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INTERSEES: INTERVENO URBANA NO MOINHOtrabalho de graduao integrado
gabriel martins delduqueiau/usp - 2012
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HOa famlia, pelo apoio incondicional
aos professores, pela trans-formaoaos amigos, fundamentais nesse processo e a minha sempre fiel companheira, ariane.
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ndice
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introduo
processo
hiptese
rea
intenes projetuais
diretrizes projetuais
proposta
bibliografia
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Como resultado de um processo que se iniciou em Pr_TGI, que ten-tou responder s questes que me coloquei e, principalmente, s que foram surgindo ao longo do desenvolvimento do trabalho, apre-sento esse projeto que considero um estudo investigativo de como me posicionar frente ao que vem sendo construdo como cidade.Neste trabalho, investiga-se a ideia de que a rearticulao de certas relaes j existentes entre infraestrutura e cidade constituam lugares estruturadores de urbanidades, aportando ao espao construdo um valor de morada (FRANCO, MOREIRA e BRAGA). Parto do princpio que, em So Paulo, as redes de infraes-trutura assumem um papel articulador da cidade na escala territorial, mas que no corresponde escala local, na qual funcionam como agente desagregador. A rea de projeto situa-se no centro da cidade de So Paulo, ao longo de um trecho da orla ferroviria entre as estaes da Luz e Barra Funda, hoje ocupada em parte pela comunidade do Moinho. O processo de constituio desse espao urbano, apesar de ter sido alavancado pelos mesmos atores o ciclo do caf e o desenvolvimento industrial , se deu de maneira retalhada e obedeceu a lgicas distintas, respondendo a determinadas condicionantes que nem sempre eram as mesmas. Tudo isso, junto com as ferrovias que ras-gavam o territrio, contribuiu para gerar espaos desarticulados e fragmen-tados, hoje muito degradados em funo da obsolescncia das dinmicas industrial e econmica que impulsionaram sua ocupao, os terrain vagues. As descontinuidades urbanas oferecem uma nova possibilidade de projetos articuladores (LEITE, 2002). Enxerga-se nesses lugares espaos em potn-cia, onde a rearticulao de determinadas relaes j estabelecidas passam a gerar ambientes mais qualificados. A partir disso, prope-se um elemento urbano integrador desses lugares fragmentados, um novo elemento, estru-turado por espaos pblicos, que conecta as diferentes camadas da rea.
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processopr-tgi
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cartaz conceitua pr-tgi
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A velocidade da urbanizao das metrpoles brasileiras tornou incua grande parte das tentativas
de se ordenar a produo do ambiente construdo, o que mantm como pauta a delimitao do campo
possvel de ao dos arquitetos (FRANCO, MOREIRA, BRAGA)
Tomo como estratgia de abordagem tentar repensar a cidade a partir de lgicas ou sistemas que j esto presente nela como algo que mobiliza o projeto, rearticulando relaes que, atualmen-te, se colocam de maneira frgil.
A partir disso, alguns questionamentos comeam a ser investiga-dos: _como pensar uma cidade que formada por reas espa-cialmente descontnuas, mas que, de alguma maneira se relacio-nam? _como tentar articular os diferentes sistemas, em suas dife-rentes escalas j presentes nessa cidade? Tendo essa discusso como pano fundo, as reaes entre cida-de e sistemas infra-estruturais de deslocamento comeam a me interessar. Parto do princpio que essas redes assumem um papel fundamental na articulo da cidade na escala territorial, mas que nem sempre corresponde escala local, funcionando, muitas vezes, como um agente desagregador,
O objeto apresentado como ao lado coloca-se como uma sintese dessas questes.
< objeto sntese
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universo projetual
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Num processo investigativo para a construo de um universo projetual de atuao foram estudas vrias refe-rncais que tinham como ponto central cidade e infraes-trutura. Tencionando sempre as relaoes entre essas duas esferas, todos, de alguma maneira, me ajudaram a construir um pensamento e uma viso crtica de como me posicionar frente s questes levantadas, em espe-cial o ensaio projetual Vazios de gua, do escritrio MMBB e o livro do Angelo Bucci So Paulo, Razes de Arquitetura: da Dissoluo dos Edifcios e de Como Atra-vessar Paredes. Coloco nas prximas pginas alguns croquis de outros projetos que julgo serem pertinentes na compreeno desse universo projetual.
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projeto urbano crreco do antonico
MMBBProjeto de infraestrutura urbana onde se buscou al-
ternativas de reconciliao da favela com as guas. Segundo MMBB, o trabalho resulta da articulao
dentre duas esferas de investigao projetual: a pri-meira sobre a redefinio do paradigma da infraes-
trutura urbana; a segunda, na construo de formas do imaginario popular.
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A estratgia associar os espaos livres aos usos que a cultura da praia urbana nos evoca. Pois reconhecemos que, na praia, as formas expontneas de negociao do uso do espao tornam a coexistncia ativa e desejvel.
(MMBB)
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Minhoco
Projeto finalista do Concurso para o Minhoo em So Paulo. A proposta visava a instaurao
de novas relaes do elevado Costa e Silva com a cidade.
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aes projetuias
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Ainda num campo abstrato de atuao, a partir da construo do universo projetual, foi possvel imaginar como agir frente a essas questes levantas. O corte da pgina seguinte mostra uma situao hipottica pen-sada a partir da definio de trs possveis aes projetuais: conectar, invadir e transbordar.
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invadir: ao complementar transbordar. Apropriao de estruturas desfuncionalizadas, subutilizadas ou abandonadas por programas da proposta
conectar: conexo entre espaos, incorporando dimenses fsicas e abstratas que ajudem a recuperar dinmicas de fluxos extintas.
transbordar: articulao com um contexto urbano existente pela criao de sistema de espaos pblicos.
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hiptese
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(...) a Ideia trabalhar com a riqueza social existente que est alocada para as grandes obras de infraestrutura, redefinindo o seu prprio paradigma. O pressuposto lhe conferir o poder de construir urbanidades onde, at ento, s se aportavam valores funcionais. (...) Redefinir esse paradigma visa,
para alm dos servios prestados pelas redes, a articular polticas setoriais, construir lugares adequa-dos vida urbana e configurar imagens na paisagem, contribuindo para a formao de uma relao
afetiva dos moradores com a cidade. (FRANCO, MOREIRA E BRAGA, 2008)
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Esse estudo levanta como hiptese de investigao, ainda dentro de um campo abstrato, sem uma rea de projeto definida, a possibilidade de reas segregadas ou residuais vazios urbanos vinculados a elementos de infraestrutura urbana serem convertidas em elementos estruturadores de urbanidades e de rearticula-o do territrio, reinserindo essas reas na cidade.
Segundo Aguiar, recorrente nossa ideia de que urbanidade gerada socialmente, e que seu determinismo na formao dos lugares est associado a fenmenos processados no desenrolar do cotidiano das cidades, de fenmenos que se encontram em constante manifestao na vida urbana. Sendo assim, o sentido que damos noo de urbanidade vai um pouco alm de sua definio enciclopdica, que normalmente limita seu sentido a no mais do que demonstraes de civilidade, cortesia, afabilidade (Ferreira, 1999).
A partir disso, a relao de espao construdo e indivduo passa a assumir um papel importante no enten-dimento do conceito de urbanidade dentro desse trabalho. Ou seja, fortemente ligada idia de percepo de um espao e sua vivncia nele.
Portanto, assume-se aqui que a urbanidade no s um conceito da construo da imagem ou da arquite-tura. Ela tangencia o campo da percepo das ambincias e do smbolo. um sistema de entrelaamentos entre as dimenses sociais e espaciais .
Por fim, fica um questionamento: (...) podem os projetos urbanos de maior porte se configurar como instru-mento de rearticulao do territrio, de escala imensurvel? (LEITE, 2004)
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A imagem do surfista ferrovirio acena como uma possibilidade de superao que o propsito des-
se estudo. Tal possibilidade evidenciada quando ele se expressa sem exigir precondies, como se
transformasse as prprias carncias em recursos recursos para conquistar um sentido propriamente
humano para a existncia. Nesse aspecto, ele um sobrevivente. (BUCCI, 2010)
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A rea de projeto situa-se em um trecho da orla ferroviria de So Paulo, entre as estaes da CPTM Barra Funda e Luz. Rodeada pelos bairros Campos Elsios, Barra Funda e Bom Retiro, teve um papel importante durante o proces-so de desenvolvimento da cidade. Atualmente parcial-mente ocupada pela Favela do Monho.
A demarcao em vermelho no mapa da pgina anterior representa um primeiro recorte de nalises para entender como essa rea se estrutura dentro das questes levan-das.
As imagens a seguir, trazem algumas situaes que nos permite, ainda que preliminarmente, entrar em contato com certas dinmicas e elementos representativos da rea.
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O forte crescimento de So Paulo entre 1870 e 1900 vincu-lado ao ciclo do caf e, posteriormente, ao desenvolvimento industrial disparou uma onda de especulao imobiliria, acarretando uma serie de transformaes no desenho urbano da cidade e loteando inmeras chcaras rurais da vizinhana. Em 1867 foi inaugurada a Estrada de Ferro So Paulo Rai-lway, ligando Santos Jundia, que representou junto com a posterior implantao, em 1875, da Estrada de Ferro Soro-cabana fortes condicionantes para essa nova estruturao do espao urbano da cidade, inclusive da rea de estudo desse trabalho.A expanso da cidade, a partir do tringulo de formao de So Paulo, se deu, a princpio, somente em duas direes: a Leste, com topografia menos interessante e com mais barreiras fsicas (relevo e ferrovia), e a Oeste, com um relevo mais interessante e apenas o vale do Anhangaba como empecilho. Sendo assim, a expanso para o oeste era bem mais vantajosa (VILLAA, 2001). Os bairros a leste foram se industrializando. A oeste, foram tomando caractersticas mais residenciais. Campos Elseos um dos bairros que circunda a rea de projeto na dca-da de 1880 representou o primeiro loteamento residencial aristocrtico e moderno feito nos moldes de um empre-endimento imobilirio capitalista, para a aristocracia pau-listana. Seu projeto moderno, com ruas retas, largas para
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a poca, cruzando-se em ngulo reto e grande novidade uma praa, como parte integrante do loteamento (VILLA-A, 2001). Entretanto, o forte desenvolvimento industrial da cidade, fez com que algumas dessas indstrias se instalassem a oeste. Foi nesse contexto, que no final dos anos 1880 e incio dos anos 1890, surgiu o bairro do Bom Retiro um dos primei-ros subrbios populares de So Paulo (ROLNIK, 1997) a partir do loteamento de uma antiga chcara alm da Estra-da de Ferro pelo capitalista Manfred Meyer. Com ocupa-o semelhante, na virada do sculo, a rea da Barra Funda foi loteada. O que importante extrair dessa pequena contextualizao histrica que o processo de constituio do espao urba-no daquela rea, apesar de no conjunto ter sido alavancado pelos mesmos atores o ciclo do caf e o desenvolvimen-to industrial , se deu de maneira retalhada e obedeceu a lgicas distintas que respondiam a determinadas condicio-nantes que nem sempre eram as mesmas, sejam elas topo-grficas, polticas, econmicas, etc. Tudo isso, junto com as ferrovias que rasgavam o territrio, contribuiu para gerar um espao desarticulado e fragmentado, hoje muito degrada-do em funo da obsolescncia das dinmicas industrial e econmica impulsionadoras da ocupao.
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A construo da ferrovia na regio metropolitana da So Paulo se fez, como regra, junto aos rios so-
bre os terraos fluviais secos. Fcil, rpido e barato. Essa estrutura ferroviria a gua do rio, as ola-
rias e o abastecimento de energia, tudo concentrado como um eixo ao longo da orla fluvial amparou
o intenso desenvolvimento industrial que inaugurou a moderna cidade de So Paulo. (BUCCI, 2010)
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Atendo-se a questo da ferrovia e de todo aparato industrial obsoleto e residual que geraram a situao urbana alvo do estudo e compreender como a hiptese levantada se manifesta na rea, faz-se necessrio entender o papel da ferrovia como infraestrutura urbana de transporte no Brasil, e, por consequncia, em So Paulo. De acordo com Villaa, nossas ferrovias foram construdas para atender a uma demanda regional de transportes, principalmente de carga. Posteriormente, a cidade, visando responder ao seu crescimento, passou a aproveitar parte dessa malha ferroviria para atender seu transporte pblico de passageiros. Esse fato nos trs indcios para entender porque existe uma falta de articulao entre esse elemento de infraestru-tura urbana e as reas que ele corta. Atualmente, a malha ferroviria instalada na rea urbana de So Paulo, segundo Bucci, corresponde a cerca de 250 quilmetros de extenso, grande parte degradada e abandonada . Com a mudana de foco dos interesses econmicos e hegemnicos na metade do sculo XX, a consequente mudana na distribuio ter-ritorial do parque industrial segundo a lgica de transportes rodovirios converteu aquela mquina de fundar cidades numa mquina de destruir, ou pelo menos degradar, reas urbanas que ela mesma havia fabricado (BUCCI, 2010).
O porto de Santos, at a dcada de 50, desempenhava um papel importante na conexo entre a indstria paulistana e o restante do Pas. No estranhamente, as indstrias que procuravam acesso a esses fluxos, se situavam junto a essas vias. Porm, a partir da dcada de 50, as estratgias de integrao do territrio nacional se transformaram. Os investimentos nesse sentido foram para construir uma rede de rodovias que dessem conta dessa demanda, o que gerou a transformao e migrao de todo sistema industrial, que pas-saria agora a obedecer a lgica rodoviarista. Essas transformaes impulsionadas pela transio da cidade industrial para a metrpole ps-industrial deixaram para trs um cenrio cruel nesse territrio (LEITE, 2004). O esvaziamento da ocupao industrial vinculado ao desinteresse do poder pblico malha ferroviria de So Paulo enquanto possibilidade da criao de uma rede de transporte multimodais integrado foram decisivos para o esvaziamento de funo e
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importncia das ferrovias. Essa situao, segundo Leite, representa tambm a desqualificao espacial de suas bordas.
Tem-se ento um territrio fragmentado e descaracterizado. As estruturas que definiram a sua ocupao e consolidao hoje representam a sua obsolescncia: os terrain vague. (LEITE, 2004)
Son lugares aparentemente olvidados donde parece predominar la memoria
sobre el presente. Son lugares obsoletos em ls que solo ciertos valores resi-
duales parecen manterse a pesar de su completa desafeccin de la actividad
de la ciudad. Son, em definitiva, lugares externos, extraos, que quedan fuera
de los circuitos, de las estructuras produtivas. Desde un punto de vista econ-
mico, reas industriales, estaciones de ferrocarril, puertos, reas residenciales
inseguras y lugares contaminados, se han convertido en reas de las que pue-
de decirse que la ciudad ya bi se encuentra al. (SOL-MORALES, 2002)
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A partir disso, a hiptese levantada sobre vazios urbanos comea a ser melhor conceitualizadas e possvel comear adotar certas posturas para a interveno proposta.
O Terrain Vague oferece um contraponto ao caminho da ordem e mantm o controle sobre o consu-mo da cidade. Oferecendo espao para a apropriao espontnea, criativa e o uso informal que teria
dificuldade em encontrar um lugar em espaos pblicos cada vez mais submetidos s exigncias do
comrcio, o Terrain Vague o local ideal para uma certa resistncia para sair, um lugar potencialmente
aberto a formas alternativas de viver a cidade (LVESQUE, 2002)
A leitura na rea especfica dispara outras questes fundamentais a serem compreendidas.
Segundo Villaa, a simples proximidade fsica de um terreno cidade no o torna potencialmente urbano. necessrio haver acessibilidade, isto , um sistema de transporte de passageiros a preos compatveis com os que podem ser pagos pela demanda. Nesse sistema cabe um destaque s vias, aos terminais e aos pontos de parada de veculos, que so os elementos onde se concretiza ou pode se concretizar a acessibili-dade. Entende-se que a rea, por estar inserida num contexto central da cidade de So Paulo, prxima a elemen-tos urbanos regionais que contribuem para a manuteno de uma rede de transporte que alimenta a regio, tem um potencial de acessibilidade grande. Porm a idia defendida nesse estudo que essa rede no alimenta de fato a rea de projeto, principalmente pelo motivo dela estar ilhada pela ferrovia e ter um nico acesso possvel, pela rua Silva Pinto.
A acessibilidade o valor de uso mais importante para a terra urbana, embora toda e qualquer terra o
tenha em maior ou menor grau. (...) uma terra jamais poder ser considerada urbana se no for acess-
vel por meio do deslocamento dirio de pessoas a um contexto urbano e a um conjunto de ativida-
des urbanas. (VILLAA)
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As imagens a diante, mostram algumas situaes mais internas rea de projeto, onde procurou-se explicitar como se do as relaes entre as suas
diversas camadas constituintes
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Os mapas apresentados a seguir, foram feitos na tentativa de adquirir mais subsdios para pensar a interveno. Essas leituras direcionaram tambm as escolhas e partidos do projeto.
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intenes projetuais
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A cidade no tratada como um problema a ser resolvido. Ao contrrio, ela tende noo de ambiente, no qual, como veremos, os prprios edifcios se dissolvem. Assim, ela se afasta da noo de desenho e, em vez
disso, sugere imagens. Os edifcios, por sua vez, dissolvidos no ambiente da cidade, tendem a se afastar da noo de forma em si como forma fechada para ganharem sentido no seu conjunto onde cada um
deles participa como forma aberta. (BUCCI,2010)
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A partir das reflexes aqui colocadas, algumas intenes projetuais comeam a surgir. Est presente no vazio urbano a expectativa do novo. As descontinuidades urbanas oferecem
uma nova possibilidade de projetos articuladores. Enxergar nesses lugares espaos em potncia, onde a rearticulao de determinadas relaes j estabelecidas passam a gerar espa-
os qualificados. A partir disso, pensar um elemento urbano integrador desses lugares fragmentados, um novo elemento
que conecta as diferentes camadas da rea. Enxergo nessa proposta uma possibilidade de construo de um espao de referncia, que consiga atender a uma escala
local e regional, potencializando uma reinsero socioes-pacial. Um sistema de espaos pblicos pensados para o
esporte e o lazer, capaz de incorporar apropriaes mltiplas por parte da populao.
Este territrio pela sua escala e dimenso potencial no tecido metropolitano surge como a ltima
possibilidade de construo de uma territorialidade metropolitana: a chance da configurao de um
novo territrio central pblico. De significado [plural] e funo [social]. Sua necessria complementari-
dade: o silncio arquitetnico em meio imensa massa construda. O mnimo. (LEITE)
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diretrizes projetuais
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Implantao de um elemento integrador, onde os usos e funes do edificado e do vazio sejam complementa-res e se retroalimentem. Esse elemento deve exercer um papel importante na rearticulao de rea:
Projeto/cidadeCidade/cidadeProjeto/projeto;
Criao de espaos pblicos voltados e integrados cidade, como protagonistas nesse elemento integrador;
Reabilitao de estruturas existentes que possuam valor arquitetnico e/ou histrico incorporando equipa-mentos sociais/culturais e HIS;
Articulao de sistema e localidade, redefinindo as superfcies de contato entre infra-estrutura e a loca-lidade, propondo novas formas de acesso para a rea, permitindo uma rede de fluxos contnua com as bordas existentes e pr-configuradas:
_articulao com o viaduto (corredor de nibus eixo norte/sul conexo do centro com a zona norte;_transposio transversal da ferrovia;
_edifcio como transposio da ferrovia;
Construo de uma estao/plataforma de trem da CPTM (linha 7- Rubi), localizada a 1,5km da Estao da Luz e 2,5 Km da Estao da Barra Funda;
Incorporaro da proposta do projeto do ferroanel como possibilidade da realocao de fluxos de trem de carga que passam na rea;
Reinsero social da comunidade do moinho na cidade, apoiando na definio da rea como ZEIS 3 como mecanismo de aes pblicas vinculadas estratgias projetuais que evitem a expulso dessa popu-
lao da rea, incorporando, tambm, programas habitacionais complementares de locao social;
Definio da densidade de ocupao por aspectos da insero urbana e capacidade de infraestrutura;
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proposta
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A dinmica territorial nunca foi to dramaticamente percebida na histria das cidades. A arquitetura
insere-se neste contexto sofrendo mutaes em todas as escalas. A metrpole materializa no seu terri-
trio fragmentado os pontos de ruptura e de falta de urbanidade. (LEITE, 2004)
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Eixo articulador
Vnculos criados a partir da rearticulao
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conectar
transbordar
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rea total da interveno: 13,4 harea edificada (projeo): 2,2 ha
rea A1 + A2 = 3,8 ha
Nmero de unidades habitacionais estimadas : 880Densidade habitacional estimada (considarando apenas A1+A2): 926 hab/ha
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O caos urbano, a velociade do automvel e a vida agitada das metrpoes modernas, aliados a falta de
segurana nas ruas, criou um ambiente urbano muito pouco favorvel para a vida comunitria nos lu-
gares pblicos, cristalizando no sculo XX a tendncia j iniciada cem anos antes da interiorizao da
vida, com o surgimento de lugares que se voltam para si e menos para a cidade. Espaos climatizados
e protegidos artificiaizam os lugares pblicos ao tentarem traduz-los como parte de sua ambientao
interna (Dias, 2005)
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