Download - Conceitos Básicos de Nutrição de Suínos
Conceitos Bsicos de Nutrio de Sunos
Introduo A suinocultura moderna exige, cada vez mais, o uso
adequado das tecnologias de produo disponveis; O desenvolvimento gentico de linhagens de sunos,
mais produtivas e mais exigentes em ambiente, nutrio e manejo, traz a necessidade de se buscar um maior profissionalismo na atividade, com a adoo de tecnologias e procedimentos que maximizem o desempenho ao menor custo de produo possvel.
Introduo A
alimentao o componente de maior participao no custo de produo, exigindo uma ateno especial dos suinocultores. Isto implica na escolha cuidadosa dos alimentos, na formulao precisa das raes, e tambm, na correta mistura dos ingredientes.
Pirmide da ProduoGENTICAMANEJO INSTALAES
SANIDADEALIMENTAO 70 a 80% da custo da produo animal est diretamente ligado a nutrio.
Introduo O trabalho apresenta inicialmente conceitos bsicos
sobre nutrio, onde vamos abordar
A anatomia do trato digestivo dos sunos, Os processos de digesto e absoro, Os principais nutrientes e suas funes no organismo.
Introduo Os assuntos sero abordados de forma objetiva, com a preocupao de facilitar o entendimento de vcs! A o mesmo tempo, fornecer as informaes necessrias
para viabilizar o uso correto dos diferentes alimentos na nutrio de sunos.
Anatomia do trato digestivo dos sunos O suno um animal monogstrico que possui o trato
digestivo relativamente pequeno, com baixa capacidade de armazenamento. Tem alta eficincia na digesto dos alimentos e no uso dos
produtos da digesto, necessitando de dietas bastante concentradas e balanceadas.
Anatomia do trato digestivo dos sunos O aparelho digestivo do suno composto por boca, esfago, estmago, intestino delgado (duodeno, jejuno e leo), intestino grosso (ceco, colon e reto) e nus
Baixa Capacidade de Sntese de Nutrientes Excetuando
algumas vitaminas do complexo B, sintetizadas indiretamente pelos microorganismos que habitam o ceco, o suno no apresenta mapas metablicos de snteses endgenas importantes.
Baixo Aproveitamento de Fibras A morfofisiologia do trato digestivo suno no oportuniza
condies para microorganismos que usam como substrato materiais fibrosos.
Digesto e absoro A digesto ocorre atravs da ao das enzimas digestivas
presentes nas secrees salivares, gstricas, pancreticas e entricas, e atravs da ao de alguns microorganismos que habitam o trato gastro intestinal. Os rgos do trato digestivo participam na digesto e
absoro de nutrientes, da seguinte forma:
Digesto e absoro Boca: A mastigao tem como objetivo dividir o alimento
em partculas menores e mistur-lo com a saliva. A saliva formada por gua, mucina, sais inorgnicos e a
enzima -amilase, enzima que ataca as ligaes -1-4, presentes no amido e em outros polissacardeos, mas que exerce pouco efeito em funo da rpida deglutio. Esta
enzima atua sobre carboidratos, iniciando sua degradao, e age at o estmago, onde inativada pelo pH estomacal.
Digesto e absoro Estmago: A mucosa do estmago possui glndulas que
secretam o suco gstrico. O suco gstrico formado por gua, sais minerais, muco,
cido clordrico e pepsinognio. A concentrao cida do suco gstrico faz com que o
pepsinognio se transforme em pepsina, enzima que atua na degradao das protenas. A acidez tambm causa a destruio dos microorganismos
provenientes da dieta.
Digesto e absoro Intestino delgado: No intestino delgado chegam quatro
secrees: O suco pancretico, o suco duodenal, o suco entrico e a bile.O
suco pancretico secretado pelo pncreas e depositado no duodeno atravs do ducto pancretico e contm sais inorgnicos, principalmente bicarbonato sdico, compostos enzimticos como a amilase, lipase, tripsinognio, quimiotripsinognio e procarboxipeptidase.
Digesto e absoro A secreo do suco pancretico estimulada pelo cido
clordrico, amido, gorduras e hormnios gastrointestinais. O suco duodenal, produzido no duodeno, no contm
enzimas e serve como lubrificante e protetor das paredes do intestino. O suco entrico produzido entre as vilosidades do
intestino delgado e rico em enzimas, como as aminopeptidases, dipeptidases, lipase, maltase, sacarase, fosfatase, lactase, nucleases e nucleotidases.
Digesto e absoro Sua produo provocada pelo estmulo mecnico da
mucosa e pela presena de hormnios gastrointestinais. A bile, secretada pelo fgado e armazenada na vescula
biliar, contm sais sdicos e potssicos que ativam as lipases pancretica e intestinal e contribuem para a emulsificao das gorduras. A bile tambm facilita a absoro de cidos graxos e das
vitaminas lipossolveis.
Digesto e absoro Intestino grosso: A digesto no intestino grosso se realiza
por meio de algumas enzimas procedentes do intestino delgado e atravs da ao de microorganismos que habitam principalmente o ceco. Estes microorganismos so, em sua maioria, proteolticos e
atacam as protenas no digeridas no intestino delgado.
Digesto e absoro A maior parte da digesto e absoro dos nutrientes ocorre
no intestino delgado, que tem caractersticas anatmicas adequadas para esta finalidade, tais como o comprimento, as dobras, as vilosidades e as microvilosidades, que aumentam significativamente sua superfcie de contato e sua eficincia.
Digesto e absoro Os produtos da digesto so absorvidos nas vilosidades do
intestino delgado onde existem capilares sanguneos (via sangunea) e capilares linfticos (via linftica). Pela via linftica so absorvidos cidos graxos de cadeia
longa, vitaminas lipossolveis e protenas. Pela via sangunea, so absorvidos carboidratos na forma
de monossacardeos, aminocidos, vitaminas hidrossolveis, minerais e cidos graxos de cadeia curta.
Digesto e absoro As secrees enzimticas dos animais jovens em relao
aos adultos, diferem em concentrao e atividade. A evoluo da atividade enzimtica com a idade adquire
significado especial na nutrio, levando-se em conta a necessidade de adaptao do organismo s novas dietas.
Digesto e absoro O perodo ps desmame considerado crtico para os
sunos, uma vez que seu organismo, mais adaptado ao leite, passa a receber em quantidades maiores outras fontes de nutrientes. Por isso, as dietas das fases pr-inicial e inicial devem ser de fcil digesto e ricas em nutrientes, respeitando-se a evoluo gradativa da secreo de enzimas digestivas. A incluso de lactose, entre 7 e 14% da dieta, no perodo ps-desmame, importante devido alta concentrao da enzima lactase no organismo dos leites, cuja atividade decresce com o avano da idade.
DIGESTO EM ANIMAIS JOVENS Sistema Enzimtico do Leito Jovem Estmago
O pH do estmago de leites, lactentes ou no, sofre variaes de acordo com o tipo da dieta. A secreo do cido clordrico pode ocorrer j aos 8 dias, estando dependente do tipo de dieta administrada.
DIGESTO EM ANIMAIS JOVENS
DIGESTO EM ANIMAIS JOVENS
Carboidratos O carboidratos so as principais fontes de energia das
dietas dos animais. Os alimentos ricos em carboidratos constituem normalmente a maior proporo das raes e geralmente a maior parcela do custo total. As
principais fontes de energia provenientes dos carboidratos so os polissacardeos, como o amido, os dissacardeos, como a lactose, a sacarose e a maltose, e os monossacardeos, como a glicose, a frutose, a manose e a galactose.
Carboidratos O amido o carboidrato de reserva das plantas, armazenado
nos gros, sementes, razes e tubrculos, sendo constitudo de amilose e amilopectina. A digesto dos carboidratos se caracteriza pela degradao
enzimtica dos poli e dissacardeos, transformando-os em monossacardeos.
Carboidratos Inicialmente o amido hidrolisado no lmen intestinal pela
enzima alfa milase pancretica. Os dissacardios resultantes, na mucosa intestinal, so degradados atravs da ao das enzimas chamadas oligossacaridases, resultando em monossacardeos, forma pela qual so absorvidos pelo organismo e utilizados para produzir energia. A maior parte da
energia usada pelos animais para as atividades metablicas e de produo derivam da utilizao de compostos ricos em energia, principalmente adenosina trifosfato e creatina fosfato. Estes compostos adquirem a energia dos carboidratos e a liberam para o organismo animal.
Carboidratos
Lipdios Os lipdios so substncias insolveis em gua e solveis em
solventes orgnicos. Seus componentes mais importantes so cidos graxos, glicerol, mono, di e triglicerdeos e fosfolipdeos. Podem ser simples, quando formados apenas por cidos
graxos e gliceris, compostos, quando associados a outros grupos qumicos, ou derivados, quando resultantes da hidrlise dos dois anteriores.
Lipdios Os lipdios desempenham funes bioqumicas e fisiolgicas
importantes no organismo animal. Constituem uma forma de armazenagem e fonte de energia,
protegem o organismo do frio, so componentes estruturais do tecido nervoso, regulam o metabolismo e so componentes estruturais de membranas e provitaminas.
Lipdios As gorduras e leos so considerados lipdios simples,
compostos em sua maioria por esteres de glicerol e cidos graxos, na forma de triglicerdios. As gorduras vegetais so ricas em cidos graxos insaturados, e, devido a isso, so lquidas. As gorduras animais so ricas em cidos graxos saturados, e, por isso, so slidas, na maioria das vezes. As gorduras saturadas so de digesto mais difcil. Entre os cidos graxos destaca-se o cido linolico, que essencial na dieta dos animais, mas se encontra nas gorduras insaturadas ou leos vegetais.
Lipdios Dentre as vantagens do uso de gorduras nas raes, esto a
melhoria da palatabilidade, a reduo da poeira, a reduo nas perdas de alimento, a melhoria na converso alimentar, a melhor preservao do maquinrio atravs de maior lubrificao, facilidade de peletizao e aumento do teor de energia da rao.
Lipdios A digesto das gorduras no lmen intestinal requer a
participao das secrees pancreticas e biliares. A enzima lipase pancretica atua sobre os triglicerdios, degradando-os a monoglicerdios. Nesta fase, as secrees biliares atuam na emulsificao das gorduras para facilitar a ao das enzimas.
Lipdios Os produtos finais da digesto das gorduras so cidos
graxos, glicerol e monoglicerdeos. Os cidos graxos de cadeia curta e o glicerol so absorvidos diretamente, por difuso, para a via sangunea. Os cidos graxos de cadeia longa so solubilizados atravs da ao dos sais biliares, que atuam como detergentes, formando com os monoglicerdios, um agregado solvel chamado micela. A micela atua como veculo para a absoro, por difuso, dos monoglicerdeos. Para entrar na clula os cidos graxos de cadeia longa, so convertidos em acil coenzima A, pela presena de coenzima A e adenosina trifosfato.
Lipdios Na clula, os monoglicerdios se unem aos acil coenzima A,
e so reesterificados para triglicerdios. Os triglicerdeos se associam ao colesterol, aos esteres de
colesterol, aos fosfolipdios e a pequenas quantidades de protena para formar os quilomcrons. Os quilomcrons facilitam o transporte dos triglicerdios
atravs do sistema linftico para os tecidos, onde a gordura utilizada.
Lipdios
Protenas Protenas so compostos orgnicos formados por cadeias de
aminocidos, s vezes associados a minerais como o zinco, o cobre, o ferro e o enxofre. A sequncia de aminocidos determina as propriedades fsicas, qumicas e biolgicas das protenas. Possuem funo estrutural, de manuteno e reparo de tecidos, formao de enzimas e hormnios, proteo imunolgica, transporte e armazenamento, gerao e transmisso de impulsos nervosos, coagulao do sangue, equilbrio cido-base e fonte de energia.
Protenas Como exemplos de protenas importantes, temos as protenas
globulares (albuminas, globulinas, glutelinas, prolaminas e histonas), protenas fibrosas (colgenos, elastinas e queratinas) e as protenas conjugadas (nucleoprotenas, mucoprotenas, glicoprotenas, lipoprotenas e cromoprotenas). O valor protico dos alimentos medido normalmente em
porcentagem de protena bruta (PB), que considera o nitrognio total do alimento, participando, na maioria das vezes, em 16% da composio das protenas.
Protenas A digesto das protenas tem incio no estmago onde so
desnaturadas pelo pH cido e sofrem a ao da enzima pepsina. O processo tem continuidade no lmen do intestino pela ao
das enzimas pancreticas que degradam as protenas at mono e dipeptdios e a aminocidos livres. Atravs da ao das enzimas aminopeptidases, os mono e dipeptdeos so convertidos a amonocidos junto mucosa intestinal. Desta forma so ento absorvidos pela via sangunea.
Protenas
Aminocidos Muitos aminocidos podem ser sintetizados pelo organismo
em quantidades suficientes a partir de outros compostos nitrogenados e por isso so considerados no essenciais. Outros aminocidos no podem ser sintetizados ou o so em quantidades insuficientes. So considerados essenciais, devendo ser fornecidos na dieta e requerendo ateno especial na formulao de rao. So eles a arginina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina.
Protenas Considerando-se que a protena bruta do alimento no
estabelece a composio em aminocidos, o balanceamento das dietas atravs deste parmetro deficiente. Estabelece-se ento a necessidade de se trabalhar com valores em aminocidos, atravs das necessidades do animal e da composio dos alimentos, com ateno aos mais limitantes. Dessa forma, para os sunos com dieta base em milho e farelo de soja, os aminocidos mais limitantes em ordem de importncia so lisina, triptofano, treonina e metionina.
Aminocidos Considerando-se que a protena bruta do alimento no
estabelece a composio em aminocidos, o balanceamento das dietas atravs deste parmetro deficiente. Estabelece-se ento a necessidade de se trabalhar com valores em aminocidos, atravs das necessidades do animal e da composio dos alimentos, com ateno aos mais limitantes. Dessa forma, para os sunos com dieta base em milho e farelo de soja, os aminocidos mais limitantes em ordem de importncia so lisina, triptofano, treonina e metionina.
Energia A quantidade de calor produzido pela oxidao completa dos
alimentos, expressa em calorias, denominada de energia bruta ou total. A energia total ingerida no totalmente aproveitada pelo
animal, e existem perdas, razo pela qual a energia de um alimento pode ser expressa de diversas formas, correspondendo, cada uma, a um valor energtico. Com base em sua utilizao, a energia bruta dos alimentos pode ser subdividida da seguinte forma:
Energia
Vitaminas Vitaminas
so compostos orgnicos indispensveis ao desenvolvimento e manuteno da vida, requeridos em pequenas quantidades e no sintetizados pelo organismo. As vitaminas esto envolvidas com a absoro e o metabolismo de nutrientes. Muitas vitaminas atuam como agentes catalizadores das reaes do metabolismo de carboidratos, protenas e gorduras. Outras exercem funes a nvel de membranas e afetam a absoro dos nutrientes. A forma mais comum de fornecer as vitaminas essenciais mediante o uso de suplementos vitamnicos comerciais.
Vitaminas Nas dietas para sunos recomenda-se suplementao das
vitaminas A, D, E, K, riboflavina, niacina, cido flico, cido pantotnico, colina, biotina, piridoxina, tiamina e vitamina B12. Deve-se tomar especial cuidado na armazenagem dos suplementos vitamnicos, evitando perodos longos de armazenamento e protegendo-os da luz, calor e umidade. Normalmente no se recomenda o armazenamenro das vitaminas por perodos maiores que 30 dias, especialmente se estiverem misturadas com os minerais nos premixes.
Vitaminas Outro fator importante a ser considerado no uso das
vitaminas a necessidade de se fazer uma mistura homognea com os demais ingredientes, face pequena quantidade utilizada.
Minerais As necessidades quantitativas de minerais no organismo so
pequenas, mas suas funes so vitais para a mantena e produo. Os minerais considerados essenciais para os sunos so o clcio, fsforo, sdio, potssio, cloro, magnsio, ferro, enxofre, iodo, mangans, cobre, cobalto, zinco, flor, molibdnio, selnio e cromo.
Minerais Os macrominerais, que incluem clcio, fsforo, sdio, cloro,
potssio, magnsio e enxofre, geralmente tm funes estruturais como componentes dos ossos, tecidos e fludos orgnicos, e tambm intervm na regulagem da presso osmtica e na mantena do equilbrio cido bsico. Os microminerais participam, na sua maioria, como parte
integrante de sistemas enzimticos em uma srie de processos metablicos essenciais. Na formulao de rao para sunos deve-se dar ateno ao clcio, fsforo, sdio, mangans, selnio, ferro, zinco, cobre e iodo.
Exigncias nutricionais Exigncia
nutricional a quantidade mnima de um determinado nutriente que deve ser fornecida aos animais para satisfazer suas necessidades de mantena e produo.
As exigncias nutricionais dos sunos variam de acordo com o
potencial gentico, a idade, o sexo, o peso e a fase produtiva em que os animais se encontram. Na nutrio dos sunos, deve-se levar em conta estas
diferenas, para se obter a mxima eficincia produtiva.
DESENVOLVIMENTO PS-NATAL A eficincia alimentar do suno inversamente
proporcional ao seu peso. Isso se justifica porque na medida em que aumenta
o peso vivo h reduo dos percentuais de gua, protena e cinzas, e aumento da gordura.
Crescimento
Crescimento
DESENVOLVIMENTO PS-NATAL O aumento de peso a traduo de que parte dos
alimentos foram armazenados sob diferentes formas. E quanto menos energticas forem essas formas,
melhor a eficincia. Ento, nada mais ineficaz do que transformar
alimento em lipdeos, a forma mais energtica das reservas corporais.
Sumrio dos processos digestivos
Sumrio dos processos digestivos
Sumrio dos processos digestivos
Obrigado pela ateno