dos subprodutos não comestíveis decorrentes do abate de
bovinos em Teresina, PI;
3.2 Específicos
Caracterizar o rendimento lucrativo na indústria com o aproveitamento integral dos
subprodutos não comestíveis do abate de bovinos em Teresina, PI.
24
4 METODOLOGIA
O método de abordagem utilizado na elaboração do trabalho, foi feito durante o
expediente de trabalho no serviço de inspeção onde me encontro exercendo as atividades de
inspetor e ainda, através de visitas nos quatro matadouros de animais de grande porte sob o
Serviço de Inspeção Municipal – SIM do município de Teresina, que fazem o aproveitamento
integral dos subprodutos não comestíveis resultantes do abate de bovinos exceto o sangue,
como também fazendo a busca de dados no relatório mensal de abate da quantidade de
animais abatidos diariamente por estabelecimento (A, B, C, D), no período de janeiro a
dezembro de 2008, que fica sob a responsabilidade da Gerência de Vigilância Sanitária –
GEVISA, órgão da Fundação Municipal de Saúde – FMS, responsável pelo gerenciamento do
Serviço de Inspeção Municipal – SIM do município de Teresina – Piauí.
Durante as visitas no horário de expediente de trabalho nos estabelecimentos, foram
analisados os métodos e etapas de processamentos dos subprodutos não comestíveis
iniciando-se na sala de matança do matadouro com a observação dos cuidados com a matéria
prima e transporte para a seção de graxaria, para dá inicio as etapas de processamento desde a
recepção da matéria prima até o processamento final, fazendo paralelamente o registro
fotográfico de todo o fluxograma operacional.
4.1 Métodos e Etapas do Fluxograma Operacional
4.1.1 1ª Etapa: Recepção e Fragmentação
Os subprodutos não-comestíveis, com o a evolução do abate, à medida que vão se
acumulando, são transportados, através de carro-de-mão para a seção de gaxaria, onde toda a
matéria prima é colocada no assoalho ao lado do digestor. O sebo é colocado em separado dos
demais subprodutos. A recepção da seção é dotada de equipamento, como o britador de ossos,
para sua fragmentação,que não só permite maior cozimento, mas também facilita a extração
da gordura pela exposição do calor e a prensagem de muito maior superfícies.
25
4.1.2 2ª Etapa: Biodigestão
Existem três processos para o beneficiamento das gorduras: o convencional, o
contínuo e por extração com solventes. O utilizado, nas graxarias em questão, é o
convencional, que utilizam o cozimento a seco sob pressão ou a vácuo que dão como
produtos, o sebo e resíduos protéicos, estes transformados em CRACKLINGS e estes em
farinha de carne e ossos.
As matérias- primas utilizadas são as gorduras, que situam-se entre os principais
subprodutos não-comestíveis, se caracterizando dentro desse contexto como responsáveis
pela denominação própria da seção para o seu beneficiamento - GRAXARIA-. Para esta
seção, são destinadas as gorduras das vísceras, ou seja, a perineal, a mesentérica, a
mediastínica, a do epiploon e outras como as gorduras de acúmulo das carcaças, como a
esternal, a caudal e a de cobertura e, sistematicamente, a inguinal (de capadura) e ainda
destinados para esta seção como subprodutos não-comestíveis, os demais despojos como, os
derivados da limpeza de contusões e da toalete das carcaças e as carnes e vísceras condenados
pelo serviço de inspeção. Portanto, há um aproveitamento pleno de todos os despojos. No que
diz respeito ao chamado material mole, que é constituído por todos os despojos que não
contém ossos. O material duro, é representado por “ossos moles”, ou “chatos” e por “ossos
duros”, os primeiros constituídos pelos ossos da cabeça, paleta, costelas, coluna vertebral,
bacia e sacro. Os ossos considerados duros são os longos dos membros, com o dos pés(
desprovidos dos cascos), das juntas( carpo, tarso e epífise dos ossos longos),
“canelas”(“chatas” ou metacarpianas e “redondas”, os metatassianos) e
“canelões”(úmero,rádio-cúbito,fêmur e tíbia).Esses ossos, exceto a cabeça, são de retorno dos
estabelecimentos comerciais, açougues, pois a desossa da carcaça é feita nestes
estabelecimentos.
Fases do processamento tecnológico da biodigestão
1ª Fase: Carregamento do digestor
O digestor é carregado quando já se encontra previamente aquecido, o seu
carregamento é feito manualmente em intervalos curtos até que seja atingido o máximo de
dois terços da capacidade em volume, onde se inicia primeiramente com o carregamento de
26
sebo por meio de um transportador helicoidal, tipo rosca sem fim, que desemboca na abertura
do digestor que se encontra com seu eixo central em movimento, e em seguida adiciona-se os
subprodutos moles e duros onde já foram passados pela etapa de fragmentação. O vapor, já
ligado, alimenta a dupla camisa e o sistema de revolvimento do material (eixo e pás) e a
pressão interna da camisa é controlada por manômetro próprio, até o máximo de 3,5
atmosferas. A temperatura interna dos digestores atinge 120°C. Durante a operação se impõe
verificar, também, o funcionamento do condensador, cuja purga deve ser controlada.
2ª Fase: Aumento da pressão interna
Uma vez carregado o digestor, fecha-se hermeticamente sua tampa, deixando-se
aberta a válvula própria que dá saída ao ar contido em seu interior. Até que o jato seja tão
somente de vapor, contínuo e forte, quando ela é fechada. Começa agora o manômetro ligado
ao interior do aparelho a indicar o aumento da pressão interna, que deve atingir 3,5 a 4
atmosferas (50-60 libras).
3ª Fase: Cozimento sob pressão
Uma vez estabilizada, a pressão deve ser mantida sem oscilações durante toda a fase
do cozimento, que durará cerca de 20 a 30 minutos, de acordo com a natureza do material
empregado. O tempo é contado a partir do momento em que o manômetro acusa a pressão
desejada. Após dez minutos de cozimento, interrompe-se o movimento do eixo por outros dez
e, em seguida, até o fim da operação, o eixo é recolocado a girar. No cozimento sob pressão
dá-se a desintegração do material, separando-se a água de constituição, à qual se incorpora a
gordura. Terminado o cozimento, fecham-se os registros de vapor e abre-se cuidadosamente a
válvula de segurança para a saída do vapor do interior do aparelho. Esta operação deve ser
feita com cuidado, e devagar, para evitar a projeção do material. Quando o manômetro marcar
zero, pode-se abrir a tampa. Durante a operação de cozimento é preciso estar atento ao
funcionamento da caldeira geradora de vapor, evitando-se elevações ou baixas bruscas de
pressão, que repercutem desfavoravelmente no cozimento. Caindo a pressão, nos digestores,
abaixo de 3,5 atmosferas, o tempo de cozimento tem que ser dilatado; quando ela se eleva
acima de 4 atmosferas, esse tempo deverá ser abreviado para evitar a queima do material e
imprimir cor escura ao sebo.
27
4ª Fase: Secagem do material cozido
Uma vez aberta a tampa para permitir a saída do vapor emanado do material,
reinicia-se o aquecimento com a abertura das válvulas de vapor do eixo e da camisa até 3,5-4
atmosferas no manômetro, mantendo-se o eixo em movimento durante toda essa fase. A
duração de secagem variará, conforme a qualidade do material e a eficiência operacional, de
1,30 a 2 horas, mas poderá ir até 3 horas, quando se tratar de produtos moles. Considera-se
terminada essa operação quando as amostras, retiradas pela válvula própria, apresentam
consistência arenosa e material não se aglutina à pressão dos dedos.
5ª Fase: Descarregamento
Ao fim da secagem, fecham-se as válvulas de vapor e abre-se a tampa de descarga,
vagarosa e cuidadosamente. Pela inversão da chave elétrica do motor, obtém-se o movimento
do mexedor em sentido contrário e a descarga mecânica do material para dentro do
percolador.
6ª Fase: Percolação
O operário que acompanha o descarregamento distribui uniformemente o material no
percolador ao mesmo tempo em que o revolve, favorecendo dessa forma a percolação da
gordura através dos crivos; a gordura é canalizada por gravidade para um tanque de
decantação e por um sistema de bombeamento vai para depósito apropriado com fundo cônico
onde também por sistema de bombeamento será armazenada em silo. O percolador requer
aquecimento permanente, não só para separar completamente o sebo, mas também para
facilitar o tratamento posterior do resíduo, operação que se faz melhor a quente.
7ª Fase: Desengorduramento final do resíduo
Quando o resíduo ainda quente é submetido à prensagem, pois a percolação por si só
não extrai o máximo de gordura contida no resíduo. Os resíduos moles misturados aos ossos,
são primeiramente triturados daí, através de um transportador helicoidal vão para a prensa que
por sua vez, proporciona uma prensagem contínua e com o mínimo de mão de obra por se
28
tratar de um equipamento de operação e manipulação delicadas, cujo rendimento atinge cerca
de 300 quilos por hora.
8ª Fase: Trituração dos resíduos e armazenamento
Os resíduos recém-desengordurados são encaminhados diretamente ao moinho por
meio de transportadores helicoidais para que sejam triturados onde terá como produto final
farinha de carne e osso, onde serão armazenados em sacos de 50 kg e empilhados em estrados
de PVC.
29
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 1. Quantidade de animais abatidos resultantes nos estabelecimentos do abate da
espécie bovina, de janeiro a dezembro, 2008
MÊS
ESTABELECIMENTOS
TOTAL
A B C D
JANEIRO 1.840 1.368 1.059 640 4.907
FEVEREIRO 1.504 1.335 882 580 4.301
MARÇO 1.484 1.323 922 471 4.200
ABRIL 1.305 871 906 649 3.731
MAIO 1.815 1.624 1.162 702 5.303
JUNHO 1.659 1.511 1.221 805 5.196
JULHO 1.596 1.455 1.260 831 5.142
AGOSTO 1.497 1.466 1.137 1.027 5.127
SETEMBRO 1.544 1.371 975 925 4.815
OUTUBRO 1.467 1.287 999 989 4.742
NOVEMBRO 1.530 1.102 1.136 843 4.611
DEZEMBRO 1619 1.108 1.191 861 4.779
TOTAL 18.860 15.821 12.850 9.323 56.854
Média / Dia 61 51 41 30 183
Tabela 2. Proporção (%) dos subprodutos em relação ao peso total da carcaça de um novilho
de 255 kg
SUPRODUTOS kg %
Farinha de carne e osso 12 4,71
Sebo 18 7,06
Subtotal 30 11,77
30
Tabela 3. Produção diária de subprodutos resultantes nos estabelecimentos do abate de
bovinos em relação ao peso total da carcaça de um novilho de 255 kg, 2008
Discriminação
ESTABELECIMENTOS
TOTAL
A B C D
Farinha de carne e osso 732 612 492 360 2.196
Sebo 1.098 918 738 540 3.294
Total 1.830 1.530 1.230 900 5.490
Média diária de abate 61 51 41 30 183
Tabela 4. Rentabilidade diária de subprodutos resultantes nos estabelecimentos do abate de
bovinos, 2008,considerando o valor da comercialização:R$ 1,00 para a farinha de carne e osso
e de R$ I,50 para o sebo.
Discriminação
ESTABELECIMENTOS
TOTAL
A B C D
Farinha de
carne e osso R$ 732,00 R$ 612,00 R$ 492,00 R$ 360,00 R$ 2.196,00
Sebo R$ 1.647,00 R$ 1.377,00 R$1.107,00 R$ 810,00 R$ 4.941,00
TOTAL R$ 2.379,00 R$ 1.989,00 R$1.599,00 R$ 1.170,00 R$ 7.137,00
No período de janeiro a dezembro de 2008 no município de Teresina – PI, os quatro
estabelecimentos de abate sob a inspeção do Serviço de Inspeção Municipal – SIM, abateram
56.854 bovinos, onde a média diária foi de 183 animais, sendo que 61 no estabelecimento A,
51 no B, 41 no C e 30 no D e, para o cálculo da produção diária dos subprodutos não
comestíveis resultantes do abate desses animais, foi estabelecido uma média de 255 kg /
carcaça, média esta considerada para os quatro estabelecimentos.
Considerando que a proporção (%) dos produtos resultantes em relação ao peso total
da carcaça de um bovino de 255 kg para farinha de carne e osso ser 12 kg que corresponde a
4,71 % e para o sebo serem 18 kg que corresponde a 7,06 % do peso total da carcaça, foi
31
calculado o rendimento diário resultante dos produtos não- comestíveis do abate desses
bovinos nos diversos estabelecimentos, onde para o estabelecimento A rendimento de farinha
de carne e osso foi de 732 kg e sebo 1.098 kg, para o B foi de 612 kg para farinha de carne e
osso e 918 kg para sebo, para o C 492 kg para farinha de carne e osso e 738 para sebo e para
o D 360 kg de farinha de carne e osso e 540 kg para sebo, tendo desta forma uma produção
total para os quatro estabelecimentos de 2.196 kg para farinha de carne e osso e 3.294 kg de
sebo, gerando uma rentabilidade diária de R$ 2.379,00 para o estabelecimento A, R$
1.989,00 para o estabelecimento B, R$ 1.599,00 para o estabelecimento C e R$ 1.170,00 para
o estabelecimento D, considerando que, como o estabelecimento B não possui seção de
graxaria todo os subprodutos são comercializados para o estabelecimento A , porém no
desenvolver do trabalho foi avaliado os quatro estabelecimentos, para calcular o rendimento
isolado de cada um, para uma caracterização complexa da proporção dos rendimentos
resultantes do abate de bovinos nos diferentes estabelecimentos como também servir como
referencial na crescente dinâmica do processamento de aproveitamento integral dos
subprodutos resultantes no abate desta espécie e diminuição do impactos que seria causado ao
meio ambiente caso não houvesse este aproveitamento.
32
CONCLUSÃO
O aproveitamento integral e em volume expressivo dos subprodutos não comestíveis
resultantes do abate de bovinos nos estabelecimentos de abate, se caracterizam pela sua
importância, não apenas do ponto de vista econômico por se destacar como equilíbrio na
balança econômica e comercial dos estabelecimentos, por desonerar de modo significativo o
produto principal: A CARNE, mas como também por ser um segmento operacional da
indústria que diminui expressivamente os impactos provocados ao meio ambiente e a saúde
pública.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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sanitária dos produtos de origem animal.Brasília, 1950. Disponível em:
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2001.
BRASIL. Instrução Normativa nº 15, de 29 de outubro de 2003. Aprovar o Regulamento
Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para
Estabelecimentos que Processam Resíduos de Animais Destinados à Alimentação Animal, o
Modelo de Documento Comercial e o Roteiro de Inspeção das Boas Práticas de Fabricação,
conforme anexos I, II e III. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Publicado
no Diário Oficial da União de 30/10/2003, Seção 1, Página 78, 2003.
BRASIL. Instrução Normativa nº 29 de 26 de outubro de 2004. Prorroga por 180 e por 545
dias os prazos previstos no item 7.1 do Anexo I da Instrução Normativa nº 15, de 29 de
outubro de 2003, para os estabelecimentos que processam resíduos de ruminantes e de não
ruminantes respectivamente destinados à alimentação animal, que tenham atendido, com
exceção do disposto, no item 3.3.2.5, até o dia 30 de outubro de 2004 todas as exigências
previstas no Anexo I da referida Instrução Normativa. Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, 2004. Publicado no DOU de 27/10/2004, Seção 1, p. 6, 2004a.
BRASIL. Instrução Normativa nº 8 de 26 de março de 2004. Proíbe em todo o território
nacional a produção, a comercialização e a utilização de produtos destinados à alimentação de
ruminantes que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2004b.
34
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serem adotadas, visando incrementar à vigilância epidemiológica para detecção de
Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis - EET - em ruminantes, constantes do Anexo.
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Publicado no Diário Oficial da União de 15/02/2002, Seção 1, 2002.
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CE. Regulamento n. 1774/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho da União Européia de
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_______. Decreto nº 2.469, de 14 de outubro de 1993. Delega competência à Secretaria
Municipal de Saúde – SMS/Fundação Municipal de Saúde – FMS para a inspeção dos
Produtos de Origem Animal e cria o Serviço de Inspeção Sanitária – SIM. Teresina, 1993.
_______. Lei n.º 5.491, de 26 de agosto de 2005. Lei de criação da Agência de Defesa
Agropecuária de Estado do Piauí- ADAPI. Teresina, 2005.
_______. Lei no. 4.715, de 27 de julho de 1994. Dispõe sobre a inspeção sanitária e industrial
dos produtos de origem animal, no Estado do Piauí. Teresina, 1994b.
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