I
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
FARMACÊUTICAS
Avaliação farmacológica das atividades antiinflamatória, analgésica e
anti-ulcerogênica do fitoterápico Sanativo®
Viviane Martins de Arruda
Recife, 2008
II
Viviane Martins de Arruda
Avaliação farmacológica das atividades antiinflamatória, analgésica e
anti-ulcerogênica do fitoterápico Sanativo®
RECIFE 2008
Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas.
Orientador: Prof. Dr. Almir Gonçalves Wanderley
Co-orientadora: Profa. Dra. Simone Sette L. Lafayette
III
Arruda, Viviane Martins de
Avaliação farmacológica das atividadesantiinflamatória, analgésica e anti-ulcerogênica dofitoterápico Sanativo / Viviane Martins de Arruda. �Recife : O Autor, 2008.
XIV+ 68 folhas. fig., tab.
Dissertação (mestrado) � Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Ciências da Saúde, 2008.
Inclui bibliografia.
1. Anti-inflamatório. 2. Antinociceptivo. 3. Antiulcerogênico. 4. Sanativo I. Título.
615.276 CDU (2. ed) UFPE 615.329321 CDD (22.ed.) CCS2008-124
IV
V
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
FARMACÊUTICAS
REITOR:
Prof. Amaro Henrique Pessoa Lins
VICE-REITOR:
Prof. Gilson Edmar Gonçalves e Silva
DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE:
Prof. José Thadeu Pinheiro
VICE-DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE:
Prof. Márcio Antônio de Andrade Coelho Gueiros
CHEFE DO DEPARTAMENTO DO CENTRO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS:
Profa. Jane Sheila Higino
COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS:
Prof. Pedro José Rolim Neto
VI
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Sônia & Gideoni e
ao meu querido Levi.
VII
AGRADECIMENTOS Ao meu Deus pelo amor e por sua presença constante em minha vida.
Aos meus pais Gideoni Arruda e Sônia Arruda pelo amor, dedicação e apoio.
Ao querido Levi Luiz pela dedicação, companheirismo e acima de tudo o amor.
Às minhas irmãs Gilva, Gilvania, Alessandra, Elisangela e Soni pelo apoio e amizade.
Aos meus avós Francisco Joventino (in memorian) e Maria Arruda; José Martins de Souza (in
memorian) e Dulce Martins de Souza pelo amor.
Aos meus sobrinhos Thiago, Graciema Priscilla, Jhoyce e Gabriel Henrique pelo carinho e
companheirismo.
Ao professor e orientador Almir Gonçalves Wanderley pela oportunidade e dedicação ao seu
trabalho.
A Érick Ramo pela força e mão amiga no momento certo.
A João Henrique Costa-Silva companheiro no laboratório e por todo ensinamento e atenção.
Às professoras Simone Sette e Maria do Carmo Araújo Fraga pela atenção constante.
Aos técnicos e funcionários Rejane Souza, Zenira, Nielson e Fredson pelo apoio nos
trabalhos experimentais.
Aos amigos, pesquisadores e companheiros do laboratório Alice Valença, Ana Gusmão,
Bruno Almeida, Carolina Medeiros, Carlos Brasileiro, Cristiano Lima, Daniela Carvalho,
Diana Falcão, Eduardo Gonçalves, Érick Ramo, Gustavo Dimech, Iggor Macêdo, Joana
Vilar, João Henrique, Juciene Rodrigues, Júlia, Leonardo Yukio Asano, Larissa Farjado,
Liliane Lima, Márcia Brasil, Mariana Lyra, Marianni Karla, Mirtes Gonçalves, Pablo Ferreira
e Regimara Oliveira pela dedicação aos trabalhos realizados no Laboratório de Farmacologia
e Toxicologia Pré-Clínica de Produtos Naturais e Bioativos.
Ao Laboratório Pernambucano Ltda. (Laperli) pelo apoio na pesquisa.
A todos os professores, colegas de graduação e pós-graduação do Departamento de Ciências
Farmacêuticas da Universidade Federal de Pernambuco.
Aos professores e funcionários do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da
Universidade Federal de Pernambuco.
A todos que de alguma forma contribuiu para a realização deste trabalho.
VIII
SUMÁRIO Página
LISTA DE TABELAS..................................................................................................XI
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................XII
RESUMO......................................................................................................................XIII
ABSTRACT. ...............................................................................................................XIV
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................01
2. REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................04 2.1 - Potencial farmacológico dos produtos naturais......................................................05
2.2 - Avaliação farmacológica antiinflamatória, analgésica e antiulcerogênica..........05
2.2.1 - Atividade antiinflamatória.....................................................................................05
2.2.1.1 � Inflamação............................................................................................................05
2.2.1.2 - Principais metabólitos secundários com ação antiinflamatória.............................07
2.2.2 - Atividade analgésica...............................................................................................08
2.2.2.1 � Dor........................................................................................................................08
2.2.2.2 - Modelos de nocicepção.........................................................................................09
2.2.3 - Atividade antiulcerogênica....................................................................................10
2.2.3.1 � Ulcerogênese.........................................................................................................10
2.2.3.2 - Modelos de ulcerogênese......................................................................................11
2.3 - O Fitoterápico Sanativo®.........................................................................................12
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Botânica................................................................................................................................12
Fitoquímica...........................................................................................................................13
Página
Farmacologia e Toxicologia.................................................................................................14
Schinus terebinthifolius Raddi
Botânica................................................................................................................................15
Fitoquímica...........................................................................................................................16
Farmacologia e Toxicologia.................................................................................................17
Physalis angulata Linné
Botânica................................................................................................................................18
Fitoquímica...........................................................................................................................19
Farmacologia e Toxicologia ................................................................................................19
Cereus peruvianus Miller
Botânica................................................................................................................................21
Fitoquímica...........................................................................................................................21
Farmacologia e Toxicologia ................................................................................................22
3. OBJETIVO
3.1 � GERAL...................................................................................................24
3.2 � ESPECÍFICOS........................................................................................24
4. ARTIGO I: ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA, ANTINOCICEPTIVA
E ANTIULCEROGÊNICA DO FITOTERÁPICO SANATIVO®...................................26
RESUMO............................................................................................................26
ABSTRACT........................................................................................................27
INTRODUÇÃO..................................................................................................28
MATERIAIS E MÉTODO.................................................................................28
RESULTADOS...................................................................................................31
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES........................................................................31
AGRADECIMENTOS........................................................................................34
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................34
5. PRINCIPAIS RESULTADOS E CONCLUSÃO...........................................51
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................53
XII
LISTA DE TABELAS
Página
ARTIGO I:
Tabela I: Efeito da administração oral do Sanativo® no volume do edema de pata induzido por carragenina 1% (0,1 mL/pata) em ratos Wistar.........................................42 Tabela II: Efeito da administração oral do Sanativo® no volume do edema de pata induzido por dextrana 1% (0,1 mL/pata) em ratos Wistar.............................................43 Tabela III: Efeito da administração oral do Sanativo® no volume do edema de pata induzido por histamina 0,1% (0,1mL/pata) em ratos Wistar................................. .44 Tabela IV: Efeito da administração oral do Sanativo® nas contorções abdominais induzidas por ác. acético 1% em camundongos...........................................................45 Tabela V: Efeito da administração oral do Sanativo® no tempo de latência ao estímulo térmico (55 ± 1oC) em camundongos............................................................46 Tabela VI: Efeito da administração oral do Sanativo® na lesão gástrica induzida pelo etanol 70% (0,5mL/100g) em ratas Wistar..........................................................47
XIII
LISTA DE FIGURAS Página
ARTIGO I
Figura 1:Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e indometacina (indomet) no edema de pata de rato induzido por carragenina 1%.Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n= 9-12 /grupo)................................................48 Figura 2: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e hidroxizina (hidroxiz) no edema de pata de rato induzido por dextrana 1%.Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n= 9-12 /grupo) ..............................................48 Figura 3: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e hidroxizina (hidroxiz) no edema de pata de rato induzido por histamina 0,1%. Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n= 6-10 /grupo) ...............................................49 Figura 4: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e indometacina (indomet.) nas contorções abdominais induzidas por ác. acético 1% em camundongos. Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n=8-9 /grupo) .............49 Figura 5: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e fentanil no tempo de latência de camundongos ao estímulo térmico (55 ± 1oC). Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n= 8/grupo) ................................................50 Figura 6: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e ranitidina (Ranit.) na úlcera gástrica induzida por etanol em ratos. Os resultados representam as médias ± e.p.m. (n= 6-8/grupo)......................................................................................50
XIV
RESUMO O Sanativo® (SAN) é um medicamento fitoterápico constituído pela associação de extratos
hidroalcoólicos do angico - Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (20%), aroeira - Schinus
terebinthifolius Raddi (20%), camapu - Physalis angulata Linné (1,7%) e mandacaru - Cereus
peruvianus Miller (1,7%). Particularmente na região Nordeste do Brasil seus constituintes são
empregados na medicina popular no tratamento de feridas, queimaduras, processos
inflamatórios e infecciosos, gastrites e úlceras gastroduodenais e hemorragias. Em trabalhos
anteriores foi demonstrada sua eficácia como cicatrizante em feridas abertas e a segurança de
uso em roedores. O objetivo desse estudo foi validar as ações antiinflamatória, analgésica e
antiulcerogênica do fitoterápico. Para tanto, os efeitos do SAN foram investigados em
modelos de inflamação aguda (edema de pata induzido por carragenina, dextrana e histamina),
algesia (contorções abdominais por ác. acético e placa quente) e de úlcera induzida por etanol.
Os resultados mostram que no edema por carragenina foi observada uma inibição no pico
máximo nos grupos SAN (200 e 400 mg/kg) e indometacina (10mg/kg) de respectivamente
37; 43 e 63%. No edema por dextrana, aos 30 e 60 minutos houve redução estatística que
variou de 23 a 54% em todas as doses do SAN e a dose intermediária (200mg/kg) produziu
diminuição que variou entre 41 e 52%. Enquanto que no edema por histamina, a menor dose
(50mg/kg) produziu inibição que variou entre 47 e 66%. O estímulo nociceptivo (contorções
abdominais) por ác. acético foi reduzido para 42, 32, 53% respectivamente para os grupos
tratados com SAN (50, 100 e 200mg/kg). O tempo de resposta ao estímulo térmico foi
aumentado no grupo SAN (200mg/kg) em 46, 48, 49 e 65% em relação ao grupo controle. A
área da lesão gástrica induzida pelo etanol foi inibida em 68, 88, 93% respectivamente nos
grupos tratados com SAN (50, 100 e 200mg/kg). Desta forma, conclui-se que o Sanativo®
possui ação antiinflamatória, analgésica e antiulcerogênica.
Palavras-chave: Sanativo®, atividade antiinflamatória, antinociceptiva, antiulcerogênica.
XV
ABSTRACT
The Sanativo® (SAN) is a herbal drug formed by the association of hydroalcoholic extracts of
angico - Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (20%), aroeira - Schinus terebinthifolius
Raddi (20%), camapu - Physalis angulata Linné (1,7%) and mandacaru - Cereus peruvianus
Miller (1,7%). Particularly in the Northeast region of Brazil its constituents are employed in
popular medicine to treat wounds, burns, infectious and inflammatory processes, gastritis and
ulcers gastroduodenal and bleeding. In previous study has demonstrated its effectiveness as
healing in the open wounds and safety of use in rodents. The objective of this study was
validate the actions antiinflammatory, analgesic and antiulcerogenic of herbal product
Sanativo®. Thus, the effects of the SAN were investigated in models of acute inflammation
(carrageenin, dextran and histamine-induced paw oedema), pain (acetic acid-induced writhing
and hot plate) and ulcer induced by ethanol. The results show carrageenin-induced oedema an
inhibition in the maximum in groups SAN (200 and 400 mg/kg) and indomethacin (10mg/kg)
of 37, 43 and 63% respectively. The dextrana-induced oedema, at 30 and 60 minutes was
statistics reduced between 23 and 54% for all doses of SAN and the dose (200mg/kg)
produced decrease between 41 and 52%. While, histamine-induced oedema, the lowest dose
(50 mg/kg) produced inhibition between 47 and 66%. The stimulus nociceptive (abdominal
contortions) by acetic acid was reduced to 42, 32, 53%, in the groups treated with SAN (50,
100 and 200mg/kg), respectively. The latency time to the thermal stimulus was increased in
the group SAN (200mg/kg) in 46, 48, 49 and 65% in the control group. The area of gastric
damage induced by ethanol was inhibited in 68, 88, 93% in the groups treated with SAN (50,
100 and 200mg/kg), respectively. Thus, it is suggested, that Sanativo® has antiinflammatory
action, analgesic and antiulcerogenic.
KEY WORDS: Sanativo , antiinflammatory activity, antinociceptive, antiulcerogenic.
1. Introdução
2
1. Introdução
A utilização de produtos naturais, particularmente da flora, com fins medicinais nasceu
com a humanidade. Indícios do uso de plantas medicinais e tóxicas foram encontrados nas
civilizações mais antigas, sendo considerada uma das práticas mais remota utilizada pelo
homem para cura, prevenção e tratamento de doenças (VEIGA JUNIOR e PINTO, 2005),
servindo como importante fonte de composto biologicamente ativo (ANDRADE et al., 2007).
Segundo relatos, há mais de 3000 anos a.C. já havia o cultivo e uso de plantas
medicinais que atualmente são utilizadas com eficácia na medicina popular e por laboratórios
farmacêuticos (RODRIGUES e CARVALHO, 2001). Evidencia-se que, já no período
Neolítico, utilizava-se ervas aromáticas em culinária e medicina (BERWICK, 1996). Sendo o
descobrimento das propriedades curativas das plantas considerado, no início, meramente
intuitivo ou, pela observação dos animais quando doentes que buscavam nas ervas a cura para
suas afecções (OLIVEIRA e SILVA, 1994). Desta forma, o uso popular das plantas
medicinais foi crescendo de geração a geração e, a partir do desenvolvimento da química
orgânica, tornou-se possível isolar os princípios ativos das plantas, obtendo substâncias ativas
(TUROLLA e NASCIMENTO, 2006).
Até o século XIX, os recursos terapêuticos eram constituídos predominantemente por
plantas e extratos vegetais, o que pode ser ilustrado pelas Farmacopéias da época. Assim, na
Farmacopéia Geral para o Reino e domínios de Portugal (1794), entre os produtos chamados
simplices constam 30 produtos de origem mineral, 11 produtos de origem animal e cerca de
400 espécies vegetais. Ou seja, as plantas medicinais e seus extrativos constituíam a maioria
dos medicamentos, que naquela época pouco se diferenciavam dos remédios utilizados na
medicina popular (SCHENKEL et al., 2000).
No Brasil, a utilização de plantas para o tratamento de doenças apresenta fundamental
influência da cultura indígena, africana e, naturalmente européia. Os índios utilizavam a
fitoterapia dentro de uma visão mística em que o pajé ou feiticeiro da tribo fazia uso de plantas
entorpecentes para sonhar com o espírito que revelaria a erva ou o procedimento a ser seguido
para cura do enfermo. Os europeus, por meio dos padres da companhia de Jesus, chefiados por
Nóbrega, em 1579, elaboraram receitas chamadas �botica dos colégios�, obtidas a partir de
plantas, para o tratamento de doenças (MARTINS, 1995).
3
Apesar do grande avanço e evolução da medicina a partir da segunda metade do século
XX, as plantas ainda apresentam uma grande contribuição para a manutenção da saúde. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 65 a 80% da população dos países em
desenvolvimento dependem das plantas medicinais para os cuidados primários com a saúde
(CALIXTO, 2000), utilizando, desta forma, recursos da flora nativa no alívio às enfermidades
(SOUZA e FELFILI, 2006). Entre os principais motivos encontram-se as condições de
pobreza e a falta de acesso aos medicamentos, associados à fácil obtenção e tradição do uso de
plantas com fins medicinais (VEIGA JUNIOR e PINTO, 2005).
Di Stasi (1996) cita que, no Brasil, cerca de 20% da população consome 63% dos
medicamentos disponíveis e o restante encontra nos produtos de origem natural, especialmente
nas plantas, a única fonte acessível de recurso terapêutico. A partir daí observa-se o
crescimento do mercado de fitoterápicos com o uso indiscriminado, baseiado na crença da
ausência de efeitos colaterais, gerando certa preocupação entre os cientistas, que alertam sobre
o grande número de plantas medicinais e chás não licenciados vendidos no mundo (MILLER,
1998), principalmente nas regiões mais pobres do país ou mesmo em grandes centros
brasileiros, onde a comercialização de plantas medicinais é feita sem regulamentação em
feiras livres e mercados populares (MACIEL, PINTO e VEIGA, 2002).
Desta forma, devido à carência sócio-econômica, a fitoterapia é uma alternativa viável
para a maioria dos brasileiros. Se por um lado existe a necessidade de intensificação de
estudos dos potenciais florísticos do Brasil, visando a descoberta ou comprovação de plantas
usadas popularmente, por outro é preciso reverter os conhecimentos adquiridos em benefícios
das pessoas e obter um maior envolvimento da classe médica (ALBUQUERQUE, 1989).
O problema baseia-se no fato de que a maioria dessas plantas é utilizada com base no
seu conhecimento popular (TUROLLA e NASCIMENTO, 2006), observando-se a carência do
conhecimento científico de suas propriedades farmacológicas e toxicológicas (ALICE et al.,
1995). Muitas vezes, entretanto, as propriedades farmacológicas anunciadas não possuem
validação científica por não terem sido investigadas ou comprovadas em testes pré-clínicos e
clínicos, observando-se também escasso conhecimento dos constituintes responsáveis pela
atividade farmacológica (CALIXTO, 2003), ou as possíveis interações que envolvam as
inúmeras moléculas presentes no extrato.
Baseado no contexto observa-se que a avaliação da segurança, assim como a validação
farmacológica dos fitoterápicos deve ser considerada como ponto-chave para o seu uso seguro
pela população na promoção da cura.
4
2. Revisão de literatura
5
2. Revisão de literatura
2.1 Potencial farmacológico dos produtos naturais
O surgimento do conceito �natural� em muito contribuiu para o aumento do uso das
plantas medicinais nas últimas décadas. Para muitas pessoas esse conceito significa a
�ausência de produtos químicos�, os quais muitas das vezes podem causar algum dano ou, de
alguma forma, representam perigo. Assim, produtos naturais passaram a ser sinônimo de
produtos saudáveis, seguros e benéficos, o que nem sempre é verdade (MENGUE, MENTZ e
SCHENKEL, 2001).
O termo �produto natural� inclui todos os produtos derivados de fontes naturais, como
planta, animal, microrganismo e fontes minerais (SOEJARTO, 1996). Significante
quantidade de produto farmacêutico sintético ou não-sintético disponível atualmente para uso
clínico é constituído de drogas derivadas de plantas (FARNSWORTH et al., 1985).
Os produtos de origem natural podem ser tão eficazes quanto os produzidos pela
síntese química, contudo a transformação de uma planta em um medicamento deve visar à
preservação da integridade química e farmacológica do vegetal, garantindo a constância de
sua ação biológica e sua segurança de utilização, além de valorizar seu potencial terapêutico;
desta forma, a produção de fitoterápicos requer, primariamente, estudos relacionados aos
aspectos botânicos, agronômicos, fitoquímicos, farmacológicos, toxicológicos, analíticos e
tecnológicos (TOLEDO et al., 2003).
Os produtos naturais, em particular as plantas, contêm inúmeros constituintes e seus
extratos, quando testados, podem apresentar efeitos sinérgicos entre os diferentes princípios
ativos devido à presença de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a
mesma atividade; assim, no estudo da atividade biológica de extratos vegetais é importante a
seleção de bioensaios para a detecção do efeito específico (MACIEL, PINTO e VEIGA,
2002).
2.2 Avaliação farmacológica antiinflamatória, analgésica e anti-ulcerogênica
2.2.1 Atividade antiinflamatória
2.2.1.1 - Inflamação
6
A inflamação é uma resposta complexa do tecido vivo e vascularizado à estímulo
irritante, sendo freqüentemente associada a dor e envolvendo eventos como retração de
células endoteliais, aumento da permeabilidade vascular e do fluxo sanguíneo local, aumento
da migração de granulócitos e células mononucleares, assim como proliferação de tecido
granulomatoso (ANDRADE et al., 2007).
Inflamação fisiológica ou aguda é uma resposta benéfica do organismo de reparo
tecidual, no entanto, o caráter duradouro do processo pode está relacionado com doenças
auto-imunes ou neoplasias (BALKWILL, CHARLES e MANTOVANI, 2005). A resposta
fisiológica observada no processo inflamatório está relacionada com a liberação de diferentes
mediadores pró-inflamatórios, como aminas biogênicas (histamina e serotonina), cininas
(bradicininas), prostanóides (prostaglandinas), citocinas (TNF-α, IL-1β, IL-6), Fator de
Ativação Plaquetária (PAF) e substância P (KIM et al., 2007; O�SHEA e MURRAY, 2008).
Dentre as diversas metodologias empregadas para pesquisas de novas drogas com
potencial antiinflamatório (como por exemplo, pleurisia induzida por carragenina, ensaio da
mieloperoxidase neutrofílica, indução de granuloma por pellets de algodão) os agentes
flogísticos, indutores do processo inflamatório, como carragenina, dextrana e histamina são
bastante usados em triagem farmacológica para avaliação de substâncias com potencial
antiinflamatório (WINTER, RISLEY e NUSS, 1962).
A carragenina, um polissacarídeo sulfatado de origem vegetal, isolado da alga
Chondrus crispus, é amplamente utilizado como agente edematogênico (EMIM, 1996). O
edema de pata induzido pela administração intraplantar de carragenina é considerado um
modelo padrão de inflamação aguda (KALE et al., 2007), apresentando característica
bifásica: na fase inicial (90-180 min após a indução) observa-se liberação de mediadores
como histamina, serotonina, bradicinina; a segunda fase é mantida pela liberação de
prostaglandinas, PAF, substância P, proteases, citocinas (TNF-α, IL-1β, IL-6, IL-8) e
lisossomos do tecido inflamado (ORHAN et al., 2007), observando-se um pico máximo 3-4h
após da injeção do agente flogístico (EMIM, 1996).
A administração intraplantar de dextrana (homopolissacarídeo extracelular ramificado,
biossintetizado por Leuconostoc mesenteroides, constituída por unidades de D-glicose unidas
por ligações α(1-6) (SOUZA e GARCIA-CRUZ, 2004) induz uma reação edematogênica que
segue uma evolução diferente da observada pela carragenina (ANDRADE et al., 2007),
observando-se uma reação caracterizada pelo extravasamento e formação do edema, como
7
conseqüência, principalmente da liberação de histamina e serotonina de células mastocitárias
teciduais (VAN WAUVE e GOOSENS, 1989), seguindo uma evolução com pico máximo 2h
após a administração do agente. A administração intraplantar de histamina produz efeitos
vasculares como aumento da permeabilidade e vasodilatação arteriolar (DAUD, HABIB e
RIERA, 2006), observando-se o pico do edema 15-30 minutos após a administração deste
agente flogístico.
Antiinflamatórios são fármacos que podem agir em vários passos do processo
fisiopatológico, podendo inibir a biossíntese de mediadores pela interação direta com
enzimas-chaves (como inibidores da enzima ciclooxigenase), ou reduzindo níveis de
substrato (redução da liberação de ácido araquidônico), adicionalmente podem agir inibindo a
liberação de mediadores estocados (por ex. histamina) ou através da imunoestimulação (por
ex.: maturação de células mielóides ou estimulação de fagocitose), removendo a substância
irritante e diminuindo a agressão tecidual (SAFAIHY e SAILER, 1997).
2.2.1.2 - Principais metabólitos secundários com ação antiinflamatória:
A avaliação do potencial terapêutico de plantas medicinais e seus principais
constituintes (tais como alcalóides, esteróides, triterpenos, taninos, saponinas, flavonóides,
lignanas), têm sido objeto de estudos; avaliando-se as ações farmacológicas através de testes
pré-clínicos com animais, visando possibilidades de futuramente virem a ser aproveitados
como agentes medicinais (CECHINEL-FILHO e YUNES, 1998).
Muitas plantas medicinais usadas popularmente para tratar condições inflamatórias
apresentam triterpenóides exibindo ação antiinflamatória in vivo e in vitro, incluindo
supressão da síntese de prostanóides e citocinas, bem como inibição da atividade enzimática e
peroxidação lipídica. Em geral sesquiterpenos e triterpenos pentacíclicos tem sido reportados
por exibir ação antiinflamatória, antiulcerogênica e antinociceptiva (NAVARRETE, TREJO-
MIRANDA, REYES-TREJO, 2002; FERNANDES et al., 2003; MALHEIROS et al., 2001;
SCHEIDT et al., 2002).
Em trabalho desenvolvido por Jain e colaboradores (1995) foi verificado que os
triterpenos, como ácido masticadienóico e o ácido masticadienólico (schinol), apresentam
atividade antiinflamatória por serem inibidores competitivos específicos da fosfolipase A2.
Flavonóides e alguns compostos triterpênicos têm sido relatados por apresentar efeito
inibitório da enzima lipoxigenase ou ciclooxigenase (NARAYANA et al., 2001; KIM et al.,
2004; ORHAN et al., 2006; KUPELI et al., 2006; GUTIERREZ-LUGO et al., 2004).
8
Alguns glicosídeos do ácido caféico apresentam seletiva inibição da 5-lipoxigenase, a
qual está relacionada com a biogênese dos leucotrienos, estando estes envolvidos com a
imunorregulação (KIMURA et al., 1987). Plantas ricas em taninos são empregadas
tradicionalmente em doenças como diarréias, hipertensão, reumatismo, hemorragias,
problemas estomacais (azia, náusea, gastrite e úlcera gástrica); problemas renais e processos
inflamatórios em geral (HASLAM, 1996). Saponinas como glicirrizina, (isolada da
Glycirrhiza glabra L.) têm demonstrado importante atividade antiiflamatória (SCHENKEL et
al., 2000). Diversas atividades foram atribuídas as xantonas tais como inibição da agregação
plaquetária e ação antiinflamatória (LIN et al., 1996). Lignanas (como glicosídeo do álcool
di-hidrodicofenil isolada da espécie Plagiorhegma dubium Maxim.) e Neolignanas (como por
exemplo, a magnoshinina, isolada da Magnolia salicifolia Maxim.) demonstraram também
atividade antiinflamatória (MACRAE e TOWERS, 1984).
2.2.2 - Atividade analgésica
2.2.2.1 - Dor
A dor foi conceituada, em 1986, pela Associação Internacional para o Estudo da dor
(IASP), como �uma experiência desagradável, de natureza sensorial, cognitiva e emocional,
associada a dano tissular real ou potencial�. Englobando não apenas a dor inflamatória, mas
também a dor neurogênica (estimulação direta de nociceptores) e a dor neuropática derivada
de anormalidades neurofisiológicas envolvendo fibras sensoriais (LAPA et al., 2003).
Sintomaticamente, a dor pode ser manifestada espontaneamente (dor estímulo-
independente), estimulada por agentes nocivos (hiperalgesia), inócuos (alodínia) ou
estimulada por lesões ou alterações em neurônios sensoriais (dor evocada por estímulo)
(WOOLF e MANNION, 1999). Esta estimulação ocorre nos nociceptores, terminações livres
de fibras aferentes primárias localizadas nos tecidos periféricos, que detectam o estímulo
doloroso com limiar variável de excitabilidade e projetam ao tálamo e córtex cerebral
(CHICHORRO, LORENZETTI e ZAMPRONIO, 2004).
A dor de origem inflamatória é desencadeada por mediadores pró-inflamatórios, como
bradicinina, prostaglandina, substância P e citocinas, que sensibilizam os nociceptores
periféricos polimodais C, com propagação do sinal ao SNC, através de fibras aferentes
primárias C ou A, que entram através do corno dorsal (KUMAZAWA et al., 1996; IKEDA et
al.,2001).
9
Os potenciais de ação são desencadeados por estímulos previamente sub-limiares
(hiperalgesia); ou estímulos supra-limiares passam a desencadear respostas maiores em
intensidade e/ou duração (alodínia). A hiperalgesia e a alodínia inflamatórias resultam da
atuação de mediadores liberados pelo endotélio vascular, por fibras nervosas sensoriais e
autonômicas, por células inflamatórias locais e migratórias, etc. O primeiro mediador para o
qual se descreveu esta função foi bradicinina. Desde então foram identificados vários outros,
de ação direta ou indireta, dentre os quais estão as prostaglandinas, leucotrienos, serotonina,
adenosina, histamina, interleucinas como TNF-alfa (REICHLING e LEVINE, 1999). Sendo a
sensibilização produzida através da ativação de proteínas kinases, como proteínas kinases C
(PKC), proteínas kinases A (PKA) e kinases ativadoras (SCHOLZ e WOLF, 2002). A
inflamação não é a única circunstância que determina a ocorrência da resposta álgica,
agressões químicas podem atuar diretamente sobre as terminações nervosas determinando
uma resposta conhecida como dor neurogênica. A lesão crônica das fibras nervosas determina
a dor neuropática. A dor traumática decorre de uma injúria mecânica a um sítio determinado,
ao passo que a dor visceral profunda revela o estímulo de fibras sensoriais presentes em
alguns órgãos ou tecidos abdominais (LAPA et al., 2003).
2.2.2.2 � Modelos de nocicepção
Define-se nocicepção como um processo de detecção e sinalização da presença de um
agente nocivo. Diante de um estímulo doloroso mecânico ou térmico, ativam-se os
nociceptores na região atingida, os quais enviam a informação ao cérebro através das fibras C
aferentes. Essa dor, que é denominada fisiológica e que tem por objetivo informar ao corpo
acerca de um perigo, desencadeia um conjunto de fenômenos, entre os quais se encontra o
reflexo de retirada (proteção).
O teste de placa quente é um modelo bastante utilizado para avaliação de drogas com
potencial ação analgésica central (ELHABAZI et al, 2006), permitindo medir o tempo de
reatividade dos animais ao estímulo térmico, sendo assim um modelo sensível para a
detecção de dor aguda e analgesia opióide, bem como vários tipos de reações hiperalgésica de
origem espinhal (BISPO et al, 2001). No entanto apesar de ser utilizada para avaliação de
drogas analgésicas narcótica, outras drogas como sedativos, relaxantes musculares ou drogas
psicomiméticas atuam centralmente, podendo modificar essa resposta biológica (CHOI e
HWANG, 2003).
10
A administração intraperitonial de substâncias algogênicas em animais de
experimentação é um modelo de nocicepção amplamente utilizado na pesquisa de drogas
analgésica (EMIM, 1996). Injeção subcutânea de substâncias como a formalina, ácido acético
ou capsaicina em animais de experimentação determina o aparecimento de uma gama de
respostas motoras bem caracterizadas, cuja quantificação permite que se avalie a intensidade
da resposta nociceptiva (DUBUISSON e DENNIS, 1977).
A administração intraperitoneal de ácido acético em animais de experimentação,
como camundongos, promove a liberação de substâncias endógenas como aminas biogênicas,
cininas e prostanóides, que estimulam as terminações nociceptivas (WHITTLE, 1964).
A administração subplantar de formalina, em animais, permite a observação de duas
fases distintas de nocicepção devido a diferentes estímulos (HUNSKAAR, FASMER e
HOLE, 1985). A primeira fase relaciona-se com a dor neurogênica, que aparece nos
primeiros 5 minutos após a injeção da formalina, ocorrendo por estimulação química direta
das terminações aferentes nociceptivas. Tal fase é inibida farmacologicamente por agonistas
opióides, sendo também descrita a participação da bradicinina e do sistema taquicininérgico
(CORREA e CALIXTO, 1993). A segunda fase da dor é de origem inflamatória, que aparece
15-30 minutos após a injeção da substância algogênica, estando relacionada a uma resposta
decorrente à liberação de diferentes mediadores pró-inflamatórios, como aminas biogênicas
(histamina e serotonina), cininas (bradicininas) e prostanóides (prostaglandinas); sendo dessa
forma sensível principalmente aos fármacos antiinflamatórios esteroidais e não-esteroidais,
além dos analgésicos opióides (HUNSKAAR e HOLE, 1987).
A modificação farmacológica de qualquer um dos passos do processo inflamatório irá,
logicamente, interferir na resposta final. Esta interferência justifica-se principalmente quando
a inflamação perdeu seu papel protetor ou quando suas manifestações são exacerbadas a
ponto de se tornarem incômodas ou limitantes para o indivíduo. Neste contexto, a dor
inflamatória é o componente da resposta que mais freqüentemente determina a interferência
clínica sobre o processo inflamatório.
2.2.3 - Atividade antiulcerogênica
2.2.3.1 - Ulcerogênese
Fisiologicamente, há um equilíbrio no estômago entre os fatores agressores (HCl,
eletrólitos, fatores intrínsecos, microrganismos, sais biliares, pepsinogênio e pepsina) e os
11
mecanismos gastroprotetores (muco-bicarbonato e prostaglandinas) (RHOADES e TANNER,
2005), os quais podem ser classificados, pelo local de ação, em mecanismos de proteção pré-
epitelial, epitelial ou subepitelial.
A proteção pré-epitelial é realizada pela barreira muco-bicarbonato que cria um
gradiente de pH favorável a manter neutra a superfície das células epiteliais. A proteção
epitelial é dada pelos surfactantes (fosfolípides anfóteros) que aumentam a hidrofobicidade
das membranas biológicas tornando-as resistentes aos agentes hidrofílicos agressores (como
por ex. ácido acetilsalicílico). Juntamente com os surfactantes, os compostos sulfidrílicos
não-protéicos constituem fatores importantes da proteção epitelial contra radicais livres. A
proteção subepitelial é dada pelo fluxo sangüíneo que suplementa nutriente e oxigênio,
removendo íons hidrogênio e outros agentes nocivos. Sendo atribuído esse controle do fluxo
sanguíneo da mucosa gástrica principalmente às prostaglandinas (FORSELL, 1988).
Desta forma, a úlcera gástrica decorre de um desequilíbrio entre os fatores agressivos
e defensivos, os quais são responsáveis em manter a integridade da mucosa gástrica
(BATISTA et al., 2004; HOLZER, 2000; SCHUBERT, 2000).
2.2.3.2 - Modelos de ulcerogênese
A atividade antiulcerogênica de uma substância pode ser determinada em animais de
experimentação por vários modelos: indução de lesões gástricas por álcool, indução de lesões
gástricas por estresse ou indução de lesões gástricas por medicamentos (ex.: ácido
acetilsalicílico ou indometacina) (HIRUMA-LIMA et al., 2006). Tais modelos são os mais
utilizados porque representam os agentes etiológicos mais comuns envolvidos na patologia da
úlcera gástrica humana.
No modelo de indução de lesões gástricas, observa-se que o álcool, em concentrações
elevadas (70-80%), induz uma proporção significativa de lesões ou úlceras independentes da
secreção ácida, lesando a mucosa gástrica, por uma ação direta sobre o epitélio gástrico
causando peroxidação lipídica (TOMA et al., 2004); o tratamento agudo oral com álcool
causa hiperemia, edema, necrose, hemorragia da submucosa, bem como distúrbios
circulatórios (BATISTA et al., 2004). Os anti-inflamatórios não-esteroidais, como aspirina® e
indometacina, induzem lesões gástricas por inibirem a biossíntese de prostaglandinas (PGE2),
as quais, uma vez presentes, aumentam a secreção de muco no estômago e intestinos e inibem
a secreção ácida estimulada por alimentos, histamina ou gastrina. Já o modelo de úlcera por
estresse envolve mecanismos nervosos centrais, principalmente hipotalâmicos (GLAVIN e
12
SZABO, 1992). Em todos esses modelos, além de se contar o número de úlceras e medir o
seu tamanho, são avaliadas também, de forma semi-quantitativa, as lesões da mucosa gástrica
que precedem à ulceração. Essas lesões, por não permitirem mensuração direta fácil, são
avaliadas subjetivamente e pontuadas segundo o grau aparente de intensidade e
comprometimento da mucosa. A somatória da pontuação atribuída aos diferentes tipos de
lesão fornece um índice (índice de lesão) que reflete a gravidade da injúria à mucosa gástrica.
2.3 - O fitoterápico Sanativo
O Sanativo é um produto fitoterápico constituído a partir da associação dos extratos
hidroalcoólicos de espécies vegetais nativas da região Nordeste do Brasil. Na sua composição
estão presentes 20% de angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan), 20% de aroeira
(Schinus terebinthifolius, Raddi), 1,7% de camapu (Physalis angulata, Linné) e 1,7% de
mandacaru (Cereus peruvianus, Miller). Este produto tradicional, apresentado na forma de
extrato fluido, é produzido desde 1888 pela empresa Laperli (Laboratório Pernambucano
Ltda), tem seu efeito terapêutico relacionado às propriedades farmacológicas apresentadas
pelas espécies vegetais que constituem sua fórmula. O angico, devido sua propriedade
adstringente, tem sido aplicado no tratamento de anginas, diarréias, leucorréias e lesões de
pele (PIO CORREA, 1978; MONTEIRO et al., 2006). A aroeira tem demonstrado ação em
processos inflamatórios e infecções bacterianas (JAIN et al., 1995; MARTINEZ et al., 1996).
O extrato hidroalcoólico da sua entrecasca tem sido empregado no tratamento de feridas da
pele, gastrites, úlceras gastroduodenais e infecções urogenitais (QUEIRES e RODRIGUES,
1998; AMORIM e SANTOS, 2003). O camapu apresenta atividade analgésica, sendo
atribuído ao infuso desta planta propriedades sedativa, antireumática e antiinflamatória
(TOMASSINI et al., 2000; BASTOS et al., 2006). E com o mandacaru procura-se a assepsia
necessária das regiões lesionadas, já que o mesmo tem seu uso popular ligado a ações
detersivas. No conjunto obtém-se um produto indicado no tratamento de feridas,
queimaduras, inflamações de garganta e de tecidos epiteliais lesionados.
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (angico)
BOTÂNICA
13
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan é uma árvore nativa das florestas tropicais
da América do Sul, estando amplamente distribuída no Norte da Colômbia e em ampla parte
do Brasil, ocorrendo desde o Maranhão até o Paraná, crescendo em altitudes superiores a
400m (DELGOBO et al., 1998). Esta espécie pertence à família Leguminosae-Mimosoideae
sendo popularmente conhecida como: angico, angico branco, angico vermelho e cambuí-
angico. Em relação às suas características morfológicas, o angico apresenta-se como uma
árvore entre 12-15m, com tronco de 30-50 cm de diâmetro. Suas folhas são compostas
bipinadas, com 15 a 20 jugas, folíolos opostos, de 4-6 mm de comprimento, com 20-80 jugos.
Suas flores são melíferas e florescem a partir do mês de novembro, prolongando-se até
janeiro. A maturação de seus frutos ocorre durante os meses de julho-agosto, produzindo
anualmente grande quantidade de sementes viáveis (LORENZI, 1998).
FITOQUÍMICA
As espécies desse gênero são bem conhecidas por demonstrarem elevadas
concentrações de tanino, particularmente na sua entrecasca e por serem consideradas plantas
com atividades medicinais, dentro da tradição popular (PIACENTI et al., 1999;
GUTIERREZ-LUGO et al., 2004). Segundo Pio Corrêa (1978), essa espécie apresenta em
suas cascas aproximadamente 32% de tanino, sendo este constituinte fitoquímico considerado
o principal responsável pelas atividades terapêuticas da espécie.
Em estudo recente, foi avaliada a concentração de taninos presentes na entrecasca e
nas folhas da Anadenanthera colubrina, em diferentes épocas do ano. Sendo verificado que a
entrecasca e as folhas apresentam maiores teores de taninos (7,2 e 15,3%, respectivamente)
na estação mais seca do ano (MONTEIRO et al., 2006). Em investigação química das partes
aéreas da Anadenanthera colubrina realizada por Gutierres-Lugo e colaboradores (2004) foi
isolado um novo flavonóide chamado anadantoflavona, junto com ele foram encontrados
mais 11 compostos já conhecidos: alnusenol, lupenona, lupeol, ácido betunílico, α-amirina,
β-amirina, β-sitosterol, estigmasterol, apigenina, ácido 4-hidroxibenzóico e ácido cinâmico.
Estudos anteriores realizados por Pachter e colaboradores (1959) revelaram a
presença do alcalóide indólico bufotenina na concentração de 2,1%, em extrato etanólico de
suas sementes. Desta árvore ainda é retirado um exsudato gomoso, conhecido como �goma
arábica�, a qual é empregada na indústria e também contra infecções pulmonares e das vias
respiratórias. Segundo Delglobo e colaboradores (1998) o exsudato gomoso produzido pelo
angico consite em um complexo heteropolissacarídeo ácido formado principalmente por
14
moléculas de galactose e arabinose, sendo esta estrutura denominada �aragal�. Ele encontrou
ainda a presença de mono e oligossacarídeos como: ramose, arabinose, manose, galactose e
ácido glicurônico (DELGLOBO et al., 1999).
FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA
Algumas atividades medicinais são atribuídas ao angico, sendo a sua entrecasca a
parte mais empregada para esses fins. O decócto obtido da entrecasca desta espécie tem sabor
amargo e adstringente, apresentando propriedades hemostática, depurativa e cicatrizante.
Devido a sua ação adstringente, o angico vem sendo aplicado no tratamento de anginas,
diarréias, leucorréias, gonorréia e ulcerações. O nome angico é comum a várias espécies da
mesma família, todas fornecendo cascas taníferas, com emprego na indústria do curtume
(PIO CORRÊA, 1978).
A utilização do angico por tribos indígenas brasileiras em suas cerimônias místico-
religiosas despertou a curiosidade de pesquisadores quanto à possíveis efeitos narcóticos
relacionados com o uso dessa espécie vegetal. Os índios utilizavam as sementes torradas e
pulverizadas, sendo consumidas na forma de rapé. Foi constatado que as sementes do angico
eram, assim como as demais espécies desta família, ricas no alcalóide bufotenina,
apresentando um rendimento de 2,1% na extração realizada com etanol (PACHTER,
ZACARIAS e RIBEIRO, 1959).
Em trabalho recente realizado por Monteiro e colaboradores (2006) foi quantificado o
conhecimento popular sobre o uso da Anadenanthera colubrina em relação a sua atividade
medicinal. Verificou-se que a sua maior aplicação medicinal está ligado ao tratamento de
problemas respiratórios e de inflamações de um modo geral, sendo a entrecasca a parte mais
utilizada. Em uma avaliação farmacológica inicial dos efeitos do extrato aquoso obtido das
cascas do angico sobre o sistema nervoso central (SNC) de ratos e camundongos observou-se
ações sinérgicas, depressoras, com o pentobarbital sódico, clorpromazina e o diazepam
(SARSUR-NETO et al., 1989).
A anadantoflavona isolada das partes aéreas da Anadenanthera colubrina demonstrou
uma ação inibitória sobre as atividades das lipoxigenases 12 e 15, presentes nas plaquetas e
nos reticulócitos humanos, apresentando valores da Concentração Inibitória média (IC50) de
13 ± 3µM e 17 ± 3µM, respectivamente. A apigenina inibiu seletivamente a atividade da 15-
lipoxigenase, com IC50 de 40 ± 1µM. A lupenona, o lupeol e a α-amirina também
15
demonstraram relativa atividade inibitória da ação das lipoxigenases (GUTIERREZ-LUGO et
al., 2004).
Em trabalho realizado por Moretão e colaboradores (2003) foi demonstrado o efeito
do �aragal� sobre o sistema imunológico, como potencial modificador da resposta biológica.
A presença de macrófagos ativados com citoplasma aumentado, núcleos grandes, projeções
citoplasmáticas e com maior habilidade de propagação foram observadas tanto em células in
vitro expostas ao �aragal� quanto em células obtidas de animais tratados. No teste in vitro,
82% das células foram ativadas na presença de 300 mg/ml de �aragal�, após 24h de
incubação e de 91% depois de 48h. A ocorrência de macrófagos ativados também ficou
evidente em preparações de células obtidas de ratos tratados com �aragal� nas doses de 100,
250 e 500 mg/kg proporcionando um aumento de 60, 75 e 75% respectivamente na ativação
de macrófagos, caracterizando assim, uma relação tempo e dose-dependente. O tratamento de
camundongos com 50, 100 ou 200mg/kg de �aragal� aumentou o número de células
fagocitárias presentes no exsudato de peritônio em 18, 44 e 88%, respectivamente. O �aragal�
também promoveu um crescimento na produção do Fator de Necrose Tumoral (TNF-α) por
parte dos macrófagos. Macrófagos tratados in vitro por 18h com �aragal� foram capazes de
destruir 180 células de Sarcoma (S-180), isto pode ser constatado pela presença dessas
estruturas no interior do citoplasma dessas células. Na concentração de 100mg/kg, o �aragal�
mostrou atividade antitumoral contra S-180 em ascites ou tumores sólidos, a inibição tumoral
foi de 63 e 38%, respectivamente. (MORETÃO et al., 2004).
Schinus terebenthifolius Raddi (aroeira)
BOTÂNICA
A espécie Schinus terebenthifolius Raddi, é um membro da família Anacardiaceae,
nativa da América do Sul, ocorrendo no Brasil nos estados de Minas Gerais e Bahia até o Rio
Grande do Sul, em diversas formações vegetais. Apresenta várias sinonímias botânicas: S.
acutifólia Engl., S. glazioviana Engl., S. pohliana Engl., S. raddiana Engl., S. aroeira Vell. e
S. mucronulatus M. (PIO CORRÊA, 1978).
No Brasil esta espécie é conhecida popularmente como aroeira, aroeira vermelha,
aroeira mansa, pimenta-do-reino do Brasil, cabuí, fruto de sabiá; �pink peper�, �pink berries�,
nos Estados Unidos; �pfeffer� e �rosa beeren�, na Alemanha; �baies roses de Bourbon� na
França e �aguará-mi-ybá�, no Paraguai (PIERIBATTEST et al., 1981; PIRES et al., 2004).
16
A aroeira é uma planta comum em beiras de rios, córregos e em várzeas úmidas de
formações secundárias; entretanto, cresce também em terrenos secos e pobres. Sua altura
varia de 5-10m, dotada de copa arredondada, seu tronco é tortuoso, de 30-60 cm de diâmetro,
com casca grossa e fissurada. Pelo porte pequeno, é indicada para a arborização de ruas
estreitas e sob fios elétricos; no entanto, pode causar alergia a pessoas sensíveis que entram
em contato com suas folhas. As suas flores são melíferas, florescendo principalmente durante
os meses de setembro a janeiro e frutifica predominantemente no período de janeiro a julho.
Suas sementes são amplamente disseminadas por pássaros, o que explica sua boa regeneração
natural (LORENZI, 1998).
FITOQUÍMICA
O emprego de diferentes partes da aroeira tem sido relatado na medicina tradicional
de vários países. A espécie já foi relativamente bem pesquisada, apresentando amplo número
de trabalhos relacionados à identificação das substâncias presentes na planta, bem como
relacionados à comprovação de suas atividades terapêuticas.
Em trabalho realizado por Campelo e colaboradores (1974), foram isoladas das cascas
da espécie: bauerenona, α-amirina, α-amirenona e ácido terebintefólico. No ano seguinte,
investigando as folhas da espécie os mesmos autores isolaram alguns triterpenos: o ácido 3α-
hidroximasticadienóico, o sitosterol e o simiarenol (CAMPELO e MARSAIOLI, 1975).
Nos frutos da aroeira foram isolados ainda os seguintes componentes: ácido
masticadienóico, hidroximasticadienóico e ácido ursólico (LLOYD et al., 1977). As sementes
moídas da espécie são irritantes de mucosa. Stahl (1982) separou os compostos fenólicos
responsáveis pela ação, através de cromatografia de camada delgada. No ano seguinte, o
cardanol, substância irritante cutânea, foi isolado dos frutos da espécie (STAHL, KELLER e
BLINN, 1983).
No seu óleo essencial foram identificados α-pineno, β-pineno, sabineno, ∆3-careno, α-
felandreno, limoneno, β-felandreno, p-cimeno e terpinoleno, cis-sabinol, carvotanacetona, β-
cariofileno, α e β-cubeneno, simiarenol, simiarenona, α-amirina e α-amirenona (LLOYD et
al., 1977). Em pesquisa realizada por Lawrence (1984) foi verificada a presença de 23
compostos no óleo essencial, não detectados anteriormente. Em outro estudo químico do óleo
essencial dos frutos da aroeira foram identificados os triterpenos: α-pineno, β-pineno, γ-
terpineno, limoneno, α-terpinoleno, anetol, timol, carvacrol e β-cariofileno (SANTOS et al.,
1986).
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Queires e colaboradores (1998) demonstraram a variabilidade quantitativa na
distribuição de fenóis totais nos diversos órgãos que constituem a parte aérea da aroeira. Os
valores médios encontrados, com base no peso úmido (P.U.) foram: fruto = 9,5; flor = 43,8;
folha = 40,3; caule-córtex = 32,1 e caule-lenho = 18,1 mg/g P.U.
Na análise obtida a partir do extrato metanólico das cascas do caule da Schinus
terebenthifolius Raddi foi encontrado uma predominância de compostos polifenólicos e
terpenóides. Dentre os polifenóis, confirma-se a existência de forte concentração de taninos
catéquicos, sendo atribuída a estes, boa parte da bioatividade dessa planta (ARAÚJO, 2002).
Em análise fitoquímica mais recente realizada por Lima e colaboradores (2006) no
extrato etanólico obtido da entrecasca da espécie, foram identificadas as presenças de fenóis,
triterpenos pentacíclicos e antraquinonas; na extração com hexano utilizando a mesma parte
da planta, os testes foram positivos para a presença de flavonas, flavonóides, xantonas,
esteróides livres.
FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA
Com relação à avaliação farmacológica da aroeira, verificou-se que o extrato aquoso
obtido das suas folhas apresentou atividade antiinflamatória do tipo não-esteroidal, no
modelo de granuloma induzido por algodão em dorso de rato (MOURELLE et al., 1993).
Em pesquisa desenvolvida por Jain e colaboradores (1995) foi verificado que os
triterpenos, ácido masticadienóico e o ácido masticadienólico (schinol), presentes nos frutos
da aroeira, apresentam atividade antiinflamatória por serem inibidores competitivos
específicos da fosfolipase A2.
O extrato hidroalcoólico obtido das folhas da aroeira apresentou significativa
atividade antimicrobiana frente às bactérias Gram positivas (Staphylococcus aureus) e Gram
negativas (Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa), além de uma ação antifúngica
contra Candida albicans (MARTINEZ et al., 1996; MARTINEZ et al., 2000).
Resultado semelhante foi obtido por Schmourlo e colaboradores (2005), utilizando um
extrato aquoso obtido a partir das partes aéreas do vegetal (folhas, talos e flores) também
observou uma atividade antifúngica significativa frente à Candida albicans. O extrato
etanólico da entrecasca da espécie demonstrou excelente atividade antibacteriana,
particularmente frente a cepas resistentes de Staphylococcus aureus (LIMA et al., 2006).
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A emulsão preparada a partir do extrato hidroalcoólico obtido da entrecasca da
espécie demonstrou significativa atividade cicatrizante e antiinflamatória, frente os modelos
de ferida aberta em dorso de rato e o teste de edema de pata induzido por carragenina,
respectivamente (SILVA, 1999).
Amorim e Santos (2003) em trabalho clínico constataram que o gel vaginal produzido
com aroeira demonstrou-se seguro e eficaz no tratamento da vaginose bacteriana,
promovendo 84% de cura nas pacientes tratadas.
Em relação à avaliação toxicológica, poucas informações são descritas na literatura.
Em trabalho realizado por Ruiz e colaboradores (1996) foi verificada a ausência de efeitos
genotóxicos no extrato hidroalcoólico das folhas da aroeira. Em uma análise preliminar de
toxicidade aguda e dose letal mediana (DL50) dos frutos da aroeira em camundongos, foi
determinada uma DL50 acima de 5000 mg/kg na administração por via oral. Já pela via
intraperitoneal o valor obtido foi de 3500 mg/kg (PIRES et al., 2004). Em estudo realizado
por Araújo (2002) avaliando a toxicidade aguda do extrato metanólico bruto obtido das
cascas da aroeira em ratos, não foi revelado qualquer sinal de toxicidade ou morte
relacionada ao tratamento.
Physalis angulata Linné (camapu)
BOTÂNICA
O gênero Physalis inclui cerca de 120 espécies com caracteres herbáceos e hábitos
perenes, que se distribuem pelas zonas temperadas do mundo principalmente nas Américas
Central e Sul. O nome Physalis é oriundo do grego onde �physa� significa bolha ou bexiga,
referindo-se ao cálice que encerra seus frutos, comestíveis na maioria das vezes
(TOMASSINI et al., 2000; SANTOS et al., 2003).
Sua ocorrência vai do Pará até o Rio de Janeiro, sendo popularmente conhecida no
Brasil por camapu, camabu, camaru, bucho-de-rã, joá ou juá de capote e mata-fome. A
Physalis angulata Linné (P. arenaria Hort., P. dúbia Lk., P. flexuosa Russ., P. ixocarpa
Hort., P. linkiana Ness) é uma erva ramosíssima de caule verde, flores amarelas, pequenas,
sem mácula e com anteras azuladas ou viláceas; frutos baga verde-amarelado, semente
rufescente com minúsculas pontuações (PIO CORRÊA, 1978).
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FITOQUÍMICA
No gênero Physalis são encontradas uma variável e extensa presença de constituintes
químicos, incluindo flavonóides simples ou glicosilados (campferol, quercetina, rutina, com
uma, duas ou três unidades de açúcares), esteróides (β-sitosterol, estigmasterol, campestrol,
24-metileno-colesterol, dentre outros); ácidos graxos de cadeia linear (C6 a C24),
hidroxilados, epoxidados; carotenóides; ácido ascórbico e alcalóides (BASEY, MCGAW e
WOOLLEY, 1992; TOMASSINI et al., 2000).
Em pesquisa desenvolvida por Shingu e colaboradores (1992) foram obtidas do
extrato metanólico das folhas e do caule da Physalis angulata Linné três vitaesteróides
denominadas de fisagulinas A, B e D.
As fisalinas correspondem ao grupo de moléculas que têm sido isoladas em maior
quantidade e variedade da Physalis sp. Estas foram caracterizadas como derivados esteroidais
do tipo 13,14-seco-16, 24 ciclo ergostano, carbonilados em C-15 (VASINA,
MASLENNIKOVA e ABUBAKIROV, 1986; MAKINO et al., 1995).
FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA
A seiva produzida pela espécie é calmante e depurativa, útil contra reumatismo, e os
frutos são comestíveis desobstruentes, resolventes e diuréticos (PIO CORRÊA, 1978).
A presença da acetilcolina foi observada nos frutos da Physalis angulata, sua
identificação foi baseada nas seguintes observações: contração isotônica no reto anterior do
sapo, efeito inotrópico negativo no coração isolado de sapo e contração isotônica no jejuno de
rato (MELO e AFIATPOUR, 1985).
Um novo flavonóide glicosilado, o miricetin-0-neoesperidosídeo foi isolado do extrato
metanólico das folhas do camapu. Este composto apresentou uma notável citotoxicidade in
vitro contra as células P-388 na leucemia, frente as KB-16 da nasofaringe no carcinoma
epidermóide e nas A-549 no adenocarcinoma de pulmão com valores da Dose Efetiva média
(DE50) de 0,048; 0,50 e 0,55 µg/mL-1, respectivamente (ISMAIL e ALAM, 2001).
Em pesquisa desenvolvida por Soares e colaboradores (2003) foi demonstrado que as
fisalinas purificadas de extratos da Physalis angulata apresentaram atividade supressora em
culturas de macrófagos estimuladas com lipopolissacarídeos e interferon-γ. A administração
das fisalinas B, F ou G preveniu a morte induzida em camundongos após a injeção letal de
20
lipopolissacarídeos. Estes resultados demonstraram que estas substâncias são potentes
imunomoduladores.
O extrato hidroalcoólico obtido das folhas do camapu foi testado in vitro, quanto a sua
possível ação contra a Neisseria gonorrhoeae penicilino-resistentes. A espécie apresentou um
halo de inibição de aproximadamente 9 mm frente às cepas desse microrganismo
demonstrando assim sua efetividade no tratamento da gonorréia (CÁCERES et. al, 1995).
Em estudo realizado por Drummond e colaboradores (2000) foi avaliada a atividade
antimicrobiana dessa espécie. Foram utilizados extratos e frações de extratos obtidos dos seus
frutos e raízes, sendo verificado que as frações do extrato obtidas com butanol, diclorometano
e acetato de etila apresentaram atividade frente à cepa ATCC 6538 de Staphylococcus aureus,
quando comparados ao controle. O potencial antibacteriano do extrato metanólico obtido das
flores da espécie foi evidenciado contra a cepa da bactéria Streptococcus mutans, uma das
principais causadoras da cárie dentária (HWANG, SHIM e CHUANG, 2004).
Em outro trabalho, verificou-se que os extratos aquosos e metanólicos da Physalis
angulata, Linné inibiram o crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli
(SANCHES et al., 1997, SILVA et al., 1999). No ensaio de difusão em meio Ágar, a fisalina
B (200 µg/mL) isolada da Physalis angulata, provocou uma inibição de 80% sobre o
Staphylococcus aureus Linné (SILVA et al., 2005).
Uma atividade tripanossomicida presente nos extratos de Physalis angulata Linné foi
descrita por Freiburghaus e colaboradores (1996). Os autores apresentaram em seus
resultados um IC50 abaixo de 1mg/mL, mostrando assim um índice de seletividade superior a
produtos farmacêuticos aplicados nas tripanossomíases. Extratos utilizando acetona, acetato
de etila e metanol a partir das folhas, talos e raízes da espécie, foram analisados quanto as
suas atividades contra a Biomphalaria tenagophila, todos demonstraram resultados positivos
para a atividade moluscicida (SANTOS et al., 2003).
Em trabalho realizado por Choi e Hwang (2003) foi demonstrado que o extrato
metanólico das flores da P. angulata, exibiu ação antiinflamatória frente ao modelo de edema
de pata induzido por carragenina, no edema de orelha induzido por ácido araquidônico e na
artrite induzida por formaldeído, bem como propriedades antialérgicas na reação de
hipersensibilidade por contato induzido por 2,4-dinitrofluorbenzeno. O extrato aquoso obtido
das raízes dessa espécie produziu marcante ação antinociceptiva na dor visceral induzida por
ácido acético, como também na dor produzida em processo inflamatório induzido por
formalina. O tempo de latência dos animais tratados com o extrato foi significantemente
aumentado no ensaio de chapa aquecida, caracterizando sua ação analgésica (BASTOS et al.,
21
2006). O extrato etanólico preparado, utilizando a planta inteira apresentou uma significativa
atividade antihepatoma frente às células de hepatoma humano Hep G2, Hep 3B e
PLC/PRF/5, além de não causar efeitos citotóxicos em células (BALB/C) saudáveis de fígado
de ratos (WU et al., 2004).
Cereus peruvianus Miller (mandacaru)
BOTÂNICA
Cereus peruvianus Mill. é uma espécie pertencente à família das Cactáceas, sendo
popularmente conhecida no Brasil por mandacaru e urumbeva; �torch thistle�, na Inglaterra e
�cierge du perou�, na França. As cactáceas são plantas características de regiões áridas e
desérticas, desta forma estão amplamente presentes na vegetação de caatinga característica do
semi-árido do Nordeste do Brasil. Mandacaru é uma planta arborescente, alcançando até 8m
de altura, de ramos lenhosos em forma de candelabro, sulcados e com acúleos agrupados;
flores grandes, brancas ou róseas, com sépalas verdes. Sua ocorrência estende-se desde o
Piauí até São Paulo e Mato Grosso. Ocupa o segundo lugar entre os cactos gigantes.
Apresenta a variedade variegatus Hort, que se distingue por ter manchas amarelas no caule
(PIO CORRÊA, 1978).
FITOQUÍMICA
As cactáceas têm atraído atenção de cientistas devido à ampla variedade de compostos
biologicamente ativos, como alcalóides, saponinas, esteróides, triterpenos, glicosídeos,
gorduras, óleos e ceras presentes nestas espécies (HUGHES, RAMOS e MOYNA, 1980;
OLIVEIRA e SILVA, 2003).
A maioria das plantas xerófitas produz sementes que são excelentes fontes de óleo. Da
mesma forma, a cutícula que envolve a superfície externa dessas plantas é rica em ceras de
ésteres, tornando-as impermeáveis à água. Durante a época das chuvas os cactos absorvem
boa quantidade de água, a qual é conservada em seu interior, a existência desta camada
cerosa que envolve a planta favorece sua sobrevivência frente às condições adversas
encontradas no ambiente desértico (DEMBITSKY e REZANCA, 1996).
Em pesquisa fitoquímica realizada por Kringstad (1980) foi encontrado o ácido
cereptárico, presente, em grande quantidade nessa espécie. No mesmo ano, Kringstad e
22
colaboradores identificaram na mesma espécie de cactaceae o ácido 2-c-metilaldotetrônico.
No caule da Cereus peruvianus Mill foi identificada ainda, a presença do ácido fórbico
(NORDAL, KROGH e OGNER, 1965).
Em trabalho realizado por Dembitsky e Rezanca (1996) foram detectados vários
compostos presentes nesta cera produzida pela C. peruvianus. Em sua maioria são ésteres
alquilados com cadeia carbônica longa (C26 a C58). Estas ceras esterificadas são compostas
principalmente por álcoois e ácidos graxos. Já foram identificados mais de 600 isômeros
desses ésteres cerídeos presentes nas folhas da espécie. Os mesmos autores dois anos depois
encontraram mais 80 novos ésteres alquilados com cadeia muito longa (C62) presentes na cera
dessa espécie vegetal (REZANKA e DEMBITSKY, 1998).
FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA
A medicina popular tem utilizado a raiz e o caule do Cereus peruvianus como peitoral
para bronquite, cardiotônica, antiescorbútica, cicatrizante, detersiva, vermífuga, contra
perturbações hepáticas e renais, reumatismo, febre gástrica e biliosa, afecções pulmonares,
tosse persistente, úlcera sórdida e tumor glandular (PIO CORRÊA, 1978; SEPLANTEC,
1979).
Com pedaços do caule, cortados transversalmente, faz-se um doce, apreciado no
interior do Brasil. Extraída a casca, é comido cru; em épocas de escassez; nessa ocasião
queimados os acúleos ou espinhos, serve de forragem para o gado. Seu fruto é comestível.
Plantado em linhas a pequenas distâncias um do outro serve para cercar fazendas e pastagens
(PIO CORRÊA, 1978). O fruto produzido pela Cereus peruvianus Mill. tem sido responsável
pelo desenvolvimento de algumas espécies ligadas ao cultivo, manejo e melhor
aproveitamento desta espécie. Isto tem ocorrido principalmente em Israel, já que neste país o
consumo da fruta é bastante apreciado, apresentando uma significativa importância comercial
(NINIO et al., 2003; SITRIT et al., 2004).
Apesar do uso tradicional do fitoterápico Sanativo®, com mais de um século de
comercialização, na literatura inexistem estudos relacionados à comprovação da eficácia
farmacológica antiinflamatória, analgésica e antiulcerogênica da associação das quatro
espécimes vegetais na forma do fitoterápico comercializado. Assim, a avaliação
farmacológica pré-clínica desta formulação deve ser considerada como uma das etapas
importante no processo de validação do seu potencial terapêutico.
23
3- Objetivo
24
3- Objetivo
3.1- Geral:
Avaliar o potencial antiinflamatório, antinociceptivo e antiulcerogênico do extrato
seco do fitoterápico Sanativo®.
3.2- Específicos:
! Analisar a atividade anti-edematogênica do fitoterápico Sanativo® através do
modelo de edema de pata induzida por carragenina, dextrana ou histamina.
! Avaliar a atividade analgésica do fitoterápico Sanativo® através modelo de
contorção abdominal induzida por ácido acético e teste de placa quente.
! Investigar o efeito anti-ulcerogênico da administração do Sanativo® pelo
modelo de úlcera induzida pelo álcool.
4- Artigo I
26
Atividade antiinflamatória, antinociceptiva e antiulcerogênica do
fitoterápico Sanativo®
Viviane Martins de ARRUDA1; Cristiano Ribeiro de LIMA1, Liliane Bezerra de LIMA1
Iggor Macêdo do Amaral COSTA1, Maria do Carmo C. A. FRAGA2; Simone S. L.
LAFAYETTE1,2 & Almir Gonçalves WANDERLEY1,2*
1Departamento de Ciências Farmacêuticas, (Programa de Pós-Graduação) Universidade
Federal de Pernambuco,
Rua Prof. Artur de Sá, s/n CEP 50740-520, Recife-PE, Brasil. 2Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal de Pernambuco,
Av. Prof. Moraes Rego, s/n CEP 50670-901, Recife-PE, Brasil.
___________________________________________________________________________
Resumo
O potencial antiinflamatório, analgésico e antiulcerogênico do fitoterápico composto
Sanativo (SAN) foi validado em modelos de inflamação aguda (edema de pata induzidos por
carragenina, dextrana e histamina), nocicepção (contorções abdominais por ácido acético e
teste de placa quente) e úlcera por etanol. Os resultados mostram que os edemas por
carragenina, dextrana e histamina, foram inibidos entre 23 e 66% pelo tratamento com SAN
(50 a 400mg/kg). A latência ao estímulo térmico foi aumentada entre 46 e 65% no grupo
SAN (200mg/kg). As contorções abdominais e a área da lesão gástrica foram respectivamente
inibidas em 58, 68 e 47% e 68, 88 e 93% nos grupos SAN (50, 100 e 200 mg/kg). Desta
forma, conclui-se que o Sanativo® possui ação antiinflamatória, analgésica e
antiulcerogênica.
Palavras-chave: atividade antiinflamatória, antinociceptiva, antiulcerogênica, farmacologia
pré-clínica, Sanativo®.
27
Abstract
The potential antiinflammatory, analgesic and antiulcerogenic of herbal drug composed
Sanativo® (SAN) was valited in models acute inflammation (carrageenin, dextran and
histamine-induced paw oedema), nociception (acetic acid-induced writhing and hot plate test)
and ulcer by ethanol. The results show that the oedema by carrageenan, dextran and
histamine, were inhibited between 23 and 66% by treatment with SAN (50 to 400 mg/kg).
The latency time to the thermal stimulus was increased between 46 and 65% in group SAN
(200mg/kg). The acetic acid-induced writhing and gastric damage induced by ethanol was
inhibited in 58, 68 and 47%, and 68, 88 and 93% in groups SAN (50, 100 and 200 mg/kg),
respectively. Thus, it sugest, that Sanativo® has antiinflammatory action, analgesic and
antiulcerogenic.
Keywords: antiinflammatory activity, antinociceptive, antiulcerogenic, pre-clinical
pharmacology, Sanativo®
__________________________________________________________________________
28
Introdução
O Sanativo (SAN) é um medicamento fitoterápico composto pela associação dos
extratos hidroalcoólicos das espécies vegetais Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
(angico; 20%), Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-da-praia; 20%), Physalis angulata
Linné (camapu; 1,7%) e Cereus peruvianus Miller (mandacaru; 1,7%). Este produto é
comercializado desde 1888 principalmente nas regiões norte e nordeste do Brasil
fundamentado no uso tradicional dessas espécies na medicina popular.
O uso etnomedicinal dessas espécies no tratamento e cicatrização de feridas,
queimaduras, processos inflamatórios e infecciosos, gastrites e úlceras gastroduodenais,
hemorragias e outras condições é descrito na literatura (PIO CORRÊA, 1978; RUTTER,
1990; MONTEIRO et al., 2006). De fato, as atividades antimicrobiana (MARTINEZ et al.,
1996; AMORIM e SANTOS, 2003), cicatrizante (SILVA, 1999; NETO et al., 2006;
SANTOS et al., 2006), antiinflamatória (MOURELLE et al., 1993; SILVA, 1999) da Schinus
terebenthifolius; assim como, ações antiinflamatória e analgésica da Physalis angulata
(CHOI e HWANG, 2003; BASTOS et al., 2006) tem sido confirmadas experimentalmente.
A análise fitoquímica da Anadenanthera colubrina revelou na casca do caule um alto
teor (32%) de tanino (PIO CORRÊA, 1978) e nas partes áreas a presença do flavonóide
anadantoflavona, junto com ele foram encontrados mais 11 compostos já conhecidos:
alnusenol, lupenona, lupeol, ácido betunílico, α-amirina, β-amirina, β-sitosterol,
estigmasterol, apigenina, ácido 4-hidroxibenzóico e ácido cinâmico (GUTIERREZ-LUGO et
al., 2004). Enquanto que na entrecasca da Schinus terebenthifolius foram isolados vários
constituintes como taninos (13,9%), óleo essencial (0,12%), resinas e saponinas (BÓRIO,
CECY e YASUMOTO, 1973), além de baurenona, α-amirina, α-amirenona e ácido
terebentifólico (CAMPELO e MARSAIOLI, 1975). Prévios estudos do laboratório mostraram que o SAN possui atividade cicatrizante em
modelo de ferida aberta e baixa toxicidade em ratos (LIMA et al., 2006). Nesse trabalho
buscou-se avaliar o potencial antiinflamatório, analgésico e antiulcerogênico das espécies que
compõe o fitomedicamento Sanativo visando ampliar seu espectro de atividade.
Materiais e método
Material botânico
Os extratos hidroalcoólicos (70º GL) obtidos a partir das cascas do caule (angico e
aroeira a 50%), planta inteira (camapu a 20%) e caule (mandacaru a 20%) foram
29
concentrados em rotaevaporador e em seguida liofilizados na mesma proporção do produto
acabado (20: 20: 1,7: 1,7% respectivamente, angico: aroeira: camapu: mandacaru), na
empresa TECNAPE-SP. O liófilo foi conservado em temperatura ambiente até sua utilização
e ressuspenso em água destilada em concentrações variando de 2 a 10%.
Animais
Foram utilizados ratos Wistar, Rattus norvegicus var. albinus machos entre 3-5 meses
de idade, provenientes do Biotério do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da
Universidade Federal de Pernambuco e camundongos albino, Mus muscullus, machos, com
90 dias de idade, pesando entre 25 - 30g, provenientes do Biotério do Centro de Pesquisa
Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz/UFPE). Os animais receberam água e dieta (Labina®) ad
libitum e antes dos experimentos foram privados de ração por 12h dentro de condições
controles de iluminação (ciclo 12h claro/escuro) e temperatura (22 ± 2°C). O protocolo
experimental foi submetido ao Comitê de Ética em Experimentação Animal (CEEA) da
Universidade Federal de Pernambuco (014114/2007-33).
Edema de pata induzido por carragenina 1%, dextrana 1% ou histamina 0,1%:
Seis grupos experimentais (n=6-12 ratos/grupo) foram tratados por via oral com
Sanativo® (SAN; nas doses de 50, 100, 200 e 400 mg/kg), indometacina 0,1% (10 mg/kg) ou
hidroxizina (70 mg/kg) e veículo (água destilada; 10 mL/kg). Uma hora após o tratamento foi
administrado por via subplantar (s.pl.), na pata direita traseira de cada animal 0,1mL de uma
solução de carragenina 1%, dextrana 1% ou histamina 0,1%; a pata contralateral (controle)
recebeu o mesmo volume de solução salina 0,9% (WINTER, RISLEY e NUSS, 1962).
Imediatamente após a injeção, o volume das patas foi medido através de um
hidropletismômetro (Ugo Basile 7140) em intervalos regulares. O volume (mL) do edema foi
expresso como a diferença entre as patas direita e esquerda.
Contorções abdominais induzidas por ácido acético 1%
Cinco grupos experimentais (n=8-9 camundongos/grupo) ambientados 2h antes do
experimento no laboratório foram tratados por via oral com Sanativo® (SAN, nas doses de 50,
100 e 200 mg/kg), indometacina 0,1% (10 mg/kg) ou veículo (salina, 0,1 mL/10g). Uma hora
após o tratamento foi administrado por via intraperitoneal (i.p.) em todos os animais ácido
acético 1% (0,1mL/10g) diluído em salina (KOSTER, ANDERSON e DE BEER, 1959). Em
seguida, os animais foram transferidos individualmente para caixa de acrílico, com uma das
30
paredes revestida com espelho, para avaliação do número de contorções abdominais,
caracterizadas por contrações das paredes abdominais seguidas de torções do tronco e
extensão dos membros posteriores (VACHER, DUCHÉNE-MARULLAZ e BARBOT,
1964). O número cumulativo de contorções foi determinado a partir e durante 5 minutos por
um período de 30 minutos.
Teste da placa quente
Quarenta animais distribuídos aleatoriamente em cinco grupos (n=8/grupo) foram
tratados por via oral com Sanativo® (SAN, nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg), fentanil (50
µg/kg) ou veículo (salina, 0,1 mL/10g). Os animais foram colocados individualmente numa
placa quente aquecida à 56°C e determinado o tempo de latência que expressa o valor em
segundos da presença do animal sobre a placa até o ato de retirar e lamber as patas (ANKIER,
1974). Foi estabelecido o tempo de permanência máxima na placa de 20 segundos (tempo de
corte) para evitar danos teciduais que poderiam afetar determinações subseqüentes. O tempo
de latência foi obtido 60 e 30 minutos imediatamente antes e até 120 minutos após os
tratamentos.
Lesão gástrica induzida por etanol 70%:
Ratos machos foram randomicamente distribuídos em cinco grupos (n=6-8
ratos/grupo). Os grupos receberam respectivamente por gavagem água da torneira (Controle,
5 mL/kg), ranitidina (50 mg/kg) e Sanativo® (SAN, nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg). Uma
hora após o tratamento foi administrado em todos os grupos por via oral, etanol a 70% (1
mL/100g de peso corporal). Decorridos uma hora após a administração do agente lesivo, os
animais foram submetidos à eutanásia por anestesia etérea, em seguida, os estômagos foram
removidos, mantidos em placa de Petri sobre gelo e abertos ao longo da pequena curvatura
(ROBERT et al., 1979). Posteriormente, o conteúdo gástrico foi desprezado, a mucosa
estomacal lavada delicadamente com solução salina e a área (mm2) do corpo gástrico e da
lesão gástrica determinada por planimetria (SARTORI et al., 1999).
Análise estatística
Os valores foram expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) As diferenças
entre os grupos foram analisadas através da Análise de Variância (ANOVA), seguido por
Newman-Keuls. O nível de significância para rejeição da hipótese de nulidade foi ≥ 5%.
31
Resultados
Atividade antiedematogênica
A carragenina produziu uma reação edematogênica aguda e progressiva nas patas dos
animais atingindo o pico máximo em 4 horas. Os resultados da tabela I e figura 1 mostram
que nos animais tratados com Sanativo® o edema foi inibido, exceto na menor dose (SAN
100 mg/kg), ao final da 3ª e 4ª hora de administração.
Todas as doses empregadas do SAN (50 a 400 mg/kg) foram efetivas em reduzir a
formação do edema induzido por dextrana aos 30 e 60 minutos. E no grupo tratado (SAN 200
mg/kg) o edema foi inibido em todo o período de tempo analisado (tabela II e figura 2).
Enquanto que no edema por histamina, apenas a menor dose do SAN (50 mg/kg) diminuiu o
edema após 15, 30 e 60 minutos de administração (tabela III e figura 3).
Atividade antinociceptiva
O número de contorções abdominais induzidas por ácido acético nos grupos SAN (50,
100 e 200 mg/kg) foram reduzidas em respectivamente 58, 68 e 47% (tabela IV e figura 4). O
tempo de reação ao estímulo térmico foi aumentado no grupo (SAN 200 mg/kg) em 46, 48,
49 e 65% respectivamente aos 30, 60, 90 e 120 minutos de observação. Nesse último período,
a dose intermediária do SAN (100 mg/kg) produziu aumento de 33% (tabela V e figura 5).
Atividade antiulcerogênica
Os animais tratados com SAN (50, 100 e 200 mg/kg) inibiram respectivamente em 68,
88 e 93% a área da lesão gástrica (tabela VI e figura 6).
Discussão e conclusão
O presente estudo foi idealizado para avaliar o potencial antiinflamatório,
antinociceptivo e antiulcerogênico do fitomedicamento Sanativo®.
O efeito do Sanativo® foi observado inicialmente frente ao edema de pata induzido
por carragenina, o qual é um modelo tradicional e amplamente usado para triagem de drogas
com potencial antiinflamatório. Em ratos, esse edema produz nos primeiros 60-90 minutos a
liberação de histamina, serotonina, Fator de Ativação Plaquetária, substância P e bradicinina.
Em seguida, o edema é mantido pela liberação de prostaglandinas e óxido nítrico produzidos
pelas isoforma induzida da cicloxigenase tipo 2 (COX-2) e óxido nítrico sintase (iNOS)
32
respectivamente (DI ROSA, GIROUD e WILLOUGHBY, 1971; SEIBERT et al., 1994;
SALVEMINI et al., 1996; NANTEL et al.,1999).
A administração oral do Sanativo® produziu inibição significativa do edema por
carragenina. As doses maiores do Sanativo® (200 e 400 mg/kg) produziram redução do
edema em todo o período experimental. Essa redução foi mais pronunciada nas duas
primeiras horas de observação, diferente do obtido para o grupo que recebeu indometacina,
cuja inibição foi praticamente uniforme. Os resultados apontam para uma possível atividade
anti-edematogênica do Sanativo®. Dados da literatura mostram que o extrato da Schinus
terebenthifolius inibe o edema por carragenina (SILVA, 1999), inibe a inflamação no modelo
de granuloma induzido por algodão e pleurisia por carragenina (MOURELLE et al., 1998) e
que triterpenos isolados dos seus frutos possuem atividade inibitória específica sobre a
fosfolipase A2 (JAIN et al., 1995). Como a primeira hora de resposta ao edema por
carragenina está essencialmente associada à liberação de histamina/serotonina foi investigada
a participação do Sanativo® no edema induzido por dextrana, que possui a capacidade de
liberar esses autacóides de mastócitos de rato (DI ROSA e WILLOUGHBY, 1971; WEST,
1990).
O Sanativo® (50, 100 e 400mg/kg) diminuiu a intensidade do edema aos 30 e 60
minutos após a administração de dextrana. Esse padrão de redução nos grupos que receberam
Sanativo®, exceto a dose de (200mg/kg), também foi distinto do obtido com o anti-
histaminíco hidroxizina, que foi eficaz durante toda a vigência do edema.
Quando o efeito do Sanativo® foi testado diretamente frente ao edema produzido pela
histamina observou-se que apenas a menor dose (50mg/kg) inibiu o edema em todos os
períodos analisados de forma similar ao observado com o padrão hidroxizina.
A inibição do Sanativo® tanto na fase inicial (15-30min) do edema por
dextrana/histamina, como na fase tardia (> 3h) por carragenina assim como a comparação
com o perfil de inibição produzido pelos respectivos padrões hidroxizina e indometacina
revela que o Sanativo® possui características que são distintas de um típico anti-histamínico
H1 ou de um antiinflamatório não-esteroidal (AINEs). Contudo, pode-se especular que o
mesmo possa agir através da inibição de vários mediadores. Assim, uma ação estabilizante de
membrana, por exemplo, especialmente nos mastócitos poderia prevenir a liberação de
histamina/serotonina e justificaria desta forma a inibição da fase recente do edema. Enquanto
que a fase posterior poderia refletir uma provável inibição da liberação de prostaglandinas
e/ou óxido nítrico. As prostaglandinas desempenham um papel importante na resposta
nociceptiva (KOSTER, ANDERSON e DE BEER, 1959); com esse intuito o efeito do SAN
33
foi investigado nas contorções abdominais induzidas por ác. acético, que além da
prostaglandina, produz a liberação de eicosanóides, aminas simpatomiméticas e citocinas
como o Fator de Necrose Tumoral (TNF-α) e interleucinas 1β e 8 (FERREIRA,
NAKAMURA e CASTRO, 1978; CODERRE, ABBOTT e MELZACK, 1984; DOHERTY et
al., 1985; DUARTE, NAKAMURA e FERREIRA, 1988; SANTOS, VEDANA e FREITAS,
1998; RIBEIRO et al., 2000).
Os resultados sugerem que o Sanativo® possui atividade antinociceptiva, uma vez que
todas as doses (50 a 200 mg/kg) foram efetivas em reduzir a dor visceral produzida pelo
ácido acético. Essa atividade poderia está relacionada à inibição da síntese de prostaglandinas
(FERREIRA, NAKAMURA e CASTRO, 1978) e/ou uma diminuição da sensibilidade dos
receptores nociceptivo periférico (BERKENKOPF e WEICHMAN, 1988). Entretanto, dados
da literatura mostram claramente que vários grupos como antihistamínicos, hipotensores,
estimulantes ou depressores do SNC, além dos antiinflamatórios não-esteroidais e opióides
podem inibir essa resposta nociceptiva (HENDERSHOT e FORSAITH, 1959; COLLIER et
al., 1968; SANTOS, VEDANA e FREITAS, 1998; REICHERT et al., 2001). Nesse sentido,
considera-se que embora o teste de contorções por ácido acético seja sensível para triagem de
drogas com atividade analgésica esse não deve ser assumido como exclusivo para tal classe.
Um possível componente central no efeito antinocipetivo do Sanativo® foi avaliado
através do teste da placa quente. Os dados revelam que os animais que receberam Sanativo®
(200 mg/kg) aumentaram o tempo de resposta em todo o período experimental. Esses
resultados apontam em princípio que o efeito antinociceptivo do Sanativo® nesta dose não
está restrito apenas a inibição do processo inflamatório. Cabe ressaltar, que a latência de
resposta ao estímulo térmico pode ser aumentada não apenas por drogas opióides, mas
também por sedativos, relaxantes musculares e psicomiméticos (EDDY e LEIMBACH,
1953). Porém, em contraste ao efeito da morfina, a indometacina e outros AINEs não tem
nenhum efeito nesse teste (YAMAMOTO e NOZAKI-TAGUCHI, 1996; SANTOS,
VEDANA e FREITAS, 1998).
Existem diversas classes de drogas usadas para o tratamento da úlcera tais como
antiácidos, inibidores da bomba de próton, anti-histamínico H2 e anticolinérgicos. Porém
muitas dessas drogas estão associadas a efeitos colaterais como ginecomastia, alterações
hematopoiéticas, nefrite intersticial aguda (RA e TOBE, 2004), trombocitopenia (ZLABEK e
ANDERSON, 2002), reações de anafilaxia (GONZALEZ et al., 2002), nefrotoxicidade e
hepatoxicidade (FISHER e LE COUTEUR, 2001). Por outro lado, as plantas medicinais têm
34
se revelado promissora no tratamento de vários tipos de desordens gástricas (BORRELLI e
IZZO, 2000; HIRUMA-LIMA et al., 2002, 2006; ALMEIDA et al., 2003).
O tratamento oral com SAN em todas as doses testadas protegeu de forma bastante
eficiente a lesão da mucosa gástrica produzida pelo etanol sugerindo dessa forma um possível
efeito citoprotetor. Velázquez et al. (2003) mostraram que a Schinus terebinthifolius que é
rica em taninos mostrou atividade antioxidante e antiperoxidação lipídica que poderia
neutralizar a lesão por etanol, uma vez que essa surge a partir de um dano direto nas células
da mucosa gástrica resultando no desenvolvimento de radicais livres de oxigênio (PIHAN,
REGILL e SZABO, 1987) e hiperoxidação de lipídeos (PURUNEN, HUTTUNEN e
HIRVONEN, 1980). Como a Anandenanthera colubrina também é rica em taninos
(MONTEIRO et al., 2006) pode-se por analogia, especular que essas duas espécies de
composição majoritária no Sanativo® poderiam proteger a mucosa da lesão induzida pelo
álcool.
Um dos aspectos interessantes desses resultados é o fato do fitoterápico Sanativo®
possuir atividade antiinflamatória e citoprotetora diferente do observado com as drogas
AINES.
Em resumo, o conjunto dos resultados permite validar o fitomedicamento Sanativo®
como antiinflamatório, analgésico e antiulcerogênico. Entretanto, o mecanismo dessas ações
permanece a ser estabelecido, uma vez que a associação de seus extratos vegetais pode
contribuir de formas distintas ou sinérgicas na dependência do modelo experimental
empregado.
AGRADECIMENTOS
Ao Laboratório Pernambucano (Laperli) por fornecer o Sanativo® e a técnica Rejane Souza
pelo apoio nas pesquisas.
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a.
45
Tabela IV: Efeito da administração oral do Sanativo® nas contorções abdominais induzidas por ác. acético 1% em camundongos.
GRUPOS
Dose (mg/kg)
N° de contorções acumuladas
Inibição (%)
Controle
-
41,1 ± 7,7
-
indometacina
10
12,4 ± 4,3*
70
SAN
50
17,1 ± 4,0*
58
SAN
100
13,3 ± 3,0*
68
SAN
200
21,9 ± 7,5*
47
Os dados representam a média ± e.p.m (n=8-9/grupo). *Estatisticamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido de Newman-Keuls, p< 0,05).
46
Tab
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30 m
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min
90 m
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12
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± 0
,31
5,
13 ±
0,4
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± 0
,31
5,
25 ±
0,4
9
6,
13 ±
0,3
0
6,
13 ±
0,7
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3,00
± 0
,19
6,
50 ±
0,6
0
9,00
± 0
,68*
(7
2 %
)
9,
13 ±
0,6
9*
(74%
)
12
,40
± 1,
15*
(102
%)
10
,0 ±
0,7
1*
(63%
)
SAN
50
4,
13 ±
0,4
0
6,50
± 0
,46
5,
50 ±
0,3
3
(5%
)
6,
00 ±
0,6
5
(14%
)
5,
88 ±
0,4
0 (0
%)
7,
38 ±
0,4
2
(21%
)
SAN
100
3,75
± 0
,25
5,
75 ±
0,5
9
5,50
± 0
,53
(5
%)
5,
50 ±
0,4
6
(14%
)
6,
00 ±
0,4
6 (0
%)
8,
13 ±
0,4
8*
(33%
)
SAN
200
4,25
± 0
,56
5,
63 ±
0,6
2
7,63
± 0
,50*
(4
6%)
7,
75 ±
0,3
1*
(48%
)
9,
13 ±
0,9
1*
(49%
)
10
,13
± 0,
35*
(6
5%)
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47
Tabela VI: Efeito da administração oral do Sanativo® na lesão gástrica induzida pelo etanol 70% (1 mL/100g) em ratas Wistar
GRUPOS EXPERIMENTAIS
Controle ranitidina 50 mg/kg
SAN 50 mg/kg
SAN 100 mg/kg
SAN 200 mg/kg
Área corpo gástrico (mm2) 695,6 ± 24,8 688,0 ± 54,1 695,2 ± 23,7
683,0 ± 22,0
693,5 ± 38,6
Área da ulceração (mm2) 136,0 ± 13,9 61,2 ± 17,1* 44,2 ± 9,7* 16,7 ± 4,1* 9,3 ± 5,0*
Inibição (%) 0 55 68 88 93
Os valores representam as médias ± e.p.m (n=6-8/grupo). *Estatisticamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido de Newman-Keuls, p< 0,05); (n=7/grupo).
48
Figura 1: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e indometacina (indomet) no
edema de pata de rato induzido por carragenina 1%.
Os valores representam as médias ± e.p.m. (n= 9-12/grupo).
*Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.
Figura 2: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e hidroxizina (hidroxiz) no
edema de pata de rato induzido por dextrana 1%.
Os valores representam as médias ± e.p.m. (n= 9-12/grupo).
*Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.
49
Figura 3: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e hidroxizina (hidroxiz) no
edema de pata de rato induzido por histamina 0,1%. Os valores representam as médias ±
e.p.m. (n= 6-10/grupo).
*Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.
Figura 4: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e indometacina (indomet.)
nas contorções abdominais induzidas por ác. acético 1% em camundongos.
Os valores representam as médias ± e.p.m. (n= 8-9/grupo).
*Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls
50
Figura 5: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e fentanil no tempo de latência
de camundongos ao estímulo térmico (55 ± 1oC). Os valores representam as médias ± e.p.m.
(n= 8/grupo). *Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.
Figura 6: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e ranitidina (ranit.) na úlcera
gástrica induzida por etanol em ratos. Os valores representam as médias ± e.p.m. (n= 6-
8/grupo). *Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.
51
5- Principais resultados e conclusão
52
5- Principais resultados e Conclusão
• Em vista dos resultados observou-se que o fitoterápico Sanativo® possui atividade
antiinflamatória, observada durante todo período experimental pela inibição significativa
da ação edematogênica induzida pela carragenina (doses de SAN 200 e 400 mg/kg),
dextrana (dose de SAN 200 mg/kg) e histamina (dose de SAN 50 mg/kg).
• O Sanativo® possui atividade antinociceptiva periférica e central, observadas pela
inibição da dor visceral produzida pelo ácido acético (nas doses de SAN 50, 100 e 200
mg/kg) e aumento do tempo de resposta ao estímulo térmico, observado na dose de 200
mg/kg.
• A administração do Sanativo® nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg apresentou atividade
protetora da mucosa gástrica inibindo significativamente a lesão produzida pelo etanol.
O conjunto dos resultados indica que o fitoterápico Sanativo® possui atividade
antiinflamatória, analgésica e antiulcerogênica.
53
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54
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