CARTILHA DA JUSTIÇA COMUNITÁRIA
ESTADO DE MATO GROSSO
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COORDENAÇÃO DA JUSTIÇA COMUNITÁRIA GESTÃO 2013/2015
Presidente Des. Orlando de Almeida Perri
Vice-Presidente Des. Márcio Vidal
Corregedor-Geral da Justiça
Des. Sebastião de Moraes Filho
Juíza Coordenadora da Justiça Comunitária Gleide Bispo Santos
Índice
1. Conhecendo a Justiça Comunitária ................................... 06
2. Conhecendo os seus direitos ............................................. 13
2.1 Direito de Família ..................................................... 15
2.1.1. Divórcio ..................................... 15
2.1.2. União Estável ............................ 17
2.1.3. Guarda dos Filhos .................... 19
2.1.4. Pensão alimentícia ................... 21
2.1.5. Herança .................................... 23
2.1.6. Interdição .................................. 25
2.2. Criança e Adolescente ............................................ 27
2.2.1. Adoção ...................................... 30
2.3. Responsabilidade civil – Reparação de Danos ...... 32
2.4. Direito do Consumidor ............................................ 35
2.5. Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher .... 38
2.6. Registro Público – Cartório ..................................... 42
2.7. Direito Previdenciário .............................................. 45
2.8. Direito dos Trabalhadores....................................... 49
3. Quadro comparativo de informações para emissão de
documentos............................................................................ 53
4. Relação de telefones úteis ................................................. 54
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1. Conhecendo a Justiça Comunitária
O que é a Justiça Comunitária?
A Justiça Comunitária é um projeto, criado inicialmente pelo
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Território – TJDFT,
implantado em outros tribunais por recomendação do CNJ, para
informar o cidadão sobre os seus direitos e aproximá-lo da solução
dos seus problemas jurídicos.
Em Mato Grosso, a Justiça Comunitária foi criada por meio da Lei
Estadual nº 8.161/04, de iniciativa do Tribunal de Justiça.
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Para que serve a Justiça Comunitária?
A Justiça Comunitária foi idealizada para atender a comunidade em
geral, como sugere o próprio nome, oferecendo informações sobre os
seus direitos, levando-a a discutir seus problemas coletivos, facilitando
a solução, primando sempre pela solução amigável dos conflitos.
No dia a dia das pessoas, é normal surgirem muitas dúvidas sobre os
direitos e obrigações de cada um. A locação de um imóvel e o
pagamento de uma pensão alimentícia, por exemplo, são exemplos de
alguns casos que despertam na pessoa envolvida várias dúvidas.
Também é natural não sabermos a qual órgão público devemos nos
dirigir para obter algum tipo de serviço. O que fazer e onde tirar
Carteira de Trabalho, Título de Eleitor, Carteira de Identidade, por
exemplo, são dúvidas comuns de todas as pessoas, cujas respostas
poderão ser fornecidas através da Justiça Comunitária.
O interessado em resolver um conflito pode obter também auxílio da
Justiça Comunitária, pois através dela será facilitada a realização de
uma conversa amigável entre as pessoas envolvidas, de modo a pôr
fim ao problema sem necessidade de um processo judicial. É o que
ocorre, por exemplo, quando as partes de um contrato de locação
discordam sobre o aumento do valor do aluguel, mas solucionam o
problema conversando por intermédio da Justiça Comunitária e evitam
os desgastes de uma ação judicial.
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Mas a Justiça Comunitária não julga?
A Justiça Comunitária não julga, mas procura resolver os conflitos
de forma amigável e sem custo, diversamente do que ocorre
normalmente em uma ação judicial.
O objetivo da Justiça Comunitária é informar e facilitar a resolução
dos conflitos por meio da própria comunidade e de forma rápida,
eficaz e sem custo.
Muitos conflitos resolvidos na Justiça poderiam ser solucionados
com medidas simples, tais como a conscientização dos envolvidos
sobre os seus direitos, ou mesmo uma conversa intermediada por
alguém sem interesse em favorecer uma ou outra parte.
A ação judicial somente existe porque a pessoa que a inicia acredita
que a outra parte não reconhecerá o seu direito reclamado. Mas a
resistência de uma ou de outra parte em relação ao direito do outro
ocorre normalmente porque cada um dos envolvidos acredita estar
com a razão.
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Em outras palavras, muitos conflitos surgem por falta de informação
dos envolvidos. Assim, a Justiça Comunitária procura informar o
cidadão sobre os seus direitos, auxiliando-o a tomar decisões corretas
para a solução amigável dos conflitos.
Em algumas situações, o cidadão tem a informação sobre os seus
direitos, mas não possui iniciativa de procurar a pessoa com a qual
tem conflito, de modo que ambos deixam a Justiça resolver o
problema.
Nestes casos, a Justiça Comunitária pode também ajudar, porque tem
condições de oferecer alguém (o agente comunitário), sem amizade
ou inimizade com as partes, capacitado para facilitar a conversa entre
os envolvidos. Em outras palavras, alguém desinteressado (sem
interesse em favorecer um ou outro) pode conversar com os
envolvidos, facilitar o diálogo que dificilmente aconteceria e, ainda,
proporcionar um acordo realizado entre os próprios interessados.
Assim, como demonstrado, a Justiça Comunitária não julga, mas pode
oferecer o mesmo resultado prático de um julgamento, com a
vantagem de evitar os desgastes de um processo judicial.
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Como utilizar a Justiça Comunitária?
A Justiça Comunitária está disponível a qualquer cidadão, é
formada por pessoas voluntárias da própria comunidade, mesmo
sem formação jurídica.
O acesso à Justiça Comunitária pode ser realizado dirigindo-se aos
postos de atendimento ou através dos próprios agentes
comunitários por meio de visita domiciliar realizada pelos agentes
comunitários.
É de graça e não há burocracia. Basta ser atendido por um agente
comunitário, expondo a ele qual é a dúvida a ser esclarecida ou o
conflito a ser resolvido.
Por meio de atendimento, realizado através de conversa informal,
sem palavras técnicas complicadas, o agente comunitário orienta o
cidadão sobre a melhor forma de resolver o seu problema, seja
informando-o ou mesmo procurando solucionar algum conflito já
existente.
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O que são agentes comunitários?
Os agentes comunitários são pessoas voluntárias, integrantes da
própria comunidade, e fundamentais para a existência da Justiça
Comunitária.
Por serem da própria comunidade na qual prestam atendimento
(mesmo bairro), os agentes comunitários conhecem melhor os
moradores da região e suas necessidades.
O conhecimento da própria comunidade local pelo agente comunitário
permite a realização de um atendimento mais próximo à população.
Vejamos um exemplo: na hipótese de conflito de interesses entre
locador e inquilino, o agente comunitário poderá auxiliá-los, pois
conhece a comunidade, seus costumes e talvez até mesmo as
pessoas envolvidas.
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Como ser um agente comunitário?
Para ser um agente comunitário, o interessado deve se submeter a
uma seleção, realizada por uma equipe técnica do Tribunal de
Justiça, com a finalidade de saber se o candidato possui as
habilidades mínimas necessárias para o exercício da função
(idoneidade, facilidade de atendimento ao público, solidariedade,
habilidade para a intermediação de conflitos etc).
O candidato deve, ainda, residir no bairro no qual prestará
atendimento e apresentar documentos pessoais, 02 fotos 3x4 e
comprovante de conclusão de segundo grau.
O agente comunitário recebe, pelo trabalho desempenhado, uma
indenização fixa mensal e um valor que varia conforme a sua
produtividade (Lei 8.161/04).
Conhecendo os seus direitos
Uma das funções da Justiça Comunitária é informar o cidadão sobre os
seus direitos. Pensando nisto, seguem as principais dúvidas
normalmente surgidas nos atendimentos realizados pelos agentes
comunitários:
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2.1. Direito de Família
2.1.1. Divórcio
O divórcio somente pode ser realizado através de processo judicial?
Não. Atualmente, é possível resolver tudo através de escritura pública
em cartório, por meio de advogado. Mas o casal deve estar de acordo
em divorciar e não pode haver filho comum com idade menor que 18
anos.
E se um dos cônjuges não concordar com o divórcio, o que fazer?
Não havendo consenso dos cônjuges, o divórcio necessariamente
deve ser realizado por meio de um processo judicial.
E se houver filho com idade menor que 18 anos?
Havendo filho com idade menor que 18 anos, o divórcio
necessariamente deverá ser realizado por meio de um processo
judicial.
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Após a realização do divórcio, quando outro casamento pode ser
realizado?
Realizado o divórcio, os ex-cônjuges podem se casar em seguida,
pois não há mais a exigência de se aguardar 02 anos.
É preciso se separar para após realizar o divórcio?
Atualmente, o divórcio pode ser realizado diretamente.
O divórcio realizado no exterior é válido no Brasil?
Sim, mas a decisão estrangeira deve ser confirmada no Brasil no
Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
Onde procurar? Os interessados devem contratar advogado particular ou procurar a Defensoria Pública ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito – ver relação de endereços ao final da cartilha. O advogado ou o Defensor Público apresentará os documentos ao juiz ou ao tabelião (cartório), caso o divórcio seja extrajudicial (item 7.1.1)
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2.1.2. União Estável
O que é união estável?
É a união de duas pessoas com a finalidade de viver como uma
família. É a mesma situação daquele que se diz amasiado ou
convivente.
A partir de quanto tempo há união estável?
A Lei não prevê o tempo mínimo para que a união seja considerada
estável, basta a demonstração da estabilidade da relação entre os
companheiros. Mas a duração do relacionamento deve ser razoável.
Em uma semana, por exemplo, não há tempo de uma relação nascida
com a pretensão de constituir uma família se estabilizar.
Qual é a diferença entre o casamento e a união estável?
Dentre outras, a principal diferença se relaciona à herança. Na união
estável, o convivente tem direito somente à metade dos bens que
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adquiriu durante o tempo de convivência juntamente com o
companheiro falecido. Além disto, qualquer um dos conviventes
pode se desfazer de todos os bens, pois o outro companheiro não é
considerado herdeiro necessário.
No casamento, o cônjuge não pode vender todos os seus bens,
pois o esposo ou esposa é considerado herdeiro necessário, com
direito à metade dos bens.
Pode haver casamento entre pessoas do mesmo sexo?
Apesar da polêmica do tema, o Conselho Nacional de Justiça
(Órgão controlador da atividade administrativa e financeira do Poder
Judiciário) determinou aos cartórios de todo o País que atendam
aos pedidos de casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Não há na lei previsão para tanto, mas atualmente o Supremo
Tribunal Federal (a mais alta Corte do País) reconhece que os
efeitos jurídicos da união entre pessoas do mesmo sexo são os
mesmos da união entre indivíduos de sexo diferente.
Onde procurar?
Os interessados devem contratar advogado particular ou
procurar a Defensoria Pública ou o Núcleo de Assistência
Judiciária de alguma faculdade de Direito – ver relação de
endereços ao final da cartilha – para se obter o reconhecimento
da União Estável.
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2.1.3. Guarda dos Filhos
A quem deve ser concedida a guarda dos filhos?
Apesar de normalmente a guarda ser concedida à mãe, nada impede
que referido direito/dever seja atribuído ao pai. O juiz aprecia quem
dos pais atende melhor aos interesses da criança. Assim, a escolha
do guardião observa, como fator decisivo, o bem estar do filho, e não
simplesmente o interesse dos pais.
Em caso de divórcio, somente o ex-cônjuge que possui a guarda é
responsável pelos filhos?
Não, o divórcio do casal não retira do ex-cônjuge não guardião o dever
de cuidar dos filhos. Além de normalmente pagar pensão alimentícia,
os pais não detentores da guarda têm o dever de zelo, de educação e
de convivência em relação aos filhos.
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O que é guarda compartilhada?
A guarda compartilhada é uma forma de se atribuir aos guardiões a
mesma medida de responsabilidade de cuidado com a criança ou
adolescente.
Ao contrário da guarda unilateral, quando a criança ou o
adolescente fica sob os cuidados de um dos guardiões apenas
excepcionalmente, na guarda compartilhada ambos os guardiões
têm iguais deveres e atribuições.
Na guarda compartilhada não há direito de visitas dos guardiões,
pois ambos têm igual direito de ter o filho sob seus cuidados, de
forma a ser previamente combinada. Isto não significa que o filho
deva residir alternadamente com os pais, mas que ambos os
guardiões têm iguais direitos e responsabilidades.
Onde procurar?
Os interessados devem contratar advogado particular ou
procurar o Ministério Público ou a Defensoria Pública ou o
Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito
– ver relação de endereços ao final da cartilha.
O juiz que aprecia o pedido de guarda é o da Vara de Família,
ou o da Vara da Infância e Juventude, nos casos que a criança
ou o adolescente se encontram em situação de risco.
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2.1.4. Pensão Alimentícia
Quem deve pagar pensão alimentícia?
A pensão alimentícia é devida por um parente ao outro parente, ou
entre o ex-marido e a ex-mulher, e vice-versa. Assim, os pais podem
ser obrigados a pagar pensão aos filhos, mas estes também podem
ter de pagar aos pais caso estes necessitem. Da mesma forma, a ex-
esposa pode exigir do ex-marido o pagamento da pensão alimentícia,
ou vice-versa, em caso de necessidade.
Deverá pagar aquele que tiver condições financeiras para tanto, em
favor daquele que necessitar. Se, por exemplo, ambos os ex-cônjuges
estiverem desempregados, não será possível um exigir do outro o
pagamento da pensão.
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A gestante não casada pode exigir pagamento de pensão ao bebê
que ainda não nasceu?
Atualmente, é possível exigir o pagamento de pensão alimentícia do
suposto pai em favor do nascituro (o bebê que ainda não nasceu).
Para tanto, basta a gestante solicitar na Justiça o benefício,
apresentando evidências do relacionamento que manteve com o
suposto pai e que gerou a gravidez. Não há necessidade de
realização de exame de DNA.
Após o nascimento do bebê, a pensão pode ser estabelecida por
tempo indefinido, inclusive com revisão do valor fixado
anteriormente durante a gestação.
A falta de pagamento de pensão pode gerar prisão?
A falta de pagamento de pensão alimentícia pode implicar na
decretação da prisão do devedor. Basta que o devedor atrase por
03 meses ou mais o pagamento da pensão determinada
judicialmente e que o credor peça ao juiz a prisão do inadimplente.
Onde procurar?
Os interessados devem contratar advogado particular ou procurar
o Ministério Público ou a Defensoria Pública ou o Núcleo de
Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito – ver
relação de endereços ao final da cartilha.
O juiz que aprecia o pedido de pensão alimentícia é o da Vara de
Família, ou o da Vara da Infância e Juventude, nos casos em que
o beneficiário seja criança ou adolescente em situação de risco.
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2.1.5. Herança
Como os familiares herdam bens uns dos outros?
A maioria dos brasileiros não se programa para a herança de seus
bens pela família. Os bens da pessoa falecida normalmente passam
para o nome da família por meio de inventário, um procedimento que
pode ser realizado na Justiça ou em um cartório (se todos os
herdeiros concordarem e tiverem idade de 18 anos ou mais). Nos dois
casos (no cartório e na Justiça), é necessária a contratação de
advogado ou a assistência pela Defensoria Pública.
Mas sempre será necessária a realização de inventário?
Não. Os saldos de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e
PIS-PASEP (contribuição do trabalhador) podem ser sacados por
todos os herdeiros diretamente no banco. Também os saldos em
conta corrente e poupança, no valor de até 500 OTN (cerca de
R$785,00), podem ser sacados sem a realização de inventário.
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Se a pessoa falecer, deixar algum bem e não tiver herdeiro, com
quem ficará a herança?
A herança, neste caso, é devida ao Estado.
O filho adotivo ou havido fora do casamento tem direito à herança?
Hoje não há mais qualquer distinção de direitos entre os filhos
biológicos ou adotivos ou em relação aos filhos nascidos fora do
casamento. Portanto, todos os filhos têm direito igual à herança.
É verdade que ninguém pode herdar dívidas?
Não é bem assim. Os herdeiros devem pagar as dívidas da pessoa
falecida, mas somente até o montante do patrimônio herdado, ou
seja, se o familiar falecido devia R$100.000,00 (cem mil reais) e
deixou bens no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), nenhum
dos herdeiros receberá sua parte, mas por outro lado não será
obrigado a pagar o restante do débito de R$20.000,00 (vinte mil
reais).
Onde procurar?
1) Saque de PIS/PASEP/ FGTS: Qualquer agência da Caixa
Econômica Federal;
2) Inventário ou Alvará Judicial:
Os interessados devem contratar advogado particular ou procurar a
Defensoria Pública ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma
faculdade de Direito – ver relação de endereços ao final da cartilha.
Se o inventário for realizado extrajudicialmente, os interessados
podem procurar um cartório de notas - ver relação de endereços ao
final da cartilha -, mas acompanhado de Defensor Público ou de
advogado particular.
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2.1.6. Interdição
Quando se tem alguém na família que tenha problemas mentais ou
outra enfermidade que a incapacite o que se pode fazer?
Buscar a interdição do doente, através da Justiça para que, aquele
que por ele se responsabilize (curador) possa praticar todos os atos
da vida civil em seu nome. Por exemplo, receber benefício do INSS,
movimentar conta no Banco, pagar dívidas, comprar imóvel, cuidar de
seus filhos, etc.
A idade avançada basta para que a pessoa seja interditada?
Não. É necessário que ela tenha alguma doença que tenha afastado o
seu entendimento das coisas da vida. Ser idoso não é causa suficiente
para a interdição.
A pessoa interditada que não tenha boas condições financeiras pode
receber ajuda?
Sim. Aquele que for interditado e não tenha como se manter, poderá
receber um benefício mensal do INSS. Para isso, tem que haver um
atestado médico provando que a pessoa é incapaz.
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A pessoa interditada não pode praticar nenhum ato sozinha?
Não. Depende da extensão da interdição. O juiz, na sentença, vai
dizer quais são os atos que a pessoa interditada pode praticar e só
na interdição absoluta que a pessoa tem que ser totalmente
representada.
Onde procurar?
Os interessados devem contratar advogado particular ou
procurar o Ministério Público ou a Defensoria Pública ou o
Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito
– ver relação de endereços ao final da cartilha. Para pedir o
benefício previdenciário procurar o INSS.
O juiz que aprecia o pedido de pensão alimentícia é o da Vara
de Família.
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2.2. Direito das Crianças e dos Adolescentes
Para a Lei, qual a diferença entre criança e adolescente?
A diferença entre um e outro é a idade. Considera-se criança a pessoa de 0 a 12 anos incompletos, e adolescente de 12 a 18 anos incompletos.
Quais são os principais direitos das crianças e dos adolescentes?
a) Prioridade absoluta: as crianças e os adolescentes têm prioridade no exercício de seus direitos. Em relação à saúde e à educação, por exemplo, o atendimento à criança tem preferência em relação ao adulto, inclusive idosos. Isto deve ser observado por todos, sociedade e governo; b) Proteção: todos são responsáveis pela proteção das crianças e dos adolescentes. Isto significa que, ao se verificar que uma criança ou adolescente está em situação de risco (ingerindo bebida alcoólica, utilizando droga, sendo agredido pelos pais ou por familiares), devemos fazer algo, como chamar pelos pais ou pelo Conselho Tutelar; c) Saúde: o acesso aos médicos, aos hospitais e aos medicamentos, às crianças e aos adolescentes, deve ser garantido pelo governo (municipal, estadual ou federal). Assim, por exemplo, se uma criança necessita de um tratamento de emergência em UTI o Estado deve ofertá-lo. Não havendo vagas em hospitais públicos, o Estado deve custear o tratamento em algum hospital particular; d) Educação: O direito a frequentar a escola deve também ser garantido pelo governo. Aliás, as crianças têm o direito à pré-escola (creche) localizada mais próxima de sua residência.
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O que é o Conselho Tutelar?
É um órgão composto por pessoas da comunidade e que tem como
principal objetivo proteger as crianças e adolescentes que estiverem
em situação de risco.
O que é a criança ou o adolescente estar em situação de risco?
A situação de risco ocorre quando a criança e o adolescente são
desrespeitados em seus direitos mais importantes (vida, saúde,
educação etc). Em outras palavras, se a criança e o adolescente
estiverem sendo castigados em excesso pelos pais, ingerindo
bebidas alcoólicas, usando drogas, sofrendo abuso sexual etc.
haverá situação de risco.
Uma criança ou um adolescente precisam de autorização para
viajar?
Para viagens nacionais, a autorização judicial de viagem é
necessária quando a criança (menor de 12 anos) estiver
desacompanhada dos pais ou responsável. Mas se a criança estiver
na companhia de irmãos maiores de idade, de avós ou tios a
autorização é dispensada, desde que o parentesco seja provado
através dos documentos. Para os adolescentes, não há
necessidade de autorização, basta apresentar o documento de
identificação.
Nas viagens internacionais, a autorização judicial é necessária para
criança e adolescente, desde que algum dos pais ou o responsável
não assine, com firma reconhecida, a autorização em cartório.
O que acontece se uma criança ou um adolescente praticarem
crime?
A criança poderá receber uma medida de proteção
(encaminhamento aos pais ou a uma instituição de acolhimento,
tratamento médico, psicológico, psiquiátrico, etc).
O adolescente pode se submeter a uma medida socioeducativa (são
medidas cujo objetivo é educar), tais como a advertência, a prestação
de serviços à comunidade ou internação (nos casos mais graves).
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As crianças ou os adolescentes podem trabalhar?
O trabalho é permitido a partir dos 16 anos; o adolescente pode
exercer a função de aprendiz a partir dos 14 anos.
Onde procurar?
1) Solicitação de alguma medida protetiva ou de algum serviço
essencial à criança ou ao adolescente: Conselho Tutelar – ver
relação de endereços;
2) Solicitação de alguma medida judicial relativa a alguma criança ou
adolescente em situação de risco: os interessados devem contratar
advogado particular ou procurar o Ministério Público ou Defensoria
Pública ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade
de Direito -ver relação de endereços ao final da cartilha.
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2.2.1. Adoção
O que é a adoção?
É a forma legal de obtenção da condição de filho a quem possui
outra filiação.
Quem pode adotar?
1) pessoa com mais de 18 anos de idade e pelo menos 16 anos
mais velho que o adotando;
2) o casal divorciado, desde que a convivência com o adotando
tenha sido iniciada durante a relação conjugal;
3) o marido ou o companheiro em relação ao filho do outro;
Quem não pode adotar?
Os ascendentes, tais como os avós, e os irmãos.
O adotante pode se arrepender da adoção?
A adoção é irrevogável, ou seja, seus efeitos são perpétuos, mesmo
a morte do adotante ou do adotado.
As pessoas com mais de 18 anos podem ser adotados?
Sim, a Lei prevê a adoção de pessoas maiores de 18 anos.
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Onde procurar?
1) Ação de pessoas com idade inferior a 18 anos: Os interessados
devem procurar o Juizado da Infância e Juventude e solicitar a
habilitação no Cadastro Nacional de Adoção. Após a habilitação, os
adotantes propõem a Ação de Adoção, no mesmo Juizado, por meio
de advogado particular ou do Ministério Público ou da Defensoria
Pública ou do Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade
de Direito - ver relação de endereços ao final da cartilha.
2) Ação de pessoas maiores de 18 anos: contratar advogado
particular, ou através da Defensoria Pública, ou Núcleo de
Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito, e a ação
deverá ser proposta nas Varas de Família.
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2.3. Responsabilidade Civil – Reparação de Danos
O que é responsabilidade civil?
É a obrigação de reparar o dano que uma pessoa causou a outra.
Quais são os casos mais freqüentes de responsabilização civil?
Podemos citar o acidente de trânsito, a inclusão indevida do nome
do devedor no SCPC ou SERASA, o extravio de bagagens do
passageiro por companhia aéreo ou empresa de ônibus, ou erro
médico, etc.
Dei causa a um acidente de trânsito e o dono do outro veículo propôs
dar a quitação da dívida se eu pagasse a franquia do seguro dele.
Ao aceitar a proposta, o problema fica resolvido?
Apesar de comum a situação, o problema não termina com o citado
acordo, ao menos para quem deu causa ao acidente. O condutor
não culpado, ao pagar a franquia do seguro, recebe a indenização
da seguradora. Ocorre que a mesma seguradora, ao saber que o
segurado não deu causa ao acidente, certamente promoverá uma
ação judicial contra o condutor culpado para reaver todos os gastos.
Isto se dá porque o contrato de seguro concede à seguradora os
direitos do segurado.
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O que devo provar para ser ressarcido pela pessoa que me provocou
prejuízo?
Normalmente, para responsabilizar alguém é necessário comprovar
que a conduta foi praticada com culpa, disto decorrendo um prejuízo.
Mas em algumas situações, não é necessário provar a culpa. Como
exemplo, podemos citar os prejuízos causados por algum fornecedor a
um consumidor (um alimento enlatado que causa uma doença) ou por
algum serviço público (acidente causado por um transporte coletivo).
Há outros casos nos quais a comprovação do dano, além da culpa, é
desnecessária (inclusão indevida do nome do devedor no SCPC ou
SERASA).
Qual é o tempo máximo para obter o ressarcimento de algum prejuízo
causado por alguém?
Normalmente, desconsiderando as exceções previstas em Lei, o prazo
para obtenção de ressarcimento é de 03 ou 05 anos (quando o fato
gerador do prejuízo decorrer de uma relação de consumo).
Descobri que adquiri um problema de saúde após me submeter a uma
cirurgia já realizada há 06 anos. Não tenho mais direito a ser
indenizado?
Depende do momento a partir do qual houve conhecimento do
problema ocasionado pela cirurgia. O prazo para ressarcimento, no
caso de 05 anos, não é contado enquanto o paciente desconhecia o
problema.
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Onde procurar? As diversas situações impedem relacionar todos os locais de busca dos direitos decorrentes de responsabilização civil. Mas, basicamente, podemos indicar o seguinte: 1) Ação judicial contra o Município ou o Estado: a) valor reclamado de até 60 salários mínimos -Juizado Especial da Fazenda Pública, sem necessidade de advogado; b) valor reclamado maior que 60 salários mínimos: Os interessados podem contratar advogado particular ou procurar a Defensoria Pública Estadual ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito -ver relação de endereços ao final da cartilha; 2) Ação Judicial contra a União (Governo Federal), empresa pública federal (Caixa Econômica Federal, Correios etc) ou autarquias (INSS, INCRA etc): a) valor reclamado de até 60 salários mínimos - Juizado Especial Cível Federal, sem necessidade de advogado; b) valor reclamado maior que 60 salários mínimos: Os interessados podem contratar advogado particular ou procurar a Defensoria Pública da União ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito -ver relação de endereços ao final da cartilha; 3) Ação Judicial contra particular 3.1) Valor reclamado de até 20 salários mínimos: diretamente no Juizado Especial, sem a necessidade de advogado; 3.2) Valor reclamado maior de 20 e até 40 salários mínimos: os interessados devem contratar advogado particular ou procurar a Defensoria Pública ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito, podendo optar em propor a ação no Juizado Especial -ver relação de endereços ao final da cartilha; 3.3) Valor reclamado maior que 40 salários mínimos: os interessados devem contratar advogado particular ou procurar a Defensoria Pública ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito, não podendo optar pelo Juizado Especial – ver relação de endereços ao final da cartilha;
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2.4. Direito do Consumidor
O que é consumidor?
Consumidor é aquela pessoa que adquire bem ou serviço para seu uso próprio.
Uma pessoa que adquire ingredientes para fazer pastéis destinados à venda é consumidora? Normalmente não, pois a Lei considera consumidor, a não ser em situações excepcionais, somente aquele que adquire bens ou serviços para consumo próprio. O Superior Tribunal de Justiça, órgão judicial responsável pela interpretação das leis federais, tem entendido que os benefícios previstos no Código do Consumidor podem ser estendidos ao pequeno comerciante, desde que seja demonstrada a desigualdade de condições (econômicas, técnicas e de informação) com a outra parte contratante. Assim, o dono de uma barraquinha de pastéis que compra os ingredientes de um grande supermercado é considerado consumidor, pois as diferenças entre ambos são evidentes.
Sou consumidor, e daí? O consumidor possui vários direitos reconhecidos em Lei, pois normalmente é parte mais fraca na relação de consumo. O fato de ser consumidor, portanto, garante um tratamento jurídico diferenciado.
Quais são os principais direitos do consumidor? O consumidor tem os seguintes direitos, resumidamente: a) Informação: aquele que vende bem ou oferece produto tem o dever de informar devidamente o consumidor. O banco, por exemplo,
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tem o dever de informar o cliente de forma clara quais as tarifas serão cobradas em conta corrente; b) Oferta: uma oferta realizada ao consumidor, se descumprida, pode dar causa ao pagamento de indenização e ao cumprimento forçado daquilo que foi prometido. Se uma loja faz publicidade sobre a venda de uma determinada televisão por um certo preço, tem obrigação de cumprir o anunciado pela propaganda; c) Proteção contratual: o contrato é um acordo através do qual as pessoas se comprometem a fazer ou a dar algo. Quando uma destas pessoas é um consumidor, o contrato é considerado de consumo. Considerando que o consumidor é a parte mais fraca do contrato, a Lei prevê que a interpretação das regras do acordo deve ser realizada tendo em conta esta desigualdade; d) Cobrança de dívidas: o consumidor pode ser cobrado para pagar suas dívidas, mas a cobrança não pode ser realizada: 1) de forma vergonhosa (aos gritos, para chamar a atenção de outras pessoas, por exemplo); 2) por meio de outra pessoa (amigo, parente etc); 3) em horário de descanso (à noite, em finais de semana etc); 4) no ambiente de trabalho do devedor; e) Arrependimento: o consumidor tem o direito de se arrepender das compras realizadas: 1) por telefone, internet, carta etc; 2) por meio de vendedores, mas em sua própria casa; 3) por outros meios fora do estabelecimento comercial. O direito deve ser exercido dentro de 07 dias após a entrega do produto ou o início da utilização do serviço. Nas compras realizadas no interior do estabelecimento comercial, o consumidor não tem o direito de se arrepender e desfazer o negócio. Não pode, também, exigir a troca do produto sem defeito. f) Prazo para reclamação de problema com produto ou serviço: 1) produtos não duráveis (alimentos, por exemplo): 30 dias; 2) produtos duráveis: 90 dias. Os prazos são contados a partir do recebimento do produto ou do término do serviço. Se o problema não for facilmente identificável, o prazo é contado a partir da sua descoberta.
Qual a diferença entre Juizado Especial Cível e o PROCON? Se o conflito não for solucionado pela Justiça Comunitária, o consumidor deverá ser orientado a buscar proteção no PROCON ou Juizado Especial Cível.
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Os Juizados Especiais Cíveis estão preparados para receber as reclamações diretamente formuladas pelos consumidores, dependendo do valor da causa, até mesmo sem auxílio de um advogado. Nesse caso, basta comparecer e sua reclamação será processada e julgada por um Juiz. De outro lado, o PROCON É um órgão público responsável por proteger o consumidor, fornecendo orientações, recebendo e analisando as reclamações apresentadas e, ainda, aplicando sanções aos infratores. A atuação do PROCON auxilia a resolução dos problemas de consumo de forma preventiva, pois pode evitar o início de um processo judicial.
Onde procurar?
1) Reclamações: Procon
2) Ação judicial:
2.1) Valor reclamado de até 20 salários mínimos: diretamente no
Juizado Especial, sem a necessidade de advogado;
2.2) Valor reclamado maior de 20 e até 40 salários mínimos: os
interessados devem contratar advogado particular ou procurar a
Defensoria Pública ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma
faculdade de Direito, podendo optar em propor a ação no Juizado
Especial -ver relação de endereços ao final da cartilha;
2.2) Valor reclamado maior que 40 salários mínimos: os interessados
devem contratar advogado particular ou procurar a Defensoria
Pública ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade
de Direito, não podendo optar pelo Juizado Especial – ver relação de
endereços ao final da cartilha.
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2.5. Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher
O que é violência doméstica?
É qualquer ação ou omissão que cause à mulher: morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.
Quais as principais inovações da Lei Maria da Penha?
1) criação dos juizados especiais da violência doméstica, que
permite um julgamento mais rápido do agressor;
2) proibição do agressor condenado obter o benefício da
substituição da pena de prisão por entrega de cestas básicas ou
prestação pecuniária;
3) afastamento do agressor do lar da agredida;
4) proibição do agressor de aproximar-se da vítima;
5) obrigação do agressor de pagar alimentos à mulher e aos filhos
comuns;
6) proteção do patrimônio da mulher agredida.
Quais são os tipos de violência doméstica?
Violência física: entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
Violência psicológica: entendida como qualquer conduta que lhe
cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe
Física, Psicológica, Sexual, Patrimonial e Moral.
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prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar
ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões,
mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto,
chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir
ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação;
Violência sexual: entendida como qualquer conduta que a constranja
a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada,
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza
a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force
ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
Violência patrimonial: entendida como qualquer conduta que
configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus
objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a
satisfazer suas necessidades;
Violência moral: entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria.
A violência doméstica ocorre somente em casa?
Pode ocorrer também fora de casa, desde que a pessoa agressora e a
agredida tenham ou já tenham tido relação de afeto,
independentemente de morarem juntos.
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Alguns mitos e fatos sobre a violência doméstica:
O que fazer quando a mulher se sentir ameaçada ou for vítima de violência doméstica? É recomendável obter informações pelo telefone nº 180 (atendimento do Governo Federal com pessoas capacitadas) e procurar a polícia.
O que a polícia pode fazer de imediato em favor de uma vítima de
violência doméstica que realizar a denúncia de agressão? 1) garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; 2) encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal; 3) fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida; 4) se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar; 5)informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.
O que o juiz pode fazer com urgência para proteger a ofendida? 1) encaminhá-la e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento; 2) determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor; 3) determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; 4) determinar a separação de corpos.
Há alguma medida protetiva em relação ao patrimônio da ofendida? Sim. São as seguintes: 1) restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida; 2) proibição temporária da ofendida de realizar contratos, de modo a evitar coação do agressor; 3) suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor; 4) determinação ao agressor de prestar caução em relação a prejuízos causados à ofendida.
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Quais são as medidas de proteção aplicáveis contra o agressor?
1) suspensão da posse ou restrição do porte de armas;
2) afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a
ofendida;
3) proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das
testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e
o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por
qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a
integridade física e psicológica da ofendida;
4) restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores;
5) pagamento de pensão
Se a mulher perdoar o agressor, mesmo assim ele será punido?
Depois de realizada a denúncia, a vítima não pode mais se retratar,
pois a ocorrência policial será objeto de ação penal
independentemente do perdão da agredida.
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2.6. Registro Público - Cartório
O que deve ser registrado em cartório?
Dentre outras coisas, devem ser registrados em cartório: a) Nascimento; b) Casamento; c) Separação consensual ou judicial; d) Óbito; e) Compromisso de Compra e Venda; f) Permuta; g) Dação em pagamento; h) Doação entre vivos; i) Todos os tipos de Cédulas (rural, industrial, comercial,
bancária, etc...) j) Hipotecas legal, judiciais e convencionais; k) Alienação Fiduciária; l) Contratos de locação de prédios, nos quais tenha sido
consignada cláusula de vigência no caso de alienação de coisa locada;
m) Financiamentos em geral; n) Loteamentos urbanos e rurais; o) Escrituras de pacto antenupcial; p) Cartas de Adjudicação; q) Formais de partilha; e r) Das incorporações, instituições e convenções de
condomínio.
Para quê se registra em cartório? O registro em cartório tem como objetivo dar segurança jurídica às pessoas, evitando fraudes, por exemplo.
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Como sei para qual cartório devo ir? Em cidades menores, normalmente há somente um cartório que resolve tudo. Mas onde a população é maior há uma espécie de cartório para cada tipo de serviço, como por exemplo, o de registro das pessoas (nascimento, casamento, divórcio, óbito etc), de imóveis (onde o imóvel é matriculado), de título e de documentos (onde se registra o contrato de financiamento de carro, por exemplo) e o de notas (onde se faz as escrituras – doação, compra e venda, testamento, procurações etc). No item 11 deste material há a relação dos principais cartórios de Cuiabá e a indicação das respectivas funções.
Então, ao comprar uma casa, terreno, apartamento, etc..., devo ir ao cartório de notas? Ao comprar um imóvel (casa, terreno, apartamento, etc...) deve-se tomar alguns cuidados para que se faça uma compra satisfatória e sem problemas posteriores.
a. Ir ao cartório de imóveis e tirar uma certidão de inteiro teor e ônus. Essa certidão tem por finalidade verificar se sobre o imóvel não existe qualquer restrição para a venda do mesmo. Exemplos: registro de penhora, indisponibilidade, hipoteca, alienação fiduciária etc. b. Também deve solicitar do(s) vendedor (es) as seguintes certidões: c. Certidão Negativa de Débitos Imobiliários junto a Prefeitura onde fica localizado o imóvel; d. Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas. Essa certidão obtém-se, via internet, através do site tst.jus.br/certidão e. Certidão Conjunta Negativa de Débitos Relativos aos Tributos Federais e à Dívida Ativa da União, expedida pelo Ministério da Fazenda – Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – Secretaria da Receita Federal do Brasil. Essa certidão obtém-se, via internet, através do site www.receita.fazenda.gov.br; f. Certidão do cartório distribuidor da comarca onde o imóvel está localizado. Essa certidão obtém-se, via internet, através do site www.tjmt.jus.br
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Mas, já que o imóvel somente pode ser registrado em um
determinado cartório, a escritura deve ser feita também em um
mesmo lugar?
Não. A escritura de compra e venda pode ser realizada em qualquer
cartório do País, inclusive em consulado brasileiro no exterior.
Comprei um lote à prestação. Somente me deram um contrato
particular. Devo ir ao cartório?
É importante registrar (averbar) o contrato particular no cartório
onde o imóvel tem matrícula. Ao fazer isto, o comprador evita
prejuízos com fraudes, como, por exemplo, quando um imóvel é
vendido a mais de um comprador.
E como posso saber que o imóvel que pretendo comprar não foi
vendido a outra pessoa?
Ao comprar um imóvel, é prudente ir ao cartório no qual ele é
registrado e pedir a emissão de uma certidão, por meio da qual é
possível saber se outro comprador registrou um contrato de compra
e venda do mesmo bem.
Isto não garante que o vendedor não tenha vendido o mesmo bem
a outra pessoa, mas demonstra que não há outra compra e venda
registrada.
Vale lembrar que o comprador se torna dono somente quando
registra a escritura!
O divórcio feito no exterior deve ser registrado em cartório no Brasil?
Após a decisão estrangeira ser validada pelo Superior Tribunal de
Justiça, (Homologação de Sentença Estrangeira), é necessário o
registro no cartório de títulos e documentos onde o interessado tem
domicílio. Caso o casamento tenha sido realizado no Brasil, é
preciso averbar a decisão de divórcio homologada.
Onde procurar?
Ver relação dos endereços dos principais cartórios de Cuiabá ao
final da cartilha.
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2.7. Direito Previdenciário – Aposentadoria e Benefícios
O que é Previdência Social?
É, digamos, um seguro que tem por objetivo garantir ao contribuinte
e à sua família uma renda quando ocorrer algumas situações
específicas, tais como a doença, a morte e a idade avançada.
Todos devem contribuir para Previdência Social?
Todos aqueles que trabalham devem contribuir, mas nem sempre
para a Previdência Social. É o caso dos servidores públicos, que
são vinculados a uma previdência própria, distinta da previdência do
Regime Geral.
Quem deve contribuir para a Previdência Social?
Todos os trabalhadores urbanos ou rurais devem contribuir.
Quais são os segurados obrigatórios e os não obrigatórios?
Os segurados obrigatórios são os seguintes:
1. Empregado: quem presta serviço de maneira não eventual, de
forma remunerada e subordinada. São todos os trabalhadores
de carteira assinada;
2. Empregado doméstico: é aquele que trabalha para alguém,
mediante atividade sem fim lucrativo. Ex. empregada doméstica,
jardineiro, caseiro etc;
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3. Contribuinte individual: são os autônomos, os sócios de
empresa, os profissionais liberais etc;
4. Trabalhador avulso: é o trabalhador contratado por
intermédio de sindicato e que presta serviço sem ter vínculo
empregatício. É o caso dos estivadores (quem transporta a
carga dos navios), por exemplo;
5. Segurado Especial: são os produtores rurais que trabalham
por conta própria, normalmente com a ajuda da família, mas
sem empregados.
Os segurados não obrigatórios ou facultativos são todas as
pessoas com idade de 16 anos ou mais, que não exercem alguma
atividade remunerada prevista da categoria dos segurados
obrigatórios, mas que desejam contribuir para a Previdência
Social. Ex. dona de casa, estudantes etc.
Quais são os principais benefícios previdenciários?
Os principais benefícios e os requisitos respectivos são os
seguintes:
1. Aposentadoria por idade: devido a partir dos 65 anos, se homem, e 60 anos, se mulher, observado o número mínimo de contribuições (180);
2. Aposentadoria por tempo de contribuição: é necessário 35 anos de contribuição, se homem, ou 30 anos, se mulher;
3. Aposentadoria por invalidez: beneficia o segurado já em gozo do auxílio doença, ou não, mas considerado totalmente incapacitado para o trabalho, desde que possua qualidade de segurado e carência para a concessão do benefício (pelo menos 12 meses)
4. Aposentadoria do trabalhador rural: é um benefício diferenciado àquele que trabalha no meio rural, pois exige idade reduzida para a concessão (60 anos para homem e 55 para mulher). Exige-se a comprovação de ao menos 15 anos de trabalho no campo em regime de agricultura familiar;
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5. Aposentadoria especial: é também um benefício diferenciado
destinado ao trabalhador que desempenha função normalmente
prejudicial à saúde. Ao segurado, para obter o benefício, basta
comprovar que desempenhou determinada atividade de risco
durante o prazo previsto em lei (normalmente 15, 20 ou 25 anos);
6. Aposentadoria do professor: o professor que comprovar o
exercício da função em sala de aula no 1º ou no 2º graus pode se
aposentar em tempo reduzido (30 anos para homem e 25 anos
para mulher);
7. Auxílio doença: é um benefício temporário devido ao trabalhador
a partir do 16º dia da doença. É devido somente até o
restabelecimento do doente e dispensa período de carência
quando a doença se relacionar à atividade profissional. Para as
doenças comuns, o prazo de carência é de 12 meses;
8. Auxílio reclusão: é o benefício devido aos dependentes
(cônjuge, filhos etc) do segurado preso. Tem a duração enquanto
houver o cumprimento em regime fechado;
9. Auxílio acidente: é o benefício devido ao segurado que tem
reduzida a sua capacidade de trabalho em decorrência de evento
considerado como acidente de trabalho ou acidente de qualquer
natureza;
10. Salário maternidade: é o benefício que garante a renda à
gestante, durante 120 dias, contados a partir de 28 dias antes do
parto. Para a segurada contribuinte individual, especial e
facultativa é necessária a contribuição de no mínimo 10 meses;
11. Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social –
LOAS: é um benefício diferente dos outros acima relacionados,
pois não depende de contribuição. Em outras palavras, não é um
seguro. É destinado às pessoas maiores de 65 anos e às
pessoas com deficiência. Nos dois casos, o beneficiário deverá
comprovar que a renda familiar per capita é inferior a ¼ do salário
mínimo (renda total da família, dividida pelo número de
integrantes). No caso do BPC deficiente, é necessário comprovar
impedimento de longo prazo (pelo menos 2 anos);
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Ao parar de contribuir o segurado do INSS está automaticamente
excluído da cobertura?
Não. O trabalhador é protegido pelo INSS por 12 meses após deixar
de contribuir. Assim, ao deixar o emprego e interromper as
contribuições, o segurado conta com a cobertura dos benefícios por
ainda 01 ano.
Caso o segurado já tenha contribuído por mais de 120 meses (10
anos), a proteção será de 36 meses (03 anos)
Além disso, em caso de desemprego involuntário, a qualidade de
segurado se prorroga por mais doze meses.
Caso o segurado já tenha contribuído por mais de 120 meses (10
anos), a proteção será de mais 12 meses;
O que se deve fazer após longo período sem contribuição?
O segurado deve se dirigir a uma agência do INSS para fazer o
levantamento do débito em aberto.
Onde procurar?
1) Pedidos administrativos: Agências do INSS;
2) Ação judicial:
2.1) Valor reclamado de até 60 salários mínimos: diretamente no
Juizado Especial Cível Federal, sem a necessidade de advogado
após a negativa administrativa;
2.2) Valor reclamado maior que 60 salários mínimos: os
interessados devem contratar advogado particular ou procurar a
Defensoria Pública da União ou o Núcleo de Assistência Judiciária
de alguma faculdade de Direito, -ver relação de endereços ao final
da cartilha.
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2.8. Direito dos Trabalhadores
O que mudou em relação aos direitos das empregadas domésticas?
No ano de 2013 houve muitas mudanças em seus direitos, por causa
da chamada PEC das domésticas. Para melhorar a compreensão,
vamos comparar os direitos que as empregadas domésticas já tinham,
com o que elas passaram a ter:
Antes da PEC Depois da PEC
1) Salário Mínimo;
2) 13º salário;
3) Repouso semanal
remunerado;
4) Férias;
5) Licença
maternidade/paternidade
;
6) Aviso prévio (direito
de ser avisado sobre a
dispensa no trabalho).
1) Jornada de trabalho de 44h semanais;
2) Pagamento de hora extra, como valor
de 50% a mais;
3) Adicional noturno (valor pago a mais
para o trabalho exercido entre 22h e 5h);
4) Seguro desemprego;
5) Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS);
6) Salário Família (valor pago ao
empregado por cada filho menor de 14
anos);
7) Auxílio Creche;
8) Seguro de acidente de trabalho;
9) Indenização por despedida sem justa
causa.
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Os novos direitos reconhecidos às empregadas domésticas já podem
ser exercidos?
Apenas os direitos à jornada máxima de 44 horas semanais e à
hora extra já podem ser exercidos. Para os outros, é necessário a
existência de lei específica.
Os novos direitos das empregadas domésticas valem a partir de
quando?
Os novos direitos reconhecidos e que não dependem de lei
específica estão em vigência desde 09/04/2013, de forma não
retroativa. Isto quer dizer que estes direitos não alcançam o
trabalho exercido antes da citada data.
Qual é a diferença entre diarista e a doméstica?
A principal diferença é a existência (doméstica) ou não (diarista) de
vínculo empregatício e, por conseqüência, dos direitos trabalhistas.
Não há uma distinção na própria Lei, mas os tribunais têm
reconhecido que se a pessoa presta serviço mais de 02 vezes por
semana o vinculo empregatício fica caracterizado.
Qual é a diferença entre trabalhar com ou sem a carteira assinada?
A carteira assinada representa o reconhecimento pelo empregador
dos direitos do trabalhador.
Se não tenho carteira assinada, significa que não tenho os direitos
trabalhistas?
Não. Os direitos trabalhistas podem ser reconhecidos
independentemente da existência da carteira assinada, mas sem o
documento o trabalhador tem mais dificuldades de provar o vínculo
empregatício.
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Quais são os principais direitos do trabalhador que tem carteira
assinada?
Os principais direitos são: 1) jornada de trabalho, normalmente de até
44 horas por semana; 2) Hora extra paga em valor de 50% a mais que
a hora normal trabalhada; 3) 13º salário; 4) Férias remuneradas; 5)
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); 7) Seguro
desemprego; 8) Adicional noturno (valor pago a mais para o trabalho
exercido entre 22h e 5h; 9) Salário Família (valor pago ao empregado
por cada filho menor de 14 anos); 10) Auxílio Creche; 11) Vale
transporte; 12) Seguro de acidente de trabalho; 13) Indenização por
despedida sem justa causa.
As faltas não justificadas do trabalhador podem interferir no direito às
férias remuneradas?
As faltas não justificadas podem diminuir os dias de férias ou mesmo
excluir o direito ao benefício durante o ano respectivo. Vejamos,
abaixo, um quadro comparativo:
Faltas sem justificativa Dias de férias
Até 05 30
6 a 14 24
15 a 23 18
24 a 32 12
33 ou mais 0
Quando o direito às férias pode ser exigido?
O trabalhador tem direito às férias após trabalhar 12 meses para o
mesmo empregador. Mas o período de gozo (os dias nos quais o
trabalhador estará de férias) é escolhido pelo empregador, respeitado
o prazo de 12 meses após a aquisição do direito. Assim, por exemplo,
se em 1º de janeiro o trabalhador adquiriu o direito às férias, pois já
trabalhou por 12 meses, o empregador está obrigado a conceder o
benefício até no máximo 01 de dezembro do mesmo ano (na hipótese
de férias de 30 dias).
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As férias devem ser tiradas de uma única vez? As férias podem ser divididas em dois períodos, mas nunca inferior a 10 dias corridos. Mas referida opção não pode ser exercida pelos trabalhadores menores de 18 ou maiores de 50 anos.
O que é o FGTS e quando posso sacá-lo? O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é um valor descontado mensalmente do valor bruto do salário (08%) e depositado em nome do trabalhador na Caixa Econômica Federal. A reserva financeira formada tem como objetivo amparar o trabalhador em algumas situações específicas, nas quais o saque é permitido.
Quais são as situações nas quais o FGTS pode ser sacado? Vejamos os principais fatos que permitem o saque do FGTS: 1) demissão sem justa causa; 2) diagnóstico de algumas doenças graves, tais como AIDS ou câncer; 3) Aquisição da casa própria.
Como funciona o vale transporte? O vale transporte é um adiantamento feito pelo empregador para o trabalhador custear as despesas de deslocamento para o trabalho. O benefício implica no desconto de 6% no salário bruto do empregado e no custeio pelo empregador da diferença do valor do transporte. O cálculo do custo do transporte é realizado pelo empregador e se refere somente a transporte público coletivo.
O que é o abono salarial? O abono salarial é um benefício de 01 salário mínimo pago anualmente aos trabalhadores que recebem até 02 salário mínimos mensais que contribuem para o PIS (Programa de Integração Social) ou o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público).
Onde procurar? 1) Saques de FGTS: Agências da Caixa Econômica Federal; 2) Saques de PIS ou PASEP: Agências da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil: 3) Reclamação trabalhista: Fórum da Justiça do Trabalho, com ou sem a presença de advogado. Os interessados podem contratar advogado particular ou procurar a Defensoria Pública da União ou o Núcleo de Assistência Judiciária de alguma faculdade de Direito, -ver relação de endereços ao final da cartilha
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3. Quadro Comparativo de Emissão de Documentos
Carteira de
Identidade
Carteira de
Trabalho
CPF Título de Eleitor
Documentos
exigidos
1) 03 fotos 3x4
recentes
(coloridas ou
não);
2) Certidão de
nascimento ou
casamento
(original ou
cópia
autenticada);
1) 02 fotos 3x4;
2)Comprovante de
residência;
CPF;
1)Documento de
identificação ou
certidão de
nascimento;
2)Título de
eleitor, se já
eleitor;
1)Carteira de
Identidade,
Certidão de
Nascimento e
Certidão de
Casamento;
2)Comprovante de
endereço recente;
3)Comprovante de
quitação do
serviço militar, se
do sexo
masculino;
Onde tirar? Ganha Tempo
– Seção de
Identificação;
1) Ganha Tempo –
Sine;
2) Ministério do
Trabalho
R. São Joaquim,
345 – Porto;
Agências do
Banco do Brasil
ou dos Correios
Ganha Tempo –
Seção do TRE ou
no próprio TRE;
O atendimento
inicial pode ser
realizado pelo site
http://www.tre-
mt.jus.br/eleitor/pr
e-atendimento-
eleitoral-titulo-
net/pre-
atendimento-e
54
4. Relação de Telefones Úteis
Justiça Comunitária
Cuiabá (65) 3617-3449 e 3617-3450
Várzea Grande (65) 3688-8463
Acorizal (65) 9984-5585
Chapada dos Guimarães (65) 3301-1236
Poconé (65) 3345-1507
Lucas do Rio Verde (65) 3549-2787
Juizados em Cuiabá
Juizado da Infância e Juventude (65) 3645-8200
Primeiro Juizado Especial Cível (65) 3313-8000 / 3313-8008
Segundo Juizado Especial Cível (65) 3313-8000 / 3313-8008
Terceiro Juizado Especial Cível (65) 3627-7090
Quarto Juizado Especial Cível (65) 3648-6555, 3648-6556
Quinto Juizado Especial Cível (65) 3648-6625, 3648-6626,
3648-6628
Sexto Juizado Especial Cível (65) 3634-1021
Juizado Especial da Fazenda Pública (65) 3648-6726, 3648-6578
Juizado Especial Federal (65) 3614-5791/5792
55
Ministério Público de Cuiabá
Promotoria de Justiça da Infância e
Juventude
(65) 3653-5011
Promotoria de Justiça da Comarca da
Família e Tutela individual
(65) 3611-0610
Promotoria de Justiça da Violência
Contra a Mulher
(65) 3611-0649
Defensoria Pública de Cuiabá
Núcleo de Regularização Fundiária (65) 3613-8381 / 3613-8386
Núcleo Cível (65) 3613-8387 / 3613-8378
Núcleo de Atendimento ao Público,
Conciliação e Proposituras de Iniciais
(65) 3613-8326
Núcleo da Infância e Juventude (65) 3653-4757
Núcleo de Defesa do Consumidor (65) 3613-8529
Defensoria Pública da União (65) 3611-7400
Núcleos de Prática Jurídica
UFMT (65) 3615 8544 / 3615 8546
Unic (65) 3363-1200
UNIVAG (65) 3688 6022 / 3688 6050
ICEC (65) 3627-3401
Conselhos Tutelares De Cuiabá
Centro (65) 3617-1230
Pedra 90 (65) 3617-1950
CPA (65) 3616-6872
Santa Isabel (65) 3617-1405
Planalto (65) 3617-1712
Coxipó (65) 3313-3155
Conselhos Tutelares no Interior
Poconé (65) 3345 1067 / 8475 0168
Várzea Grande (65) 3688 3608 / 3688 3087
Chapada dos Guimarães (65) 3301 1559
Poconé (65) 3345 1067 / 8475 0168
Lucas do Rio Verde 65-3548-2518 / 3548-2519 /
9935-8459(Plantão)
Cartórios em Cuiabá
1º Serviço Notarial e Registral (65) 3052-8609
Cartório do 2º Ofício (65) 3052-4232
3ª Serviço Notarial e Registral de
Pessoas Naturais
(65) 3052-0466
Cartório do 4º Ofício (65) 3624-9999
Quinto Tabelião de Notas e Oficial do
Registro de Imóveis da Segunda
Circunscrição
(65) 3046-7700
Cartório do 6º ofício (65) 3051-5300
7º Serviço Notarial e Registral da
Comarca
(65) 3621-1613
Cartório de Paz e Notas do Distrito de
Nossa Senhora da Guia
(65) 3353-4072
Cartório de Paz e Notas do Coxipó da
Ponte
(65) 3661-3402
Procon
Procon em Cuiabá (65) 3613-8500 ou 151
Revisores da Cartilha
Ângela Regina Gama da Silveira Gutierrez Gimenez
Juíza de Direito da Primeira Vara de Família e Sucessões da Comarca de
Cuiabá-MT
Edson Dias Reis
Juiz do Terceiro Juizado Especial Cível da Comarca de
Cuiabá-MT
Rogério Bravin de Souza
Promotor de Justiça da Promotoria da Infância e Juventude da Comarca de
Cuiabá-MT
Nizete Asvolinsque
Tabeliã Titular do 7º Tabelionato de Notas E Registro De Imóveis de Cuiabá-
MT
Marcel Queiroz Linhares
Juiz Federal da 1ª Região
Eliney Bezerra Veloso
Desembargadora do TRT – 3ª Região
Jeverson Luiz Quinteiro
Juiz de Direito da Segunda Vara Especializada da Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher – Cuiabá-MT