UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
FACULDADE DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE
MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE E SOCIEDADE
COMPORTAMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA E DA APTIDÃO FÍSICA EM
ESCOLARES DE DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS
DOUGLAS HENRIQUE BEZERRA SANTOS
Mossoró – RN
2017
DOUGLAS HENRIQUE BEZERRA SANTOS
COMPORTAMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA E DA APTIDÃO FÍSICA EM
ESCOLARES DE DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Saúde e Sociedade. Orientador: Prof. Dr. Humberto Jefferson de Medeiros
Mossoró-RN
2017
Ficha catalográfica gerada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas e Diretoria de Informatização (DINF) - UERN,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
S237c Santos, Douglas Henrique Bezerra. Comportamento da coordenação motora e da aptidão física emescolares de diferentes estágios maturacionais / Douglas HenriqueBezerra Santos - 2017. 72 p.
Orientador: Humberto Jefferson de Medeiros. Coorientador: . Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado do Rio Grande doNorte, Programa de Pós Graduação em Saúde e Sociedade (PPGSS),2017.
1. Aptidão Física. 2. Estudantes. 3. Habilidades Motoras. 4. MaturaçãoPuberal. 5. Puberdade. I. Medeiros, Humberto Jefferson de , orient. II.Título.
DOUGLAS HENRIQUE BEZERRA SANTOS
COMPORTAMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA E DA APTIDÃO FÍSICA EM
ESCOLARES DE DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade,
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a
obtenção do grau de Mestre em Saúde e Sociedade.
Data da Defesa: 27/03/2017
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________________ Prof. Dr.Humberto Jefferson de Medeiros
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
______________________________________________ Prof. Dr. Adalberto Veronese da Costa
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)
______________________________________________ Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha querida e amada família, por todo o respeito e união sempre.
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AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por todas as oportunidades e
portas que sempre abriu e fez com que chegasse até esse momento tão almejado
por tanto tempo. Sem a força e a sabedoria necessária, creio que não chegaria a tal
lugar com tanta vontade e ânimo.
Não poderia deixar de falar em minha amada Mãe, Maria das Graças Bezerra
Santos e meu amado Pai, Osvaldino Santos. Sem vocês tudo seria tão mais difícil,
tão mais confuso. Creio que vocês me colocaram no caminho certo sempre e quem
diria hoje eu chegar onde estou, por isso só posso agradecer todo o amor e
compreensão que sempre tiveram. Agradeço imensamente o que vêem fazendo
com nossa amada filha Lavínia (não é só minha filha, mas sim de vocês também),
todo o carinho e cuidado estão sendo repassados mais uma vez de forma
verdadeira e intensa, tornando nossa família muito mais unida sempre.
Ao meu orientador, Professor Humberto Jefferson de Medeiros (Beto,
Betão…), sempre presente, sempre amigo uma pessoa com um coração gigante e
com conhecimentos fantásticos, toda a ajuda e todas as reclamações sempre
buscando a excelência e o melhor de nós. Obrigado por ter aceito esse
desconhecido que desceu de mala e cuia pelas bandas de Mossoró. Não poderia
deixar de agradecer também a querida Professora Maria Irany Knackfuss (Gringa),
por toda a receptividade e ajuda em todos os momentos que mais precisamos. Sem
vocês no comando da Base tudo seria mais difícil, por isso agradeço tudo o que
fizeram nessa trajetória.
A minha Família que sempre esteve comigo nos momentos de alegria e de
tristeza, a todos os familiares que juntos conseguiram me ajudar, seja
financeiramente, moralmente ou mandando energias positivas, cada um de vocês
ajudou de forma ímpar durante essa longa e árdua caminhada, em especial a
minhas tias Telma e Iraci que sempre me tratam como um filho em suas casas, aos
meus primos e primas que sempre estiveram por perto, aos meus tios queridos que
sempre me ajudaram com conselhos e conversas positivas e ao meu grande avô
Edvaldo e suas histórias e sonhos que sempre me motivaram.
Deixo aqui um abraço e os agradecimentos para o meu grande amigo e irmão
que embarcou comigo nessa louca viagem, Bráulio Lima (Zé), já lá se vão 8 anos de
amizade, dentro e fora do mundo acadêmico. Muito Obrigado sempre, por todo
3
companheirismo nas horas difíceis, assim como nos momentos de lazer (sempre
lembrarei do nosso catado de moedas, dos nossos planos, nossas compras e nossa
vontade de crescer... hahahaha).
Aos membros da Base, que fiz parte enquanto morei em Mossoró e que
sempre estiveram comigo na rotina diária de trabalho e busca pelos objetivos,
especialmente ao pessoas da turma anterior que nos receber tão bem, assim como
o pessoal que fez parte da minha turma. Sabemos todas as dificuldades que
passamos e as alegrias também, foi muito bom ter conhecido cada um de vocês.
Deixo aqui um agradecimento especial a Víctor que foi um cara fez toda a diferença
em nossa estadia no Rio Grande do Norte, foi um verdadeiro irmão que conheci, um
cara fantástico e de bom coração, muito obrigado por tudo.
A minha patroa forte (Débora... hahah), e a todo o pessoal que compõem a
Academia Bem Estar, foi de lá que tirava minha renda para sobreviver, mas também
era o meu apoio durante todo o período que passei aí, cada uma das histórias de
vida de vocês sempre ficará marcada em minha história e só posso agradecer por
ter conhecido todos vocês.
Aos amigos do LACAPS (Carlinhos, Karlla, Ingrid, Rafaela, Jonatan, Braulio,
Kel, Leyciane) e ao professor Arnaldo Tenório da Cunha Júnior, que sempre
estiveram comigo nessa caminhada, auxiliando e ajudando em minhas coletas e na
minha dissertação. Agradeço todo o companheirismo sempre e ao professor Arnaldo
um agradecimento especial por toda a disponibilidade e ajuda nos momento em que
precisei de qualquer coisa. Fico feliz em fazer parte desse grupo desde o início
enquanto muitos planos eram traçados. Ao professor Leonardo Luz, um
agradecimento grandioso por todo o auxílio na reta final da produção do meu
trabalho, sem seus conselhos não teria chegado até aqui.
As pessoas que sempre estiveram perto a mim e conseguiram me ajudar
independente do dia ou da hora, seja com um conselho, uma bronca ou mesmo uma
conversa tola:Vinícius,Philipe, Fillipe, Paulo, Raphael, Flávio, Jonatan, Alan, Ítalo....
Agradeço imensamente todo o apoio.
Aos meus amigos do “Resenhas Rugby” e do Arapiraca Rugby Clube,
agradeço por sempre estarem por perto, pois em pequenas ações percebemos
grandes diferenças e toda a ajuda sempre esteve disponível com vocês.
Aos alunos e amigos que fizeram parte da coleta de dados do meu projeto de
pesquisa, um agradecimento mais que especial, cada um de vocês que esteve
4
comigo nas escolas foi de fundamental importância para a conclusão desse trabalho,
então agradeço imensamente por todo o apoio e espero em breve ajudar a todos
com os resultados da minha pesquisa.
Agradeço a prefeitura de Arapiraca e também a cada um dos diretores,
professores e membros da escola que permitiram que a pesquisa estivesse
ocorrendo de forma segura e precisa. Sem o apoio de vocês, tudo seria mais difícil.
Por fim, deixo aqui um agradecimento todo especial a todos os escolares que
fizeram parte da minha pesquisa. Sem a colaboração de cada um de vocês eu não
estaria aqui nesse momento concluindo essas palavras, então espero contribuir com
a realidade escolar e com a rotina de cada um de vocês.
5
“Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância sabedoria e sobretudo humildade”.
JIGORO KANO (1860 – 1938), Fundador do Judô
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RESUMO
A coordenação motora e a aptidão física do jovem, que se caracteriza pelos
movimentos básicos de andar, correr e saltar, depende do seu crescimento,
desenvolvimento e maturação. O objetivo do estudo foi analisar a coordenação
motora e aptidão física de 282 escolares, do sexo masculino, na faixa etária de 10 a
15 anos, classificados em diferentes estágios maturacionais, matriculados nas
escolas de Arapiraca-AL. Foram avaliados, Coordenação (teste KTK); Massa
Corporal Total (Balança Techline BAL-150PA®),estatura(estadiômetro Personal
Caprice Sanny®); dobras Tríceps e Subescapular (adipômetro da marca Lange);
Resistência de Força Abdominal Teste Abdominal em 1 Min); flexibilidade (Teste
Sentar e Alcançar) e a Força Máxima ( Preensão - Dinamometria Manual).). Os
resultados apontam para uma melhoria em todos os avaliados durante a puberdade.
Com relação às dobras cutâneas, foi encontrado para a variável subescapular uma
diferença significativa (p<0,05) entre os grupos pré-pubere, púbere, e pós-púbere.
Para as tarefas do KTK, foi encontrada para o somatório das provas relacionadas ao
Quociente Motor, uma crescente nas médias (Pré-Pub. 179±34,00 / Púb. 187±34,00 /
Pós-Pub. 205±34,00) apresentando uma constante nos valores relativos ao desvio
padrão em todos os estágios. Para os testes de aptidão física, foi encontrada uma
melhora significativa no teste de preensão manual, onde se obteve aumento nas
medianas entre os três estágios 23,50 (12,50-40,50), 30,00, (16,00-49,50) e 39,75
(24,00 – 51,00). Entre os escolares púberes, encontrou-se para QMT e o teste
abdominal correlação positiva moderada no estágio da puberdade P2= 0,419 (p
=0,002); correlação positiva fraca no estágio P3= 0,282 (p=0,020) e correlação
positiva moderada para o estágio P4 = 0,406 (p= 0,001). Quando analisado a
correlação entre QMT – Coordenação e variável flexibilidade, encontrou-se
correlação positiva fraca para P3 = 0,345 (p= 0,005) Correlação positiva fraca e P4 =
0,383 (p=0,001). Na correlação para o QMT – Coordenação e a variável Força
encontrou-se correlação positiva fraca para P3=0,313 (p=0,011). Conclui-se assim
que a maturação interfere na coordenação motora e na aptidão física dos escolares.
PALAVRAS CHAVE: Aptidão Física, Estudantes, Habilidades Motoras, Maturação
Puberal, Puberdade.
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ABSTRACT
The motor coordination and physical fitness of the young person, characterized by the basic movements of walking, running and jumping, depends on their growth, development and maturation. The objective of the study was to analyze the motor coordination and physical fitness of 282 male schoolchildren aged 10 to 15 years, classified in different maturational stages, enrolled in schoolsArapiraca-AL. Coordination (KTK test); Total Body Mass (BAL-150PA® Techline Scale), stature (Personal Caprice Sanny® stadiometer); Triceps and subscapular folds (Lange brand adipometer); Strength of Abdominal Strength Abdominal Test in 1 Min); Flexibility (Sit and Reach Test) and Maximum Strength (Hold - Manual Dynamometry). The results point to an improvement in all evaluated during puberty. Regarding skinfolds, a significant difference (p <0.05) was found for the subscapular variable between the pre-pubere, pubere, and post-pubere groups. For the KTK tasks, the sum of the Motor Quotient-related tests was found to be increasing, in the averages (Pre-Pub 179 ± 34.00 / Pub 187 ± 34.00 / Post-Pub 205 ± 34.00). With a constant in the values relative to the standard deviation at all stages. For the physical fitness tests, a significant improvement was found in the manual grip test, where there was an increase in the medians between the three stages 23,50 (12,50-40,50), 30,00 (16,00- 49.50) and 39.75 (24.00 - 51.00). Among pubertal school children, moderate positive correlation at the puberty stage was found for QMT and the abdominal test P2 = 0.419 (p = 0.002); (P = 0.020) and moderate positive correlation for stage P4 = 0.406 (p = 0.001). When the correlation between QMT - Coordination and variable flexibility was analyzed, a weak positive correlation was found for P3 = 0.345 (p = 0.005). Positive weak correlation and P4 = 0.383 (p = 0.001). The correlation for the QMT - Coordination and the Strength variable showed a weak positive correlation for P3 = 0.313 (p = 0.011). It is concluded that maturation interferes with the motor coordination and the physical fitness of the students. KEY WORDS: Physical Fitness, Students, Motor Skills, Pubertal Maturation, Pubere. .
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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. Fórmula para o cálculo amostral 29
FIGURA 2. Traves para marcha em equilíbrio elevado à retaguarda 32
FIGURA 3. Barreira formada com placas para saltos monopedais 33
FIGURA 4. Posição da régua nos Saltos Laterais. 34
FIGURA 5. Placas para Transposição Lateral 35
FIGURA 6. Balança para mensuração da Massa Corporal 36
FIGURA 7. Mensuração da Estatura 36
FIGURA 8. Mensuração da dobra cutânea tricipital 37
FIGURA 9. Mensuração da dobra cutânea subescapular 37
FIGURA 10. Execução dos Abdominais em 60s. 37
FIGURA 11. Teste de Flexibilidade (Sentar e Alcançar). 38
FIGURA 12. Aplicação do Teste e foto do dinamômetro 38
9
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. Valores descritivos e análise comparativa das variáveis antropométricas da equação de predição, segundo os estágios puberais.
40
TABELA 2. Valores descritivos e análise comparativa das variáveis de dobas cutâneasem diferentes estágios maturacionais.
42
TABELA 3. Resultados das tarefas motoras do teste KTK em diferentes estágios da maturação puberal.
44
TABELA 4. Resultados dos testes de aptidão física em diferentes estágios da maturação puberal.
47
TABELA 5. Correlação do escore geral do QM coordenação motora e os testes de aptidão física em diferentes estágios puberais.
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TABELA 6. Correlação do escore geral do QM coordenação motora e os testes de aptidão física durante a puberdade.
53
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LISTA DE ABREVIATURAS
ACOORDEM: Avaliação da Coordenação Motora e o Destreza Motora
DSUB: Dobra Subescapular
DTR: Dobra Tricipital
EDM: Escala de Desenvolvimento Motor
EP I: Estágio Puberal I
EP II: Estágio Puberal II
EP III: Estágio Puberal III
EP IV: Estágio Puberal IV
EP V: Estágio Puberal V
EQR: Marcha em equilíbrio elevado à retaguarda
GMFM 88: Gross Motor Function Measure
IMC: Índice de Massa Corporal
KTK: Körperkoordinationstest Für Kinder
M-ABC: Movement Assessment Battery for Children
OMS: Organização Mundial de Saúde
PC: Paralisia Cerebral
PDMS-2: Peabody Developmental Motor Scales
QMF: Quociente Motor Fino
QMG: Quociente Motor Grosso
QMT: Quociente Motor Total
SAM: Saltos Monopedais
STL: Saltos Laterais
TGMD: Teste of Gross Motor Development
TPMBO: Teste de Proficiência Motora de Bruininks-Oseretsky
TRL: Transposição Lateral
VMI: Teste do Desenvolvimento da Integração Visou-Motora
ZNA: Zurich Neuromotor Assessment
2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
1.1REFERENCIAL TEÓRICO 16
1.1.1Avaliação motora em escolares 16
1.1.2Aptidão Física 23
1.2 OBJETIVOS 28
1.2.1Objetivo Geral 28
1.2.2Objetivos Específicos 28
2 MATERIAL E MÉTODOS 29
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 29
2.2POPULAÇÃO E AMOSTRA 29
2.2.1 População 29
2.2.2 Amostra 30
2.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 31
2.3.1 Coordenação Motora 31
2.3.2 Testes de Aptidão Física Referenciada à Saúde 35
2.4 TRATAMENTO DOS DADOS 39
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 40
4 CONCLUSÕES 56
REFERÊNCIAS 57
APÊNDICE 67
ANEXOS 69
13
1.INTRODUÇÃO
Os avanços científicos e tecnológicos em nossa contemporaneidade
proporcionaram melhoras significativas e indiscutíveis na qualidade de vida das
sociedades (Bergmann et al., 2005). Por outro lado, ocasionaram uma redução
significativa no envolvimento dos cidadãos com a atividade física, repercutindo nos
níveis de saúde.
Para Bouchard et al. (1995), associados à diminuição de atividade física
habitual e à consequente redução de gasto calórico, estão o aumento do tecido
gorduroso e o aumento no risco de desenvolvimento de problemas cardiovasculares.
É importante ressaltar que, para Ronque, et al.(2007),a prática regular de
atividades físicas sistematizadas parece contribuir para a melhoria de diversos
componentes da aptidão física relacionada à saúde, como força, resistência
muscular, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade e composição corporal. Essas
modificações podem favorecer, sobretudo, o controle da adiposidade corporal, bem
como a manutenção ou melhoria da capacidade funcional e neuromotora, facilitando
o desempenho em diversas tarefas do cotidiano e, consequentemente,
proporcionando melhores condições de saúde e qualidade de vida mais adequada
aos praticantes.Para Benetti et al.(2005), o esporte para a criança pode trazer
benefícios físicos, sociais, psicológicos e motores. Porém, devem ser respeitados os
limites de treinamento compatíveis ao desenvolvimento da criança, pois o
treinamento físico moderado é indicado para estimular o crescimento físico
saudável.
Guedes (1999) nos mostra que setem investido muito pouco em sua formação
escolar quanto à adoção de hábitos de vida que possam inibir no futuro o
aparecimento dessas doenças. O fato dos sintomas provenientes das doenças
degenerativas ainda não terem se manifestado nessa fase não significa que os
jovens estão imunes aos fatores de risco que na sequência possam induzir a um
estado de morbidez.
Florindo et al.(2006) diz que a avaliação da atividade física é atualmente uma
das áreas mais importantes para a epidemiologia quando o enfoque é a prevenção
das doenças crônicas não transmissíveis. No entanto, ainda são escassos os
14
instrumentos para a avaliação da atividade física aplicados à epidemiologia no
Brasil.
Robinson et al. (2015) nos mostra que o desenvolvimento físico e psicológico
de um indivíduo é um processo complexo e multifacetado que evolui sinergicamente
ao longo do tempo. Entender os fatores mais salientes que influenciam a saúde eo
bem-estar e como as relações entre esses fatores mudam ao longo do tempo é uma
necessidade crítica para futuras pesquisas nesta área.
A coordenação motora e a aptidão física, segundo Lopes et al.(2009),são
consideradas como indicadores da atividade física, colocando-se a hipótese de que
a coordenação motora é uma parte importante dos níveis de atividade física nas
crianças em idade escolar. Outro ponto importante que deve ser levado em
consideração é o uso do perfil antropométrico, como nos mostram Montarroyos et al.
(2013) que com o crescimento progressivo do sobrepeso e da obesidade infantil a
antropometria tornou-se uma importante ferramenta na análise das condições de
saúde, prevenindo possíveis fatores de risco como problemas cardiovasculares na
fase adulta.
Michels(2000) mostra que a identificação do perfil antropométrico é possível
através da técnica conhecida como antropometria, esta que estuda as proporções e
medidas do corpo humano e,assim como nos mostram Monteiro e Fernandes
Filho(2002),dentre estes, peso e altura, diâmetros e comprimentos ósseos,
espessuras de dobras cutâneas, circunferência e alguns índices que avaliam o risco
de desenvolver doenças. A avaliação antropométrica, por meio da aferição do peso
e altura, segundo Bastos (2013) e Carvalho et al. (2014), é um valioso e importante
instrumento para o diagnóstico nutricional, capaz de apresentar informações sobre a
prevalência e a gravidade de mudanças nutricionais na criança, além disso o uso da
avaliação antropométrica como mostram Conde e Monteiro, 2006.
Relacionado com a avaliação antropométrica, Lopes e Pires (1999),nos
apresentam que o estudo da composição corporal, principalmente a avaliação da
quantidade de gordura corporal e da massa corporal magra, é muito importante
durante a infância e adolescência, pois pode especificar essas proporções.
Conseguir planejar as avaliações e executar todos os procedimentos
necessários para uma avaliação da população escolar, se mostra como algo
15
complexo, então a aderência das escolas (seja de tempo integral ou normal) e a
colaboração dos secretariados administrativos são importantes para as pesquisas.
As escolas de Arapiraca apresentam educação em tempo integral e regular,
no qual as escolas oferecem além de uma educação de qualidade no turno regular,
atividades socioeducativas no turno inverso, tais como: teatro, música, recreação,
esportes. Além de profissionais capacitados e materiais didáticos, cada estudante
recebe cinco refeições diárias, garantindo melhores condições para seu
aprendizado. Diante disso, a educação integral e a educação regular podem
contribuir para o processo de qualificação do ser humano e na melhoria da
qualidade de vida das crianças, não as deixando expostas a situações de risco.
Sendo as escolas de tempo regular utilizadas na presente pesquisa como ponto de
apoio e de coleta de dados.
O estudo procura auxiliar o desenvolvimento de métodos que possam auxiliar
os profissionais da área de saúde em uma melhor compreensão, de medidas que
sejam responsáveis por mudanças substanciais e qualitativas na promoção da
saúde e na qualidade de vida dos indivíduos. Segundo a Agência Nacional de Saúde
(2011), para modificar os padrões de alimentação e de atividade física da população,
são necessárias estratégias eficazes acompanhadas de um processo contínuo de
monitoramento e avaliação das ações planejadas.
Conhecer a realidade dos escolares e analisar os diferentes contextos onde
as crianças brasileiras estão inseridas dentro da rede pública de ensino é uma
preocupação que deve ser levada como parâmetro para avaliação e diagnóstico da
situação física, social e mental dos diversos alunos que podem compor nossas
escolas. A busca por estudos que relacionem coordenação motora, aptidão física e
estado maturacional ainda necessitam de uma maior atenção como aponta Luz et al
(2015).
Pode-se levar em consideração, para a realização da presente pesquisa, três
justificativas:
Profissional, pois é necessário, enquanto profissional na área da atividade
física, desporto e lazer, fomentar práticas que auxiliem na melhoria e
desenvolvimento das crianças em diferentes realidades e em diferentes momentos
de suas vidas.
Acadêmica, devido à necessidade de novos estudos dentro da área da
coordenação corporal, atividade física e maturação corporal, pois devido a lacunas
16
existentes em outras pesquisas, é necessário preencher e desenvolver atividades
que possam esclarecer mais as questões relativas a essas temáticas do
conhecimento em diferentes planos temporais e em diferentes décadas, deixando
assim um registro de como estão se desenvolvendo os indivíduos hoje em nossa
realidade.
Pessoal, sendo uma área em que venho me identificando e estudando para
tentar conhecer e mudar a realidade local de diversas crianças que não têm
condições de conseguirem, sem auxílio, melhoria em sua realidade, buscando assim
trazer mecanismos e instrumentos necessários para que os escolares no presente
estudo possam ser beneficiados com mudanças a seu favor.
Assim sendo, diante dos achados que aqui foram expostos, fazemos o
seguinte questionamento: existe relação nos níveis de coordenação motora e
aptidão física em escolares de diferentes estágios de maturação puberal?
1.1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1.1Avaliação motora em escolares
Níveis insuficientes de atividade física para Pelegrini et al.( 2009) têm sido
frequentemente associados à manifestação de doenças e, embora isto ocorra na
idade adulta, é cada vez mais evidente que o desenvolvimento destas se inicia
durante a infância, pelo baixo índice de atividade física neste período, fato que pode
ter ligação com o perfil antropométrico e a coordenação motora da criança, pois esta
associação reflete em aspectos relacionados à saúde da criança, como nos mostram
Chaves et al.(2013) em relação aos índices excessivamente altos ou baixos de
gordura corporal e Beck et al.(2007) em aspectos que irão contrastar no
comportamento da mesma.
Alguns estudos (Bastista Filho e Rissin, 2003) (Boa-Sorte et al., 2007) têm
demonstrado que, nos últimos 20 anos, o país vem passando por um processo de
transição nutricional, pois, apesar das diferenças regionais do Brasil, ao mesmo
tempo em que se destacam o declínio dos índices de desnutrição em crianças, há
17
aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade. Conforme Marramarco et al.
(2012), um inadequado estado nutricional pode influenciar na qualidade do
desempenho de tarefas do cotidiano da criança e que, segundo algumas pesquisas,
crianças com sobrepeso e obesidade apresentam baixo desempenho na execução
de habilidades motoras amplas e básicas à criança, estas que, de acordo com
Machado et al. (2002), dependem de um conjunto variado de aptidões que pode ser
denominado por coordenação motora.
A coordenação motora deve ser analisada conforme seu contexto de ações
motoras e não dos movimentos, uma vez que o movimento pode ser considerado
uma condição necessária e fundamental, mas não suficiente para a ação, assim
sendo, este faz sentido no âmbito da ação motora (Lopes et al.,2011). Conforme Luz
(2012), a coordenação motora tem sido alvo de diversos estudos, principalmente nas
últimas décadas, não apenas pela importância do domínio psicomotor para a
autonomia do ser humano, mas também pela associação que os níveis de
coordenação motora apresentam com a saúde da criança.
Além disso, ainda a respeito da coordenação motora da criança, vale ressaltar
que Lopes et al. (2011) demonstram que o ambiente e as condições de vida atuais
tornam difícil para muitas crianças e escolares adquirirem experiências motoras; a
falta de movimento pode não só levar a um restringir do corpo e do desenvolvimento
motor, como pode influenciar aspectos da personalidade como a percepção, a
cognição, o discurso, as emoções e o comportamento social. Henigren e Person et
al. (2009, apud Chaves et al.,2012) defendem que crianças que demonstram
precisão e equilíbrio em seus movimentos têm maior probabilidade de sucesso na
execução de tarefas do dia-a-dia, quer sejam pedagógicas e/ou desportivas.
A coordenação motora é um dos aspectos do comportamento motor, podendo
ser analisada segundo três pontos de vistas. O primeiro é o biomecânico, dizendo
respeito à ordenação dos impulsos de força numa ação motora e a ordenação de
acontecimentos em relação a dois ou mais eixos perpendiculares; o segundo é o
fisiológico, que relaciona as leis que regulam os processos de contração muscular;
finalmente, o terceiro é o pedagógico, referente à ligação ordenada das fases de um
movimento ou ações parciais e a aprendizagem de novas habilidades segundo
Meinel e Schnabel(1998 apud Lopes et. al., 2003).
Para Cools et al. (2009) a importância do movimento é muitas vezes
negligenciada porque é uma parte tão natural da vida humana. No entanto, é crucial
18
desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança. Além do mais, experiências de
aprendizagem e desenvolvimento de habilidades de movimento são colocados na
Infância e são essenciais para incentivar um estilo de vida fisicamente ativo.O
desempenho das habilidades de movimento fundamentai e da coordenação motora
podem ser examinados com vários instrumentos de avaliação. A escolha de um
teste depende do contexto em que a avaliação está planeada.
O estudo pedagógico e epidemiológico da capacidade de coordenação
motora permite, num primeiro momento, aferir o grau de desenvolvimento
coordenativo das crianças e jovens e, numa segunda fase, sugerir medidas de
intervenção para corrigir as insuficiências detectadas (Collet et al. 2009). A
dificuldade de identificação precisa dos componentes da coordenação motora
sugere que a coordenação seja específica das tarefas ou ações motoras. Cada
tarefa ou ação motora requer uma combinação particular de componentes (Maia e
Lopes, 2002).
Matos e Neira (1999) demonstram as fases do desenvolvimento proposta por
Vayner para o desenvolvimento motor, nessa propostaé visto que dos 3 aos 10 anos
existe uma associação entre as sensações motoras aos outros sentidos, afirmação
da lateralidade e independência dos segmentos, já dos 11 anos em diante o
movimento corporal se torna mais preciso e rítmico, fazendo com que as decisões
sejam tomadas consciente das próprias possibilidades e das possibilidades alheias.
Gallahue e Ozmun (2013) demonstram que o processo de desenvolvimento
motor pode ser considerado sob o aspecto de fases e sob o aspecto de estágios. Os
autores demonstram em sua obra uma divisão que vai de um processo mais
simplificado, onde teremos quatro fases agrupadas em uma ordem crescente
através da idade cronológica, sendo as fases descritas a seguir.
Fase Motora Reflexiva: essa fase acontece desde os 4 meses até 1 ano e se
encontram como parte dos seus estágios de desenvolvimento, o estágio de
codificação de informações e decodificação de informações. No estágio de
codificação de informações, os centros cerebrais inferiores são mais desenvolvidos
que outras regiões superiores. Já no Estágio de decodificação de informações,
ocorre a inibição dos centros cerebrais inferiorese maior controle dos movimentos
(Gallahue e Ozmun, 2013).
Fase motora rudimentar: essa fase acontece entre 1 e 2 anos, apresentando
o estágio de pré-controle, onde o bebê começa a obter maior controle e precisão nos
19
movimentos, tornando a integração dos processos senoriais mais altamente
desenvolvidos (habilidades motoras rudimentares). Nessa fase, também surge o
estágio de inibições dos reflexos, demonstrando assim que o bebê começa a
controlar seus movimentos (Gallahue e Ozmun, 2013).
Fase motora fundamental: nessa fase, a coordenação motora progride de
forma veloz, assim como o desenvolvimento intelectual. Nessa fase já são
dominadas as habilidades motoras rudimentares desenvolvidas na infância. Essas
habilidades formam a base que é utilizada por todas as crianças para refinar
padrões motores ou desenvolvê-los. Essa fase é dividida em 3 estágios diferentes.
Estágio inicial (crianças com 2 a 3 anos), formado através das primeiras tentativas
de desempenhar uma habilidade, os movimentos apresentam uma sequência
imprópria marcada pelo uso limitado ou exagerado do corpo e uma coordenação
deficiente. No estágio elementar (crianças com 4 a 5 anos), existe um maior controle
da coordenação rítmica dos movimentos, ainda apresentam padrões de movimento
restritos ou exagerados, mas acontece um aprimoramento dos elementos temporais
e espaciais. O estágio maduro (crianças com 6 a 7 anos) tem como principais
características o desempenho mecanicamente eficiente, controlado e coordenado. A
criança pode atingir o estágio maduro entre 6 a 7 anos (Gallahue e Ozmun, 2013).
Fase motora especializada: nessa fase, os movimentos fundamentais
resultam nas habilidades motoras especializadas. O movimento torna-se uma
ferramenta aplicada às atividades motoras complexas presente na maior parte das
atividades recreativas ou esportivas. Combinações e elaborações refinadas dos
movimentos manipulativos, estabilizadores e locomotores. Essa fase possui três
estágios fundamentais. Estágio transitório, que vai dos 7 aos 10 anos, nesse estágio
as habilidades transitórias são padrões de movimentos fundamentais em formas
mais específicas e mais complexas, existindo uma combinação e aplicação das
habilidades fundamentais e especializadas. Estágio de aplicação, acontece entre os
11 aos 13 anos e tornam o indivíduo capaz de tomar numerosas decisões a favor ou
contra sua participação em certas atividades. Mudança na sofisticação cognitiva
crescente e certa base ampliada de experiências de fatores (ambientais, individuais
e da tarefa). E o último estágio, o de utilização permanente que se inicia aos 14 anos
e continua por toda a vida adulta, representando o ápice do processo de
desenvolvimento motor de todos os estágios antecessores. É caracterizado pelo
20
indivíduo por toda a vida nas atividades desportivas ou mesmo cotidianas.(Gallahue
e Ozmun, 2013).
É possível perceber que existem muitas classificações e divisões para as
fases do desenvolvimento motor, sendo assim necessário que os pesquisadores e
cientistas que trabalhem com essas áreas possam ter ferramentas importantes para
a avaliação e identificação das diferentes fases e estágios motores.
Basso et al. (2012) e Santos (2013) apontam alguns métodos para identificar
e avaliar o desempenho motor de crianças em idades pré-escolar e escolar,
incluindo o seu desempenho coordenativo. Estes que são: o Movement Assessment
Battery for Children (M-ABC), o Teste de Proficiência Motora, Bruininks-Oseretsky,
Escala de Desenvolvimento Motor (EDM), Avaliação da Coordenação Motora e o
Destreza Motora (ACOORDEM).
Para Gallahue (2013), para escolher um instrumento ou teste é necessário
que o mesmo permita alcançar os objetivos com segurança e coerência, estando em
concordância com os critérios de autenticidade científica. Entre estes critérios estão
a fidedignidade, validade e objetivo para determinar a confiabilidade de
administração do teste.
Reconhecendo as principais baterias de testes, utilizadas para a avaliação da
coordenação motora, é possível identificar qual a melhor forma de buscar
reconhecer o aluno e suas capacidades motoras.
O M-ABC (Bateria de avaliação do movimento para crianças ou teste do ABC
do Movimento) é um teste válido para crianças com ou sem paralisia cerebral, foi
criado por Henderson e Sugden (1992). Segundo Henderson e Sugden (1992),é um
teste composto por uma bateria de testes motores envolvendo habilidades manuais,
de equilíbrio e com bola e, também, de uma check-list, que possibilita a identificação
de crianças de quatro a doze anos de idade com dificuldades de movimento. A
validação do teste foi realizada com uma população de 1234 crianças americanas.
Souza et al. (2007) diz que estudos mais recentes têm fornecido suporte para o teste
no sentido de o mesmo possibilitar o diagnóstico de crianças com dificuldades de
movimento. Segundo os autores do teste, o M-ABC tem 32 itens organizados em 4
níveis etários diferentes, tendo cada nível 8 categorias de desempenho (três de
destreza manual, duas de habilidades com a bola e três de equilíbrio). As provas
buscam avaliar a coordenação motora grossa, coordenação motora fina e a
coordenação motora para a escrita.
21
O Teste de Proficiência Motora de Bruininks-Oseretsky (TPMBO) começou a
ser criado em 1972, foi baseado no teste de Proficiência Motora de Oseretsky. Teve
sua consolidação em 1978. Nesse teste, busca-se avaliar a habilidade motora fina e
grossa, apresentando pontuações padronizadas e a cada sub teste realizado,
individualmente é possível atribuir pontuações e percentis no teste. De Oliveira
(2015) diz que o TPMBO foi desenvolvido com o objetivo de informar as aquisições
motoras de crianças e jovens, onde se busca avaliar funções, distúrbios motores e
atrasos de desenvolvimento. Por ser versátil ao abranger as motricidades global,
composta e fina. E desenvolver, avaliar programas de treino e reeducação motora
por meio dos seguintes subtestes: corrida de velocidade e agilidade, equilíbrio,
coordenação bilateral, força, coordenação dos membros superiores, velocidade de
reação, viso-motricidade e dextralidade. A faixa etária recomendada para aplicação
desse teste é de quatro aos quinze anos de idade.
O Developmen-tal Test of Visual-Motor Integration (Teste do Desenvolvimento
da Integração Visou-Motora) ou também conhecido como Beery VMI é um teste que,
segundo seu criador Beery em 1960 , está baseado na ideia que a inteligência e o
conhecimento têm base sensório-motora e buscou-se identificar crianças com
dificuldades de aprendizagem. Beery (2010). Para o autor do teste, a criança pode
ter habilidades visuais e motoras, mas ser incapaz de coordená-las, assim o teste
pretende avaliar a maturação da integração visual-motora. Para Pinelli Júnior (1992),
o teste vai além e busca também distinguir um conjunto de desordens características
de crianças com dificuldades de aprendizagem mediante reprodução de figuras
geométricas. Para a execução do teste, é pedido que os avaliados façam cópia de
24 figuras geométricas com graus crescentes de dificuldades. Nos Estados Unidos,
o teste possui normas específicas para idades entre três e quinze anos. (De Castro
Magalhães, 2007) e (Pereira et al., 2011).
Desenvolvido por Russell (1989) e contendo inicialmente 85 itens, o Gross
Motor Function Measure - GMFM 88 (em português Mensuração da Função Motora
Grossa, nova versão com 88 itens totalmente revista) é um sistema de avaliação
quantitativa, construído com a proposta de avaliar alterações na função motora
ampla em crianças com Paralisia Cerebral (PC) descrevendo seu nível de função
sem considerar a qualidade da performance e auxiliando no plano de tratamento
visando melhora da função e qualidade de vida. A GMFM é pontuada pela
observação do desempenho de uma criança sobre cada item. Moura et al. (2005) e
22
Pina et al. (2006) comentam que a pontuação assinalada para cada item é baseada
no nível mais alto de função alcançado em três tentativas. Para cada dimensão,
somam-se os pontos alcançados sendo calculada uma porcentagem. O resultado
final é obtido através da somatória das porcentagens das dimensões divididas pelo
número total de dimensões. O teste possui um software específico para ajudar na
interpretação dos dados, sendo um teste validado.
O Zurich Neuromotor Assessment (AZN, no português, Avaliação Neuromotor
de Zurique), criada por Largo et al. (2003), foi uma bateria de testes criada para
avaliação dos aspectos do desenvolvimento neuromotor, identificando assim jovens
com distúrbios neurológicos e descoordenados. Os testes foram criados para uma
população de cinco a dezoito anos de idade, sendo os testes divididos em:
movimentos repetitivos (mão, pé e dedos), movimentos alternados (pé e mão),
movimento sequencial (dedos), desempenho adaptável (salto lateral e equilíbrio
dinâmico), equilíbrio (equilíbrio estático), postura (andar nos dedos dos pés).
Dois testes criados por brasileiros podem ser citados por aqui. São eles,
Avaliação da Coordenação e Destreza Motora (ACOORDEM), proposto por
Magalhães et al. (2004), um teste específico para detecção de problemas de
coordenação motora em crianças de 4 a 8 anos de idade. E a Escala de
Desenvolvimento Motor (EDM), proposta por Rosa Neto (2002). Caetano et al.
(2005) explica que é composta por uma bateria de testes para avaliar o
desenvolvimento motor de crianças dos 2 aos 11 anos de idade. Sendo dividida em
6 componentes: motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal,
organização espacial e organização temporal.
O Teste de Coordenação Corporal para Crianças (Körperkoordinationstest Für
Kinder - KTK) simples e ao seu baixo custo elaborado por Kiphard e Schilling em
1974 (Lopes e Maia, 1997) para avaliar o nível de coordenação motora da criança
consiste na elaboração de uma bateria de avaliação da capacidade de coordenação
corporal, que envolve componentes da coordenação corporal, tais como o equilíbrio,
o ritmo, a força, a lateralidade, a velocidade e agilidade (Ribeiro et al.,2012), e que
classifica o nível de desenvolvimento coordenativo da criança. O teste é realizado
por crianças com idades entre cinco e quatorze anos. Busca-se com o teste avaliar a
coordenação motora grossa e detectar jovens com insuficiência coordenativa.
A escolha da bateria de testes KTK se mostra como uma forma viável de
realização do estudo, buscando procedimentos não invasivos e de baixo custo que
23
auxiliem na busca por resultados concretos e que possam ser esclarecedoras com
relação a coordenação motora dos avaliados. Algumas vantagens em relação ao
KTK podem ser facilmente notadas como indicam, Cools et al. (2009) comentando a
respeito da sua triagem rápida de habilidade, assim como Simions et al. (2004) que
comenta a respeito de sua confiabilidade, valorização, precisão e padronização.
Existem muitas baterias de testes conhecidas e desenvolvidas em todo o
mundo, mas é importante salientar que boa parte dessas baterias avaliam indivíduos
em períodos mais recentes da vida, normalmente entre os estágios pré-púbere e
púbere, pois é nessa fase em que existe uma maior aquisição das habilidades que
vão acompanhar a criança por toda a vida.
É notável que o monitoramento do estado nutricional e da coordenação
motora tem sido ressaltado como importantes indicadores de saúde individual e
coletiva, auxiliando no diagnóstico e controle de morbidades, resultando em
informações relevantes para a melhoria da saúde e em intervenção precoce para o
não surgimento de doenças crônicas não transmissíveis.
1.1.2. Aptidão física
Com os avanços tecnológicos ocorridos na sociedade capitalista após a
revolução industrial, diversas foram as mudanças ocorridas no comportamento dos
indivíduos que a ela pertencem. Tais mudanças ao longo do tempo refletem em
consequências alarmantes nos dias atuais. Comportamentos que antes eram
frequentes, hoje em dia foram completamente esquecidos ou fazem parte do hábito
de uma pequena parcela da população. Como consequência de tais mudanças,
novos hábitos e comportamentos foram criados, não apenas no que se diz respeito a
atividades e exercícios físicos, mas são perceptíveis também as mudanças nos
hábitos alimentares da população mundial. (Pelegrini e Petroski, 2009) e
(Gualano;Tinucci, 2011)
É nesse contexto de transformações globais na sociedade contemporânea
que a obesidade passa a se tornar uma epidemia mundial, já reconhecida por
diversas entidades em todo o planeta (Fernandes et al., 2012). Segundo a
Organização Mundial da Saúde (WHO, 2014),obesidade e sobrepeso se definem
como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura que pode ser prejudicial a
saúde. O órgão define também que a obesidade e o sobrepeso são fatores de risco
24
para várias doenças crônicas, como, por exemplo, a diabetes, doenças
cardiovasculares e o câncer.
Sendo assim, devido à gravidade de suas consequências, e por ter se tornado
uma epidemia mundial, a obesidade precisa ser considerada e, principalmente,
tratada como um problema de saúde pública,(Leal et al., 2012) (Venâncio et al.,
2013) e (Freitaset al,.2014). Pensando então sobre todas essas transformações que
ocorrem na sociedade, não é difícil ver que elas geram consequências também nas
crianças. A Organização Mundial da Saúde relata que, em 2010, cerca de 40
milhões de crianças menores de 5 anos estavam acima do peso. É importante
entender que a obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, são diversos os
fatores que levam a ela, sendo o sedentarismo um desses motivos (Santos e
Rabinovich, 2011) e (Venâncio et al., 2013).
Para Rech et al. (2010), a obesidade infantil tem como prováveis fatores de
desencadeamento a diminuição de atividade física e a qualidade da dieta, e que
pode ocasionar complicações ortopédicas, fraturas, além de dificuldades de
mobilidade, somadas também a complicações metabólicas, psicossociais,
respiratórias e diminuição da qualidade de vida.É nesse contexto então que pode ser
observado que os níveis de atividade física vêm diminuindo constantemente
(Raphaelli et al., 2011)e (Souza et al., 2013).
Segundo a Agência de Saúde Suplementar (2011), atividade física é qualquer
movimento do corpo produzido pela musculatura em que haja gasto energético e
exercício físico é um movimento planejado, estruturado e repetitivo, cujo objetivo é
melhorar ou manter um ou mais componentes da aptidão física. Para alguns
autores, baixos índices de atividade física são diretamente relacionados ao
aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis (Ceschini et al., 2009),
(Raphaelli et al., 2011), (Silva e Bittar, 2012) e (Junioret al., 2012).
Em um estudo feito por Fernandes et al. (2011), foi constatado que
adolescentes que praticam atividades esportivas apresentavam melhor hábito
nutricional em relação aos que assistiam TV com muita frequência ao longo do dia.
Esses que ficavam horas em frente à TV possuíam pouco engajamento com práticas
esportivas, havendo então uma relação entre baixos níveis de atividade física e
hábitos nutricionais inadequados.
Ainda nesse contexto de hábitos nutricionais, é importante relatar também
sobre a desnutrição e baixo peso que, segundo Guedes et al. (2013), em idades
25
mais baixas, afeta diretamente o crescimento físico, favorece o aparecimento de
doenças infectocontagiosas, afetando também o desenvolvimento cognitivo e
limitando a capacidade física da criança. Leal et al. (2012) relatam que a
desnutrição, explicitada pelo deficit de estatura na infância e adolescência, se dá
através de uma série de fatores relacionados diretamente com as condições de vida
e satisfação de necessidades básicas como saneamento básico, falta de acesso a
alimentos, educação de qualidade e assistência à saúde.
Segundo Bergmann et al. (2012), pesquisas indicam que aproximadamente
50% das crianças e adolescentes apresentam pelo menos um fator de risco para
doenças cardiovasculares.
Se tratando então de atividade física na infância, Barros et al. (2012)
destacam que a prática da mesma nessa fase da vida tem efeito sobre o
desempenho motor, possivelmente sobre a densidade mineral óssea e sobre fatores
psicossociais, como por exemplo a autoestima. Fernandes (2011) aponta que existe
um baixo engajamento dos jovens nas práticas esportivas atualmente.
Coelho et al. (2013) relatam que o sedentarismo em conjunto com os
extremos do estado nutricional (baixo peso e obesidade) podem influenciar
diretamente no alinhamento postural. Constituindo-se então esse alinhamento
incorreto dos segmentos corporais como um fator de risco para lesões em práticas
esportivas.
Segundo Sá-Silva et al. (2013), grupos de menor renda possuem menores
chances de praticarem atividades físicas em clubes ou academias, restando então
apenas os espaços públicos.
Através de baterias de testes específicos, e com o monitoramento dos
escolares em diferentes etapas do crescimento, é possível monitorar e detectar
diferentes alterações no desenvolvimento das crianças e jovens. A massa corporal,
a estatura, o índice de massacorporal (IMC), as dobras cutâneas, juntamente
com testes de resistência abdominal, mobilidade articular e força manual podem
servir na busca por evidências relacionadas ao melhoramento do desempenho físico
relacionado a saúde, como também no monitoramento de escolares nas diversas
regiões do país e do mundo.
É importante a explanação e a busca por fontes seguras
e que demonstremesse monitoramento, ressaltando a importância de se
26
conhecer instrumentos que possam fornecer os dados necessários para uma melhor
compreensão da realidade escolar no âmbito da aptidão física.
Estudos que analisaram as variáveis de aptidão física ao longo dos anos,
disponíveis nos países em desenvolvimento, não permitem conclusões consistentes
sobre a magnitude de possíveis tendências e estudos temporais podem fornecer
informações de indicadores de saúde (como excesso de peso e variáveis de aptidão
física) e uma compreensão das mudanças sociais, econômicas e culturais de uma
determinada região. (Tomkinson., 2007)
Para Pazin et al. (2006), a obesidade pode interferir de forma negativa
causando atrasos no desenvolvimento da criança, uma vez que crianças e
adolescentes obesas podem demonstrar certa resistência à prática de atividades por
apresentarem dificuldade na realização ou por vergonha da exposição da
aparência corporal.
Maziero et al. (2015) diz que este cuidado com a exposição proporciona
aos obesos, muitas vezes, a opção por atividades com baixo gasto calórico,
abandono de hábitos saudáveis de vida que, geralmente, nestas faixas etárias,
estão muito ligados às atividades desportivas em grupo. Em seu estudo, Maziero et
al. (2015) diz que existe uma tendência dos indivíduos com maiores valores de IMC
e MC apresentarem resultados inferiores de VO2máx e nas repetições
abdominais. Este resultado é importante por demonstrar que os indivíduos com
maiores valores de IMC e MC, mesmo em idades mais jovens, podem apresentar
uma condição de saúde prejudicada, uma vez que a aptidão física é diretamente
ligada à saúde e à qualidade de vida.
Para Glaner (2003), caracterizada pela relação entre a massa corporal e o
excesso de gordura, a obesidade é considerada um problema primário de saúde
pública, apresentando indicadores que possuem estreita relação com a quantidade e
a distribuição da gordura.
No estudo de Ferrari et al. (2014). independentemente do sexo, ocorreu um
aumento significativo na prevalência de escolares obesos e uma diminuição
significativa na prevalência de escolares com excesso de peso, outro estudo
realizado no mesmo período e com escolares da mesma cidade,Ferrari e
colaboradores (2012) mostrou que, mesmo com o controle do estado nutricional,
houve modificações da adiposidade durante o período de 20 anos analisados,
27
demonstrando que os indivíduos que possuem valores semelhantes de IMC podem
variar em proporção e distribuição de tecido adiposo subcutâneo.
Para a presente pesquisa, foram utilizados testes baseados no manual do
programa esporte Brasil, (PROESP, 2016). O PROESP é um sistema de avaliação
da aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho esportivo de crianças e
adolescentes no âmbito da educação física escolar e do esporte educacional (Gaya,
2016).
Com relação à saúde dos jovens, os programas de exercícios físicos
extraclasse são sugeridos como forma de amenizar as deficiências da Educação
Física escolar em proporcionar incrementos positivos na aptidão física relacionada à
saúde, o que pode ocasionar resultados positivos para escolares que frequentam as
aulas (Schubert, 2016).
A prática de exercício físico, voltada para a aptidão física relacionada à saúde
e ao desempenho esportivo, possui importância significativa na incorporação de um
estilo de vida fisicamente ativo, diminuindo, assim, o risco de se desenvolver
doenças hipocinéticas e diversos fatores de risco relacionados ao bem estar físico e
mental. Para isso, é necessário incluir, no programa de treinamento, exercícios que
diminuam a quantidade de gordura corporal; aumente a massa magra corporal,
flexibilidade, equilíbrio, força muscular, resistência muscular e aptidão
cardiorrespiratória (ACSM, 2011).
O exercício físico realizado de forma sistematizada, e controlada por um
profissional qualificado, com no mínimo 6 meses de tempo de prática, proporciona
efeitos benéficos nos elementos da aptidão física relacionados à saúde e do
desempenho esportivo, gerando adaptações fisiológicas e mecânicas pertinentes
nas ações funcionais, podendo melhorar as atividades da vida diárias (Lamboglia,
2014).
A importância de avaliar e testar escolares se mostra muito importante no
contexto atual, sendo importante lembrar-se da influência da puberdade relacionada
com o crescimento e o desempenho nas atividades realizadas.
Para Roche (1986) e Malina e Bouchard (1991), crescimento e maturação são
conceitos relacionados, porém se referem a atividades biológicas diferentes. Quando
falamos em Crescimento, esse diz respeito ao aumento das dimensões corporais,
desde o nascimento ao estado adulto, assistindo-se a modificações celulares:
hiperplasia, aumento do número de células e duplicação do DNA; hipertrofia,
28
aumento do tamanho das células; e aumento das substâncias dentro ou fora das
células.
Segundo Nunes (2004), a performance física do jovem, que se caracteriza
pelos movimentos básicos de andar, correr e saltar, depende do seu crescimento,
desenvolvimento e Maturação. A determinação do estado maturacional processa-se
por intermédio deindicadores de maturação, sendo os mais comuns a maturação
sexual, a maturação esquelética e a maturação somática.
A maturação sexual geralmente é avaliada através da análise da região
genital de meninos e das mamas femininas, pode ser avaliado também a pilosidade
na região pubiana, o que indica um estado de maior ou menor maturação, o método
utilizado por Marshall e Tanner (1970) pode ser caracterizado.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1Objetivo Geral
Analisar os níveis de coordenação motora e aptidão física em escolares de
diferentes estágios de maturação puberal.
1.2.2 Objetivos Específicos
- Verificar níveis antropométricos (Peso, Estatura, IMC, Dobras Cutâneas) dos
escolares em diferentes estágios de maturação puberal;
- Classificar o nível de coordenação motora dos escolares nos diferentes estágios de
maturação puberal;
- Identificar os níveis de aptidão física (Resistência Abdominal, Flexibilidade, e
Preensão Manual) dos escolares em diferentes estágios de maturação puberal;
- Associar níveis de coordenação motora e aptidão física em diferentes estágiosde
maturação puberal.
29
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Trata-se de uma pesquisa descritiva, de caráter transversal, na qual está
objetivando-se analisar os níveis de coordenação motora e aptidão física em
diferentes estágios maturacionais. A presente dissertação teve sua aprovação aceita
através do comitê de ética em pesquisa (CEP), da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL), atendendo plenamente às exigências da Resolução 466/12. O Certificado de
Apreciação para Aceitação Ética (CAAE) é o de número: 50352015.9.0000.5013, e o
número do parecer é o 1.350.433.
2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
2.2.1 População
Inicialmente, foi realizado um levantamento para identificação do número de
alunos matriculados na rede pública municipal de ensino de Arapiraca-AL, no ano de
2016. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), estão
matriculados 18.845 alunos, somente na zona urbana.
O público alvo para o presente trabalho é o ensino fundamental II, então,
segundo a SME, o número de alunos dessa modalidade é de 5442 alunos em 2016.
30
Com base nisso, para efeito do cálculo amostral, foi utilizado o cálculo para
populações finitas, proposto por (Barbetta, 2007), na qual foram utilizados os
seguintes parâmetros:
População estimada em 5442 sujeitos; intervalo de confiança 95%; erro
amostral 5% por tratar-se de estudo que envolverá a análise de vários fatores; a
prevalência fixada foi de 50%. Dessa forma, a amostra foicomposta por 282 sujeitos.
2.2.2 Amostra
A seleção da amostra foi realizada de forma probabilística e aleatória, sendo
avaliados escolares de 10 a 18 anos do sexo masculino que frequentam as escolas de
ensino público da Zona Urbana de Arapiraca/AL, e que fazem parte do Ensino
Fundamental II. Foi feita uma seleção aleatória e estratificada para a definição das
séries de ensino (6°, 7°, 8° e 9°), para que possa ser respeitada a diferença entre os
números de sujeitos por escola. Para efeito do presente estudo, a zona urbana de
Arapiraca/AL foi a região escolhida para a pesquisa e as escolas com o maior número
de matriculados serão as escolhidas para o estudo de acordo com os dados
censitários da Prefeitura Municipal de Arapiraca (PMA) no ano de 2016 e do IBGE
Para identificar a maturação puberal foi utilizada a equação preditiva para a
avaliação da maturação puberal, validada por Medeiros et al. (2014) (ANEXO A), em
crianças e adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 a 18 anos. O
processo de validação foi conduzido com a equação sendo comparado ao padrão
ouro utilizado, proposto por Tanner e Whitehouse (1991),sendo um método conduzido
por pediatras. O Método de Tanner e Whitehouse (1976) foi validado no Brasil por
Matsudo (1991). Os escolares foram divididos em cinco estágios puberais diferentes:
Estágio Puberal I (EP I), Estágio Puberal II (EP II), Estágio Puberal III (EP III), Estágio
Puberal IV (EP IV), Estágio Puberal V (EP V). Para a presente pesquisa, os escolares
foram classificados em três categorias, para um melhor aproveitamento estatístico e
entendimento, sendo eles: Pré – Púbere (Estágio Puberal I), Púbere (Estágio Puberal
Figura 1: Fórmula para o cálculo amostral
Fonte: Barbetta, (2007)
31
II, III, IV), Pós – Púbere (Estágio Puberal V). Busca-se, com essa divisão, uma
redução dos vieses de pesquisa.
Como critério de Inclusão, estar matriculado no ensino fundamental II no ano
de 2016 em uma das escolas da zona urbana que fez parte do estudo;ser do Sexo
Masculino;estar presente no dia da avaliação e aplicação do questionário e ter idade
entre 10 e 18 anos.
Como critério de Exclusão,apresentar algum problema que o impeça de ser
submetido à avaliação antropométrica e aos testes de coordenação corporal e
aptidão física; apresentar algum problema cognitivo que o impeça de realizar as
atividades de coordenação corporal e aptidão física; não querer participar de algum
dos testes propostos no momento da avaliação.
Para o plano de recrutamento da amostra,foi realizada uma reunião nas
dependências da escola com a direção e coordenação das instituições participantes
da pesquisa, para apresentação do projeto (objetivos, métodos, riscos e benefícios).
A seguir, o projeto foi apresentado em sala de aula em uma reunião mensal de pais
e mestres, onde foi nesse momento apresentado o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A), para que os responsáveis possam realizar a
leitura e esclarecerem dúvidas a respeito da pesquisa, e o Termo de Assentimento
(TA), para as crianças e adolescentes que apresentem interesse em participar da
pesquisa. Também foi apresentada, em sala de aula, a ficha de coleta de dados.
Assim, foram submetidos à avaliação aqueles que assinaram o TCLE e TA, cuja
obtenção foi de responsabilidade do mestrando Douglas Henrique Bezerra Santos,
sendo o responsável da presente pesquisa.
2.3 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS
2.3.1 Coordenação Motora
O Teste de Coordenação Corporal para Crianças (Körperkoordinationstest Für
Kinder- KTK), desenvolvido pelos pesquisadores alemães Kiphard e Schilling (1974),
foi construído para aplicação em adultos com patologia cerebral e também com o
propósito de diagnosticar mais utilmente as deficiências motoras em crianças com
lesões cerebrais e/ou desvios comportamentais (nomeadamente hiperatividade,
instabilidade psicomotora e dificuldades de aprendizagem) e retardo motor. O teste
32
envolve componentes da coordenação corporal como: o equilíbrio, o ritmo, a força, a
lateralidade, a velocidade e a agilidade. Esses componentes foram distribuídos em
quatro tarefas que estão contidas em um fator designado por coordenação corporal,
identificado por meio de vários estudos empíricos, que utilizaram a análise fatorial
exploratória (Gorla et. al., 2000).
É constituído por uma ordem crescente de dificuldade, até que o indivíduo
alcance a sua pontuação máxima ou limite de performance, de acordo com as
tabelas para cada idade (na versão para crianças e jovens, dos 5 aos 14 anos). As
tarefas são as seguintes:
Tarefa 1 - Marcha em equilíbrio elevado à retaguarda (EQR) - Nessa
prova, procura-se investigar o equilíbrio dinâmico. São utilizadas três traves com 3
metros de comprimento e larguras de 6 cm, 4,5 cm e 3 cm por esta ordem, a uma
altura de 5 cm do chão (Figura 1). Numa das extremidades de cada trave, há uma
plataforma onde o indivíduo se coloca para começar a prova.
A prova inicia-se a partir da plataforma e consiste num deslocamento à
retaguarda. Cada vez que um dos pés é colocado na trave, conta-se um ponto (com
exceção da fase inicial, em que se conta só a partir do apoio do segundo pé).
A prova termina quando um dos pés tocar o chão ou quando o indivíduo
realizar 8 passos (8 pontos). A pontuação é dada pelo número de passos. Caso o
indivíduo consiga percorrer todo o percurso em menos de 8 passos, também são
atribuídos 8 pontos. A pontuação final é dada pelo somatório dos pontos nas três
traves. A contagem de apoios deve ser feita em voz alta, até que um pé toque o
solo, ou até que sejam atingidos 8 pontos. Cada exercício só pode alcançar no
máximo 8 pontos. A máxima pontuação possível é de 72 pontos. O resultado é igual
a somados apoios à retaguarda nas 9 tentativas. Antes de cada percurso, é
concedido um ensaio de treino.
Figura 2:Traves para marcha em equilíbrio elevado à retaguarda
Fonte: Autor da Pesquisa (2016)
33
Tarefa 2 - Saltos Monopedais (SAM) - O material para a realização desta
prova consiste em 12 placas de espuma, com as dimensões de 50 x 20 x 5 cm. As
placas são dispostas umas sobre as outras, formando um obstáculo com 50 cm de
largura. As alturas iniciais das provas recomendadas para cada idade são as que
podemos observar na Figura 3:
Idade Altura (Cm) Placas
9 – 10 25 5
11 – 14 35 7
Caso o aluno não obtenha sucesso na altura inicial de prova, deverá recuar 5
cm na altura até obter êxito. Ao saltar, a criança deve ter um espaço adequado para
a tomada de balanço (cerca de 1 m), sendo este executado apenas com um pé. A
criança salta a “barreira” (Figura 3) com impulsão sobre uma perna, cai sobre essa
perna e realiza mais dois saltos consecutivos, sempre sobre a mesma perna.
Primeiro, com a perna direita; depois, com a perna esquerda de acordo com a
seguinte pontuação: 1ª tentativa, 03 pontos, 2ª tentativa, 02 pontos e 3ª tentativa 01
ponto e Não realizado 0 ponto.
O resultado final é atribuído à soma dos pontos conseguidos com o pé direito
e com o pé esquerdo em todas as alturas que foram ultrapassadas, sendo atribuídos
mais 3 pontos por cada placa (5 cm) colocada para a altura inicial da prova. A
pontuação máxima que se pode atingir é de 72 pontos.
Figura 3: Barreira formada com placas para saltos monopedais
Fonte: Autor da Pesquisa (2016)
Quadro 1: Altura e número de placas iniciais para os Saltos
Fonte: Autor da Pesquisa (2016)
34
Tarefa 3 - Saltos Laterais (STL) - Para esta prova, utiliza-se um cronômetro
e uma placa de madeira retangular com as dimensões de 60 x 100 x 0,8 cm. A placa
é dividida ao meio (60 x 50 cm) por uma régua quadrada com 1 cm de altura (Figura
4). A prova consiste em saltar o maior número de vezes, a um lado e outro da régua
divisória, durante 15 segundos, sem parar. Os saltos devem ser executados com os
pés juntos, sendo o objetivo dessa prova analisar a velocidade em saltos alternados.
A criança começa com ambos os pés numa das metades da placa, e quando
o primeiro contato é feito na outra, inicia-se a cronometragem. A pontuação é igual
ao número de saltos realizados, os quais devem ser contados a cada impacto dos
pés juntos. Se a criança para ou não mantém os pés juntos, a prova é interrompida,
recomeçando após a intervenção do observador.
Antes de iniciar a prova, a criança deverá fazer um ensaio de 5 saltos laterais
consecutivos.
Tarefa 4 –Transposição Lateral (TRL) - Com esse teste, pretende-se testar
a estruturação espaço – temporal e a lateralidade. O material consiste em duas
placas de madeira (25 x 25 x 1,5 cm) e nos cantos das placas encontram-se quatro
pés aparafusados de 3,7 cm de altura (Figura 5). As placas devem ficar colocadas
no solo, paralelamente, uma ao lado da outra. A distância inicial de separação das
placas é de, relativamente, 15 cm.
A criança coloca-se em cima da placa à direita e, ao sinal de começar, agarra
com ambas as mãos a placa à sua esquerda e transporta-a para o seu lado direito.
Coloca ambos os pés em cima desta placa e repete a mesma operação,
sucessivamente, durante 20 segundos. O espaço necessário para esta prova é de 5
a 6 metros. Deve-se instruir a criança sobre a distância a que deve colocar cada
placa daquela sobre a qual ela está posicionada, aproximadamente 15 cm. Caso o
Figura 4: Posição da régua nos Saltos Laterais.
Fonte: Autor da Pesquisa (2016)
35
avaliado coloque as mãos ou os pés no chão, o teste deve continuar, mas caso a
situação continue a acontecer o teste deve ser interrompido para que possam ser
repassadas mais informações.
Na contagem dos pontos, procede-se do seguinte modo: quando o indivíduo
coloca a placa no chão pela primeira vez, conta-se 1 ponto; quando põe os pés em
cima desta placa, conta-se 2 pontos; quando torna a colocar a placa no chão, à sua
direita, conta-se 3 pontos; quando põe os pés em cima desta placa, conta-se 4
pontos, e assim, sucessivamente, até expirar o tempo da prova. São concedidas
duas tentativas para que possa ser feita a soma dos pontos.
Apartir da realização dos testes de KTK, obtém-se o que é chamado de
quociente motor, este que resulta da soma do resultado de cada sub-teste. O
quociente motor (QM) permite classificar a criança conforme o desenvolvimento de
coordenação (Quadro 2).
QUOCIENTE MOTOR CLASSIFICAÇÃO
QM < 70 Perturbações da Coordenação
QM ≥71 e ≤85 Insuficiência Coordenativa
QM ≥86 e ≤115 Coordenação Normal
QM ≥116 e ≤130 Coordenação Boa
QM ≥131 e ≤145 Coordenação Muito Boa
2.3.2 Testes De Aptidão Física Referenciada À Saúde
Figura 5: Placas para a Transposição Lateral
Fonte: Autor da Pesquisa (2016)
Quadro 2:Valores e classificação do Quociente Motor. Fonte: Schilling , Kiphard,(1974).
36
Massa Corporal Total - foi utilizada uma Balança Techline BAL-150PA®,
devidamente calibrada e aferida, cuja precisão é de 100 gramas e a escala com
variação a 0 a 150 kg. O avaliado em pé (posição ortostática) subiu na plataforma,
cuidadosamente, colocando um pé de cada vez e posicionando-se no centro da
mesma, ombros descontraídos e braços soltos lateralmente. Alvarez e Pavan
(2003)também citam esse método de avaliação. Esse é um método simples e a
recolha dos dados com a Balança digital, acontece de forma precisa e rápida,
assegurando o bom andamento da pesquisa.
Estatura - foi utilizado o Estadiômetro Personal Caprice Sanny®, constituído
por uma base vertical com escala métrica graduada em centímetros, uma faixa de
medição de 0 a 210 cm e precisão de 1mm. O avaliado em posição ortostática, pés
descalços e unidos, procurando pôr em contato com o instrumento de medida as
superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região
occipital, com a cabeça orientada para o plano de Frankfurt. O cursor ou esquadro,
num ângulo de 90º em relação à escala, toca o ponto mais alto da cabeça no final de
uma inspiração, onde se realiza a leitura em metros.
Figura 7:Mensuração da Estatura Fonte:PROESP (2015)
Figura 6: Balança para mensuração da Massa Corporal
Fonte:http://www.techline.com.br/downloads/ (2016)
37
Índice de Massa Corporal (IMC)- A coleta dos dados referente à estatura e a
massa corporal total foi utilizada para determinar o Índice de Massa Corporal (IMC),
que é a proporção da massa corporal (em Kg) pela estatura ao quadrado (em m).
IMC = Massa (Kg)/ Estatura (m)².
Medidas de Dobras Cutâneas: Tríceps e Subescapular - As dobras
cutâneas (1mm) subescapular e triciptal foram aferidas com adipômetro da marca
Lange (Beta Technology, Santa Cruz, California, USA), a partir de uma média de
três medidas coletadas em cada ponto anatômico preestabelecido, em uma ordem
rotacional, no lado direito dos avaliados. Os procedimentos utilizados tiveram como
embasamento as instruções trazidas por Lohman et al. (1987). A recolha das
medidas é indolor e não invasiva.
A dobra tricipital foi avaliada na face posterior do braço direito, paralelo ao
eixo longitudinal, no ponto que compreende a distância média entre o acrômio e o
processo do olécrano da ulna. Adobra subescapular teve sua medida executada
obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos
costais, sendo localizada a 2 centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula.
Figura 8:Mensuração da dobra cutânea tricipital e subescapular Fonte:http://www.gepegene.com.br/safo/index.php?page=testes&teste=14 (2016)
ForçaResistência Abdominal - Teste Abdominal em 1 Min
Os abdominais em 60 segundos são elevações do tronco, com o executante
deitado em decúbito dorsal, pés ligeiramente afastados em contato com o chão,
joelhos fletidos a 45°, com as mãos atrás da nuca, dedos entrelaçados. O avaliador
segura os tornozelos para fixar os pés do avaliado, oferecendo-lhe uma ajuda. É
38
computado o número total de ciclos completos (elevação e descida do tronco)
realizados em 60 segundos. Realiza-se apenas uma tentativa.
Figura 10: Execução dos Abdominais em 60s. Fonte: PROESP (2015)
Mobilidade Articular- Teste Sentar e Alcançar
É realizado com o banco de “Wells” sendo utilizado para medir a flexibilidade
da parte posterior do tronco e pernas. O banco mede 35 cm de altura e largura, 40
cm de comprimento com uma régua padrão na parte superior ultrapassando em 15
cm a superfície de apoio dos pés.
O indivíduo senta-se de frente para o banco, colocando os pés no apoio com
os joelhos estendidos. Ergue os braços com as mãos sobrepostas, levando ambas
para frente e empurrando o marcador para o mais distante possível na régua.
É aconselhável realizar uns 3 movimentos antes do teste como aquecimento.
Não devem ser feitos impulsos ou insistências. Para o teste, deve ser feita
uma única execução máxima e o resultado deve ser anotado em centímetros.
Figura 11:Teste de Flexibilidade (Sentar e Alcançar). Fonte: PROESP (2015)
Dinamometria Manual - teste de preensão manual
A dinamometria manual consiste em um teste simples e objetivo que tem
como princípio a aferição da força máxima voluntária de preensão manual. Consiste
num teste realizado com um aparelho portátil chamado dinamômetro sendo
umprocedimento rápido, de baixo custo e pouco invasivo. A avaliação acontece com
o sujeito de pé, com afastamento lateral das pernas, os braços ao longo do corpo, o
39
punho e o antebraço em posição de pronação, segurando confortavelmente o
dinamômetro na linha do antebraço e com sua escala de medida voltada para o
avaliador.Quando estiver pronto, o sujeito aperta o dinamômetro com esforço
isométrico máximo, que é mantido por cerca de 5 segundos. Nenhum outro
movimento do corpo é permitido.
Figura 12: Aplicação do Teste e foto do dinamômetro Fonte:Autor da Pesquisa (2016)
2.4 TRATAMENTO DOS DADOS
A normalidade dos dados foi analisada através do teste de Komolgorov
Smirnov com um nível de significância de (p<0,05). A partir disso, os dados foram
apresentados por meio de medidas de tendência central, sendo que as variáveis
paramétricas foram descritas através da média e desvio padrão e as não
paramétricas (mediana, mínimo e máximo). Logo após, análise inferencial foi
realizada a partir do teste ANOVA One-way, seguido do post hoc de Bonferroni para
múltiplas comparações entre os grupos, já para as variáveis não paramétricas
aplicou-se o Kruskal Wallis, acompanhado das comparações de pares usando o
procedimento de Dunn (1964) com a correção de Bonferroni para as comparações
múltiplas. Por fim, para verificar a correlação entre o escore geral (Quociente Motor)
da coordenação motora e as variáveis antropométricas e de aptidão física,
utilizamos o coeficiente de correlação de Pearson para os paramétricos e o
deSpearman para os não paramétricos e. Para todas as análises foi adotado o nível
de significância menor ou igual a 0,05 (p≤0,05).
40
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base nos dados apresentados na tabela 1, onde estão descritos os
valores médios da idade cronológica, variáveis de crescimento físico (peso, estatura
e IMC) e as que compõem a equação utilizada para classificar a maturação puberal
(ATC, AR, AOT, DF, PA, PP e PC), observamos que para todas as comparações
entre os grupos (Pré-púberes, púberes e pós-púberes) foram encontradas diferenças
significativas entre os estágios (p=0,01).
Tabela 1. Valores descritivos e análise comparativa das variáveis antropométricas da equação de predição, segundo os estágios puberais.
Pré-púberes
(n=53)
Púberes
(n=195)
Pós-púberes
(n=34) Valor de p
Idade (anos)a 11,66±1,79 13,64±1,03 15,23±0,80 0,01*
Peso (Kg)b 36,90 (23,20-67,80) 51,40 (31,00-96,60) 63,95 (45,80-90,60) 0,01#
Estatura (m)a 1,45±0,08 1,61±0,08 1,73±0,06 0,01*
IMC (Kg/m²)b 17,44 (12,54-30,13) 19,18 (13,24-41,27) 21,27 (15,85-32,88) 0,01#
ATC (m)b 0,71 (0,63-0,81) 0,79 (0,67-0,89) 0,87 (0,80-0,96) 0,01#
AR (cm)b 23,00 (20,00-29,50) 26,00 (21,00-31,50) 27,75 (26,00-31,00) 0,01#
AOT (cm)a 32,58±3,10 36,36±2,54 38,08±2,22 0,01*
DF (mm)b 87,00 (74,00-110,00) 94,00 (78,00-130,50) 98,00 (88,00-113,00) 0,01#
PA (cm)b 20,00 (17,00-26,50) 23,00 (17,50-30,00) 25,00 (13,50-28,00) 0,01#
41
a Valores apresentados por média e desvio padrão; b Valores apresentados por mediana, mínimo e máximo. * Diferença estatisticamente significativa p<0,05 (Anova One-Way). # Diferença
estatisticamente significativa p<0,05 (Kruskal Wallis). Legenda: ATC= Altura Tronco – Cefálica, AR = Altura Óssea Radial, AOT = Altura Óssea Tibial, DF = Diâmetro Femural, PA = Perimetria de Antebraço, PP = Perimetria de Pescoço e PC = Perimetria de Cintura.
Observa-se na Tabela 1 que os indivíduos foram divididos em 3 grupos
distintos (Pré – Púberes – Estágio I da Maturação, Púberes – Estágios II, III e IV da
Maturação, Pós – Púberes – Estágio V da Maturação). O maior número de alunos
está localizado no grupo Púbere (n=195), já o menor número é de indivíduos no
estágio Pós – Púbere. Com relação à idade, os indivíduos apresentaram uma média
de idade entre os valores 11,66 e 15,23 anos. Lourenço et al. (2010) comentam que
investigar a maturação de adolescentes torna-se importante, visto que indivíduos
com a mesma idade cronológica podem apresentar graus de maturação biológica
diferentes entre si.
É possível perceber em toda a tabela que existe uma crescente de todos os
valores apresentados em relação aos estágios maturacionais, o que demonstra os
efeitos da puberdade em relação a todas as varáveis observadas. Essa tendência ao
crescimento é corroborada através dos autores Malina et al. (2002) e Ré et al.
(2008),demonstrando que a evolução do desempenho motor e físico na infância está
fortemente associada aos processos de crescimento e maturação, principalmente
aqueles ocorridos durante o estirão de crescimento, momento o qual o indivíduo
jovem tem abrupto aumento nas estruturas corporais.
Cumming et al. (2009) dizem que a maturação encontra-se positivamente
correlacionada com a prática de atividades com intensidades mais baixas em
meninos, sendo que o tamanho do corpo e a maturação não são capazes de
predizer o envolvimento em atividades físicas. Linhares et al (2009), em seu estudo
com 136 meninos, relata que encontrou tendência de aumento de estatura, massa
corporal total, índice de massa corporal, diâmetros, circunferências musculares e
qualidades físicas básicas com o avançar da puberdade.
Saindo dessa tendência relacionada ao crescimento, Vilardi et al. (2001)
apresenta que indivíduos que praticam esportes que exigem um peso corporal baixo
como ginástica olímpica e corridas de longa distância possuem tipicamente uma
PP (cm)b 28,00 (25,00-35,00) 31,50 (21,50-41,50) 35,00 (31,50-38,50) 0,01#
PC (cm)a 63,18±7,35 69,22±8,73 72,03±6,99 0,01*
42
dieta hipocalórica e um intenso gasto energético durante o treinamento físico e no
próprio evento competitivo. Esta conduta pode resultar em falhas no crescimento,
atraso na puberdade, esgotamento das reservas de glicogênio e fadiga (McMurray &
Anderson, 1996).
De acordo com Tabela 2, as comparações realizadas das dobras cutâneas
entre os estágios puberais, observam-se diferenças significativas na dobra
subescapular (DSUB) (p=0,005). Além disso, verificamos que as diferenças foram
identificadas especificamente entre as fases pré-púberes com os estágios
posteriores. É importante salientar o uso de duas dobras cutâneas e suas duas
medições, sendo uma realizada em uma região mais central do corpo (DSUB) e
outro em uma região mais periférica (DTRI).
Tabela 2. Valores descritivos e análise comparativa das variáveis de dobas cutâneasem diferentes estágios maturacionais.
a Diferença significativa entre (Pré-púberes e Púberes; Pré-púberes e pós-púberes); b Diferença significativa entre (Púberes e pós-púberes). * Diferença estatisticamente significativa p<0,05 (Anova One-Way). # Diferença estatisticamente significativa p<0,05 (Kruskal Wallis). Legenda: DTR = Dobra Tricipital e DSUB = Dobra Subescapular
A tabela 2 nos mostra que, em relação a dobra tricipital (DTR), os escolares
pré púberes e pós púberes apresentaram médias similares (15,66±4,49) e
(15,74±4,88), já os escolares púberes mostraram uma diferença em relação a esse
valor, podendo ser visto um aumento da média e do DP (17,24±8,10) em relação aos
outros dois grupos.
Deve-se ressaltar que encontramos resultados significativos com relação à
dobra subescapular, demonstrando que ocorreu uma crescente dessa dobra nos
diferentes estágios da maturação puberal (Pré: 12,00 (6,00-30,00), Púbere: 14,00
(7,00-35,00) e Pós: 15,00 (10,00-27,00)em cada um dos grupos). Com relação à
dobra tricipital, aconteceu um aumento depois uma diminuição nos estágios mais
avançados, já na dobra subescapular foi diferente, pois mesmo a diferença não
sendo tão significativa encontramos uma constante e um aumento nessa região.
Pré-púberes Púberes Pós-púberes Valor de p
Dobras cutâneas
DTR 15,66±4,49 17,24±8,10 15,74±4,88 0,253
DSUB 12,00 (6,00-30,00)a 14,00 (7,00-35,00)a 15,00 (10,00-27,00)a 0,005#
Soma das dobras 27,00 (14,00-54,00) 28,00 (14,00-112,00) 30,00 (18,00-57,00) 0,218
43
Em estudo realizado por Ferreira et al (2012), com 1095 jovens de ambos os
sexos, foi encontrado que o acúmulo de gordura subcutânea central tem aumentado
de forma mais acentuada do que a adiposidade total avaliada a partir do IMC, ou
seja, mesmo em populações em que não houve alteração no IMC, podem ter
ocorrido mudanças desfavoráveis na composição corporal e distribuição da gordura
corporal para um perfil associado com maiores riscos de doenças. No sexo
masculino, o grupo com excesso de peso teve maior aumento de DC do que o grupo
obeso, destacando um aumento de DC, inclusive no grupo classificado como
eutróficos. Ocorreu também um aumento na DC Tricipital, mas que diminuiu com o
passar dos anos, corroborando com o presente estudo. Nesse estudo, os escolares
foram agrupados através do método de maturação biológica de Tanner (1991),
seguindo a auto avaliação das caraterísticas sexuais.
Pode ser considerado um viés da presente pesquisa a avaliação indireta da
adiposidade mesmo sendo realizada pelo mesmo avaliador em todo o período da
pesquisa. Rios et al (2010) mostra em seu estudo que a Bioimpedância se mostra
como um bom preditor para o percentual de gordura em homens, mas que sua
utilização deve ser cautelosa, seguindo procedimentos específicos para o uso do
aparelho. Em seu estudo, o referido autor encontrou uma alta correlação entre os
métodos de dobras cutâneas e bioimpedância (r=0,88, p< 0,05). Isso mostra que
ainda que indireto, o método de dobras cutâneas apresenta bons resultados, por ser
um método mais barato e mundialmente utilizado.
No estudo realizado por Poeta et al. (2012), que teve por objetivo analisar os
efeitos de um programa deexercício físico baseado em atividades lúdicas e
orientação nutricional na composição corporal e no desempenho em testes de
aptidão física de crianças obesas, foram estudados dois grupos (controle e
intervenção), onde foi encontradano grupo intervenção a redução do IMC,
juntamente com as dobras tríceps e subescapular. Já no grupo controle, aconteceu
a situação inversa, ocorrendo aumento das variáveis. Isso mostra que os escolares
podem sofrer alterações em seus perfis corporais, caso sejam submetidos a
programas de exercícios e orientação nutricional. O que pode mostrar resultados
divergentes ao apresentado na presente pesquisa.
Percebe-se que os resultados encontrados com a verificação dos níveis
antropométricos,relativo às dobras cutâneas no presente estudo corroboram com o
referencial teórico, apresentando resultados significativos para a dobra cutânea
44
subescapular entre as fases pré púberes, púberes e pós púberes nos estágios
maturacionais.
Classificando os escolares em diferentes estágios, pode-se observar que, na
presente pesquisa, a variável voltada para a coordenação motora se mostra
bastante importante, como apontaRé et al (2005) em seu estudo onde os índices de
correlação encontrados sugerem que a idade cronológica e as medidas indicadoras
do crescimento físico interferem de maneira positiva nos resultados dos testes de
desempenho motor.
Os resultados das tarefas motoras do KTK foram apresentados de acordo os
estágios puberais, sendo que para as variáveis saltos monopedais, saltos laterais,
transposição lateral e escore total do quociente motor observamos diferenças
significativascomo pode ser observado na Tabela 3.
Tabela 3. Resultados das tarefas motoras do teste KTK em diferentes estágios da maturação puberal.
a Diferença significativa entre (Pré-púberes e Púberes; Pré-púberes e pós-púberes); b Diferença significativa entre (Púberes e pós-púberes). * Diferença estatisticamente significativa p<0,05 (Anova One-Way). # Diferença estatisticamente significativa p<0,05 (Kruskal Wallis). Legenda: EQR = Equilíbrio em Marcha a Retaguarda, SAM = Saltos Monopedais, STL – Saltos Laterais, TRL = Transposição Lateral e QM = Quociente Motor.
Luz et al, (2016) informa que o ganho de peso, que também se encontra
relacionado ao estado maturacional, tende a aumentar, o que contribuiria para uma
maior chance de haver associação inversamente proporcional entre a adiposidade
corporal e o desempenho no KTK, em crianças de estado maturacional mais
avançado. Essa afirmação não se concretiza no presente estudo, pois com a
passagem dos estágios puberais, ocorreu um aumento e uma tendência positiva
voltada para as provas de coordenação motora como pode ser observado na tabela
abaixo.
Nas tarefas SAM, TRL e o escore geral do QM,houve diferenças
significativas de acordo com o desenvolvimento puberal. No entanto, no STL as
diferenças se apresentaram unicamente entre os pré-púberes e pós-púberes. No
EQR, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas.
Pré-púberes Púberes Pós-púberes Valor de p
Tarefas
Tarefa 1 - EQR 52,00±11,00 52,00±13,00 55,00±12,00 0,480
Tarefa 2 - SAM 54,00 (11,00-72,00)a 60,00 (18,00-76,00)b 66,00 (6,00-72,00)a,b 0,002#
Tarefa 3 - STL 54,00±14,00a 57,00±14,00 63,00±14,00a 0,017*
Tarefa 4 - TRL 19,00±4,00a 21,00±4,00a,b 24,00±5,00a,b 0,001*
QM total 179,00±34,00a 187,00±34,00a,b 205,00±34,00a,b 0,002*
45
O KTK é uma ferramenta amplamente utilizada em todo o mundo devido a
sua facilidade na aplicação e por suas quatro tarefas consistirem em movimentos
simples e de fácil entendimento. Para Iivonen et al. (2016) do ponto de vista dos
usuários, o KTK foi considerado (1) fácil de administrar, (2) utilizável em crianças
com e sem deficiências, (3) já amplamente utilizado na Europa e cada vez mais
popular. Observa-se que na tabela 3 dos quatro testes apenas o EQR não
apresentou uma diferença significativa em relação aos outros grupos.
Medeiros et al (2012) selecionou 68 jovens do sexo masculino para o estudo
e utilizando para a classificação do estágio maturacional, o método de Tanner
(1991), através da auto avaliação. Foi aplicada a bateria de testes KTK e foram
agrupados por estágios da maturação sexual (p1, p2, p3, p4) e conclui-se que o
estirão voltado para a puberdade ocorreu entre os estágios p3 e p4, não
influenciando no nível de coordenação motora dos escolares.
Em um estudo longitudinal realizado em Portugal, por Deus, et al (2010), em
ambos os sexos e ao longo dos quatro anos foi observado um incremento
significativo dos valores médios de todas as provas constituintes da bateria KTK,
sendo evidente um aumento da variabilidade interindividual em termos
coordenativos. Nos quatro testes da bateria KTK, em ambos os sexos e tal como
esperado, percebe-se um incremento dos valores médios ao longo da idade (p <
0,001). A magnitude do desvio-padrão, que indica a variação dos valores individuais
em torno da média, revela diferenças interindividuais marcantes em cada teste,
sobretudo nos testes EQR, SAM e STL. O teste TRL é o que apresenta menor
variação nos valores em ambos os sexos.
No estudo de Valdívia (2008), realizado no Peru, os resultados obtidos por
escolares de ambos os sexos nos diferentes intervalos etários das provas da bateria
de testes KTK se comprova o incremento dos valores médios de cada prova ao
longo da idade em ambos os sexos. Nas provas EQR e SAM, os valores do desvio
padrão em torno dos valores médio refletem a existência de uma variabilidade
interindividual em ambos os sexos. A magnitude do desvio padrão na prova TRL é
baixa, o que indica uma certa homogeneidade dos resultados individuais em torno
dos valores médios.
É possível observar no presente estudo que a TRL apresenta média e
desvio padrão constantes não oscilando de forma brusca dentro dos diferentes
46
estágios da maturação. Sendo a prova que também apresenta a menor média e
desvio padrão (19,00±4,00).
Divergindo dos resultados encontrados, Luz et al. (2016) apresenta que o
estado maturacional não se correlacionou significativamente com a maioria das
provas do KTK, notadamente saltos laterais, transposição lateral e saltos
monopedais. Em contrapartida, observa-se correlação significativa inversa e de
magnitude moderada com o equilíbrio em marcha à retaguarda (r=−0,34). Estatura,
massa corporal, IMC, perímetro de cintura e massa gorda associaram-se
inversamente de forma significativa com o z-escore da maturação e com a prova de
equilíbrio em marcha à retaguarda do KTK, variaram entre as magnitudes fraca e
moderada.
Observa-se como importante a utilização de outros instrumentos
relacionados a coordenação motora, para que os escolares possam ser estudados e
classificados de diferentes maneiras, como no estudo de Poeta et al.(2010) com o
uso da Escala de Desenvolvimento Motor – EDM, sendo esse instrumento
responsável por avaliar diferentes áreas da motricidade humana, foi possível
determinar que crianças obesas apresentam dificuldades motoras, sugerindo que o
desenvolvimento motor também deve ser considerado no planejamento do
tratamento da obesidade infantil. Já para o estudo realizado em Portugal, por Melo e
Lopes (2013), com o uso do KTK e do índice de massa corporal (IMC),ocorreu um
destaque para a promoção do desenvolvimento da coordenação motora nas
crianças quando ocorre diminuição dos níveis de obesidade. Na investigação
realizada por Miranda et al. (2011), não foi encontrado comprometimento entre
estado nutricional e desempenho motor entre dois grupos, um com Transtorno do
Desenvolvimento da Coordenação (TDC) e outro sem TDC, sendo utilizado o teste
M-ABC 2. No estudo de Catenassi et al.(2007), eles citam como parece comum
existir uma tendência em subjugar o desenvolvimento de habilidades motoras em
crianças obesas ou com sobrepeso sendo que isso se reflete principalmente em
aulas de Educação Física. Em sua pesquisa, foi avaliada a relação entre habilidade
motora grossa e o IMC sendo utilizados como testes para avaliação do
desenvolvimento motor o Testo f Gross Motor Development – Second Edition
(TGMD-2) e o KTK, sendo comprovado que existe potencial igualitário de
47
desenvolvimento motor nas crianças avaliadas não sendo restritoàs características
antropométricas ou de composição corporal.
Pode-se considerar como vieses da presente pesquisa em relação ao KTK,
uma não padronização dos calçados utilizados no momento da bateria de testes,
sendo que alguns alunos fizeram o teste descalços, pois se sentiram mais
confortáveis e outros optaram por permanecer com os tênis. Pode-se indicar
também o número de alunos avaliados, pois a amostra recrutada poderia ser maior
contribuindo ainda mais para aumentar a força do estudo.
Quanto aos testes de aptidão física, observam-se diferenças significativas
para os três testes aplicados: abdominal, preensão manual e flexibilidade entre os
estágios puberais (tabela 4). Nessa tabela as relações entre as variáveis são
perceptíveis e podem ser vistas como muito importantes para a discussão que
segue logo abaixo da tabela.
Tabela 4. Resultados dos testes de aptidão física em diferentes estágios da maturação puberal.
a Diferença significativa entre (Pré-púberes e Púberes; Pré-púberes e pós-púberes); b Diferença significativa entre (Púberes e pós-púberes). * Diferença estatisticamente significativa p<0,05 (Anova One-Way). # Diferença estatisticamente significativa p<0,05 (Kruskal Wallis).
O conhecimento da aptidão física e aptidão motora de crianças e
adolescentesé de fundamental importância, uma vez que os benefícios oriundos dos
níveis de aptidão física e aptidão motora satisfatórios na infância e na adolescência
repercutirão por toda a vida do indivíduo.Luguetti et al.(2010).
Observando a (Tabela 4), percebe-se uma crescente nos valores relativos a
médias e medianas das três variáveis (abdominal, preensão manual e flexibilidade).
É visto também que nos abdominais não aconteceram associações estatisticamente
significativas inter grupos nos diferentes estágios da puberdade. Já para o teste de
Pré-púberes Púberes Pós-púberes p
Aptidão Física
Abdominal 29,04±7,19 31,63±7,16 32,82±7,46 0,031*
Preensão
Manual
23,50 (12,50-40,50)a 30,00 (16,00-49,50)a,b 39,75 (24,00-51,00)a,b 0,001#
Flexibilidade 22,41±6,06a 24,58±6,75b 28,15±6,24a,b 0,001*
48
preensão manual, é possível perceber que aconteceram diferenças significativas
entre todos os grupos. Para a flexibilidade, foi percebida diferenças significativas
entre o grupo pré-púberes e pós púberes, como também para os grupos púberes e
pós-púberes.
Araújo e Oliveira (2008) demonstram em seu estudo similar ao da presente
pesquisa que, com relação ao desempenho no teste de força/ resistência abdominal,
os resultados alcançados pelo sexo masculino apresentaram-se superiores em
todas as idades, com significância estatística aos 11, 12 e 13 anos, cujas diferenças
oscilaram de 10% a 19%. Vale ressaltar que ambos os sexos alcançaram o pico do
desempenho aos 14 anos. Apesar de o presente estudo não ter apresentado
relações significativas inter grupos, é notável uma crescente na média do teste com
o passar dos estágios pubertários, podendo ser considerado um dos efeitos
relacionados a puberdade nesse período.
Em um estudo realizado por Cyrino et al (2002), analisou-se o efeito do
treinamento de futsal sobre a composição corporal e o desempenho motor de jovens
atletas.Os testes motores empregados foram impulsão horizontal (IH), impulsão
vertical com auxílio dos braços (IVC), abdominal modificado (FAB), sentar-e-alcançar
(SA) e shuttle run (SR). A gordura corporal relativa foi estimada pelas equações de
Slaughter et al. (1988). O efeito significante do treinamento foi observado somente
nos indicadores de força/potência muscular (impulsão horizontal) e agilidade (shuttle
run). Isso mostra que mesmo em estudos com jovens atletas as diferenças não se
apresentam estatisticamente significativas quando é trabalhada a resistência
abdominal.
No estudo de Andreasi et al (2010), que teve como objetivo analisar a
associação da aptidão física relacionada à saúde com os indicadores demográficos
e antropométricos de crianças de escolas do interior do Brasil, demonstrou que a
força/resistência abdominal mostrou associação com sexo, IMC, circunferência
abdominal e percentual de gordura. Meninas, crianças obesas e com circunferência
abdominal (CA) acima da adequada apresentaram, respectivamente, 45, 57 e 41%
mais chances de serem classificadas como ruins para esse componente quando
comparadas com meninos, crianças eutróficas e com CA adequada. Escolares com
percentual de gordura moderadamente excessivo também apresentaram
aproximadamente 1,6 vezes mais chances de ter boa força/resistência abdominal. A
força/resistência abdominal e resistência aeróbia foram maiores para os meninos,
49
nesse estudo. O mesmo autor salienta a melhoria de programas na escola voltados
para a promoção da saúde.
É importante ressaltar que todas essas mudanças acontecem, pois como nos
mostram Macêdo e Fernandes Filho (2003), a maturação sexual é mostrada na
adolescência como um fator decisivo no desenvolvimento do jovem. As
características sexuais secundárias já foram estudadas e mostradas com relação à
maturação biológica. A testosterona é produzida em quantidades elevadas durante a
puberdade. Este crescimento da concentração de hormônios sexuais determina as
mudanças das características sexuais primárias e secundárias durante a extensão
da puberdade. A observação secundária no desenvolvimento e características é a
ferramenta mais comumente usada para avaliar a maturação sexual. É exatamente
no início da puberdade que os testículos, o pênis, as mamas e os pêlos pubianos
apresentam modificações e, assim, permitem a monitoração do desenvolvimento
biológico desta fase da vida.
Isso demonstra que o acompanhamento dos jovens deve ser rotineiro, para
que a maior parte das mudanças durante essa fase possa ser percebida. O teste de
preensão manual pode ser considerado como um instrumento responsável por
auxiliar nesse processo. No presente estudo, o teste demonstrou uma crescente e
em todos os estágios maturacionais foram identificadas diferenças significativas,
ocorrendo uma diferença inter grupos entre os púberes e pós púberes.
Martins et al. (2008) demonstra, em sua revisão de literatura, que a importância
da mensuração da força de preensão é fornecer um índice objetivo da integridade
funcional dos membros superiores. Observou-se que os meninos têm força de
preensão palmar maior que as meninas, principalmente após 11 anos de idade. Os
fatores antropométricos como peso e altura foram os que mais significantemente se
associaram à força de preensão palmar.
Já Santos et al. (2011) correlacionou à força de preensão manual com a massa
muscular em crianças e adolescentes em diferentes estágios maturacionais.Os
resultados demonstraram que a força de preensão manual foi correlacionada com o
indicador de massa muscular nos três estágios maturacionais; todavia, a magnitude
dessa correlação é diferenciada entre os diferentes estágios de maturação. De
acordo com os resultados obtidos neste estudo, maiores níveis de força são
observados em indivíduos com maior a idade o que está em conformidade com os
50
estudos disponíveis na literatura.Metter et al. (2002) reforça que o presente
instrumento pode ser utilizado como preditor do estado geral de força.
Seguindo demonstrando os resultados encontrados em relação a presente
pesquisa, percebe-se que ocorreram diferenças significativas entre os pré-púberes e
os pós-púberes, como também aconteceram diferenças entre os púberes e pós-
púberes. A flexibilidade apresentou uma tendência positiva, sendo o grupo pós-
púbere o que apresentou os melhores resultados.
Verificando a Flexibilidade como um importante meio para os treinamentos ou
testes, segundo Kell et al (2001), é uma característica importante de aptidão física,
sendo um componente fundamental para a qualidade de vida.
Foi realizado um estudo por Borges (2011) para avaliar a prevalência do
sobrepeso e obesidade e flexibilidade em crianças de 7 a 9 anos. Nos resultados,
boa parte da amostra atingiu ou ultrapassou a classificação mínima no teste, fato
este que no estudo demonstra que o peso corporal não interferiu nos resultados do
teste da flexibilidade. Observa-se, dessa forma, que a possibilidade de perceber que
podem existir casos em que os indivíduos podem ser acometidos por algum tipo de
comorbidade e podem apresentar bons níveis de flexibilidade é real.
No estudo de Andreasi et al. (2010), a flexibilidade dos escolares associou-se
apenas com percentual de gordura (p = 0,018). Tal interação ocorreu com as
crianças que apresentaram percentual de gordura excessivo, as quais mostraram
55% mais chances de ser inaptas para esse componente quando comparadas
àquelas com percentual de gordura normal. Também foi possível observar que
escolares com sobrepeso/obesidade apresentaram aproximadamente 1,8 vezes
mais chances de ter boa flexibilidade quando comparados aos eutróficos.
Para Martins et al (2014), a flexibilidade desempenha um papel preponderante
na capacidade motora do ser humano, corroborando os gestos cotidianos e o
aperfeiçoamento dos gestos desportivos. Martins (2014) resolveu avaliar a
flexibilidade de dois grupos de crianças através de dois protocolos: 1) análise
cinemática para determinação dos ângulos do quadril e da cintura escapular, em
crianças que participam de um programa de iniciação esportiva (grupo experimental)
e crianças que fazem apenas a educação física escolar (grupo controle). 2) Tais
resultados são consistentes e mostram uma correlação negativa elevada em p<0,01,
onde o ângulo do quadril é inversamente proporcional ao resultado do banco de
Wells, ou seja, quanto menor for o ângulo do quadril maior será o resultado do
51
Banco de Wells. Por sua vez, o ângulo do ombro é diretamente proporcional ao
resultado do banco e Wells. Portanto, quanto maior for o ângulo do ombro, maior
será o resultado obtido no teste do banco de Wells. Esse resultado mostra que mais
análises devem ser realizadas em volta dessa variável. Esse fator é determinante
para um bom acompanhamento do teste, assim como uma avaliação mais criteriosa
do protocolo utilizado.
Ao analisarmos as relações entre o escore geral do QM (coordenação
motora) e os valores obtidos nos testes de resistência abdominal, flexibilidade e
força (aptidão física) identificamos correlações positivas de fraca a moderada para
todos os estágios puberais analisados (Tabela 5).
Entretanto, para os escolares pré-púberes identificamos correlações
moderadas e significativas entre o escore geral do QM e os testes de Abdominal e
Força, nos púberes em todas as variáveis e nos pós-púberes houve correlação
moderada e significativa unicamente para a resistência abdominal.
Tabela 5. Correlação do escore geral do QM coordenação motora e os testes de aptidão física em diferentes estágios puberais.
Pré-púberes Púberes Pós-púberes
r Valor de p r Valor de p r Valor de p
Abdominal 0,449** 0,001 0,446** 0,001 0,345* 0,023
Flexibilidade 0,123 0,190 0,315** 0,001 0,118 0,253
Força 0,374** 0,003 0,149* 0,019 0,241 0,085
*Correlações estatisticamente significativas (p<0,05) para o coeficiente de correlação de Spearman (rho).
Observa-se na Tabela 5 que a divisão entre os três estágios maturacionais
(Pré-Púbere, Púbere e Pós-Púbere) possibilita uma visão mais detalhada e precisa
a respeito dos jovens analisados no presente trabalho. Seguindo as informações dos
resultados encontrados podemos perceber que para os pré-púberes, foram
encontradas duas correlações positivas que estão ligadas a resistência abdominal e
ao teste de força, já para os púberes essa correlação é maior, pois a variável
flexibilidade aparece também como sendo significativa no estudo. Nos pós-púberes,
percebe-se uma diminuição das correlações positivas, pois somente a resistência
abdominal apresentou tal correlação.
52
É possível perceber que as diferenças encontradas entre os diferentes
estágios maturacionais, demonstram que a associação entre a coordenação
coordenação motora e a aptidão física, mostram-se parcialmente positivas com o
avançar da idade e do desenvolvimento, justamente quando podemos perceber
relações positivas em um período importante dos jovens que á fase da puberdade.
Observando de forma geral a relação entre aptidão física e coordenação
motora, pode-se perceber que essa associação acontece nos diferentes estágios da
maturação.Laukkanen et al. (2014) em seu estudo buscou examinar a relação
entre habilidades motoras grossas com KTK e habilidades manipulativas com o APM
teste em meninos e meninas que utilizaram para medir o nível de atividade física o
acelerômetro, o estudo indicou que as habilidades motoras tem uma associação
positiva com os níveis de atividade física e apresentaram uma associação negativa
com o comportamento sedentário para indivíduos da fase pré-púbere.
Martins et al. (2010) em um estudo longitudinal de cinco anos, com escolares
das séries iniciais (6 a 10 anos), conseguiu perceber que, as alterações longitudinais
na atividade física e na aptidão aeróbia não foram significativas, para os indivíduos
que fizeram o teste Fitnessgram de 1 milha e o teste KTK. Foi detectado também
nesse estudo que as crianças mais proficientes na coordenação motora
apresentaram IMC mais baixo. Esse achado é importante, pois demonstra a
importância do desenvolvimento da coordenação motora em diferentes fases da
vida, para que possa ser dada atenção especial a Educação Física durante as aulas.
Através da revisão sistemática feita por Saraiva e Rodrigues (2010), já é
possível perceber o interesse dos pesquisadores com relação a essa temática que
traz a coordenação motora e a aptidão física como pilares para o aumento dos
níveis de atividade física. Em sua revisão os autores apontam aexistência
inequívoca de fortes ligaçõesvoltadas para o desenvolvimento entre a atividade
física dossujeitos, asua aptidão física, assim como o seu nível de proficiência
nocontrole das habilidades motoras, e ascaracterísticas morfológica, sendo
esperado que todos e cada um dosfatores estudados demonstrassemagregação,
associação evidente, já que todoseles contribuem de forma saliente para osucesso
motor das crianças e jovens. Com isso percebemos a importância de se conhecer os
jovens em sua totalidade e a importância dos estudos nessa área.
Lopes et al. (2012) em uma pesquisa longitudinal na região dos Açores,
encontraram que a coordenação motora ea aptidão física tem relação com a
53
diminuição dos níveis de adiposidade subcutânea. Com esses resultados é possível
perceber que níveis adequados de coordenação motora e de aptidão física, podem
proporcionar uma participação mais agradável e bem sucedida na atividade física,
tornando-se assim uma prática agradável e de grande engajamento para outros
grupos.
Observando a fala acima, percebe-se a importância da coordenação motora e
da aptidão física, como apontam Luz et al. (2016), que percepções de competência
física e desportiva, tem sido documentadas como importantes preditores de
envolvimento, tanto na atividade física, quanto no esporte e valendo ressaltar que os
meninos sempre tem um desempenho melhor nos testes voltados para o fitness. Na
presente pesquisa por se tratar de um público exclusivamente masculino, podemos
perceber que existe uma correlação positiva nos indivíduos púberes, quando
observa-se as valências físicas, resistência abdominal, flexibilidade e força.
É importante destacar também, como nos mostram Opstoel et al. (2015), que
em geral, as crianças em idade jovem não apresentam características físicas
específicas do esporte, exceto crianças com alto volume de treinamento. Outro fator
importante é que, independentemente do tipo de esporte, as crianças com as
melhores características de aptidão física e de coordenação motora são as que
treinam mais horas por semana.Com essa afirmação é possível perceber que o
tempo de treino é um fator que pode condicionar os jovens a apresentarem bons
resultados diante dos testes a que foram submetidos. Na presente pesquisa foi feito
um pequeno questionário (dados secundários da pesquisa) onde pode-se perceber
que a maior parte dos indivíduos mostrou-se ativo no contra turno das aulas,
praticando alguma modalidade desportiva, o que pode ter auxiliado nos presentes
resultados.
A Tabela 6 vem trazendo informações a respeito da fase da puberdade e
como essa fase aparece nos estágios P2, P3 e P4, com relação a associação da
coordenação motora e da aptidão física.
Ao analisarmos a correlação entre os estágios correspondentes ao período da
puberdade, identificamos correlações positivas, moderadas e significativas entre o
escore geral do QM e os testes de resistência abdominal, flexibilidade e força
(Tabela 6).
Foi possível perceber na fase P2, correlações moderadas e significativas
entre o escore geral do QM e o teste Abdominal, nos P3, ocorreu correlação com a
54
na variável flexibilidade, já nos P4 foi percebida uma correlação moderada e
significativa para a resistência abdominal e para a flexibilidade.
Tabela 6. Correlação do escore geral do QM coordenação motora e os testes de
aptidão física durante a puberdade.
P2
(n=50) P3
(n=55) P4
(n=90) r Valor de p r Valor de p r Valor de p
Abdominal 0,419** 0,002 0,282* 0,020 0,406** 0,001
Flexibilidade 0,160 0,136 0,345** 0,005 0,383** 0,001
Força 0,101 0,244 0,313* 0,011 0,032 0,383
*Correlações estatisticamente significativas (p<0,05) para o coeficiente de correlação de Spearman (rho).
Minatto et al. (2010) demonstra na avaliação da flexibilidade de 2604
escolares que as variáveis de massa corporal e estatura sofrem aumento crescente
em toda a fase que compreende a infância e a adolescência, mas a flexibilidade
manteve-se estável por todo esse período. Na presente pesquisa encontramos uma
correlação positiva na fase púbere, principalmente nas fases P3 e P4.
Ramos e Falsarella (2008) indicam que na puberdade (meninas 11-12 anos,
meninos 12-13 anos) ocorre uma redução da flexibilidade decorrente do estiramento
dos músculos e ligamentos que responde tardiamente ao crescimento acelerado da
estatura. Na presente pesquisa, esse relação positiva pode ter ocorrido, pois os
indivíduos estudados apresentaram-se muito ativos o que contribui na
caracterização dos valores encontrados.
Percebe-se que a competência motora está associada a múltiplos fatores
ligados a saúde como nos mostram em sua revisão Barnett et al. (2016). Os autores
expõem em sua meta-análise, que é possível confirmar que tanto a aptidão física,
assim como o peso são importantes para a competência motora, mas essa relação
parece depender da forma como a competência motora é operacionalizada. Ainda
existe uma carência nessa área para conclusões premeditadas, pois é necessário
saber como acontece o aumento ou diminuição dessas associações.
Para Holfelder e Schott (2014), em sua revisão sistemática, foram
encontradas dentro dos 23 artigos analisados, evidências de estudos transversais
para uma relação positiva entre habilidades motoras fundamentais e atividades
físicas organizadas. Uma hipótese que é apresentada através dos autores, é que
pessoas mais ativas fisicamente tendem a desenvolver as habilidades motoras com
55
maior facilidade, especialmente as crianças com atividades físicas estruturadas e
organizadas. Os autores ainda ressaltam que as habilidades motoras fundamentais
são um produto das interações entre crescimento, maturação, desenvolvimento e
meio ambiente, por isso são necessários estudos longitudinais, com métodos e uma
amostra bem detalhada.
Bürgui et al (2016), ressaltam que essa relação entre habilidades motoras e
aptidão física ainda não foram totalmente esclarecidas. Em seu estudo, eles
apontam uma melhoria no percentual de gordura dos avaliados, mas apresenta uma
fraca relação entre aptidão física e habilidades motoras. Os pesquisadores indicam
que por se tratar de um estudo pioneiro seria importante novos achados, sendo
necessário incentivar aos jovens a manterem um estilo de vida mais ativo.
Percebe-se então que na presente pesquisa a associação entre as variáveis
da coordenação motora, assim como da aptidão física, sofrem influência dos níveis
de atividade física que vem sendo influenciados com o passar dos anos nos
escolares.
Podem ser caracterizados como vieses da presente pesquisa, a amostra que
poderia ser mais representativa e que poderia melhorar a força das correlações no
presente estudo, o público alvo que poderia ficar restrito a somente os escolares
púberes, para um estudo mais centrado na puberdade e não sendo tão extenso,
fazendo as análises com o grupo pré e pós púbere.
56
4 CONCLUSÕES
Com relação aos marcadores antropométricos, foi possível verificar
que os níveis de peso, estatura e IMC encontram-se dentro dos padrões
recomendados pela Organização Mundial de Saúde, para a respectiva amostra
que foi subdivida em diferentes estágios da maturação puberal. Para as dobras
cutâneas (subescapular e somatório das dobras), foi encontrado um aumento das
dobras com o avançar dos estágios maturacionais. Na dobra tricipital, aconteceu
um aumento até a fase púbere e na fase pós púbere ocorreu um decréscimo
dessa medida.
Foi possível perceber uma crescente nas quatro provas individuais do teste
KTK, como também no somatório das provas (Quociente Motor), o que demonstra
que com o passar das fases e um avançar dos estágios maturacionais percebe-se
uma melhoria nos resultados encontrados.
Em relação ao nível de aptidão física, é possível identificar que os
escolares apresentaram níveis satisfatórios, sendo os avaliados que estão no
57
estágio pós púbere os que obtiveram melhores resultados em todas as provas e
foi possível também perceber uma crescente com o avanço dos estágios
maturacionais, existindo relações positivas entre a coordenação motora e aptidão
física, salientando que quanto melhor as habilidades motoras, melhor será o nível
de aptidão física, nos diferentes níveismaturacionais.
Os resultados apontam para uma melhoria em todos os avaliados durante a
puberdade, podendo-se concluir assim que a maturação interfere no quociente
motor e na aptidão física dosescolares.
Sugere-se para futuros estudos, o acompanhamento de atletas em nível de
performance para reconhecimento do comportamento de suas capacidades e
proporções morfológicas.
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APÊNDICE A – FICHAS DE COLETAS DE DADOS
Escola:___________________________________________________________ Turma: _______________________ Escola: Pública ( ) Particular ( ) Nome: ___________________________________________________________ Data da Coleta: ____/______/_____Data de Nascimento: ____/____/_____ Idade: ______ Sexo: ( ) M ( ) F Pratica Esporte? ( ) Sim ( ) Não Esporte :___________ N° de Dias (x):____ Se Sim: ( ) Escola ( ) Na Rua ( ) No Treino (Escolinha) Tempo:_________(min)
DADOS ANTROPOMÉTRICOS [1]
68
PERÍMETROS E DIÂMETROS (MATURAÇÃO) [2]
Altura Tronco Cefálica - AOT (m) Perimetria de Antebraço – PA (cm)
Altura Radial - AR (cm) Perimetria de Pescoço – PP (cm)
Altura Tibial – AT (cm) Perimetria da Cintura – PC (cm)
Diâmetro Femural – DF (mm) Perimetria Abdômen – ABD (cm)*
Perimetria Quadril – PQ (cm)*
DOBRAS CUTÂNEAS [3]
Dobras Cutâneas Dobra 1 Dobra 2 Dobra 3
Tríceps (mm)
Subescapular (mm)
TESTES DE APTIDÃO FÍSICA [4]
TESTES Tentativa 1 // Tempo Tentativa 2 // Tempo
Abdominal em 1 minuto
Sentar e Alcançar
Preensão Manual (Kgf)*
TESTE COORDENAÇÃO CORPORAL – KTK
NOME:_________________________________________________________________
Marcha em Equilíbrio a Retaguarda (1)
Tentativas Trave 1 (6cm) Trave 2 (4,5cm) Trave 3 (3cm)
1
2
3
Somatório de todos os pontos anotados no quadro acima: _______________Pontos
Massa Corporal (Kg) Estatura (cm) IMC
69
Saltos Laterais (15 segundos) - (2) Transposição Lateral (20 Segundos) - (3)
Tentativas Tentativas
1 1
2 2
Soma de Saltos: _________ Pts. Soma de Transposições:______ Pts.
Saltos Monopedais - (4)
Perna Direita
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Primeira Tentativa
Segunda Tentativa
Terceira Tentativa
Perna Esquerda
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Primeira Tentativa
Segunda Tentativa
Terceira Tentativa
Total: Direita: ______________Esquerda:______________
Somatório de todos os pontos anotados no quadro acima: _____________Pts
ANEXO A - VARIAVÉIS ANTROPOMÉTRICAS E VALORES DOS ESTÁGIOS
PUBERAIS
AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO PUBERAL
MATURAÇÃO SOMÁTICA
Para identificar a maturação puberal será utilizada a equação preditiva para a avaliação do da maturação puberal, validada por Medeiros et al. (2014), em crianças e adolescentes do sexo masculino com idades entre 8 a 18 anos. O processo de validação foi conduzido com a equação sendo comparado ao padrão ouro utilizado, proposto por Tanner e Whitehouse (1976), método esse conduzido por pediatras.
Quadro Geral
1 Equilíbrio
2 S. Laterais
3 T. Lateral
4 S. Monopedais
Soma
Pontos
70
Trinta e duas variáveis antropométricas foram utilizadas no estudo, porém, após a realização da análise estatística, apenas sete delas foram selecionadas para compor a equação de predição, medidas essas, realizadas segundo as recomendações propostas pela International Society for the Advancement of Kineanthropometry (ISAK). Sendo elas: Altura Tronco-Cefálica (ATC).Essa medida é feita entre o ponto mais alto da cabeça (vértex) e o plano de apoio da bacia (espinhas isquiáticas), sendo importante a observação do plano horizontal de Frankfurt. O avaliado deve sentar num banco de altura conhecida (50 cm) e o avaliador se colocar em pé ao seu lado. Diâmetro Biepicôndilo Femural (DF). A medida é realizada com o avaliado sentado, com a articulação do joelho flexionado a 90 graus e os pés sem tocar o solo. As hastes do paquímetro sevem ser introduzidas a 45 graus em relação à articulação do joelho, tocando as bordas externas dos côndilos medial e lateral do fêmur direito. Altura Óssea Radial (AR).O avaliado assume uma posição relaxada com os braços estendidos. O antebraço direito deve ser ligeiramente girado para a posição pronada médio. Mede-se a distância entre o rádio previamente marcado e o processo estiloide.
Altura Óssea Tibial (AOT). O avaliado assume uma posição sentada ou de pé no plano de Frankfurt. É a medida da borda súpero-medial da tíbia até a borda do maléolo medial inferior. Perimetrias de Pescoço (PP). O avaliado assume uma posição sentada ou de pé no plano de Frankfurt. O perímetro em torno do pescoço é medida imediatamente superior à tireóide cartilagem (pomo de Adão). A fita será mantida perpendicular ao longo eixo do pescoço, que pode não necessariamente seja no plano horizontal. Perimetria de antebraço (PA). O avaliado assume uma posição de pé relaxado. A medição é feita no perímetro máximo do antebraço distal aos epicôndilos do úmero, com a palma para cima (ou seja, supinada), enquanto relaxa os músculos do antebraço. Usando a técnica de cross-mão mover a fita métrica para cima e para baixo do antebraço e fazer medições em série, a fim de localizar corretamente o perímetro máximo. Perimetria de cintura (PC). O avaliado permanece em posição ortostática (PO), com abdômen relaxado, abaixo da última costela, a fita é posta no plano horizontal.
Os escores de predição dos estágios puberais serão apresentados a partir da equação:
Escore Discriminante (ED) = (0,49436278560689184 * Idade) +
(10,745262005428554 * ATC) + (0,11583047665354242 * Altura Óssea
Acrômio-radial) – (0,013939832589160376 * Altura Óssea Tibial) –
(0,02808260982382714 * D. femural) + (0,05963444692416902 * Perimetria de
71
Antebraço) + (0,22396819217173605 * Perimetria de Pescoço) –
(0,051554782432506024 * Perimetria de Cintura) - 19,6913881812955.
Para a identificação do estágio puberal, será utilizada a classificação proposta
por Medeiros et al. (2014), visto que baseado no resultado do escore obtido através
da equação preditiva, os estágios puberais serão estimados segundo os seguintes
valores de corte:
ESTÁGIOS VALORES DE CORTE
Estágio I ED ≤ - 1,67491
Estágio II - 1,6749 ≤ ED ≤ - 0,79575
Estágio III - 0,79575 ≤ ED ≤ 0,27226
Estágio IV 0,27226 ≤ ED ≤ 2,21446
Estágio V Ed ≥ 2,21446
Figura1 - Estágios puberais e valores de corte Fonte: MEDEIROS et al. (2014)
Variáveis antropométricas (Equação preditiva)
Idade: Est.(cm): ATC (m): AOT (cm): PA (cm): PC (cm):
Peso (kg): IMC: AR (cm): DF (mm): PP (cm):