CONTABILIDADE
PÚBLICAReceita Pública
RECEITA PÚBLICA
É o conjunto de recursos financeirosque a Administração Pública arrecada
com vistas a fazer frente às despesas
decorrentes do cumprimento de suas
funções.2
RECEITA PÚBLICA
O ingresso das receitas públicas aoscofres públicos é feito de maneiraDEFINITIVA.
Isso é o que diferencia as receitas demeros ingressos/fluxo de caixa. Os quaispor força de lei ou contrato sãoposteriormente devolvidos. Ex. Restituiçãode Imposto de Renda.
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A Classificação da Receita
A classificação adotada pela Lei
Federal nº 4.320/1964 relaciona a
representação de cada dígito com
a respectiva hierarquização.4
A Classificação da Receita
A classificação das receitas érepresentada por um códigonumérico composto de oitodígitos:
X.X.X.X.XX.XX5
A Classificação da Receita
A classificação atual compõe o
Anexo atualizado da Lei Federal
nº 4.320/1964 e estabelece uma
estrutura básica para a União, os
Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.6
A Classificação da Receita
Código
1.1.1.2.04.10
Terminologia Exemplo
1.0.0.0.00.00 Categoria
Econômica
Receita Corrente, Receita de Capital
1.1.0.0.00.00 Subcategoria
Econômica
Receita Tributária
1.1.1.0.00.00 Fonte Impostos
1.1.1.2.00.00 Rubrica Imposto sobre o Patrimônio e a Renda
1.1.1.2.04.00 Alínea Imposto sobre a Renda e Proventos de
qualquer Natureza
1.1.1.2.04.10 Subalínea Pessoas Físicas
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A Classificação da Receita
O § 1º, do artigo 11 da Lei Federal nº 4.320/1964
faz o desdobramento da categoria econômica
da receita corrente.
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de
contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços
e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
quando destinadas a atender despesas classificáveis em
Despesas Correntes.
(Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
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A Classificação da Receita
O § 2º, do artigo 11 da Lei Federal nº 4.320/1964
faz o desdobramento da categoria econômica
da receita de capital.
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de
recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da
conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado,
destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de
Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
(Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
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A Classificação Econômica ou Legal da
Receita
Receitas Correntes Receitas de Capital
11 – Receita Tributária 21 – Operação de Crédito
12 – Receita de Contribuições 22 – Alienação de Bens
13 – Receita Patrimonial 23 – Amortização de Empréstimos
14 – Receita Agropecuária 24 – Transferências de Capital
15 – Receita Industrial 25 - Outras Receitas de Capital
16 – Receita de Serviços
17 – Transferências Correntes
19 – Outras Receitas Correntes
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A Classificação da Receita
A Classificação por Fontes de Recursos
é um instrumento programático oriundo
da necessidade prática de agrupar
valores de distintas naturezas.
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A Classificação da Receita conforme a
origem
• Receitas originárias
• Receitas derivadas
• Receitas transferidas
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A Classificação da Receita conforme a
origem
• Receitas originárias: é a Receita Pública efetiva das
rendas produzidas pelos ativos do Poder Público, pela
cessão remunerada de bens e valores (aluguéis e ganhos
em aplicações financeiras), ou aplicação em atividades
econômicas (produção, comércio ou serviços).
• É uma classificação da Receita Corrente. As Receitas
Originárias também são denominadas como receitas de
economia privada ou de direito privado.
• Alguns exemplos são: Receitas Patrimoniais, Receitas
Agropecuárias, Receitas Comerciais, Receitas de Serviços,
etc.
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A Classificação da Receita conforme a
origem
• Receitas derivadas: é a Receita Pública
efetiva obtida pelo Estado em função de sua
soberania, por meio de tributos, penalidades,
indenizações e restituições.
• É uma classificação da Receita Corrente
As receitas derivadas são formadas por receitas
correntes, segundo a classificação de receita
pública por categoria econômica.
• Exemplos são: Receita Tributária, Receita de
Contribuições, Taxa de Serviços, etc.
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• Receitas derivadas subdividemem:
• Reparações de guerra;
• Penalidades
• Tributos – Impostos, taxas, contribuição demelhoria, empréstimo compulsório econtribuições para fiscais ou especiais.(BRASIL, 2004).
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Classificação segundo a
regularidade da receita
• A Lei 4.320, de 1964, de forma implícita, classifica a
receita em orçamentária e extra orçamentária.
• São receitas orçamentárias as receitas que integram
definitivamente ao patrimônio público sem qualquer
correspondência no passivo e estejam ou não
prevista na Lei de Orçamentária Anual (LOA).
• A receita extra orçamentária é aquela que nãoconsta na Lei Orçamentária Anual e compreende as
entradas de caixa ou créditos de terceiros que o
Estado tem obrigação de devolução ou
reconhecimento.
• São exemplos de receita extraordinária:
• Depósitos Diversos: são os valores depositados
esporadicamente. Ex. depósito de garantia para a
participação em procedimentos licitatórios;
• Restos a pagar do exercício: são classificados do ladodas receitas no balanço financeiro, para compensar a
sua inclusão na despesa;
• Valores arrecadados de uma forma transitória: cauções,
depósitos judiciais, provisões para cheques não
registrados no exercício;
• Serviço da dívida a pagar: o procedimento é o mesmo
do resto a pagar, é segregado para fins de controle de
quanto deverá ser pago no exercício seguinte de juros e
encargos de dívida;
• Operações de crédito por antecipação da receita, etc.
(CARVALHO, 2006).
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Receitas transferidas: são aquelas decorrentes
da transferência entre os entes da Federação. A
hipótese mais comum é a repartição da
arrecadação tributária, realizada nos termos dos
artigos 157 a 162 da CF. A despeito de ser umareceita cuja origem é o pagamento de tributos,
trata-se de receita transferida, pois não decorre
da competência tributária da entidade política
que a recebe.
A Classificação da Receita conforme a origem
Estágios da Execução
da Receita Pública
A legislação estabelece as seguintes
fases para a receita:
previsão,
lançamento
arrecadação/recolhimento.
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Estágios da Execução
da Receita Pública
A previsão é uma fase da receita
pública mais relacionada ao
processo de elaboração
orçamentária.
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Estágios da Execução
da Receita Pública - PREVISÃO
A previsão da receita é a estimativa dequanto se espera arrecadar durante oexercício financeiro, correspondendoaos impostos diretos, taxas,contribuições de melhoria, serviçosindustriais, rendas patrimoniais e etc. Ébase na estimativa da receita que oGoverno planeja e define os gastosque comporão a LOA.
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Estágios da Execução
da Receita Pública - PREVISÃO
Regras para a elaboração da previsão dareceita (LRF):
Observar normas técnicas e legais;
Considerar os efeitos das alterações nalegislação, da variação do índice depreços, do crescimento econômico ou dequalquer outro fator relevante;
Acompanhar demonstrativos de evolução,nos últimos três anos, da projeção para osdois seguintes àquele a que se referirem,bem como da metodologia e daspremissas utilizadas.
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Estágios da Execução
da Receita Pública - LANÇAMENTO
O lançamento é a identificação do devedor ouda pessoa do contribuinte.
A Lei nº 4.320/1964 define o lançamento dareceita como sendo o ato da repartiçãocompetente que verifica a procedência docredito fiscal, a pessoa devedora e inscreve adébito dela.
O Código Tributário Nacional define essamedida como sendo o procedimentoadministrativo tendente a verificar a ocorrênciado fato gerador da obrigação correspondente,a matéria tributável, o cálculo do montante dotributo e a identificação do respectivo sujeitopassivo.
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Estágios da Execução
da Receita Pública -
ARRECADAÇÃO/ RECOLHIMENTO
A arrecadação da receita está ligada aospagamentos feitos diretamente peloscontribuintes às repartições fiscais e àrede bancaria autorizada.
O recolhimento compreende a entregado produto da arrecadação pelasreferidas repartições e estabelecimentosbancários ao Banco do Brasil para créditona conta da Receita da União (ou nosBancos Estaduais para crédito na Contada Receita Estadual do Tesouro Estadualou na Conta de Receita Municipal doTesouro Municipal, conforme o caso).
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Estágios da Execução
da Receita Pública
O Recolhimento é constituído pelaentrega dos valores arrecadados pelosagentes públicos ou privados aos cofrespúblicos, tornando-os disponíveis aoTesouro, em obediência ao princípio legalda unidade de tesouraria.
Art. 56. O recolhimento de todas asreceitas far-se-á em estrita observânciaao princípio de unidade de tesouraria,vedada qualquer fragmentação paracriação de caixas especiais. (Lei4.320/64)
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Uma Receita pode ser arrecadada sem ter sido prevista?
A legislação estabelece uma
sequência para a execução das
receitas, sendo flexível conforme a
sua natureza, e possível arrecadar
uma receita sem ter sido prevista.
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SOBRE A CLASSIFICAÇÃO
ECONÔMICA DAS RECEITAS
RECEITAS CORRENTES
Receitas Correntes
11 – Receita Tributária
12 – Receita de Contribuições
13 – Receita Patrimonial
14 – Receita Agropecuária
15 – Receita Industrial
16 – Receita de Serviços
17 – Transferências Correntes
19 – Outras Receitas Correntes
Receita Tributária: é a receita decorrente da
competência tributária instituída pela
Constituição Federal. Entende-se por tributo
toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. Os tributos classificam-seem Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria:
Impostos: são os tributos que compreendem àcontribuição monetária, que os poderes públicos
exigem da sociedade para atendimento de
serviços não específicos. É a modalidade de
tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade
estatal específica, relativamente ao contribuinte.
Receita Tributária:
Taxas: é o tributo cobrado pela União, pelosEstados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo
como fato gerador o exercício regular do poder
de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de
serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Contribuição de Melhoria: é o tributo gerado pela
valorização imobiliária decorrentes das obras
públicas realizadas, como forma de ressarcimento
do dinheiro público gasto para execução dessas
obras. Portanto, a Contribuição de Melhoria é
instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária.
Receita de Contribuições: são aquelas receitasdecorrentes de contribuições sociais, contribuiçõesde Intervenção no Domínio Econômico. Comoexemplo pode-se citar, a Contribuição deEmpregadores e Trabalhadores o Instituto deSeguridade Social (INSS), o Programa de IntegraçãoSocial (PIS), a Contribuição para o Financiamento daSeguridade Social (COFINS) e a Contribuição Socialsobre o Lucro Líquido (CSLL).
Receita Patrimonial: Decorrente da utilização de bensimóveis, de rendimentos de valores mobiliários, taiscomo títulos de rendas e receitas derivadas dopatrimônio (juros bancários).
Receita Agropecuária: são receitas decorrentes deexplorações agropecuárias: agricultura (cultivo dosolo), inclusive hortaliças e flores: pecuária (criação,recriação ou engorda do gado de pequenosanimais); silvicultura (ou reflorestamento) e extraçãode produtos vegetais;
Receita Industrial: são aquelas provenientes dasatividades industriais definidas como tais pelaFundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística– IBGE.
Receita de Serviços: são as receitas decorrentesdaquelas atividades que se caracterizam pelaprestação de serviços tais como: comércio,transporte, comunicação, serviços hospitalares,armazenagem, serviços recreativos e culturais, etc.
Transferências Correntes: recursos recebidos de outrapessoa de direito público ou privado, independentede contraprestações direta de bens ou serviços.Podem ocorrer a nível intragovernamental (dentro doâmbito de um mesmo governo) e intergovernamental(entre governos diferentes, da União para o Estado,do Estado para os Municípios), assim como recebidosde Instituições Privadas, do Exterior e de Pessoas.
Outras Receitas Correntes: integram essas receitas asMultas e Juros de Mora, Indenizações e Restituições,Receita da Dívida Ativa e Receitas Diversas;
Receitas Correntes Intra-Orçamentárias: São receitas
correntes de órgãos, fundos, autarquias, fundações,
empresas estatais dependentes e de outras entidades
integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade
social decorrentes do fornecimento de materiais,
bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e
contribuições, além de outras operações, quando o
fato que originar a receita decorrer de despesa de
órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal
dependente ou de outra entidade constante desses
orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo.
RECEITAS DE CAPITAL
Receitas de Capital
21 – Operação de Crédito
22 – Alienação de Bens
23 – Amortização de Empréstimos
24 – Transferências de Capital
25 - Outras Receitas de Capital
Operações de Crédito: recursos decorrentes da
colocação de títulos públicos ou de
empréstimos obtidos junto a entidades estatais
ou particulares internos ou externos. Noorçamento este título representa, como regra, o
déficit orçamentário e no Balanço, os ingressos
efetivos.
Alienação de Bens: proveniente da alienaçãode bens imóveis e móveis.
Amortização de empréstimos: provenientes da
amortização de empréstimos concedidos, ou
seja, a receita obtida com o retorno de recursos
que haviam sido emprestados.
Transferências de Capital: por identidade, as
descrições das transferências de capital
correspondem àquelas apresentadas em
transferência correntes, salvo no que se refere à sua
destinação, pois as receitas de capital, em sua
aplicação, devem ser destinadas obrigatoriamente
em gastos de capital: investimentos ou inversões
financeiras
Outras Receitas de Capital: neste título serão
classificadas as receitas de capital que não atendem
às especificações anteriores. Deve ser empregado
apenas no caso de impossibilidade de utilização dos
demais títulos.
Receitas de Capital Infra-Orçamentárias: Receitas de
capital de órgãos, fundos, autarquias, fundações,
empresas estatais dependentes e outras entidades
integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade
social derivadas da obtenção de recursos mediante
a constituição de dívidas, amortização de
empréstimos e financiamentos ou alienação de
componentes do ativo permanente, quando o fato
que originar a receita decorrer de despesa de órgão,
fundo, autarquia, fundação, empresa estatal
dependente ou outra entidade constante desses
orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo.
REFERÊNCIAS Conselho Federal de Contabilidade. Normas brasileiras de contabilidade:
contabilidade aplicada ao setor público: NBCs T 16.1 a 16.11 -- Brasília: Conselho
Federal de Contabilidade, 2012. Disponível em: < http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-
content/uploads/2013/01/Setor_Público.pdf>. Acesso em 01 mar. 2018
KOHAMA, Hélio. Contabilidade pública: teoria e prática. 11ª ed. São Paulo:
Atlas,2010.
MOTA, Francisco Glauber Lima. Contabilidade aplicada ao setor público. Brasília:
Editora Gestão Pública, 2009.
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de Contabilidade Aplicada ao
Setor Público. Disponível em:
<http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/456785/MCASP+7ª%20edição+V
ersão+Final.pdf/6e874adb-44d7-490c-8967-b0acd3923f6d>. Acesso em 26 fev. 2018.
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um enfoque administrativo.