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Professor Ms. Fabrízio RosaProfessor Ms. Fabrízio Rosa
CONCURSO DE CONCURSO DE PESSOASPESSOAS
CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS
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CONCURSO DE CONCURSO DE PESSOASPESSOAS
“O fato punível pode ser obra de um só ou de vários agentes. Seja para assegurar a realização do crime, para garantir-lhe a impunidade, ou simplesmente porque interessa a mais de um o seu cometimento, reúnem-se os consórcios, repartindo entre si as tarefas em que se pode dividir a empresa criminosa, ou, então, um coopera apenas na obra do outro, sem acordo embora, mas com a consciência dessa cooperação.”
Aníbal Bruno, Direito Penal II.
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CONCURSO DE PESSOASCONCURSO DE PESSOAS
Quando o delito resulta da conduta de várias pessoas, algumas têm participação meramente acessória, não podendo ser tidas como autoras – são partícipes.
Outras, no entanto, realizam o fato típico ou concretizam parte da descrição do crime, funcionalmente, sendo, portanto, autores (co-autor).
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Classificação do delito Classificação do delito pelo número de agentespelo número de agentes
• De acordo com o número de agentes envolvidos na prática criminosa, os crimes podem ser classificados:
• Crimes unissubjetivos (ou de concurso eventual):são aqueles que podem ser praticadas por um ou mais agentes (ex. homicídio, roubo, etc);
• Crimes plurissubjetivos (ou de concurso necessário) são aqueles que somente podem ser cometidos por dois ou mais agentes;
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Classificação do delito Classificação do delito pelo número de agentespelo número de agentes
• Os crimes plurissubjetivos se classificam em:• Crimes de condutas paralelas: (ou crimes coletivos
em sentido próprio): são aqueles que as condutas dos agentes atuam lado alado em colaboração, visando a produção de um resultado comum (ex. art. 288 do CP);
• Crimes de condutas contrapostas: (crimes bilaterais) são aqueles que as condutas dos agentes se desenvolvem uma contra outra, movendo-se de pontos opostos (ex. rixa)
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CONCURSO DE PESSOASCONCURSO DE PESSOAS
O concurso de pessoas – eventual - decorre da ciente e voluntária participação de duas ou mais pessoas na mesma infração penal (diverso dos delitos de concurso necessário como na bigamia art. 235, quadrilha art. 288, rixa art. 137 CP).
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TEORIAS SOBRE A TEORIAS SOBRE A NATUREZA DO CONCURSONATUREZA DO CONCURSO
• Pluralista: de caráter subjetivo, esta teoria trata a participação como crime autônomo. Cada agente realiza uma ação à qual se liga por vínculo psicológico. Trata-se cada partícipe como autor de um delito sui generis de tal forma que existirão diversos autores realizando diversos delitos.
• Dualística: há dois delitos um para os autores – que realizam a atividade principal, o tipo legal – e outro para os partícipes que desenvolvem atividade secundária, punida com menos rigor porque não realizam a conduta nuclear do tipo.
• Monista (unitária ou igualitária): esta teoria decorre da teoria da equivalência de condições prevista no art. 13 do CP não fazendo distinção entre autor, co-autor e partícipe: todos os que concorrem para o crime são autores. O partícipe é co-autor e responde inteiramente pelo evento. Dá lugar ao conceito unitário de autor. O nosso CP , com a reforma de 1984, adota esta teoria embora de forma matizada.
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Artigo 29 do Código Artigo 29 do Código Penal Penal
“Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
p.1o. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
p.2o. Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até a metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.”
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REQUISITOS DO REQUISITOS DO CONCURSO CONCURSO
• Pluralidade de pessoas e de conduta
• Relevância causal de cada conduta
• Liame subjetivo ou psicológico – consciência de cooperação em causa comum. Adesão voluntária mas, não é necessário acordo prévio.
• Identidade do ilícito penal
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Divisão Divisão
• Co-autoria
• Participação: instigação, cumplicidade (técnica ou física e intelectual ou psíquica)
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Autoria e co-autoriaAutoria e co-autoria
• Conceito de autor: existem várias teorias sobre o conceito de autor.
• Teoria extensiva de autor: utiliza critério material-objetivo, esta teoria tem como fundamento a doutrina causal da equivalência de condições e tem como autor todo aquele que de qualquer forma produz o resultado.
Autor, para esta teoria não é só quem concretiza o comportamento típico mas quem, mediante outras formas de participação (instigação, induzimento, auxílio) realiza conduta sem a qual o resultado não teria ocorrido.
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Autoria e co-autoria Autoria e co-autoria Teoria extensiva de autorTeoria extensiva de autor
A pena abstrata, no plano objetivo é a mesma para todos. Subjetivamente, quem não realiza a conduta típica deve receber tratamento punitivo mais suave.
Porque decide quem é autor ou partícipe no plano da vontade, do dolo de autor (animus autoris) ou do dolo de partícipe (animus socii) e que participar de fato alheio, denomina-se, também, teoria subjetiva causal.
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Autoria e co-autoriaAutoria e co-autoria
• Teoria restritiva de autor: adotando um critério formal-objetivo, para esta teoria autor é quem realiza o fato típico expresso no verbo. Assim, o executor é autor porque, de fato, mata, ofende, subtrai, constrange mas, o “autor de escritório” , o organizador, o chefe, seria mero partícipe.
Não pode ser aplicada a comportamentos que deveriam ser considerados de autor e exclui aquele que comete o crime valendo-se de quem não age com culpabilidade (insano mental) confundindo autor mediato com partícipe e deixa impune aquele .
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Autoria e co-autoriaAutoria e co-autoria
• Teoria do domínio do fato (de origem restritiva).Criada junto com finalismo, esta teoria foi introduzida
por Welzel e se utiliza objetivo-subjetivo, tem como autor aquele que tem o controle final do fato, domina finalisticamente, o decurso do crime e decide sobre a prática, interrupção e circunstâncias (se, quando, onde, como, etc..)
Esta teoria se assenta na conduta e não no resultado.O partícipe, para esta conduta, não tem o domínio do
fato, apenas coopera, induz, instiga mas...deve esperar que o autor haja para que ele possa participar porque não tem o domínio da realização do fato delitivo em suas mãos.
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Espécies de autor face do Espécies de autor face do domínio do fatodomínio do fato
• Autoria propriamente dita (autoria individual e imediata)
• Autoria intelectual
• Autoria mediata
• Co-autoria (reunião de autorias)
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Autoria propriamente Autoria propriamente dita dita
O autor ou executor realiza materialmente a conduta típica, age sozinho, não havendo indutor, instigador ou auxiliar.
Ele tem o domínio da conduta.
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Autoria intelectualAutoria intelectual
O sujeito planeja a ação delitiva, constituindo o crime produto de sua criatividade.
É o caso do chefe da quadrilha que, sem efetuar o comportamento típico, planeja e decide a ação conjunta.
Ele não só responde pelo crime como autor, mas tem a penalidade agravada – art. 62, I.
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Autoria mediataAutoria mediata
Na autoria mediata, uma pessoa serve-se de outra para praticar o fato porque tem o domínio da vontade do executor, chamado instrumento.
Ex: hipnotizador, aquele que constrange alguém mediante grave ameaça a assinar documento falso. Nestes casos não há participação dado o domínio que o autor mediato exerce sobre a vontade do executor.
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Autoria mediataAutoria mediata
A autoria mediata inclui as seguintes hipóteses:• Ausência de capacidade penal do instrumento por
menoridade, embriaguez ou doença mental (art. 62, III do CP)
• Coação moral irresistível ou obediência hieráquica (art. 22 do CP)
• Erro de tipo escusável determinado por terceiro, em que o instrumento age sem dolo (art. 20, p. 2°. do CP)
Ex: caçador induz o companheiro a atirar naquilo que indica como animal, sabendo se tratar de pessoa
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Autoria mediataAutoria mediata
Resumindo :• É autor direto: quem realiza pessoalmente a
conduta típica, ainda que utilize outro, que não realiza a conduta como instrumento físico;
• É autor mediato: quem se vale de um terceiro que age sem dolo, que age atipicamente que age justificadamente.
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CO-AUTORIA CO-AUTORIA
• Co- autor é: Aquele que concorre para a realização do tipo, também responde pela qualificadora ou agravante, quando tem consciência e a aceita como possível.
• funda-se no processo da divisão do trabalho – todos querem a realização do delito – decisão comum para realizar o resultado - co- autor realiza a conduta típica da prática comunitária do crime.
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FORMAS DE CO-AUTORIAFORMAS DE CO-AUTORIA
• Direta: todos os sujeitos realizam a conduta típica. Ex: diversas pessoas agridem a vítima produzindo-lhe lesões corporais.
• Parcial ou funcional: há divisão de tarefas executórias do delito. Esta é a que trata especificamente sobre o domínio funcional do fato porque alude à repartição de atividades ou funções entre os diversos autores.
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FORMAS DE CO-AUTORIAFORMAS DE CO-AUTORIA
Os atos executórios do iter criminis são distribuídos entre os diversos autores, de modo que cada um é responsável por uma parte do fato, desde a execução até o momento consumativo.
As colaborações são diferentes, de forma que a ausência de uma contribuição pode frustrar o delito. Por este motivo todos detêm o domínio funcional do fato.
Ex: no roubo, alguns se apoderam do dinheiro enquanto outros se ocupam do constranger a vítima mediante ameaça, vigilância e direção de veículos; no homicídio enquanto um segura outro desfere os golpes mortais; no estupro, enquanto um ameaça ou imobiliza a vítima o outro mantém com ela a conjunção carnal.
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FORMAS DE CO-AUTORIAFORMAS DE CO-AUTORIA
De qualquer forma na co-autoria (parcial ou funcional) a conduta de cada um dos autores deve ser de tal modo necessária que, sem ela o delito não teria ocorrido, não seria cometido.
Terá que se avaliar caso a caso o problema das condutas daqueles que se ocupam de fazer campana, de dirigir automóvel, do “aprendiz assistente” . Para Damásio de Jesus a contribuição, ainda que não causal, é criminalmente relevante se facilitou ou reforçou a consecução do objetivo final.
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Co- autoria e co-autor Co- autoria e co-autor sob outras formassob outras formas
A co- autoria pode ser:
• simples: dois executores da conduta típica;
• Complexa: um executor e outro co-autor intelectual ou funcional.
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Co- autoria e co-autor Co- autoria e co-autor sob outras formassob outras formas
O co-autor pode ser:
• Direto ou material: ele é um dos sujeitos que executa o verbo do tipo.
• Intelectual: na repartição de tarefas, é o autor da idéia delitiva (mandante, que detém o domínio do fato) ou se incumbe de organizar o plano criminoso. Mandato é forma de determinação;
• Funcional: cabe-lhe, na missão criminosa executar parte do comportamento típico.
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PARTICIPAÇÃO PARTICIPAÇÃO
Partícipe, na teoria do domínio do fato, é quem efetiva um comportamento que não se ajusta ao verbo do tipo e não tem poder de decisão sobre a execução ou consumação do crime.
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PARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃO
São características da participação:
• a conduta não se amolda ao núcleo da figura típica (o verbo);
• o partícipe não tem nenhum poder diretivo sobre o crime, ou , não possui o domínio final do fato.
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PARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃO
Contribui para o delito acessoriamente mediante induzimento (determinação), instigação ou auxílio material (cumplicidade).
Distinguem-se o autor, o co-autor e o partícipe:• Autor: detém o domínio do fato;
• Co-autor: detém o domínio funcional do fato influenciando o “ como” e o “ se” do crime;
• Partícipe: só possui domínio sobre a própria conduta tornando-se um colaborador num delito que não lhe pertence, se o delito, ao menos, chegar a ser tentado.
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PARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃO
Esta teoria (do domínio do fato) só é aplicável aos crimes dolosos – materiais , formais ou de mera conduta.
Nos culposos não haverá distinção entre autoria e participação sendo autor todo aquele que, mediante qualquer conduta, produz resultado típico, deixando de observar o cuidado objetivo necessário.
Crimes omissivos puros (próprios), ocorrendo o concurso o partícipe responde – só admite participação, não co-autoria. Ex: art. 299 do CP, 269 do CP.
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PARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃO
Neste caso, do 269 do CP dois médicos deixam de notificar doença, ambos são autores, vez que o outro médico tem , sozinho, a mesma obrigação.
Pode haver co-autoria nos omissivos impróprios ou comissivos por omissão – mas há necessidade que tenha o dever de agir (art. 13, p. 2o. do CP).
Ex: Responsável por fechar a porta do escritório não o faz para facilitar crime de furto; deixa de chamar a polícia, podendo, vigia de fábrica, para permitir furto.
![Page 32: Concurso de Pessoas - Doutrina](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022062419/5571f81c49795991698ca818/html5/thumbnails/32.jpg)
PARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃO
De qualquer forma deve aderir à vontade, ao propósito criminoso, estabelecendo o vínculo subjetivo, sem o qual, não pode haver punição.
Ex: A imagina que B irá furtar a casa de D, seu vizinho. Nada faz, até porque está intimamente de acordo porque acha que D bem merece. Chega mesmo a observar B ingressando na casa de D e retirando os objetos. Para impedir o delito bastaria gritar “pega ladrão” ou, avisar a polícia mas, se omite. Como não tem o dever de impedir o resultado porque não ocupa a posição de garante, e nada faz, não pode ser considerado co-autor ou partícipe.
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Autoria colateral Autoria colateral (co-autoria lateral (co-autoria lateral
imprópria) imprópria)
Não há ajuste ou consciência de cooperação.
Ex: caso de morte de indivíduo sem ajuste prévio, sem que qualquer dos agentes tivessem conhecimentos da ação e vontade uns dos outros.
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Cooperação dolosamente Cooperação dolosamente distinta distinta
Parágrafo 2°. do art. 29 do CP:“Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até a metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.”
Ex: A e B combinam expulsar da uma casa de sua propriedade, à força, uma inquilina que há tempos está inadimplente. A ingressa na casa e B fica fora do lado de fora esperando o fim da “operação”.
“A” empregando força causa lesões leves na mulher mas, em seguida, resolve estuprá-la.