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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Gerência de Ensino e Pesquisa Departamento Acadêmico de Matemática
CÁLCULO DIFERENCIAL E
INTEGRAL
Prof . Gilmar Bornatto
Cálculo Diferencial e Integral
1
AULA 01
1 - FUNÇÕES
1.1 - Conceito matemático de função
Definição 1: Domínio da função é o conjunto de todos os valores dados para a variável independente.
Definição 2: Imagem da função é o conjunto de todos os valores correspondentes da variável dependente.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir com mais rigor o que é uma função matemática utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.
Para isso, temos que definir antes o que é um produto cartesiano e uma relação entre dois conjuntos.
Definição 3: Produto cartesiano: Dados dois conjuntos não vazios A e B , denomina-se produto cartesiano (indica-se: A × B ) de A por B o conjunto formado pelos pares ordenados nos quais o primeiro elemento pertence a A e o segundo pertence a B .
(Eq.1) A ×B ={( x , y )/ x ∈ A e y ∈ B }.
Definição 4: Relação: Dados dois conjuntos A e B , dá-se o nome de relação r de A em B a qualquer subconjunto de A ×B .
(Eq.2) r é relação de A em B ⇔ r ⊂ A ×B . Exemplo:
Sejam os conjuntos A ={0,1,2,3}, B ={0,2,4,6,8,10} e a relação r de A em B , tal que y =2 x , x ∈ A e y ∈ B . Escrever os elementos dessa relação r .
Como x ∈ A : x =0 ⇒ y =0 ⇒ (0,0)∈ A ×B ;
x =1 ⇒ y =2 ⇒ (1,2)∈ A × B ;
x =2 ⇒ y =4 ⇒ (2,4)∈ A ×B ;
x =3 ⇒ y =6 ⇒ (3,6)∈ A ×B .
Então, r ={(0,0), (1,2), (2,4), (3,6)}.
3210
123456
y
x
789
10
[Fig.1]: Representação da relação por diagrama. [Fig.2]: Representação da relação por sistema cartesiano.
00A B
123
246810
r
Cálculo Diferencial e Integral
2
Obs.: Podemos observar que, numa relação r de A em B , o conjunto r é formado pelos pares ( x , y ) em que o elemento x ∈ A é associado ao elemento y ∈ B mediante uma lei de associação (no caso, y =2 x ).
1.2 - Definição de função
Definição 5: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma relação de A em B . Essa
relação f é uma função de A em B quando a cada elemento x do conjunto A está associado
um e apenas um elemento y do conjunto B .
Nos exercícios a seguir, verifique se as relações representam função de A em B . Juntifique sua resposta e apresente o diagrama da relação.
Exemplos:
1) Dados os conjuntos A ={0,5,15} e B ={0,5,10,15,20,25}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula y = x +5, com x ∈ A e y ∈ B .
0
0A B
515
510152025
x =0 ⇒ y =5 ⇒ (0,5)∈ A × B ;
x =5 ⇒ y =10 ⇒ (5,10)∈ A × B ;
x =15 ⇒ y =20 ⇒ (15,20)∈ A × B .
• Todos os elementos de A estão associados a elementos de B .
• A cada elemento de A está associado um único elemento de B .
Neste caso, a relação de A em B expressa pela fórmula y = x +5 é uma função de A em B .
2) Dados os conjuntos A ={−2,0,2,5} e B ={0,2,5,10,20}, seja a relação de A em B expressa pela fórmula y = x , com x ∈ A e y ∈ B .
0
A B
25
0251020
-2
x =0 ⇒ y =0 ⇒ (0,0)∈ A × B ;
x =2 ⇒ y =2 ⇒ (2,2)∈ A × B ;
x =5 ⇒ y =5 ⇒ (5,5)∈ A × B .
• O elemento −2 de A não está associado a nenhum elemento de B .
Neste caso, a relação de A em B não é uma função de A em B .
Cálculo Diferencial e Integral
3
3) Dados os conjuntos A ={−3,−1,1,3} e B ={1,3,6,9}, seja a relação de A em B expressa pela
fórmula y = 2x , com x ∈ A e y ∈ B .
A B
13
1369
-3-1
x =−3 ⇒ y =9 ⇒ (−3,9)∈ A × B ;
x =−1 ⇒ y =1 ⇒ (−1,1)∈ A × B ;
x =1 ⇒ y =1 ⇒ (1,1)∈ A × B ;
x =3 ⇒ y =9 ⇒ (3,9)∈ A × B .
• Todos os elementos de A estão associados a elementos de B .
• A cada elemento de A está associado um único elemento de B .
Neste caso, a relação de A em B expressa pela fórmula y = 2x é uma função de A em B .
4) Dados os conjuntos A ={16,81} e B ={−2,2,3}, seja a relação de A em B expressa pela
fórmula 4y = x , com x ∈ A e y ∈ B .
A B
81
-2
2
3
16
x =16 ⇒ y =−2 ou y =2 ⇒ (16,−2) e (16,2)∈ A × B ;
x =81 ⇒ y =3 ⇒ (81,3)∈ A × B .
• Todos os elementos de A estão associados a elementos de B .
• O elemento 16 do conjunto A está associado a dois elementos do conjunto B .
Neste caso, a relação de A em B não é uma função de A em B . 1.3 – Notação de Função
Quando temos uma função de A em B , podemos representá-la da seguinte forma:
f : A→B (lê-se: função de A em B )
x a y (lê-se: a cada valor de x ∈ A associa-se um só valor y ∈ B )
A letra f , em geral, dá o nome às funções, mas podemos ter também a função g , h , etc.
Numa função g : R →R , dada pela fórmula y = 2x −8, podemos também escrever g ( x )= 2x −8.
Neste caso, g ( 2 ) significa o valor de y quando x = 2 , ou g ( 2 )=−6.
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4
1.4 - Domínio, contradomínio e imagem de uma função Uma função f com domínio A e imagens em B será denotada por:
f : A→B (função que associa valores do conjunto A a valores do conjunto B )
x a y = f ( x ) (a cada elemento x ∈ A corresponde um único y ∈ B )
O conjunto A é denominado domínio da função, que indicaremos por D . O domínio da função também chamado campo de definição ou campo de existência da função, serve para definir em que conjunto estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a variável x .
O conjunto B é denominado contradomínio da função, que indicaremos por CD . É no contradomínio que estão os elementos que podem corresponder aos elementos do domínio.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no contradomínio. A esse valor de
y damos o nome de imagem de x pela função f . O conjunto de todos os valores de y que são
imagens de valores de x forma o conjunto imagem da função, que indicaremos por Im . Note que o conjunto imagem da função é um subconjunto do contradomínio da mesma.
f : A→B x a y = f ( x )
D = A , CD = B , Im ={ y ∈CD / y é correspondente de algum valor de x }.
Exemplos:
1) Dados os conjuntos A ={−3,−1,0,2} e B ={−1,0,1,2,3,4}, determinar o conjunto imagem da função f : A→B definida por f ( x )= x +2.
f (−3)=(−3)+2=−1
f (−1)=(−1)+2=1
f (0)=(0)+2=2
f (2)=(2)+2=4
A B
02
01234
-3-1
-1
Im ={−1,1,2,4}
2) Dada a função f : R →R definida por f ( x )=a x +b , com a ,b ∈R , calcular a e b , sabendo
que f (1)=4 e f (−1)=−2. A lei de formação da função é f ( x )=a x +b ou y = a x +b .
f (1)=4 ⇒ x =1 e y =4 ⇒ 4=a ⋅1+b (i)
f (−1)=−2 ⇒ x =−1 e y =−2 ⇒ −2=a ⋅(−1)+b (ii) De (i) e (ii), temos:
a + b = 4
−a + b = −2
2b = 2 ⇒ b =1 e a =3 a =3 e b =1 ⇒ f ( x )=3 x +1.
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5
1.5 – Função Composta
Tome as funções f : A→B , definida por f ( x )=2 x , e g : B →C , definida por g ( x )= 2x .
Note que o contradomínio B da função f é o mesmo domínio da função g .
f : A→B : a cada x ∈ A associa-se um único y ∈ B , tal que y =2 x .
g : B →C : a cada y ∈ B associa-se um único z ∈C , tal que z = 2y .
Neste caso, podemos considerar uma terceira função, h : A→C , que faz a composição entre as funções f e g :
A B Cg
h
f
x y z
[Fig. 1]: Função composta
h : A→C : a cada x ∈ A associa-se um único z ∈C , tal que z = 2y = 22 )( x =4 2x .
Essa função h de A em C , dada por h ( x )=4 2x , é denominada função composta de g e
f .
De um modo geral, para indicar como o elemento z ∈C é determinado de modo único pelo elemento x ∈ A , escrevemos:
z = g ( y )= g ( f ( x )) Notação: A função composta de g e f será indicada por g o f (lê-se: g círculo f )
(Eq.3) ( g o f )( x )= g ( f ( x ))
Exemplos: 1) Sejam as funções reais f e g definidas respectivamente por f ( x )= x +1 e g ( x )=2 2x −3. Determine:
a) f ( g ( x )).
f ( g ( x ))= f (2 2x −3)=2 2x −3+1=2 2x −2 f ( g ( x ))=2 2x −2.
b) g ( f ( x )).
g ( f ( x ))= g ( x +1)=2 21)( +x −3=2( 2x +2 x +1)−3=2 2x +4 x +2−3=2 2x +4 x −1 g ( f ( x ))=2 2x +4 x −1.
c) Os valores de x para que se tenha f ( g ( x ))= g ( f ( x )).
f ( g ( x ))= g ( f ( x )) 2 2x −2=2 2x +4 x −1 −2=4 x −1 4 x =1−2
x =−41 .
Cálculo Diferencial e Integral
6
3210
1234
y
x-1-2
-1-2 4
f
f
-1
2) Sendo f ( x )=3 x −1 e f ( g ( x ))=6 x +8, determine g ( x ).
Como f ( x )=3 x −1, então f ( g ( x ))=3⋅ g ( x )−1.
Como f ( g ( x ))=6 x +8, então 3⋅ g ( x )−1=6 x +8. 3⋅ g ( x )−1=6 x +8 3⋅ g ( x )=6 x +8+1
g ( x )=3
96 +x
g ( x )=2 x +3. 1.6 – Função Inversa
Definição 6: Função bijetora: A função f é denominada BIJETORA, se satisfaz as duas condições abaixo:
• 1. O contradomínio de f coincide com sua imagem, ou seja, todo elemento do contradomínio é correspondente de algum elemento do domínio.
• 2. Cada elemento do contradomínio de f é imagem de um único elemento do domínio.
Definição 7: Diz-se que uma função f possui inversa 1−f se for bijetora.
1.6.1 – Determinação da Função Inversa
Caso a função seja bijetora, possuindo portanto inversa, é possível determinar a sua inversa. Para isso “trocamos” a variável x por y na lei que define a função e em seguida “isolamos” o y , obtendo a lei que define a função inversa.
É preciso apenas tomar certo cuidado com o domínio da nova função obtida.
Exemplo:
1) Obter a lei da função inversa 1−f da função f dada por y = x +2.
y = x +2 ⇒ função f . x = y +2 ⇒ trocando a variável x por y e y por x .
y = x −2 ⇒ isolando y .
Então, y = x −2 é a lei da função inversa da função dada por y = x +2.
Logo:
f ( x )= x +2 e 1−f ( x )= x −2
2) Construir os gráficos das funções f e 1−f do exercício anterior, num mesmo sistema de coordenadas.
x f ( x ) x 1−f ( x )
−1 1 1 −1
0 2 2 0
1 3 3 1
2 4 4 2
Note que os gráficos das funções f e
1−f são simétricos em relação à reta que contém as bissetrizes do 1o e 3o quadrantes.
Cálculo Diferencial e Integral
7
3) Determinar a função inversa 1−g da função g ( x )=32
5−+
xx , cujo domínio é D =R −
⎭⎬⎫
⎩⎨⎧
23 .
y =32
5−+
xx
⇒ função g .
x =32
5−+
yy
⇒ trocando a variável x por y e y por x .
(2 y −3) x = y +5 ⇒ isolando y . 2 x y −3 x − y =5 y (2 x −1)=3 x +5
y =1253
−+
xx
⇒ 2 x −1≠0 ⇒ x ≠21
.
Logo, 1−g : R −⎭⎬⎫
⎩⎨⎧
21
→ R −⎭⎬⎫
⎩⎨⎧
23
dada por y =1253
−+
xx
é a função inversa procurada.
AULA 01 – EXERCÍCIOS 1) Seja a relação de A = {0, 1, 3} em B =
{0, 1, 2, 3, 4, 5} definida por g(x) = x2 – 4x + 3. Faça o diagrama de g e verifique se g é uma função de A em B. Em caso afirmativo escreva o conjunto imagem.
2) Seja a função f de D = {1, 2, 3, 4, 5} em R definida por f(x) = (x – 2)(x – 4). Determine o seu conjunto imagem.
3) Sejam f e g funções reais definidas, para todo o número real não nulo, por:
( )2583)( −⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +−= x
xxxf e
( )233135)( 2 +−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −= xx
xxg
Se a e b são números reais distintos tais que f(a) = g(a) e f(b) = g(b), calcule a + b
4) Considere a função f(x) real, definida por f(1) = 43 e f(x + 1) = 2f(x) – 15. Determine o valor de f(0)
5) Determine o domínio das seguintes funções: a) 54)( −= xxf
b) 1
3)( 2 −=
xxf
c) xy 21−=
d) 2
741
31)(
−−
−+
++
=x
xxx
xxf
6) Sendo 1
1)(−
=x
xf , x≠ 1 e 42)( −= xxg ,
ache o valor de ⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛⎟⎠⎞
⎜⎝⎛+
21))2(( fggf .
7) Se 1
1)(−
=x
xf , qual o valor de x para que
f(f(x)) = 1?
8) Dada a função 562)(
−+
=xxxf com x ≠ 5.
calcule: a) f-1(x) b) f-1(4)
Respostas: 1) sim, Im{0, 3} 2) Im = {-1, 0, 3} 3) 3 4) 29 5) a) D = R b) D = R – {-1, 1}
c) ⎭⎬⎫
⎩⎨⎧ ≤∈=
21| xRxD
d) { }2,,43| ≠<<−∈= xexRxD 6) – 9
7) 23
=x
8) a) 265
−+
xx
b) 13
Cálculo Diferencial e Integral
8
AULA 02
2- FUNÇÃO POLINOMIAL
Definição 8: Função polinomial com uma variável ou simplesmente função polinomial é aquela cuja formulação matemática é expressa por um polinômio.
2.1 - Função polinomial do 1o grau A função polinomial do 1o grau é a que tem sua representação matemática por um
polinômio de grau 1. Representação da função polinomial do 1o grau:
f ( x )=a x +b , com a ,b ∈ R ( a ≠0). a e b são os coeficientes e x a variável independente.
Exemplo:
Em uma função polinomial do 1o grau, y = f ( x ), sabe-se que f (1)=4 e f (−2)=10. Escreva a
função f e calcule f ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−
21
.
Se f é polinomial do 1o grau, então podemos escrever: y =a x +b . Usando os dados do problema: f (1)=4 ⇒ x =1 e y =4. Então, a ⋅1+b =4 ⇒ a +b =4 (i).
f (−2)=10 ⇒ x =−2 e y =10. Então, a ⋅(−2)+b =10 ⇒ −2 a +b =10 (ii). Resolvendo o sistema formado por (i) e (ii):
(i) a + b = 4 a + b = 4
(ii) −2 a + b = 10 ⋅(−1) 2 a − b = −10
3 a = −6 ⇒a =−2 Se a =−2, então −2+b =4 ⇒ b =6. A função f é dada por f ( x )=−2 x +6.
Cálculo de f ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−
21
:
f ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−
21
=−2⋅ ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−
21
+6=1+6=7
A função é f ( x )=−2 x +6 e f ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−
21
=7.
2.1.1 - Função linear Seja a função polinomial do 1o grau f ( x )=a x +b . No caso de b =0, temos f ( x )=a x , e
ela recebe o nome especial de função linear.
Obs.: Se, em uma função linear tivermos a =1, teremos f ( x )= x ou y = x , que se dá o nome de função identidade.
Cálculo Diferencial e Integral
9
2.1.2 – Gráfico de uma função polinomial do 1o grau Para construir o gráfico de uma função polinomial do 1o grau, atribuímos valores do domínio
à variável x e calculamos as respectivas imagens. Exemplo:
Construir o gráfico da função real f dada por y =2 x −1.
x y Par ordenado
−2 −5 (−2,−5)
−1 −3 (−1,−3)
0 −1 (0,−1)
1 1 (1,1)
2 3 (2,3)
3 5 (3,5)
3210
1234
y
x-1-2
-1-2 4
5
-3-4-5
Definição 9: O gráfico da função linear y =a x ( a ≠0) é sempre uma reta que passa pela origem do sistema cartesiano.
Definição 10: O gráfico da função polinomial do 1o grau y =a x +b ( a ≠0) intercepta o eixo das
ordenadas no ponto (0,b ). 2.1.3 – Determinação de uma função a partir do gráfico
Nos exercícios abaixo, determine a lei de formação da função f ( x )=a x +b .
Exemplo:
1) Determine a lei de formação da função f , cujo gráfico cartesiano é:
3210
1234
y
x-1-2
-1-2 4
5
-3-4-5
Cálculo Diferencial e Integral
10
Sabendo-se que y =a x +b , do gráfico, temos que:
x =−1 e y =−1 ⇒ −1=a ⋅(−1)+b ⇒ −a +b =−1 (i).
x =1 e y =3 ⇒ 3=a ⋅(1)+b ⇒ a +b =3 (ii).
(i) −a + b = −1
(ii) a + b = 3
2b = 2
⇒ b =1
Se b =1, então a +b =3 ⇒ a +1=3 ⇒ a =2 Logo: A função é f ( x )=2 x +1.
2) Determine a lei de formação da função f , cujo gráfico cartesiano é:
3210
1234
y
x-1-2
-1-2 4
5
-3-4-5
Sabendo-se que y =a x +b , do gráfico, temos que:
x =1 e y =1 ⇒ 1=a ⋅(1)+b ⇒ a +b =1 (i).
x =2 e y =−2 ⇒ −2=a ⋅(2)+b ⇒ 2 a +b =−2 (ii).
(i) a + b = 1 ⋅(−1) −a − b = −1
(ii) 2 a + b = −2 2 a + b = −2
a = −3 ⇒a =−3 Se a =−3, então −3+b =1 ⇒ ⇒ b =4 Logo: A função é f ( x )=−3 x +4.
2.1.4 - Crescimento e decrescimento de uma função polinomial do 1o grau
Seja f a função polinomial do 1o grau definida por f ( x )=a x +b . Podemos determinar que:
• i) A função f é crescente se o coeficiente a >0;
• ii) A função f é decrescente se o coeficiente a <0. Exemplo:
Cálculo Diferencial e Integral
11
Construir os gráficos das funções f e g do 1o grau a seguir:
i) f ( x )=2 x +1 ii) g ( x )=−2 x +1
3210
1234
y
x-1-2
-1-2 4
5
-3-4-5
3210
1234
y
x-1-2
-1-2 4
5
-3-4-5
i) Aumentando os valores atribuídos a x , aumentam também os valores correspondentes da imagem f ( x ).
ii) Aumentando os valores atribuídos a x , diminuem os valores correspondentes da imagem g ( x ).
2.1.5 - Estudo do sinal da função polinomial do 1o grau
Definição 11: Estudar o sinal de uma função f significa determinar para que valores de x temos
f ( x )>0, f ( x )<0 ou f ( x )=0.
2.1.5.1 - Zero de uma função polinomial do 1o grau
Definição 12: Denomina-se zero ou raiz da função f ( x )=a x +b o valor de x que anula a
função, isto é, torna f ( x )=0.
Definição 13: Geometricamente, o zero da função polinomial do 1o grau f ( x )=a x +b , a ≠0, é a abscissa do ponto em que a reta corta o eixo x .
Exemplo:
Dada a lei de formação da função y =−2 x −4, construir o gráfico e determinar os valores reais de x para os quais: a) y =0; b) y >0 e c) y <0.
Podemos notar que a função é decrescente, pois a <0. O zero da função é: −2 x −4=0 ⇒ −2 x =4 ⇒ 2 x =−4 ⇒ x =−2. Logo, a reta intercepta o eixo x no ponto de abscissa x =−2. A solução do problema é:
• a) f ( x )=0 ⇒ { x ∈ R ; x =−2};
• b) f ( x )>0 ⇒ { x ∈ R ; x <−2};
• c) f ( x )<0 ⇒ { x ∈ R ; x >−2}.
3210
1234
y
x-1-2
-1-2 4
5
-3-4-5
5-3-4-5
Cálculo Diferencial e Integral
12
2.1.5.2 – Quadro de sinais da função polinomial do 1o grau
f ( x )=a x +b , a≠0
Zero da função: a x +b =0 ⇒ x =−ab
a>0 a<0
x
xf ( )>0xf ( )<0x
ab
ab
axb
xf ( )<0xf ( )>0x
ab
f ( x )= 0 ⇒ x = −ab f ( x )= 0 ⇒ x = −
ab
f ( x )> 0 ⇒ x > −ab f ( x )> 0 ⇒ x < −
ab
f ( x )< 0 ⇒ x < −ab f ( x )< 0 ⇒ x > −
ab
2.2 – Inequações do 1o grau
Definição 14: Denomina-se inequação do 1o grau na variável x toda desigualdade que pode ser reduzida a uma das formas:
• a x +b ≥0;
• a x +b >0;
• a x +b ≤0;
• a x +b <0. com a , b ∈ R e a ≠0.
Exemplo:
Verificar se 4( x −1)− 2x ≥3 x − x ( x +1) é uma inequação do 1o grau. 4( x −1)− 2x ≥3 x − x ( x +1)
4 x −4− 2x ≥3 x − 2x − x 4 x −3 x + x −4≥0 2 x −4≥0
Logo, 2 x −4 é um polinômio do 1o grau, então 4( x +1)− 2x ≥3 x − x ( x +1) é uma inequação do 1o grau.
2.2.1 - Resolução de inequações do 1o grau
Definição 15: Para se resolver uma inequação do 1o grau, são utilizadas as propriedades das desigualdades, apresentando-se o conjunto verdade da inequação (conjunto solução S).
Cálculo Diferencial e Integral
13
Exemplos:
1) Resolver a inequação seguinte: 4( x −1)− 2x ≥3 x − x ( x +1). Represente a solução na reta real.
4( x −1)− 2x ≥3 x − x ( x +1)
4 x −4− 2x ≥3 x − 2x − x 4 x −3 x + x −4≥0 2 x ≥4 x ≥2
S={ x∈R ; x ≥2} x2
2) Resolver a inequação seguinte: 3
1−x+
214 )( x−
>4x+
62 x−
. Represente a solução na reta real.
31−x+
214 )( x−
>4x+
62 x−
Reduzindo os dois membros ao menor denominador comum:
12242444 xx −+−
>12
243 xx −+
Simplificando: −20 x +20> x +4 −20 x − x >−20+4 −21 x >−16 Multiplicando por (−1): 21 x <16
x <2116
S={ x ∈ R ; x <2116
}
x1621
2.2.2 - Sistemas de inequações do 1o grau
Definição 16: O conjunto solução S de um sistema de inequações é determinado pela intersecção dos conjuntos soluções de cada inequação do sistema.
Exemplo:
Resolver a inequação −1<2 x −3≤ x . Apresente o conjunto solução S e represente na reta real. Na verdade, resolver essa inequação simultânea é equivalente a resolver o sistema:
(i) −1 < 2 x −3 (i) x > 1
(ii) 2 x −3 ≤ x (ii) x ≤ 3
x
x
x1 3
(i)
(ii)(i) ∩
(ii)
S={ x ∈ R ; 1< x ≤3}
Cálculo Diferencial e Integral
14
2.2.3 - Inequação-produto e inequação-quociente
Uma inequação do 2o grau do tipo 2x +2 x −8≥0 pode ser expressa por um produto de inequações do 1o grau, fatorando o 1o membro da desigualdade:
2x +2 x −8≥0 ⇒ ( x −2)⋅( x +4)≥0.
Definição 17: RESOLUÇÃO: Para resolver uma inequação-produto ou uma inequação-quociente, fazemos o estudo dos sinais das funções polinomiais do 1o grau envolvidas. A seguir, determinamos o sinal do produto ou quociente dessas funções, lembrando as regras de sinais do produto e do quociente de números reais. Exemplos:
1) Resolver a inequação ( 2x + x −2)⋅(− x +2)≤0.
( 2x + x −2)⋅(− x +2)≤0 ⇒ ( x +2)⋅( x −1)⋅(− x +2)≤0
f(x) = x +2 ⇒ f(x) = 0 ⇒ x = −2 a > 0
g(x) = x −1 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 1 a > 0
h(x) = − x +2 ⇒ h(x) = 0 ⇒ x = 2 a < 0
x
-2 2
( )g
x( )f
x( )h
x( )x( )x( )f g h1
S={ x ∈ R ; −2≤ x ≤1 ou x ≥2}
2) Resolver a inequação 2
13−+−
xx
≥0.
f(x) = −3 x +1 ⇒ f(x) = 0 ⇒ x = 1/3 a < 0
g(x) = x −2 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 2 a < 0
x
2
( )g
x( )f
x( )x( )fg 13
S={ x∈R ; 31≤ x <2}
Cálculo Diferencial e Integral
15
3) Resolver a inequação 292
−−
xx
≤0.
292
−−
xx
≤0 ⇒ 2
33−
−⋅+x
xx )()(≤0
f(x) = x +3 ⇒ f(x) = 0 ⇒ x = −3 a > 0
g(x) = x −3 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 3 a > 0
h(x) = x −2 ⇒ h(x) = 0 ⇒ x = 2 a > 0
x
-3 3
( )g
x( )f
x( )h
x( )x( )x( )f g
h 2 S={ x∈R ; x ≤−3 ou 2< x ≤3}
4) Determine o domínio da função y =5
322
−−+
xxx
.
5322
−−+
xxx
≥0 ⇒ 5
13−
−⋅+x
xx )()(≥0
f(x) = x +3 ⇒ f(x) = 0 ⇒ x = −3 a > 0
g(x) = x −1 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 1 a > 0
h(x) = x −5 ⇒ h(x) = 0 ⇒ x = 5 a > 0
x
-3 5
( )g
x( )f
x( )h
x( )x( )x( )f g
h 1 D={ x∈R ; −3≤ x ≤1 ou x >5}
Cálculo Diferencial e Integral
16
AULA 02 – EXERCÍCIOS
1) Dada a função f(x) = 5x – 2, determine: a) f(2) b) o valor de x para que f(x) = 0 2) Em uma função polinomial do 1o grau, y = f(x), sabe-se que f(1) = 4 e f(-2) = 10.
Escreva a função f e calcule ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−
21f
3) Um vendedor recebe mensalmente um salário composto de duas partes: uma parte fixa, no valor de R$900,00 e uma variável, que corresponde a uma comissão de 8% do total de vendas que ele fez durante o mês. a) Expressar a lei da função que representa seu salário mensal b) Calcular o salário do vendedor que durante um mês ele vendeu R$ 50.000,00 em produtos 4) Num determinado país, o gasto governamental com educação, por aluno em escola pública, foi de 3.000 dólares no ano de 1985, e de 3.600 dólares em 1993. Admitindo que o gráfico do gasto por aluno em função do tempo seja constituído de pontos de uma reta: a) Obtenha a lei que descreve o gasto por aluno (y) em função do tempo (x), considerando x = 0 para o ano de 1985, x = 1 para o ano de 1986, x = 2 para o ano de 1987 e assim por diante. b) Em que ano o gasto por aluno será o dobro do que era em 1985? 5) Considere as funções f e g definidas em R por f(x) = 8 – x e g(x) = 3x a) Ache as raízes das funções f e g b) Sabendo que os gráficos de f e g são retas concorrentes, calcule as coordenadas do ponto de intersecção. 6) Resolver a inequação 4x – 1 + 2(1 – 3x) ≤ 0 7) Determinar o conjunto verdade da
inequação: 6
242
)1(43
1 xxxx −+>
−+
−
8) Resolver o sistema ⎩⎨⎧
<−−≥−
03512
xx
9) João possui um terreno de 1000m2, no qual pretende construir uma casa. Ao engenheiro responsável pela planta, ele impõe as seguintes condições: a área destinada ao lazer (piscina, churrasqueira, etc) deve ter 200m2, e a área interna da casa mais a área de lazer devem ultrapassar 50% da área total do terreno; além disso, o custo para construir a casa deverá ser de, no máximo, R$ 200.000,00. Sabendo que o metro quadrado construído nessa região custa R$ 500,00, qual é a área interna da casa que o engenheiro poderá projetar? 10) Determinar o domínio da função
31+−−
=x
xy
Respostas: 1) a) 8 b) 2/5 2) f(x) = - 2x + 6 e f(-1/2) = 7 3) a) y = 900 + 0,08x b) R$ 4900,00 4) a) y = 75x + 3000 b) 2025 5) a) 8 e 0 b) (2, 6)
6) ⎭⎬⎫
⎩⎨⎧ ≥∈=
21| xRxS
7) ⎭⎬⎫
⎩⎨⎧ <∈=
2116| xRxS
8) { }3| ≥∈= xRxS 9) entre 300m2 e 400m2
10) { }31| <≤∈= xRxD
Cálculo Diferencial e Integral
17
AULA 03
2.3 - Função polinomial do 2o grau
Definição 18: A função f : R → R dada por f ( x )= a 2x +b x + c , com a , b e c reais e a ≠0, denomina-se função polinomial do 2o grau ou função quadrática. Os números representados por a , b e c são os coeficientes da função. Note que se a =0 temos uma função do 1o grau ou uma função constante. Exemplo:
Considere a função f do 2o grau, em que f (0)=5, f (1)=3 e f (−1)=1. Escreva a lei de
formação dessa função e calcule f (5).
Resolução
Tome f ( x )=a 2x +b x + c , com a ≠0.
f (0) = 5 ⇒ a (0)2+b (0)+c = 5 ⇒ c = 5 c = 5
f (1) = 3 ⇒ a (1)2+b (1)+c = 3 ⇒ a +b = −2 i)
f (−1) = 1 ⇒ a (−1)2+b (−1)+c = 1 ⇒ a −b = −4 ii)
Resolvendo o sistema formado por (i) e (ii):
(i) a + b = −2
(ii) a − b = −4
(i)+(ii) 2 a = −6 ⇒ a = −3 ⇒ b = 1
A lei de formação da função será f ( x )=−3 2x + x +5
f (5)=−3(5)2+(5)+5
f (5)=−65.
2.3.1 - Gráfico de uma função quadrática O gráfico de uma função polinomial do 2o grau ou quadrática é uma curva aberta chamada
parábola. Para evitar a determinação de um número muito grande de pontos e obter uma boa
representação gráfica, vamos destacar três importantes características do gráfico da função quadrática:
(i)
Concavidade
(ii)
Zeros ou raízes
(iii)
Vértice
2.3.2 - Concavidade
A concavidade de uma parábola que representa uma função quadrática f ( x )=a 2x +b x + c do 2o grau depende do sinal do coeficiente a :
Cálculo Diferencial e Integral
18
a >0: concavidade para CIMA a <0: concavidade para BAIXO
[Fig.4]: Concavidade de uma função quadrática.
2.3.3 - Zeros de uma função quadrática
Definição 19: Os zeros ou raízes da função quadrática f ( x )=a 2x +b x + c são as raízes da
equação do 2o grau a 2x +b x +c =0, ou seja:
Raízes: x =a
acbb2
42 −±−.
Considerando Δ= 2b −4 a c , pode-se ocorrer três situações:
• i) Δ>0 ⇒ as duas raízes são reais e diferentes: 1x =a
b2
Δ+− e 2x =
ab
2Δ−−
.
• ii) Δ=0 ⇒ as duas raízes são reais e iguais (raiz dupla): 1x = 2x =−a
b2
.
• iii) Δ<0 ⇒ não há raízes reais.
Obs.: Em uma equação do 2o grau a 2x +b x + c =0, a soma das raízes é S e o produto é P tal que:
S= 1x + 2x =−ab
e P= 1x ⋅ 2x =ac
.
Definição 20: Geometricamente, os zeros ou raízes de uma função polinomial do 2o grau são as abscissa dos pontos em que a parábola intercepta o eixo x .
2.3.4 - Vértice da parábola
Considere as parábolas abaixo e observe o vértice V ( Vx , Vy ) em cada uma:
x
y
x
y
x2x1
x1 x2
V( ),xV yV
V( ),xV yV
Eixo de simetria
[Fig.5]: Vértice de parábolas (Δ>0 para as duas).
Cálculo Diferencial e Integral
19
Uma forma de se obter o vértice V ( Vx , Vy ) é:
• Vx =2
21 xx +, já que o vértice encontra-se no eixo de simetria da parábola;
• Vy =a 2Vx +b Vx +c , já que o Vx foi obtido acima.
Outra forma de se obter o vértice V ( Vx , Vy ) é aplicando as fórmulas:
• Vx =−a
b2
e Vy =−a4Δ
.
2.3.5 - Gráfico de uma parábola Com o conhecimento das principais características de uma parábola, podemos esboçar com
mais facilidade o gráfico de uma função quadrática. Exemplos:
1) Construir o gráfico da função y = 2x +2 x , determinando sua imagem.
a =1>0 ⇒ concavidade voltada para cima.
Zeros da função: 2x +2 x =0 ⇒ x ( x +2)=0 ⇒ 1x =0 e 2x =−2.
Ponto onde a parábola corta o eixo y :
x =0 ⇒ y =0 ⇒ (0,0)
Vértice da parábola: Vx =−
ab2
=−22=−1
Vy =−a4Δ
=−44=−1
⇒ V (−1,−1)
Imagem: y ≥−1 para todo x Real Im ={ y ∈ R ; y ≥−1}
3210
1234
y
x-1-2
-1-2 4
5
-3-4-5
5-3-4-5
V
2) Construir o gráfico da função y =− 2x +4 x −5, determinando sua imagem.
a =−1<0 ⇒ concavidade voltada para baixo.
Zeros da função: − 2x +4 x −5=0 ⇒ Δ=−4. ∃/ zeros reais.
Ponto onde a parábola corta o eixo y :
x =0 ⇒ y =−5 ⇒ (0,−5)
Vértice da parábola: Vx =−
ab2
=−2
4−
=2
Vy =−a4Δ
=−44
−−
=−1
⇒ V (2,−1)
Imagem: y ≤−1 para todo x Real Im ={ y ∈ R ; y ≤−1}
3210
1234
y
x-1-2
-1-2 4
5
-3-4-5
5-3-4-5
V
Cálculo Diferencial e Integral
20
2.3.6 - Estudo do sinal da função quadrática Os valores reais de x que tornam a função quadrática positiva, negativa ou nula, podem ser dados considerando-se os casos, relacionados na tabela abaixo.
f ( x )=a 2x +b x + c com ( a , b e c ∈ R e a ≠0)
a >0 a <0
xx2x1
xx1 x2
f ( x )>0 para x < 1x ou x > 2x f ( x )<0 para x < 1x ou x > 2x
f ( x )<0 para 1x < x < 2x f ( x )>0 para 1x < x < 2x
f ( x )=0 para x = 1x ou x = 2x f ( x )=0 para x = 1x ou x = 2x
xx2x1
xx2x1
f ( x )>0 para x ≠ 1x f ( x )<0 para x ≠ 1x
f ( x )<0 ∃/ x real f ( x )>0 ∃/ x real
f ( x )=0 para x = 1x = 2x f ( x )=0 para x = 1x = 2x
x
x
f ( x )>0 ∀ x real f ( x )<0 ∀ x real
f ( x )<0 ∃/ x real f ( x )>0 ∃/ x real
f ( x )=0 ∃/ x real f ( x )=0 ∃/ x real
2.4 - Inequações do 2o grau Definição 21: Denomina-se inequação do 2o grau na variável x toda desigualdade que pode ser reduzida a uma das formas:
• a 2x +b x + c ≥0;
• a 2x +b x + c >0;
• a 2x +b x + c ≤0;
• a 2x +b x + c <0. com a , b , c∈ R e a ≠0.
Cálculo Diferencial e Integral
21
2.4.1 - Resolução de inequações do 2o grau Definição 22: Para se resolver uma inequação do 2o grau, são utilizadas as propriedades das desigualdades, apresentando-se o conjunto verdade da inequação (conjunto solução S).
Exemplo: 1) Resolver a inequação 2x −3 x +2>0. Resolução
Estudar a variação do sinal da função f ( x )= 2x −3 x +2.
a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.
2x −3 x +2=0
Δ=1>0 ⇒ Duas raízes reais diferentes.
1x =1 x =
213±
2x =2
x21
S={ x ∈ R ; x <1 ou x >2}. Obs: somente valores positivos.
2) Resolver a inequação 2x −10 x +25≥0. Resolução
Estudar a variação do sinal da função f ( x )= 2x −10 x +25.
a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.
2x −10 x +25=0
Δ=0 ⇒ Raiz dupla (única).
1x = 2x =
210
x =5
x5
S=R . Obs: Todos os valores são positivos ou iguais a zero.
3) Resolver a inequação −2 2x +5 x −6≥0. Resolução
Estudar a variação do sinal da função f ( x )=−2 2x +5 x −6.
a =−2<0 ⇒ Concavidade para baixo.
−2 2x +5 x −6=0
Δ=−23<0⇒ Não possui zeros reais.
∃/ x real
x
S=∅. Obs: Nunca se tem valores positivos ou iguais a zero.
2.4.2 - Sistemas de inequações do 2o grau
Definição 23: O conjunto solução S de um sistema de inequações é determinado pela intersecção dos conjuntos soluções de cada inequação do sistema.
Cálculo Diferencial e Integral
22
Exemplo:
1) Resolver o sistema de inequações ⎩⎨⎧
<+−≥+
05682 22
xxxx
.
Resolução
(i) ⇒ 2 2x +8≥ 2x −6 x ⇒ 2 2x +8− 2x +6 x ≥0 ⇒ 2x +6 x +8≥0. (ii) ⇒ x +5<0.
Resolução de (i): Estudar a variação do sinal da função f ( x )= 2x +6 x +8.
a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.
2x +6 x +8=0
Δ=4>0 ⇒ Duas raízes reais diferentes.
1x =−4 x =
226±−
2x =−2
x-2-4
S(i)={ x ∈ R ; x ≤−4 ou x ≥−2}. Reta real: x-2-4
Resolução de (ii): x +5<0 ⇒ x <−5.
S(ii)={ x ∈ R ; x ≤−5}. Reta real: x-5
Intersecção entre (i) e (ii) ⇒ (i)∩(ii):
x-5
x-5
x-2-4(i)
(ii)
(i) (ii)∩ S={ x ∈ R ; x ≤−5}.
2) Resolver a inequação x −4< 2x −4≤ x +2.
Resolução
(i) ⇒ x −4< 2x −4 ⇒ x −4− 2x +4<0 ⋅(−1) ⇒ 2x − x >0.
(ii) ⇒ 2x −4≤ x +2 ⇒ 2x −4− x −2≤0 ⇒ 2x − x −6≤0.
Resolução de (i): Estudar a variação do sinal da função f ( x )= 2x − x .
a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.
2x − x =0 x ( x −1)=0 ⇒ Zeros={0,1}.
Δ=1>0 ⇒ Duas raízes reais diferentes.
1x =0 x =
211±
2x =1
x10
S(i)={ x ∈ R ; x <0 ou x >1}. Reta real: x10
Cálculo Diferencial e Integral
23
Resolução de (ii): Estudar a variação do sinal da função g ( x )= 2x − x −6.
a =1>0 ⇒ Concavidade para cima.
2x − x −6=0
Δ=25>0 ⇒ Duas raízes reais diferentes.
1x =−2 x =
251±
2x =3
x3-2
S(ii)={ x ∈ R ; −2≤ x ≤3}. Reta real: x3-2
Intersecção entre (i) e (ii) ⇒ (i)∩(ii):
x-2
x
x10(i)
(ii)
(i) (ii)∩
3
-2 0 1 3 S={ x ∈ R ; −2≤ x <0 ou 1< x ≤3}.
2.4.3 - Inequação-produto e inequação-quociente
Definição 24: RESOLUÇÃO: Para resolver uma inequação-produto ou uma inequação-quociente, fazemos o estudo dos sinais das funções polinomiais envolvidas. A seguir, determinamos o sinal do produto ou quociente dessas funções, lembrando as regras de sinais do produto e do quociente de números reais. Exemplos:
1) Resolver a inequação ( 2x −2 x −3)⋅(− 2x −3 x +4)>0. Resolução
f(x) = 2x −2 x −3 ⇒ a > 0 ⇒ Δ=16 > 0 ⇒ 1x = -1
e 2x = 3
g(x) = − 2x −3 x +4 ⇒ a < 0 ⇒ Δ=25 > 0 ⇒ 1x = −4 e 2x = 1
f(x) g(x)
x3-1
x1-4
x3-1 x1-4
Cálculo Diferencial e Integral
24
x
-4
( )g
x( )f
x( )x( )f g1 3-1
S={ x ∈ R ; −4< x <−1 ou 1< x <3}.
2) Resolver a inequação 16
652
2
−+−
xxx
≥0.
Resolução
f(x) = 2x −5 x +6 ⇒ a > 0 ⇒ Δ=1 > 0 ⇒ 1x = 2 e 2x = 3
g(x) = 2x −16 ⇒ a > 0 ⇒ Δ=64 > 0 ⇒ 1x = −4 e 2x = 4
f(x) g(x)
x32
x4-4
x32 x4-4
x
-4
( )g
x( )f
x( )x( )f
g 3 42 S={ x ∈ R ; x <−4 ou 2≤ x ≤3 ou x >4}.
3) Determine o domínio da função f ( x )=6
1032
−−−
xxx
.
Resolução
f só representa um número real se 6
1032
−−−
xxx
≥0.
f(x) = 2x −3 x −10 ⇒ a > 0 ⇒ Δ=49 > 0 ⇒ 1x = −2 e 2x = 5
g(x) = x −6 ⇒ a > 0 ⇒ g(x) = 0 ⇒ x = 6
f(x) g(x)
x5-2
x6
x5-2 x6
Cálculo Diferencial e Integral
25
x
-2
( )g
x( )f
x( )x( )f
g 5 6 D ={ x ∈ R ; −2≤ x ≤5 ou x >6}.
AULA 03 – EXERCÍCIOS 1) Considere a função f do 20 grau, onde f(0) = 5, f(1) = 3 e f(-1) = 1. Escreva a lei de formação dessa função e calcule f(5). 2) Determine o valor de m para que a parábola que representa graficamente a função y = 3x2 – x + m passe pelo ponto (1, 6) 3) Determinar os zeros da função y = x2 – 4x – 5 4) Seja a função f(x) = x2 – 2x + 3k. Sabendo que essa função possui dois zeros reais iguais, determine o valor real de k. 5) A função f(x) = x2 + kx + 36 possui duas raízes reais, m e n, de modo que
12511
=+nm
. Determine o valor de f(-1)
nessa função 6) Determinar as coordenadas do vértice V da parábola que representa a função f(x) = - 5x2 + 3x – 1. 7) Determinar a e b de modo que o gráfico da função definida por y = ax2 + bx – 9 tenha o vértice no ponto (4, - 25) 8) Determinar o conjunto imagem da função f(x) = x2 – 3x + 2 9) A função f(x) = x2 – x – 6 admite valor máximo ou valor mínimo? Qual é esse valor? 10) Considerar todos os possíveis retângulos que possuem perímetro igual a 80 cm. Dentre esses retângulos, determinar aquele que terá área máxima. Qual será essa área? 11) Determinar p de modo que a função f(x)= px2 + (2p – 1)x + p assuma valores positivos para todo x real. 12) Resolver a inequação –x2 + 1 ≤0 13) Determinar o conjunto solução da inequação x2 – 10x + 25 ≥ 0 14) Resolver a inequação x – 4 <x2 – 4 ≤ x + 2
15) Resolver a inequação 1312
<++
xx
Respostas 1) f(x) = - 3x2 + x + 5
f(5) = - 65 2) 4 3) 5 e -1 4) 1/3 5) 52
6) ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −
2011,
103V
7) a = 1 e b = - 8
8) ⎭⎬⎫
⎩⎨⎧ −≥∈=
41/Im yRy
9) O valor mínimo da função é y = - 25/4 10) O retângulo que terá a maior área será o de lados 20 cm e 20cm, e a área máxima será de 400 cm2.
11) ⎭⎬⎫
⎩⎨⎧ >∈
41/ pRp
12) { }1,,1| ≥−≤∈= xouxRxS 13) S = R 14) { 02| <≤−∈= xRxS ou }31 ≤< x 15) S = {x ∈ R| x < - 3 ou -1< x <2}
Cálculo Diferencial e Integral
26
AULA 04
3 – FUNÇÃO EXPONENCIAL 3.1 – Revisão de Potenciação
3.1.1 - Potências com expoente natural Sendo a um número real e n um número natural, com n ≥2, definimos:
(Eq.4) na = 43421 Kfatores n
aaaa ⋅⋅⋅⋅ .
Para n =1 e n =0 são definidos:
(Eq.5) 1a =a .
(Eq.6) 0a =1 ( a ≠0).
3.1.2 - Potências com expoente inteiro Se a é um número real não-nulo (a ≠0) e n um número inteiro e positivo, definimos:
(Eq.7) na− = na1
.
3.1.3 - Potências com expoente racional
Se a é um número real positivo e nm
um número racional, com n inteiro positivo,
definimos:
(Eq.8) nm
a = n ma .
3.1.4 -Potências com expoente real Podemos considerar que as potências com expoente real têm significado no conjunto dos números
reais. Temos, por exemplo: 210 =25,954553519470080977981828375983.
3.1.4.1 - Propriedades
Para as potências com expoente real são válidas as seguintes propriedades operatórias:
• ma ⋅ na = nma + .
• ma : na = nma − ( a ≠0).
• nma )( = nma ⋅ .
• nba )( ⋅ = na ⋅ nb .
• n
ba⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
= n
n
ba
(b ≠0).
Cálculo Diferencial e Integral
27
Exemplos
1) Dê o resultado mais simples de ( 35 ⋅ 65 ): 105 . Resolução Usando as propriedades, temos:
( 35 ⋅ 65 ): 105 =( 635 + ): 105 = 95 : 105 = 1095 − = 15− =51
.
2) Calcule o valor da expressão 2
32 −
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
+3
21⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
− 06 .
Resolução 2
32 −
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
+3
21⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
− 06 =2
23⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
+3
21⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
−1=49+
81−1=
88118 −+=
811
.
3) Simplifique x
xx
222 25 ++ −
.
Resolução
x
xx
222 25 ++ −
= x
xx
22222 25 ⋅−⋅
= x
x
2222 25 )( −⋅
= 52 − 22 =28.
4) Calcule 34
8 . Resolução
• Primeira resolução: 34
8 = 3 48 = 3 4096 =16.
• Segunda resolução: 34
8 = 3432 )( = 3
432 ⋅= 42 =16.
5) Determine o valor de 7081 , : 2081 , .
Resolução 7081 , : 2081 , = 207081 ,, − = 5081 , = 5043 ,)( = 23 =9.
10) Qual o valor de 2210 )( : 510 ),( ?
Resolução 2210 )( : 510 ),( = 2210 ⋅ : 5110 )( − = 210 : 510− = )( 5210 −− = 710 =10000000.
3.2 - Equações exponenciais
Definição 25: Chama-se equação exponencial toda equação que contém incógnita no expoente. Exemplo:
• x2 =16.
• 13 +x + 23 −x =9.
Cálculo Diferencial e Integral
28
• 13 −x =27.
• 10⋅ x22 −5⋅ x22 −1=0.
3.2.1 -Resolução de equações exponenciais Para resolver uma equação exponencial, devemos transformá-la de modo a obter potências
de mesma base no primeiro e no segundo membros da equação utilizando as definições e propriedades da potenciação. Além disso, usaremos o seguinte fato:
Definição 26: Se a >0, a ≠1 e x é a incógnita, a solução da equação xa = pa é x = p .
Exemplos:
1) Resolver a equação x4 =512. Resolução
Usando as propriedades das potências, vamos transformar o 1o e 2o membros da equação em potências de mesma base:
x4 =512 ⇒ x)( 22 = 92 ⇒ x22 = 92 ⇒ 2 x =9 ⇒ x =29
.
S=⎭⎬⎫
⎩⎨⎧
29
.
2) Uma empresa produziu, num certo ano, 8000 unidades de determinado produto. Projetando um aumento anual de produção de 50%, pergunta-se:
• a) Qual a produção P dessa empresa t anos depois?
• b) Após quantos anos a produção anual da empresa será de 40500 unidades?
Resolução
• a) Obs: 50%=10050
=0,5
Um ano depois: 8000+0,5⋅8000=8000⋅(1+0,5)=8000⋅1,5
Dois anos depois: (8000⋅1,5)⋅1,5=8000⋅ 251 ),(
Três anos depois: (8000⋅ 251 ),( )⋅1,5=8000⋅ 351 ),(
Produção P, t anos depois: P=8000⋅ t),( 51
• b) Fazendo P=40500, na fórmula anterior, obtemos a equação:
40500=8000⋅ t),( 51 Resolvendo a equação:
40500=8000⋅ t),( 51
⇒ t),( 51 =800040500
. Obs: 1,5=23
.
⇒ t
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
23
=1681
⇒ t
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
23
= 4
4
23
⇒ t
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
23
=4
23⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
⇒ t =4.
Desse modo, a produção anual da empresa será de 40500 unidades após 4 anos.
Cálculo Diferencial e Integral
29
3) Determine o conjunto solução da equação 281 +x =1 no universo dos números reais.
Resolução Sabendo que 081 =1, temos:
281 +x =1 ⇒ 281 +x = 081 ⇒ x +2=0 ⇒ x =−2. S={−2}.
3.2.2 - Resolução de equações exponenciais com o uso de artifícios Para se resolver determinadas equações exponenciais, são necessárias algumas
transformações e artifícios. Exemplos:
1) Resolver a equação x4 −5⋅ x2 +4=0. Resolução Usando as propriedades da potenciação, vamos fazer uma transformação na equação dada:
x4 −5⋅ x2 +4=0 ⇒ x)( 22 −5⋅ x2 +4=0 ⇒ 22 )( x −5⋅ x2 +4=0.
Fazendo x2 = y , temos a equação do 2o grau em y :
2y −5 y +4=0 ⇒ y =2
16255 −± ⇒ 1y =4 e 2y =1.
Voltando à igualdade x2 = y :
1y =4: x2 = y ⇒ x2 =4 ⇒ x2 = 22 ⇒ x =2.
2y =1: x2 = y ⇒ x2 =1 ⇒ x2 = 02 ⇒ x =0.
S={0,2}.
2) Determine o conjunto solução da equação x5 − x−25 =24. Resolução Preparando a equação, temos:
x5 − x−25 =24 ⇒ x5 − 25 ⋅ x−5 =24 ⇒ x5 −25⋅ x51
=24 ⇒ x5 − x525
=24.
Fazendo x5 = y , temos:
y −y
25=24 ⇒ 2y −25=24 y ⇒ 2y −24 y −25=0 ⇒
⎩⎨⎧
−=
=
125
2
1
yy
Voltando à igualdade x5 = y :
1y =25: x5 = y ⇒ x5 =25 ⇒ x5 = 25 ⇒ x =2.
2y =−1: x5 = y ⇒ x5 =−1 ⇒ Esta equação não tem raiz em R , pois x5 >0, para todo x real.
S={2}.
3.3 - Função exponencial
Definição 27: A função f : R → R dada por f ( x )= xa (com a >0 e a ≠1) é denominada função exponencial de base a .
Cálculo Diferencial e Integral
30
3.3.1 - Gráfico da função exponencial no plano cartesiano
Dada a função f : R →R , definida por f ( x )= xa (com a >0 e a ≠1), temos dois casos para traçar seu gráfico: (i) a >1 e (ii) 0<a <1.
• (i) a >1.
1) Traçar o gráfico de f ( x )= x2 .
x f ( x )= x2
−2 41
−1 21
0 1
1 2
2 4
3 8
3210
678
y
x-1-2 4-3-4
12345
OBS.1: Quanto maior o expoente x , maior é a potência xa , ou seja, se a >1 a função f ( x )= xa é crescente.
• (ii) 0<a <1.
2) Traçar o gráfico de f ( x )=x
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
21
.
x f ( x )=x
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
21
−3 8
−2 4
−1 2
0 1
1 21
2 41
3210
678
y
x-1-2 4-3-4
12345
Cálculo Diferencial e Integral
31
Obs.2: Quanto maior o expoente x , menor é a potência xa , ou seja, se 0<a <1 a função
f ( x )= xa é decrescente. Com base no gráfico, podem-se tirar algumas considerações:
3.3.2 - Características da função exponencial
Seja f : R →R , definida por f ( x )= xa (com a >0 e a ≠1).
• Domínio da função f são todos os números reais ⇒ D =R .
• Imagem da função f são os números reais positivos ⇒ Im = ∗+R .
• A curva da função passa pelo ponto (0,1).
• A função é crescente para a base a >1.
• A função é decrescente para a base 0< a <1.
3.4 - Inequações exponenciais
Definição 28: São inequações exponenciais aquelas que aparecem incógnitas no expoente.
3.4.1 - Resolução de inequações exponenciais Para resolver inequações exponenciais, devemos observar dois passos importantes:
• 1) Redução dos dois membros da inequação a potências de mesma base;
• 2) Verificar a base da exponencial, a >1 ou 0<a <1, aplicando as propriedades abaixo.
Caso (i): a >1 Caso (ii): 0<a <1
ma > na ⇒ m > n ma > na ⇒ m < n
As desigualdades têm mesmo sentido
As desigualdades têm sentidos diferentes
Exemplos:
1) Resolva a inequação x2 >32.
Resolução
Como 52 =32, a inequação pode ser escrita: x2 > 52 ⇒ Caso (i): a >1.
⇒ x >5.
S={ x∈R ; x >5}.
2) Resolva a inequação xx 23 23 +)( ≥1.
Resolução xx 23 2
3 +)( ≥1 ⇒ xx 23 23 +)( ≥ 03)( ⇒ Caso (i): a >1.
⇒ 3 2x +2 x ≥0
Tome f ( x )=3 2x +2 x
f ( x )=0 ⇒ 3 2x +2 x =0 ⇒ ⎪⎩
⎪⎨⎧
=
−=
032
2
1
x
x
x023 S={ x ∈ R ; x ≤−2/3 ou x ≥0}.
Cálculo Diferencial e Integral
32
3) Resolva a inequação 3
21 +
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
x
<72
21 −
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
x
.
Resolução 3
21 +
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
x
<72
21 −
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
x
⇒ Caso (ii): 0<a <1.
x +3>2 x −7 ⇒ − x >−10 ⋅(−1) ⇒ x <10. S={ x ∈ R ; x <10}.
AULA 04 – EXERCÍCIOS 1) Uma cultura inicial de 100 bactérias, reproduz-se em condições ideais. Supondo que, por divisão celular, cada bactéria dessa cultura dê origem a duas outras bactérias idênticas por hora. a) Qual a população dessa cultura após 3 horas do instante inicial? b) Depois de quantas horas a população dessa cultura será de 51.200 bactérias? 2) Resolva as equações:
a) 72821 =++x
b) 08134 4 =−−
xx
3) Determine o conjunto solução das seguintes equações:
a) 0273.2832 =+− xx
b) xx 2.123222 =+
c) 145
6416 +=+ x
x
4) Se f(x) = x2 + x e g(x) = 3x, determine x para que f(g(x)) = 2. 5) Cada golpe de uma bomba extrai 10% de óleo de um tanque. A capacidade do tanque é de 1 m3 e, inicialmente, esta cheio. a) Após o 5o golpe, qual o valor mais próximo para o volume de óleo que permanece no tanque? b) Qual é a lei da função que representa o volume de óleo que permanece no tanque após n golpes? 6) Resolva as inequações:
a) ( ) ( )4355
2
≥− xx
b) 513
31
31 +−
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛<⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
xx
C) 1275,02 222 <⋅− ++ xX 7) Determine o domínio da função
12 2 −= −xy
Respostas: 1) a) 800 bactérias b) 9 horas 2) a) 3/2 b) 4 3) a) {0, 3} b) {2, 3} c) {1, 2} 4) x = 0 5) a) 0,59m3 b) f(n) = 1 . (0,9)n
6) a) }4,,1/{ ≥−≤∈ xouxRx
b) }3/{ >∈ xRx
c) }0/{ <∈ xRx
7) }2/{ ≥∈ xRx
Cálculo Diferencial e Integral
33
AULA 05 4 – FUNÇÃO LOGARÍTMICA 4.1 – Definição de Logaritmo
Definição 29: Dados dois números reais positivos, a e b , com a ≠1, existe um único número real
x de modo que xa =b . Este número x é chamado de logaritmo de b na base a e indica-se balog .
Podemos então, escrever:
(Eq.9) xa =b ⇔ x = balog (1≠a >0 e b >0).
Na igualdade x = balog , temos:
• a é a base do logaritmo;
• b é o logaritmando ou antilogaritmo;
• x é o logaritmo. Exemplos:
Calcular o valor de x nos exercícios seguintes:
1) 322log = x .
x2 =32 ⇒ x2 = 52 ⇒ x =5.
2) 164log = x .
x4 =16 ⇒ x4 = 24 ⇒ x =2.
3) x8log =1.
18 = x ⇒ x =8.
4) 813log = x .
x3 =81 ⇒ x3 = 43 ⇒ x =4.
5) 15log = x .
x5 =1 ⇒ x5 = 05 ⇒ x =0.
OBS. 1: blog ⇒ significa b10log . Quando não se indica a base, fica subentendido que a
base é 10.
4.2 - Conseqüências da definição Tome 1≠ a >0, b >0 e m um número real qualquer. Da definição de logaritmos, pode-se
verificar que:
Cálculo Diferencial e Integral
34
• 1) O logaritmo de 1 em qualquer base é igual a zero.
1alog =0, pois 0a =1.
• 2) O logaritmo da própria base é igual a 1.
aalog =1, pois 1a =a .
• 3) O logaritmo de uma potência da base é igual ao expoente. m
a alog =m , pois ma = ma .
• 4) O logaritmo de b na base a é o expoente ao qual devemos elevar a para obter b . baa log =b , pois xa =b ⇔ x = balog .
4.3 - Propriedades dos logaritmos
• 1) Logaritmo de produto )(log yxa ⋅ = xalog + yalog (1≠ a >0, x >0 e y >0).
• 2) Logaritmo de quociente
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛yx
alog = xalog − yalog (1≠ a >0, x >0 e y >0).
• 3) Logaritmo de potência m
a xlog =m ⋅ xalog (1≠ a >0, x >0 e m ∈ R ).
4.4 - Cologaritmo Cologaritmo de um número positivo b numa base a (1≠ a >0) é o logaritmo do inverso desse
número b na base a .
(Eq.10) bco alog = ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
ba1log ⇒ bco alog =− balog (1≠ a >0 e b >0).
Exemplo:
Sabendo que log 3=a e log 5=b , calcule os logaritmos abaixo, em função de a e b .
• a) log 15
log 15= log (3⋅5)= log 3+ log 5=a +b .
• b) log 675
log 675= log ( 33 ⋅ 25 )= log 33 + log 25 =3 log 3+2 log 5=3 a +2b .
• c) log 2
log 2= log 510 = log 10− log 5=1−b .
4.5 - Mudança de base As propriedades logarítmicas são válidas para logaritmos numa mesma base, por isso, em
muitos casos, é conveniente fazer a conversão de logaritmos de bases diferentes para uma única base.
A seguir, será apresentada a fórmula de mudança de base.
Cálculo Diferencial e Integral
35
Seja: balog = x ⇒ xa =b .
Aplicando o logaritmo na base c em ambos os membros, obtemos:
xc alog = bclog ⇒ x ⋅ aclog = bclog ⇒ x =
ab
c
c
loglog
, mas x = balog .
Então:
(Eq.11) balog =ab
c
c
loglog
(1≠ a >0, 1≠c >0 e b >0).
Exemplos:
1) Sendo log 2=0,3 e log 3=0,4, calcule 62log .
62log =26
loglog
=232
log)log( ⋅=
232
logloglog +
=30
4030,
,, +=
3070,,
=37
.
2) Resolva a equação x2log + x4log + x16log =7.
A condição de existência é x >0. Transformando para a base 2:
x2log + x4log + x16log =7
x2log +42
2
loglog x
+162
2
loglog x
=7
x2log +2
2 xlog+
42 xlog
=7
424 222 xxx logloglog ++
=428
7 x2log =28
x2log =4 42 = x
x =16 ⇒ 16 satisfaz a condição de existência. Logo, o conjunto solução é:
S={16}.
3) Resolva a equação 2log ( x +2)+ 2log ( x −2)=5.
Condições de existência são: x +2>0 e x −2>0 ⇒ x >−2 e x >2. Então: x >2.
2log ( x +2)+ 2log ( x −2)=5
2log [( x +2)⋅( x −2)]=5
( x +2)⋅( x −2)= 52 2x −4=32 2x =36 2x =±6 ⇒ −6 não satisfaz a condição de existência mas, 6 satisfaz.
Logo, o conjunto solução é: S={6}.
Cálculo Diferencial e Integral
36
4.6 - Função logarítmica
A função exponencial g : R → ∗+R definida por g ( x )= xa (com 1≠ a >0) é bijetora. Nesse caso,
podemos determinar a sua função inversa. É a função logarítmica definida abaixo.
Definição 30: A função f : ∗+R → R definida por f ( x )= xalog (com 1≠ a >0) é chamada função
logarítmica de base a .
4.6.1 - Gráfico da função logarítmica no plano cartesiano Como os gráficos de funções inversas são simétricos em relação à bissetriz dos quadrantes
ímpares, o gráfico da função logarítmica é de imediata construção, uma vez que já vimos o gráfico da função exponencial.
Seja f : ∗+R →R , tal que y = xalog e 1−f : R → ∗
+R , tal que y = xa . Os gráficos de f e 1−f
serão plotados no mesmo plano cartesiano ortogonal.
• (i) a >1.
3210
678
y
x-1-2 4-3-4
12345
=y x
log xa=y
=y xa
Gráfico da função logarítmica e exponencial ( a >1).
• (ii) 0<a <1.
3210
678
y
x-1-2 4-3-4
12345
=y xa=y x
log xa=y
Gráfico da função logarítmica e exponencial (0< a <1).
Cálculo Diferencial e Integral
37
4.7 - Inequações logarítmicas Chamamos de inequação logarítmica toda inequação que envolve logaritmos com a incógnita
aparecendo no logaritmando, na base ou em ambos.
Exemplos:
1) Resolva a inequação 21log ( x −3)≥
21log 4.
Condição de existência: x −3>0 ⇒ x >3 (i). Base: (0<a <1). Como a base é um número entre 0 e 1, a função logarítmica é decrescente e o sentido da desigualdade se inverte para os logaritmandos. x −3≤4 ⇒ x ≤3 (ii). A solução da inequação deve satisfazer as duas condições:
x
x
x
7
3(i)
(ii)
(i) (ii)∩ 73
S={ x ∈ R ; 3< x ≤7}.
2) Resolva a inequação 4log ( 2x − x )≥ 4log (2 x +10).
1a Condição de existência:
2x − x >0 ⇒ x <0 ou x >1 (i). 2a Condição de existência: 2 x +10>0 ⇒ x >−5 (ii). Base: ( a >1).
2x − x ≥2 x +10 ⇒ 2x − x −2 x −10≥0 ⇒ 2x −3 x −10≥0 ⇒ x ≤−2 ou x ≥5 (iii). A solução da inequação deve satisfazer as três condições:
x
x
x(i)
(ii)
(iii)
x(i) (ii)∩ -2
(iii)∩ -5 0 1
5
-5
-2
0 1
S={ x ∈ R ; −5< x ≤−2 ou x ≥5}.
Cálculo Diferencial e Integral
38
3) Suponha que o preço de um carro sofra uma desvalorização de 20% ao ano. Depois de quanto tempo, aproximadamente, seu preço cairá para cerca da metade do preço de um carro novo? (Use
10log 2=0,3)
p = 0p (1−0,2) t ⇒ p = 0p (0,8) t ⇒ p = 0pt
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛108
⇒
Procura-se p =20p
, logo:
20p= 0p
t
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛108
⇒ ( 0p ≠0) ⇒ 21=
t
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
1023
⇒ 12− = t32 ⋅ t−10
Aplicando 10log em ambos os membros, temos:
10log 12− = 10log ( t32 ⋅ t−10 )
10log 12− = 10log ( t32 ⋅ t−10 )
10log 12− = 10log t32 + 10log t−10
− 10log 2=3 t 10log 2− t 10log 10
−0,3=3 t ⋅0,3− t −0,3=0,9 t − t −0,3=−0,1 t t =3
O preço do carro cairá para a metade do preço do carro novo depois de 3 anos AULA 05 – EXERCÍCIOS 1) Resolva as seguintes equações: a) log2 (x – 4) = 3 b) logx (3x2 – x) = 2 c) (log3x)2 – log3x – 6 = 0 d) log5(log3x) = 1 2) Sabendo que log 2 = 0,301 e log 3 = 0,477, calcule: a) log 6 b) log 5
c) log 2,5 d) log 3 3) Qual o conjunto solução da equação
a) 21)1(log)13(log 42 =+−− xx
b) 2loglog 10010 =+ xx
4) Determine o campo de existência da função
)2510(log)12(log)( 23
23 +−−−−= xxxxxf
5) Resolva as inequações:
a) log3(5x – 1) > log3 4 b) log2(x – 4) > 1 c) log12(x – 1) + log12(x – 2) ≤ 1 Respostas: 1) a) 12 b) ½ c) {1/9, 27} d) 243 2) a) 0,778 b) 0,699 c) 0,398 d) 0,2385 3) a) 1 b) 100 4) }5,,4,,3/{ ≠>−<∈ xexouxRx
5) a) }1/{ >∈= xRxS
b) }6/{ >∈= xRxS
c) }52/{ ≤<∈= xRxS
Cálculo Diferencial e Integral
39
AULA 06
5 - FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
5.1 - Seno e cosseno de um arco: Tome o arco α dado na figura abaixo:
A
P
Oα
N
M
[Fig.5] Arco α para o conceito de seno e cosseno.
Seno de um arco é a ordenada do ponto P.
(Eq.12) senα=ON =MP .
Cosseno de um arco é a abscissa do ponto P.
(Eq.13) cosα=OM = NP .
5.1.1 – Conseqüências: Para qualquer ponto da circunferência, a ordenada e a abscissa nunca são menores que −1
nem maiores que +1. Por isso dizemos que seno e cosseno são números compreendidos entre −1 e +1, o que nos permite concluir:
(Eq.14) −1 ≤ sen α ≤ 1 e −1 ≤ cosα ≤ 1
5.1.2 - Função seno e função cosseno Função seno é a função que associa a cada arco x ∈R o número sen x ∈ R , ou y = sen x .
Função cosseno é a função que associa a cada arco x ∈ R o número cos x ∈ R , ou y =cos x .
5.1.3 - Gráfico das funções seno e cosseno Para estudar a função seno ( y = sen x ) e a função cosseno ( y =cos x ) vamos variar x no
intervalo [0,2π].
5.1.3.1 - Função seno:
y = sen x
AO O π2
π3
π4
π6 π
π2
3π2
1
1y
x
[Fig.6]Gráfico da função seno.
Cálculo Diferencial e Integral
40
5.1.3.2 - Conclusões
• O domínio da função y = sen x é o conjunto dos números reais, isto é, D = R .
• A imagem da função y = sen x é o intervalo [−1,+1], isto é, −1≤ sen x ≤+1.
• Toda vez que somamos 2π a um determinado valor de x , a função seno assume o mesmo valor. Como 2π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y = sen x é p =2π. Essa conclusão pode ser obtida, também, a partir do ciclo trigonométrico onde marcamos o arco
x . Quando adicionamos 2 k π ao arco x , obtemos sempre o mesmo valor para o seno, pois a
função seno é periódica de período 2π.
(Eq.15) sen x = sen ( x +2 k π), k ∈Z (Inteiros).
5.1.3.3 - Seno é função ímpar
No ciclo trigonométrico, os pontos correspondentes aos números x e − x têm imagens simétricas em relação ao eixo das abscissas. Daí resulta que as ordenadas desses pontos têm o mesmo valor absoluto, porém, sinais opostos. Então, sen (− x )=− sen x .
Quando uma função f é tal que f (− x )=− f ( x ), para todo x do seu domínio, dizemos
que f é uma função ímpar. Como sen (− x )=− sen x , para todo x real, podemos afirmar que a função seno é ímpar.
5.1.3.4 - Função cosseno y =cos x
AO O π2
π3
π4
π6 π
π2
3π2
1
1y
x
[Fig. 2]: Gráfico da função cosseno.
5.1.3.5 - Conclusões
• O domínio da função y =cos x é o conjunto dos números reais, isto é, D = R .
• A imagem da função y =cos x é o intervalo [−1,+1], isto é, −1≤cos x ≤+1.
• O período da função y =cos x é p =2π. Essa conclusão pode ser obtida, também, a partir do ciclo trigonométrico onde marcamos o arco
x . Quando adicionamos 2 k π ao arco x , obtemos sempre o mesmo valor para o cosseno, pois a
função cosseno é periódica de período 2π.
(Eq.16) cos x =cos ( x +2 k π), k ∈Z (Inteiros).
5.1.3.6 - Cosseno é função par No ciclo trigonométrico, os pontos correspondentes aos números x e − x têm imagens
simétricas em relação ao eixo das abscissas. Daí resulta que esses pontos têm a mesma abscissa. Então, cos (− x )=cos x .
Cálculo Diferencial e Integral
41
Quando uma função f é tal que f (− x )= f ( x ), para todo x do seu domínio, dizemos que
f é uma função par. Como cos (− x )=cos x , para todo x real, podemos afirmar que a função cosseno é par.
Exemplos:
1) Construa o gráfico da função y =2sen x , dando o domínio, a imagem e o período.
x sen x 2 sen x y
0 0 2⋅0 0
2π
1 2⋅1 2
π 0 2⋅0 0
23π
−1 2⋅(−1) −2
2π 0 2⋅0 0
O π2 π
π2
3π2
1
1
y
x
2
2
Observando o gráfico, temos: D = R , Im =[−2,2], e p =2π.
2) Construa o gráfico da função y =cos2x
, dando o domínio, a imagem e o período.
2x
x cos2x
y
0 0 1 1
2π
π 0 0
π 2π −1 −1
23π
3π 0 0
2π 4π 1 1
Observando o gráfico, temos: D = R , Im =[−1,1], e p =4π.
5.2 - Tangente de um arco Tome o arco α dado na figura abaixo:
AP
Oα
N
M
T
eixo das tangentes
[Fig. 3]: Arco α para o conceito de tangente.
O π ππ
23 π4
1
1y
x
Cálculo Diferencial e Integral
42
Tangente de um arco é a ordenada do ponto T (segmento AT).
(Eq.17) tanα= AT .
5.2.1 - Conseqüências
• O eixo vertical, suporte de AT , é chamado eixo das tangentes.
• Podemos dizer que tanα só é definida se α∈R e α≠2π+ k π ( k ∈Z ).
5.2.2 - Função tangente
Função tangente é a função que associa a cada arco x ∈ R , com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ), o
número tan x ∈ R , ou y = tan x .
5.2.3 - Gráfico da função tangente Para estudar a função tangente ( y = tan x ) vamos variar x no intervalo [0,2π].
AO O π2
π3
π4
π6 π π
23
π2
1
1
y
x
0,58
1,73
1,73
0,58
[Fig. 4]: Gráfico da função tangente.
5.2.4 - Conclusões
• O domínio da função y = tan x é o conjunto dos números reais x ∈R , com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ),
isto é, D ={ x ∈ R / x ≠2π+ k π, k ∈Z }.
• A imagem da função y = tan x é o conjunto dos números reais.
• Toda vez que somamos k π a um determinado valor de x , a função tangente assume o mesmo valor. Como π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y = tan x é p =π.
(Eq.18) tan ( x + k π)= tan x , k ∈Z .
5.2.5 - Tangente é uma função ímpar
Como tan (− x )=− tan x , para todo x real, com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ), podemos afirmar que a
função tangente é ímpar.
Cálculo Diferencial e Integral
43
5.3 - Cotangente de um arco Tome o arco α dado na figura abaixo:
A
P
Oα
N
M
Ceixo dascotangentes
B
[Fig. 5]: Arco α para o conceito de cotangente.
Cotangente de um arco é a abscissa do ponto C (segmento BC).
(Eq.19) cot α= BC .
5.3.1 - Conseqüências
• O eixo horizontal, suporte de BC , é chamado eixo das cotangentes.
• Podemos dizer que cot α só é definida se α∈R e α≠ k π ( k ∈Z ).
5.3.2 - Função cotangente Função cotangente é a função que associa a cada arco x ∈ R , com x ≠ k π ( k ∈Z ), o número cot x ∈ R , ou y =cot x .
5.3.3 - Gráfico da função cotangente Para estudar a função cotangente ( y =cot x ) vamos variar x no intervalo [0,2π].
AO O π2
π3
π4
π6 π π
23 π2
1
1
y
x
0,58
1,73
1,73
0,58
[Fig. 6]: Gráfico da função cotangente.
5.3.4 - Conclusões
• O domínio da função y =cot x é o conjunto dos números reais x ∈R , com x ≠ k π ( k ∈Z ), isto
é, D ={ x ∈ R / x ≠ k π, k ∈Z }.
• A imagem da função y =cot x é o conjunto dos números reais.
• Toda vez que somamos k π a um determinado valor de x , a função cotangente assume o mesmo valor. Como π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y =cot x é p =π.
cot ( x + k π)=cot x , k ∈Z .
Cálculo Diferencial e Integral
44
5.3.5 - Cotangente é uma função ímpar Como cot (− x )=−cot x , para todo x real, com x ≠ k π ( k ∈Z ), podemos afirmar que a função cotangente é ímpar.
5.4 - Secante e cossecante de um arco Tome o arco α dado na figura abaixo:
A
P
Oα
N
M S
D
[Fig. 7]: Arco α para o conceito de secante e cossecante.
Traçando uma reta tangente à circunferência pelo ponto P, interceptamos o eixo das abscissas no ponto S e o eixo das ordenadas no ponto D.
(Eq.20) sec α=OS .
(Eq.21) seccos α=OD .
5.4.1 - Função secante e cossecante
Função secante é a função que associa a cada arco x ∈R , com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ), o
número sec x ∈ R , ou y = sec x
Função cossecante é a função que associa a cada arco x ∈ R , com x ≠ k π ( k ∈Z ), o número seccos x ∈ R , ou y = seccos x .
5.4.2 - Gráfico da função secante Para estudar a função secante ( y = sec x ) vamos variar x no intervalo [0,2π].
AO Oπ2π
3π4
π6
ππ2
3
π2
1
1
y
x
1,151,41
2
1,151,41
2
[Fig. 8]: Gráfico da função secante.
Cálculo Diferencial e Integral
45
5.4.3 - Conclusões
• O domínio da função y = sec x é o conjunto dos números reais x ∈ R , com x ≠2π+ k π ( k ∈Z ),
isto é, D ={ x ∈ R / x ≠2π+ k π, k ∈Z }.
• A imagem da função y = sec x é o conjunto dos números reais maiores ou iguais a 1 ou
menores ou iguais a −1, isto é, Im ={ y ∈ R / y ≥1 ou y ≤−1}.
• Toda vez que somamos 2 k π a um determinado valor de x , a função secante assume o mesmo valor. Como 2π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y = sec x é p =2π.
(Eq.22) sec ( x +2 k π)=sec x , k ∈Z .
5.4.4 - Gráfico da função cossecante Para estudar a função cossecante ( y = seccos x ) vamos variar x no intervalo [0,2π].
O π2
π3
π4
π6 π
π2
3π2
1
1
y
x
1,151,41
2
1,151,41
2
AO
[Fig. 9]: Gráfico da função cossecante.
5.4.5 - Conclusões
• O domínio da função y = seccos x é o conjunto dos números reais x ∈ R , com x ≠ k π ( k ∈Z ),
isto é, D ={ x ∈ R / x ≠ k π, k ∈Z }.
• A imagem da função y = seccos x é o conjunto dos números reais maiores ou iguais a 1 ou
menores ou iguais a −1, isto é, Im ={ y ∈ R / y ≥1 ou y ≤−1}.
• Toda vez que somamos 2 k π a um determinado valor de x , a função cossecante assume o mesmo valor. Como π é o menor número positivo para o qual isso acontece, o período da função y = seccos x é p =2π.
(Eq.23) seccos ( x +2 k π)= seccos x , k ∈Z .
5.5 - Relações trigonométricas Será feito o estudo das relações que existem entre as funções trigonométricas, pois elas têm
muitas aplicações na trigonometria e fora dela. Para as deduções das relações, tomaremos como base o ciclo trigonométrico e um ângulo α dado.
Cálculo Diferencial e Integral
46
A
P
Oα
N
M S
D
Ceixo dascotangentesB
T
eixo das tangentes
[Fig. 10]: Funções trigonométricas no ciclo.
Podemos identificar as funções trigonométricas no ciclo, em relação ao ângulo α:
sen α=ON ; cosα=OM ; tanα= AT ; cot α= BC ; sec α=OS e seccos α=OD .
Analisando as funções no ciclo e fixando inicialmente o ângulo α, podemos fazer as seguintes mudanças, para facilitar o entendimento das relações trigonométricas:
C
B
Oα
A E
F
D
cosα
cotα
tanαsenαsecαcossecα
1unidade
[Fig. 11]: Funções adaptadas no ciclo.
Com as novas adaptações, temos as seguintes funções:
sen α= AB ; cosα=OA ; tanα=CD ; cot α=OE ; sec α=OD e seccos α=OF .
Daí tiram-se três triângulos semelhantes:
ΔOAB ≡ΔOCD ≡ΔOEF .
COα
D
tanαsecαB
Oα
Acosα
senα1
1 Oα
E
F
cotα
cossecα
1
21 3
[Fig. 12]: Triângulos semelhantes.
5.5.1 - Usando o teorema de Pitágoras
• sen 2α+cos 2α=1;
• tan 2α+1= sec 2α;
• cot 2α+1= seccos 2α.
5.5.2 - Usando semelhança entre triângulos
Cálculo Diferencial e Integral
47
Com base na figura acima, tome as seguintes proporções, dadas as razões entre os triângulos:
Razões do triângulo 2 para 1 : 1αsec
=αcos
1 ⇒ sec α=
αcos1
;
1αtan=
αα
cossen
⇒ tanα=αα
cossen
.
Razões do triângulo 3 para 1 : 1
αseccos=
αsen1
⇒ seccos α=αsen
1;
1αcot=
αα
sencos
⇒ cot α=αα
sencos
.
Razões do triângulo 3 para 2 : 1
αseccos=
αα
tansec
⇒ seccos α=αα
tansec
;
1αcot=
αtan1
⇒ cot α=αtan
1.
Exemplos:
Com base nos três triângulos semelhantes da figura anterior, resolva os exercícios que seguem abaixo:
1) Determine as razões que se pede abaixo, do triângulo 1 para 2 .
sen α=αα
sectan
;
cosα=αsec
1.
2) Determine as razões que se pede abaixo, do triângulo 1 para 3 .
sen α=αseccos
1;
cosα=α
αseccos
cot.
3) Determine as razões que se pede abaixo, do triângulo 2 para 3 .
sec α=αα
cotseccos
;
tanα=αcot
1.
5.5.3 - Identidades trigonométricas A igualdade sen 2α+cos 2α=1 é verdadeira para qualquer α pertencente aos domínios das
funções seno e cosseno. Logo, ela é uma identidade trigonométrica. Quando temos uma igualdade, só podemos aceitá-la como identidade após uma prova, ou
seja, após uma demonstração. Para fazer uma demonstração desse tipo, podemos nos valer de qualquer das relações dadas
acima, que são identidades.
Cálculo Diferencial e Integral
48
5.5.3.1 - Processo para demonstrar identidades Considerando a igualdade, levaremos todas as funções envolvidas para uma razão
equivalente em um dos três triângulos. Depois é só operar ambos os membros e chegar a uma mesma expressão. Exemplos:
Nos exercícios seguintes, demonstre que as igualdades são identidades:
1) tan 2α⋅ sen 2α= tan 2α− sen 2α
COα
D
tanαsecαB
Oα
Acosα
senα1
1 Oα
E
F
cotα
cossecα
1
21 3
Levar do triângulo 2 para 1 : tan 2α⋅ sen 2α= tan 2α− sen 2α
αα
2
2
cossen
⋅ sen 2α=αα
2
2
cossen
− sen 2α
αα
2
4
cossen
=α
ααα2
222
coscossensen −
αα
2
4
cossen
=α
αα2
22
cos)sen(sen
αα
2
4
cossen
=αα
2
4
cossen
⇒ C.Q.D. (como queríamos demonstrar).
2) (1+cot α)2+(1−cot α)2=2⋅ seccos 2α
COα
D
tanαsecαB
Oα
Acosα
senα1
1 Oα
E
F
cotα
cossecα
1
21 3
Todas as funções já se encontram no triângulo 3 , basta desenvolver: (1+cot α)2+(1−cot α)2=2⋅ seccos 2α (1+cot α)2+(1−cot α)2=2⋅ seccos 2α 1+2cot α+cot 2α+1−2cot α+cot 2α=2⋅ seccos 2α 2+2cot 2α=2⋅ seccos 2α 2⋅(1+cot 2α)=2⋅ seccos 2α 2⋅ seccos 2α=2⋅ seccos 2α ⇒ C.Q.D.
3) sec 2α+ seccos 2α= sec 2α⋅ seccos 2α
COα
D
tanαsecαB
Oα
Acosα
senα1
1 Oα
E
F
cotα
cossecα
1
21 3
Cálculo Diferencial e Integral
49
Levar do triângulo 3 para 2 : sec 2α+ seccos 2α= sec 2α⋅ seccos 2α
sec 2α+αα
2
2
tansec
= sec 2α⋅αα
2
2
tansec
αααα
2
222
tansectansec +
=αα
2
4
tansec
ααα
2
22 1tan
)(tansec +⋅=
αα
2
4
tansec
ααα
2
22
tan)(secsec ⋅=
αα
2
4
tansec
αα
2
4
tansec
=αα
2
4
tansec
⇒ C.Q.D.
4) α
αseccos
sen=1−
αα
seccos
COα
D
tanαsecαB
Oα
Acosα
senα1
1 Oα
E
F
cotα
cossecα
1
21 3
Levar dos triângulos 3 e 2 para 1 :
αα
seccossen
=1−αα
seccos
α
α
sen
sen1 =1−
α
α
cos
cos1
sen 2α=1−cos 2α sen 2α= sen 2α ⇒ C.Q.D.
5) αααα
cossecsenseccos
−−
=cot 3α
COα
D
tanαsecαB
Oα
Acosα
senα1
1 Oα
E
F
cotα
cossecα
1
21 3
Cálculo Diferencial e Integral
50
Levar dos triângulos 1 e 2 para 3 :
αααα
cossecsenseccos
−−
=cot 3α
αα
αα
αα
seccoscot
cotseccos
seccosseccos
−
−1
=cot 3α
αααα
αα
seccoscotcotseccos
seccosseccos
22
2 1
−
−
=cot 3α ⇒ Obs: seccos 2α−1=cot 2α
αα
seccoscot2
⋅αα
αα22 cotseccos
seccoscot−
=cot 3α
ααα
seccosseccoscot3
⋅αα 221
1cotcot −+
=cot 3α
cot 3α⋅01
1+
=cot 3α
cot 3α=cot 3α ⇒ C.Q.D. AULA 06 - EXERCÍCIOS 1) Dado sen x = 3/4 , com 0<x< π /2, calcular cos x. 2) Para que valores de a temos, simultaneamente, senx=a + 1 e cos x = a?
3) Dado 33cos −=x , com ππ
<< x2
,
calcule tg x.
4) Simplifique a expressão αααα
ggtg
cotseccot⋅+
.
5) Demonstre as seguintes identidades: a) (1 + cotg2x)(1 – cos2x) = 1 b) tg x + cotgx = tg x. Cossec2x
c) 2cos1
cos2cos1
2 xtgx
xx
xsen=
+⋅
+
Respostas:
1) 47cos =x
2) a = 0 ou a = -1
3) 2−=tgx 4) sec α
Cálculo Diferencial e Integral
51
AULA 07
6 - LIMITES
6.1 - Noção Intuitiva: Seja a função f(x)= 2x + 1. Vamos dar valores a x que se aproximem de 1, pela sua direita (valores maiores que 1) e pela sua esquerda (valores menores que 1) e calcular o valor correspondente de y.
x y = 2x + 1 x y = 2x + 1 1,01 0,6 1,02 0,7 1,03 0,9 1,04 0,95 1,1 0,98 1,2 0,99
Notamos que a medida que x se aproxima de 1, y se aproxima de ______, ou seja, quando x tende para 1 (x→1), y tende para _____ (y→_____), ou seja: 3)12(lim 1 =+→ xx
De forma geral, escrevemos: bxfax =→ )(lim
6.1.1 - Propriedades:
1. )(lim)(lim)]()([lim xgxfxgxf axaxax →→→ ±=±
2. )(lim)(lim)]()([lim xgxfxgxf axaxax →→→ ⋅=⋅
3. )(lim)(lim
)()(lim
xgxf
xgxf
ax
axax
→
→→ =
4. ( ) *0 ,)(lim)(lim Nnxfxf n
axn
ax ∈= →→
5. *,)(lim)(lim Nnxfxf nax
nax ∈= →→
6. ( ))(lim))((lim xfsenxfsen axax →→ =
Exemplos:
1) =+→ )3(lim 321 xxx
2) =→ )cos(lim 3 xxx π
3) =+→ 10
coslim 20 xx
x
Cálculo Diferencial e Integral
52
4) =+→22
1 )3(lim xx
5) =−+→ 1lim 232 xxx
6) =+→ )3(lim 2
1 xxsenx
7) =−+→ )432(lim 2
2 xxx
8) =−−
→ 24lim
2
2 xx
x
9) =−+−
→ 934lim 2
2
3 xxx
x
10) =−
+−→ 1
45lim2
1 xxx
x
11) =−+−
→ 123lim 2
3
1 xxx
x
12) =−+
→ xx
x33lim 0
13) =++−→ )43(lim 31 xxx
14) =+→ )(coslim 0 senxxx
Cálculo Diferencial e Integral
53
15) =−−
→ 48lim 2
3
2 xx
x
16) =−−
→ 11lim 1 h
hh
17) =−+
→ tt
t5325lim 0
18) =−+
→ tt
t16)4(lim
2
0
19) =−++
−→ 123lim 2
2
1 xxx
x
20) =−−+
→ xxx
x11lim 0
21) =−−
→ 11lim 5
4
1 xx
x
Cálculo Diferencial e Integral
54
AULA 07 - EXERCÍCIOS
1) =+++→ )15(lim 231 xxxx
2) =+−−−→ )342(lim 231 xxxx
3) =−−−−→
)1224(lim 232 xxxx
4) =−−+
→ 545lim 2
2
2 xxx
x
5) =−+−
→ 2107lim
2
2 xxx
x
6) =+
−+−→ 3
32lim2
3 xxx
x
7) =+−+−
→ 1234lim 5
3
1 xxxx
x
8) =−−
→ 636lim
2
6 xx
x
9) =++
−→ 232lim
5
2 xx
x
10) =+−+−
−+−→ 27543610
27188lim 234
234
3 xxxxxxx
x
11) =−
−→ 42
2lim 2 xx
x
12) =−−
→ 24lim 4 x
xx
13) =−−
→ xx
x 42lim 0
14) =−+−
→ 132lim 1 x
xx
15) =−+
→ 11lim 0 x
xx
16) =−−+
→ 2321lim 4 x
xx
17) =−−−
−+−→
11532232lim
2
2
2xxxx
x
Respostas 1) 8 2) 4
3) 526 −− 4) -10 5) -3 6) -4
7) 31−
8) 12 9) 80 10) 2 11) 0 12) 4 13) 4
14) 41−
15) 2
16) 34
17) 145
Cálculo Diferencial e Integral
55
AULA 08 6.2 - LIMITES INFINITOS: Quando os valores assumidos pela variável x são tais que |x|> N, sendo N tão grande quanto se queria, então se diz que o limite da variável x é infinito.
+∞=+∞→ xxlim ou −∞=−∞→ xxlim
6.2.1 - Igualdades Simbólicas: 6.2.1.1 – Tipo Soma:
a. (3) + ( ∞± ) = ∞± b. (+∞ ) + (+∞ ) = + ∞ c. - ∞ + (-∞ ) = - ∞ d. ∞ - ∞ = indeterminado
6.2.1.2 – Tipo Produto:
a. 5 x ( ∞± ) = ∞± b. (-5) x ( ∞± ) = ∞m c. (+∞ )x(+∞ ) = + ∞ d. (+∞ )x(-∞ ) = -∞ e. ± ∞ x 0 = indeterminado
6.2.1.3 – Tipo Quociente:
a. 0=∞c
b. ∞=∞c
c. 00=
∞
d.00
e =∞∞
indeterminado
6.2.1.4 – Tipo Potência:
a. +∞=+∞c (c>1)
b. 0=+∞c (0<c<1)
c. 00 =∞
d. 0=−∞c
e. +∞=+∞ +∞)(
f. −∞=−∞ c)( (se c for ímpar)
g. +∞=−∞ c)( (se c for par)
h. 0)( =+∞ −∞
i. 0)( =±∞ −c j. 00 = indeterminado k. =±∞ 0)( indeterminado
l. =±∞1 indetermindado
Cálculo Diferencial e Integral
56
Obs.: O limite de uma função polinomial quando x tende ao infinito, é o limite do termo de maior grau. Exemplos:
1) =−++∞← )13(lim 2 xxx
2) =−+
−+−+∞→ 432
1245lim 2
2
xxxxx
x
3) =+−−+
−∞→ 3543lim 2
2
xxxx
x
4) −∞→xlim =+
34
5
62
xx
5) =−+
++∞→ 132
18lim 4
4
xxxx
x
6) =−−−+++∞→ )11(lim 22 xxxxx
Cálculo Diferencial e Integral
57
AULA 08– EXERCÍCIOS 1) =−−−+∞→ )1235(lim 23 xxxx
2) =−+−−∞→ )122(lim 245 xxxx
3) =−+−−∞→ )123(lim 24 xxx
4) =+++∞→ )853(lim 24 xxx
5) =−+−−∞→ )235(lim 3 xxx
6) =−+−+∞→ )23(lim 2 xxx
7) =−+
−+−+∞→ 3
132lim 2
23
xxxxx
x
8) =−+
−∞→ 112lim 2
2
xx
x
9) =−−∞→ 3
3lim 2xx
x
10) =−+−++−
−∞→ 3591253lim 23
23
xxxxxx
x
11) =+−−+
−∞→ 784852lim 5
23
xxxx
x
12) =+
+−−∞→ 7
125lim23
xxx
x
13) =−+++
−∞→ 33
2
)1(1limxx
xxx
14) =+
+++∞→ 1
1lim2
xxx
x
15) =+
++−∞→ 1
1lim2
xxx
x
16) =+
−−+∞→
1532lim
4
2
xxx
x
17) =+
−−−∞→
1532lim
4
2
xxx
x
18) =−+++∞→ )43(lim 2 xxxx
19) =−++−∞→ )43(lim 2 xxxx
Respostas:
1) + ∞ 2) - ∞ 3) - ∞ 4) +∞ 5) +∞ 6) -∞ 7) +∞ 8) 2 9) 0
10) 31
11) 0 12) +∞
13) 31
14) 1 15) -1 16) 2 17) 2
18) 23
19) +∞
Cálculo Diferencial e Integral
58
AULA 09
6.3 – LIMITES TRIGONOMÉTRICOS:
1lim 0 =→ xsenx
x
Demonstrando o limite fundamental por tabela temos que:
Usando valores de x→ 0 em radianos, obtemos valores iguais ou muito próximos.
Exemplos:
1) =→ xxsen
x3lim 0
2) =−
→ 20cos1limx
xx
3) =→ xsenxsen
x 25lim 0
4) =++
→ xsenxsensenxxsen
x 425lim 0
5) =++
→ xsenxxsenx
x 923lim 0
x Senx
0,008 0,008
0,006 0,006
0,004 0,004
0,002 0,002
0,001 0,001
Cálculo Diferencial e Integral
59
6) =→ xtgx
x 0lim
7) =−
→ xx
xcos1lim 0
8) =→ sennxsenmx
x 0lim
AULA 09 – EXERCÍCIOS
1) =→ xxsen
x 23lim 0
2) =→ xsenx
x 4lim 0
3) =→ xxtg
x 32lim 0
4) =→ xsenxsen
x 34lim 0
5) =→ xtgxtg
x 53lim 0
6) =−
→ xsenxx
xcos1lim 0
7) =−
→ 20sec1limx
xx
8) =+
→ xsenxtgx
x 0lim
9) =−−
→ tgxxsenx
x 1coslim 0
10) =−
→ xsensenxtgx
x 20lim
11) =+−
→ senxxsenxx
x 0lim
12) =−
→ xsenxx
x 43cos5coslim 0
13) =−
→ senxxsenxsen
x23lim 0
14) =−+
→ xsenaaxsen
x)(lim 0
15) =−
→ 20 32cos1lim
xx
x
Respostas:
1) 3/2 2) ¼ 3) 2/3 4) 4/3 5) 3/5 6) ½ 7) – ½ 8) 2 9) -1 10) 0 11) 0 12) 0 13) 1 14) cos a 15) 2/3
Cálculo Diferencial e Integral
60
AULA 10
6.4 – LIMITES DE FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARÍTMICAS:
ex
x
x =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +∞→
11lim (1)
Neste caso, e representa a base dos logaritmos naturais ou neperianos. Trata-se do número irracional e, cujo valor aproximado é 2,7182818
Nota-se que a medida que x ∞→ , x
x⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +
11 → e
De forma análoga, efetuando a substituição yx=
1 e
yx 1=
temos:
ey yy =+→
1
0 )1(lim (2)
Ainda de forma mais geral, temos:
(3) klyl
y eky =+→ )1(lim 0
(4) kllx
x exk
=⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +∞→ 1lim
(5) ax
a x
x ln1lim 0 =−
→
(6) 11lim 0 =−
→ xe x
x
Exemplos:
1) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +∞→
x
x x
431lim
2) =+→x
x x3
0 )21(lim
X
x
x⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +
11
1 2
2 2,25
3 2,3703
10 2,5937
100 2,7048
1000 2,7169
10000 2,7181
100000 2,7182
Cálculo Diferencial e Integral
61
3) =−
→ x
x
x 213lim 0
4) =−
→ xsene x
x 21lim 0
5) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +∞→
x
x x
251lim
6) ( ) =+→x
x x2
0 21lim
7) =−
→ x
x
x12lim 0
8) =−→ 13lim 0 xx e
xsen
9) =−
→ xsene x
x 41lim
3
0
10) =−
→ xsen
x
x 213lim
5
0
11) =−+−−
−→ 26413loglim 2 x
xx
Cálculo Diferencial e Integral
62
AULA 10 – EXERCÍCIOS
1) =−−
→24
2
2
3lim xx
x
2) =−
−
→1
1
1lim xx
x e
3) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −
+−
→
245
4
2
1limx
xx
x e
4) =++++
−→ 4523loglim 2
2
31 xxxx
x
5) =−+
−→ 21
3lnlim 3 xx
x
6) =+−
→ xxxx
x 2
3
0 loglim
7) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ ++∞→
x
x x
211lim
8) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +−∞→
311limx
x x
9) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +
+
+∞→
211limx
x x
10) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +
−
+∞→
311limx
x x
11) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +−∞→
x
x x41lim
12) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ ++∞→
x
x x
321lim
13) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −−∞→
x
x x
321lim
14) =+→x
x x1
0 )41(lim
15) =−→x
x x2
0 )31(lim
16) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
−− +
+∞→
3
14lim
x
x xx
17) =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛−+
+∞→
2
31lim 2
2 x
x xx
18) =⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
++
+∞→
x
x xx
1232lim
19) =+
→ xx
x 2)1ln(lim 0
20) =+
→ xx
x 3)21ln(lim 0
Respostas
1) 81 2) e2 3) e-12 4) -1 5) ln4 6) 0 7) e2 8) e1/3 9) e 10) e 11) e4 12) e6 13) e-6 14) e4 15) e-6 16) e-3 17) e4 18) e 19) ½ 20) 2/3
Cálculo Diferencial e Integral
63
xa
?
y
AULA 11
6.5 – LIMITES LATERAIS: Consideramos uma função y = f(x), da qual queremos achar os limites laterais para x tendendo a a, ou seja, queremos calcular:
Limite lateral à direita ?)(lim =
−→ xfax
Limite lateral à esquerda Vejamos como proceder em cada caso:
Limite a direita (quando x→ a+) Fazemos a seguinte troca de variável: x = a + h, com h > 0 x → a, devemos ter h → 0 Exemplo: =+
+→ )43(lim 2 xx
Limite a esquerda (quando x → a-) Fazemos a seguinte troca de variável: x = a – h, com h > 0 x → a devemos ter h → 0 Exemplo: =+
−→ )43(lim 2 xx
O Limite de uma função existe quando )(lim)(lim xfxf axax +− →→ =
x
?
y
a
?)(lim =+→ xfax
Cálculo Diferencial e Integral
64
AULA 11 – EXERCÍCIOS 1) =−−+→
)13(lim 22 xxx
2) =+−
+→ 243lim 3 x
xx
3) =−
+−−→ 13
235lim2
1 xxx
x
4) =+−+−
−→ 23105lim 2
2
3 xxxx
x
5) =−++→)31(lim
3x
x
6) =−
+→ 2lim
2 xx
x
7) =+−→)3(lim 2
2xx
x
8) =++→)3(lim 2
2 xxx
9) =−
−→ 23lim 2 x
xx
10) =−
+→ 23lim
2 xx
x
11) =−→x
x
1
02lim
12) =+→x
x
1
0 2lim
13) =+
−→x
x 1021
4lim
14) =+
+→x
x 1021
4lim
15) Calcule os limites laterais solicitados.
a) ⎪⎩
⎪⎨
⎧
<+=>−
=1x se14x1x se 2
x se xxf
123)(
)(lim1
xf x +→
, )(lim1
xf x −→
, )(lim1
xfx→
b) ⎪⎩
⎪⎨
⎧
>=<−
=2 x se1-x2x se 0
x se xxf
21)(
2
)(lim2
xf x +→
e )(lim2
xf x −→
c) ⎪⎩
⎪⎨
⎧
>+
=<
=
2 x se7-6xx-
2x se 1x se 1-3x-x
xf2
22)(
2
)(lim2
xf x +→
e )(lim2
xf x −→
Respostas:
1) 9 2) 1 3) 2 4) 26 5) 1 6) ∞ 7) 10 8) 10 9) -∞ 10) +∞ 11) 0 12) +∞ 13) 4 14) 0 15) a) 1 e 5 b) 1 e -3 c) 1 e 1
Cálculo Diferencial e Integral
65
AULA 12
7 - ASSÍNTOTAS HORIZONTAIS E VERTICAIS
7.1 – INTRODUÇÃO: Traçaremos com facilidade um esboço gráfico de uma função se conhecermos as assíntotas horizontais e verticais do gráfico, caso elas existam.
Assíntota são as linhas horizontais e verticais que no gráfico servem para traçarmos a função, onde a função vai tender para este valor, o que encontrarmos da assíntota, porém não "toca " esta reta, pois a assintota são os limites laterais vertical e horizontal da função
7.2 – ASSÍNTOTA VERTICAL Dizemos que a reta x = a é uma assíntota vertical do gráfico de f, se pelo menos uma das afirmações seguintes for verdadeira:
i. ∞=+→)(lim xf
ax
ii. −∞=+→)(lim xf
ax
iii. ∞=−→)(lim xf
ax
iv. −∞=−→)(lim xf
ax
7.3 – ASSÍNTOTA HORIZONTAL Dizemos que a reta y = b é uma assíntota horizontal do gráfico de f, se pelo menos uma das afirmações seguintes for verdadeira:
i. bxfx =+∞→ )(lim
ii. bxfx =−∞→ )(lim
Exemplos:
1) Seja a função)1(
2)(−
=x
xf . Encontre a equação assíntotas horizontais e verticais se ela
existirem.
Cálculo Diferencial e Integral
66
2) Considere a função 2)2(43)(−
−=x
xf . Encontre a equação das assíntotas horizontais e
verticais, se ela existirem.
Cálculo Diferencial e Integral
67
8 – FUNÇÕES CONTÍNUAS 8.1 – DEFINIÇÃO: Uma função f é contínua em um ponto a se são satisfeitas as seguintes condições:
i. ∃ )(af
ii. ∃ )(lim xfax→
iii. )()(lim afxfax =→
Exemplos: Verifique se as funções abaixo são contínuas no ponto indicado:
1) xxxf 352)( +−= em x = 4
2) 2
|2|)( −=
xxf em x = 2
Cálculo Diferencial e Integral
68
3) ⎪⎩
⎪⎨
⎧
>−=<−
=333231
)(
2
xsexxsexsex
xf em x = 3
AULA 12 – EXERCÍCIOS Escreva a equação das assíntotas das funções abaixo, faça um esboço do gráfico da função:
1) 3
5−
=x
y
2) 113
−+
=xxy
3) x
y 2=
4) 2)1(2−
=x
y
5) 2
31−
+−=x
y
Verifique se as funções abaixo são contínuas nos pontos indicados
6) ⎪⎩
⎪⎨⎧
=
≠−−
=31
33
|3|)(
xse
xsexx
xf em x = 3
7) 39)(
2
−−
=x
xxf em x = 3
8) 53)( −= xxf em x = 2
9) ⎩⎨⎧
<−≥+−
=23215
)(2
xsexxsexx
xf em x = 2
Respostas
1) x = 3 é a equação da assíntota vertical e y = 0 é a assintota horizontal
2) x = 1 é a equação da assíntota vertical e y = 3 é a assintota horizontal
3) x = 0 é a equação da assíntota vertical e y = 0 é a assíntota horizontal
4) x = 1 é a equação da assíntota vertical e y = 0 é a assíntota horizontal
5) x = 2 é a equação da assíntota vertical e y = - 1 é a assíntota horizontal
6) a função não é contínua 7) a função é continua 8) a função é contínua 9) a função não é contínua
Cálculo Diferencial e Integral
69
AULA 13
9 – DERIVADAS
9.1 – INTRODUÇÃO: O Cálculo Diferencial e Integral criado por Leibniz e Newton no século XVII tornou-se logo de início um instrumento precioso e imprescindível para a solução de vários problemas relativos à Matemática e a Física. Na verdade, é indispensável para investigação não-elementar tanto nas ciências naturais como humanas. O formalismo matemático do Cálculo que à primeira vista nos parece abstrato e fora da realidade, está internamente relacionado com o raciocínio usado pelas pessoas em geral na resolução de problemas cotidianos. 9.2 – DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE ANGULAR DA RETA TANGENTE AO GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO EM UM DETERMINADO PONTO DESTE GRÁFICO: Seja f uma função representada no gráfico abaixo:
y
xx
f x( )
Gostaríamos de encontrar a inclinação da reta tangente a este gráfico em um determinado ponto, vamos supor P(x, f(x)). Sabemos que o coeficiente angular da reta nos dá a inclinação desta. Sendo assim, devemos encontrar o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico em P (x, f(x)).
y
xx
f x( )
Cálculo Diferencial e Integral
70
Seja P(x, f(x)) e Q (x + h, f(x +h)) dois pontos da função f onde h representa a diferença entre as abscissas de P e Q. É fácil determinar o coeficiente angular da reta PQ utilizando os conceitos de trigonometria no triângulo retângulo. Seja s a reta secante ao gráfico de f pelos pontos P e Q.
y
x
Q
P
x x + h
f x( )
f x+h( )
f x( )
s
R
Sabemos que o coeficiente angular mPQ da reta secante é dado pr
PRQRtgmm sPQ === α
h
xfhxfms)()( −+
= (i) inclinação da reta secante
Podemos tomar no gráfico pontos Q1, Q2, Q3, Q5,....Qn cada vez mais próximos de P, a reta s(PQ) secante a curva, tende a posição de tangência em P e o acréscimo h, tende a zero.
y
x
Q
P
x x + h
f x( )
f x+h( )
f x( )
s
RQ3
Q2
Q1
Logo:
hxfhxfm
mm
xt
sxt
)()(lim
lim
0
0
−+=
=
→
→
onde m representa o coeficiente angular da reta tangente. Esse limite quando existe é chamado Derivada de t
Cálculo Diferencial e Integral
71
9.3 – DEFINIÇÃO: Seja uma função f: D → R, e seja D’ o conjunto de todos os valores x tal que exista f’(x). Chama-se função derivada de f a função f’ : D’ → R tal que:
xxfxxfxf x Δ
−Δ+= →Δ
)()(lim)(' 0
Exemplo: 1) Se f(x) = x2 determine a equação da reta tangente ao gráfico f no ponto de abscissa x = 2
Cálculo Diferencial e Integral
72
1) Seja a função f: R → R tal que f(x) = x2. Obter a função derivada de f: 2) Utilizando a definição calcule a derivada da função f(x)=x3 9.3.1 – Outras notações para a função derivada:
y’ (lê-se: derivada de y) y’x (lê-se: derivada de y em relação a x)
dxdy
(derivada de y em relação a x)
Df (derivada de f)
Cálculo Diferencial e Integral
73
9.4 – SIGNIFICADO FÍSICO DA DERIVADA; A questão fundamental da cinemática consiste em determinar a velocidade de um móvel em um instante qualquer quando é conhecida a equação de seu movimento ou seja, a expressão que nos dá o espaço (posição) em função do tempo, s=f(t). Quantitativamente a velocidade exprime em geral, a razão de variação do espaço em relação ao tempo. Quando esta razão é constante, temos o movimento uniforme. Ou seja, se o móvel percorre um espaço SΔ em um intervalo de tempo tΔ , a velocidade é dada pelo quociente
tSvΔΔ
= , que é uma razão constante.
Quando porém, temos um movimento variado, ou seja, o móvel percorre espaços diferentes em tempos iguais, é necessário e fundamental distinguir a velocidade média da velocidade instantânea. Se um automóvel percorre 120 km em 2 horas, não podemos concluir deste fato que sua velocidade tenha sido de 60 km/h. Se durante o percurso nós ativéssemos ao velocímetro constataríamos que a velocidade apresentou variação, ora para mais, ora para menos. Portanto a velocidade de 60 km/h que obtivemos dividindo 120km pelo tempo de 2 horas gastos em percorrê-los é o que chamamos de velocidade média. A velocidade que observamos a cada instante no velocímetro do veículo denominamos velocidade instantânean. Consideremos um móvel de equação horária s = f(t) que se desloca sobre uma trajetória retilínea de origem O e que em um instante t1 ocupe uma posição S1 e num instante t2 ocupe uma posição S2.
Sabemos que o espaço percorrido pelo móvel entre uma posição e outra é 12 SSS −=Δ ou
)()( 12 tftfS −=Δ e que o tempo gasto para percorrê-lo é 12 ttt −=Δ . Logo, sua velocidade média neste percurso é:
12
12
12
12 )()(tt
tftfttSS
tSVm −
−=
−−
=ΔΔ
=
Com a definição de velocidade média e considerando a variação do tempo tendendo a zero podemos estabelecer a equação da velocidade instantânea no instante t1, dada por:
12
120
)()(limlimtt
tftftSV t −
−=
ΔΔ
= →Δ
Mas tttttt Δ+=⇒Δ=− 1212 e considerando t1 um instante genérico t, temos ttt Δ+=2 , logo:
ttfttfV t Δ
−Δ+= →Δ
)()(lim 0
que é a derivada da função f em relação a sua variável independente t, ou seja:
Se S = f(t) então S’(t) = v Raciocínio semelhante pode ser desenvolvido a partir da função velocidade do móvel, v= f(t), o que nos levará a concluir que a sua derivada nos fornecerá a aceleração do móvel em um instante qualquer, isto é: Se v = f(t) então v’(t) = a Onde a é a aceleração instantânea do móvel.
0 S1 S2
Cálculo Diferencial e Integral
74
9.5 – REGRAS DE DERIVAÇÃO: Esta seção contém algumas regras gerais que simplificam o trabalho de cálculo das derivadas. 1) f(x) = c f’(x) = 0
2) f(x) = xn f’(x) = n.xn-1
3) f(x) = u.v f’(x) = u’v + uv’
4) f(x) = u.v.w f’(x) = u’vw + uv’w + uvw’
5) vuxf =)( 2
'')('v
uvvuxf −=
6) f(x) = un f’(x) = n.un-1.u’
7) f(x) = au f’(x) = au.ln a.u’
8) f(x) = eu f’(x) = eu.u’
9) f(x) = ln u uuxf ')(' =
10) f(x) = log a u au
uxfln.
')(' =
11) f(x) = cos u f’(x) = - u’.sen u
12) f(x) = sen u f’(x) = u’.cos u
13) f(x) = tg u f’(x) = u’.sec2 u
14) f(x) = cotg u f’(x) = - u’.cossec2u
15) f(x) = sec u f’(x) = u’.sec u. tg u
16) f(x) = cossec u f’(x) = - u’.cossec u. cotg u
17) f(x) = uv f’(x) = v.uv-1.u’ + uv.v’.ln u
)'.ln'()(' uuvuvuxf v +=
18) f(x) = arc sen u 21
')('u
uxf−
=
19) f(x) = arc cos u 21
)('u
uxf−
−=
20) f(x) = arc tg u 21')('u
uxf+
=
Cálculo Diferencial e Integral
75
9.5.1 – Derivada de função Algébrica:
Exemplos: 1) y = 4x2 – 2x
2) 73
57 2
−−=xy
3) 3 2xy =
4) 1
2+
=x
xy
5) )1)(32( 2xxxy +−+= 6) 52 )3( += xy
7) 21 xy −=
8) 34
2+
=x
y
Cálculo Diferencial e Integral
76
AULA 13 – EXERCÍCIOS 1) y = 5X4 – 3X3 + 2X2 + 3X + 5 2) y = 7x4 -2x3 + 8x
3) xxxy 42
53
2 23
−+=
4) 3
7x
y =
5) 5
4x
y =
6) xxy += 2
7) 44 35 2 xxxy +−=
8) xxy 612 3 +=
9) 53
1−
=x
y
10) 7253
−+
=xxy
11) 55
322 +−
+=
xxxy
12) 223
2
2
+−+−
=xxxxy
13) y = (1 + 4x3)(1 + 2x2) 14) y = (x2 – 1)(1 – 2x)(1 – 3x2) 15) y = (2x2 – 4x + 8)8 16) y = (3a- 2bx)6
17) 3 3bxay +=
18) 3 22 )52( xy −=
19) xaxay −+= )(
20) 45 += xxy
21) 56
523 +
−=
xxy
22) 42
12 ++
+=
xxxy
23) xxy
−+
=11
24) xaxay
−+
=
Respostas: 1) y’ = 20x3 – 9x2 + 4x + 3 2) y’ = 28x3 – 6x2 + 8 3) y’ = 2x2 + 5x – 4
4) 4
21'x
y −=
5) 6
20'x
y −=
6) x
xxy2
4'2 +
=
7) 345 3
44
35
2' xxx
y +−=
8) x
xy 318' +=
9) 25309
3' 2 +−−
=xx
y
10) 2)72(31'−
−=
xy
11) 22
2
)55(2562'
+−+−−
=xx
xxy
12) 22
2
)2(42'+−−
=xx
xy
13) y’ = 40x4 + 12x2 + 4x 14) y’ = 30x4 – 12x3 – 24x2 + 8x + 2 15) y’ = (32x – 32)(2x2 – 4x + 1)7 16) y’ = -12b(3ª-2bx)5
17) 3 23
2
)('
bxabxy+
=
18) 3 2523
20'x
xy−
−=
19) xa
xay−
−=
23'
20) 452
815'++
=x
xy
21) 32
23
)56(10456'
+
++−=
xxxy
22) 32 )42(
3'++
=xx
y
23) )1(1
1'2 xx
y−−
=
24) 2)(
'xax
ay−
=
Cálculo Diferencial e Integral
77
AULA 14
9.5.2 – Derivada de Funções Exponenciais e Logarítmicas: Exemplos: 1) xy 3=
2) xey =
3) xxey 22 +=
4) axexy ⋅= 2
5) 11
+−
= x
x
eey
6) xy 3log=
7) )1(log 2 += xy a
8) xx
xx
eeeey −
−
+−
=
Cálculo Diferencial e Integral
78
AULA 14 – EXERCÍCIOS
1) y = 3x 2) y = e – x
3) 8xey =
4) 12 ++= xxey
5) xxy 22
7 +=
6) x
eyx
=
7) xxy )1( +=
8) 13
)1( ++= xxy
9) xy 3ln=
10) 3log4 xy =
11) 2
2
1ln
xxy+
=
12) xxy
−+
=11ln
13) 229ln xy −=
14) xx
yln1
=
15) xey x ln=
16) 22 ln xxy =
17) xxy ln
=
Respostas:
1) 3ln3' xy =
2) xey −−='
3) 8
.8' 7 xexy =
4) )12.(' 12
+= ++ xey xx
5) )22.(7ln.7' 22
+= + xy xx
6) 2
)1('xxey
x −=
7) )1ln()1()1(' 1 ++++= − xxxxy xx
8) )1ln(.3.)1()1)(1(' 213 33
+++++= + xxxxxy xx
9) x
xy2ln3'=
10) 10ln
12'x
y =
11) )1(
2' 2xxy
+=
12) 2)1(2'x
y−
=
13) 2292'
xxy
−−
=
14) 2)ln(1ln'
xxxy −−
=
15) ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +=
xxey x 1ln'
16) )1(ln2' 2 += xxy
17) 2
ln1'x
xy −=
Cálculo Diferencial e Integral
79
AULA 15
9.5.3 – Derivada de Funções Trigonométricas: Exemplos: 1) y = sen 5x 2) y = 3cos 2x 3) y = tg 3x 4) y = sec 4x 5) y = tg x3 6) y = tg2 x 7) y = cotg(1 – 2x2) 8) y = x2cosx 9) y = sen2x.cosx
10) x
xy cos=
11) x
xy−
=2
arccos
Cálculo Diferencial e Integral
80
AULA 15 – EXERCÍCIOS
1) y = cossec 7x 2) y = sen3x + cos2x 3) y = sen5x 4) y = 5sen3x
5) 3 3xtgy =
6) 12 += xseny
7) xxexy cos
=
8) xxy )(cos=
9) x
senxycos
=
10) 34xsenxey x +=
11) xy 3sec=
12) xesenxxy .2=
13) xarcseny 3=
14) x
arctgy 1=
15) )23( −= xarcseny
16) 22xarctgy =
17) )25( 3xarcseny −=
18) )1(cot 2xgarcy −=
19) 3sec xarcy =
20) )1sec(arccos −= xy
21) arcsenxxy += 2 22) arctgxxy .=
23) xy arccosln=
Respostas 1) y’ = -7cossec7x.cotg7x 2) y’ = 3cos3x-2sen2x 3) y’ = 5sen4x.cosx 4) y’ = 15sen2x.cosx
5) xsenx
xtgy
3.3cos3
'3
=
6) 12
12cos'++
=x
xy
7) xexxxsenxxy 2
cos)cos(' −+−=
8) )cos(ln)(cos' xtgxxxy x −=
9) xy 2sec'=
10) 212)cos(' xxsenxey x ++=
11) xtgxx
y .sec2
3' 3=
12) y’ = xex(2senx+xcosx+xsenx)
13) 291
3'x
y−
=
14) 1
1' 2 +−
=x
y
15) 3129
3'2 −+−
=xx
y
16) 4414'
xxy
+=
17) 24204
6'36
2
−+−
−=
xxxy
18) 42222'
xxxy+−
=
19) 1
3'6 −
=xx
y
20) xxx
y2)1(
1'2 −−
−=
21) 21
12'x
xy−
+=
22) 21'
xxarctgxy+
+=
23) 21.arccos
1'xx
y−
−=
Cálculo Diferencial e Integral
81
AULA 16
9.6 – DERIVADAS SUCESSIVAS Seja f uma função contínua em um intervalo I e derivável em um intervalo A ⊂ I. Vimos que a derivada de f em A denotamos por f’ . Se f’ é derivável em um intervalo B, B ⊂ A, a esta derivada de f’ denotamos por f” denominamos derivada segunda de f. Procedendo de maneira análoga, definimos as derivadas terceiras, quarta,...,enésimas. Exemplo: 1) Obtenha até a derivada de 5a ordem da função f(x) = 5x5 – 3x3
2) Dada a função f(x) = x4 – 2x3 + 4x2 – 1, pede-se calcular f”(-1) e f(6)(15)
9.7 – REGRAS DE L’HOSPITAL
Agora apresentaremos um método geral para levantar indeterminações do tipo 00
ou ∞∞
.
Esse método é dado pelas regras de L’Hospital. Regras de L’Hospital:Sejam f e g funções deriváveis num intervalo aberto I. Suponhamos que g’(x) ≠ 0 para todo x ≠ a em I.
i). Se 0)(lim)(lim == →→ xgxf axax e Lxgxf
ax =→ )(')('lim então:
Lxgxf
xgxf
axax == →→ )(')('lim
0()(lim
Cálculo Diferencial e Integral
82
ii). Se ∞== →→ )(lim)(lim xgxf axax e Lxgxf
ax =→ )(')('lim então:
Lxgxf
xgxf
axax == →→ )(')('lim
)()(lim
Obs.: A regra de L’Hospital continua válida se +∞=→ )(')('lim
xgxf
ax ou −∞=→ )(')('lim
xgxf
ax . Ela
também é válida para os limites laterais e para os limites no infinito. Exemplos: Determinar
1) 1
2lim 0 −→ xx ex
2) x
senxx 0lim →
3) x
xx
cos1lim 0−
→
4) 42lim 4 −
−→ x
xx
5) 236lim 2
2
2 +−−+
→ xxxx
x
Cálculo Diferencial e Integral
83
AULA 16 – EXERCÍCIOS
1) 11lim
2
1 −−
→ xx
x
2) 1
23lim 23
3
1 +−−+−
→ xxxxx
x
3) xx ex3
lim ∞→
4) 1
lnlim 1 −→ xx
x
5) 20 3lim
xsenxx
x−
→
6) 321lim
xex x
x
−
+∞→−−
7) 3
lim3
3 −−
→ xee x
x
8) senxx
xtgxx −
−→0lim
9) senxx
xee xx
x −−− −
→ 2lim
2
0
10) xsen
xx π
2
11lim −
→
11) x
xsenx −
−→ ππ
21
lim
12) 30limxsenxx
x−
→
13) x
ba xx
x−
→0lim
14)
2
1lim3
2 ππ−
−→ x
xsenx
15) 1cos
1lim2
0 −−
→ xe x
x
16) Obter a derivada terceira das seguintes funções:
a) f(x) = x3 + 2x2 + 1 b) f(x) = 5x2 – 3x +2
c) 121)( −=x
xf
d) f(x) = 2x-3 e) f(x) = sen3x f) f(x) = e2x
17) Obter a derivada segunda das seguintes funções:
a) xa
xy+
=2
b) y = ex.cosx Respostas
1) 2
2) 23
3) 0 4) 1 5) 0 6) 0 7) e3 8) 2 9) 2
10) π2
11) 0
12) 61
13) baln
14) 0 15) -2 16) a) 6 b) 0 c) 0 d) -120x-6
e) -27cos3x f) 8e2x
17) a) 3
2
)(2"
xaay+
=
b) y” = -2exsenx
Cálculo Diferencial e Integral
84
AULA 17
9.8 – APLICAÇÃO DAS DERIVADAS 9.8.1 – Taxas de Variação Relacionadas Notemos que se duas grandezas variáveis estão relacionadas entre si através de uma terceira grandeza, então suas taxas de variação em relação a esta grandeza da qual dependem também estarão.
Exemplo: Se y depende de x e x depende de t, temos: dtdx
dxdy
dtdy
⋅=
Exemplos:
1) Um quadrado se expande de modo que seu lado varia a razão de 5 cm/s. Achar a taxa de variação de sua área em relação ao tempo no instante em que o lado mede 15cm.
2) Um cubo se expande de modo que sua aresta varia a razão de 12,5cm/s. Achar a taxa de
variação de seu volume no instante em que sua aresta mede 10cm.
Cálculo Diferencial e Integral Profa Paula Francis Benevides
85
3) Acumula-se areia em um monte com a forma de um cone onde a altura é igual ao raio da
base. Se o volume de areia cresce a uma taxa de 10 m3/h, a que razão aumenta a área da base quando a altura do monte é de 4m?
Cálculo Diferencial e Integral
86
9.8.2 – Máximos e Mínimos 9.8.2.1 – Introdução: Suponha que o gráfico abaixo tenha sido feito por um instrumento registrador usado para medir a variação de uma quantidade física em relação ao tempo. Em tal caso, o eixo dos x representa o tempo e as ordenadas dos pontos do gráfico, os valores da quantidade f(x). Por exemplo, os valores de y podem representar medidas de temperaturas, pressão, corrente em um circuito elétrico, pressão sangüínea de indivíduo, quantidade de um produto químico em uma solução, bactérias em uma cultura, etc. Observemos que há intervalos em que a função é crescente e outros nos quais ela é decrescente.
y
xa b c d e
M
N
P
A figura mostra que f é crescente no intervalo de ]a,b[, decrescente de ]b, c[, crescente ]c, d[ e decrescente de ]d, e[. Se restringirmos nossa atenção ao intervalo de [b, e], veremos que a quantidade atingiu seu máximo (maior valor) em d e seu mínimo em c. Observe que em outros intervalos existem diferentes máximos e mínimos. O ponto M da curva, de abscissa x = b, situa-se exatamente no ponto onde a função passa de crescente para decrescente. Dizemos então que a função apresenta um máximo local em x = b, ou que f(b) é um máximo local da função. Isto é, o valor de f(b) é o maior valor que a função assume para valores de x, próximos de b. Convém observar que o ponto M não é o ponto mais alto do gráfico. M é o ponto mais alto dos que lhe são próximos. Por isso o adjetivo “local”. Vejamos agora que a função é decrescente no intervalo de ]b, c[ e crescente de ]c, d[. O ponto N da curva situa-se exatamente no ponto em que a função passa de decrescente para crescente e sua abscissa é x = c. Observamos que N é o mais baixo ponto entre os que lhe são próximos. Dizemos que a função apresenta ai um mínimo local, ou que f(c) é um mínimo local de f. O valor de f(c) é o menor valor que a função assume para valores próximos de x, próximos de b. Notemos que a função pode apresentar outros máximos e mínimos locais. Definição 1: Seja f uma função definida em um intervalo l e c um número em l, então:
i). f(x) é máximo de f em l se f(x) ≤ f(c) para todo x em l ii). f(x) é mínimo em f em l se f(x) ≥ f(c) para todo x em l
Definição 2: Seja c um valor do domínio de uma função f
i). f(c) é máximo local de f se existe um intervalo (a,b), contendo c, tal que f(x) ≤ f(c) para todo x em (a,b)
ii). f(c) é mínimo local de f se existe um intervalo (a,b), contendo c, tal que f(x) ≥ f(c) para todo x em (a,b)
Teorema: Se uma função f tem extremo local para um valor c, então f’(c) = 0 ou f’(c) não existe.
Cálculo Diferencial e Integral
87
Suponha que uma função f seja derivável, neste caso o seu gráfico admite tangente em cada ponto, conforme o gráfico abaixo.
No ponto B, de máximo local, e A de mínimo local, a tangente ao gráfico é uma reta horizontal, paralela ao eixo x. Logo f’(a) = f’(b) = 0 pois o coeficiente angular da reta tangente é a derivada da função no ponto. Se f é uma função derivável e xo ponto tal que f’(xo) = 0 ou não exista, dizemos que x0 é um ponto crítico da função f. Portanto da afirmação anterior, concluímos que os máximos e mínimos locais de uma função ocorrem em pontos críticos da função. A condição f’(x) = 0 é necessária para que haja máximo ou mínimo local no ponto x, mas não é suficiente. Seja por exemplo a função f(x) = x3. Derivando temos: f’(x) = 3x2, logo f’(x) = 0 e o ponto de abscissa x = 0 não é nem máximo local nem mínimo local da função. Definição 3: Um ponto (número) c do domínio de uma função f é ponto crítico de f se, ou f’(c)=0 ou f’(c) não exista. Exemplo: Determine os pontos críticos da função f(x) = 4x2 – 3x + 2
A
B
Cálculo Diferencial e Integral
88
9.8.2.2 – Determinação dos Máximos e Mínimos locais: 1º) Calcular a derivada primeira da função f e resolver a equação f’(x)=0, cujas raízes
são as abscissas dos pontos críticos de f. 2º) Examinamos cada ponto crítico encontrado afim de verificar se trata-se de extremo
ou não. Para isso, utilizaremos o teste da derivada primeira ou o teste da derivada segunda.
9.8.2.3 – Crescimento e Decrescimento de funções: Teorema: Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [a, b] e derivável no intervalo aberto (a, b).
i). Se f’(x) > 0 para todo x em (a, b) então f é crescente em [a, b] ii). Se f’(x) < 0 para todo x em (a, b) então f é decrescente em [a, b]
9.8.2.4 – Teste da Derivada Primeira: Suponhamos que para x = x0 a função f tenha um ponto crítico e sejam a e b muito próximos de x0 tais que a<x0<b, então:
i). Se tivermos que f’(a) > 0 e f’(b) < 0, então, nesse caso a função passa de crescente a decrescente e podemos afiram que f(x0) é um máximo local da função.
ii). Se tivermos que f’(a) < 0 e f’(b) > 0, então, nesse caso a função passa de decrescente a crescente e podemos afirmar que f(x0) é um mínimo local da função.
Exemplos:
1) Seja a função f(x) = x2 -4. Determine os pontos de máximo, de mínimo e de inflexão se existirem.
Cálculo Diferencial e Integral
89
2) Seja a função f(x) = - x3 + 8x2 + 12x – 5. Determine os pontos de máximo, de mínimo e
de inflexão se existirem. 9.8.2.5 – Concavidade e Teste da Derivada Segunda: Teste da Concavidade: Se uma função f é diferenciável em um intervalo aberto contendo c, então, no ponto P(c, f(c)), o gráfico é:
i). Côncavo para cima se f”(c) > 0 ii). Côncavo para baixo se f”(c) <0
Teste da Derivada Segunda: Seja f diferenciável em um intervalo aberto contendo c e f’(c)=0.
i). Se f”(c) < 0, então f tem máximo local em c ii). Se f”(c) > 0, então f tem mínimo local em c
Se a função f admite derivada segunda nos pontos críticos, e supondo que esta seja
contínua no domínio considerado, podemos empregá-la para examinar cada ponto crítico e classificá-lo.
Seja x0 a abscissa de um ponto crítico, se f”(x0) > 0, o gráfico de f côncavo para cima para x próximo de x0, isto é, f tem ai concavidade voltada pra cima e então f(x0) é um mínimo local de f.
Cálculo Diferencial e Integral
90
Se f”(x0) < 0, o gráfico de f é côncavo para baixo pra x próximo de x0, isto é, f tem
concavidade voltada pra baixo, e nesse caso, f(x0) é um máximo local de f. Resumindo:
Mínimo Local: ⎩⎨⎧
>=
0)("0)('
0
0
xfxf
Máximo Local: ⎩⎨⎧
<=
0)("0)('
0
0
xfxf
Exemplo: Determinar os pontos máximos ou mínimos da função f(x) = - x3 – 3x2 + 9x – 5, se existirem usando o teste da DERIVADA SEGUNDA.
Cálculo Diferencial e Integral
91
AULA 17 – EXERCÍCIOS 1) Ao aquecer um disco circular de metal, seu diâmetro varia à razão de 0,01 cm/min. Quando o diâmetro esta com 5 metros, a que taxa esta variando a área de uma face? 2) Um tanque em forma de cone com vértice para baixo mede 12 m de altura e tem no topo um diâmetro de 12 m. Bombeia-se água à taxa de 4m3/min. Ache a taxa com que o nível da água sobe: a) quando a água tem 2 m de profundidade. b) quando a água tem 8 m de profundidade. 3) Uma pedra lançada em uma lagoa provoca uma série de ondulações concêntricas. Se o raio r da onda exterior cresce uniformemente à taxa de 1,8 m/s, determine a taxa com que a área de água perturbada está crescendo: a) quando r = 3m b) quando r = 6m 4) Determine as abscissas dos pontos críticos das funções abaixo: a) s(t) = 2t3 + t2 – 20t +4 b) f(x) = 4x3 – 5x2 – 42x + 7 c) g(w) = w4 – 32w 5) Determine os pontos de máximo, de mínimo e de inflexão das seguintes funções se existires, UTILIZANDO O TESTE DA DERIVADA PRIMEIRA. a) y = 6x3 + 15x2 – 12x -5
b) 8874)( 2 −+−= xxxf
c) f(x) = - 9x2 + 14x +15 6) Determine as abscissas dos pontos máximos ou mínimos das seguintes funções, UTILIZANDO O TESTE DA DERIVADA SEGUNDA. a) f(x) = x3 – 12x2 + 45x +30 b) y = 8x3 – 51x2 -90x +1 c) y = -x3 – 9x2 + 81x – 6 7) Imagine que a trajetória de uma pedra lançada ao ar seja um trecho da parábola dada por y = 5x 2 – 2 0x (x e y em metros), determine o ponto máximo da função. Respostas:
1) min/2
5 2cmπ
2)
min/41)
min/4)
mb
ma
π
π
3) smbsma
/6,21)/8,10)
2
2
π
π
4)
2)3
72
3)
235)
=
−=
−=
wc
exb
eta
5) a) máx x = -2 e min x = 1/3 b) máx x = 7 c) máx x = 7/9 6) a) máx x = 3 e min x = 5 b) máx x = -3/4 e min x = 5 c) máx x = 3 e min x = - 9 7) P(2,- 20)
Cálculo Diferencial e Integral
92
AULA 18
10 – INTEGRAIS
10.1 – INTRODUÇÃO: Até o momento, nosso problema era; dada a função obter a sua derivada. A partir de agora, trabalharemos com a pergunta inversa: dada a função de quem ela é derivada? A operação contrária a diferenciação (ou a derivação) é chamada de antidiferenciação ou anti-derivada. Definição: Uma função F é chamada de anti-derivada de uma função f em um intervalo l se F’(x) = f(x) para todo x em l Exemplo: Seja f(x) = 4x3 + 2x + 1. F(x) = x4 + x2 + x é a anti-derivada da função f, pois F’(x0 = f(x). Mas não existe uma única integral, note por exemplo que: G(x) = x4 + x2 + x + 5 também é uma anti-derivada de f pois G’(x) = f9x0 Na verdade,qualquer função definida por H(x) = x4 + x2 + x + c onde x é uma constante qualquer, será uma integral de f. 10.1.1 – NOTAÇÃO: A anti-diferenciação é um processo pelo qual se obtém a anti-derivada, mais geral de uma
função encontrada. O símbolo ∫ denota a operação de integral, e escrevemos:
∫ += CxFdxxf )()( onde )()(' xfxF =
A expressão acima é chamada de Integral Indefinida de f. Em lugar de usarmos a
expressão antiderivação para o processo de determinação de F, utilizaremos agora, a expressão Integração Indefinida.
Para facilitar o nosso processo de obtenção da anti-derivada de uma função, temos
algumas regras, que veremos a seguir. 10.2 – INTEGRAIS IMEDIATAS
∫ ++
=+
cnxdxx
nn
1
1
1) ∫ =dxx5
2) ∫ =2xdx
3) ∫ =3 2xdx
Cálculo Diferencial e Integral
93
4) ∫ =− dxxx)1(
5) ∫ =⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛ + dxx
x2
32 1
6) ∫ =−+ dx
xxx2
23 )45(
7) ∫ =+ dxxx 223 3.)2(
∫ ++
=+
cnvdvv
nn
1
1
8) ∫ =+ xdxxba .222
∫ += cvvdv ln
9) ∫ =− )32( x
dx
Cálculo Diferencial e Integral
94
10) ∫ =− 3
2
21 xdxx
∫ += ca
advav
v
ln ∫ += cedve vv
11) ∫ =dxxe x
2
1
12) ∫ =dxexx3
13) ( )∫ =
− dxbabaxx
xx 2
cvdvtgv +−=∫ cosln. ou cvdvtgv +=∫ secln.
14) ∫ =xdxtg2
∫ +−= cgvvvdv )cotsecln(cosseccos
15) ∫ =xdxseccos
Cálculo Diferencial e Integral
95
∫ += ctgvvdv2sec
16) ∫ =dxxx 322 sec
∫ ++= ctgvvvdv )ln(secsec
17) ∫ =x
dxxsec
∫ += cxdxtgxx sec..sec
18) ∫ =dxx
senx2cos
∫ +−= cgxxdx cotseccos 2
19) ∫ =+ x
dxcos1
Cálculo Diferencial e Integral
96
cavarcsen
vadv
+=−
∫ 22 ou c
av
vadv
+−=−
∫ arccos22
20) ∫ =− 2916 xdx
cavarctg
avadv
+=+∫
122 ou c
avarc
avadv
+−=+∫ cot1
22
21) ∫ =+ 94 2x
dx
cavarc
aavvdv
+=−
∫ sec122
ou cav
aavvdv
+−=−
∫ secarccos122
22) ∫ =− 94 2xx
dx
Cálculo Diferencial e Integral
97
cvava
ava
dv+
−
+=
−∫ ln21
22
23) ∫ =−19 2x
dx
∫ ++−
=−
cavav
aavdv ln
21
22 ∫ +±+=±
cavvav
dv )ln( 22
22
24) ∫ =−+ 743 2 xx
dx
Cálculo Diferencial e Integral
98
Aula 18- Exercícios
1) ∫ +dx
xx
33
2
)2(8
2) ∫+
+ dxxx
x3
12 )6(
)3(
3) ∫ − dxxx 42 2
4) dxx
x∫
+ )ln2(
5) ∫+ dx
xx 2)1(
6) ∫ + dxee xx .)1( 3
7) ∫ dxxxsen .2cos.2 2
8) ∫ ⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛+
dxtgxx
2
1sec
9) ∫ −dx
xcbax
222
3
10) ∫ xxdxln.
11) ∫ dxxtg .2
12) ∫ 22 )( xedx
13) dxx
xsenx∫
+cos
cos
14) ∫ dxxsen
gx2
cot
15) ∫ − dxx 2)14(sec
16) ∫ +dx
xbatgxx
sec.sec
17) ∫ dxxsenx
4
3cos
18) ∫ dxxtg .4
19) ∫ + dxxxtg 2)2sec2(
20) ∫ + dxgxtgx 2)cot(
21) ∫ +dx
bxax
44
22) ∫ − 294 tdt
23) ∫ − θθθ24
.cossen
d
24) ∫−14xx
dx
25) ∫−
dxx
x2
2
1arccos
26) ∫ −dx
xx
6
2
5
27) ∫ + arctgxxdx)1( 2
28) ∫ −+ xx eedx
29) ∫ +dx
xtgxx
2sec49.sec
30) ∫ ++ 522 xxdx
31) ∫−− 23 2xx
dx
32) ∫−++ 2)12(
32 xxx
dx
33) ∫−
− dxx
xx21
arccos
Cálculo Diferencial e Integral
99
34) dxxx
x∫ −+
−743
322
35) ∫−+ 2627 xx
xdx
36) ∫++ 21 xx
dx
37) ∫+
− dxxx
9413
2
38) ∫ +−+ dx
xxx
812932
2
39) ∫+
dxxsen
xsen21
2
40) ∫ + x
x
edxe
2
2
2
41) ∫− xxdx
2ln1
42) ∫ + xxsendx
22 cos32
43) dxxx∫ +3 23.
Respostas:
1) cx
++
−23 )2(3
4 2)
4)6(3 3
22 xx + + c
3) cx+
−−
6)21( 2
32
4) cx+
+2
)ln2( 2
5) cxxx +++5
23
422
52
3
21
6) cex
++4
)1( 4
7) cx+−
6)2(cos 3
8) ctgx
++−
11
9) cxcbc
a+−
− )ln(2
3 2222 10) ln(lnx) + c
11) cx +)2ln(sec21
12) ce x +−
441
13) cxx ++)ln(sec l 14) cgx+−
2)(cot 2
15) cxxtgxxtg +++− )44ln(sec214
41
16) cxbab
++ )secln(1 17) c
sensenx x +− 3311
18) cxtgxxtg++−
3
3
19) cxxxtg +−+ 2sec2
20) ctgxgx ++− cot 21) cbxarctg
ba
+2
2
22
22) ctt+⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
−+
3232ln
121
23) csensen
+⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
−+
θθ
22ln
41
24) cxarc +2sec21
25) cx+
−3
arccos3
26) cxx
+⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
−+
3
3
55ln
561
27) carctgx +)ln(
28) carctgex + 29) cxarctg +⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
3sec2
61
30) cxarctg +⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +
21
21
31) cxarcsen +− )32(
32) ( ) cxarc +
+3
12sec
33) cxx+−+− 2
2
12
arccos
34) cxxxx +⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
+−
−−+7333ln
3013)743ln(
31 2
35) ( ) cxarcsenxx +−
+−+−6
33627 2
36) cxxx +++++ )121ln( 2
37) cxxx +++−+ )942ln(2194
43 22
38) cxarctgxx +−
++−2
2321.
913)8129ln(
91 2
39) cxsen ++ 212
40) cearctgx
+22
1
41) cxarcsen +1
ln
42) ctgxarctg +⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
32
61
43) ( ) 343
723
61)23(
211
+−+ xx
Cálculo Diferencial e Integral
100
AULA 19
10.3 - INTEGRAIS POR PARTES
∫ ∫−= duvvudvu ...
1) ∫ =dxex x.
2) ∫ =dxxx .ln.2
3) ∫ =+ dxxx3 23
Cálculo Diferencial e Integral
101
4) ∫ =++ dxxx )1ln( 2
5) ∫ =xdxsenesenx 2
Cálculo Diferencial e Integral
102
AULA 19 – EXERCÍCIOS 1) ∫ =arcsenxdx
2) ∫ =xdxsen2
3) ∫ =xdx3sec
4) ∫ =dxsenxx ..2
5) =∫ dxex x ..23
6) =∫ dxex x.. 23
7) ∫ =dxarctgxx ..
8) ( )∫ =−
321.
x
xdxarcsenx
9) ∫ =dxxxtg .sec. 32
10) ∫ =− dxxarctgx 1. 2
11) ∫ =+ 2)1(.ln
xdxx
12) ∫ =+
dxx
xarcsen1
Respostas:
1) cxarcsenxx +−+ 21.
2) cxsenx+−
42
2
3) ctgxxtgxx +++ )ln(sec21.sec
21
4) cxxsenxxx +++− cos22cos.2
5) cxex +− )1(21 22
6) cxxxe x +⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ +−− 122
34..
83 232
7) cxxarctgx +−+ )1( 2
8) cxx
xarcsenx
+⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−+
−− 1
1ln21
1 2
9) ctgxxxtgxxtgx ++−− )ln(sec81sec
81sec
41 3
10) cxxarctgx +−−− 1211
21 222
11) cx
xx
x+⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
++
+−
1ln
)1(ln
12) cxarctgx
xxxarcsen +
+−+1
Cálculo Diferencial e Integral
103
AULA 20
10.4 – INTEGRAÇÃO COM APLICAÇÃO DE IDENTIDADES TRIGONOMÉTRICAS As identidades seguintes são empregadas no cálculo das integrais trigonométricas do presente capítulo:
i). 1cos22 =+ xxsen ii). xxtg 22 sec1 =+
iii). xxg 22 seccoscot1 =+
iv). )2cos1(212 xxsen −=
v). )2cos1(21cos2 xx +=
vi). xsenxsenx 221cos =⋅
vii). [ ])()(21cos yxsenyxsenysenx ++−=⋅
viii). [ ])cos()cos(21 yxyxsenysenx +−−=⋅
ix). [ ])cos()cos(21coscos yxyxyx ++−=⋅
x). xsenx212cos1 2=−
xi). xx21cos2cos1 2=+
xii). ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −±=± xsenx π
21cos11
Exemplos: 1) ∫ =xdxsen2
2) ∫ =xdx3cos2
Cálculo Diferencial e Integral
104
3) ∫ =xdxsen3
4) ∫ =xdx6cos
5) ∫ =xdxxsen 22 cos
Cálculo Diferencial e Integral
105
6) ∫ =xdxsenxsen 2.3
7) ∫ =dxxxsen .5cos.3
8) ∫ =dxxx .2cos.4cos
9) ( )∫ =+ dxx .3cos1 23
Cálculo Diferencial e Integral
106
10) ∫ =− dxxcos1
11) ∫ =− xsen
dx21
12) =∫ dxxtg .4
13) ∫ =xdxg 2cot 3
Cálculo Diferencial e Integral
107
AULA 20 – EXERCÍCIOS 1) ∫ =xdx5cos
2) ∫ =xdxsen4
3) ∫ =dxxsenx .2.2cos 34
4) ∫ =xdxxsen 3cos.3 53
5) ∫ =xdxxsen 44 cos.
6) ∫ =dxx
xsen3 4
3
cos
7) ∫ =xdxtg 5
8) ∫ =xdx2sec4
9) ∫ =xdxtgx 34 .sec
10) ∫ =xdxxtg 2sec.2 33
11) ∫ =xdxxtg 44 sec.
12) ∫ =xdxg 3cot 4
Respostas:
1) Cxsenxsensenx ++− 53
51
32
2) Cxsenxsenx ++− 43212
41
83
3) Cxx +− 2cos1012cos
141 57
4) Cxx +− 3cos1813cos
241 68
5) ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ ++− Cxsenxsenx
8843
1281
6) Cxx ++− 3
53
1cos
53cos3
7) Cxxtgxtg++− secln
24
24
8) Cxtgxtg ++ 2212
61 3
9) Cxtgxtg++
64
64
ou Cxx+−
4sec
6sec 46
10) Cxx +− 2sec612sec
101 35
11) Cxtgxtg++
75
75
12) Cxxgxg +++− 3cot313cot
91 3
Cálculo Diferencial e Integral
108
AULA 21
10.5 – INTEGRAÇÃO POR FRAÇÕES PARCIAIS Esta técnica é usada para integrar funções racionais próprias, isto é, funções da forma
)()()(
xqxpxR = , onde p e q são polinomiais e o grau de p(x) é menor que o grau de q(x). A ídéia é
desdobrar o integrando R(x) em uma soma de funções racionais mais simples, que podem ser integradas. É fácil verificar que:
1
11
11
22 +
−+
−=
− xxx
A expressão à direita é o que se chama uma decomposição em frações parciais de 1
22 −x
.
Pode-se usar esta decomposição para calcular a integral indefinida de 1
22 −x
.
Basta integrarmos cada uma das frações da decomposição, obtendo:
∫ ∫ ∫ +−
+−
=−
dxx
dxx
dxx 1
11
11
22
O desdobramento do integrando pode ser feito de acordo com os casos seguintes:
CASO 1: O denominador de R(x) pode ser decomposto em fatores distintos do 1o grau. Neste
caso, a cada fator da forma (ax + b), *ℜ∈a e , ℜ∈b , que aparece no denominador, corresponde
uma fração da forma )( bax
A+
.
Exemplos:
)1)(1(
2)1(
22 +−
=− xxxxx
)1()1()1(
22 +
+−
+=− x
Cx
BxA
xx
Calcule ∫ =−+−+ dx
xxxxx
329134
23
2
Cálculo Diferencial e Integral
109
CASO 2: O denominador de R(x) pode ser decomposto em fatores repetidos do 1o grau. A cada fator da forma (ax + b) que aparece n vezes no denominador, corresponde uma soma de n frações da forma:
nn
baxA
baxA
baxA
)(...
)( 221
+++
++
+
Exemplos:
22222 ])1)[(1)(1(1
)12()1(1
−+++
=+−+
+xxx
xxxx
x
4222 )1)(1(1
)12()1(1
−+=
+−++
xxxxxx
45
34
2321
222 )1()1()1()1()1()12()1(1
−+
−+
−+
−+
+=
+−++
xA
xA
xA
xA
xA
xxxx
Calcule ∫ =−+
−+− dxxx
xxx3
23
)2)(1(429183
Cálculo Diferencial e Integral
110
CASO 3: O denominador é constituído por fatores quadráticos distintos e irredutíveis da forma q(x) = ax2 +bx + c com a≠ 0 e não pode portanto ser decomposto em fatores do 1o grau. A cada
fator q(x) que aparece no denominador, corresponde uma fração da forma )(xqBAx +
Exemplo:
)1()1()1)(1(
12
222
1122 +
++
+++
=+++ x
BxAxx
BxAxxx
Calcule ∫ =−+−
−− dxxxx
xx482
2123
2
Cálculo Diferencial e Integral
111
CASO 4: O denominador é constituído por fatores quadráticos repetidos e irredutíveis da forma q(x) = ax2 + bx + c com a≠ 0 e não pode portanto ser decomposto em fatores do 1o grau. A cada fator de q(x) que aparece repetido no denominador, corresponde uma soma de frações da
forma nnn
xqBxA
xqBxA
xqBxA
)]([...
)]([)( 22211 +
+++
++
Calcule ∫ =+
−+− dxx
xxx22
23
)1(3735
Cálculo Diferencial e Integral
112
AULA 21 – EXERCÍCIOS
1) =−−
∫ dxxxx
)4(125
2) ∫ =−−+
− dxxxx
x)3)(2)(1(
1137
3) ∫ =−− dx
xx
2)1(116
4) ∫ =−+
+ dxxx
x82
162
5) ∫ =−
−− dxxxxx
48105
3
2
6) ∫ =−+−− dx
xxxx
)5()1(33252
2
2
Respostas: 1) Cxx +−+ |4|ln2||ln3
2) Cxxx +−+−−+ |3|ln|2|ln5|1|ln4
3) Cx
x +−
+−1
5|1|ln6
4) Cxx +−++− |2|ln3|4|ln2
5) Cxxx +++−− |2|ln4|2|ln||ln2
6) Cxx
x +−−+
−+ |5|ln31
1|1|ln5
Cálculo Diferencial e Integral
113
AULA 22
10.6 – INTEGRAL DEFINIDA: Teorema fundamental do Cálculo: Seja f uma função contínua em [a, b] e g uma função tal
que g’(x) = f(x) para todo x ∈ [a, b]. Então ∫ −=b
aagbgdxxf )()()( .
A expressão ∫b
adxxf )( é chamada de Integral Definida de f de a até b.
Em linguagem simples, este teorema nos diz que se g é uma anti-derivada de f, então a integral definida de a até b de f é dada pela diferença g(b) – g(a). Os valores de a e b são chamados de limites de integração. Exemplos:
1) Calcule ∫ =3
1
2dxx
2) Calcule ∫ =3
15dx
3) Calcule ∫ =7
0xdx
Cálculo Diferencial e Integral
114
X=1 X=3
y
x
10.6.1 – INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA: Vamos agora interpretar geometricamente os exemplos 2 e 3. 1) Seja f(x) = 5 (exemplo 2). Tomemos a região delimitada por (x), o eixo x e as retas x = 1 e x = 3.
Temos um retângulo de base 2 e altura 5, cuja área é dada por: A1 = b.h = 2x5 = 10u.a (como no exemplo 2) 2) Seja f(x) = x (exemplo 3). Tomaremos a região delimitada pelo eixo x, a função f(x) = x e as retas x = 0 e x = 7.
Temos um triângulo de base 7 e altura 7, cuja área é dada por auA .249
277
2 =⋅
= .
Os fatos observados nestes exemplos não são mera coincidência. Na verdade, se f(x)>0
para x ∈ [a,b], então ∫b
adxxf )( nos fornece a área limitada por f(x) pelas retas x =a e x = b e o
eixo x.
1 3 7 x
y
1
3
f(x)=x
7
Cálculo Diferencial e Integral
115
3) Tomemos agora um exemplo em que f(x) < 0 em [a, b]
∫−
−=+
1
3)1( dxx ( ) ( ) 2)3(
23)1(
21
2
221
3
2
−=⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡−+
−−⎥
⎦
⎤⎢⎣
⎡−+
−=+ −
−xx
A região delimitada por y = (x+1), pelo eixo x e as retas x = - 3 e x = - 1 é apresentada abaixo:
Note que A3 é um triângulo de base 2 e altura 2, assim, ..2
223 auA ⋅=
Assim, vemos que ∫−
−=
1
33 )( dxxfA .
Em geral se f(x)<0 em [a, b] a área delimitada por f(x), o eixo x e as retas x = a e x=b é
dada por ∫=b
adxxfA )( .
10.6.2 – PROPRIEDADES DAS INTEGRAIS DEFINIDAS
1. Se uma função f é integrável no intervalo fechado [a, b], e se k é uma constante qualquer, então:
∫ ∫=b
a
b
adxxfkdxxfk )()(.
Exemplo:
Calcule o valor da integral ∫ =3
05xdx
1
-1
-2
-3 -1x
y
Cálculo Diferencial e Integral
116
2. Se as funções f e g são integráveis no mesmo intervalo fechado [a,b] então f + g é integrável em [a, b] e:
∫ ∫ ∫+=+b
a
b
a
b
adxxgdxxfdxxgxf )()()]()([
Exemplo:
Calcule o valor da integral ∫ =⎥⎦⎤
⎢⎣⎡ +
5
3
2 1 dxx
x
3. Se a função f é integrável nos intervalos fechados [a, b], [a, c] e [c, b] então:
∫ ∫ ∫+=b
a
c
a
b
cdxxfdxxfdxxf )()()(
Exemplo:
Calcule o valor da integral ∫− =3
2xdx
AULA 22 – EXERCÍCIOS Encontre o valor das integrais definidas abaixo:
1) ∫ =2
0
2dxx
2) ∫ =2
1
3dxx
3) ∫ =++4
1
2 )54( dxxx
4) ∫− =+2
2
3 )1( dxx
5) ∫− =⎟⎠⎞⎜
⎝⎛ +
1
13
13
44 dxxx
6) ∫− =+4
3)2( dxx
7) ∫ =−
5
1 13xdx
8) ∫− =−3
3
6 )3( dttt
9) ∫ =+
4
0 2 9xxdx
10) ∫ =+5
04dxx
11) ∫ =1
0
3 78 dxx
Respostas:
1) 38
2) 4
15
3) 66 4) 4
5) 76
6) 2
35
7) [ ]173
22−
8) 7
4374
9) 2
10) 3
38
11) 53
Cálculo Diferencial e Integral
117
AULA 23
10.6.3 – APLICAÇÕES DE INTEGRAL DEFINIDA 10.6.3.1 – CÁLCULO DE ÁREAS DE UMA REGIÃO PLANA Se f é uma função contínua em um intervalo fechado [a, b] e se f(x) ≥0 para todo x em [a, b], então temos que o número que expressa a área da região limitada pela curva y = f(x), o eixo x e as retas x = a e x = b é dada por, em unidades quadradas:
∫=b
adxxfA )(
Por conveniência, referimo-nos à região R como a região sob o gráfico f de a até b. y x a b Exemplos: 1) Encontre a área limitada pela curva y = x2, o eixo x e as retas x = -1 e x = 2.
x x=1 x=2
y
Área = R
Cálculo Diferencial e Integral
118
-4
x
y
-2 2
2) Encontre a área limitada pela curva y = x2 – 4, o eixo x e as retas y = - 2 e x = 2
3) Calcule a área limitada pelas curvas y = x2 + 1, y = - x2
- 1 e as retas x = -1 e x = 3.
y
x
-10
10
3 -1
A1
A2
Cálculo Diferencial e Integral
119
4) Calcule a área da região definida pela curva y = x2 – 4, o eixo x e as retas x = -4 e x = 2
y
2
-4
-2 -4
12
x
A2
A1
Cálculo Diferencial e Integral
120
x a b
y
g(x)
10.6.3.1.1 – ÁREA DA REGIÃO LIMITADA POR DUAS FUNÇÕES: Nesta seção, consideraremos a região que esta entre os gráficos de duas funções.
Se f e g são contínuas em f(x) ≥ g(x) ≥0 para todo x em [a, b], então a área A da região R, limitada pelos gráficos de f, g, x =a e x = b, pode ser calculada subtraindo-se a área da região sob o gráfico de g (fronteira inferior de R) da área da região sob o gráfico de f (fronteira superior de R):
∫ ∫−=b
a
b
adxxgxdxxfA )()(
ou
∫ −b
adxxgxf )]()([
Suponha que desejamos calcular a área A delimitada por duas curvas f(x) e g(x) e as retas x = a e x = b, como ilustra a figura abaixo:
Note que a área pode ser obtida pela diferença das áreas A1 – A2
Sendo ∫=b
adxxfA )(1 e ∫=
b
adxxgA )(2
A = A1 – A2
=A ∫b
adxxf )( ∫−
b
adxxg )(
∫ −=b
adxxgxfA )]()([
Assim verificamos que é válido o teorema a seguir:
x a b
y f(x)
g(x)
y f(x)
a b x
Cálculo Diferencial e Integral
121
Teorema: se f e g são contínuas e f(x) ≥ g(x) ≥0 para todo x em [a, b], então a área A da região delimitada pelos gráficos de f, g, x = a e x = b é:
∫ −=b
adxxgxfA )]()([
Diretrizes pra encontrar a área de uma região R limitada por duas funções:
Esboçar a região, designando por y = f(x) a fronteira superior e por y = g(x) a fronteira inferior.
Encontrar os pontos de intersecção (a e b) entre as duas funções (sistema de equações)
Calcular a integral ∫ −=b
adxxgxfA )]()([
Exemplos: 1) Encontre a área A limitada pela curva f(x) = x2 + 2 e g(x) = 1 no intervalo de [-2, 3]
Cálculo Diferencial e Integral
122
2) Encontre a área A da região limitada pelas curvas y = x2 e y = -x2 + 4x.
AULA 23 – EXERCÍCIOS Encontre a área delimitada pelas curvas e as retas dadas.
1) y = 4x – x2, o eixo x, as retas x = 1 e x=3.
2) y = 8x-x2, o eixo x, as retas x= 0 e x=4.
3) y = x2 + 1 e y =5 4) y = x2 e y = 4x 5) y = 1 – x2 e y = x – 1
6) y = senx, o eixo x, x = 0 e radx2π
=
7) y = senx, o eixo x, x = 0 e x = 2π rad 8) y = cosx, o eixo x, x = 0 e x = 2π rad 9) y = x e y = x2 com 0 2≤≤ x
10) y = x2 e y = x Respostas:
1) au.322
2) ...3
128 au
3) au.3
32 4) au.
332
5) au.29
6) 1 u.a.
7) 4 u. a 8) 4 u. a
9) 1 u. a. 10) ..31 au
Cálculo Diferencial e Integral
123
AULA 24
10.6.3.2 – VOLUME DE UM SÓLIDO DE REVOLUÇÃO: Definição 1: Um sólido de revolução é um sólido gerado pela rotação de uma região do plano em torno de uma reta no plano, chamada de eixo de revolução. Exemplo: Ao girarmos o triângulo abaixo em torno do eixo y, obtemos um cone de revolução.
Definição 2: Seja f uma função contínua no intervalo fechado [a, b]. Se S for o sólido obtido pela rotação, em torno do eixo x da região limitada pela curva y = f(x), o eixo x e as retas x = a e x = b e se V for o número de unidades cúbicas do volume de S, então:
∫=b
adxxfV 2)]([π
Exemplo: Calcule o volume do sólido gerado pela rotação da região plana limitada pela curva y=x2 e as retas x = 2 e x = 3 em torno do eixo x.
y
x
y
x
Cálculo Diferencial e Integral
124
Definição 3: Seja uma região R do plano limitada pelos gráficos de x = a, x = b e pelos gráficos de duas funções contínuas f e g, com f(x) ≥ g(x) ≥ 0 para todo x em [a, b]. Então o volume do sólido gerado pela rotação da região R em torno do eixo x é dado por:
[ ]∫ −=b
adxxgxfV 22 )()(π
Exemplo: Encontre o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região limitada pela parábola y = x2 + 1 e a reta y = x + 3
AULA 24 – EXERCÍCIOS 1) Seja f(x) = x2 + 1, determine o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região do plano limitada por f(x), pelo eixo x e as retas x = -1 e x = 1.
2) Seja x
xf 1)( = , determine o volume do
sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região limitada por f(x), pelo eixo x e as retas x = 1 e x = 3. 3) Seja f(x) = x2 – 4x, determine o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região do plano limitada por f(x) e pelo eixo x. 4) Em cada um dos exercícios abaixo esboce a região R delimitada pelos gráficos das equações dadas e determine o volume do sólido gerado pela rotação de r em torno do eixo x. a) y = x2, y = 4 – x2
b) y = 2x, y = 6, x = 0
c) 2xy = , y = 4, x = 1
Respostas:
1) ..15
56 vuπ
2) ..3
2 vuπ
3) ..15
512 vuπ
4) a) ..3
264 vuπ
b) π72 u.v.
c) ..12
833 vuπ
Cálculo Diferencial e Integral
125
AULA 25
11 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
11.1 – INTRODUÇÃO: Definição: Toda equação cujas incógnitas são funções e que contém pelo menos uma derivada ou diferencial destas funções, denomina-se equação diferencial. Exemplos:
1) 13 −= xdxdy
2) 0=− ydxxdy
3) 02
2
=+ ydx
yd
4) 02
2
2
2
=∂∂
+∂∂
yZ
xZ
Classificação: A função y é denominada incógnita de uma variável independente de x. Quando existe apenas uma variável independente, a equação é denominada ordinária, quando há mais de uma variável livre, equação diferencial de derivadas parciais (4o exemplo). Ordem: A ordem de uma equação diferencial é determinada pela ordem da derivada de mais alta ordem contida na equação. Grau: Supondo-se a equação escrita sob forma racional inteira em relação às derivadas, o grau da equação é o maior dos expoentes a que esta elevada a derivada de mais alta ordem contida na equação. Exemplos:
1
3
33
3
=−
dxyd
ydx
ydx ⇒ 3
32
3
3
dxydy
dxydx =−⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ ⇒ 3a ordem e 2o grau
yxLgdxdyLg =− 2 ⇒ y
xdxdy
Lg =2 ⇒ yedxdy
x=.1
2 ⇒ yexdxdy 2= ⇒ 1a ordem e 1o grau
Observe que nem sempre à primeira vista, pode-se classificar a equação de imediato quanto a ordem e grau.
Cálculo Diferencial e Integral
126
Resolução: Resolver uma ED é determinar todas as funções que, sob a forma finita, verificam a equação, ou seja, é obter uma função de variáveis que, substituída na equação, transforme-a numa identidade.
Exemplo: 13 −= xdxdy
Solução geral: solução que contem tantas constantes arbitrárias quantas forem as unidades de ordem da equação.
Solução particular: solução da equação deduzida da solução geral, atribuindo-se valores particulares as constantes arbitrárias.
Solução singular: solução que não pode ser deduzida da equação geral. Curvas Integrais: A solução geral de uma ED representa uma família de curvas. Essa solução denomina-se primitiva ou integral da ED. Exemplo:
1) Seja a equação xdxdy 2=
Cálculo Diferencial e Integral
127
2) Sendo dadas as curvas seguintes, determinar para cada uma delas a equação diferencial de menor ordem possível que não contenha nenhuma constante arbitrária.
a) 62
3 2
+−= xxy
b) y = C1 sen x + C2 cos x c) y = C1 x2 + C2 d) y = C1 e3x + C2 e- 2x
Cálculo Diferencial e Integral
128
11.2 - EQUAÇÃO DE PRIMEIRA ORDEM E PRIMEIRO GRAU
São equações de 1a ordem e 1o grau:
),( yxFdxdy
= ou 0=+ NdyMdx
em que M = M(x,y) e N = N(x,y). Estas funções tem que ser contínuas no intervalo considerado ( - ∞, ∞) 10 TIPO: EQUAÇÕES DE VARIÁVEIS SEPARÁVEIS. Uma equação do tipo Mdx + Ndy = 0 em que M e N pode ser:
a) Funções de apenas uma variável: b) Produtos com fatores de uma só variável ou c) Constantes.
é denominada equação de variáveis separáveis. Exemplos: Resolver as seguintes equações:
1) 13 −= xdxdy
2) y dx – x dy = 0
Cálculo Diferencial e Integral
129
3) 04=
−− dy
yxxdx
4) 0secsec. =− xdytgyydxtgx
Cálculo Diferencial e Integral
130
5) 01)1( 222 =−−− dyxdxyx
6) (x – 1) dy – y dx = 0
Cálculo Diferencial e Integral
131
7) xyx
ydxdy
)1(1
2
2
++
=
8) (1 + x2)dy – xydx = 0
Cálculo Diferencial e Integral
132
9) 2
2
11
xy
dxdy
++
=
10) 0cos =+ xydxdy
Cálculo Diferencial e Integral
133
11) (x2 + a2)(y2 + b2)dx + (x2 – a2)(y2 – b2)dy = 0 12) sec2 x tg y dx + sec2 y tg x dy = 0
Cálculo Diferencial e Integral
134
13) dxdyxyy
dxdyxa =⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ + 2
14) (1 + x2) y3 dx + (1 – y2) x3 dy = 0
Cálculo Diferencial e Integral
135
AULA 25 – EXERCÍCIOS Sendo dadas as curvas seguintes, determinar para cada uma delas a equação diferencial de menor ordem possível que não contenha nenhuma constante arbitrária. 1) x2 + y2 = C2 2) y = C ex 3) x3 = C (x2 – y2) 4) y = C1 cos 2x + C2 sen 2x 5) y = (C1 + C2x) ex + C3 6) y = C1 e2x + C2 e- x Resolver as equações abaixo:
7) 0.1=−
dxdytgy
x
8) 4xy2 dx + (x2 + 1) dy = 0 9) (2+ y) dx - (3 – x) dy = 0 10) xy dx – (1 + x2) dy = 0
11) 42
2
+=
−
xe
dxdy y
Respostas: 1) 0=+ ydyxdx
2) 0=− ydxdy
3) dxdyxyxy 23 22 =−
4) 042
2
=+ ydx
yd
5) 02 2
2
3
3
=+−dxdy
dxyd
dxyd
6) 022
2
=−− ydxdy
dxyd
7) x cos y = C
8) Cy
xLg =−+1)1(2 2
9) (2 + y)(3 – x) = C 10) C y2 = 1 + x2
11) Cxarctge y =−2
2
Cálculo Diferencial e Integral
136
AULA 26
11.3 - EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS São as da forma Mdx + Ndy = 0, onde M e N são funções homogêneas em x e y e do mesmo grau. Exemplos: 1) (x2 – y2) dx – 2xy dy = 0
Cálculo Diferencial e Integral
137
2) (2x – y) dx – (x + 4y) dy = 0
Cálculo Diferencial e Integral
138
3) (x2 + y2) dx – xy dy = 0
Cálculo Diferencial e Integral
139
AULA 26 – EXERCÍCIOS 1) (x – y) dx – (x + y) dy = 0 2) (x2 + y2) dx + (2x + y)y dy = 0 3) (x + y) dx + (y – x) dy = 0 Respostas:
1) y2 + 2xy – x2 = K 2) y3 + 3xy2 + x3 = k
3) xyarctgyxLgC =+ 22
1
Cálculo Diferencial e Integral
140
AULA 27
11.4 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATAS Uma equação do tipo M dx + N dy = 0 é denominada diferencial exata, se e somente se:
xN
yM
∂∂
=∂∂
→ condição necessária
∫ ∫ =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛∂∂
−+= CdyyPNMdxU
onde,
∫= MdxP
Exemplos: 1) (x2 – y2)dx – 2xy dy = 0 2) (2x – y + 1) dx – (x + 3y – 2) dy = 0
Cálculo Diferencial e Integral
141
3) ey dx + ( xey – 2y) dy = 0 11.4.1 - FATOR INTEGRANTE:
Quando a expressão Mdx + Ndy não é diferencial exata, isto é, xN
yM
∂∂
≠∂∂
, mostra-se que
há uma infinidade de funções ),( yxF , tais que )( NdyMdxF + é uma diferencial exata.
A esta função ),( yxF , dá-se o nome de fator integrante. F(x): F(y):
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛∂∂
−∂∂
=xN
yM
NxR 1)( ⎟⎟
⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛∂∂
−∂∂
−=xN
yM
MyR 1)(
∫=
dxxRecxF
)(.)(
∫=dyyR
ecyF)(
.)( Exemplos: Resolver as seguintes equações diferenciais transformando em exatas através do fator integrante. 1) y2 dx + (xy + 1) dy = 0
Cálculo Diferencial e Integral
142
2) (x2 – y2) dx + 2xy dy = 0 AULA 27 – EXERCÍCIOS 1) (x3 + y2) dx + ( 2xy + cos y) dy = 0
2) 2222 yxy
xdyy
dyyx
dx+
=++
3) 2xy dx + x2 dy = 0 4) senh x.cosy dx = coshx.seny dy
5) 0)( 22 =−− θθ drrdre
6) (2cos y + 4x2) dx = x sen y dy 7) 2x tg y dx + sec2 y dy = 0 8) seny dx + cos y dy = 0 Encontre a solução particular em: 9) 2xy dy = (x2 + y2) dx para y(1) = 2 10) 3y2 dx + x dy = 0 para y(1) = 1/2
Respostas:
1) Ksenyxyx=++ 2
4
4
2) Kyxx =++ 22
3) x2y = K 4) coshycosy = K
5) Kre =− 22θ 6) x2 cos y + x4 = C
7) Ctgyex =2
8) Ceseny x =.
9) xxy 32 +=
10) 2ln3
1+
=x
y
Cálculo Diferencial e Integral
143
AULA 28
11.5 - EQUAÇÕES LINEARES
Equações lineares são aquelas da forma QPydxdy
=+ onde P e Q são funções de x ou
constantes. Se Q = 0, a equação é denominada linear homogênea ou incompleta. 1o Método: Substituição ou de Lagrange
⎥⎦⎤
⎢⎣⎡ +∫∫= ∫
−CdxQeey
PdxPdx..
2o Método: Fator Integrante
Dado QPydxdy
=+
(Py – Q) dx + dy = 0
multiplica-se tudo por ∫ Pdx
e transformando a equação diferencial em exata. Exemplos:
1) Resolver a equação 2−=− xxy
dxdy
por:
a. Lagrange
Cálculo Diferencial e Integral
144
b. Fator integrante:
Cálculo Diferencial e Integral
145
2) senxytgxdxdy
=−
Cálculo Diferencial e Integral
146
3) (x + seny – 1)dy – cosy.dx = 0
Cálculo Diferencial e Integral
147
AULA 28 – EXERCÍCIOS
1) 0cot=−+
xgx
xy
dxdy
2) arctgxydxdyx =++ )1( 2
3) xytgxdxdy cos. +=
4) xxy
dxdy
=−
5) 32 xxy
dxdy
=+
6) Achar a solução particular para y = 0 e x
= 0 em x
ytgxdxdy
cos1
=−
Respotas:
1) [ ]Csenxx
y += )ln(1
2) arctgxeCarctgxy −+−= .1
3) xCxsenxy sec241
21
1 ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ ++=
4) 2xCxy +=
5) 24
61
xCxy +=
6) x
xycos
=
Cálculo Diferencial e Integral
148
AULA 29
11.6 - EQUAÇÃO DE BERNOULLI
Equação da forma: nQyPy
dxdy
=+ (1) para 1≠n e 0≠n
Pois, se: n = 0 ⇒ y’ + P(x)y = g(x) ⇒ caso anterior n = 1 ⇒ y’ + [P(x) – g(x)] y = 0 ⇒ caso anterior e homogênea Transformação de variável:
Substitui por ty n =−1 Deriva-se em relação a x:
dxdt
dxdyyn n =− −)1( (2)
Substituindo (1), que é:
nQyPy
dxdy
=+ ⇒ PyQydxdy n −=
em (2) temos:
( )dxdtPyQyyn nn =−− −)1(
( )( )dxdtPyQn n =−− −11
como ty n =−1 , temos:
dxdtPtQn =−− ))(1(
QntPndxdt )1(])1[( −=−+
Tornando-se assim uma equação linear a ser resolvida pelo método anterior.
Cálculo Diferencial e Integral
149
Exemplos:
1) 232 xyxy
dxdy
=−
Cálculo Diferencial e Integral
150
2) 32 xyxydxdy
=−
Cálculo Diferencial e Integral
151
AULA 29 – EXERCÍCIOS
1) 33 yxxydxdy
=+
2) xyydxdyx ln2=+
3) 33 yxydxdyx =+
4) yxyxdx
dy+=
4
5) 02 2 =+− xydxdyxy
Respostas:
1) 2
.1
12 xeCx
y++
=
2) Cxex
y+
=).ln(1
3) 1.2 2223 =+− yxCyx
4) 2
4 ln21
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ += Cxxy
5) xCxy ln.2 =