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Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira
Fundado em 13 de fevereiro de 1955
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CNPJ 07.217.980/0001-28
Declarado de utilidade pública pela Lei nº 310 de 22 de maio 1955.
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UMA EXPERIÊNCIA ANARQUISTA EM PALMEIRA – PR. 1890 – 1894
Vera Lúcia de Oliveira Mayer 1
O presente artigo tem por objetivo apontar uma cronologia histórica sobre a
experiência anarquista efetivada no Município de Palmeira entre os anos de 1890 a 1894, “A
Colônia Cecília de Giovanni Rossi” Uma história que sensibilizou e inspirou romancistas,
historiadores e tantos pesquisadores, causando inúmeras interpretações sobre o tema. Na
eminência da inauguração de um novo memorial, desta feita através de um projeto
governamental, quando se reproduzirá pelas artes plásticas um resumo histórico em painéis.
A fim de instrumentar estes artistas desde o contexto de sua criação, concretização até chegar
os dias atuais, buscou-se a referência de alguns autores que desmistificaram alguns pontos
obscuros e errôneos dessa experiência que tem sido propagado no decorrer do tempo, numa
narrativa que se buscou a aproximação com a “verdade” acerca dos fatos. Desenvolvido em
temáticas que podem auxiliar a compreender a história da “Colônia Cecília, a única
experiência anarquista da América” de forma mais factual.
PALAVRAS CHAVE: anarquismo, anarquia, Colônia Cecília (PR), Giovanni Rossi,
Palmeira (PR)
ABSTRACT:
This article aims to point out a historical chronology of the anarchist experience carried out
in the City of Palmeira between the years 1890-1894 , "The Colony Cecilia of Giovanni
Rossi" A story that touched and inspired novelists , historians and many researchers , causing
numerous interpretations on the theme . On the verge of unveiling of a new memorial, this
time through a government project, when it will play the visual arts in a historical summary
panels . In order to instrument these artists from the context of its creation, implementation
until reaching the present day, we looked for the reference of some authors who demystified
some obscure points and erroneous that experience that has been propagated over time, a
narrative that sought rapprochement with the "truth " about the facts . Developed in themes
that can help you understand the history of "Colony Cecilia, the only anarchistic experience
of America " more factual way .
KEY WORDS: anarchism, anarchy, Colony Cecilia (PR), Giovanni Rossi, Palmeira, (PR)
1 Vera Lucia de Oliveira Mayer é graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual
de Ponta Grossa. – Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira – Diretora do Museu
Histórico do Município. Escritora e pesquisadora da História de Palmeira.
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1. INTRODUÇÃO
Era final do século XIX, para o Sul do Brasil o então governo imperial estimulava a
vinda de imigrantes europeus, para colonizarem as vastas terras existentes, que precisavam
ser desbravadas. Em Palmeira já haviam se estabelecidos os portugueses, seus colonizadores,
alguns escravos africanos, os imigrantes alemães do Volga, famílias árabes e os poloneses,
recém chegados.
A colônia de Santa Bárbara, zona rural de Palmeira era um dos locais demarcados
para a colonização, já estavam instalados alguns alemães e os poloneses e em 1890 foram
também enviados os italianos anarquistas, liderados por Giovanni Rossi, para fundar uma
colônia experimental dentro da filosofia anarquista.
Assim, se efetivou a única experiência anarquista da América, e a mais conhecida no
mundo, sediada em terras palmeirenses: A Colônia Cecília. Uma experiência baseada nos
ideais de liberdade. Sem hierarquia, sem religião, sem governo. Na Colônia Cecília seria
posta à prova as verdades do socialismo anárquico.
Em 1890 Palmeira tinha na época da instalação da Colônia, aproximadamente 8.500
habitantes. Vivia-se o momento de transição entre o Brasil Império para o Brasil República,
com mudanças de toda ordem. 2
Motivado pela propaganda brasileira ao mercado de trabalho europeu, Rossi optou
por fundar uma colônia anarquista no Brasil, e, em função das circunstâncias então
encontradas, ele e um pequeno grupo de companheiros acabou se instalando no Paraná, no
município de Palmeira, aí permaneceram durante quatro anos.
A utopia destes idealistas acabou fracassada e a experiência da Colônia Cecília
acabou não dando certo. Muitos voltaram para a Itália, outros se espalharam pelo imenso
Brasil. Permaneceram em Santa Bárbara apenas os Agottani, Artusi e Mezzadri, outros se
deslocaram para a zona urbana de Palmeira, para cidades vizinhas e depois pelo imenso
Brasil.
Se de um lado o anarquismo enquanto ideologia não foi possível, a experiência
anarquista em Palmeira é um legado de histórias da vida de pessoas que contribuíram para o
enriquecimento sócio-cultural do Estado do Paraná.
2 Em novembro de 1889, o Império havia sido substituído pelo regime republicano; e dois anos antes
ocorrera a abolição da escravatura.
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2. O ANARQUISMO - GIOVANNI ROSSI – E A CECÌLIA
O Anarquismo é a doutrina, teoria ou filosofia política que afirma que a autoridade
política, sob qualquer aspecto, é desnecessária e indesejável.
Baseia-se nos princípios de autogestão de sua economia, política e liberdade plena aos
adeptos, onde o trabalho é distribuído entre seus componentes; sem regulamentos nem
chefes; forma descompromissada da vida sexual entre casais - o amor livre.
ANARQUISTAS: Ação de indivíduos que se opõem e dão combate ao capitalismo,
almejando a derrocada do Estado e a reconstrução de uma “Nova Ordem Social.”. "Dicionário
de Ciências Sociais" FGV.
GIOVANNI ROSSI: Um misto de cientista, filósofo, veterinário de profissão e
agrônomo por vocação, também foi jornalista, poeta e músico.
CECÍLIA: Personagem de um romance escrito por Giovanni Rossi, num país
imaginário chamado de “Paggio Al Mare” cuja inspiração é o que se passava na Itália na
época. Cardias3 é o outro personagem do romance, este fez uma incursão numa região
agrícola, onde havia miséria, ignorância e exploração humana, pregando o socialismo como
manifestação de amor pela humanidade, ideias que encantam Cecília. (BACH, 2011)
A divulgação de uma experiência anarquista, em território italiano, feita por Rossi,
atraiu o interesse de alguns compatriotas que buscavam novas terras e estavam dispostos a
enfrentar desafios em busca de uma vida melhor na América do Sul.
O Italiano Giovanni Rossi, nascido em Pisa – Itália em
1856, membro da Associação Internacional dos
Trabalhadores desde seus 17 anos e convicto das premissas
anarquistas, idealizou uma colônia experimental na América
do Sul. A primeira opção era o Uruguai, certamente em razão
da disputa política naquele país entre os partidos Blanco e
Colorado, optou pelo Brasil.
3. A CHEGADA NO BRASIL.
3 Cárdias é o pseudônimo que Rossi utilizou depois, em diversos artigos que publicou, formatando e
disseminando os ideais anarquistas.
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Rossi partiu da Itália em um vapor mercante adaptado para o transporte de
passageiros, o Città di Roma. Partiram do porto de Gênova, em 20 de fevereiro de 1890. No
bolso um capital de 2.500 mil liras, com passagem paga pelo governo brasileiro. Na bagagem
um sonho e a esperança.
O grupo pioneiro estava constituído por seis pessoas, cinco homens e uma mulher.
Além de Rossi, vieram o casal Cattina e Achille Dondelli, Evangelista Benedetti, Lorenzo
Arrighini e Giacomo Zanetti. Com exceção de Rossi, que era de Pisa, os demais
componentes do primeiro grupo eram procedentes da Bréscia.
Após a longa travessia, os seis pioneiros italianos anarquistas desembarcam no dia 18
de março no Rio de Janeiro, de lá pra a Ilha das Flores. Em 26 de março o grupo embarcou
no vapor Desterro. Pretendiam chegar ao Rio Grande do Sul. O mal-estar da longa viagem
afetou dois membros do grupo, fez com que eles desembarcassem em Paranaguá em 30 de
março. Resolveram ficar, pois sabiam da existência de um clima ameno e saudável no
Paraná.
Seguiram de trem para Curitiba e se estabeleceram na “Casa do Imigrante”. Em
contato com a Inspetoria de Terras e Colonização do recente governo republicano, receberam
por concessão e parcelamento um terreno com aproximadamente 200 hectares no município
de Palmeira, pelo valor de 15 liras que deveria ser pago em 5 anos.
No dia 2 de abril Giovani Rossi e Evangelista Benedetti, chegam a Palmeira. Dr.
Franco Grillo, há 17 anos no Brasil, médico Italiano então residente em Palmeira hospedou-
os em sua casa e auxiliou Rossi e Benedetti na instalação da Colônia Cecília, viabilizou os
contatos e os encaminhamentos com as autoridades locais. Por isso Dr. Grillo é considerado
um dos beneméritos do empreendimento anarquista no município.
4. FUNDAÇÃO DA COLÔNIA - PALAVRAS DE ROSSI.4
"Foi nos primeiros dias de abril de 1890 que Evangelista Benedetti e eu, depois de
alguns dias de exploração, nos estabelecemos em uma casinha de madeira abandonada, numa
área de 10 quilômetros quadrados, constituída de pradarias e bosques e reservada para nós."
"Não foi estipulado nenhum pacto, nem verbal nem escrito. Nenhum regulamento,
nenhum horário, nenhum encargo social, nenhuma delegação de poderes, nenhuma norma
fixa de vida ou de trabalho". Além disso, seus habitantes "viveram livres de toda e qualquer
4 As anotações de Rossi, são encontradas em diversos livros e artigos quando foram transcritos.
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lei e autoridade”. “Com efeito, as sanções legais do país em que vivemos não exerceram
nenhuma influência sobre nós”. Giovani Rossi - A ajuda do Governo:
4.700 liras para a instalação; 2.500 liras para viagens de Rossi; 1.100 liras por família
– auxilio para construção das casas; 2.884 francos - ajuda para o grupo. (BACH. 2011 p.63
2011)
LOCALIZAÇÃO: A Colônia Cecília esteve localizada entre as localidades de Mandaçaia,
Santa Quitéria e Santa Bárbara. No terreno5 onde se localizou a sede do núcleo estava um
barracão construído para servir de abrigo e sala de decisões, de auditório, armazém, e
dormitório, local também chamado de “A casa do amor e da fraternidade”. Havia barracos
individuais para os casais.
Os anarquistas costumavam hastear uma bandeira, nas cores vermelha e preta, em
tronco de uma palmeira, defronte ao barracão coletivo utilizado para assembléias.
Na área que lhes estava disponível construíram ruas-estradas, valos para divisão,
moinhos e parreiras, fabricaram tijolos, plantaram milho e outros cereais. “Mesmo mudando
de idiomas falava-se a mesma linguagem, cantavam-se as mesmas canções, erguiam-se as
mesmas barricadas”. (KUPPER, 1993).
“A Colônia Cecília nascia pobre, sem assistência, sem discursos e aplausos. O duro
contraste entre teoria e prática se apresentou nos primeiros dias ao grupo de pioneiros
idealistas. Traziam pouca experiência para cumprir os ideais de sobrevivência de uma
colônia agrícola” (MELLO, 2003). Entre outros aspectos, Giovanni Rossi estabeleceu um
método chamado pedagogia ácrata, considerada o ensinamento ao ar livre.
"Nosso propósito não é a experimentação utopística de um ideal, mas o estudo
experimental - e o quanto possível rigorosamente científico - das atitudes humanas em
relação a um determinado problema." Giovanni Rossi.
A colônia tornou-se um laboratório, onde seu idealizador tinha objetivos técnicos.
Enquanto se desenrolava a experiência, Rossi anotava minuciosamente o comportamento de
seus membros. Passa então a estudar um modelo de família comunitária onde nem os filhos
eram de ninguém, seriam da comunidade.
Ele buscou criar uma colônia em que as suas idéias pudessem ser comprovadas:
mostrar a realização de uma vida comunitária – não sem problemas, logicamente, mas num
5 Atualmente o terreno onde se fez a experiência da Colônia Cecília é de propriedade de um dos
membros da família Arttuzi, descendente de um dos pioneiros da Colônia. Não disponível para
visitação.
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espírito de camaradagem completa, numa forma de vida em que não deveria haver um poder
constituído, nem no âmbito de Estado, de religião ou de família.
5. A FORMAÇÃO DA COLÔNIA
1890 - Nov - Giovanni Rossi volta à Itália para formar um novo grupo para integrar a
colônia.
1891: Novos integrantes começaram a chegar, eram em sua maioria lavradores vindos
majoritariamente do norte da Itália. Ao mesmo tempo, atraídos pela propaganda de Rossi e por uma
vida sem patrão e sem fome, outras pessoas se mobilizavam para a viagem à América, boa parte
daquelas pessoas queria apenas um pedaço de terra para trabalhar e condições de vida,
melhores do que na Itália.
Segundo os escritos do próprio Rossi, a Colônia Cecília entre o final dos anos de
1891 e os meados de 1892 abrigava cerca de 250 integrantes, não necessariamente seguidores
do pensamento anarquista.
1892 - Novas famílias juntam-se à Colônia, desenvolvendo-se algumas atividades artesanais
de carpintaria, sapataria, abertura de estradas. A agricultura é intensificada. Boas relações
com as autoridades e comerciantes locais que abrem créditos para os cecilianos. Rossi
mantém uma vida social e cultural, integrado com a sociedade palmeirense. Foi o período do
auge da experiência.
Ao instalar a Colônia Cecília, Rossi desafiou de uma só vez a igreja, a família e o
estado. Na Colônia Cecília, a religião não tinha vez: a maioria de seus membros eram ateus, e
as datas religiosas eram ignoradas. Os casamentos não existiam oficialmente e as
propriedades privadas eram negadas. “Rossi passou por cima de leis federais, estaduais e
municipais. Rossi também defendia o amor livre, experiência que ele provou entre o final de
1892 e começo de 1893, quando dividiu a mesma mulher com outro morador da colônia”.
(ANTONELLI, 2013).
Segundo Cararo: “Ninguém deve ser impedido de se organizar. Mas ninguém deve
ser obrigado a se organizar. O anarquismo, ao colocar a liberdade individual em primeiro
plano, sempre privilegiou a organização voluntária”. (CARARO, 2008)
6. A DESINTEGRAÇÃO E O FIM DA EXPERIÊNCIA
Colônia Cecília existiu de 1890 a 1894 e as dificuldades começaram logo após sua
constituição. Entre os idealistas que chegaram havia, filósofos, músicos e outros intelectuais
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que não tinham nenhuma habilidade com a terra. Os que eram agricultores encontraram
terras pouco férteis, sem divisões, próximas à colônia de poloneses extremamente religiosos,
católicos por excelência, o que dificultou o relacionamento entre vizinhos.
O fim da Colônia Cecília não foi definido por nenhum fato específico, mas pela soma
de alguns pontos que determinaram sua extinção: o grau de miséria em que viviam os
anarquistas: "Não era possível sobreviver em meio à miséria, mesmo em nome de um ideal.
Até porque esse ideal pressupunha uma vida prazerosa e, na miséria, não há prazer que
sobreviva", (MUELLER, 1989.)
1893 - Marcaria o princípio da desagregação definitiva da Colônia:
O Governo republicano tratou os imigrantes anarquistas como os demais, tendo
exigido deles o pagamento de tributos e taxas, inclusive a legislação da posse do terreno,
mediante o pagamento do seu valor venal. Além das dívidas com os fornecedores locais que
agora estavam sendo cobradas.
Todavia, o fracasso da experiência não se deu tão somente à imposição
governamental, pois com a produção agrícola intensificada, já haviam reunido condições de
saldar o débito, porém outros fatores influíram: a fuga do tesoureiro6 da Colônia com o
dinheiro de parte substancial da colheita vendida, veio somar à crise. O furto representou a
ocorrência mais ponderável, porque violentou a ordem anárquica dominante. “A semente da
desconfiança nascera com o episódio, e poucos demonstraram interesse em tentar tudo de
novo, partindo do zero.” (CHAVES, 2001)
O crupe, de caráter epidêmico, deixou cicatrizes nos barracões anarquistas. Sete
crianças do núcleo anarquista faleceram. Todo o otimismo da comunidade havia sido
arrasado, até porque não puderam enterrar seus mortos no cemitério da localidade, tiveram de
criar um cemitério para os “renegados”.
As oportunidades de trabalho em outras comunidades, vantagens materiais em
cidades servidas de energia elétrica, água, diversões, fizeram com que o núcleo fosse, aos
poucos, abandonado. A grande demanda por mão-de-obra e a expectativa de melhores
condições de vida nas cidades vizinhas fizeram com que muitos abandonassem o local e
partissem para Palmeira, Porto Amazonas, Ponta Grossa, Curitiba, depois pelo imenso Brasil.
6. Jose Gariga, misto de espanhol, argentino e italiano, seria o responsável pelas negociações de venda
do milho na cidade. Nunca mais voltou à Colônia com o dinheiro.
8
A colônia vê-se envolvida na Revolução Federalista o que provocou a repressão, a
disputa entre Maragatos e Picas Paus.7 Apesar de não ter ligação com os maragatos da
Revolução Federalista, os membros da colônia eram perseguidos.8
Até o que teria sido um dos fatores de atração da Colônia, o amor livre, poucas vezes
se concretizou na prática, ficando restrito apenas dois casos. Um deles envolvendo uma
mulher de nome Adele e outros três homens, o homem que a acompanhou desde a Itália,
chamado Anniballe; o próprio Rossi e o jovem Jean Géleác (FELICI, 1998, p. 29-30).
Vários jornais anarquistas divulgam notícias sobre a experiência e desencadeia-se
polêmica em torno das idéias de Rossi sobre amor livre, interpretado de modo diferente do
anarquismo.
Segundo Roscoche, a entrada e saída de integrantes da Colônia revelam a instabilidade
que ela sofreu durante os anos. Alguns a abandonaram com medo de dividir ou perder a
mulher, outros com o anseio de adquirir sua propriedade, outros não se adaptaram aos
trabalhos rurais, por possuírem profissões liberais ou ligadas a setores como a indústria.
“Alguns integrantes chegaram até mesmo a roubar bens e capital da colônia quando de saída.
Outra fonte de conflitos teria sido a rivalidade e os ressentimentos entre os que trabalhavam
mais e aqueles que trabalhavam menos”.(ROSCOCHE, 2009)
O poder mantido no seio das famílias: nos momentos de crise, as famílias começaram
a guardar e esconder alimentos para dar a seus filhos, infringindo a ideia anarquista de
divisão comum. O próprio Rossi chegou a atribuir o fim da Colônia à existência da família
como unidade social, “O pior é a família. No seio do parentesco, ordinariamente, os defeitos
são tolerados, os quais, ao contrário, se condenam acerbamente nos outros”.
Além disso, o pouco amor ao trabalho, praticado por alguns participantes do grupo,
não servia de modelo para uma população que vinha incorporando o patriotismo convicto e
os princípios do catolicismo. Também a falta de técnica de muitos dos membros em
agricultura e criação de animais, foi mais um empecilho.
Depois o cansaço de Rossi, que abandona a colônia ao ver comprovada a sua tese: que
a vida comunitária é possível desde que destruídos o casamento monogâmico e, com ele, a
7 “ Mal chegado seu quarto ano de fundação, e com a colheita malmente recolhida, chegou de inopino
um destacamento „pica pau‟ leal ao Marechal Floriano Peixoto, à cata de supostos remanescentes
„maragatos‟, e sem entender quem era quem, pôs fogo nas tulhas e nos paióis que guardavam todo os
suprimentos” (Orlando Pessuti. 2011)
8. O fim da colônia teria sido o apoio dado pelos anarquistas aos Revolucionários Maragatos na
Revolução Federalista. Giovanni Rossi teria atuado como enfermeiro nessa luta armada no Paraná.
(ROSCOCHE,) Revista de Geografia (UFPE) V. 28, No. 1, 2011
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paternidade. “Independente dos resultados concretos de seus sonhos, são os ideais que
movem a máquina do mundo, empurrando a humanidade para frente” Giovanni Rossi.
O próprio Rossi deixava a Colônia Cecília, dando por encerrada a experiência que
pretendera desenvolver. Vencida essa etapa experimental de seu pensamento social, Rossi
retoma sua vida pessoal e profissional vai para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em
1907, Giovanni Rossi decidiu retornar à Itália com Adele e suas filhas Ebe e Pierina. Faleceu
aos 87 anos no dia 9 de janeiro de 1943. Está sepultado em Pisa, no jazigo da família.
(BACH, 2011. p. 1057).
1894 - Mesmo após sua saída, algumas famílias continuaram chegando à Colônia,
caso, por exemplo, da família Mezzadri, em razão da forte propaganda difundida pelos
veículos da imprensa socialista européia. Encontraram a Colônia em decadência. Esse
movimento, no entanto, não foi suficiente para sua manutenção, e ela se extinguiu por volta
de abril de 1894, juntamente com os Artusi, os Agottani e os Mezzadri foram as últimas
famílias a abandonar definitivamente as terras da Colônia Cecília, estabelecendo-se em áreas
próximas.9.
Declarou certa vez numa entrevista o ator Luiz Melo que: "A Colônia Cecília foi uma
utopia que tinha tudo para dar certo, mas acabou demonstrando que o ser humano ainda não
está preparado para a vida em comunidade, para dividir a mesma cozinha, o mesmo amor,
embora os imigrantes não tenham recebido qualquer tipo de apoio, e estavam numa região
totalmente inóspita" - (LUIS MELLO).
7. O LEGADO
Apesar de sua breve duração, a história da Colônia Cecília ainda hoje exerce um
imenso fascínio sobre os pesquisadores que sobre ela se debruçam.
Para a historiadora Helena Mueller, o experimento de Rossi traz outra mensagem.
“Um dos legados que ele nos deixou é de que é possível lutar para tentar construir um mundo
mais justo e igualitário”.
Hoje, o anarquismo não assusta mais ninguém no Brasil. “Palavra temida,
ridicularizada10
, esta filosofia de vida resiste ao tempo e se tornou tema de monografias,
9 Quando a experiência se desfez, a terra não tinha sido paga e a família Artusi quitou as dívidas e ficou com a
propriedade.
10 A palavra “anarquismo” muitas vezes foi interpretada pelos menos esclarecidos como bagunça, desordem,
vandalismo. Não como uma filosofia de vida política. Anarquia não é confusão. Anarquista não é bagunceiro.
Anarquia, do grego: an (=sem) e arché (=poder).Também podem ser chamados de ácratas, defensores da
10
dissertações e teses de doutoramento, peças de teatro, novelas exibidas na televisão e filmes
de curta e longa metragem.” (RODRIGUES, 1999).
Se, materialmente, a Colônia Cecília não atingiu tudo o que se exige de um grupo
social, serviu, pela ação doutrinária e pelo trabalho de seus membros para consolidar valores.
“Afirma-se, antes, nas idéias germinadas, na tradição operária de lutas que criou e estimulou.
Seus líderes não foram poucos, e cada anarquista deu sua contribuição efetiva aos
movimentos operários do Paraná e do Brasil do século XX”. (CHAVES, 2001)
Segundo Rodrigues11
, a trajetória do anarquismo no Brasil teve a participação de uma
confederação, várias federações, mais de 100 grupos especificamente libertários, seis
editoras, três livrarias, mais de uma dezena de escolas racionalistas, duas universidades
populares, uma intensa propaganda através do teatro “ácrata”.
Os anarquistas fundaram escolas livres, desenvolveram intensa propaganda
educativa, sociológica, de cultura geral, libertária. Foi uma sementeira que germinou, e hoje
alimentam pesquisas, teses de doutoramento e sensibiliza várias editoras comerciais para
publicá-las.
Alguns historiadores descrevem, até com minúcias, o que foi a vida efêmera da
experiência anarquista representada pela Colônia Cecília, localizada no município de
Palmeira dando ênfase, principalmente, à vida íntima de Giovani Rossi. Foram vários
romances, artigos acadêmicos, textos jornalísticos, peças de teatro, além de alguns filmes,
pois a Colônia Cecília motivou a construção de inúmeras versões que se perpetuaram,
deixando marcas significativas na memória coletiva.
No campo historiográfico pode-se pontuar alguns daqueles que foram mais fiéis a
fontes primárias e as fontes orais com os remanescentes e descendentes da Colônia Cecília:
1. Edgar Rodrigues, 1984 em “Os Anarquistas – Trabalhadores Italianos no Brasil”
apresenta um relato vivo das lutas empreendias pelos imigrantes italianos de tendência
anarquista no inicio do século XX no Brasil, que tanta importância teve para a formação e a
consolidação de uma consciência operária no então nascente proletariado brasileiro. Traz
alentada relação nominal de participantes do feito.
Acracia, do grego: an (=sem) e kratos (=governo). Os ácratas, ou anarquistas, querem uma sociedade em que
ninguém governe ninguém. Pela ênfase que dão à liberdade e à negação de qualquer autoridade, são também
conhecidos como libertários.
11
Este autor desenvolveu uma vasta pesquisa sobre a trajetória do anarquismo no Brasil.
11
2. Já Zélia Gattai, em “Anarquistas Graças a Deus” 1979, conta em dois títulos do livro a
participação dos seus ascendentes naquela aventurosa comunidade, inclusive descrevendo
com detalhes a viagem, a chegada e a recepção que tiveram ao atingirem o local de destino.
3. Na tese de Isabelle Felici “A verdadeira História da Colônia Cecília de Giovanni
Rossi” - 1998, na qual a autora desmistifica as lendas e mistos, numa revisão bibliográfica
que separa o que história e o que é romance e ficção, um trabalho de pesquisa puramente
cientifico. Procura apresentar "a verdade" sobre a experiência anarquista, reunindo as
interpretações do passado e do presente sobre o tema. Se concentrou em distinguir a lenda da
realidade, ela também acaba por atribuir um sentido ao vivido na Colônia Cecília,
produzindo uma verdade histórica, uma representação construída a partir das questões do
presente em relação com as representações e sentidos elaborados e dados no passado.
4. O médico pontagrossense Dr. Cândido de Mello Neto publicou em 1998 o livro “O
Anarquismo Experimental de Giovanni Rossi de Poggio al Mare à Colônia Cecília” pela
editora da UEPG, trabalho considerado pela crítica especializada como “o mais completo
estudo sobre a Colônia Cecília”. O autor conseguiu reunir vários documentos e elaborou
vasta pesquisa de fontes, teve acesso a textos de autoria de Giovanni Rossi, documentos raros
que ele disponibiliza em sua obra, descrevendo os caminhos da pesquisa e a origem das
fontes. Além de depoimentos precisos sobre a inédita experiência, fruto de um longo
trabalho de pesquisa na região palmeirense com os descendentes na Itália e em outras
bibliotecas especializadas do Brasil e do mundo.
5. No ano de 2000, a jornalista Marzia Terenzi Vicentini e o escritor Miguel Sanches Neto,
fizeram a tradução dos textos e cartas de Giovanni Rossi e publicaram “Colônia Cecília e
outras utopias” pela imprensa oficial; cujo lançamento em Palmeira aconteceu no dia 26 de
setembro de 2001. Aí tem-se as palavras e conclusões do próprio Rossi a respeito de sua
experiência.
6. Em 2011 o escritor Palmeirense e membro do Instituto Histórico de Palmeira, Arnoldo
Monteiro Bach, publicou “Colônia Cecília” onde fez uma coletânea de informações, buscou
pela oralidade mais de uma dezena de temas (historias locais e regionais) que envolveram
cecilianos, trazendo à tona uma versão humana dessa instigante historia que tem gerado
curiosidade e polêmica. Segundo o próprio autor, nessa teia se movem personagens ligados
aos libertários, por sangue ou ideologia. São eles os atores a se representar, sob a ótica de
quem fez parte da história.
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7. O Anarquismo da Colônia Cecília: Uma jornada do sonho à desilusão. Um artigo do
Palmeirense Luiz Fernando Roscoche traça um panorama da Colônia Cecília desde o
contexto de sua criação, concretização até chegar os dias atuais levantando algumas
problemáticas sobre o futuro incerto do patrimônio cultural da colônia. Busca-se ainda
desmistificar alguns pontos obscuros e errôneos dessa experiência que tem sido propagados
no decorrer da história. Utilizou-se para tanto, uma revisão teórica baseado em obras de
cunho científico. Ao final do artigo, elabora-se um balanço de algumas das variáveis que se
considerou de maior importância e delineiam-se algumas ações que estão sendo levadas a
cabo na atualidade e que pode auxiliar a compreender o futuro do patrimônio histórico da
Colônia Cecília.
7. Em 2012 um descendente de cicilianos, morador ainda em Santa Bárbara, o Senhor
Darwino Agottani publicou, “A Saga da Colônia Cecília.” através da memória e da
lembrança dos seus antepassados, quando pontuou de modo peculiar a história da Colônia
anarquista no Brasil, a Colônia Cecília em Palmeira.
Além do legado historiográfico, outras ações ajudam a manter viva a história da
Colônia Cecília, o Museu Histórico e Geográfico de Palmeira, dispõem de uma coletânea no
acervo a cerca do assunto. São livros, artigos, reportagens e fotografias que são
disponibilizados para visualização e pesquisa.
De âmbito municipal promulgou-se a Lei nº 2.737 de 01/07/2008, instituindo o dia 01
de abril, como dia da “Colônia Cecília” e em decorrência dos efeitos dessa lei, “passam as
escolas palmeirenses a incluir em seus currículos pedagógicos a temática. Todos os anos o
departamento de Cultura deverá promover atividades que venham tratar do tema: Colônia
Cecília”
Desde 2011, próximo ao Mercado Municipal de Curitiba, no restaurante “Anarco”
essa história é recontada por dois descendentes da Colônia Cecília, Ilsa Agottani e Mauricio
Mezzadri Picanço. Eles juntaram esforços para criar uma ONG e um memorial que conta um
pouco dessa história.
Outra referência à Historia da Colônia Cecília em Palmeira é um memorial do Museu
instalado no Sitio Minguinho, uma iniciativa do professor Arnoldo Monteiro Bach, bem
próximo ao local da instalação da Colônia Cecília que reúne objetos, fotos e uma maquete
que nos mostram o que foi uma experiência anarquista em Palmeira.
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Desde a promulgação da Constituição do Estado do Paraná12
em 1989, em seu artigo
32 das “Disposições Transitórias”, a indicação da construção de um memorial sobre a
Experiência Anarquista em Palmeira. No entanto ela só vem se efetivando agora em 2013,
depois que o então vereador Sérgio Luiz Belich conseguiu viabilização de recursos através
do Governo Federal para a construção de um memorial, projeto este executado pelas equipes
da Secretaria de Planejamento e Turismo da Prefeitura de Palmeira. Obra que está sendo
executada em terreno doado ao município pelo senhor Evaldo Agottani um descendente da
Colônia Cecília, que será inaugurado no principio do ano vindouro, quando turistas e
pesquisadores poderão se deparar com a materialização da “História da Colônia Cecília, uma
experiência Anarquista de Giovanni Rossi”.
COLONIA CECILIA: “É um grande tema, não serve como modelo, mas como
lição. Os idealistas é que mudam a realidade, mesmo quando falham. Sem o idealismo, tudo
vira pragmático demais, imediatista. Manter um ideal, mesmo correndo o risco de ser
quixotesco, é a única forma de continuar acreditando no ser humano”. (MIGUEL SANCHES
NETO. 2011).
6. Alguns integrantes da Colônia Cecília que foram identificados: Segundo: BACH.
2011.p. 1020 e FELICI. 1998. p. 68
12
Art. 32. O Estado, em colaboração com o Município e a comunidade de Palmeira, e sob a coordenação da
Secretaria de Estado da Cultura, reconstituirá, dentro de 2 (dois) anos da promulgação desta Constituição, parte
da Colônia Cecília, fundada nesse Município, no século XIX, para a preservação de seus caracteres histórico-
culturais
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1. Achille Dondelli
1. Achille Gallina
2. Adele Serenti
3. Adele Serventi
4. Adelina Artusi
5. Aldino Agottani
6. Alessandro Nannoni
7. Amilcare Capellaro
8. Andréa Giuseppe Agottani
9. Aniceto Artusi
10. Ângela Tonelli
11. Antônio Massa
12. Argia Fagnoni
13. Arnaldo Francesco Gattai
14. Arturo Previtalli
15. Aurélio Gattai
16. Bruno Celli
17. Carlo Artusi
18. Carlo Carzino
19. Carlo Soldi
20. Carlo Torti
21. Carlo Mezzadri
22. Caterrina Mezzadri
23. Cattina Dontelli
24. Cursio Corsi
25. Danielle Dusi
26. Dante Mansani
27. Dante Venturini
28. Decio Boni
29. Domenico Códega
30. Domenico Garzino
31. Domenico Mansani
32. Domingos Frattino
33. Elisabetta Arighini
34. Emílio Romani
35. Ernesto Faccini
36. Ernesto Ganassoli
37. Ernesto Gatai
38. Ernesto Tabachi
39. Eugenio Grassi
40. Eugenio Lemmi
41. Evangelista Benedetti
42. Ezígio Cini
43. Florindo Fecci
44. Francesco Nicola
45. Francesco de Francesqui
46. Francesco de Paola
47. Francesco Nicola
48. Fulton Del Frate
49. Giacomo Zanetti
50. Gioacchino Lottici
51. Giovanni Rossi
52. Giuseppe Maderna
53. Giuseppe Soldi
54. Giuseppe Zerla
55. Guerrando Gattai
56. Humberto Verona
57. Jean Saint Pierre
58. José Gariga
59. Lorenzo Arrighini
60. Luigi Concetto Crollanti
61. Luigi Silano
62. Maiol Puig
63. Mardena Giuseppe
64. Marco Soldi
65. Pacifico Agottani
66. Paolo Costalli
67. Pasquale Talignani
68. Pedro Bruno
69. Piero Colli
70. PietroGavarri
71. Pietro Griselli
72. Pietro Lombardini
73. Pietro Minardi
74. Pietro Riva
75. Puig Mayol
76. Primo Crolanti
77. Reinaldo Parodi
78. Rina Gattai
79. Roberto Ganassoli
80. Romano Minardi
81. Romilda Popoli
82. Tranquillo Agottani
83. Umberto Verona
84. Vicenzo Benedetti
85. Zeferino Agottani
86. Zefiro Artusi
Com apenas um nome:
1. Annibale
2. Baldi
3. Balsini
4. Bientinezzi
5. Carnevale
6. Cioli
7. Costtali
8. Fanin
9. Francalacci
10. Lorenzini
11. Mela
12. Novelli
13. Petinatti
14. Ravarani
15. Roncadelli
16. Tabachi
17. Todeschini
18. Tomei
19. Vercezzi
20. Zilli
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Alambique- Disponível em http://revistaalambique.wordpress.com/2013/04/18/colonia-
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<http://www.1911enciclopedia.org/Anarchism> aceso em 26/04/2010.
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Disponível em http://www.culturabrasil.pro.br/cecilia.htm.Acesso em 19/12/2013
FELICI, ISABELLE. A verdadeira história da Colônia Cecília de Giovanni Rossi.
(tradução: Edilene T. Toledo; Revisão Sergio S. Silva) Cad. AEL. n. 8/9, 1998 disponível em
http://www.ifch.unicamp.br/ael/website-ael_publicacoes/cad-8/Artigo-1-p09.pdf aceso em
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KUPPER, Agnaldo. Colônia Cecília. São Paulo: FTD, 1993.
MELLO NETO, Candido. O Anarquismo experimental de Giovanni Rossi (de Poggio al
Maré à Colônia Cecília). 2 ed. Ponta Grossa: Ed. EPG, 1998
MONTEIRO FILHO, Mauricio. Memória Anarquista. Repórter Brasil, 2004. disponível
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Anarquista. Colônia – São Paulo, SP: FFLCH, 1998.
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SIMÕES, Teotônio. Anarquismo - Pequena Introdução às Idéias Libertárias, 2006.
Disponível em http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/anarquismo.html. Acesso 19/12/2013.