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BREVE HISTÓRIA DE MARIA MARTA (FINADA MARTA)
Trabalho de Pesquisa – Profa. Fátima Chaves
Maria Marta de Sousa, natural de Hidrolândia CE, filha de uma família muito humilde, casou-se muito jovem com Júlio Vital da Penha, com
quem teve três filhos e, experimentava na sua família, uma vida bastante sofrida e necessitada.
Sua mãe era conhecida por todas como Mãe Bela.
Júlio, seu esposo, era um homem ríspido e costumava ter atitudes grosseiras,
principalmente com ela. Ele era viciado em bebida alcoólica e assim empregava todo o dinheiro que recebia como pagamento pelo
trabalho esporádico realizado, pois não tinha um emprego fixo.
Na época, o distrito de Cajazeiras não oferecia oportunidade de emprego, se tratava de um lugar com todas as características da zona
rural. Dada a necessidade da família, os vizinhos e amigos ajudavam bastante, mesmo porque Maria Marta costumava trabalhar nas casas das famílias mais abastadas e, assim, receber como pagamento, alimentos para os
filhos.
De acordo com depoimentos de Júlio Vital da Penha, ele dissera que bebia muito e que tinha muito ciúmes de Maria Marta e, por esta razão chegava a maltratá-la. Passando pela rua na noite de 24 de dezembro de 1955, Júlio embriagado, teria
sido xingado e chamado de “corno”.
Maria Marta, tinha dado à luz ao seu terceiro filho, há três dias e, estava em
casa com seus filhos e sua mãe. Júlio, indignado com o que havia
acontecido, chegou em casa furioso e, mãe Bela apavorada achando que ele pudesse causar algum mal a sua filha, foi correndo à casa da vizinha , dona
Quiterinha, em busca de socorro.
As vizinhas chegaram, mas não impediram Júlio de assassinar Maria Marta com uma tora de pau, quando lhe deu três pancadas na cabeça.
A população ficou indignada com a crueldade do acontecido e o motivo
muito banal. Este fato pode influenciar a imaginação das
pessoas, que ficaram comovidas pelo fato dela ser mãe, um dos filhos ter apenas três dias de nascido, ser
morta com tamanha violência, e ainda na véspera da noite de Natal.
Maria Marta passou pela experiência do martírio, tornando-se
uma mártir. Assim, as pessoas começaram a crer que podiam pedir
a intercessão dela nos momentos difíceis, como desunião e
dificuldades familiares, doenças, problemas financeiros e muitos
outros.
O número de pessoas que passaram a frequentar o local do assassinato foi
aumentando cada vez mais e, surgiam sempre rumores e
depoimentos de pessoas que tinham conseguido alguma graça.
Inclusive, como agradecimento por uma graça alcançada, uma família
mandou construir um pequeno espaço, onde são colocados flores,
velas, imagens de santos, bilhetinhos, agradecimentos e, como prova dos milagres as pessoas beneficiadas deixam também lá os “ex-votos”,
como fotos, e miniaturas de algum órgão ou alguma parte do corpo
confeccionados em madeira, barro e outros.
Em décadas passadas, a crença esteve no auge, mas ainda hoje diariamente pode-se ver pessoas visitarem o local,
para pedir ajuda ou agradecer, acendendo velas e rezando o terço, como também, podem externar a alegria e a
gratidão de ter alcançado alguma graça, soltando fogos.
Segundo depoimentos de quem a conheceu, Maria Marta era de estatura mediana, morena clara e de uma simples beleza.
Era uma mulher formosa, alegre e com longos cabelos pretos.
“ Marta não vai não! O Júlio quer te pegar!” Marta não vai não! O Júlio quer é te matar!”
Estas foram as últimas palavras de Dona Alba Timbó para sua amiga, três dias antes de Marta ser assassinada.
FONTE DE PESQUISA:MONOGRAFIA – MARIA MARTA
SANTA POPULAR
DE: ROSÂNGELA ALVES SOUSA