Pa lác io Gua icurus
Aven ida Desembargador José Nunes da Cunha
Ja rd im Verane io – Pa rque dos Poderes – B loco 09
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COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO
Projeto de Emenda Constitucional n. 007/2019
Processo n. 488/2019
Autor:Poder Executivo Estadual – Mensagem 93/2019
Comissão de Constituição, Justiça e Redação da ALEMS
“Altera a redação e acrescenta dispositivos à
Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul,
modifica o Sistema de Previdência Social e
estabelece regras de transição e disposições gerais e
transitórias, e dá outras providências.”
PARECER
Relator:Deputado GERSON CLARO
A) Relatório da PEC 7/2019
A proposta de Emenda à Constituição n. 7, de 2019, apresentada pelo
Poder Executivo Estadual pela Mensagem n. 93/2019, tem como objeto a modificação
do sistema de previdência social e estabelecimento de regras de transição e disposições
transitórias, ao lado de diversas outras providências.
A proposta encaminhada pelo Chefe do Executivo objetiva aplicar o
mesmo tratamento que foi atribuído aos servidores da União, quanto às regras de
concessão de aposentadoria e pensão por morte, vinculados a Regime Próprio da
Previdência Social (RPPS).
Alega que tais medidas sãs incontornáveis para busca de
sustentabilidade do sistema previdenciário, a construção de um novo modelo capaz de
fortalecer o próprio RPPS, evitando custos que poderão ser excessivos para as futuras
gerações e gerando o comprometimento do pagamento dos benefícios de seus
aposentados e pensionistas, ao mesmo tempo em que diminui a capacidade do Estado
de realizar investimentos nas áreas de saúde, educação e segurança pública.
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Em suma, trata-se de projeto de grande relevância que tem a finalidade
de estabelecer nova lógica na previdência social do Estado de Mato Grosso do Sul e,
também, no âmbito dos municípios.
Como além do projeto original, o parecer também tem o objetivo de examinar as 26 emendas apresentadas pelos Parlamentares, a análise será dividida em
duas partes e será seguida de anexo, sendo que: (I) a primeira parte destinada ao exame
do projeto original; (II) a segunda parte dedicada à análise das emendas e da justificativa
dos respectivos ajustes que serão realizados por iniciativa deste Relator e de outros
Deputados em cada um dos dispositivos emendados; e (III) o anexo se destinará ao
oferecimento de emenda substitutiva aglutinativa integral que tem o apoio de mais
de 1/3 dos Deputados Estaduais membros da Casa, providência que encontra amparo no
inc. II do art. 721, c/c art. 179, §§1º e 3º2 c/c inc. I do art. 1813 c/c inc. III do art. 1824,
todos do RI/AL/MS.
O propósito dessa emenda substitutiva aglutinativa integral é consolidar, num conjunto coerente de dispositivos, o projeto original, as emendas
acolhidas e as alterações implementadas ao texto neste parecer, todos numericamente
organizados de acordo com as alterações, supressões e inserções realizadas.
1Art. 72. Parecer é o pronunciamento da comissão sobre matéria sujeita ao seu estudo, emitido com observância das normas
fixadas nos parágrafos seguintes.
§ 1º O parecer constará de três partes:
I – relatório, em que se fará exposição da matéria em exame;
II – parecer do relator em termos sintéticos, com a sua opinião sobre a conveniência da aprovação ou rejeição, total ou
parcial, da matéria ou a necessidade de se lhe dar substitutivo ou se lhe oferecer emenda;
III – parecer da comissão, com assinatura dos deputados que votaram a favor ou contra. 2Art. 179. Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra.
§ 1º As emendas são supressivas, substitutivas, modificativas, aditivas ou aglutinativas.
[...]
§ 3º Emenda substitutiva é a apresentada como sucedânea a parte de outra proposição, denominando-se "substitutivo"
quando a alterar, substancial ou formalmente, em seu conjunto; considera–se formal a alteração que vise exclusivamente
ao aperfeiçoamento da técnica legislativa.
[...]
§ 6º Emenda aglutinativa é a que busca conciliar, em uma única emenda, assunto enfocado em várias emendas e
que, embora possuindo um núcleo comum são, no entanto, divergentes entre si em alguns pontos, não conseguindo lograr
consenso entre os deputados. 3Art. 181.Poderão ser apresentadas emendas diretamente a comissão, a partir do recebimento da proposição principal
pelo órgão técnico, observado o seguinte:
I – por qualquer Deputado, e, se for o caso, com o número de assinaturas necessárias ao apoiamento previsto neste
Regimento;
[...] 4Art. 182. As emendas poderão ser apresentadas, desde que subscritas:
[...]
III – por um terço dos membros da Assembleia ou pela totalidade dos líderes de Bancada nos casos previstos no caput
do artigo anterior.
[...]
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Concluído este relatório, passamos na sequência ao parecer, nos termos
do inc. II do art. 72 do RI/AL/MS.
B) Do parecer do Relator
I) Primeira parte
• Princípios Constitucionais
A reforma da Previdência, no âmbito federal, estabeleceu um novo
paradigma no tratamento da questão previdenciária, mas não incorporou os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios.
O direito à previdência social, consagrado na Carta Magna, consome mais de 50% do orçamento primário, instrumento para a concretização de vários outros
direitos. Afinal, apenas no rol de direitos sociais consagramos igualmente o direito à
educação, o direito à saúde, o direito à proteção à infância, o direito à assistência aos
desamparados, entre tantos outros.
Sem reforma, esta proporção provocará óbvia compressão no financiamento de políticas públicas e investimentos públicos destinados à
materialização de outros direitos, como os individuais ou sociais.
Enquanto nos deparamos com sucessivos cortes em áreas que a
Constituição em tese prestigia, as despesas com variados benefícios previdenciários são
recorde, ano após ano. Aposentadoria por tempo de contribuição, pensão, aposentadoria por idade, entre outros benefícios, utilizam cada um, recursos equivalentes a muitas
secretarias, e os valores crescem anualmente bem acima da inflação.
O aumento da expectativa de vida e regras anacrônicas para a concessão
de aposentadoria minam a sustentabilidade da previdência, pois degradam a razão
contribuintes /beneficiários.
O cidadão observa uma penúria cada vez maior nos transportes ou na
ciência e tecnologia, enquanto os jornais noticiam há anos gigantescos déficits
primários: o Estado gasta muito mais do que arrecada em tributos. Este aparente
paradoxo é explicado pela supremacia da Previdência.
Segundo o Tesouro Nacional, em boletim de agosto de 2019, os Estados já comprometem 16% da Receita Corrente Líquida (RCL) apenas com o déficit da
previdência de seus servidores. Já são R$ 100 bilhões por ano, cerca de R$ 500 por
habitante. Percebemos, assim, um desequilíbrio disseminado na Federação. É fácil
perceber que ele é prejudicial ao investimento público. Porém, esta máquina de
endividamento e tributação prejudica também o próprio investimento privado,
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dependente de estabilidade e confiança. Com altas taxas de desemprego, subutilização
e informalidade, não devemos nos omitir face à expansão deste desequilíbrio. Senão,
lesamos mais um direito de nossa Constituição: o direito ao trabalho.
Portanto, é necessário decidir se a Constituição de fato vai ser uma Carta Cidadã ou vai ser uma Carta Previdenciária! É preferível buscar assegurar as
promessas e garantias abraçadas pela norma constitucional ou o Estado vai ser
personificado em agência de previdência social.
Resta claro desta introdução à análise de constitucionalidade da PEC,
que a Constituição não se coloca como um obstáculo à Reforma da Previdência: ao
contrário, ela exige a Reforma para a concretização de variados direitos.
As críticas às reformas constitucionais na Previdência brasileira são
historicamente baseadas nos chamados princípios. Estes princípios constitucionais
seriam ofendidos na repactuação das regras previdenciárias. Entendemos que há um
abuso no uso dessa argumentação.
A começar, são exatamente os princípios constitucionais que
demandam a reforma da Previdência. O princípio do equilíbrio financeiro e atuarial
norteia tanto o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) quanto o Regime Próprio
de Previdência Social dos servidores (RPPS), estando inscrito no caput tanto do art. 201,
quanto no do art. 40 da Lei Maior.
Ele não é uma mera previsão burocrática sobre contabilidade. É uma
verdadeira proteção aos que não usufruem dos regimes, porque se nem todos têm o
direito a benefícios, todos têm a obrigação de pagar por eles. É exatamente isso que
significam déficits: quem está fora paga por quem está dentro.
O princípio do equilíbrio financeiro e atuarial é um escudo essencial
aos mais pobres e às gerações futuras. O corolário do desequilíbrio financeiro é imposto.
O corolário do desequilíbrio atuarial é dívida. Seja para o cidadão de hoje, seja para o
cidadão de amanhã.
Este princípio é tão fundamental porque temos um sistema tributário regressivo que incide mais sobre o consumo e, portanto, sobre os mais pobres. A fatura
da conta do supermercado embute contribuições sociais que cobrem o déficit do Regime
Geral, além de impostos que cobrem o déficit dos regimes próprios subnacionais.
As famílias mais miseráveis gastam cerca de 20% de sua renda com
impostos e contribuições sociais que fecham o buraco do Regime Geral e dos regimes próprios, entre outras destinações. É cerca de o dobro do esforço feito pelas famílias
mais ricas, a depender da faixa salarial.
É uma autoproteção da própria Carta: sem equilíbrio financeiro e
atuarial, o que teremos concretamente é a anulação de várias prescrições da
Constituição. A Previdência é uma despesa alta em todas as esferas, e é ascendente, pois
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é obrigatória e está atrelada a um dos mais rápidos processos de envelhecimento da
população no mundo.
Resta então perguntar: em que magnitude estamos descumprindo a
ordem da Constituição pela observância de critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e o equilíbrio atuarial?
No âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, os recursos obtidos com
as contribuições previdenciárias dos servidores e a contrapartida patronal, bem como os
provenientes da compensação previdenciária com o Regime Geral de Previdência Social
(RGPS), não são suficientes para financiar os benefícios a serem pagos, gerando deficit
crescente que a curto prazo se tornará insustentável.
É forçoso concluir que inconstitucional é não reformar.
O verdadeiro retrocesso social são cortes nas políticas sociais de fato
destinadas aos pobres, cada vez mais corriqueiros nos governos federal, estaduais e
municipais. Quanto à segurança jurídica, ela não pode ser analisada apenas sob o prisma de quem planejava receber um benefício de uma tal forma no futuro, mas também pela
ótica de quem não planejava financiá-lo.
É justamente a motivação da vedação ao retrocesso e da garantia da
segurança jurídica que nos impele a colocar a despesa previdenciária em trajetória mais
sustentável, mas concentrando o ajuste nos benefícios recebidos pelos grupos mais bem
posicionados na distribuição de renda.
Outro princípio maltratado no debate previdenciário é o da dignidade
da pessoa humana, frequentemente usado para justificar transferências dos mais pobres
aos mais ricos. Não podemos ridicularizar esse princípio, que é de fato fundamento da
República como estabelece o art. 1º da Constituição.
Aliás, a respeito da dignidade da pessoa humana, Marcelo Novelino
nos lembra do dever de promoção, que impõe a adoção de medidas que possibilitem o
acesso aos bens e utilidades indispensáveis a uma vida digna. A elaboração de uma
norma, enquanto prestação jurídica, definitivamente se insere neste dever. Uma Reforma destinada a proteger o financiamento de direitos elementares e a assegurar o crescimento
econômico e a geração de empregos deve ser vista por esta perspectiva.
De fato, Marcelo Novelino enfatiza que o objetivo constitucional da
erradicação da pobreza, consubstanciado no art. 3º, é uma das muitas concretizações do
princípio da dignidade da pessoa humana. Estes objetivos não devem ser menosprezados na análise de constitucionalidade da Reforma da Previdência: foi só com
a Constituição de 1988 que passamos a ter objetivos expressos. Na concepção de
Novelino, eles se destinam justamente à promoção e à concretização dos fundamentos
da República, devendo ser perseguidos na maior medida possível.
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No mesmo sentido, Bernardo Gonçalves Fernandes afirma que os
objetivos são normas constitucionais que devem ser seguidas (diuturnamente). Não se
trata somente de noção processual, mas normativa, exigindo medidas jurídicas e
políticas concretas.
Concluímos, assim, que a Reforma é decorrência natural do respeito ao
princípio do equilíbrio financeiro e atuarial consubstanciado nos arts. 40 e 201 da
Constituição; do princípio da busca do pleno emprego exaltado no seu art. 170; e da
Regra de Ouro do seu art. 167, III, que veda que a geração atual deixe dívidas a gerações
futuras se não deixar também investimentos.
De forma mais ampla, a Reforma vai ao encontro do princípio da
prioridade absoluta da criança e do adolescente, emanado do art. 227 do Texto Magno;
dos fundamentos da República da dignidade da pessoa humana do seu art. 1º e dos
próprios objetivos constitucionais de garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a
pobreza, e reduzir as desigualdades consagrados no art. 2º da Carta Cidadã.
• Análise do Projeto
Inicialmente, cabe dizer que incumbe à Comissão de Constituição,
Justiça e Redação se pronunciar sobre a admissibilidade da PEC nº 7, de 2019.
Nesse momento, trata-se de um juízo preliminar inerente ao processo
legislativo destinado à reforma constitucional, no qual se examina, exclusivamente, a
observância das limitações procedimentais ou formais, das limitações
circunstanciais e das limitações materiais.
Nesta fase da tramitação, as limitações formais dizem respeito à
legitimidade da iniciativa e à inexistência de matéria constante de proposta de emenda
rejeitada ou havida por rejeitada na sessão legislativa. As limitações circunstanciais
dizem respeito à inocorrência de situações de anormalidade institucional previstas na
Constituição, como intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. As limitações
materiais, por fim, dizem respeito ao próprio objeto da reforma, que não pode violar
nenhuma cláusula pétrea.
Pelas razões delineadas, esta Comissão não realiza juízo de conveniência
e oportunidade nem afere se a proposta é condizente com os imperativos de justiça,
“meritum”. A propósito, dispõe o art. 314 do RIAL que o exame dos aspectos concernente ao mérito incumbe à Comissão Especial de Reforma Constitucional, já
designada (Ato n. 30/2019, Diário Oficial ALEMS n. 1609).
Verificamos, também, que a matéria tratada na proposição não foi objeto
de qualquer outra rejeitada ou tida por prejudicada na presente sessão legislativa, não
ocorrendo, portanto, o impedimento mencionado no art. 66, § 5º, da Carta Estadual.
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Quanto à matéria regulada, verificamos que a Proposta observa as
limitações do art. 66, § 4º da Constituição Estadual, não se vislumbrando em suas
disposições nenhuma tendência de ferir o princípio federativo e atentar contra a
separação dos poderes. Não identificamos, outrossim, qualquer incompatibilidade entre
as alterações pretendidas pelo Poder Executivo e os demais princípios e regras
fundamentais que alicerçam a Constituição vigente.
Quanto ao momento político-institucional brasileiro e sul-mato-
grossense, constatamos a inocorrência de anormalidade que atraia a limitação
circunstancial prevista no art. 60, § 1º, da Carta Política e art. 66, §1º, da Constituição
Estadual. Em momentos de extrema gravidade, como a vigência de intervenção federal
ou de estado de defesa ou de sítio, a Constituição não pode ser reformada. Consignamos,
contudo, que nenhuma dessas circunstâncias é verificada no momento presente.
Passando agora para a análise da iniciativa da PEC, é competência do
Poder Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul dar início ao processo legislativo sobre o tema, que foi feito. Verificamos que a proposição foi apresentada pelo Chefe do
Poder Executivo, conforme autorizado pela Constituição Estadual (art. 66, II) e
obedecendo também a norma regimental prevista no art. 310, II do RIAL.
A proposta também não encontra óbices de constitucionalidade ou
juridicidade, uma vez que do Estado-Membro tem competência para legislar sobre
previdência social (artigo 24, XII, da Constituição Federal).
A Constituição Federal assevera, ainda, que “o regime próprio de
previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e
solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial” (art. 40), sendo que a CF dispõe sobre as regras que cada ente
federativo – o Estado de Mato Grosso do Sul naturalmente dentre eles – pode criar e
adotar para submeter seus servidores públicos.
A Carta Magna dispõe, em seu artigo 194, que “a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social”, sendo, então, o nobre e louvável objetivo desta PEC 7/2019 cumprir
a missão de aperfeiçoar o modelo atual vigente no âmbito do Estado de Mato Grosso do
Sul para, fundamentalmente, seguir o formato aprovado em nível federal e já
incorporado ao texto da Constituição Federal por meio da EC 103/2019.
Nesse contexto, o projeto original reúne plenas condições de ser
apreciado pelo seu mérito pela Comissão de Reforma da Constituição, logo, desde já,
registro que nosso voto é favorável à sua tramitação, pois observa os requisitos de
constitucionalidade e juridicidade, bem assim as disposições regimentais.
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II) Segunda parte – Do exame das emendas e da justificativa das respectivas
alterações realizadas por iniciativa deste Relator e da colaboração de outros
Deputados em cada um dos dispositivos emendados.
No período de pauta convencionado por 10 deputados, referendado
por todos os líderes partidários e aprovado pelo plenário,foram oferecidas 26 emendas
que visam a alterar alguns dispositivos, suprimir outros e inserir outros. Esta parte do
parecer é destinada a analisar cada uma dessas propostas.
1) Emendas 01 e22/2019
As emendas 01e 22/2019 foram oferecidas por diferentes
parlamentares e têm o mesmo objetivo, qual seja, alterar o período de vacatio
legis,substituindo a vigência imediata que foi proposta na versão original, pelo início da vigência em 90 dias contar da publicação. Como têm o mesmo objetivo, as emendas
devem ser apreciadas conjuntamente.
Pois bem, as emendas devem ser admitidas e processadas, pois estão
dentro dos contornos constitucionalmente admitidos para a emenda parlamentar, ou seja,
(a)tem pertinência temática com o projeto original; (b) não importam em aumento de despesa, daí porque voto pela sua aprovação e incorporação ao texto da emenda
substitutiva aglutinativa integral, ao final apresentada.
Além disso, de fato, devido à importância do projeto e do impacto que
produzirá na vida dos servidores sul-mato-grossenses, revela-se adequada a instituição do período de vacatio legis de 90 dias, em substituição à vigência imediata prevista no
projeto original.
Essas razões justificam o acolhimento das emendas 01 e 22/2019.
2) Emendas 2, 20, 24 e 26/2019
A emenda 2 tem o objetivo de disciplinar regras especiais para
policiais civis, equiparando-os, para fins previdenciários, aos policiais federais.
A emenda 20, por sua vez, propõe assegurar, aos policiais civis,
agentes penitenciários e agentes socioeducativos que ingressaram na carreira até a data da entrada em vigor desta PEC 7/2019,a preservação dos direitos assegurados na Lei
Complementar Federal n.º 51 de 1985.
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A emenda 24, além de repetir o mesmo propósito da emenda 20,
também mira: (a) prever que policiais civis, agentes penitenciários e agentes
socioeducativos que ingressaram na carreira até a data da entrada em vigor desta PEC
7/2019 se aposentarão aos 52 anos, se mulher, e aos 53 anos, se homem; (b) considerar
o tempo de exercício outras carreiras, como, por exemplo, no exército e na polícia
militar, para a aposentadoria dos policiais civis em tempo mais reduzido; (c) tratar dos
valores dos proventos de aposentadoria dos policiais civis.
A emenda 26, por outro lado, quer vincular policiais civis, militares,
agentes penitenciários, bombeiros e oficiais de Justiça em caso de “enquadramento por
periculosidade”, aos critérios diferenciados de idade e de tempo de contribuição
previstos para servidores públicos federais.
Como as emendas tratam de temas conexos, devem ser apreciadas
conjuntamente.
Acreditamos que não é juridicamente possível consentir com o processamento da emenda 2, porque o projeto original não se dispõe a tratar da
equiparação entre a carreira de policial civil, que é estadual, e a de policias federais.
Assim, embora louvável, o objetivo nuclear da emenda 2 não guarda a indispensável
pertinência temática com o projeto original.
A íntegra da emenda 20 e os textos dos §§ 1º e 2º do art. 6º que
constam da emenda 24, ao seu turno, merecem ser incorporadas ao projeto com alguns
ajustes porque são regras de transição importantes e seguem a linha de reproduzir em
âmbito estadual, com as adaptações necessárias, disposições da EC 103/2019. Somente
não é possível acolher a parte que pretende tratar dos valores dos proventos de aposentadoria dos policiais civis, isto é, o texto projetado para os §§3º e 4º do art. 6º da
Emenda 24, pois transcende aos limites do que consta no art. 5º da EC 103/2019.
Não pode ser acolhida a emenda 26 porque quer incluir Oficiais de
Justiça dentre os servidores com critérios diferenciados, sem, contudo, apontar
discrímen legítimo para justificar a retirada desse valoroso contingente de servidores da regra geral e, por isso, a proposta não merece ser acolhida. Os bombeiros, por sua vez,
possuem regras diferenciadas e legislação específica quanto à aposentadoria, que não
foram objeto de alteração na EC 103/2019, e, por isso, também não devem integrar a
presente PEC 7/2019. No que toca aos policiais, a emenda 26 precisa ser acolhida porque
o projeto original já cuidou no inc. II do §4º-A do art. 31-B de estabelecer critérios de idade e de tempo de contribuição diferenciados (55 anos para ambos os sexos ou 52 anos
de idade, se mulher, e aos 53 anos de idade, se homem, desde que cumprido período
adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data de entrada em vigor
desta Emenda Constitucional, faltaria para atingir o tempo de contribuição previsto na
Lei Complementar nº 51, de 20 de dezembro de 1985) e, agora, diante do que foi exposto linhas atrás, disciplinará de forma mais adequada a situação previdenciária de quem,
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atualmente, antes do possível início da vigência da PEC/2019, já está na carreira, logo,
o segmento já foi contemplado em termos apropriados.
No caso, dentro das balizas acima, a proposta conta com nosso apoio
para ser, com ajustes redacionais mínimos, incorporada ao texto da emenda
substitutiva aglutinativa integral.
Forte em tais razões, votamos pela rejeição das emendas 2 e 26/2019,
pelo acolhimento total da emenda 20/2019 e pelo acolhimento parcial da emenda
24/2019.
3) Emenda 03/2019
A emenda 03/2019 visa a dar novos traços para o teto remuneratório
no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul.
Acreditamos que não é juridicamente possível realizar a discussão
nesta sede, por três razões fundamentais:
a) primeira, a proposta não tem pertinência temática com o projeto
original que trata, exclusivamente, de aspectos que dizem respeito ao sistema
previdenciário – e não remuneratório;
b) segunda, a proposta padece de vício de iniciativa, pois somente o
chefe de cada Poder em âmbito municipal poderia dar início a processo legislativo sobre
o tema que versa sobre o teto remuneratório em âmbito municipal;
c) terceira, a proposta impõe acréscimo de despesas a todos os
municípios do Estado, o que não pode ser realizado a partir de proposição de iniciativa
legislativa de Parlamentar estadual.
Assim, com muito respeito, a proposta não ultrapassa o juízo de
admissibilidade desta CCJR daí porque voto pela rejeição da emenda 03/2019.
4) Emendas 04, 05, 06 e 19/2019
A emenda 04 tem o objetivo de alterar a proposta original do §6º do
art. 181. O que se pretende é fixar rigidamente o limite de 40% - e não 45% - para o computo geral fruto do somatório da contribuição previdenciária ordinária, da
contribuição previdenciária extraordinária e do imposto de renda retido da fonte.
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A emenda 05, por sua vez, pretende suprimir a nova base de cálculo
da contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas, que foi disciplinada no §1º do
art. 181.
A emenda 6, de sua parte, visa a isentardo pagamento da contribuição extraordinária os aposentados que percebam valores inferiores ao limite máximo
estabelecido para o Regime Geral da Previdência Social.
A emenda 19, por sua vez, tem objetivo de simplificar a proposta de
criação da contribuição extraordinária e compatibilizá-la ao máximo com os termos em
que foi aprovada em nível federal.
Acredito que essas emendas, que observam os contornos regimentais
e constitucionais para a emenda parlamentar nesta fase do processo legislativo, devam
ser apreciadas conjuntamente, já que todas tratam da contribuição extraordinária.
No ponto, cabe destacar que o projeto foi além da EC n.º 103/2019,
que instituiu a reforma da previdência em âmbito federal, pois, aqui, além de tratar da instituição da contribuição extraordinária, a proposta também estabeleceu percentual
máximo de contribuição dos servidores e do ente federativo, tempo máximo de duração,
dentre outros aspectos.
Contudo, parece mais adequado, neste momento, apenas permitir a
instituição da contribuição extraordinária, sem constitucionalizar detalhes que, em
verdade, deverão ser disciplinados em ato normativo infraconstitucional, a depender da
demonstração de elementos necessários a tomada dessa decisão legislativa, como, por
exemplo, o cálculo atuarial.
Assim, fica prejudicada a tentativa de limitar constitucionalmente a base de cálculo da contribuição previdenciária extraordinária, que é o objetivo da
emenda 6, cabendo transferir a discussão e a decisão sobre o assunto para a futura lei
estadual que deverá disciplinar essa e outras questões, uma vez aprovada a PEC 7/2019.
Também reputamos necessário substituir o dever de criação da
contribuição extraordinária pela faculdade de fazê-lo. No ponto, embora os dados preliminarmente apresentados no projeto já demonstrem a necessidade de sua criação
para equacionar o déficit atuarial, creio que a fórmula empregada em nível federal, de
apenas permitir – e não de impor – a sua criação, seja adequada.
Nesse contexto, consideramos indispensável suprimir totalmente os
§§3º, 5º e 6º do art. 181 da proposta original, com readequação da redação do §4º na
forma da emenda substitutiva aglutinativa integral ao final apresentada.
Não é possível acolher a Emenda 5, pois contraria a essência do
projeto, que é a de reproduzir em âmbito estadual, tanto quanto possível, as disposições
aprovadas em âmbito federal. Além disso, a emenda não se fez acompanhar de qualquer
quantitativo mínimo que demonstrasse o impacto financeiro da enorme redução de
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contribuintes para o regime. Bem vistas as coisas, essa notável redução, por atingir
contingente muito grande de pessoas, certamente comprometeria a própria eficiência da
reforma previdenciária.
Essas razões justificam a rejeição da emenda 05/2019; o acolhimento da emenda 19/2019; na declaração como prejudicadas as emendas 04/2019 e 6/2019,
tudo conforme será consolidado na emenda substitutiva aglutinativa integral ao final
apresentada.
6) Emenda 07/2019
A emenda 7 pretende atribuir nova redação aos incisos II e III do art.
31-B com o singelo objetivo de deixar claro que servidores do Ministério Público, do
Tribunal de Contas e da Defensoria Pública também estão sujeitos às regras do caput.
Pois bem, a emenda deve ser admitida e processada, pois está dentro
dos contornos constitucionalmente admitidos para a emenda parlamentar.
Note-se que em nenhum momento a proposta original pretendeu
excluir servidores dessas instituições do dever de contribuição previdenciária, o que
seria até mesmo um contrassenso na medida em que já previa que servidores da ativa e
aposentados do Poder Legislativo, do Poder Executivo e do Poder Judiciário deveriam fazê-lo. Os servidores do MP estão sujeitos a todas as regras previdenciárias, que o
regime é contributivo e solidário, logo, o registro no corpo da Constituição Estadual é,
de fato, indispensável.
Assim, indispensável o aprimoramento do texto com a inclusão da redação sugerida para a emenda 7, que fica aqui acolhida e incorporada. Ainda, para o
completo aprimoramento da norma identificamos a necessidade de: a) inclusão no caput
do art. 31-B do termo “membros” para guardar coerência com os incisos do próprio
dispositivo e com o tratamento conferido ao longo da proposta, sempre com a menção a
“membros” e não a apenas servidores públicos; b) inserção do termo “titular” no caput do art. 31-B para fazer referência ao titular de cargo, visando a dar sentido à norma; e c)
inclusão da expressão “incluídos os das autarquias e fundações” nos incisos II e III do
art. 31-B apenas para deixar claro que, no âmbito do Poder Executivo, os servidores
dessas entidades com personalidade jurídica própria estão incluídos, por razões lógicas
e inerentes ao sistema previdenciário. Tais propostas ficam incorporadas nos termos
apresentados na emenda substitutiva aglutinativa integral.
7) Emenda 08/2019
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A emenda 8 pretende compatibilizar a redação do inc. II do §1º do art.
31-B da PEC 7/2019 ao texto do inc. II do §1º do art. 40 da Constituição Federal, com
a redação em vigor desde a EC 88/15.
Essa emenda também está dentro dos limites regimentais e
constitucionais admitidos para a atuação parlamentar nesta fase do processo legislativo.
Além disso, a providência é correta e necessária, pois, tal qual no
âmbito federal, aos 70 anos é possível, ao servidor estadual abrangido por Regime
Próprio de Previdência Social, a aposentaria com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição. Em palavras simples, o que se está a fazer é repetir literalmente em nível
estadual a regra estabelecida na Constituição Federal.
Indispensável o refinamento do texto pelo que voto pelo acolhimento
da emenda 8, nos termos expostos na emenda substitutiva aglutinativa integral
apresentada abaixo.
8) Emenda 09/2019
A emenda 9 pretende adicionar ao §11 do art. 31-B da PEC 7/2019 a
menção necessária à “Constituição Federal” e acrescentar, ao final, o diálogo da regra
com o “disposto no §12 do art. 27 desta Constituição”.
Essa emenda também está dentro dos traços constitucionalmente
admitidos para a emenda parlamentar e trata-se de louvável correção que faz observar o
comando da alínea “g” do inc. II do art. 11 da Lei Federal Complementar 95/1998, que diz que para a obtenção da precisão do texto legislativo é necessária a indicação expressa
do “dispositivo objeto de remissão”. Além disso, a proposta tem o objetivo de contribuir
com a futura aplicação da regra e demonstrar a necessidade de interpretação sistemática,
afinal a Constituição Estadual não pode ser aplicada em tiras, mas, sim, no seu todo.
Assim, nosso voto é pelo acolhimento da Emenda 09/2019.
9) Emenda 10/2019
A emenda 10 pretende tão somente inverter a ordem de exposição da
frase do §16 do art. 31-B ad PEC 7/2019, transportando a oração “mediante prévia e expressa opção”, que constava na parte final, para o começo do texto, e a inclusão da
palavra “somente” guardando exata simetria com a redação da Constituição Federal.
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Essa emenda também está dentro dos contornos constitucionalmente
admitidos para a emenda parlamentar e deve ser acolhida, até mesmo porque tem o
objetivo de reproduzir a literalidade de ser congênere em vigor em âmbito federal, que
é o §16 do art. 40 da Constituição Federal.
Por isso, votamos pelo acolhimento da Emenda 10/2019.
9) Emenda 11/2019
A emenda 11 pretende, apenas, adicionar o registro de que “os critérios observados em lei do respectivo ente federativo” devem balizar a concessão do
abono de permanência previsto no §19 do art. 31-B da PEC 7/2019.
Essa emenda igualmente está dentro dos contornos
constitucionalmente admitidos para atuação parlamentar e deve ser acolhida com
aprimoramento redacional para consignar que se tratará de lei complementar estadual
ou municipal, seguindo a mesma lógica do §19 do art. 40 da Constituição Federal.
Votamos, por isso, pelo acolhimento da Emenda 11/2019.
10) Emenda 12/2019
A emenda 12 tem três propósitos: o primeiro de consignar que lei
estadual disciplinará critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos de órgão
gestor único da previdência em Mato Grosso do Sul; o segundo de distinguir as
autoridades responsáveis pelos atos de gestão e dos atos de concessão do benefício; o terceiro de disciplinar no corpo da constituição o papel de orientação e de fiscalização
da concessão dos benefícios previdenciários.
Essa emenda igualmente está dentro dos limites regimentais e
constitucionais admitidos para a atuação parlamentar nesta fase do processo legislativo.
As proposições devem ser incorporadas à emenda substitutiva
aglutinativa integral, pois: (a) o Estado-Membro tem competência para legislar sobre
previdência social (artigo 24, XII, da Constituição Federal), logo, admissível a opção de
disciplinar critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos de órgão gestor único
da previdência em Mato Grosso do Sul por lei estadual; (b) os procedimentos
preparatórios e o ato de concessão de benefício previdenciário não podem ser confundidos com atos de gestão e, por isso mesmo, devem ser mantidos na esfera de
decisão da autoridade de cada Poder, Instituição ou Entidade à qual o potencial
beneficiário esteja vinculado – e não transferidos para o gestor único; (c) o órgão de
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gestão centralizada deve exercer duplo papel, sendo um deles consultivo – durante o
processamento do pedido de concessão do benefício, mediante a emissão de parecer
opinativo e não vinculante para a autoridade de cada Poder, Instituição ou Entidade –e
outro de verificação da regularidade, sempre depois do ato de concessão do benefício.
Essa divisão de tarefas para o bom funcionamento do sistema projetado foram bem
disciplinados na emenda 12 e apresentam aperfeiçoamento do projeto e, por isso, a sua
ideia deve ser incorporada ao texto.
Em complemento ao que já foi sugerido, apresentamos proposta de
acréscimo da expressão “no prazo legal” depois do texto proposto para ser o novo §22
do art. 31-B, de maneira a constitucionalizar o dever de o órgão de gestão centralizado
não prolongar indevidamente o processo de apreciação do pedido de benefício.
Ainda, o originário § 22 do art. 31-B na redação da PEC não foi
suprimido por nenhuma Emenda, mas por equívoco não constou na Emenda 12. O
mencionado parágrafo deve ser mantido por guardar inteira similitude com norma da EC 103/19, devendo ser renumerado e inserido no texto. Forte em tais razões, votamos
pela incorporação do texto proposto para a Emenda 12/2019 à emenda substitutiva
aglutinativa integral.
11) Emenda 13/2019
A emenda 13/2019 pretende excluir o §21 do art. 31-B da PEC 7/2019.
Essa emenda também está dentro dos limites regimentais e constitucionais admitidos
para a atuação parlamentar nesta fase do processo legislativo.
De fato, parece não ser necessário estabelecer a imposição das severas
consequências previstas no inc. XIII do art. 167 da CF para a hipótese eventual criação
de outro órgão de gestão paralela ao gestor centralizado. A regra projetada para o §20
do art. 31-B – e mantida na emenda substitutiva aglutinativa integral– é, por si,
imperativa, cogente, e, como tal, deverá ser respeitada. Para o caso de improvável descumprimento, existem outros instrumentos de coerção, em especial, a possibilidade
de buscar a tutela jurisdicional.
Por isso, votamos pelo acolhimento da emenda 13/2019.
12) Emenda 14/2019
A emenda 14 pretende reproduzir na PEC 7/2019, para vigência
temporária, regra de transição prevista na EC 103/2019.
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A proposição também está dentro dos limites regimentais e
constitucionais admitidos para a atuação parlamentar nesta fase do processo legislativo.
A proposta é meritória e merece ser encampada por esta CCJR. O texto
cria regra de direito transitório, de caráter provisório, que se dispõe a vigorar até que lei
estadual discipline a questão de forma detalhada e completa.
Nesse contexto, está alinhada com a garantia constitucional do direito
adquirido, é regra de transição importante e segue a linha de reproduzir em âmbito
estadual disposições da EC 103/2019, no caso, o que está estabelecido no art. 3º daquele
texto.
Amparado nessas considerações, votamos pela incorporação do texto
proposto para a emenda 14/2019 à emenda substitutiva aglutinativa integral.
13) Emenda 15/2019
A justificativa da emenda 15/2019 informa que seu objetivo é
“adequar o texto do art. 6º da PEC 7/2019 ao da EC 103/2019, uma vez que por equívoco
redacional deixou-se de acrescentar o seguinte texto: ‘com contagem recíproca do
Regime Geral de Previdência Social’” e também que tem o propósito de “resguardar o
direito adquirido e o ato jurídico perfeito”.
Essa emenda igualmente está dentro dos contornos
constitucionalmente admitidos para a emenda parlamentar e deve ser acolhida.
É preciso preservar situações já consolidadas ao longo do tempo, que
é o objetivo do novo parágrafo previsto na emenda 15/2019, acolhida neste parecer. A redação também é salutar e merece ser incorporada à emenda substitutiva aglutinativa
integral porque bem resguarda não só os períodos de tempo ficto já averbados em
conformidade com a compreensão anterior à EC 20/1998, como também aqueles
averbáveis de acordo com a regras de então. É proposta que bem observa o disposto no
inc. XXXVI do art. 5º da CF que diz que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada”.
No ponto, além de acolher a emenda 15/2019, a emenda substitutiva
aglutinativa integral ainda pretende inserir mais dois parágrafos.
O primeiro deles quer enfrentar a seguinte questão. A Constituição
Federal, em seu art. 37, inciso XVI, traz as possibilidades de acumulação de cargos
públicos. Assim, aos servidores das categorias indicadas pela Carta Magna são
garantidos a titularidade de dois cargos públicos e, consequentemente, também são
asseguradas duas aposentadorias. Ocorre que o INSS, ao expedir a CTC, não reconhece
a acumulação de cargos garantidos pela CF/88, tratando os casos dos servidores em
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acumulação lícita como exercício concomitante, que, por sua vez, não possibilita o
aproveitamento do tempo nos cargos cumulativamente exercidos, certificando o tempo
como uno, atribuindo como tempo de exercício/contribuição o mais remoto, e o período
de cargo mais recente considerando como tempo zerado. Apesar da garantia
constitucional, as certidões expedidas pelo INSS que são apresentadas para averbação
junto ao Estado e aos municípios que mantêm RPPS não contemplam o tempo de
contribuição dos dois cargos acumulavelmente exercidos, constando somente o tempo
do cargo mais antigo e considerando como zerados do cargo mais recente, trazendo total
prejuízo e ferindo de morte o direito constitucional do servidor que exerce cargos
acumuláveis. O novo parágrafo incluído no art. 6º disciplina adequadamente a questão.
O segundo novo parágrafo acrescentado quer deixar consignado que a
pronuncia de nulidade de que trata aquele dispositivo somente será possível depois de
assegurado o contraditório prévio e ampla defesa, o que naturalmente engloba o direito
à produção de provas. É proposta que também quer afinar o projeto com a Constituição Federal quando diz no art. 5º, inc. LV, que “aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes”.
Assim, votamos pelo acolhimento da emenda 15/2019, com os
acréscimos que constam da emenda substitutiva aglutinativa integral apresentada
adiante.
14) Emendas 16 e 17/2019
A emenda 16 tem dois objetivos: primeiro, expressar que lei
complementar estadual disporá sobre a aposentadoria voluntária, aos sessenta e dois
anos de idade, se mulher, e aos sessenta e cinco anos de idade, se homem (inc. III do §1º
do art. 31-B), de membros e servidores públicos dos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, do Tribunal de Contas, do Ministério Público e da Defensoria Pública; segundo, adotar, em caráter temporário, os critérios da EC 103/2019 para disciplinar
esse benefício previdenciário até que a lei complementar estadual trate do assunto,
quanto a tais servidores e membros.
A emenda 17, por sua vez, pretende atribuir nova redação ao §4º do
art. 80, para vincular a aposentaria dos membros do Tribunal de Contas ao disposto no art. 108 da Constituição Estadual. Nota-se nesse contexto, no que toca ao Tribunal de
Contas,que os escopos das emendas 16 e 17 têm afinidade e, por isso, devem ser
apreciadas conjuntamente.
Pois bem, entendemos que não existe óbice regimental ou
constitucional à tramitação de mais essas duas emendas.
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A emenda 16 é salutar porque prestigia o Parlamento estadual e sua
competência assegurada pelo artigo 24, XII, da Constituição Federal, na medida em que
adota a lei estadual como parâmetro para a disciplina da aposentadoria de seus
servidores. A regra temporária também é bem-vinda na medida em confere segurança
jurídica e previsibilidade, até que a lei estadual venha a substituir o direito transitório
que se pretende instituir.
Ao lado disso, também reputamos necessário incluir os membros da
Procuradoria-Geral do Estado, que também integram carreira essencial à Justiça, nos
termos do art. 132 da Constituição Federal e do art. 144 da Constituição Estadual, em
abono ao tratamento isonômico entre tais carreiras, fazendo expresso registro da
“Procuradoria-Geral do Estado” no corpo do §1º do art. 31-C, não obstante sejam
servidores públicos do Poder Executivo – e por isso já estejam contemplados na
expressão “servidores públicos efetivos” do Poder Executivo.
Ainda, no caput do art. 31-C inserimos a expressão “membros”, para guardar coerência com as demais normas ao longo da proposição, bem como §1º onde
constava Poderes do Estado deixamos expresso que se trata dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, buscando-se conferir maior clareza à norma.
Noutro norte, como a emenda 17 pretende consignar que lei
complementar estadual disporá, dentre outras coisas, sobre a aposentadoria dos membros do Tribunal de Contas, deve ser rejeitada a emenda 17 e a própria proposta de
nova redação para o §4 do art. 80, que é apresentada na PEC 7/2019, mantendo-se o
regramento em vigor até seja alterado pelo instrumento próprio.
Embasado nessas razões, votamos pelo acolhimento da emenda 16 e pela rejeição da emenda 17, com os acréscimos que constam da emenda substitutiva
aglutinativa integral apresentada adiante.
15) Emendas 18, 21 e 23/2019
A emenda 18 pretende reintroduzir o art. 108, que a proposta original
objetivava revogar. Esse dispositivo trata da vinculação dos magistrados estaduais às
regras de direito previdenciário previstas no art. 40 da Constituição Federal.
A emenda 21, de sua parte, objetiva suprimir a revogação dos arts.
108, 135 e 142, inc. VI.
A emenda 23, por sua vez, almeja reintroduzir o inc. VI do art. 142
com nova redação que, além de repetir o registro do direito à aposentaria, restabelecer o
vínculo dos membros da Defensoria Pública às mesmas regras previstas aos
magistrados, isto é, ao art. 108 da Constituição Estadual.
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As três emendas tratam de temas afins e, por isso, merecem ser
apreciadas em conjunto. Todas estão dentro dos contornos constitucionalmente
admitidos para a emenda parlamentar e, por isso, devem ser admitidas por esta CCJR.
Note-se que a proposta de retirada da revogação do art. 135, que trata
da vinculação do Ministério Público, é alinhada com a proposta do art. 142.
Os Magistrados, membros do Ministério Público, da Procuradoria-
Geral do Estado e da Defensoria Pública integram carreiras essenciais à administração
da Justiça, logo, adequado o tratamento uniforme, motivo pelo qual, propomos a
inserção do inciso III ao art. 146, com redação inteiramente alinhada à proposta
conferida aos dispositivos acima citados, nos exatos termos da Constituição Federal.
No ponto, contudo, é preciso fazer ajuste no art. 108 para atender o
comando da alínea “g” do inc. II do art. 11 da Lei Federal Complementar 95/1998, que
diz que para a obtenção da precisão do texto legislativo é necessária a indicação expressa
do “dispositivo objeto de remissão”.
Assim, ao invés de dizer genericamente que deverá ser observada a
“Constituição Estadual” se propõe consignar numericamente os dispositivos aplicáveis,
registrando que deverão ser observados “o disposto nos arts. 31-B, 31-C e 181
Constituição Estadual”.
Votamos pelo acolhimento das Emendas 18, 21 e 23/2019, com esse
aprimoramento redacional e acréscimo de dispositivo que consta da emenda
substitutiva aglutinativa integral.
16) Emenda 25/2019
A emenda 25/2019 pretende inserir novo parágrafo ao art. 31-B para
vedar a utilização de recursos do regime próprio de previdência social para a realização
de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo.
A emenda está dentro dos contornos constitucionalmente admitidos
para a emenda parlamentar e, por isso, deve ser admitida e encampada por esta CCJR,
pois segue a linha de reproduzir em âmbito estadual disposições da EC 103/2019, no
caso, o que está estabelecido no art. 167, XII, da Constituição Federal.
A única ressalva diz respeito à localização topográfica, pois, ao invés
de ser colocada como um dos parágrafos do art. 31-B, como sugere seu proponente, deve
ser inserida como novo inciso do art. 165 da Constituição Estadual, na forma
apresentada na emenda substitutiva aglutinativa integral ao final apresentada.
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Com isso, votamos pelo acolhimento parcial, com ajuste de redação,
da ideia central da emenda 25/2019.
III) Agradecimentos finais
Neste encerramento queremos, de público, louvar a corajosa iniciativa
do Governador do Estado, Reinaldo Azambuja, e a disponibilidade e comprometimento
de todos os Deputados que com responsabilidade se dedicaram a estudar, debater e
apresentar ideias para o aprimoramento do sistema previdenciário estadual que faço questão de citar nominalmente:1.Deputado Antônio Vaz – PRB; 2.Deputado Barbosinha
– DEM; 3.Deputado Cabo Almi – PT; 4.Deputado Capitão Contar – PSL; 5.Deputado
Coronel David – PSL; 6.Deputado Eduardo Rocha – MDB; 7.Deputado Evander
Vendramini – PP; 8. Deputado Felipe Orro – PSDB; 9.Deputado Herculano Borges –
Solidariedade; 10.Deputado Jamilson Name – PDT; 11.Deputado João Henrique – PL; 12.Deputado Lidio Lopes – PATRI; 13.Deputado Londres Machado – PSD;
14.DeputadoLucas de Lima –Solidariedade; 15. Deputado Marçal Filho – PSDB;
16.Deputado Marcio Fernandes – MDB; 17.Deputado Neno Razuk – PTB; 18.Deputado
Onevan de Matos – PSDB; 19.Deputado Paulo Corrêa –PSDB; 20.Deputado Pedro
Kemp – PT;21.Deputado Professor Rinaldo – PSDB; 22.Deputado Renato Câmara –
MDB; 23.Deputado Zé Teixeira – DEM.
Estamos seguros de que a aprovação do texto ao final apresentado é
medida indispensável à saúde financeira do Estado de Mato Grosso do Sul e à
sustentabilidade de seu sistema previdenciário.
Os reflexos positivos da aprovação deste histórico projeto que temos
a honra de relatar, certamente serão percebidos pela atual e por futuras gerações.
No final das contas, sua aprovação diretamente incrementará a
capacidade de investimento do Governo do Estado nas áreas de saúde, educação e
segurança pública, melhorando, com isso, as condições de vida de todos os cidadãos sul-
mato-grossenses.
IV) Conclusão
Diante de todo o exposto, votamos favoravelmente à regular tramitação da presente Proposta de Emenda Constitucional n.º 7/2019 com:
(a)acolhimento total das emendas 01, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20,
21, 22 e 23; (b) acolhimento parcial das emendas 24 e 25; (c) rejeição das emendas 02,
03, 05, 17 e 26; e (d) declaração de que estão prejudicadas as emendas 04 e 06.
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Com o propósito de consolidar, num conjunto coerente de
dispositivos, o projeto original, as emendas acolhidas e as alterações implementadas ao
texto neste parecer, conclamo os nobres pares a APROVAR a emenda substitutiva
aglutinativa integral apresentada no anexo, com os dispositivos numericamente
organizados de acordo e as alterações destacadas em vermelho, com subsequente
tramitação da PEC n.º 07/2019 em tais termos.
Ratificamos nobres colegas que com a aprovação desta emenda
estamos juntos construindo uma nova historia para a previdência do Estado de Mato
Grosso do Sul, e seus Municípios.
Campo Grande, MS, 09 de dezembro de 2019.
Deputado GERSON CLARO
Relator
ANEXO
Projeto de Emenda Constitucional n. 007/2019
Processo n. 488/2019
Emenda substitutiva aglutinativa integral
Com amparo no inc. II do art. 72 c/c art. 179, §§1º e 3º c/c inc. I do art. 181 c/c inc. III
do art. 182, todos do RI/AL/MS e pelas justificativas apresentadas no Parecer do
Deputado Gerson Claro na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, os Deputados
signatários, representantes de mais de 1/3 dos membros da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, apresentam a Emenda substitutiva aglutinativa integral à Proposta
de Emenda Constitucional n.º 07/2019, que passará a tramitar com o seguinte texto
consolidado:
PROJETO DE EMENDA CONSTITUCIONAL
Pa lác io Gua icurus
Aven ida Desembargador José Nunes da Cunha
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COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO
Altera a redação e acrescenta dispositivos à
Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul,
modifica o Sistema de Previdência Social e
estabelece regras de transição e disposições
gerais e transitórias, e dá outras providências.
A MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE
MATO GROSSO DO SUL, nos termos do § 3º do art. 66 da Constituição Estadual, promulga
a seguinte Emenda ao Texto Constitucional:
Art. 1º Os dispositivos da Constituição Estadual de Mato Grosso do Sul, abaixo
indicados, passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 30. Ao servidor público, no exercício de mandato eletivo, aplica-se o
disposto no art. 38 da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, publicada no Diário Oficial da
União em 13 de novembro de 2019.” (NR)
“Art. 31-B. Os Regimes Próprios de Previdência Social dos membros e dos
servidores titulares de cargos efetivos do Estado e dos Municípios do Estado do
Mato Grosso do Sul têm caráter contributivo e solidário, observados os critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e as regras e os requisitos
estabelecidos para o regime próprio do servidor público federal titular de cargo
efetivo, mediante o recolhimento:
I - da contribuição do respectivo ente federativo, nesta incluída a
contribuição dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Tribunal de
Contas, do Ministério Público, da Defensoria Pública, das Autarquias e das
Fundações Estaduais;
II - da contribuição dos servidores efetivos ativos dos Poderes Executivo,
incluídos os das Autarquias e das Fundações, e Legislativo, além dos membros e
servidores efetivos ativos do Poder Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal
de Contas e da Defensoria Pública Estadual;
III - da contribuição dos servidores aposentados do Poder Executivo,
incluídos os das Autarquias e das Fundações, e do Poder Legislativo, além dos
membros e servidores aposentados do Poder Judiciário, do Ministério Público, do
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Aven ida Desembargador José Nunes da Cunha
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Tribunal de Contas e da Defensoria Pública Estadual, e seus respectivos
pensionistas.
§ 1º O servidor abrangido por Regime Próprio de Previdência Social será
aposentado:
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a
realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das
condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma estabelecida
para o servidor público federal titular de cargo efetivo;
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
idade, conforme estabelecido para o servidor público federal titular de cargo
efetivo;
III - voluntariamente, aos sessenta e dois anos de idade, se mulher, e aos
sessenta e cinco anos de idade, se homem, observados o tempo de contribuição e
os demais requisitos estabelecidos para o servidor público federal titular de cargo
efetivo.
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor
mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 da Constituição Federal ou superiores ao
limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado
o disposto nos §§ 15 a 17 deste artigo.
§ 3º As regras de cálculo e de reajustamento dos benefícios de aposentadoria
e de pensão por morte serão as mesmas aplicáveis para o servidor público federal
titular de cargo efetivo e de seus respectivos dependentes.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou de critérios diferenciados para
concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o
disposto nos §§5º e 6º deste artigo.
§ 5º. O Estado e os Municípios que mantêm RPPS aplicarão as regras
estabelecidas para o servidor público federal titular de cargo efetivo relativas à
idade e ao tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores:
I - com deficiência, após obrigatória avaliação biopsicossocial realizada por
equipe multiprofissional e interdisciplinar, para verificação do preenchimento dos
requisitos para a concessão;
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II - ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou
de policial civil; e
III - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes
nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação destes
agentes, vedados a caracterização por categoria profissional ou a ocupação e o
enquadramento por periculosidade.
§ 6º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em
cinco anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III
do § 1º deste artigo, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções
de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, conforme
estabelecido para o servidor público federal titular de cargo efetivo.
§ 7º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na
forma da Constituição Federal, é vedada a percepção de mais de uma
aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se
outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários, estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.
§ 8º Observado o disposto no § 2º do art. 201 da Constituição Federal,
quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o
benefício de pensão por morte será concedido, utilizando-se a forma diferenciada
aplicável ao servidor público federal titular de cargo efetivo, na hipótese de morte
dos servidores de que trata o inciso II do § 4º-A deste artigo, decorrente de
agressão sofrida no exercício ou em razão da função.
§ 9º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em
caráter permanente, o valor real conforme critérios estabelecidos pela União para
o servidor público federal titular de cargo efetivo.
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de
contribuição fictício.
§ 11. O tempo de contribuição federal, distrital, estadual ou municipal será
contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art.
201 da Constituição Federal, e o tempo de serviço correspondente será contado
para fins de disponibilidade.
§ 12. Aplica-se o limite fixado no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal
à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades
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sujeitas à contribuição para o Regime Geral de Previdência Social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo
acumulável na forma da Constituição Federal, cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração e de cargo eletivo, observado o disposto no §
12 do art. 27 desta Constituição.
§ 13. Além do disposto neste artigo, serão observados, no Regime Próprio de
Previdência Social do Estado e dos Municípios, no que couber, os requisitos e os
critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.
§ 14. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo
temporário, inclusive aos detentores de mandato eletivo, ou de emprego público, o
Regime Geral de Previdência Social.
§ 15. O Estado e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo
Poder Executivo, Regime de Previdência Complementar para servidores públicos
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em
regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 17 deste artigo.
§ 16. O Regime de Previdência Complementar de que trata o § 15 deste artigo
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida,
observará o disposto no art. 202 da Constituição Federal e será efetivado por
intermédio de entidade fechada ou aberta de previdência complementar, observado
o disposto no art. 33 da Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019.
§ 17. Somente mediante prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 15 e 16
deste artigo poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço
público, até a data da publicação do ato de instituição do correspondente Regime
de Previdência Complementar, mediante prévia e expressa opção.
§ 18. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do
benefício previsto no § 3º deste artigo serão devidamente atualizados, nos mesmos
termos estabelecidos pela União para o servidor público federal titular de cargo
efetivo.
§ 19. Incidirá contribuição ordinária sobre os proventos de aposentadorias
e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social de
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que trata o art. 201 da Constituição Federal, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos na ausência de déficit atuarial.
§ 20. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente
federativo, Estadual ou Municipal, o membro e o servidor titular de cargo efetivo
que tenham completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que optem
por permanecer em atividade poderão fazer jus a um abono de permanência
equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até
completar a idade para aposentadoria compulsória, mantidos os mesmos critérios
estabelecidos para o servidor público federal titular de cargo efetivo.
§ 21. É vedada a existência de mais de um Regime Próprio de Previdência
Social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente
federativo, abrangidos todos os Poderes do Estado, órgãos e entidades autárquicas
e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na Lei Complementar
Estadual.
§ 22. A gestão de que trata o §21 deste artigo não compreende os
procedimentos preparatórios e o ato de concessão de benefício previdenciário, que
caberá à autoridade competente no âmbito de cada Poder, Instituição ou Entidade,
nos termos da Lei Complementar Estadual.
§ 23 Antes da concessão do benefício previdenciário, caberá à autoridade
competente consultar, sob pena de nulidade, o órgão ou a entidade gestora a que
se refere o §21 deste artigo, a quem caberá, nos termos da Lei Complementar
Estadual, emitir parecer opinativo e não vinculante, no prazo legal.
§ 24 O órgão ou a entidade gestora de que trata o §21 deste artigo exercerá
sua competência no caso de constatadas irregularidades nos atos de concessão de
benefícios previdenciários pelos Poderes e Instituições e deverá notificá-los
administrativamente e, se for o caso, adotar as medidas judiciais cabíveis.
§ 25. O rol de benefícios do regime próprio de previdência social fica
limitado às aposentadorias e à pensão por morte.” (NR)
“Art. 31-C. As regras do Regime Próprio de Previdência Social do servidor
público federal titular de cargo efetivo serão parâmetro para as Leis aplicáveis aos
membros e aos servidores públicos titulares de cargo efetivo do Estado e dos
Municípios que mantêm RPPS, incluindo-se as de:
I - idade mínima para aposentadoria;
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II - tempo mínimo de contribuição para aposentadoria e pensão;
III - valor mínimo e limite máximo igual ao estabelecido para o Regime Geral
de Previdência Social para proventos de aposentadoria e de pensão;
IV - fórmula de cálculo para proventos de aposentadoria e de pensão;
V - forma de apuração de remuneração;
VI - reajuste de aposentadoria e de pensão;
VII - requisitos de idade e tempo de contribuição diferenciados para
aposentadoria de:
a) servidores com deficiência;
b) ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou
de policial do órgão de que trata o inciso IV do caput do art. 144 da Constituição
Federal;
c) servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a
agentes nocivos químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação
destes agentes; e
d) titulares do cargo de professor que comprovem exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio;
VIII - redução da idade mínima para os ocupantes do cargo de professor,
desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio;
IX - abono de permanência;
X - acúmulo de benefícios;
XI - regras de transição para aposentadoria, seja por idade, por tempo de
contribuição ou por combinação destes.
§1º Lei Complementar Estadual estabelecerá os requisitos para
aposentadoria prevista no inciso III do §1º do art. 31-B desta Constituição, para
os membros e servidores públicos efetivos dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, da Defensoria Pública e
da Procuradoria-Geral do Estado, e suas respectivas pensões, vedada a adoção de
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requisitos ou condições diferentes dos instituídos pela Emenda à Constituição
Federal nº 103, de 12 de novembro de 2019.
§2º Até a publicação da Lei Complementar de que trata o §1º deste artigo,
aplicam-se às aposentadorias e às pensões as disposições permanentes e
transitórias estabelecidas na Emenda à Constituição Federal nº 103, de 12 de
novembro de 2019.” (NR)
“Art. 108. A aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes
observarão o disposto nos arts. 31-B, 31-C e 181 desta Constituição Estadual e no
art. 40 da Constituição Federal.”
“Art. 142...........................................
..........................................................
VI – aposentadoria e pensão de seus dependentes, aplicando-se, no que
couber, o que dispõe o art. 108 desta Constituição.
.......................................................”
“Art. 142-A. .....................................
..........................................................
VII - editar exoneração, demissão, afastamento e outros que importem
vacância do cargo da carreira e dos serviços auxiliares, bem como os de
disponibilidade de membro da sua carreira e dos servidores dos serviços
auxiliares;
................................................” (NR)
“Art. 146............................
..........................................
III - a aposentadoria e pensão de seus dependentes, aplicando-se, no que
couber, o que dispõe o art. 108 desta Constituição.” (NR)
“Art. 165....................................
.................................................
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X - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40
da Constituição Federal, a utilização de recursos de regime próprio de previdência
social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249 da
Constituição Federal, para a realização de despesas distintas do pagamento dos
benefícios previdenciários do respectivo fundo vinculado àquele regime e das
despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento.
...................................................” (NR)
“Art. 181. O Estado e os Municípios que mantêm RPPS instituirão, por meio
de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social,
cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão
ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou do
benefício recebido.
§ 1º Na ocorrência de déficit atuarial do RPPS, a contribuição ordinária dos
aposentados e pensionistas do Estado e dos Municípios que mantêm RPPS poderá
incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que superem o
salário mínimo, não se aplicando a base de cálculo prevista no § 19 do art. 31-B
desta Constituição.
§ 2º Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º deste artigo
para equacionar o déficit atuarial, é facultada a instituição, por Lei Complementar
Estadual e Municipal, de contribuição extraordinária, no âmbito do Estado e dos
Municípios que mantêm RPPS, a ser cobrada dos servidores e dos membros ativos,
dos aposentados e dos pensionistas.
§ 3º A contribuição extraordinária de que trata o § 2º deste artigo será
instituída simultaneamente com outras medidas para equacionamento do déficit e
vigorará por período determinado contado da data da sua instituição.
“Art. 181-A. A transparência da gestão previdenciária será assegurada
mediante a ampla divulgação dos estudos atuariaisdo Regime Próprio de
Previdência Social.” (NR)
Art. 2º Enquanto não forem promovidas as alterações pertinentes nas legislações
do Estado e dos Municípios que mantêm RPPS, observado o disposto no art. 3º desta Emenda
Constitucional, aplicam-se às aposentadorias dos servidores públicos titulares de cargo efetivo
e às pensões por morte por eles legadas as mesmas regras permanentes e de transição aplicadas
ao servidor público federal titular de cargo efetivo, estabelecidas na Emenda Constitucional nº
103, de 12 de novembro de 2019.
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Art. 3º Os municípios que mantêm RPPS poderão, por meio de lei ordinária de
iniciativa do Executivo local, adotar integralmente as regras e os requisitos estabelecidos nesta
Emenda à Constituição.
Parágrafo único. As disposições desta Emenda à Constituição, relativas aos
Municípios que mantêm RPPS, dependem da adesão prevista no caput deste artigo para sua
aplicação.
Art. 4º O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para
exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde
que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a
remuneração do cargo de origem.
Art. 5º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou
vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do
cargo efetivo.
Art. 6º Considera-se nula a aposentadoria que tenha sido concedida ou que venha
a ser concedida por Regime Próprio de Previdência Social, com contagem recíproca do Regime
Geral de Previdência Social, mediante o cômputo de tempo de serviço, sem o recolhimento da
respectiva contribuição ou da correspondente indenização pelo segurado obrigatório
responsável, à época do exercício da atividade, pelo recolhimento de suas próprias
contribuições previdenciárias.
§1º. O disposto no caput não se aplica às aposentadorias já concedidas e aos
períodos de tempo de serviço averbados ou averbáveis, ambos em conformidades com a
Emenda Constitucional Federal n. 20, de 15 de dezembro de 1998, até a data da promulgação
desta Emenda Constitucional.
§2º O tempo de contribuição realizado por membros e servidores do Estado que
exercem cargos acumuláveis na forma do art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal, poderá
ser contabilizado, separadamente, para cada cargo.
§3º A nulidade referida no caput deste artigo não dispensa a observância das
garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, de que trata o art. 5º, inciso LV,
da Constituição Federal.
Art. 7º O policial civil, o agente penitenciário e o agente socioeducativo do
Estado que tenham ingressado na respectiva carreira até a data de entrada em vigor desta
Emenda poderão aposentar-se, na forma da Lei Complementar Federal nº 51, de 20 de
dezembro de 1985, desde que observado o requisito de idade mínima e as demais condições
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estabelecidas no caput e nos §§1º e 3º do art. 5º da Emenda Constitucional Federal nº 103, de
12 de novembro de 2019.
Art. 8º A concessão de aposentadoria a membro e a servidor público estadual e
municipal vinculado a regime próprio de previdência social e de pensão por morte aos
respectivos dependentes será assegurada, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos
os requisitos para obtenção desses benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, observados os critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos
os requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por morte.
§ 1º Os proventos de aposentadoria devidos a membro e a servidor público a que
se refere o capute as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão calculados e
reajustados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos
nela estabelecidos para a concessão desses benefícios.
§ 2º Os proventos de aposentadoria devidos ao segurado a que se refere o caput
e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão apurados de acordo com a legislação
em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela estabelecidos para a concessão
desses benefícios.
§ 3º Até que entre em vigor a lei do respectivo ente federativo, estadual ou
municipal, de que trata o § 20 do art. 31-B desta Constituição, o servidor de que trata o caput
que tenha cumprido os requisitos para aposentadoria voluntária, com base no disposto na alínea
"a" do inciso III do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, na redação vigente até a data de
entrada em vigor da Emenda Constitucional 103, de 12 de novembro de 2019, no art. 2º, no §
1º do art. 3º ou no art. 6º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art.
3º da Emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho de 2005, que optar por permanecer em
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória.
Art. 9º Revogam-se:
I - o art. 31; o art. 31-A; o art. 32; o art. 33; o § 8º do art. 39; os incisos XXIV e
XXV do art. 63; o art. 182 e seus §§ 1º e 2º; o art. 183, e o art. 184, todos da Constituição
Estadual;
II - o art. 29 e seus §§ 1º e 2º do Ato das Disposições Constitucionais Gerais e
Transitórias da Constituição Estadual.
Art. 10 Esta Emenda Constitucional entra em vigor 90 (noventa) dias de sua
publicação.
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Nome Assinatura
1. Deputado
2. Deputado
3. Deputado
4. Deputado
5. Deputado
6. Deputado
7. Deputado
8. Deputado
9. Deputado
10. Deputado
11. Deputado
12. Deputado
13. Deputado
14. Deputado
15. Deputado