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ÉÉ ÍÍCARCINOGÉNESECARCINOGÉNESE QUÍMICAQUÍMICA
Carcinogénese química
O que é o cancro?O que é o cancro?
CancroCancro descreve um subconjunto de lesões da doença descreve um subconjunto de lesões da doença neoplasianeoplasia
NeoplasiaNeoplasia, ou a lesão constituinte , ou a lesão constituinte neoplasmaneoplasma (novo crescimento) é o (novo crescimento) é o pp pp ( )( )crescimento de um tecido alterado hereditariamente e relativamente crescimento de um tecido alterado hereditariamente e relativamente autónomoautónomo
Carcinogénese química
2
Perda do controlo de crescimento normalPerda do controlo de crescimento normal
Normal cell division
Cancer cell division
Cell Suicide or Apoptosis
Cell damage—no repair
Carcinogénese química
Fourth orlater mutation
Third mutation
Second mutation
First mutation
Uncontrolled growth
R
Exemplo de crescimento normalExemplo de crescimento normal
Dead cells shed from
Cell migration
Dermis
Dividing cells in basal layer
shed from outer surface
Epidermis
Carcinogénese química
Dermis
R
3
O início do crescimento de um O início do crescimento de um neoplasmaneoplasma
Carcinogénese química
R
Underlying tissue
Invasão e MetástaseInvasão e Metástase
1Cancer cells invade surrounding tissues and blood vessels
2Cancer cells are
Carcinogénese química
3Cancer cells reinvade and grow at new location
Cancer cells are transported by the circulatory system to distant sites
R
4
Neoplasmas benignos vs malignosMalignant (cancer) cells invade neighboring tissues, enter blood vessels,
Benign (not cancer) neoplasic cells grow only locally and cannot spread by invasion or
t t i and metastasize to different sites
metastasis
Carcinogénese química
TimeR
DefiniçõesDefinições
NeoplasmasNeoplasmasBenignosBenignos
Malignos (cancros) Malignos (cancros) →→metastasesmetastases
TumorTumor –– Um Um termotermo nãonão específicoespecífico parapara lesõeslesões queque ocupamocupam espaçoespaço que que podem ser, ou não podem ser, ou não neoplásicasneoplásicas. (frequentemente . (frequentemente sinónimosinónimo de de neoplasmaneoplasma))
MetástasesMetástases são crescimentos secundários de células a partir do são crescimentos secundários de células a partir do neoplasmaneoplasma primárioprimário
Carcinogénese química
neoplasmaneoplasma primárioprimário
5
Existem Existem diferentesdiferentes tipos de tipos de neoplasmasneoplasmas
Leukemias:Some common
Lung
Breast (women)
Colon
Lymphomas:Lymph nodes
BloodstreamSome common carcinomas:
Carcinogénese química
Colon
BladderProstate (men)
Some common sarcomas:FatBone
MuscleR
O que causa neoplasia?O que causa neoplasia?
Carcinogénese química
6
Ambiente Ambiente versusversus HereditariedadeHereditariedade
Carcinogénese química
CarcinogéneosCarcinogéneos no ambienteno ambiente
Agentes químicosAgentes químicos
Agentes físicos (Radiação)Agentes físicos (Radiação)g ( ç )g ( ç )
Agentes biológicos (Vírus)Agentes biológicos (Vírus)
“Carcinogénese química é a indução por compostos químicosde neoplasmas que não são normalmente observados, a induçãopor compostos químicos, num período de tempo mais curto, deneoplasmas que não são normalmente observados, e a indução
í d l d l
Carcinogénese química
por compostos químicos de mais neoplasmas do que aqueles quesão normalmente encontrados”
IARC (International Agency for Research in Cancer) (1982)
7
Origem da neoplasia Origem da neoplasia Ambiente Ambiente vsvs hereditariedade hereditariedade
85
15
0
20
40
60
80
100
Cancer Etiology
%
Carcinogénese química
gy
Environmental Hereditary
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons (2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
CarcinogéneseCarcinogénese química: Perspectiva históricaquímica: Perspectiva histórica
1761 1761 –– John John HillHill1775 1775 –– SirSir Percival Percival PottPott
‐‐ Cancro nasal nos utilizadores de rapéCancro nasal nos utilizadores de rapé‐‐ Cancro no escroto dos limpaCancro no escroto dos limpa‐‐chaminés (fuligem)chaminés (fuligem)
1918 1918 –– YamagiwaYamagiwa & & IchikawaIchikawa
1930 1930 –– KennawayKennaway & & HiegerHieger
1933 1933 –– Cook, Cook, HewettHewett & & HiegerHieger
1933 1933 –– YoshidaYoshida1936 1936 –– KinositaKinosita
‐‐ Indução do cancro da pele em coelhos pelo alcatrão de Indução do cancro da pele em coelhos pelo alcatrão de carvãocarvão
‐‐ Indução de tumores pelo Indução de tumores pelo primeiro primeiro carcinogéneocarcinogéneo puro puro 1,2,5,61,2,5,6‐‐dibenz[a]dibenz[a]antracenoantraceno
‐‐ Isolamento do Isolamento do carcinogéneocarcinogéneo 3,43,4‐‐benz[a]benz[a]pirenopireno no no alcatrão de carvãoalcatrão de carvão
‐‐ Indução do cancro de fígado pelo Indução do cancro de fígado pelo oo‐‐aminoazotoluenoaminoazotolueno‐‐ Indução do cancro de fígado pelo Indução do cancro de fígado pelo pp‐‐dimetilaminodimetilamino
bb
Carcinogénese química
1937 1937 –– HueperHueper, , WileyWiley & & WolfeWolfe1941 1941 –– BeremblumBeremblum
1966 1966 –– MillerMiller & & MillerMiller
azobenzenoazobenzeno‐‐ Indução do cancro da bexiga em cães pela Indução do cancro da bexiga em cães pela 22‐‐naftilaminanaftilamina‐‐ Fases de Fases de iniciaçãoiniciação e e promoçãopromoção na na carcinogénesecarcinogénese da pele da pele induzida pelo alcatrãoinduzida pelo alcatrão
‐‐ Teoria Teoria electrófilaelectrófila da da carcinogénesecarcinogénese
8
CarcinogéneseCarcinogénese por compostos químicospor compostos químicos
Compostos orgânicosCompostos orgânicos
CH3
benzo[a]pireno
NH2
2-naftiloamina
N N NCH3
CH3
dimetiloaminoazobenzeno(amarelo de manteiga)
NH
O
CH3CH3
CH2
SCH2
CH2
CH
NH2
COOH
etionina
NN NH2
CH3
3
o-aminoazotolueno
Carcinogénese química
O
O
OCH3OO
O
Aflatoxina B1
(amarelo de manteiga)2-acetiloaminofluoreno (AAF)
NCH3
CH3NO
dimetilonitrosamina
CH3
CH2
O NH2
O
uretano (carbamato de etilo)
etionina
NCH2
CH2
CH3
CH2ClClCH2
Mecloretamina
Carcinogénese por compostos químicosCarcinogénese por compostos químicos
Compostos InorgânicosCompostos InorgânicosAs, Cd, Cr, NiAs, Cd, Cr, Ni
Filmes e FibrasFilmes e FibrasFilmes metálicos ou de plástico das próteses; Filmes metálicos ou de plástico das próteses;
AmiantoAmianto
HormonasHormonas
OHCH3
OHCH3 OHOHCH3 CH3
Carcinogénese química
OH
17-β-Estradiol
O
CH3
Testosterona
OH
Dietilstilbestrol
O
CH3
3
HOHC
Oximetolona
9
Carcinogénese química por misturasCarcinogénese química por misturas
Fumo do tabaco Fumo do tabaco
Fumo dos escapesFumo dos escapespp
Poluição do arPoluição do ar
Interacções: Interacções: aditivas aditivas
sinergísticassinergísticas
inibitóriasinibitórias
Carcinogénese química
Carcinogénese química por misturasCarcinogénese química por misturasDietaDietaCasarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons (2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
Bioquímica Toxicológica
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Metabolismo de Metabolismo de xenobióticosxenobióticos
xenobióticos
Fase I
Fase II
Modificaçãoquímica
Conjugação
Carcinogénese química
Fase III
Excreção
Exportação
Metabolismo dos Metabolismo dos xenobióticosxenobióticosReacções da Fase I e Fase IIReacções da Fase I e Fase II
Fase IFase I Fase IIFase II
Oxidação Oxidação ‐‐ citocromocitocromo P450P450
Oxidação Oxidação ‐‐ outrosoutros
ReduçãoRedução
HidróliseHidrólise
HidrataçãoHidratação
IsomerizaçãoIsomerização
MiscelâneasMiscelâneas
GlucuronidaçãoGlucuronidação//GlucosidaçãoGlucosidação
SulfataçãoSulfatação
MetilaçãoMetilação
AcetilaçãoAcetilação
Conjugação com aminoácidosConjugação com aminoácidos
ConjugacãoConjugacão com o com o glutationoglutationo
Conjugação com ácidos gordosConjugação com ácidos gordos
Carcinogénese química
j g ç gj g ç g
CondensaçãoCondensação
11
Mecanismos da Mecanismos da carcinogénesecarcinogénese químicaquímicaTeoria Teoria electrófilaelectrófila ((JamesJames MillerMiller & & ElizabethElizabeth MillerMiller, 1966), 1966)
Activação enzimática
Carcinogéneo próximo
Carcinogéneo final (electrófilo)
enzimática
Composto de adição com o DNA
desintoxicação
Procarcinogéneo
Carcinogénese química
reparação mutação
normal morte cancro
Mecanismos da carcinogénese químicaMecanismos da carcinogénese químicaTeoria electrófila (James Miller & Elizabeth Miller, 1966)Teoria electrófila (James Miller & Elizabeth Miller, 1966)
H OH
Procarcinogéneo Carcinogéneo Próximo Carcinogéneo FinalSO3
NH
O
CH3
2-acetiloaminofluoreno (AAF)
NOH
O
CH3
N-hidroxi-AAF
NO
O
CH3
3
éster de sulfato-AAF
NCH3
CH3
NO
N it di til i
NCH3
CH2
NO
OHhidroxi-N-nitroso
N+
CH3 NO
ião metilodiazónio
Carcinogénese química
N-nitrosodimetiloamina hidroxi N nitrosodimetiloamina
12
Potência carcinogénea dos hidrocarbonetos policíclicos Potência carcinogénea dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos aromáticos ‐‐ região baíaregião baía
região baía OHO
O
região K
fenantreno (inactivo)
benz[a]antraceno (muito fraco)
OH
OH
OHO
fenantreno 1,2-diol-3,4-óxido
benz[a]antraceno 3,4-diol-1,2-epóxido
OH
OHO
CH3
CH3
benz[a]pireno (activo)
12-metilobenz[a,h]antraceno (activo)
OH
OHbenz[a]pireno 7,8-diol-9,10-óxido
CH3
OHO
OH
CH3
OH
OHO
12-metilobenz[a,h]antraceno 3,4-diol-1,2-óxido
Carcinogénese química
dibenz[a,h]antraceno (fraco)
OH
dibenz[a,h]antraceno 1,2-diol-3,4-óxido CH3
7,12-dimetilobenz[a,h]antraceno (muito activo)
CH3
7,12-dimetilobenz[a,h]antraceno 3,4-diol-1,2-óxido
Adaptado de King & Robins (2006) Cancer Biology, PearsonEducation
Formação dos Formação dos metabolitosmetabolitos do benzo[a]do benzo[a]pirenopirenoresponsáveis pela actividade responsáveis pela actividade carcinogéneacarcinogénea
OH
P450epóxidohidrolase
O OH
OH
OH
O
benzo[a]pireno 7,8-óxido 7,8-di-hidrodiolcarcinogéneo próximo
P450
DNA
OHOH
NN
NN
NH
OH
OH
OH
N N
N N
O
N
OH
OH
OH
7,8-di-hidrodiol-9,10-óxido carcinogéneo finalDNA
DNA
composto de adição com a adenina
composto de adição com a guanina
Adaptado de King & Robins (2006) Cancer Biology, Pearson Education
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AminasAminas aromáticasaromáticas
NH2
N N NCH3
CH3
2-naftiloamina dimetiloaminoazobenzeno (amarelo de manteiga)
Carcinogénese química
( g )
NH
O
CH3NOH
O
CH3
NO
CH
SO3O
O
CH3
P450
2-acetiloaminofluoreno (AAF) N-hidroxi-AAFcarcinogéneo próximo
sulfotransferase+ PAPS
-
N-acetilase
N
O
CH3
N+
O
CH3
NH
éster de sulfato-AAFcarcinogéneo final
éster acetílico -AAFcarcinogéneo final
Adaptado de King & Robins (2006) Cancer Biology, Pearson Education
N
N
N
NO
N
N
O
CH3 NN
NN
O
N
NH
OCH3
ião nitrénioDNA
DNA
DNA
composto de adição C-8 com a guanina composto de adição 2-amino com a guanina
14
NitrosaminasNitrosaminas
NR1
R2H HNO2 N
R1
R2NO+ + H2O
Carcinogénese química
NitrosaminasNitrosaminas
NCH3
CH3
NO NCH3
CH2
NO
OH
NCH3
HNO
P450
N nitrosometiloaminaOH
N+
CH3 NO
CH+O CH3 O
CH3
N-nitrosodimetiloamina hidroxi-N-nitrosodimetiloamina
N-nitrosometiloamina
ião metilodiazónioDNA
Carcinogénese química
NCH3
CNO
NH2
ONN
N+
N
N NN
NN
N
N-nitrosometiloureiaDNA DNA
composto de adição N-7 com a guanina
composto de adição O-6 com a guanina
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Produtos NaturaisProdutos NaturaisAflatoxinaAflatoxina BB11
O
O
OCH3OO
O
O OP450
Aflatoxina B1
O
O
OCH3OO
O
O
O
O O
OHNH2
Ligação ao DNA
H2OGSH + GST
Aflatoxina B1-8,9-óxido
Carcinogénese química
OCH3OOOH
O
O
OCH3OO
O
OH
SCH2CHNH
CONHCH2COOH
COCH2
CH2
CH COOH
Ligação a proteínas(toxicidade aguda)
Via formação debase de Schiff
Aflatoxina B1-8,9-diol
Conjugado do GSH da Aflatoxina B1Adaptado de King & Robins (2006) Cancer Biology, Pearson Education
Metabolismo de carcinogéneos químicos e Metabolismo de carcinogéneos químicos e espécies reactivas de oxigénio e de azotoespécies reactivas de oxigénio e de azoto
HO2• LOO•
LO•
LOOHLH
L= fatty acid
O2•-
HO2 LOO LOOH
H2O2 HOCl
•NOONOO-
•NO2
HO•
N2O3 HNO2
Carcinogénese química
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Mutagénese e carcinogéneseMutagénese e carcinogénese
NN
N+
N
O
N
CH3
NN
NN
O
N
CH3Agentes alquilantes
DNA DNA
adição ao N7 da guanina adição ao O6 da guanina
N
N
N
NO
N
N
O
CH3
DNA
Aminasaromáticas
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons (2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
Carcinogénese química
adição ao C8 da guanina
N N
N N
O
N
OH
OH
OHDNA
adição ao N6 da guanina
HPA
Reparação do DNA e carcinogénese químicaReparação do DNA e carcinogénese química
A presença e persistência de compostos de adição com o DNA é apenas um dos factores do processo complexo de desenvolvimento do cancro
Carcinogénese química
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons (2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
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Reparação do DNA e carcinogénese químicaReparação do DNA e carcinogénese química
Bioquímica Toxicológica
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons(2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
Reparação do DNA e carcinogénese químicaReparação do DNA e carcinogénese química
Tipos de reparação do DNA
1. Inversão directa do dano ao DNAAlquiltransferasesAlquiltransferases
2. Reparação por excisão de bases (BER)Glicosilase e AP endonuclease
3. Reparação por excisão de nucleóticos (NER)Reparação T-T, C-C, C-TReparação de compostos de adição volumosos
4. Reparação de quebras de cadeias duplaRecombinação homólogaJunção de pontas de DNA não-homólogas
5 Reparação de emparelhamento errado (MMR)
Bioquímica Toxicológica
5. Reparação de emparelhamento errado (MMR)Reparação da desaminação da 5-metilcitosinaReparação de emparelhamentos errados no DNA
devidos a reparação deficiente, etc.
Adaptado de Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science ofPoisons (2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
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Reparação do DNA e carcinogénese químicaReparação do DNA e carcinogénese química
Bioquímica Toxicológica
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons (2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
A carcinogénese tem um período de induçãoA carcinogénese tem um período de indução
400Cancer Risk and Aging
300
200
100r of C
ance
r Cas
espe
r 100
,000
peo
ple)
Breast
Carcinogénese química
Num
ber (p
Age of Person (in years)
Colon
0 20 40 60 80
R
19
A A carcinogénesecarcinogénese é é multifásicamultifásica
1 Não há tumores×1. Não há tumores
2.
3.
4.
5.
Não há tumores
Não há tumores
Tumores
Tumores
×
×
×
×
Carcinogénese química
Beremblum & Shubik, 1947
× = aplicação do iniciador
Tempo →
= aplicação do promotor
IniciaçãoIniciação e e promoçãopromoção nana carcinogénesecarcinogénese
Carcinogénese química
20
A carcinogénese é multifásicaA carcinogénese é multifásica
initiation progressionpromotion conversion
Carcinogénese química
Kufe et al Cancer Medicine 6, http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/bv.fcgi?rid=cmed6.chapter.4989
Características morfológicas e biológicas durante as Características morfológicas e biológicas durante as diversas fases da carcinogénese químicadiversas fases da carcinogénese química
IniciaçãoIniciação
IrreversívelIrreversível..
OcorrênciaOcorrência “espontânea”“espontânea” emem célulascélulas viáveisviáveis
AA curvacurva dosedose‐‐respostaresposta nãonão exibeexibe limiarlimiar facilmentefacilmente mensurávelmensurável
AA potênciapotência relativarelativa dosdos iniciadoresiniciadores dependedepende dada quantificaçãoquantificação dasdaslesõeslesões prépré‐‐neoplásicasneoplásicas apósapós umum períodoperíodo definidodefinido dede promoçãopromoção
Carcinogénese química
21
Características morfológicas e biológicas durante as Características morfológicas e biológicas durante as diversas fases da carcinogénese químicadiversas fases da carcinogénese química
Promoção
Reversível tanto ao nível da expressão génica como ao nível celular
A população de células em promoção depende da administraçãocontinuada de um agente promotor
A eficiência é sensível ao envelhecimento e a factores da dieta ehormonais.
Os agentes promotores endógenos podem afectar a promoção
Carcinogénese química
“espontânea”
A curva dose‐resposta exibe limiar e efeito máximo.
A potência relativa dos promotores é medida pela sua eficácia emprovocar a expansão da população de células iniciadas.
Características morfológicas e biológicas durante as Características morfológicas e biológicas durante as diversas fases da carcinogénese químicadiversas fases da carcinogénese química
Progressão
Irreversível.
Alteração morfologicamente discernível na estrutura genómica celulardevido a instabilidade do cáriotipo
O crescimento de células alteradas é sensível a factores ambientaisdurante o período inicial desta fase.
Observam‐se neoplasmas benignos ou malignos nesta fase
Carcinogénese química
Os agentes progressores actuam para levar para esta fase as célulasque sofreram promoção.
22
ClassificaçãoClassificação dos dos carcinogéneoscarcinogéneos químicosquímicos emem relaçãorelação à à suasua acçãoacção nasnas fasesfases dada carcinogénesecarcinogénese
Iniciador
Carcinogéneo incompleto. Um agente apenas capaz de iniciar as células
Promotor Um agente capaz de causar a expansão reversível de clones de células iniciadas
Progressor Um agente capaz de converter uma célula iniciada ou uma célula na fase de promoção numa célula potencialmente maligna
Carcinogénese química
Carcinogéneo completo Um agente possuindo a
capacidade de induzir cancro em células normais, geralmente possuindo as propriedades dos agentes iniciadores, promotores e progressores
Estruturas de alguns agentes promotoresEstruturas de alguns agentes promotores
Carcinogénese química
23
Mecanismos celulares e moleculares das fases Mecanismos celulares e moleculares das fases da carcinogéneseda carcinogénese
IniciaçãoIniciaçãoResulta de uma mutação simples de um ou mais genes celulares que Resulta de uma mutação simples de um ou mais genes celulares que
t l i l tó i i t t d él lt l i l tó i i t t d él lcontrolam vias regulatórias importantes da célulacontrolam vias regulatórias importantes da célula
PromoçãoPromoçãoresulta do aumento selectivo funcional das vias de transdução de sinal resulta do aumento selectivo funcional das vias de transdução de sinal induzidas na células iniciada e na sua descendência através da exposição induzidas na células iniciada e na sua descendência através da exposição contínua ao agente promotorcontínua ao agente promotor
ProgressãoProgressãoResulta da evolução contínua de um cariotipo instávelResulta da evolução contínua de um cariotipo instável
Carcinogénese química
CarcinogéneosCarcinogéneos::Efeitos genotóxicos e, Efeitos genotóxicos e, Efeitos não genotóxicosEfeitos não genotóxicos
Iniciação: Carcinogéneos genotóxicosIniciação: Carcinogéneos genotóxicos
Carcinogénese química
24
Genes implicados na neoplasiaGenes implicados na neoplasia
Carcinogénese química
R
ProtoProto‐‐oncogenes e o crescimento celular normaloncogenes e o crescimento celular normal
Normal Growth-Control Pathway
Growth factor
Receptor
DNAC ll l
Transcriptionfactors
Signaling enzymes
Carcinogénese química
DNA
Cell proliferation
Cell nucleus
R
25
Oncogenes são formas mutantes de protoOncogenes são formas mutantes de proto‐‐oncogenesoncogenes
Inactive intracellular signaling protein
Signaling protein from active oncogene
Inactive growth factor receptor
Activated gene regulatory protein
Carcinogénese química
R
Cell proliferation driven by internal oncogene signaling
Transcription
Os genes Os genes supressoressupressores de de tumorestumores actuamactuam comocomo um um travãotravão nana divisãodivisão e e crescimentocrescimento celularcelular
Tumor Suppressor Gene Proteins
Growth factor
DNAC ll l
Signalingenzymes
Growth factor
Receptor
Transcriptionfactors
Carcinogénese química
DNACell nucleus
Cell proliferationR
26
A apoptose é desencadeada pela p53 uma A apoptose é desencadeada pela p53 uma proteína supressora de tumoresproteína supressora de tumores
p53 protein
Carcinogénese química
Normal cell Cell suicide(Apoptosis)
Excessive DNA damage
R
Cooperação entre protoCooperação entre proto‐‐oncogenes e genes oncogenes e genes supressores de tumoressupressores de tumores
Bioquímica Toxicológica
27
Promoção: Carcinogéneos nãoPromoção: Carcinogéneos não‐‐genotóxicosgenotóxicos
Aumento da proliferação celularAumento da proliferação celular
Indução dos enzimas que metabolizam xenobióticosIndução dos enzimas que metabolizam xenobióticos
Alterações da expressão génica Alterações da expressão génica
Diminuição da apoptoseDiminuição da apoptose
Activação de receptoresActivação de receptores
Carcinogénese química
StressStress oxidativooxidativo
??????
ProgressoresProgressores
Ruptura do aparelho mitóticoRuptura do aparelho mitótico
Alteração na função dos telómerosAlteração na função dos telómerosç çç ç
Hipometilação do DNAHipometilação do DNA
Recombinação do DNARecombinação do DNA
Amplificação de genesAmplificação de genes
Transposição de genesTransposição de genes
Carcinogénese química
28
As células As células neoplásicasneoplásicas adquirem determinadas adquirem determinadas característicascaracterísticas
Carcinogénese químicaHanahan & Weinberg (2000) Cell, 100, 57–70.
Como se determina se um composto é Como se determina se um composto é potencialmente potencialmente carcinogéneocarcinogéneo??
Carcinogénese química
Colditz GA et al. (2006) Epidemiology—identifying the causes and preventability of cancer?Nat. Rev. Cancer. 7: 2–9 doi:10.1038/nrc1784
Figure 1 Proportion of cancer deaths attributed to non-genetic factors.
29
IdentificaçãoIdentificação de de potenciaispotenciais agentesagentes carcinogéneoscarcinogéneos
Dados epidemiológicosDados epidemiológicos
VantagensObtém‐se a informação em humanos
Obtêm‐se associações relevantes às exposições na “vida real”
Desvantagens
Carcinogénese química
Podem ser muito caros
Falta de controlos adequados
Muitas variáveis, as quais podem confundir
Grande variabilidade biológica
Identificação de potenciais agentes Identificação de potenciais agentes carcinogéneoscarcinogéneosEstudos Estudos inin vivovivo e e inin vitrovitro
MÉTODOS PERÍODO DE TEMPO
Curto PrazoEnsaios de mutagéneseTransformação em cultura celular
Médio PrazoAnálise qualitativa e quantitativa da pré-neoplasia
Longo TermoBiosensaio crónico em animais
Diversas semanas1-3 meses
2-8 meses
18-24 meses
Carcinogénese química
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons. (2001) Sixth Edition, (Curtis D. Klaassen., ed.), McGraw‐Hill: New York.
30
IdentificaçãoIdentificação de de potenciaispotenciais agentesagentes carcinogéneoscarcinogéneos
BioensaiosBioensaios animaisanimais
Ex:Ex: bioensaiobioensaio em roedores durante dois anosem roedores durante dois anosEx: Ex: bioensaiobioensaio em roedores durante dois anosem roedores durante dois anosExposições repetidasExposições repetidas
Estudo de Estudo de carcinogénesecarcinogénese ou outra toxicidade crónicaou outra toxicidade crónica
Nº animais: 50 x 2 x 2 x 4= 800Nº animais: 50 x 2 x 2 x 4= 800
2+ espécies2+ espécies
Ambos os sexosAmbos os sexos
3 ou 4 doses: 0,9 MTD, MTD/2, 0,13 ou 4 doses: 0,9 MTD, MTD/2, 0,1‐‐0,25 MTD e controlo0,25 MTD e controlo
Carcinogénese química
50 animais por grupo de espécie/género/dose50 animais por grupo de espécie/género/dose
MTD = dose máxima tolerada: dose que limita o crescimento do peso MTD = dose máxima tolerada: dose que limita o crescimento do peso corporal em 10% num estudo corporal em 10% num estudo subsub‐‐crónicocrónico de 90 diasde 90 dias
LimitaçõesLimitações dos dos bioensaiosbioensaios para o estudo de para o estudo de efeitos efeitos carcinogénicoscarcinogénicos
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons. (2001) Sixth Edition, (Curtis D. Klaassen., ed.), McGraw‐Hill: New York
Carcinogénese química
razõesrazões estatísticasestatísticas levamlevam aa queque osos animaisanimais sejamsejam testadostestados aa dosesdosessuperioressuperiores àquelasàquelas aa queque osos humanoshumanos sãosão expostosexpostos
McGraw‐Hill: New York.
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Carcinogénese química
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Identificação de potenciais agentes Identificação de potenciais agentes carcinogéneoscarcinogéneos
Testes Testes inin vitrovitro e de duração curtae de duração curtaEx:Ex:Ex:Ex:
Testes de mutação bacteriana Testes de mutação bacteriana inin vitrovitro (teste de Ames)(teste de Ames)
Pintura de pele em murganhosPintura de pele em murganhos
Ensaios de Ensaios de focifoci alterados no fígado alterados no fígado inin vivovivo
Relações estrutura/actividadeRelações estrutura/actividadeEx:Ex: compostos com o grupocompostos com o grupo NN nitrosonitroso ou contendoou contendo aminasaminas
Carcinogénese química
Ex: Ex: compostos com o grupo compostos com o grupo NN‐‐nitrosonitroso ou contendo ou contendo aminasaminasaromáticasaromáticas
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Identificação de potenciais agentes Identificação de potenciais agentes carcinogéneoscarcinogéneos
Teste de AmesTeste de Ames
Carcinogénese química
Identificação de potenciais agentes Identificação de potenciais agentes carcinogéneoscarcinogéneos
Teste de AmesTeste de Ames
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IdentificaçãoIdentificação de de potenciaispotenciais agentesagentes carcinogéneoscarcinogéneos
Testes de médio prazo Testes de médio prazo
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Determinação do potencial carcinogénicoDeterminação do potencial carcinogénicoO problema da extrapolaçãoO problema da extrapolação
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Curva Curva dosedose‐‐respostarespostaDose limiarDose limiar
NOAELNOAEL (No (No ObservedObserved Adverse Adverse EffectEffect LevelLevel) = Nível de efeito ) = Nível de efeito adverso não observado.adverso não observado. Dose Dose mais alta experimental onde não mais alta experimental onde não se observa efeito adversose observa efeito adverso
LOAELLOAEL ((LowestLowest Adverse Adverse ObservedObservedEffectEffect LevelLevel) = Nível mínimo de ) = Nível mínimo de efeito adverso observado. Dose efeito adverso observado. Dose mais baixa experimental onde se mais baixa experimental onde se observa efeito adversoobserva efeito adverso
Carcinogénese química
Nos estudos de Nos estudos de carcinogéneoscarcinogéneos nem sempre se observa nem sempre se observa a existência de dose limiar na curva a existência de dose limiar na curva dosedose‐‐respostaresposta
Carcinogénese química
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Aproximações para curvas doseAproximações para curvas dose‐‐resposta sem limiaresresposta sem limiares
Carcinogénese química
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons. (2001) Sixth Edition, (Curtis D. Klaassen., ed.), McGraw‐Hill: New York.
Determinação do potencial carcinogénicoDeterminação do potencial carcinogénicoO problema da doseO problema da dose‐‐respostaresposta
Carcinogénese química
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Determinação do potencial carcinogénicoDeterminação do potencial carcinogénico
TD50 (potência carcinogénica) de um químico é definida como a dose (mg/kg massa corporal/dia) que, quando administrada cronicamente durante um período padrão, diminui em metade a probabilidade de um animal permanecer sem qualquer neoplasia
Carcinogénese química
CarcinogéneseCarcinogénese química em humanosquímica em humanos
Carcinogénese química
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons (2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
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Carcinogénese química em humanos e estilo de Carcinogénese química em humanos e estilo de vidavida
Carcinogénese química
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons (2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
Carcinogénese química em humanos e estilo de Carcinogénese química em humanos e estilo de vidavida
Carcinogénese química
Casarett and Doull's Toxicology: The Basic Science of Poisons (2001) (Curtis D. Klaassen, ed.), Cap.8, McGraw‐Hill, New York.
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Carcinogénese química em humanos e ocupaçãoCarcinogénese química em humanos e ocupação
Carcinogénese química
Variações interVariações inter‐‐individuais no metabolismo de individuais no metabolismo de carcinogéneoscarcinogéneos químicos em humanosquímicos em humanos
No one supposes that all the individuals of the same species are cast in the No one supposes that all the individuals of the same species are cast in the very same mould. These individual differences are highly important for us...very same mould. These individual differences are highly important for us...
The Origin of SpeciesThe Origin of Species
Charles Darwin, 1859Charles Darwin, 1859
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Variações interVariações inter‐‐individuais no metabolismo individuais no metabolismo de de carcinogéneoscarcinogéneos químicos em humanosquímicos em humanos
Enzima
Observações
CYP1A1 da placenta Hidroxilação de hidrocarbonetos policíclicosCYP1A1 da placenta humana
Hidroxilação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos Variação de cerca de 1000 x Variedade alélica do CYP1A1 altamente indutível nos humanos
CYP2D6 Actividade polimórfica: hidroxilação alta e baixa Hidroxilação da debrisoquina e nitrosaminas Actividade varia vários milhares de vezes
N-acetilase O polimorfismo de N-acetilação é controlado por dois alelos autossómicos num único locus em que acetilação rápida é o traço dominante e
Carcinogénese química
q ç p çacetilação lenta é o traço recessivo
hGSTM1a-1a (GST µ) O GST µ só é encontrado em metade da população branca adulta. É codificado no locus GSTM1 que tem três alelos: GSTM1a (que codifica o GST µ), GSTM1b (que codifica o GST ψ) e o GSTM1-0
hGSTT1-1 (GST θ) O hGSTT1-1 dos eritrócitos humanos está ausente em 25-40% da população