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44 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 45SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
#130 / DOMINGO, 26 DE SETEMBRO DE 2010REVISTA SEMANAL DO GRUPO A TARDE
JOSÉ MEDRADO TORTA BÚLGARA MODA DE RUA COSME E DAMIÃO VINHOS «
Indiana Jones doARQUIVOPesquisadores, liderados por Urano Andrade,buscam documentos raros no Arquivo Público
2 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 3SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
CARTUM [email protected]
UranoAndradeéumcaçador dehistórias. Ao ladodeumaequipe formadapor Jetro doCarmo,
Cândido Domingues e Jacira Santos Pinto, ele é uma espécie de Indiana Jones do Arquivo
Público da Bahia, que completa 120 anos em 2010. O repórter Vitor Pamplonamostra o tra-
balho deste grupo que, ao vasculhar o passado, desenterra informações perdidas há séculos
e ajuda a resolver questões atuais. Omédium JoséMedrado conversa coma repórter Tatiana
Mendonça sobre espiritismo. Esta edição traz, ainda, outras surpresas.Muito, a partir desta
semana, vem com novas e deliciosas seções: as colunas Muitíssimo, com notícias exclusivas sobre persona-
lidades, assinada por Ronaldo Jacobina, e Vinhos, na qual Regina Bochicchio dá dicas sobre esta bebida dos
deuses, cada vez mais presente no cotidiano da Bahia. Boa leitura. Nadja Vladi, editora-coordenadora
2 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 3SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
CARTUM [email protected]
UranoAndradeéumcaçador dehistórias. Ao ladodeumaequipe formadapor Jetro doCarmo,
Cândido Domingues e Jacira Santos Pinto, ele é uma espécie de Indiana Jones do Arquivo
Público da Bahia, que completa 120 anos em 2010. O repórter Vitor Pamplonamostra o tra-
balho deste grupo que, ao vasculhar o passado, desenterra informações perdidas há séculos
e ajuda a resolver questões atuais. Omédium JoséMedrado conversa coma repórter Tatiana
Mendonça sobre espiritismo. Esta edição traz, ainda, outras surpresas.Muito, a partir desta
semana, vem com novas e deliciosas seções: as colunas Muitíssimo, com notícias exclusivas sobre persona-
lidades, assinada por Ronaldo Jacobina, e Vinhos, na qual Regina Bochicchio dá dicas sobre esta bebida dos
deuses, cada vez mais presente no cotidiano da Bahia. Boa leitura. Nadja Vladi, editora-coordenadora
ÍNDICE 26.9.2010
FUNDADO EM 15/10/1912 FUNDADOR ERNESTO SIMÕES FILHO PRESIDENTE REGINA SIMÕES DE MELLO LEITÃO SUPERINTENDENTE RENATOSIMÕES DIRETOR-GERAL EDIVALDO M. BOAVENTURA EDITOR-CHEFE FLORISVALDO MATTOS EDITORA-COORDENADORA NADJA VLADI EDITORAKÁTIA BORGES EDITORES DE ARTE PIERRE THEMOTHEO E IANSÃ NEGRÃO EDITOR DE FOTOGRAFIA CARLOS CASAES DESIGNER ANA CLÉLIAREBOUÇAS. TRATAMENTO DE IMAGEM ADENOR PRIMO. FALE COM A REDAÇÃO WWW.ATARDE.COM.BR/MUITO E-MAIL: [email protected], 71 3340-8800 (CENTRAL) / 71 3340-8990 (ALÔ REDAÇÃO) CLASSIFICADOS POPULARES 71 3533-0855 /[email protected] / WWW.ATARDE.COM.BR VENDAS DE ASSINATURAS BAHIA E SERGIPE (71) 3533-0850 REPRESENTANTE PARA TODO OPAÍS PEREIRA DE SOUZA E CIA. LTDA. / RIO DE JANEIRO 21 2544 3070 / SÃO PAULO 11 3259 6111 PROPRIEDADE DA EMPRESA EDITORA A TARDE/ SEDE: RUA PROF. MILTON CAYRES DE BRITO, Nº 204 - CAMINHO DAS ÁRVORES, CEP 41822-900 - SALVADOR - BA. REDAÇÃO: (71) 3340-8800,PABX: (71) 3340-8500. FAX: (71) 3340-8712/8713. PUBLICIDADE: (71) 3340-8757/8731. FAX 3340-8710. CIRCULAÇÃO: (71) 3340-8612. FAX3340-8732. REPRESENTANTES COMERCIAIS / SÃO PAULO (SP) RUA ARAÚJO, 70, 7º ANDAR, CEP 01200-020. (11) 3259-6111/6532. FAX (11)3237-2079 SERGIPE E ALAGOAS GABINETE DE MÍDIA & COMUNICAÇÃO LTDA. RUA ÁLVARO BRITO, 455, SALA 35, BAIRRO 13 DE JULHO, CEP49.020-400 - ARACAJU - SE - TELEFONE: (79)3246-4139 / (79)9978-8962 BRASÍLIA(DF) SCS, QD. 1, ED. CENTRAL, SALAS 1001 E 1008 CEP70304-900. (61) 3226-0543/1343 A TARDE É ASSOCIADA À SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA (SIP), AO INSTITUTO VERIFICADOR DECIRCULAÇÃO (IVC) E É MEMBRO FUNDADOR DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS JORNAIS (ANJ) IMPRESSÃO QUEBECOR WORLD RECIFE LTDA
ABRE ASPAS José Medrado fala sobrea popularização do espiritismo na mídia
08
CAPA A caça ao tesouro, em livros edocumentos raros, no Arquivo Público
22
GASTRÔ A origem da torta búlgara, umenigma que desafia os especialistas
38
FOTOS MARCO AURÉLIO MARTINS / AG A TARDE
07 BIOA atriz baiana NandaLisboa estreia na TV emAraguaia, novela das 18horas da Globo
14 MUITÍSSIMOChristian Cravo lança livrosobre o Haiti em NovaYork, e tudo sobre anova San Sebastian
16 MODAUm passeio pelo Centrode Salvador em umensaio com a modeloLorraine Cruz
37 VINHOSProdução do Vale do SãoFrancisco conquistanorte-americanos,baianos e franceses
O historiadore pesquisadorUranoAndrade noArquivoPúblico daBahia em fotode IracemaChequer »
MAKINGOF,VÍDEO
SEFO
TOSEM
REVISTAMUITO.ATARDE.CO
M.BR
SUGESTÕ
ES,CRÍTICAS:
M.BR
SIGAAMUITOEM
:TW
ITER.COM/REVISTAMUITO
COMENTÁRIOS Mande suas sugestões e comentários para [email protected] «
_Pai Balbino 1 Amei a entrevista
com o nosso Balbino. Ele é coisa da Bahia.
Que o baiano absorva que é um
privilegiado no concerto domundo. Axé
para as inspiradíssimas criaturas que
fazem a revista. Thereza Lima de Jesus
_Pai Balbino 2 Gostaria de
parabenizar os jornalistasMarcos Dias e
Marco AurélioMartins pela excelente
entrevista com o babalorixá Balbino. É
essencial mostrar sacerdotes de religiões
marginalizadas como é o candomblé.
Balbinome pareceu um homemhonrado
e inteligente. Fábio Damasceno
_Pai Balbino 3 Quero
parabenizarMuito pela excelente
entrevista com o babalorixá Balbino
Daniel de Paula, que nos deu uma
verdadeira aula sobre o candomblé e a
força dos orixás. Lígia Santiago
NELSONNETO/DIVULGAÇÃO
Ticiana Villas-Boas e Fábio Malheiros
_Fabrício Boliveira Não canso
de elogiar as edições deMuito. Tenho
orgulho por ter emminha terra uma
revista com conteúdo tão rico e que
valoriza a prata da casa. A reportagem
como ator Fabrício Boliveira estava
simplesmente fora de série.Náira Silva
_Erramos A foto do casamento de
Ticiana Villas-Boas e FábioMalheiros, feita
por Nelson Neto, não foi devidamente
creditada namatéria A Bela da Noite,
publicada emMuito. Republicamos a
imagemnesta edição com o devido
crédito do profissional.
ÍNDICE 26.9.2010
FUNDADO EM 15/10/1912 FUNDADOR ERNESTO SIMÕES FILHO PRESIDENTE REGINA SIMÕES DE MELLO LEITÃO SUPERINTENDENTE RENATOSIMÕES DIRETOR-GERAL EDIVALDO M. BOAVENTURA EDITOR-CHEFE FLORISVALDO MATTOS EDITORA-COORDENADORA NADJA VLADI EDITORAKÁTIA BORGES EDITORES DE ARTE PIERRE THEMOTHEO E IANSÃ NEGRÃO EDITOR DE FOTOGRAFIA CARLOS CASAES DESIGNER ANA CLÉLIAREBOUÇAS. TRATAMENTO DE IMAGEM ADENOR PRIMO. FALE COM A REDAÇÃO WWW.ATARDE.COM.BR/MUITO E-MAIL: [email protected], 71 3340-8800 (CENTRAL) / 71 3340-8990 (ALÔ REDAÇÃO) CLASSIFICADOS POPULARES 71 3533-0855 /[email protected] / WWW.ATARDE.COM.BR VENDAS DE ASSINATURAS BAHIA E SERGIPE (71) 3533-0850 REPRESENTANTE PARA TODO OPAÍS PEREIRA DE SOUZA E CIA. LTDA. / RIO DE JANEIRO 21 2544 3070 / SÃO PAULO 11 3259 6111 PROPRIEDADE DA EMPRESA EDITORA A TARDE/ SEDE: RUA PROF. MILTON CAYRES DE BRITO, Nº 204 - CAMINHO DAS ÁRVORES, CEP 41822-900 - SALVADOR - BA. REDAÇÃO: (71) 3340-8800,PABX: (71) 3340-8500. FAX: (71) 3340-8712/8713. PUBLICIDADE: (71) 3340-8757/8731. FAX 3340-8710. CIRCULAÇÃO: (71) 3340-8612. FAX3340-8732. REPRESENTANTES COMERCIAIS / SÃO PAULO (SP) RUA ARAÚJO, 70, 7º ANDAR, CEP 01200-020. (11) 3259-6111/6532. FAX (11)3237-2079 SERGIPE E ALAGOAS GABINETE DE MÍDIA & COMUNICAÇÃO LTDA. RUA ÁLVARO BRITO, 455, SALA 35, BAIRRO 13 DE JULHO, CEP49.020-400 - ARACAJU - SE - TELEFONE: (79)3246-4139 / (79)9978-8962 BRASÍLIA(DF) SCS, QD. 1, ED. CENTRAL, SALAS 1001 E 1008 CEP70304-900. (61) 3226-0543/1343 A TARDE É ASSOCIADA À SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA (SIP), AO INSTITUTO VERIFICADOR DECIRCULAÇÃO (IVC) E É MEMBRO FUNDADOR DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS JORNAIS (ANJ) IMPRESSÃO QUEBECOR WORLD RECIFE LTDA
ABRE ASPAS José Medrado fala sobrea popularização do espiritismo na mídia
08
CAPA A caça ao tesouro, em livros edocumentos raros, no Arquivo Público
22
GASTRÔ A origem da torta búlgara, umenigma que desafia os especialistas
38
FOTOS MARCO AURÉLIO MARTINS / AG A TARDE
07 BIOA atriz baiana NandaLisboa estreia na TV emAraguaia, novela das 18horas da Globo
14 MUITÍSSIMOChristian Cravo lança livrosobre o Haiti em NovaYork, e tudo sobre anova San Sebastian
16 MODAUm passeio pelo Centrode Salvador em umensaio com a modeloLorraine Cruz
37 VINHOSProdução do Vale do SãoFrancisco conquistanorte-americanos,baianos e franceses
O historiadore pesquisadorUranoAndrade noArquivoPúblico daBahia em fotode IracemaChequer »
MAKINGOF,VÍDEO
SEFO
TOSEM
REVISTAMUITO.ATARDE.CO
M.BR
SUGESTÕ
ES,CRÍTICAS:
M.BR
SIGAAMUITOEM
:TW
ITER.COM/REVISTAMUITO
COMENTÁRIOS Mande suas sugestões e comentários para [email protected] «
_Pai Balbino 1 Amei a entrevista
com o nosso Balbino. Ele é coisa da Bahia.
Que o baiano absorva que é um
privilegiado no concerto domundo. Axé
para as inspiradíssimas criaturas que
fazem a revista. Thereza Lima de Jesus
_Pai Balbino 2 Gostaria de
parabenizar os jornalistasMarcos Dias e
Marco AurélioMartins pela excelente
entrevista com o babalorixá Balbino. É
essencial mostrar sacerdotes de religiões
marginalizadas como é o candomblé.
Balbinome pareceu um homemhonrado
e inteligente. Fábio Damasceno
_Pai Balbino 3 Quero
parabenizarMuito pela excelente
entrevista com o babalorixá Balbino
Daniel de Paula, que nos deu uma
verdadeira aula sobre o candomblé e a
força dos orixás. Lígia Santiago
NELSONNETO/DIVULGAÇÃO
Ticiana Villas-Boas e Fábio Malheiros
_Fabrício Boliveira Não canso
de elogiar as edições deMuito. Tenho
orgulho por ter emminha terra uma
revista com conteúdo tão rico e que
valoriza a prata da casa. A reportagem
como ator Fabrício Boliveira estava
simplesmente fora de série.Náira Silva
_Erramos A foto do casamento de
Ticiana Villas-Boas e FábioMalheiros, feita
por Nelson Neto, não foi devidamente
creditada namatéria A Bela da Noite,
publicada emMuito. Republicamos a
imagemnesta edição com o devido
crédito do profissional.
6 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 7SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
BIO NANDA LISBOA Uma joiabem baiana
Texto TATIANA MENDONÇA [email protected]
A baiana Fernanda Lisboa, 21, começou a
fazer cursos de interpretação para dar con-
ta das diferentes personagens que encar-
nava em comerciais de TV e ensaios foto-
gráficos.Modelodesdeos11,foimorarem
SãoPaulo ainda adolescente, aos 16, para
tentara sortegrande.Oprofessordocurso
de teatro acabou convidando-a para inte-
grar o elenco da peça A Dama do Cabaré,
que estreou em junho do ano passado.
QuandosoubequeaGloboestavacom“ca-
rência de atrizes negras”, foi lá deixar seu
currículo. Um ano esperando, e nada. “Já
tinha desencanado”. Mas eis que, depois
deumasemanaatribuladadetrabalho,viu
à noite o e-mail da produtora da emissora
chamando-a para fazer um teste para Ara-
guaia, nova novela das seis, que estreia
amanhã. “O teste era no dia seguinte, no
Rio.Liguei chorandoparaminhamãe,com
medo de não dar tempo. Mas aí ela me
acalmou... Copiei o texto, arrumeia sacola
e corri para o aeroporto”. Concorreu com
atrizes que já trabalhavam na Globo, mas
saiu confiante. Um mês depois, recebeu
uma ligação dizendo que o papel era seu.
Nanda foi acompanhada por um fonoau-
diólogo para suavizar seu sotaque “meio
paulista,meiobaiano”e, em junho, come-
çouagravar.“Foibemintenso.Aindaestou
me adaptando. Minha experiência como
atriz é curta, mas a equipe ajuda muito”.
Natrama,elaseráAmetista,adoceirmãdo
meio das “joias doAraguaia” – as três têm
nomes de pedras preciosas. «
JOÃO MIGUEL JÚNIOR / TV GLOBO / DIVULGAÇÃO
MUITO INDICA SARAU DE PANELA
Felicidade urgenteA ideia original era fazer um resgate daquelas comidinhas populares maravilhosas, como maxixada, vatapá, anduzada, moqueca de
camarão com cenoura, rabada com molho lambão, com aquele dom e pegada típicos do Recôncavo. E o que era para ser o projeto
ComidinhadePanelaacabou se transformandonoSaraudePanela, noespaço cultural ebar CasadaMãe,noRioVermelho, desdeo feliz
18 de julho. Todas as terças, o prato do dia é vendido por R$ 10, e quem vai lá dá de cara com artistas declamando poesia, cantando,
tocando e pintando o sete. “Tudo é bem espontâneo”, afirma a produtora LuziaMoraes, que resume a proposta como “microfone livre
e entrada livre”. O resultado, tambémmovido por roscas geniais, é a felicidade estampada na cara de todomundo.MARCOS DIAS «
REJANE CARNEIRO / AG. A TARDE
TIAGO LIMA / DIVULGAÇÃO
MATILDE, LA CAMBIADORA DE CUERPOSTexto de Fábio Espírito Santo, direção de HebeAlves, a peça leva ao palco do Teatro Vila Velhapersonagens de TV. De sexta a domingo, às 20h
DIVULGAÇÃO
VIVO ARTE.MOVO vídeo Pomba Gira, de Marcondes Dourado, éuma das atrações da mostra temática NE, noMAM. De 29 deste mês a 2 de outubro
DIVULGAÇÃO
PRÊMIO MARCANTONIO VILAÇAConstelações, de Rosana Ricalde, é uma dostrabalhos na mostra do Prêmio CNI SesiMarcantonio Vilaça. Até 14/11, no MAM
6 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 7SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
BIO NANDA LISBOA Uma joiabem baiana
Texto TATIANA MENDONÇA [email protected]
A baiana Fernanda Lisboa, 21, começou a
fazer cursos de interpretação para dar con-
ta das diferentes personagens que encar-
nava em comerciais de TV e ensaios foto-
gráficos.Modelodesdeos11,foimorarem
SãoPaulo ainda adolescente, aos 16, para
tentara sortegrande.Oprofessordocurso
de teatro acabou convidando-a para inte-
grar o elenco da peça A Dama do Cabaré,
que estreou em junho do ano passado.
QuandosoubequeaGloboestavacom“ca-
rência de atrizes negras”, foi lá deixar seu
currículo. Um ano esperando, e nada. “Já
tinha desencanado”. Mas eis que, depois
deumasemanaatribuladadetrabalho,viu
à noite o e-mail da produtora da emissora
chamando-a para fazer um teste para Ara-
guaia, nova novela das seis, que estreia
amanhã. “O teste era no dia seguinte, no
Rio.Liguei chorandoparaminhamãe,com
medo de não dar tempo. Mas aí ela me
acalmou... Copiei o texto, arrumeia sacola
e corri para o aeroporto”. Concorreu com
atrizes que já trabalhavam na Globo, mas
saiu confiante. Um mês depois, recebeu
uma ligação dizendo que o papel era seu.
Nanda foi acompanhada por um fonoau-
diólogo para suavizar seu sotaque “meio
paulista,meiobaiano”e, em junho, come-
çouagravar.“Foibemintenso.Aindaestou
me adaptando. Minha experiência como
atriz é curta, mas a equipe ajuda muito”.
Natrama,elaseráAmetista,adoceirmãdo
meio das “joias doAraguaia” – as três têm
nomes de pedras preciosas. «
JOÃO MIGUEL JÚNIOR / TV GLOBO / DIVULGAÇÃO
MUITO INDICA SARAU DE PANELA
Felicidade urgenteA ideia original era fazer um resgate daquelas comidinhas populares maravilhosas, como maxixada, vatapá, anduzada, moqueca de
camarão com cenoura, rabada com molho lambão, com aquele dom e pegada típicos do Recôncavo. E o que era para ser o projeto
ComidinhadePanelaacabou se transformandonoSaraudePanela, noespaço cultural ebar CasadaMãe,noRioVermelho, desdeo feliz
18 de julho. Todas as terças, o prato do dia é vendido por R$ 10, e quem vai lá dá de cara com artistas declamando poesia, cantando,
tocando e pintando o sete. “Tudo é bem espontâneo”, afirma a produtora LuziaMoraes, que resume a proposta como “microfone livre
e entrada livre”. O resultado, tambémmovido por roscas geniais, é a felicidade estampada na cara de todomundo.MARCOS DIAS «
REJANE CARNEIRO / AG. A TARDE
TIAGO LIMA / DIVULGAÇÃO
MATILDE, LA CAMBIADORA DE CUERPOSTexto de Fábio Espírito Santo, direção de HebeAlves, a peça leva ao palco do Teatro Vila Velhapersonagens de TV. De sexta a domingo, às 20h
DIVULGAÇÃO
VIVO ARTE.MOVO vídeo Pomba Gira, de Marcondes Dourado, éuma das atrações da mostra temática NE, noMAM. De 29 deste mês a 2 de outubro
DIVULGAÇÃO
PRÊMIO MARCANTONIO VILAÇAConstelações, de Rosana Ricalde, é uma dostrabalhos na mostra do Prêmio CNI SesiMarcantonio Vilaça. Até 14/11, no MAM
8 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 9SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
ABRE ASPAS JOSÉ MEDRADO MÉDIUM
«Há fantasia emassociar tudoaos espíritos»Texto TATIANA MENDONÇA [email protected] MARCO AURÉLIO MARTINS [email protected]
JoséMedrado,49,dormedequatroacincohoraspordia,masnãosequeixa.Diz jáestar
acostumado. Só assim consegue dar conta de tanto. O emprego no Tribunal Regional
do Trabalho, onde está há 29 anos; as gravações dos seus programas de rádio e TV
transmitidos na Bahia, em São Paulo e Minas; e as atividades no Cavaleiros da Luz,
centro espírita que fundou aos 17 anos e que acabou se transformando na Cidade da
Luz, complexo comescola, abrigo e ambulatóriomédico que no ano passado atendeu
250mil pessoas. “Não posso nem contar com o pneu furado, porque aí me atrapalha
a vida toda”. Aos 7 anos, Medrado passou a ver e escutar a avó, quemorreu antes de
ele nascer. O pai dizia que ele estava ficando maluco, o menino se calou. Aos 15, en-
quanto ouvia um professor de português descrever os “sintomas” da mediunidade,
pensava “essa coisa eu tenho, isso também...”. Foi umalívio saber que não era doido.
Nascido emuma família pobre – “comia tantomingau de cachorro que não sei comoé
que hoje eu falo em vez de latir” –, conseguiu formar-se em letras e filosofia pela Uni-
versidadeCatólicadoSalvador.Destaca-seentreosmédiunsqueproliferamnoPaíspor
falar de espiritismode uma forma leve e divertida. Ninguémmais se espanta quando,
no meio de uma palestra, cita como exemplo um personagem de novela (noveleiro
assumido, deixa gravando para não perder nenhum capítulo). Os quadros que pic-
tografa de pintores famosos, como Portinari, Monet e Van Gogh, já chegaram a ser
vendidos por R$ 10 mil. Em novembro, ele lança o quarto livro, Apontamentos em
psicologia – Uma proposta para melhorar a vida, de autoria do espírito Pablo Duran.
Mais de duas mil pessoas costumam as-
sistir à sua palestra nas terças-feiras,
atraídas pela forma descontraída com
que o senhor prega o espiritismo.
É verdade, eu inaugurei, digamos
assim, uma nova forma de pregar o
espiritismo, com mais alegria. Me
calçomuito noque escreveuopsicó-
logo americano James Hillman, de
que a sua história de vida não deve
ser a biografia de uma vítima. A ten-
dênciaéexatamenteessa,adesevi-
timizar, e em nome da religião tam-
bémvocêproporumdiscurso vitimi-
zado. Então, como isto serviu para
mim, comecei a falar para as pes-
soas. Aí foi se criando um processo
de empatia.
Mas o senhor também deve ser discrimi-
nado por quem acredita que a doutrina
deve ser tratada de formamais séria.
Ah,sim,sim,sim,sim.Omovimento
espírita oficial, entre aspas–porque
o espiritismo não tem hierarquia –,
me faz resistência, claro.
De que maneiras o senhor sente essa re-
sistência?
Eventos oficiais que eu não sou con-
vidado, tá entendendo? Ou então
qualquer posicionamento público
queeutenho,eaíelesvêmemecon-
tradizem... E eles não agem dessa
forma quando é um leigo falando
uma bobagem sobre espiritismo.
Quando você encontra, por exem-
plo, numposte umpanfleto de uma
‘cartomante espírita’. Aí não vem
ninguémpara explicar que ela pode
até ser cartomante, mas não pode
ser espírita, porque não se concilia
ser cartomantecomoespiritismo.Aí
você começa a perceber que é uma
8 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 9SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
ABRE ASPAS JOSÉ MEDRADO MÉDIUM
«Há fantasia emassociar tudoaos espíritos»Texto TATIANA MENDONÇA [email protected] MARCO AURÉLIO MARTINS [email protected]
JoséMedrado,49,dormedequatroacincohoraspordia,masnãosequeixa.Diz jáestar
acostumado. Só assim consegue dar conta de tanto. O emprego no Tribunal Regional
do Trabalho, onde está há 29 anos; as gravações dos seus programas de rádio e TV
transmitidos na Bahia, em São Paulo e Minas; e as atividades no Cavaleiros da Luz,
centro espírita que fundou aos 17 anos e que acabou se transformando na Cidade da
Luz, complexo comescola, abrigo e ambulatóriomédico que no ano passado atendeu
250mil pessoas. “Não posso nem contar com o pneu furado, porque aí me atrapalha
a vida toda”. Aos 7 anos, Medrado passou a ver e escutar a avó, quemorreu antes de
ele nascer. O pai dizia que ele estava ficando maluco, o menino se calou. Aos 15, en-
quanto ouvia um professor de português descrever os “sintomas” da mediunidade,
pensava “essa coisa eu tenho, isso também...”. Foi umalívio saber que não era doido.
Nascido emuma família pobre – “comia tantomingau de cachorro que não sei comoé
que hoje eu falo em vez de latir” –, conseguiu formar-se em letras e filosofia pela Uni-
versidadeCatólicadoSalvador.Destaca-seentreosmédiunsqueproliferamnoPaíspor
falar de espiritismode uma forma leve e divertida. Ninguémmais se espanta quando,
no meio de uma palestra, cita como exemplo um personagem de novela (noveleiro
assumido, deixa gravando para não perder nenhum capítulo). Os quadros que pic-
tografa de pintores famosos, como Portinari, Monet e Van Gogh, já chegaram a ser
vendidos por R$ 10 mil. Em novembro, ele lança o quarto livro, Apontamentos em
psicologia – Uma proposta para melhorar a vida, de autoria do espírito Pablo Duran.
Mais de duas mil pessoas costumam as-
sistir à sua palestra nas terças-feiras,
atraídas pela forma descontraída com
que o senhor prega o espiritismo.
É verdade, eu inaugurei, digamos
assim, uma nova forma de pregar o
espiritismo, com mais alegria. Me
calçomuito noque escreveuopsicó-
logo americano James Hillman, de
que a sua história de vida não deve
ser a biografia de uma vítima. A ten-
dênciaéexatamenteessa,adesevi-
timizar, e em nome da religião tam-
bémvocêproporumdiscurso vitimi-
zado. Então, como isto serviu para
mim, comecei a falar para as pes-
soas. Aí foi se criando um processo
de empatia.
Mas o senhor também deve ser discrimi-
nado por quem acredita que a doutrina
deve ser tratada de formamais séria.
Ah,sim,sim,sim,sim.Omovimento
espírita oficial, entre aspas–porque
o espiritismo não tem hierarquia –,
me faz resistência, claro.
De que maneiras o senhor sente essa re-
sistência?
Eventos oficiais que eu não sou con-
vidado, tá entendendo? Ou então
qualquer posicionamento público
queeutenho,eaíelesvêmemecon-
tradizem... E eles não agem dessa
forma quando é um leigo falando
uma bobagem sobre espiritismo.
Quando você encontra, por exem-
plo, numposte umpanfleto de uma
‘cartomante espírita’. Aí não vem
ninguémpara explicar que ela pode
até ser cartomante, mas não pode
ser espírita, porque não se concilia
ser cartomantecomoespiritismo.Aí
você começa a perceber que é uma
10 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 11SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
«Inaugurei uma nova forma de pregaro espiritismo, com mais alegria (...).O movimento espírita oficial,entre aspas, me faz resistência, claro»
coisarealmentedirecionada.Mas is-
so só serve como um desafio para
mim. Muitos dizem que eu sou pa-
lhaço, comose isso fosseumaagres-
são. Ao contrário, isso é um elogio
ao meu trabalho, porque a minha
proposta é exatamente fazer as pes-
soas refletirem com alegria, com
bom humor, para sair daquele este-
reótipodequeareligião temqueser
vivida na dor e no sofrimento. Eu
mexi comestruturas que estavamaí
há muitos anos, com padrões de
comportamento, então é aquela ve-
lha história... O novo sempre vem,
gera resistência e perseguição. Mas
a perseverança donovo termina por
aplacar ou pelo menos atenuar es-
ses movimentos.
Mas isso já chegou a incomodá-lo?
No início, sim, fiqueimuito triste. Fa-
lava: ‘Poxa, somos companheiros
de ummesmo ideal’. Mas hoje não.
Porque vi que a minha coragem de
mudar deu certo. Você quer ver?
Meu programa de televisão já tem
quase 14 anos. É um recorde mun-
dial.NaRádioMetrópole jáestouhá
oito anos. E as pessoas mandam
muitas, muitas perguntas. No pro-
grama de rádio, são mais de 40 por
dia. Não dou conta.
Acho curioso que nos seus programas o
senhor não leva tudo para o lado da re-
ligião. Outro dia, um homem disse que
estava deprimido e achava que era culpa
deumespíritoobsessor.Osenhoroacon-
selhou a procurar ummédico.
Issoémuitoaminhavisão. Eupenso
quereligiãoéparafazermelhor,não
éparaescravizar, nemparagerar se-
guidores. É para libertar.Meus estu-
dossempremepontuaramquenem
tudo é espírito, então eu não posso
pregar uma verdade diferente da
que seja o lastro das minhas convic-
ções. Procuro imprimir também
questões comportamentais, sem-
pre propondo às pessoas uma visão
macrodavida,nãoumavisãoestrei-
ta, embasada apenas em princípios
religiosos, porque eu acho que isso
mediocriza o ser humano.
Estando tão presente namídia, o senhor
nunca se questionou se sua figura estava
ficando ‘maior’ do que o que o senhor
prega?
Não... Quando começou uma onda
muito grande, eu passei a ver da se-
guinte maneira: os espíritos estão
cominteressenessaminhaformade
pregação, senão não estariam me
abrindo esses espaços todos. Não fi-
quei imaginando que eu estaria na
mídiaeaquiloviriadeencontroàmi-
nha proposta religiosa. Muito pelo
contrário, veio ao encontro.
O espiritismo é tema de dezenas de no-
velas,minissériesefilmes.Osenhoracre-
dita que, por conta da liberdade de cria-
ção, a doutrina fica deturpada?
Para mim, não é o espiritismo, são
questões espirituais, à exceção, cla-
ro, de filmes como Chico Xavier e
Nosso Lar. As demais produções vão
no rastro desse boom que começou
em 1990 com Ghost. Acho que isso
refleteessemomentodomundo.Se
você fizer um paralelo com as ques-
tões políticas e econômicas, é como
seofimdaUniãoSoviética represen-
tasse umgolpe nomaterialismo ab-
soluto,noqueparecia sera salvação
do mundo. As pessoas perderam o
que seria o rumo. Pronto, não resol-
veu nada, o caos se estabeleceu. En-
tãoaspessoas forambuscandoaou-
tra vertente, a espiritual. Essa éuma
buscamundial. Agora, claro,oBrasil
tem um caldo cultural que favorece
isso, por causada formaçãodopovo
brasileiro. Voltando à sua pergunta,
a licença poética existe, claro. Apa-
recem os anjos com asinhas, coisa
quenós não concebemos.Mas acho
válido, porque de qualquer forma
suscita o interesse, a discussão.
Li uma declaração sua dizendo que o es-
piritismo deveria sermenos fantasioso e
mais concreto. A que se referia?
Hámuitafantasiaemassociartudoà
interferência dos espíritos. Há uma
facilidadededizerqueumepiléptico
é assim porque tem uma mediuni-
dadenãocuidada... Entãoécomose
fosse uma vivência exacerbada, e as
pessoas terminamnão fazendoase-
paração entre o real e o fantasioso.
Mas como isso pode ser “separado”
quandoentramemcena,porexemplo,as
curas espirituais?
Adoutrina espírita se calça na razão.
Toda vez que algo foge à razão e ao
bomsenso, temqueservistocomre-
servas. E cabeaquemestáoferecen-
do esse tipo de tratamento um pou-
co de coerência. Fazer cirurgias espi-
rituais utilizando um bisturi e esse
bisturi passando por todo mundo...
Ah,nãosepodeacreditarqueaquilo
vai ficar imuneao contágio. Aminha
preocupação é exatamente essa,
que,emnomedofanatismoquesur-
ge, o espiritismo seja decomposto
na sua essência racional.
Como é a relação com os pintores famo-
sos que o senhor pictografa?
Nós fizemos um acerto de que no
momentoemqueeumeconcentrar,
vou fazer uma vibração direcionada
ao trabalho de pintura. O coordena-
dor da equipe espiritual que traba-
lhacomigoéRenoir.Entãoécomose
naquele momento eu acendesse
uma luz do lado de lá e eles dizes-
sem: ‘Olhe, Medrado se preparou,
vamos’. Então eu sinto um choque
queme percorre toda a coluna. Não
fico inconsciente, mas fico naquele
estágio como se fosse o sair de uma
anestesia geral. Você pode gritar
meu nome, mas eu ouço longe, co-
mosetivessenofimdeumtúnel.Eaí
me entrego ao transe. Não sei o que
vai serpintadonemquemvaipintar.
Deixoàdisposiçãodez telas, porque
há alguns anos, uma TV daHolanda
veio fazer umdocumentário comigo
e aí eu levei umas 40 telas para po-
der mostrar o trabalho. Eles só ter-
minaram quando pintei a última. Aí
não faço mais isso.
Li que o senhor se descobriumédiumou-
vindo um professor descrever os “sinto-
mas” damediunidade. Como foi isso?
Meu processo mediúnico começou
aos7anos. Euouvia e viaminhaavó
paterna, quenão conheci.Minha fa-
10 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 11SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
«Inaugurei uma nova forma de pregaro espiritismo, com mais alegria (...).O movimento espírita oficial,entre aspas, me faz resistência, claro»
coisarealmentedirecionada.Mas is-
so só serve como um desafio para
mim. Muitos dizem que eu sou pa-
lhaço, comose isso fosseumaagres-
são. Ao contrário, isso é um elogio
ao meu trabalho, porque a minha
proposta é exatamente fazer as pes-
soas refletirem com alegria, com
bom humor, para sair daquele este-
reótipodequeareligião temqueser
vivida na dor e no sofrimento. Eu
mexi comestruturas que estavamaí
há muitos anos, com padrões de
comportamento, então é aquela ve-
lha história... O novo sempre vem,
gera resistência e perseguição. Mas
a perseverança donovo termina por
aplacar ou pelo menos atenuar es-
ses movimentos.
Mas isso já chegou a incomodá-lo?
No início, sim, fiqueimuito triste. Fa-
lava: ‘Poxa, somos companheiros
de ummesmo ideal’. Mas hoje não.
Porque vi que a minha coragem de
mudar deu certo. Você quer ver?
Meu programa de televisão já tem
quase 14 anos. É um recorde mun-
dial.NaRádioMetrópole jáestouhá
oito anos. E as pessoas mandam
muitas, muitas perguntas. No pro-
grama de rádio, são mais de 40 por
dia. Não dou conta.
Acho curioso que nos seus programas o
senhor não leva tudo para o lado da re-
ligião. Outro dia, um homem disse que
estava deprimido e achava que era culpa
deumespíritoobsessor.Osenhoroacon-
selhou a procurar ummédico.
Issoémuitoaminhavisão. Eupenso
quereligiãoéparafazermelhor,não
éparaescravizar, nemparagerar se-
guidores. É para libertar.Meus estu-
dossempremepontuaramquenem
tudo é espírito, então eu não posso
pregar uma verdade diferente da
que seja o lastro das minhas convic-
ções. Procuro imprimir também
questões comportamentais, sem-
pre propondo às pessoas uma visão
macrodavida,nãoumavisãoestrei-
ta, embasada apenas em princípios
religiosos, porque eu acho que isso
mediocriza o ser humano.
Estando tão presente namídia, o senhor
nunca se questionou se sua figura estava
ficando ‘maior’ do que o que o senhor
prega?
Não... Quando começou uma onda
muito grande, eu passei a ver da se-
guinte maneira: os espíritos estão
cominteressenessaminhaformade
pregação, senão não estariam me
abrindo esses espaços todos. Não fi-
quei imaginando que eu estaria na
mídiaeaquiloviriadeencontroàmi-
nha proposta religiosa. Muito pelo
contrário, veio ao encontro.
O espiritismo é tema de dezenas de no-
velas,minissériesefilmes.Osenhoracre-
dita que, por conta da liberdade de cria-
ção, a doutrina fica deturpada?
Para mim, não é o espiritismo, são
questões espirituais, à exceção, cla-
ro, de filmes como Chico Xavier e
Nosso Lar. As demais produções vão
no rastro desse boom que começou
em 1990 com Ghost. Acho que isso
refleteessemomentodomundo.Se
você fizer um paralelo com as ques-
tões políticas e econômicas, é como
seofimdaUniãoSoviética represen-
tasse umgolpe nomaterialismo ab-
soluto,noqueparecia sera salvação
do mundo. As pessoas perderam o
que seria o rumo. Pronto, não resol-
veu nada, o caos se estabeleceu. En-
tãoaspessoas forambuscandoaou-
tra vertente, a espiritual. Essa éuma
buscamundial. Agora, claro,oBrasil
tem um caldo cultural que favorece
isso, por causada formaçãodopovo
brasileiro. Voltando à sua pergunta,
a licença poética existe, claro. Apa-
recem os anjos com asinhas, coisa
quenós não concebemos.Mas acho
válido, porque de qualquer forma
suscita o interesse, a discussão.
Li uma declaração sua dizendo que o es-
piritismo deveria sermenos fantasioso e
mais concreto. A que se referia?
Hámuitafantasiaemassociartudoà
interferência dos espíritos. Há uma
facilidadededizerqueumepiléptico
é assim porque tem uma mediuni-
dadenãocuidada... Entãoécomose
fosse uma vivência exacerbada, e as
pessoas terminamnão fazendoase-
paração entre o real e o fantasioso.
Mas como isso pode ser “separado”
quandoentramemcena,porexemplo,as
curas espirituais?
Adoutrina espírita se calça na razão.
Toda vez que algo foge à razão e ao
bomsenso, temqueservistocomre-
servas. E cabeaquemestáoferecen-
do esse tipo de tratamento um pou-
co de coerência. Fazer cirurgias espi-
rituais utilizando um bisturi e esse
bisturi passando por todo mundo...
Ah,nãosepodeacreditarqueaquilo
vai ficar imuneao contágio. Aminha
preocupação é exatamente essa,
que,emnomedofanatismoquesur-
ge, o espiritismo seja decomposto
na sua essência racional.
Como é a relação com os pintores famo-
sos que o senhor pictografa?
Nós fizemos um acerto de que no
momentoemqueeumeconcentrar,
vou fazer uma vibração direcionada
ao trabalho de pintura. O coordena-
dor da equipe espiritual que traba-
lhacomigoéRenoir.Entãoécomose
naquele momento eu acendesse
uma luz do lado de lá e eles dizes-
sem: ‘Olhe, Medrado se preparou,
vamos’. Então eu sinto um choque
queme percorre toda a coluna. Não
fico inconsciente, mas fico naquele
estágio como se fosse o sair de uma
anestesia geral. Você pode gritar
meu nome, mas eu ouço longe, co-
mosetivessenofimdeumtúnel.Eaí
me entrego ao transe. Não sei o que
vai serpintadonemquemvaipintar.
Deixoàdisposiçãodez telas, porque
há alguns anos, uma TV daHolanda
veio fazer umdocumentário comigo
e aí eu levei umas 40 telas para po-
der mostrar o trabalho. Eles só ter-
minaram quando pintei a última. Aí
não faço mais isso.
Li que o senhor se descobriumédiumou-
vindo um professor descrever os “sinto-
mas” damediunidade. Como foi isso?
Meu processo mediúnico começou
aos7anos. Euouvia e viaminhaavó
paterna, quenão conheci.Minha fa-
12 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 13SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
mília era católica, meu pai era da Ir-
mandadedeNossaSenhoradaCon-
ceição da Praia. Ele ficava dizendo
paraeudeixar amãedeledescansar
em paz. Houve essa repressão, se
chegou a dizer que eu pudesse ter
uma esquizofrenia... Aí eu me calei.
Aos15anos,eraalunodaPolíciaMi-
litar e estava fazendo uma prova de
português quando ouvi o professor
Benedito Araújo falando sobre sin-
tomasdamediunidade. Aí eu fui ou-
vindo e pensando essa coisa eu te-
nho, essa coisa eu tenho... Foi um
alívio saber que eu não era maluco.
Aí fui conversar comelee,namesma
noite, nós fomos ao centro espírita
MensageirosdaLuz.Depoisnós fun-
damos o Cavaleiros da Luz.
E sua família continuou contra?
Não. Minha mãe passou a me
apoiar. Meu pai ficou um pouco re-
sistente, mas não chegou mais a
criar nenhum obstáculo. É engraça-
do, porquedepois elepassouaacre-
ditar... Quando dava entrada no
hospital, pedia para que euavisasse
aDr. Bezerra – umespírito que é um
dosmentoresdaCidadedaLuz–que
eleestavainternado.Comoeletinha
muitomedodemorrer,eudiziabrin-
cando: ‘Meu pai, fique sossegado,
você só vaimorrer aos 120 anos”. Aí
quando os médicos chegavam, ele
falava: ‘Fiquem tranquilos, porque
Dr. Bezerra está aqui comigo e meu
filhodissequeeu sóvoumorrer com
120 anos’. (risos)
O senhor, Divaldo Franco e Chico Xavier,
para citar três médiuns famosos, não
constituíramumafamília tradicional.Por
que, no seu caso, isso não aconteceu?
Comecei a realizarmeu ideal de vida
muito precocemente, aos 17 anos,
coma fundaçãodo centro. Então vo-
cê vai se absorvendo, né, e hoje em
dia eu até penso assim: poxa, ainda
bem, porque seria muito difícil. Se-
ria uma zona de conflito para mim.
Como o senhor lida com amorte?
Meu pai morreu agora em maio, e
você sente a dor da perda do conví-
vio,masnãodaextinçãodavida.Sei
que a morte não existe, então esse
meu saberme conforta. Agora acho
uma bobagemquando alguns com-
panheirosespíritasdizem: ‘Nãocho-
re,quevaiperturbaroespírito’.Não,
chore sua saudade, a sua falta. É na-
tural. Agora, só não questione... O
comumédizer naquelaagonia: ‘Por
que você morreu?’. Poxa, a pessoa
não morreu porque quis, não é ver-
dade? É o processo da vida. «
«Eu penso que religião é para fazer melhor,não é para escravizar, nem para gerarseguidores. É para libertar. (...) Não possopregar uma verdade diferente»
ATALHO FAYOLA BAR
Moqueca do Recôncavono Rio Vermelho
Texto EMANUELLA SOMBRA [email protected] IRACEMA CHEQUER [email protected]
FAYOLA BAR: RuaAlexandre Gusmão,116, Rio Vermelho.Tel: 71 3018-1313DESTAQUE: servidacom arroz e farofa, amoqueca de feijão(R$ 22) pode seracompanhada por umdos 13 tipos de cervejaoferecidos norestaurante
Os apreciadores de moqueca agora podem dizer que comeram
uma novidade. A receita tradicional do Recôncavo – e cuja varie-
dade é tão pouco explorada na capital – ganhou mais um lugar
para chamar de seu. Servida com arroz e farofa, a moqueca de
feijão (R$ 22) é uma das boas razões para ir ao Fayola Bar. Re-
centementeabertoecompintadequevaisetransformarnohappy
hour preferido de muita gente, o lugar nem por isso tem cara de
restaurantedepraia. Servemoquecas, comoasdebucho comcar-
ne-secaoubanana,masnãosedistanciadaboacomidadeboteco.
Bolinhos de siri, rolinhos de salmão e lula frita à dorê são servidos
na tábua (R$ 19,50) com molho tártaro. Para beber, 13 tipos de
cerveja e chope. A decoração sóbria é perfeita para um encontro
depois do trabalho. Amantes do futebol e órfãos da sinuca, um
aviso: o lugar exibe os jogos do Campeonato Brasileiro – os que
não passam na TV aberta – e tem uma mesa de bilhar num dos
ambientes. «
12 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 13SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
mília era católica, meu pai era da Ir-
mandadedeNossaSenhoradaCon-
ceição da Praia. Ele ficava dizendo
paraeudeixar amãedeledescansar
em paz. Houve essa repressão, se
chegou a dizer que eu pudesse ter
uma esquizofrenia... Aí eu me calei.
Aos15anos,eraalunodaPolíciaMi-
litar e estava fazendo uma prova de
português quando ouvi o professor
Benedito Araújo falando sobre sin-
tomasdamediunidade. Aí eu fui ou-
vindo e pensando essa coisa eu te-
nho, essa coisa eu tenho... Foi um
alívio saber que eu não era maluco.
Aí fui conversar comelee,namesma
noite, nós fomos ao centro espírita
MensageirosdaLuz.Depoisnós fun-
damos o Cavaleiros da Luz.
E sua família continuou contra?
Não. Minha mãe passou a me
apoiar. Meu pai ficou um pouco re-
sistente, mas não chegou mais a
criar nenhum obstáculo. É engraça-
do, porquedepois elepassouaacre-
ditar... Quando dava entrada no
hospital, pedia para que euavisasse
aDr. Bezerra – umespírito que é um
dosmentoresdaCidadedaLuz–que
eleestavainternado.Comoeletinha
muitomedodemorrer,eudiziabrin-
cando: ‘Meu pai, fique sossegado,
você só vaimorrer aos 120 anos”. Aí
quando os médicos chegavam, ele
falava: ‘Fiquem tranquilos, porque
Dr. Bezerra está aqui comigo e meu
filhodissequeeu sóvoumorrer com
120 anos’. (risos)
O senhor, Divaldo Franco e Chico Xavier,
para citar três médiuns famosos, não
constituíramumafamília tradicional.Por
que, no seu caso, isso não aconteceu?
Comecei a realizarmeu ideal de vida
muito precocemente, aos 17 anos,
coma fundaçãodo centro. Então vo-
cê vai se absorvendo, né, e hoje em
dia eu até penso assim: poxa, ainda
bem, porque seria muito difícil. Se-
ria uma zona de conflito para mim.
Como o senhor lida com amorte?
Meu pai morreu agora em maio, e
você sente a dor da perda do conví-
vio,masnãodaextinçãodavida.Sei
que a morte não existe, então esse
meu saberme conforta. Agora acho
uma bobagemquando alguns com-
panheirosespíritasdizem: ‘Nãocho-
re,quevaiperturbaroespírito’.Não,
chore sua saudade, a sua falta. É na-
tural. Agora, só não questione... O
comumédizer naquelaagonia: ‘Por
que você morreu?’. Poxa, a pessoa
não morreu porque quis, não é ver-
dade? É o processo da vida. «
«Eu penso que religião é para fazer melhor,não é para escravizar, nem para gerarseguidores. É para libertar. (...) Não possopregar uma verdade diferente»
ATALHO FAYOLA BAR
Moqueca do Recôncavono Rio Vermelho
Texto EMANUELLA SOMBRA [email protected] IRACEMA CHEQUER [email protected]
FAYOLA BAR: RuaAlexandre Gusmão,116, Rio Vermelho.Tel: 71 3018-1313DESTAQUE: servidacom arroz e farofa, amoqueca de feijão(R$ 22) pode seracompanhada por umdos 13 tipos de cervejaoferecidos norestaurante
Os apreciadores de moqueca agora podem dizer que comeram
uma novidade. A receita tradicional do Recôncavo – e cuja varie-
dade é tão pouco explorada na capital – ganhou mais um lugar
para chamar de seu. Servida com arroz e farofa, a moqueca de
feijão (R$ 22) é uma das boas razões para ir ao Fayola Bar. Re-
centementeabertoecompintadequevaisetransformarnohappy
hour preferido de muita gente, o lugar nem por isso tem cara de
restaurantedepraia. Servemoquecas, comoasdebucho comcar-
ne-secaoubanana,masnãosedistanciadaboacomidadeboteco.
Bolinhos de siri, rolinhos de salmão e lula frita à dorê são servidos
na tábua (R$ 19,50) com molho tártaro. Para beber, 13 tipos de
cerveja e chope. A decoração sóbria é perfeita para um encontro
depois do trabalho. Amantes do futebol e órfãos da sinuca, um
aviso: o lugar exibe os jogos do Campeonato Brasileiro – os que
não passam na TV aberta – e tem uma mesa de bilhar num dos
ambientes. «
14 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 15SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
MUITÍSSIMO RONALDO JACOBINA
Perpetuaçãodos CravosO fotógrafo Christian Cravo está de vol-
ta à Bahia depois de um ano vivendo
com a família em Nova York. Antes de
deixar o soloamericano, agendoupara
o dia 11 de novembro, nos EUA, o lan-
çamento de um livro com 72 imagens
captadas no Haiti. Algumas delas mos-
tradas este ano no MAM-BA. Em São
Paulo, no próximo dia 28, expõe seus
retratos no Instituto Tomie Ohtake. De-
pois destes compromissos, vai dedicar
boa parte do seu tempo à implantação
do instituto que vai abrigar todooacer-
vodopai,ofotógrafoMarioCravoNeto,
morto em agosto de 2009.
Amor e devoção
Maria Bethânia não cansa de cercar Dona
Canôde cuidados emimos.Nodia emque
a matriarca dos Velloso completou 103
anos,adivamandoudeSãoPauloumcon-
fortável automóvel com elevador adapta-
dopara cadeirade rodas. Éque,desdeque
sofreu uma queda, no começo deste ano,
Dona Canô passou a ter dificuldade de lo-
comoção. Com a dignidade que lhe é pe-
culiar, não suporta a ideia de ser carrega-
da. Sensível como ela só, a filha querida
acabou com o problema.
Relíquias guardadas
Desde que fechou o restaurante Famiglia
Salvatore, Antônio Júnior passou a lidar
apenas com antiguidades, hobby que cul-
tiva há anos. No espaço que mantém no
RioVermelho,oantiquárioguardaapaleta
original do mestre Carybé, ainda suja de
tinta.Foide láquesaiuosuntuosolustrede
cristal que enfeita o Edifício Leonor Cal-
mon, no Corredor da Vitória, que durante
anos iluminou o chiquérrimo Hotel Copa-
cabana Palace, no Rio.
Pink money
OClubSanSebastian,quecompletouopri-
meiro ano no último dia 11 de setembro,
vaimudar de endereço. Até o final do ano,
os empresários José Augusto Vasconcelos,
André Gagliano e Valdeck Júnior armamo
cenário noturnono local onde funcionoua
Boomerangue.Hádoismeses, oarquiteto
Marlon Gama comanda o quebra-quebra
do antigo espaço para criar bares, cama-
rotes e duas pistas de dança que funciona-
rão simultaneamente e com dois DJs.
Cidade Baixa em alta
ACidadeBaixaeaBR-324devemse tornar
ospróximosvetoresdecrescimentodeSal-
vador antes da Copa do Mundo. Com o
apetite que omercado imobiliário temde-
monstrado, não vai demorar e os preços
dos terrenos, neste locais, podem subir. O
empresário do ramo Guto Amoedo confir-
maasprevisões,masnegaqueospasseios
de lancha que tem feito no mar da Penín-
sula de Itapagipe sejam de prospecção. “É
atrás de peixe”, justifica
MARCO AURÉLIO MARTINS / AG. A TARDE
FOTOS MARCO AURÉLIO MARTINS / AG. A TARDE
José Augusto Vasconcelos e André
Gagliano comandam a noite do Club
San Sebastian, agora em novo espaço
Depois de fechar a Artefacto do Stiep, La-
rissa Bicalho esculpiu as iniciais do seu no-
me numa nova loja de decoração na Pitu-
ba, a LB Home. Poucomais de umano de-
pois, a empresária volta por cima.A LBHo-
me ganha mais um endereço, no Jardim
Brasil, desta vez ostentando na fachada
suamarca e a da grife paulista. O novo es-
paço será inaugurado em outubro. Até lá,
Larissa se concentra na revista de lança-
mento damarca LB Home/Artefacto.
Lado a lado
»EVEN
TOS,PERGUNTAS,CRÍTICAS,SU
GESTÕ
ES:RJACO
M.BR
14 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 15SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
MUITÍSSIMO RONALDO JACOBINA
Perpetuaçãodos CravosO fotógrafo Christian Cravo está de vol-
ta à Bahia depois de um ano vivendo
com a família em Nova York. Antes de
deixar o soloamericano, agendoupara
o dia 11 de novembro, nos EUA, o lan-
çamento de um livro com 72 imagens
captadas no Haiti. Algumas delas mos-
tradas este ano no MAM-BA. Em São
Paulo, no próximo dia 28, expõe seus
retratos no Instituto Tomie Ohtake. De-
pois destes compromissos, vai dedicar
boa parte do seu tempo à implantação
do instituto que vai abrigar todooacer-
vodopai,ofotógrafoMarioCravoNeto,
morto em agosto de 2009.
Amor e devoção
Maria Bethânia não cansa de cercar Dona
Canôde cuidados emimos.Nodia emque
a matriarca dos Velloso completou 103
anos,adivamandoudeSãoPauloumcon-
fortável automóvel com elevador adapta-
dopara cadeirade rodas. Éque,desdeque
sofreu uma queda, no começo deste ano,
Dona Canô passou a ter dificuldade de lo-
comoção. Com a dignidade que lhe é pe-
culiar, não suporta a ideia de ser carrega-
da. Sensível como ela só, a filha querida
acabou com o problema.
Relíquias guardadas
Desde que fechou o restaurante Famiglia
Salvatore, Antônio Júnior passou a lidar
apenas com antiguidades, hobby que cul-
tiva há anos. No espaço que mantém no
RioVermelho,oantiquárioguardaapaleta
original do mestre Carybé, ainda suja de
tinta.Foide láquesaiuosuntuosolustrede
cristal que enfeita o Edifício Leonor Cal-
mon, no Corredor da Vitória, que durante
anos iluminou o chiquérrimo Hotel Copa-
cabana Palace, no Rio.
Pink money
OClubSanSebastian,quecompletouopri-
meiro ano no último dia 11 de setembro,
vaimudar de endereço. Até o final do ano,
os empresários José Augusto Vasconcelos,
André Gagliano e Valdeck Júnior armamo
cenário noturnono local onde funcionoua
Boomerangue.Hádoismeses, oarquiteto
Marlon Gama comanda o quebra-quebra
do antigo espaço para criar bares, cama-
rotes e duas pistas de dança que funciona-
rão simultaneamente e com dois DJs.
Cidade Baixa em alta
ACidadeBaixaeaBR-324devemse tornar
ospróximosvetoresdecrescimentodeSal-
vador antes da Copa do Mundo. Com o
apetite que omercado imobiliário temde-
monstrado, não vai demorar e os preços
dos terrenos, neste locais, podem subir. O
empresário do ramo Guto Amoedo confir-
maasprevisões,masnegaqueospasseios
de lancha que tem feito no mar da Penín-
sula de Itapagipe sejam de prospecção. “É
atrás de peixe”, justifica
MARCO AURÉLIO MARTINS / AG. A TARDE
FOTOS MARCO AURÉLIO MARTINS / AG. A TARDE
José Augusto Vasconcelos e André
Gagliano comandam a noite do Club
San Sebastian, agora em novo espaço
Depois de fechar a Artefacto do Stiep, La-
rissa Bicalho esculpiu as iniciais do seu no-
me numa nova loja de decoração na Pitu-
ba, a LB Home. Poucomais de umano de-
pois, a empresária volta por cima.A LBHo-
me ganha mais um endereço, no Jardim
Brasil, desta vez ostentando na fachada
suamarca e a da grife paulista. O novo es-
paço será inaugurado em outubro. Até lá,
Larissa se concentra na revista de lança-
mento damarca LB Home/Artefacto.
Lado a lado»
EVEN
TOS,PERGUNTAS,CRÍTICAS,SU
GESTÕ
ES:RJACO
M.BR
16 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 17SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
MODA CIDADE
À DERIVA
A modelo Lorraine Cruz mudou-se para São Paulo para trabalhar, mas, neste ensaiointeiramente analógico, passeia por Salvador e por suas memórias da Bahia
Fotos DANILO BANDEIRAhttp://www.flickr.com/photos/xbolotax/Texto MAYRA LINS http://ex-ato.tk/
Macacão Mara Mac + Melissa + óculosIt Store Preços sob consulta
Vestido Tarcísio Almeida + sandáliaMaria Bonita Preços sob consulta
16 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 17SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
MODA CIDADE
À DERIVA
A modelo Lorraine Cruz mudou-se para São Paulo para trabalhar, mas, neste ensaiointeiramente analógico, passeia por Salvador e por suas memórias da Bahia
Fotos DANILO BANDEIRAhttp://www.flickr.com/photos/xbolotax/Texto MAYRA LINS http://ex-ato.tk/
Macacão Mara Mac + Melissa + óculosIt Store Preços sob consulta
Vestido Tarcísio Almeida + sandáliaMaria Bonita Preços sob consulta
18 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 19SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
Blusa Mara Mac Preço sob consulta
Vestido Úrsula Felix + sandáliaRaphaella Booz Preços sob consulta
Vestido + pelerine + sandália MariaBonita Preços sob consulta
Vestido Alexandre Guimarães + cintoMaria Bonita + Melissa Preços sobconsulta
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18 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 19SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
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20 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 21SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
NÉCESSAIRE COSME E DAMIÃO
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1 AZULEJO DECORATIVO OroPa, França e Bahia - Ceasa do Rio Vermelho, Salvador / R$ 29. 2 ORATÓRIO POP COSME E DAMIÃOwww.cabecadefrade.com / Preço sob consulta. 3 TULIPAS PARA OFERENDA Box Cosme e Damião - Ceasa do Rio Vermelho, Salvador/ R$ 3. 4 COSME E DAMIÃO RESPINGOS www.complexob.com.br / R$ 88. 5 VELA VOTIVA Box Cosme e Damião, Ceasa do RioVermelho, Salvador / R$ 7. 6 KETTLE POPCORN MAKER www.manufacturersclearance.com / US$ 59,99. 7 BALAS Planeta Bombom,Salvador Shopping, Salvador / R$ 2,50 (100 g). PRODUÇÃO: EMANUELLA SOMBRA
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20 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 21SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
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22 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 23SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
CaçadoresDE
HISTÓRIAS
Pesquisadores se aventuram
em busca de informações
Texto VITOR PAMPLONA [email protected] MARCO AURÉLIO MARTINS [email protected]
Grupo de historiadores é especializado em descobririnformações perdidas no Arquivo Público da Bahia
LEIS RELIGIOSASUma das peças antigas mais bemconservadas do Arquivo Público da Bahiaé o Compromisso da Irmandade de S.Benedito da Matriz da Conceição da Praia,um código de leis de 1684
NoprédiodaQuintadoTan-
que, construçãodo século
16onde funcionaoArqui-
vo Público da Bahia, o si-
lêncio é de ouro. Na sala
destinada à consulta dos
documentos históricos, muitos deles ma-
nuscritos originais do Brasil colonial, ape-
nasosomprovocadopelosmaçosdepapel
está autorizado.
Mas, numa tarde de 2006, um choro
ecoounopátiodoedifíciodedoispavimen-
tos, localizadonaBaixadeQuintas,emSal-
vador. Funcionários do arquivo, que com-
pleta 120 anos em2010 e é omais impor-
tante do País depois do Arquivo Nacional,
no Rio de Janeiro, pararam de trabalhar.
Na sala de consulta, pesquisadores perde-
ram a concentração. O historiador Urano
Andrade abandonou papéis sobre a mesa
e, após descer dois vãos de escada em di-
reçãoao térreo, encontrouumamoça com
lágrimas nos olhos. Chamava-se Luciana.
O motivo do choro: sua irmã, que tra-
balhava na Itália, corria risco de expulsão
do país por não ter visto de permanência.
Sustentadapelodinheiroenviado todosos
meses do exterior, a família sentia-se
ameaçadapela extradição. “Ela estava de-
sesperada”, lembra Urano. “Tinha vindo
procuraroregistrodeentradadepassagei-
ros na Bahia, em busca do dia em que o
bisavô italiano chegou aqui”.
O pesquisador reuniu alguns colegas e
começaram a procurar. ”Encontramos não
sóa inscriçãodaentradadobisavôdelano
portode Ilhéus,massuas certidõesdenas-
cimento e casamento. Isso salvou a famí-
lia”. Após alguns dias, um tradutor foi con-
tratadoe,ao fimdo julgamentodoproces-
22 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 23SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
CaçadoresDE
HISTÓRIAS
Pesquisadores se aventuram
em busca de informações
Texto VITOR PAMPLONA [email protected] MARCO AURÉLIO MARTINS [email protected]
Grupo de historiadores é especializado em descobririnformações perdidas no Arquivo Público da Bahia
LEIS RELIGIOSASUma das peças antigas mais bemconservadas do Arquivo Público da Bahiaé o Compromisso da Irmandade de S.Benedito da Matriz da Conceição da Praia,um código de leis de 1684
NoprédiodaQuintadoTan-
que, construçãodo século
16onde funcionaoArqui-
vo Público da Bahia, o si-
lêncio é de ouro. Na sala
destinada à consulta dos
documentos históricos, muitos deles ma-
nuscritos originais do Brasil colonial, ape-
nasosomprovocadopelosmaçosdepapel
está autorizado.
Mas, numa tarde de 2006, um choro
ecoounopátiodoedifíciodedoispavimen-
tos, localizadonaBaixadeQuintas,emSal-
vador. Funcionários do arquivo, que com-
pleta 120 anos em2010 e é omais impor-
tante do País depois do Arquivo Nacional,
no Rio de Janeiro, pararam de trabalhar.
Na sala de consulta, pesquisadores perde-
ram a concentração. O historiador Urano
Andrade abandonou papéis sobre a mesa
e, após descer dois vãos de escada em di-
reçãoao térreo, encontrouumamoça com
lágrimas nos olhos. Chamava-se Luciana.
O motivo do choro: sua irmã, que tra-
balhava na Itália, corria risco de expulsão
do país por não ter visto de permanência.
Sustentadapelodinheiroenviado todosos
meses do exterior, a família sentia-se
ameaçadapela extradição. “Ela estava de-
sesperada”, lembra Urano. “Tinha vindo
procuraroregistrodeentradadepassagei-
ros na Bahia, em busca do dia em que o
bisavô italiano chegou aqui”.
O pesquisador reuniu alguns colegas e
começaram a procurar. ”Encontramos não
sóa inscriçãodaentradadobisavôdelano
portode Ilhéus,massuas certidõesdenas-
cimento e casamento. Isso salvou a famí-
lia”. Após alguns dias, um tradutor foi con-
tratadoe,ao fimdo julgamentodoproces-
24 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 25SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
so na Itália, a irmãde Luciana obteve a du-
pla nacionalidade, podendo permanecer
legalmente na Europa.
AVENTURAPara Urano, um ex-gerente de super-
mercado de 37 anos que só entrou na fa-
culdade de história depois dos 30, o epi-
sódio ilustra os momentos emocionantes
de uma profissão que parece saída de fil-
mesdeaventura:adecaçadordehistórias.
Sob um olhar generoso, ele é um Indiana
Jonesdosdocumentosraros,queconciliaa
descoberta de informações históricas com
a atividade de professor.
Mas as semelhanças com o persona-
gem aventureiro, vivido no cinema por
Harrison Ford, terminam aí. Urano não
gosta de semeter em conflitos nos quais é
quase impossível descobrir quem é o ban-
dido e quem é omocinho. “Prefiro não fa-
zer pesquisas sobre questões envolvendo,
por exemplo, brigas por herança ou reser-
vas indígenas”.
Desde que começou a vasculhar o pas-
sado, como monitor de pesquisas univer-
sitárias, há sete anos, ele se aproximoude
outros pesquisadores. Juntos, formaram
umgrupoespecializadoemdesenterrar in-
formações perdidas em papéis amarela-
dos, cuja escrita dificilmente é compreen-
sível para uma pessoa sem familiaridade
com a grafia de séculos passados.
Em comum com amaioria dos historia-
dores, eles têm projetos pessoais e traba-
lham para escrever as próprias teses e dis-
sertações. Mas, ao oferecer seus serviços
a terceiros, que os contratam para encon-
trar a informação que precisam, já ajuda-
ram a resolver questões judiciais, recons-
truir árvores genealógicas e reunir mate-
rial fundamental parao trabalhodeoutros
historiadores.
“Sempre vãoexistir pessoasprecisando
depesquisa, seja nas universidades ouem
outras demandas, como passaporte, du-
pla nacionalidade, escrituras. Tudo isso es-
tá envolvido comdocumentação histórica.
Por isso, surgiu aproposta de criar o grupo
e profissionalizar a atividade“.
Oprimeiro a embarcar na ideia foi Jetro
doCarmoda Luz, 28, quehá cincoanos co-
nheceu Urano na Católica. No começo de
sua carreira de caçador de histórias, cada
incursão nos acervos significava uma sur-
presa. “Lembroque, ao fazer um trabalho,
encontrei cartas de cerca de 1850, escritas
por umpadre da região de Rodelas (a 540
quilômetros de Salvador)“, diz. “O padre
denunciava para a arquidiocese, na capi-
tal, que umeuropeude ‘maus hábitos’ ha-
via chegado à vila quando os índios esta-
vamjá‘domesticados’.Oestrangeirointro-
duziu o álcool e teria, de certa forma, per-
turbado a ordem. Foi um caso muito de-
talhado, interessante“.
CONVIVÊNCIANo Arquivo Público da Bahia, principal
território de atuação dos dois pesquisado-
res,eles conheceramCândidoDomingues,
25, e Jacira Santos Pinto, 31. Cândido já
ajudoupessoasacomprovaremanaciona-
lidade de antepassados e tem no currículo
o trabalho de recolher material para livros
comoDomingosSodré–UmSacerdoteAfri-
cano (Companhia das Letras), a elogiada
biografiadeumex-escravoescritapelohis-
toriador baiano João José Reis, um dos
maiores estudiosos da área no País. Jacira
tambémfezpesquisasparaobrasdogêne-
roeencontroudocumentos ligadosaques-
tões imobiliárias. Recentemente, uma
construtoraaprocurouparaencontraraes-
crituradeumterrenonoIAPI(bairro),onde
a empresa pretende construir um edifício
de apartamentos.
“Acabamos criando laços de amizade e
conhecendo o trabalho um do outro”, re-
velaJacira.Esseefeitocolateraldoconvívio
representa uma conveniência: como cada
um deles é especializado em temas e pe-
ríodos distintos da história do Brasil e da
Bahia,osquatroconseguemcobrirpratica-
mente todo o acervo do Arquivo Público,
onde os documentos ocupam estantes
que, alinhadas, preenchem uma distância
equivalente a 25 quilômetros.
O trabalho dos caçadores de histórias
costuma ser remunerado por hora. “Mas
posso fechar um pacote, se a pessoa já sa-
be o que quer“, explica Urano. “Cobro um
determinadovalorpara fotografarumma-
çocompletodedocumentos.Seapesquisa
for mais intensa, quando tenho de procu-
rar personagens, o valor émaior“.
Denegociaçãoemnegociação,as inves-
tigações rendem em torno de 600 reais
mensais em cada trabalho. O valor máxi-
mo já recebido por ele, por um único ser-
viço, foi 1.500 reais, para localizar e foto-
grafar seis maços de documentos. Urano
levou duas semanas. “Hoje, mando catá-
logos digitalizados para interessados em
Portugal, nos EUA e outros países. Eles di-
zemo que precisam e eu pesquiso”. Atual-
mente, trabalha para uma pesquisadora
turca da Universidade de Nova Orleans.
ACERVOAs facilidades trazidas pelos investiga-
dores profissionais, porém, não impedem
que muitos estrangeiros frequentem pes-
soalmente o Arquivo Público. Em regra,
vêm atrás do valiosíssimo acervo colonial,
que remeteaoperíodoemqueacidadede
Salvador foi capital do Brasil.
ILHA DE PRESENTEA carta de doação da Ilha de Itaparica(na época chamada sesmaria), feita peloprimeiro governador-geral do Brasil,Thomé de Souza, é o mais antigodocumento preservado no acervo doArquivo Público. A ilha foi doada ao nobreportuguês D. Antônio de Ataíde, conde deCastanheira, em 1552
REBELIÃO ESCRAVAEscrita em árabe, esta carta do escravoAmaro Ussá foi apreendida pelo governoimperial brasileiro durante a repressão àRevolta dos Malês (1935), movimentoliderado por negros muçulmanosinsatisfeitos com a escravidão, que tinhamcomo objetivo a conquista da liberdade ea criação de uma república islâmica
Grupo procura informação de casos históricos e já ajudou a resolver questões judiciais e a reconstruir árvores genealógicas
Umadas coleçõesmais importantes é a
de documentos judiciários, produzidos pe-
lo antigo Tribunal deRelaçãodo Estadodo
Brasil e da Bahia, a corte suprema colonial
criada há mais de 400 anos que deu ori-
gem ao Tribunal de Justiça da Bahia e ao
Supremo Tribunal Federal.
Reconhecidos pela Unesco, os cerca de
64mildocumentosdoTribunalganharam,
hádois anos, o títulodeMemóriadoMun-
do,oequivalenteaseremtombadoscomo
patrimônio da humanidade. “Nossa preo-
cupação é preservar e difundir“, diz a dire-
toradoArquivoPúblicodaBahia,MariaTe-
resaMatos.“Égratificantequandoalguém
nos procura para comprovação de direitos
e podemos ajudar“.
Atualmente, o arquivo cuida da recupe-
raçãodoacervo ligadoà Independênciada
Bahia, restaurado com patrocínio do go-
vernoda Espanha.Opróximopasso é adi-
gitalização dos papéis, mas a direção afir-
ma ainda não contar com a infraestrutura
tecnológica necessária. Uma referência,
DANILO BANDEIRA / AG. A TARDE
24 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 25SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
so na Itália, a irmãde Luciana obteve a du-
pla nacionalidade, podendo permanecer
legalmente na Europa.
AVENTURAPara Urano, um ex-gerente de super-
mercado de 37 anos que só entrou na fa-
culdade de história depois dos 30, o epi-
sódio ilustra os momentos emocionantes
de uma profissão que parece saída de fil-
mesdeaventura:adecaçadordehistórias.
Sob um olhar generoso, ele é um Indiana
Jonesdosdocumentosraros,queconciliaa
descoberta de informações históricas com
a atividade de professor.
Mas as semelhanças com o persona-
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por exemplo, brigas por herança ou reser-
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Desde que começou a vasculhar o pas-
sado, como monitor de pesquisas univer-
sitárias, há sete anos, ele se aproximoude
outros pesquisadores. Juntos, formaram
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“Sempre vãoexistir pessoasprecisando
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pla nacionalidade, escrituras. Tudo isso es-
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Por isso, surgiu aproposta de criar o grupo
e profissionalizar a atividade“.
Oprimeiro a embarcar na ideia foi Jetro
doCarmoda Luz, 28, quehá cincoanos co-
nheceu Urano na Católica. No começo de
sua carreira de caçador de histórias, cada
incursão nos acervos significava uma sur-
presa. “Lembroque, ao fazer um trabalho,
encontrei cartas de cerca de 1850, escritas
por umpadre da região de Rodelas (a 540
quilômetros de Salvador)“, diz. “O padre
denunciava para a arquidiocese, na capi-
tal, que umeuropeude ‘maus hábitos’ ha-
via chegado à vila quando os índios esta-
vamjá‘domesticados’.Oestrangeirointro-
duziu o álcool e teria, de certa forma, per-
turbado a ordem. Foi um caso muito de-
talhado, interessante“.
CONVIVÊNCIANo Arquivo Público da Bahia, principal
território de atuação dos dois pesquisado-
res,eles conheceramCândidoDomingues,
25, e Jacira Santos Pinto, 31. Cândido já
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lidade de antepassados e tem no currículo
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DANILO BANDEIRA / AG. A TARDE
26 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 27SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
segundoMariaTeresa,éadigitalizaçãodoacervodeATARDE, feita
emparceria comaHumanidades Editora eProjetos, comapoiodo
Arquivo Público, onde as edições podem ser consultadas.
Além disso, novas normas de consulta para pesquisadores fo-
ram aprovadas pelo governo estadual para proibir o acesso de
não-funcionários aos depósitos. O objetivo é evitar a perda ou ex-
travio de documentação.Mas o arquivo não temmuitomais a co-
memorar. Parte da memória da Revolução dos Alfaiates e da Re-
volta dos Malês, duas das mais significativas insurgências popu-
lares da história da Bahia, está com os documentos corroídos ou
parcialmente destruídos, à espera de restauração.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-
cional (Iphan) desde 1949, a Quinta do Tanque passou por uma
inspeçãotécnicanofinaldeagosto.Segundoorelatórioproduzido
peloórgão,asituaçãodoimóvelépreocupante.Semmanutenção,
cerca de 20% da madeira do telhado e 50% do forro estão com-
prometidospelaumidade.O Iphanapontouaindagoteiras, fiação
elétrica exposta – há risco de incêndio – e esquadrias danificadas,
entre outras inadequações.Odiretor dearquivos da FundaçãoPe-
dro Calmon, Paulo de Jesus Santos, responsável pelo Arquivo Pú-
blico, promete restaurar o telhado e instalar um sistema anti-in-
cêndionoprédio. Paraos caçadoresdehistórias, o casonãoéape-
nas de preservar umamemória de valor incalculável.
”Vemos nessa atividade um mercado de trabalho a ser explo-
rado“,acreditaUrano.“Facilitamosoacessoaosdocumentoseaju-
damos outros pesquisadores a ter novos olhares sobre nossa his-
tória, o que émuito importante“. Anote-se. Arquive-se. «
REPÚBLICA BAIANAUma das coleções mais valiosas é a daConjuração Baiana (1798), ou Revolta dosAlfaiates. O Arquivo Público tem o registroda devassa feita pelas autoridades da coroaportuguesa sobre bens e papéis dosrevolucionários, que eram republicanos
Arquivo Público da Bahia tem 120 anos e é o segundo mais importante do País, mas o prédio que o abriga precisa de reparos
SERVIÇOArquivo Público daBahia / Ladeira deQuintas, 50, Baixa deQuintas / Tel. (71)3116-2163.Saiba mais sobre oscaçadores de histórias:www.uranohistoria.blogspot.com
PRO
JETO
DE
MAR
KETI
NG
ATA
RDE
PRO
JETO
DE
MAR
KETI
NG
A TA
RDE
I N F O R M E P U B L I C I T Á R I O
Tratamentosdermatológicosde última geraçãopara o alto verão
Patrocínio:
26 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 27SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
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Além disso, novas normas de consulta para pesquisadores fo-
ram aprovadas pelo governo estadual para proibir o acesso de
não-funcionários aos depósitos. O objetivo é evitar a perda ou ex-
travio de documentação.Mas o arquivo não temmuitomais a co-
memorar. Parte da memória da Revolução dos Alfaiates e da Re-
volta dos Malês, duas das mais significativas insurgências popu-
lares da história da Bahia, está com os documentos corroídos ou
parcialmente destruídos, à espera de restauração.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Na-
cional (Iphan) desde 1949, a Quinta do Tanque passou por uma
inspeçãotécnicanofinaldeagosto.Segundoorelatórioproduzido
peloórgão,asituaçãodoimóvelépreocupante.Semmanutenção,
cerca de 20% da madeira do telhado e 50% do forro estão com-
prometidospelaumidade.O Iphanapontouaindagoteiras, fiação
elétrica exposta – há risco de incêndio – e esquadrias danificadas,
entre outras inadequações.Odiretor dearquivos da FundaçãoPe-
dro Calmon, Paulo de Jesus Santos, responsável pelo Arquivo Pú-
blico, promete restaurar o telhado e instalar um sistema anti-in-
cêndionoprédio. Paraos caçadoresdehistórias, o casonãoéape-
nas de preservar umamemória de valor incalculável.
”Vemos nessa atividade um mercado de trabalho a ser explo-
rado“,acreditaUrano.“Facilitamosoacessoaosdocumentoseaju-
damos outros pesquisadores a ter novos olhares sobre nossa his-
tória, o que émuito importante“. Anote-se. Arquive-se. «
REPÚBLICA BAIANAUma das coleções mais valiosas é a daConjuração Baiana (1798), ou Revolta dosAlfaiates. O Arquivo Público tem o registroda devassa feita pelas autoridades da coroaportuguesa sobre bens e papéis dosrevolucionários, que eram republicanos
Arquivo Público da Bahia tem 120 anos e é o segundo mais importante do País, mas o prédio que o abriga precisa de reparos
SERVIÇOArquivo Público daBahia / Ladeira deQuintas, 50, Baixa deQuintas / Tel. (71)3116-2163.Saiba mais sobre oscaçadores de histórias:www.uranohistoria.blogspot.com
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DE
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28 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 29SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
PROJETO
DEMARKETIN
GATA
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À prova
2
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EDIÇÃOYA
RAVASKU
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TATIANACARVALH
OCAPA
EDIAGRAMAÇÃOHELDER
V.FLOREN
TINO
Neste período do ano, aumenta a procurapor novidades tecnológicas direcionadasaos cuidados como a pele. Pessoas quedurante o Inverno ficarammaisdespreocupadas com relação à aparência,percebem que estão às vésperas de seexpor mais a um senhor holofote, chamadosol, e correm em busca de benefíciosestéticos para o rosto e para o corpo.
Entre os tratamentos que podemproporcionar resultados imediatos para aboa forma física está o Thermage, que comapenas uma sessão tensiona áreas flácidas,como o entre-coxas e os braços (os famososmúsculos do “tchauzinho”).
Outra estrela da estação é o Ultra Shape,aparelho de ultra-som focalizado para otratamento de gordura localizada econtorno corporal. Uma ponteira aplicadana região desejada atinge célulasgordurosas “com tal precisão, que com amédia de três sessões é possível ter perdade até 4 centímetros nas medidas”, comoexplica omédico especialista emdermatologia, Osmilto Brandão.
Canga
A vereadora AndréaMendonça diz quecuidar do visual não é algo exclusivo dequem tem vida pública. “Olhar no espelho ese sentir bem vale para a vida profissional epessoal de qualquer pessoa”. Ela começouperceber manchinhas na pele do rosto ecomo tem a pele muito clara, achou quepoderia estar no grupo de risco que nãopodem pegar sol. Por questões de saúde,marcou uma consulta dermatológica.
Diz que a partir dali conheceu ummundofantástico de procedimentos. Já realizou oThermage no rosto, eliminando a papada e
por Claudia Pedreira
redefinindo o contorno do rosto. Também foirealizado em áreas do corpo, commelhoriada flacidez. Ainda eliminoumanchas no rostocom o laser Profile.
“Quando eu penso que já cheguei a umlimite, aparecem novos tratamentos, com oavanço da tecnologia, que trazem,realmente, grandes resultados”. Andréa já seprograma para fazer o novo tratamento devarizes a laser, explica, já que não tem dasveias miudinhas. E se empolga com apossibilidade de solucionar seu problema semprecisar de ummétodo invasivo. Para folgas
de Verão, já programou que vai ficar debiquíni o tempo inteiro. E sem canga.
Rachaduras
A aposentada Telma Rios vive, na Primavera,imaginando a próxima vez que vai sentir abrisa à beira domar. “Me vejo livre, numapraia maravilhosa, sem usar base corretoranenhuma no rosto”, visualiza. Vinte dias apósum tratamento na pele, ela se livrou de rugasprofundas e rachaduras na face, típicas deenvelhecimento precoce. O envelhecimentoera tão acentuado que nemmesmo a cirurgiaplástica era recomendada. A dona de casaresolveu o problema com o tratamento alaser Fraxel Repair, uma das sensações dadermatologia mundial que está conquistandoadeptos na Bahia.
A base do tratamento é o laser de CO2desenvolvido por Rox Anderson, cientista daUniversidade de Harvard que é consideradoPai do Laser na Dermatologia. “Os laseresfracionados, como o Fraxel Repair,proporcionam excelentes resultados em umcurto período de recuperação e com poucosriscos, em comparação às técnicas invasivas”,avalia omédico Osmilto Brandão.
XTRAC LASER PARA
TRATAMENTO DO
VITLIGO
SMOOTHSHAPES:
PRIMEIRO LASER PARA
TRATAMENTO DA
CELULITE
PROJETO
DEMARKETIN
GATA
RDE
3
CLÍNICA OSMILTO BRANDÃOAv. Tancredo Neves, 1.632,Ed. Salvador Trade CenterTorre Sul, sala 1.812 - Caminho das ÁrvoresSalvador-BA / CEP: 41820-020www.clinicaosmiltobrandao.com.brcontato@clinicaosmiltobrandao.com.brTel: 71 3204-5650
INFORME PUBLIC ITÁRIO
Entrevista:Osmilto Brandãopor Claudia Pedreira
SAÚDE&ESTÉTICA – Quais procedimentoscitaria como de ponta paramanter o viçoda pele?
OSMILTO BRANDÃO - Além dos cremesrejuvenescedores, sem dúvida nenhuma, olaser é amelhor alternativa por atuarprofundamente em todas as camadas dapele, estimulando a formação de novocolágeno, atenuando os sinais deenvelhecimento.
S&E – O Thermage, inicialmente utilizadono rosto, para redefinir contornos faciais,também proporciona bons resultados nocorpo?
OB – O Thermage é um tratamentorápido, que utiliza tecnologia deradiofrequência, a melhor que existe nomundo para flacidez. Por isso tanto podeser usado no rosto, inclusive para reduçãoda papada, quanto para regiões comocoxas, nádegas e abdômen.
S&E - Em torno de 90% dasmulherestêm celulite. O que pode ser feito, emtermos de prevenção e de tratamento,para controlar o problema?
OB – A celulite atinge a grandemaioriadas mulheres e temmúltiplos fatores queatuam no seu aparecimento. Desdefatores hormonais, genéticos, circulatórios,sedentarismo, dieta emedicamentos.Além disto, a celulite apresenta váriosgraus de severidade (grau I, Grau II, Grau IIIe IV). Assim, para ummelhor resultado énecessário, também, amudança dehábitos alimentares e a prática deexercícios físicos. Em se tratando delaseres, temos o que hámais moderno,como o Vella Shape e Smothshape.
S&E - De que forma o Smoothshapespode contribuir para resgatar aauto-estima de quem tem celulite?
OB - O Smoothshapes é primeiro lasera ser lançado nomercadomundialpara tratamento da celulite. É umcomposto de laser, massagem edrenagem linfática em um equipamentode tratamento indolor que utiliza o laser, ea energia da luz para liquefazer a gorduradas células e reparar o colágenofragilizado. O colágeno é regenerado, acirculaçãomelhora e os processosmetabólicos são restabelecidos.
S&E – Dependendo de cada cliente, éinteressante pensar em combinaçõesde tratamento?
OB - Cada paciente é avaliada e otratamento é específico para cadasituação. A combinação de tecnologiascostuma levar a bons resultados, comono caso de unir o Smoothshapes e oVella Shape, aparelho que atua comradiofreqüência e infravermelho paracombater a celulite, também reduzindoas medidas. Madonna, por exemplo,utiliza esta combinação.
S&E – O que destacaria em termos detratamentos de patologias?
OB - Uma grande novidade notratamento hoje é voltada a doençascomo vitilico e psoríase, queincomodam bastante as pessoas doponto de vista de estético. Já existe olaser conhecido como XTrac, que utilizaa tecnologia Excimer, que promoveexcelentes resultados
S&E – E em termos de preenchi-mento, o que existe demais avançadoe seguro?
OB - Hoje se pode fazer combinaçõesde laser com os preenchedores. Eexistem substâncias modernas eseguras à base de Ácido Hialurônicoque é natural da nossa pele. Existemprodutos como o PMMA e oMetacril,que têm esta função de preenchi-mento, mas podem provocar reaçõesimediatas ou em longo prazo, comoformação de nódulos, granulomas, eprocessos inflamatórios definitivos. Agrande novidade é o Juvedermevoluma que refaz as maçãs do rosto,aumenta omento (queixo) e redefinecontornos.
28 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 29SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
PROJETO
DEMARKETIN
GATA
RDE
À prova
2
do
solINFORME PUBLIC ITÁRIO
EDIÇÃOYA
RAVASKU
FOTO
SFR
ANCISCOSALES
|EST ILO
TATIANACARVALH
OCAPA
EDIAGRAMAÇÃOHELDER
V.FLOREN
TINO
Neste período do ano, aumenta a procurapor novidades tecnológicas direcionadasaos cuidados como a pele. Pessoas quedurante o Inverno ficarammaisdespreocupadas com relação à aparência,percebem que estão às vésperas de seexpor mais a um senhor holofote, chamadosol, e correm em busca de benefíciosestéticos para o rosto e para o corpo.
Entre os tratamentos que podemproporcionar resultados imediatos para aboa forma física está o Thermage, que comapenas uma sessão tensiona áreas flácidas,como o entre-coxas e os braços (os famososmúsculos do “tchauzinho”).
Outra estrela da estação é o Ultra Shape,aparelho de ultra-som focalizado para otratamento de gordura localizada econtorno corporal. Uma ponteira aplicadana região desejada atinge célulasgordurosas “com tal precisão, que com amédia de três sessões é possível ter perdade até 4 centímetros nas medidas”, comoexplica omédico especialista emdermatologia, Osmilto Brandão.
Canga
A vereadora AndréaMendonça diz quecuidar do visual não é algo exclusivo dequem tem vida pública. “Olhar no espelho ese sentir bem vale para a vida profissional epessoal de qualquer pessoa”. Ela começouperceber manchinhas na pele do rosto ecomo tem a pele muito clara, achou quepoderia estar no grupo de risco que nãopodem pegar sol. Por questões de saúde,marcou uma consulta dermatológica.
Diz que a partir dali conheceu ummundofantástico de procedimentos. Já realizou oThermage no rosto, eliminando a papada e
por Claudia Pedreira
redefinindo o contorno do rosto. Também foirealizado em áreas do corpo, commelhoriada flacidez. Ainda eliminoumanchas no rostocom o laser Profile.
“Quando eu penso que já cheguei a umlimite, aparecem novos tratamentos, com oavanço da tecnologia, que trazem,realmente, grandes resultados”. Andréa já seprograma para fazer o novo tratamento devarizes a laser, explica, já que não tem dasveias miudinhas. E se empolga com apossibilidade de solucionar seu problema semprecisar de ummétodo invasivo. Para folgas
de Verão, já programou que vai ficar debiquíni o tempo inteiro. E sem canga.
Rachaduras
A aposentada Telma Rios vive, na Primavera,imaginando a próxima vez que vai sentir abrisa à beira domar. “Me vejo livre, numapraia maravilhosa, sem usar base corretoranenhuma no rosto”, visualiza. Vinte dias apósum tratamento na pele, ela se livrou de rugasprofundas e rachaduras na face, típicas deenvelhecimento precoce. O envelhecimentoera tão acentuado que nemmesmo a cirurgiaplástica era recomendada. A dona de casaresolveu o problema com o tratamento alaser Fraxel Repair, uma das sensações dadermatologia mundial que está conquistandoadeptos na Bahia.
A base do tratamento é o laser de CO2desenvolvido por Rox Anderson, cientista daUniversidade de Harvard que é consideradoPai do Laser na Dermatologia. “Os laseresfracionados, como o Fraxel Repair,proporcionam excelentes resultados em umcurto período de recuperação e com poucosriscos, em comparação às técnicas invasivas”,avalia omédico Osmilto Brandão.
XTRAC LASER PARA
TRATAMENTO DO
VITLIGO
SMOOTHSHAPES:
PRIMEIRO LASER PARA
TRATAMENTO DA
CELULITE
PROJETO
DEMARKETIN
GATA
RDE
3
CLÍNICA OSMILTO BRANDÃOAv. Tancredo Neves, 1.632,Ed. Salvador Trade CenterTorre Sul, sala 1.812 - Caminho das ÁrvoresSalvador-BA / CEP: 41820-020www.clinicaosmiltobrandao.com.brcontato@clinicaosmiltobrandao.com.brTel: 71 3204-5650
INFORME PUBLIC ITÁRIO
Entrevista:Osmilto Brandãopor Claudia Pedreira
SAÚDE&ESTÉTICA – Quais procedimentoscitaria como de ponta paramanter o viçoda pele?
OSMILTO BRANDÃO - Além dos cremesrejuvenescedores, sem dúvida nenhuma, olaser é amelhor alternativa por atuarprofundamente em todas as camadas dapele, estimulando a formação de novocolágeno, atenuando os sinais deenvelhecimento.
S&E – O Thermage, inicialmente utilizadono rosto, para redefinir contornos faciais,também proporciona bons resultados nocorpo?
OB – O Thermage é um tratamentorápido, que utiliza tecnologia deradiofrequência, a melhor que existe nomundo para flacidez. Por isso tanto podeser usado no rosto, inclusive para reduçãoda papada, quanto para regiões comocoxas, nádegas e abdômen.
S&E - Em torno de 90% dasmulherestêm celulite. O que pode ser feito, emtermos de prevenção e de tratamento,para controlar o problema?
OB – A celulite atinge a grandemaioriadas mulheres e temmúltiplos fatores queatuam no seu aparecimento. Desdefatores hormonais, genéticos, circulatórios,sedentarismo, dieta emedicamentos.Além disto, a celulite apresenta váriosgraus de severidade (grau I, Grau II, Grau IIIe IV). Assim, para ummelhor resultado énecessário, também, amudança dehábitos alimentares e a prática deexercícios físicos. Em se tratando delaseres, temos o que hámais moderno,como o Vella Shape e Smothshape.
S&E - De que forma o Smoothshapespode contribuir para resgatar aauto-estima de quem tem celulite?
OB - O Smoothshapes é primeiro lasera ser lançado nomercadomundialpara tratamento da celulite. É umcomposto de laser, massagem edrenagem linfática em um equipamentode tratamento indolor que utiliza o laser, ea energia da luz para liquefazer a gorduradas células e reparar o colágenofragilizado. O colágeno é regenerado, acirculaçãomelhora e os processosmetabólicos são restabelecidos.
S&E – Dependendo de cada cliente, éinteressante pensar em combinaçõesde tratamento?
OB - Cada paciente é avaliada e otratamento é específico para cadasituação. A combinação de tecnologiascostuma levar a bons resultados, comono caso de unir o Smoothshapes e oVella Shape, aparelho que atua comradiofreqüência e infravermelho paracombater a celulite, também reduzindoas medidas. Madonna, por exemplo,utiliza esta combinação.
S&E – O que destacaria em termos detratamentos de patologias?
OB - Uma grande novidade notratamento hoje é voltada a doençascomo vitilico e psoríase, queincomodam bastante as pessoas doponto de vista de estético. Já existe olaser conhecido como XTrac, que utilizaa tecnologia Excimer, que promoveexcelentes resultados
S&E – E em termos de preenchi-mento, o que existe demais avançadoe seguro?
OB - Hoje se pode fazer combinaçõesde laser com os preenchedores. Eexistem substâncias modernas eseguras à base de Ácido Hialurônicoque é natural da nossa pele. Existemprodutos como o PMMA e oMetacril,que têm esta função de preenchi-mento, mas podem provocar reaçõesimediatas ou em longo prazo, comoformação de nódulos, granulomas, eprocessos inflamatórios definitivos. Agrande novidade é o Juvedermevoluma que refaz as maçãs do rosto,aumenta omento (queixo) e redefinecontornos.
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VINHOS REGINA BOCHICCHIO
Espumantedo Vale
DIVULGAÇÃO
VINHO DA SEMANAMoscatel EspumanteTerranova /Asti /Miolo / Uvasmoscatéis do Vale doSão Francisco / Ondecomprar: Perini(Pituba): R$ 26 /SupermercadosBompreço: R$ 30,34
AGENDA Aulas e jantarenogastronômico compossibilidades deharmonização depratos / De 26 a 28deste mês / R$ 250/Casa dos Vinhos -Bistrot du Vin71 3231-6793 ou3231-1933 / Pato aomolho de nozes comentradas e sobremesa.Vinhos: merlot, Shiraz.R$ 150 (por pessoa) »
EVEN
TOS,PERGUNTAS,CRÍTICAS,SU
GESTÕ
M.BR
Uma coisa quemuitos bebedores ou apreciadores baianos do
vinho ainda não sabem é que esta bebida – signo de sofisti-
cação e elegância no imaginário comum– tem sido produzida
bem aqui, na Bahia, mais precisamente na quente região do
Vale do Rio São Francisco, nomunicípio de Casa Nova. E não é
vinhozinho de prateleira de boteco. É do tipo exportação.
Se você é daqueles que precisambeber para crer, basta pro-
curar–numadasdezenasdelojasespecializadasemvinho,que
estãocadavezmaisàvistaemSalvador,ouaté supermercados
– e encher a taça.
Claro que não é nenhum Bordeaux. Claro, porque estamos
naBahia. E vinho pode ser tudo,menos igual a qualquer outro
do vasto mundo. É como digital, cada pessoa tem a sua. Cada
terra produz um vinho diferente.
Vinho baiano, sim, senhor, vá lá. Mas com tecnologia gaú-
cha. Foram os empreendedores da Miolo Wine Group, lá do
municípiodeBentoGonçalves (RS),queprovaramdauvamos-
catel cultivada na Bahia e, visionários, arriscaram investir mi-
lhões no Vale do São Francisco – em cujo espaço do agreste
pernambucano,nosmunicípiosdeLagoaGrandeeSantaMaria
da Boa Vista, outros empresários já investiam há anos.
FRUTASAuvamoscatel transformou-se numespumante, produzido
pelométodoAsti, tipicamente italiano, que consiste numaúni-
ca fermentação (outros métodos são feitos com duas fermen-
tações). Tanto o espumante Moscatel como o vinho tinto re-
servaShiraz,produzidoseengarrafadosnaBahia, são,hoje,os
líderes dos rótulos Terranova. Garrafas que os norte-america-
nos e franceses estão sorvendo, já que 40% da produção da
Ouroverde é para a exportação. E o espumante Moscatel, li-
geiramentedocee leve,servidobemgelado(entre4°Ce6°C),
vaibemcomamaioriadospratossimplesousofisticadosàbase
defrutas: crepesuzette,moussede limão,saladadefrutas, sor-
vetes de frutas cítricas. Pão-de-ló com recheio de frutas, com-
potas de peras. Combinação perfeita para o verão. «
20*+*+,%5!+4 )"2 - (+#&"1!+4 )"2 .*+$0'3/
36 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 37SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
VINHOS REGINA BOCHICCHIO
Espumantedo Vale
DIVULGAÇÃO
VINHO DA SEMANAMoscatel EspumanteTerranova /Asti /Miolo / Uvasmoscatéis do Vale doSão Francisco / Ondecomprar: Perini(Pituba): R$ 26 /SupermercadosBompreço: R$ 30,34
AGENDA Aulas e jantarenogastronômico compossibilidades deharmonização depratos / De 26 a 28deste mês / R$ 250/Casa dos Vinhos -Bistrot du Vin71 3231-6793 ou3231-1933 / Pato aomolho de nozes comentradas e sobremesa.Vinhos: merlot, Shiraz.R$ 150 (por pessoa) »
EVEN
TOS,PERGUNTAS,CRÍTICAS,SU
GESTÕ
M.BR
Uma coisa quemuitos bebedores ou apreciadores baianos do
vinho ainda não sabem é que esta bebida – signo de sofisti-
cação e elegância no imaginário comum– tem sido produzida
bem aqui, na Bahia, mais precisamente na quente região do
Vale do Rio São Francisco, nomunicípio de Casa Nova. E não é
vinhozinho de prateleira de boteco. É do tipo exportação.
Se você é daqueles que precisambeber para crer, basta pro-
curar–numadasdezenasdelojasespecializadasemvinho,que
estãocadavezmaisàvistaemSalvador,ouaté supermercados
– e encher a taça.
Claro que não é nenhum Bordeaux. Claro, porque estamos
naBahia. E vinho pode ser tudo,menos igual a qualquer outro
do vasto mundo. É como digital, cada pessoa tem a sua. Cada
terra produz um vinho diferente.
Vinho baiano, sim, senhor, vá lá. Mas com tecnologia gaú-
cha. Foram os empreendedores da Miolo Wine Group, lá do
municípiodeBentoGonçalves (RS),queprovaramdauvamos-
catel cultivada na Bahia e, visionários, arriscaram investir mi-
lhões no Vale do São Francisco – em cujo espaço do agreste
pernambucano,nosmunicípiosdeLagoaGrandeeSantaMaria
da Boa Vista, outros empresários já investiam há anos.
FRUTASAuvamoscatel transformou-se numespumante, produzido
pelométodoAsti, tipicamente italiano, que consiste numaúni-
ca fermentação (outros métodos são feitos com duas fermen-
tações). Tanto o espumante Moscatel como o vinho tinto re-
servaShiraz,produzidoseengarrafadosnaBahia, são,hoje,os
líderes dos rótulos Terranova. Garrafas que os norte-america-
nos e franceses estão sorvendo, já que 40% da produção da
Ouroverde é para a exportação. E o espumante Moscatel, li-
geiramentedocee leve,servidobemgelado(entre4°Ce6°C),
vaibemcomamaioriadospratossimplesousofisticadosàbase
defrutas: crepesuzette,moussede limão,saladadefrutas, sor-
vetes de frutas cítricas. Pão-de-ló com recheio de frutas, com-
potas de peras. Combinação perfeita para o verão. «
20*+*+,%5!+4 )"2 - (+#&"1!+4 )"2 .*+$0'3/
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A búlgara do
Tortarelli: cara
de bolo solado
e consistência
macia de pudim
GASTRÔ TORTA BÚLGARA
Um docemistérioCercada de segredos sobre a sua verdadeira origem epreparo, ela é uma das sobremesas preferidas dos baianos.Muito ensina como preparar esta misteriosa delícia
Texto LUDMILA [email protected] MARCO AURÉLIO MARTINS [email protected]
Elaestápresentenocardápiode
quase todos os restaurantes e
docerias da cidade, mas nin-
guém sabe dizer ao certo de
onde ela veio nem quando
apareceuemSalvador.Ospou-
cosque têmareceitaguardamosegredoa
sete chaves. Cercada de mistérios, a torta
búlgara–umsimplesbolodechocolatefei-
to sem adição de farinha – já se transfor-
mou numa verdadeira instituição baiana.
O mistério começa pelo nome, já que
não se sabe sequer se a torta é búlgara de
nascimento ou a mais pura invencionice.
“Acontece com muitos pratos. Por exem-
plo, ninguémsabe se a torta alemãémes-
mo alemã nem se a torta holandesa veio
daHolanda”,dizAnaLúciaBorges,donado
RestauranteCristal,umdosprimeirosdaci-
dade a oferecer o doce, há aproximada-
mente seis anos.
“Sempre que viajo ao exterior, fico de
olhonosdoces e comidas típicas enunca vi
nada igual por onde estive”, confessa. A
despeito do nome internacional, a torta –
também conhecida como bolo búlgaro ou
apenas búlgaro – parece existir mesmo
apenas em Salvador, a exemplo de outros
quitutes indiscutivelmente locais, como o
pãozinho delícia e o picolé Capelinha.
“Eu acho que é uma iguaria de origem
local, tantoquesóagoraestácomeçandoa
ser conhecida foradoEstado”,dizaempre-
sária.OchefpaulistanoLucianoEliçagaray,
professor do curso de gastronomia da Ruy
Barbosa, concorda. “Eume interesso mui-
topelaorigemdosalimentos,masnãoen-
contrei informações sobre essa torta. Fora
da Bahia, nunca tinha ouvido falar dela”.
SEM FARINHAMasissosóresolvepartedomistérioem
tornodatortabúlgara.Se,porumlado, tu-
do indicaqueela seja, na verdade, uma in-
venção baiana, por outro lado, ninguém
sabe dizer ao certo quem criou a sobreme-
sa. Para os chefs, cozinheiros, patissiers e
até antropólogos, consultados pela repor-
tagem,aorigemdopratocontinuacercada
demistérios e contradições.
Alguns dizemque se trata de uma recei-
taantiga,datadadotempoemquefarinha
de trigo era coisa rara e costumavam-se
usarmuitosovosemuitamanteiganacon-
fecçãodosdoces.Outros alegamqueéno-
vidade, trazida junto comoutras sobreme-
sas com pouca ou nenhuma farinha de tri-
go, a exemplo do brownie norte-america-
no e do petit gateau francês.
Ébemverdadequeatortabúlgaranãoé
aprimeiranemseráaúltimaversãodobo-
lo de chocolate sem farinha de trigo. Basta
dar uma pesquisada na internet para en-
contrardezenasdeoutrasvariaçõescomos
mais diversos nomes. Assim como as ou-
tras tortas semfarinha,abúlgaraébastan-
te densa e doce, ideal para ser comida em
pequenas quantidades.
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A búlgara do
Tortarelli: cara
de bolo solado
e consistência
macia de pudim
GASTRÔ TORTA BÚLGARA
Um docemistérioCercada de segredos sobre a sua verdadeira origem epreparo, ela é uma das sobremesas preferidas dos baianos.Muito ensina como preparar esta misteriosa delícia
Texto LUDMILA [email protected] MARCO AURÉLIO MARTINS [email protected]
Elaestápresentenocardápiode
quase todos os restaurantes e
docerias da cidade, mas nin-
guém sabe dizer ao certo de
onde ela veio nem quando
apareceuemSalvador.Ospou-
cosque têmareceitaguardamosegredoa
sete chaves. Cercada de mistérios, a torta
búlgara–umsimplesbolodechocolatefei-
to sem adição de farinha – já se transfor-
mou numa verdadeira instituição baiana.
O mistério começa pelo nome, já que
não se sabe sequer se a torta é búlgara de
nascimento ou a mais pura invencionice.
“Acontece com muitos pratos. Por exem-
plo, ninguémsabe se a torta alemãémes-
mo alemã nem se a torta holandesa veio
daHolanda”,dizAnaLúciaBorges,donado
RestauranteCristal,umdosprimeirosdaci-
dade a oferecer o doce, há aproximada-
mente seis anos.
“Sempre que viajo ao exterior, fico de
olhonosdoces e comidas típicas enunca vi
nada igual por onde estive”, confessa. A
despeito do nome internacional, a torta –
também conhecida como bolo búlgaro ou
apenas búlgaro – parece existir mesmo
apenas em Salvador, a exemplo de outros
quitutes indiscutivelmente locais, como o
pãozinho delícia e o picolé Capelinha.
“Eu acho que é uma iguaria de origem
local, tantoquesóagoraestácomeçandoa
ser conhecida foradoEstado”,dizaempre-
sária.OchefpaulistanoLucianoEliçagaray,
professor do curso de gastronomia da Ruy
Barbosa, concorda. “Eume interesso mui-
topelaorigemdosalimentos,masnãoen-
contrei informações sobre essa torta. Fora
da Bahia, nunca tinha ouvido falar dela”.
SEM FARINHAMasissosóresolvepartedomistérioem
tornodatortabúlgara.Se,porumlado, tu-
do indicaqueela seja, na verdade, uma in-
venção baiana, por outro lado, ninguém
sabe dizer ao certo quem criou a sobreme-
sa. Para os chefs, cozinheiros, patissiers e
até antropólogos, consultados pela repor-
tagem,aorigemdopratocontinuacercada
demistérios e contradições.
Alguns dizemque se trata de uma recei-
taantiga,datadadotempoemquefarinha
de trigo era coisa rara e costumavam-se
usarmuitosovosemuitamanteiganacon-
fecçãodosdoces.Outros alegamqueéno-
vidade, trazida junto comoutras sobreme-
sas com pouca ou nenhuma farinha de tri-
go, a exemplo do brownie norte-america-
no e do petit gateau francês.
Ébemverdadequeatortabúlgaranãoé
aprimeiranemseráaúltimaversãodobo-
lo de chocolate sem farinha de trigo. Basta
dar uma pesquisada na internet para en-
contrardezenasdeoutrasvariaçõescomos
mais diversos nomes. Assim como as ou-
tras tortas semfarinha,abúlgaraébastan-
te densa e doce, ideal para ser comida em
pequenas quantidades.
40 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 41SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
Odiferencial estámesmona sua textura, aomesmo tempope-
sada e leve. “A torta búlgara tem a aparência de um bolo solado,
mas, quando você morde, parece até um pudim de tão macia”,
descreve Anna Patrícia Maia, proprietária da casa de doces Torta-
relli.Outrapeculiaridadeéqueelaé tãoúmidaquechegaagrudar
nos dentes, como um brigadeiro. Como ela fica desse jeito? Es-
tamos diante demais um segredo.
QUATRO INGREDIENTESSe a origem da torta búlgara já é em si um grande enigma, a
receitaentãopodeserdescritacomoosantograaldoschocólatras.
PatríciaMaianãorevelaadelanemsobtortura.Masdáumapista:
“A receita émuito simples, são apenas quatro ingredientes”.
Ela conta que “herdou” a dela deumaex-sócia numaépoca em
que ninguém sabia como fazer a sobremesa. “Havia até grupo de
discussão na internet para descobrir a receita”. Hoje emdia, ela já
não émais tão secreta assim: existem diversas versões diferentes
naweb e até um vídeo no Youtube ensinando como fazer.
É fácil descobrir, por exemplo, que os quatro ingredientes em
questãosãochocolateempó,açúcar,manteigaeovos.Masquem
Torta do Cristal, um dos
primeiros a oferecer
a sobremesa na cidade
disseque saber issoacaba comomistério?
“Opulodogatoestánamaneirade fazer”,
revela Patrícia, que diz ter testado dezenas
de variações até descobrir o jeito certo.
Existem diversos fatores que devem ser
levados em consideração para que a recei-
ta possa funcionar de fato. Patrícia revela
uma informação importante: “A tortaé co-
zidaembanho-mariaparasódepoisseras-
sada”.Ouseja,devem-secozinhartodosos
ingredientesantesde levaramassaao for-
no,diferentementedopreparodeumbolo
de chocolate comum.
Outromomentodelicadoéahoradede-
senformar o doce. Ana Lúcia Borges dá a
dica: “Ele deve ser desenformado ainda
morno, nem quente nem frio”, senão cor-
re-se o risco de partir a torta em vários pe-
daços. Estedetalheé tão importantequea
cozinheira do Cristal vem pessoalmente –
mesmo quando está de férias – desenfor-
mar as tortas servidas no restaurante.
VARIAÇÕESÉ bom lembrar que, como não se tem
notícia de uma receita original, cada con-
feiteiro faz a sua versãoparticular, alteran-
do as quantidades dos ingredientes. “Criei
minhareceitaapartirdeoutrasqueencon-
trei na internet, e fui adaptando os ingre-
dientesaomeugosto,colocandomaischo-
colate, menos manteiga, até chegar ao
ponto”, conta a empresária.
Eladescobriu,porexemplo,queaquan-
tidadedeaçúcaralteranãosomenteogos-
tomas tambéma texturadoproduto final.
Quantomais açúcar,mais crocante ficará a
parte externa da torta, e quanto menos
açúcar mais úmida e de paladar mais sutil
sairá o resultado. Difícil é decidir qual das
versões é amais gostosa. «
TORTA BÚLGARA300 g de chocolateem pó300 g de manteiga(com ou sem sal)300 g de açúcarbranco refinado3 ovos inteiros2 gemas
PREPAROPré-aqueça o forno emtemperatura média eunte uma forma depudim com manteiga.Derreta a manteigacom o chocolate empó numa panela embanho-maria. Quandoestiver homogêneo,retire do fogo e junteos ovos e o açúcar,batendo bem. Leve devolta ao banho-mariae mexa até a massaengrossar, ficandosemelhante a umalama negra. Transfirapara a forma depudim untada e leveao forno também embanho-maria por 30 a40 minutos
ONDE COMER Tortarelli: Rua das Hortênsias, 552, Pituba. Fone: 71 3344-2022 (preço da torta: R$ 55 / R$ 6,90, a fatia) RestauranteCristal: Al. dos Umbuzeiros, 638, Caminho das Árvores. Fone: 71 3011-8134 (preço da torta: R$ 70 / fatia por peso)
TRILHAS ANINHA [email protected]
«Sem educação, a política é circo,e os impostos escoam pelo ralo»
Um encontrocom o futuroN
o próximo domingo, participaremos de um
acontecimento que nenhum dos nossos an-
tepassados conseguiu antes: votaremos pe-
la 6ª vez à Presidência da República sem que golpes
e “revoluções gloriosas” interrompamo fluxodemo-
crático. Essa conquista faz do Brasil uma República,
nãomais a republiquetadasbananasdo século20. E
nossa ida às urnas decidirá que brasileiros conduzi-
rãoas reformasnaeducação,napolíticaenosistema
fiscal monstruoso que no s penaliza, nessa ordem.
Sem educação, a política é circo, e os impostos co-
lossaisque todospagam,única coisademocráticano
Brasil, hoje, escoam pelo ra lo da corrupção e da in-
competência. É surreal que osmoradores de rua pa-
guem impostos quando compram o pão cacetinho
comcaféouentornamabranquinhanecessária para
suportar o cotidiano, e que esses impostos não os ti-
rem da rua.
Nós ralamos cincomeses por anopara bancar
os deputados federais que contrataremos
no próximo domingo, pelo voto, e que nos
custarão, a unidade, sem os reajustes que o Poder
Legislativo sempre consegue, quatro milhões, tre-
zentos e vinte mil reais durante os quatro anos do
mandato, 90 mil reais mês, cada um. Um senador
eleito nos custará onze milhões, quinhentos e vinte
mil reais em oito anos, 120mil reais mês. Se os elei-
tos desviarem os impostos para aumentar os patri-
mônios, para receber porcentagens em licitações
fraudulentas,oprejuízoé incalculável,eonossovoto
responsável por ele.
Mas se eles não roubareme não fizeremna-
da,nenhumprojetoquesirvaàsociedade,
o prejuízo será enorme, porque trabalhar
paradar boa vidaa cupimé idiotia. Então, quemnão
escolheuatéagoradeputadoestadual, deputado fe-
deral, senador, governador e presidente que, nos
próximos quatro anos estão obrigados a fazer do Es-
tado e do Paísmelhores, concentre-se e escolha, du-
rante a semana, pensando em três prioridades co-
nectadas entre si: honestidade, trabalho emoderni-
dade.Ebastadedeplorarque,napolítica, só temcor-
ruptoeque,nesteano,onegócioévotonulo.OBrasil
não precisa demais nenhuma nulidade! «
40 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 41SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
Odiferencial estámesmona sua textura, aomesmo tempope-
sada e leve. “A torta búlgara tem a aparência de um bolo solado,
mas, quando você morde, parece até um pudim de tão macia”,
descreve Anna Patrícia Maia, proprietária da casa de doces Torta-
relli.Outrapeculiaridadeéqueelaé tãoúmidaquechegaagrudar
nos dentes, como um brigadeiro. Como ela fica desse jeito? Es-
tamos diante demais um segredo.
QUATRO INGREDIENTESSe a origem da torta búlgara já é em si um grande enigma, a
receitaentãopodeserdescritacomoosantograaldoschocólatras.
PatríciaMaianãorevelaadelanemsobtortura.Masdáumapista:
“A receita émuito simples, são apenas quatro ingredientes”.
Ela conta que “herdou” a dela deumaex-sócia numaépoca em
que ninguém sabia como fazer a sobremesa. “Havia até grupo de
discussão na internet para descobrir a receita”. Hoje emdia, ela já
não émais tão secreta assim: existem diversas versões diferentes
naweb e até um vídeo no Youtube ensinando como fazer.
É fácil descobrir, por exemplo, que os quatro ingredientes em
questãosãochocolateempó,açúcar,manteigaeovos.Masquem
Torta do Cristal, um dos
primeiros a oferecer
a sobremesa na cidade
disseque saber issoacaba comomistério?
“Opulodogatoestánamaneirade fazer”,
revela Patrícia, que diz ter testado dezenas
de variações até descobrir o jeito certo.
Existem diversos fatores que devem ser
levados em consideração para que a recei-
ta possa funcionar de fato. Patrícia revela
uma informação importante: “A tortaé co-
zidaembanho-mariaparasódepoisseras-
sada”.Ouseja,devem-secozinhartodosos
ingredientesantesde levaramassaao for-
no,diferentementedopreparodeumbolo
de chocolate comum.
Outromomentodelicadoéahoradede-
senformar o doce. Ana Lúcia Borges dá a
dica: “Ele deve ser desenformado ainda
morno, nem quente nem frio”, senão cor-
re-se o risco de partir a torta em vários pe-
daços. Estedetalheé tão importantequea
cozinheira do Cristal vem pessoalmente –
mesmo quando está de férias – desenfor-
mar as tortas servidas no restaurante.
VARIAÇÕESÉ bom lembrar que, como não se tem
notícia de uma receita original, cada con-
feiteiro faz a sua versãoparticular, alteran-
do as quantidades dos ingredientes. “Criei
minhareceitaapartirdeoutrasqueencon-
trei na internet, e fui adaptando os ingre-
dientesaomeugosto,colocandomaischo-
colate, menos manteiga, até chegar ao
ponto”, conta a empresária.
Eladescobriu,porexemplo,queaquan-
tidadedeaçúcaralteranãosomenteogos-
tomas tambéma texturadoproduto final.
Quantomais açúcar,mais crocante ficará a
parte externa da torta, e quanto menos
açúcar mais úmida e de paladar mais sutil
sairá o resultado. Difícil é decidir qual das
versões é amais gostosa. «
TORTA BÚLGARA300 g de chocolateem pó300 g de manteiga(com ou sem sal)300 g de açúcarbranco refinado3 ovos inteiros2 gemas
PREPAROPré-aqueça o forno emtemperatura média eunte uma forma depudim com manteiga.Derreta a manteigacom o chocolate empó numa panela embanho-maria. Quandoestiver homogêneo,retire do fogo e junteos ovos e o açúcar,batendo bem. Leve devolta ao banho-mariae mexa até a massaengrossar, ficandosemelhante a umalama negra. Transfirapara a forma depudim untada e leveao forno também embanho-maria por 30 a40 minutos
ONDE COMER Tortarelli: Rua das Hortênsias, 552, Pituba. Fone: 71 3344-2022 (preço da torta: R$ 55 / R$ 6,90, a fatia) RestauranteCristal: Al. dos Umbuzeiros, 638, Caminho das Árvores. Fone: 71 3011-8134 (preço da torta: R$ 70 / fatia por peso)
TRILHAS ANINHA [email protected]
«Sem educação, a política é circo,e os impostos escoam pelo ralo»
Um encontrocom o futuroN
o próximo domingo, participaremos de um
acontecimento que nenhum dos nossos an-
tepassados conseguiu antes: votaremos pe-
la 6ª vez à Presidência da República sem que golpes
e “revoluções gloriosas” interrompamo fluxodemo-
crático. Essa conquista faz do Brasil uma República,
nãomais a republiquetadasbananasdo século20. E
nossa ida às urnas decidirá que brasileiros conduzi-
rãoas reformasnaeducação,napolíticaenosistema
fiscal monstruoso que no s penaliza, nessa ordem.
Sem educação, a política é circo, e os impostos co-
lossaisque todospagam,única coisademocráticano
Brasil, hoje, escoam pelo ra lo da corrupção e da in-
competência. É surreal que osmoradores de rua pa-
guem impostos quando compram o pão cacetinho
comcaféouentornamabranquinhanecessária para
suportar o cotidiano, e que esses impostos não os ti-
rem da rua.
Nós ralamos cincomeses por anopara bancar
os deputados federais que contrataremos
no próximo domingo, pelo voto, e que nos
custarão, a unidade, sem os reajustes que o Poder
Legislativo sempre consegue, quatro milhões, tre-
zentos e vinte mil reais durante os quatro anos do
mandato, 90 mil reais mês, cada um. Um senador
eleito nos custará onze milhões, quinhentos e vinte
mil reais em oito anos, 120mil reais mês. Se os elei-
tos desviarem os impostos para aumentar os patri-
mônios, para receber porcentagens em licitações
fraudulentas,oprejuízoé incalculável,eonossovoto
responsável por ele.
Mas se eles não roubareme não fizeremna-
da,nenhumprojetoquesirvaàsociedade,
o prejuízo será enorme, porque trabalhar
paradar boa vidaa cupimé idiotia. Então, quemnão
escolheuatéagoradeputadoestadual, deputado fe-
deral, senador, governador e presidente que, nos
próximos quatro anos estão obrigados a fazer do Es-
tado e do Paísmelhores, concentre-se e escolha, du-
rante a semana, pensando em três prioridades co-
nectadas entre si: honestidade, trabalho emoderni-
dade.Ebastadedeplorarque,napolítica, só temcor-
ruptoeque,nesteano,onegócioévotonulo.OBrasil
não precisa demais nenhuma nulidade! «
42 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 43SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
PAREDE AYRSON HERÁCLITOwww.ayrsonheraclito.blogspot.com/
O artista visual Ayrson Heráclito fecha a seção Paredecom o trabalho Banhista Yaô (da série Bather/Banhista), de 2007. Aqui o líquido é livre, escapa,escorrega pelo corpo e invade nossos sentidos
»MANDESU
ASIM
AGEN
M.BR
42 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 43SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
PAREDE AYRSON HERÁCLITOwww.ayrsonheraclito.blogspot.com/
O artista visual Ayrson Heráclito fecha a seção Paredecom o trabalho Banhista Yaô (da série Bather/Banhista), de 2007. Aqui o líquido é livre, escapa,escorrega pelo corpo e invade nossos sentidos
»MANDESU
ASIM
AGEN
M.BR
44 SALVADOR DOMINGO 26/9/2010 45SALVADOR DOMINGO 26/9/2010
#130 / DOMINGO, 26 DE SETEMBRO DE 2010REVISTA SEMANAL DO GRUPO A TARDE
JOSÉ MEDRADO TORTA BÚLGARA MODA DE RUA COSME E DAMIÃO VINHOS «
Indiana Jones doARQUIVOPesquisadores, liderados por Urano Andrade,buscam documentos raros no Arquivo Público