COLETA, TRANSPORTE E PROCESSAMENTO DE AMOSTRAS
Keite NogueiraKeite Nogueira
COLETA DE MATERIAL Evitar contaminação com microbiota normal do paciente
Coletar antes da antibioticoterapia
Usar recipientes e meios de transporte apropriados
Utilizar swabs sem inibidores
A amostra deve ser identificada adequadamente e fornecer os dados necessários para o seu processamento
MEIOS DE TRANSPORTE Manutenção das amostras o mais próximo
possível do seu estado original
Preservam a viabilidades das bactérias sem permitir sua multiplicação
Impossibilitam a realização da bacterioscopia de amostras acondicionadas nos mesmos.
FERIDAS, ABSCESSOS, EXUDATOS
COLETA DAS AMOSTRAS: Descontaminar as margens e superfícies da
lesão com álcool 70% ou PVPI com salina (1:1) Proceder nova limpeza com soro fisiológico. Coletar o material purulento na parte mais
profunda da ferida. Caso a lesão seja fechada, desinfetar a pele e
puncionar o material. Biópsias de pele devem ser coletadas de ferida
em queimados.
FERIDAS, ABSCESSOS E EXSUDATOS
Secreção Ocular e uretral
Secreções em geral
FERIDAS, ABSCESSOS E EXSUDATOS
FERIDAS, ABSCESSOS, EXUDATOS
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS: Semeadura em Ágar Sangue e Ágar Mac
Conkey Incubação a 35-37ºC em ATM normal
obs: proceder microscopia para avaliar qualitativamente a amostra
FERIDAS, ABSCESSOS E EXSUDATOS
FERIDAS, ABSCESSOS E EXSUDATOS
SECREÇÃO DE OROFARINGE COLETA
Expor as tonsilas com um abaixador de língua
Utilizando swab fazer esfregaços sobre as tonsilas e faringe posterior (procurar áreas de hiperemia, pus ou placas)
Coletar dois swabs (1 p/ cultura e 1 p/ bacterioscopia)
Enviar imediatamente o material ao laboratório
SECREÇÃO DE OROFARINGE
SECREÇÃO DE OROFARINGE
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS:
Pesquisa de estreptococos ß-hemolíticos em ágar sangue fazendo cortes no ágar para evidenciar hemólise.
Incubação a 35-37ºC por 24-48h em atm normal
Obs: a bacterioscopia pelo Gram não é útil.
SECREÇÃO DE OROFARINGE
As culturas de orofaringe são obtidas somente para o diagnóstico da faringite estreptocócica, exceto em caso de pesquisa de portadores de bactérias envolvidas em surtos de infecção hospitalar e pesquisa de C. diphtheriae
SECREÇÃO OCULAR - COLETA Secreção conjuntival:
Para bacterioscopia e cultura: swabs de algodão alginatado
Para pesquisa de clamídia: alça bacteriológica, espátula de Kimura ou swabs de algodão alginatado
Úlcera de córnea: Espátula de Kimura, alça de platina ou lâm. de bisturi e agulhas descartáveis.
Obs: anestésico recomendado - hidrocloridrato de proparacaína (0,5%)
SECREÇÃO OCULAR
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS:
Bacterioscopia pelo Gram (delimitar a lâmina)
Semeadura em Ágar Sangue e Ágar Chocolate
Incubação a 35-37ºC por 24-48h em atm normal para o AS e em tensão de CO2 para o ACH.
SECREÇÃO NASAL Indicada para pesquisa de portadores de S. aureus
(MRSA) Inserir um swab cuidadosamente pelo menos 1 cm
dentro da narina e girá-lo. Colocar em tubo de ensaio esterilizado e enviar
imediatamente ao laboratório. Semear em ágar sangue ou Manitol Salt Agar
(MSA)
3 amostras consecutivas negativas para MRSA: paciente livre do estado de portador
SECREÇÃO DE OUVIDO
O material deve ser coletado pelo médico, por timpanocentese e encaminhado imediatamente ao laboratório
Em frasco próprio de transporte para anaeróbios
Material do ouvido externo não reflete a causa da otite média, exceto quando houver ruptura recente da membrana do tímpano
SECREÇÃO DE OUVIDO PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS:
Bacterioscopia pelo Gram
Semeadura em Ágar Sangue, Ágar Chocolate e Mac Conkey
Incubação a 35-37ºC por 24-48h em atm normal para o AS e MC e em tensão de CO2 para o ACH.
UROCULTURA- Semeadura em 30 min. ou refrigerar a 4ºC
(máx. 24h).- 1ª urina da manhã ou depois de transcorridas 2
a 3 horas antes da última micção.- Não coletar urina de bolsa coletora de pacientes
cateterizados com sistema de drenagem fechada.
- Suspeita de BAAR: 1ª urina da manhã, 3 amostras (dias consecutivos), recomendando-se sempre fazer a cultura.
- Não realizar cultura de ponta de sonda vesical.
UROCULTURA
• OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS:– Jato intermediário– Saco coletor– Aspiração supra púbica– Cateterização uretral
MÉTODOS DE SEMEADURAalça calibrada: 0.01 e 0.001 mLlaminocultivopour plate
PROCESSAMENTOCom alça calibrada, semear em agar CLED
para contagem de colônias ou biplacas (AS/MC ou CLED/MC).
UROCULTURA
UROCULTURA
Ex: ascítico, articular, pleural, pericárdico, etc.
Devem ser transportados imediatamente ao lab. no prazo máx. de 30 min., na própria seringa ou tubo de ensaio esterilizado.
Líquidos límpidos podem ser semeados em frascos de hemocultura. Enviar material em separado para a bacterioscopia.
LÍQUIDOS CAVITÁRIOS
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS: Bacterioscopia pelo Gram do sedimento
(centrifugado)
Semeadura do sedimento em Ágar Sangue, Ágar Chocolate e Mac Conkey
Incubação a 35-37ºC por 24-48h em atm normal para o AS e MC e em tensão de CO2 para o ACH.
LÍQUIDOS CAVITÁRIOS
LÍQUIDOS ORGÂNICOS ESTÉREIS
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO
Após a coleta, caso o material não seja enviado ao laboratório dentro de 15 min., deve-se usar meio de transporte para LCR.
Transferir assepticamente 1 ml de LCR para o MT de líquor, espalhando pela superfície do meio.
Enviar em tubo de ensaio esterilizado para a bacterioscopia.
Usar vidraria rigorosamente limpa e esterilizada.
LÍQUOR
LÍQUOR
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS: Bacterioscopia pelo Gram do sedimento
(centrifugado)
Semeadura do sedimento em Ágar Sangue e Ágar Chocolate.
Incubação a 35-37ºC por 24-48h em atm normal para o AS e em tensão de CO2 para o ACH.
ESCARRO Obter, de preferência, o primeiro escarro da
manhã, antes da ingestão de alimentos O paciente deve escovar os dentes sem utilizar
pasta dental e enxaguar criteriosamente a boca Orientá-lo para respirar profundamente e após
esforço de tosse recolher o material em frasco estéril evitando a contaminação da parte externa do mesmo
Se o material for escasso, coletar a amostra após nebulização.
Enviar imediatamente ao laboratório em TA
ASPIRADO TRAQUEAL Introduzir uma sonda de aspiração na cânula o
mais profundo possível.
Coletar o material aspirado em frasco de Luken.
Enviar imediatamente ao laboratório.
Crescimento bacteriano sup. a 106 UFC/ml é indício de pneumonia em paciente sob ventilação mecânica.
ESCARRO E ASPIRADO TRAQUEAL
PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS: Bacterioscopia pelo Gram de porção
significativa.
Semeadura do sedimento em Ágar Sangue, Ágar Chocolate e Mac Conkey
Incubação a 35-37ºC por 24-48h em atm normal para o AS e MC e em tensão de CO2 para o ACH.
ESCARRO E ASPIRADO TRAQUEAL
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE AMOSTRAS DE ESCARRO Amostras que apresentarem:
< 25 leucócitos p/campo > 10 células epiteliais p/campo
São sugestivas de contaminação de orofaringe e não serão processadas para cultura
OBS.: visualização com aumento de 100X
ESCARRO
DESCONTAMINAÇÃO PARA B.A.A.R.
Método de Petroff NaOH a 4% com vermelho de fenol HCl 2N
Fluimucil ou Ditiotretol
HEMOCULTURACOLETA
Adulto: 5-10 mL em cada frasco Infantil: 1-4 mL em cada frasco
1. Evitar anticoagulantes 2. Não se recomenda a coleta através de
cateteres 3. Punções arteriais não aumentam a
recuperação 4. Quanto maior o volume de sangue, melhor é a
recuperação do agente etiológico 5. Proceder coleta no início do pico febril e antes da
próxima dose de antibiótico
HEMOCULTURA
HEMOCULTURA
HEMOCULTURA
HEMOCULTURA
HEMOCULTURA NÚMERO DE AMOSTRAS:
Infecções sistêmicas agudas: 2 am. de punções venosas diferentes (braço D e braço E), c/ intervalo máx. 5 min.
Febre de origem desconhecida: 2 am. coletadas no primeiro dia de punções
venosas diferentes, intervalo mínimo de 1 hora. Se negativas após 24 h de cultivo, obter 2 am
Pacientes em uso de cateter: 2 am. de locais do cateter
HEMOCULTURA
MEIOS DE CULTURA: Frascos contendo:
T.S.B. (Triptic Soy Broth) S.P.S. (Poloanetol Sulfonato de Sódio) Vácuo 5-10% CO2 substâncias adicionais
HEMOCULTURA
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: Relação volume/meio de cultura
Repique cego/repique final
Observação diária/agitação
Automação
CULTURA DE CATÉTER COLETA DA AMOSTRA:
Antissepsia do local de inserção c/ álcool 70% - 1 min.
Cortar um segmento distal (5 cm) c/ tesoura esterilizada
CULTURA DE CATÉTER TRANSPORTE DA AMOSTRA:
Em tubo de ensaio esterilizado, s/ meio de transporte
OBS: Coletar hemoculturas por punção venosa
CULTURA DE CATÉTER PROCESSAMENTO E INTERPRETAÇÃO: Método de Maki e cols. semi-quantitativo Crescimento + de 15 cols. CSQ + CSQ + e hemocultura -
Infecção local relacionada ao cateter CSQ + e hemocultura + p/ o mesmo m.o.
Septicemia relacionada ao cateter Cult.líq. infundido + e hemocultura + p/ o
mesmo m.o. Septicemia devido ao líquido contaminado
COPROCULTURA
COPROCULTURA - COLETA Utilizar frasco contendo MT (Cary-Blair)
Coletar material equivalente a uma azeitona grande (muco, pus ou sangue), se a amostra for líquida, deve-se coletar 2-3 ml.
Fechar bem o frasco e homogeneizar bem o material - até 24 horas sem refrigeração (c/ MT)
Na falta de MT utilizar frasco limpo e seco, coletar no mínimo 2g de fezes e enviar ao laboratório (até 3 h após a coleta).
COPROCULTURA – PROCESSAMENTO
Primeira Fase: Semeadura em caldo GN e meios em placa (Ex: ágar MacConKey, SS e Hectoen)
Segunda Fase: Após 6h de incubação a 35-37ºC, repique do caldo GN para ágar XLD
Incubação de todas as placas a 35-37ºC por 18-24 h.
Triagem bioquímica: semeadura das colônias suspeitas em meios de triagem.
PATÓGENOS FREQUENTEMENTE PESQUISADOS: Salmonella sp. Shigella sp. Escherichia coli enteropatogênica clássica Escherichia coli invasora
Campylobacter, Yersinia e Vibrio exigem técnicas específicas.
COPROCULTURA
SECREÇÕES GENITAIS
A coleta de secreção uretral deve ser feita antes do paciente urinar ou no mínimo 3 h após a última micção.
Se o paciente estiver em tratamento, coletar 7 dias após o término do mesmo.
Não coletar a secreção emergente. Em mulheres, não utilizar espéculo lubrificado. Não utilizar alça bacteriológica para a coleta do
endocérvix devido ao risco de traumatismo. As amostras devem ser inoculadas em Stuart (MT)
SECREÇÕES GENITAIS
SECREÇÕES GENITAIS
SECREÇÃO URETRAL MASCULINA
SECREÇÃO URETRAL PURULENTA: Gram - DGN intracelulares (gonorréia)
SECREÇÃO URETRAL “FINA” : Gram + pesquisa de clamidia (IFD, ELISA) amostra matinal antes de urinar
SECREÇÕES GENITAIS
MEIOS DE CULTURA: Ágar Tayer Martin modificado
ágar chocolate + vancomicina + colistina + niacina + lactato de trimetropim (VCNT)
incubar até 72 horas em tensão de CO2 Ágar Chocolate Ágar Sangue
CULTURA PARA ANAERÓBIOS
PROCESSAMENTO
CULTURA PARA ANAERÓBIOS
CULTURA PARA ANAERÓBIOS
Interpretação do crescimento na cultura primária Após 18-24 horas verificar se
houve crescimento. Negativo = ‘Sem desenvolvimento de
bactérias’ Positivo = 1- Microbiota normal? 2- Quantos tipos de
colonia? 3- Contagem?
Regras gerais para triagem inicial das amostras
Amostras clínicas geralmente estéreis
Amostras que geralmente apresentam microbiota
Sangue Amostras do trato respiratórioLíquor “Swabs” de sítios anatômicos
infectadosBiópsias FezesLíquido pleural, pericárdico Secreções genitaisLíquido sinovialMedula óssea
Identificação das colôniasCrescimento nas placas
Grupo Bactérias AS CHOC TM CLED MC SSStreptococcus spp. + + - + - -Staphylococcus spp. + + - + - -Enterobactérias + + - + + +/-Haemophylus spp. - + - - - -Corynebacterium spp. + + - - - -Neisseria spp. - + + - - -BGN não fermentadores + + - + +/- -
AS = Agar sangue; CHOC = chocolate; TM = Tayer Martin; MC = MacConkey; SS = Salmonella e Shigella.
Identificação das colôniasMorfologia das colônias
Identificação das colôniasMorfologia das colônias – meios diferenciais
Identificação
Identificação - Gram
Identificação - CGP
Identificação - BGN