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Contribuição da Eficiência Energética na Expansão da Oferta de Energia
Ricardo Gorini de OliveiraDiretor de Estudos Econômico-Energéticos e
Ambientais - EPE
São Paulo 30 de agosto de 2016
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Contribuição: o Brasil pretende comprometer-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025.
Contribuição indicativa subsequente: reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030.
Horizonte temporal: meta para o ano de 2025; valores indicativos de 2030 apenas para referência.
É "pretendida" no sentido de que pode ser ajustada, se necessário, antes da ratificação, aceitação ou aprovação do acordo de Paris à luz de disposições ainda a serem acordadas no âmbito do mandato da Plataforma de Durban*.
A iNDC do Brasil aplica-se ao conjunto da economia e, portanto, baseia-se em caminhos flexíveis para atingir os objetivos de 2025 e 2030. Neste contexto, o Brasil pretende adotar medidas adicionais para o setor de energia, que são consistentes com a meta de temperatura de 2°C
pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC)
*Plataforma de Durban foi o conjunto de acordos firmados na 17ª Conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP-17), em 2011, na África do Sul.
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PRINCIPAIS MEDIDAS iNDC NO SETOR ENERGÉTICOBRASILEIRO
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- participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030;
- participação de fontes renováveis, além da energia hídrica, de 28% a 33% até 2030;
- participação de bioenergia na matriz energética de aproximadamente 18% até 2030;
- alcançar 23% de participação de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de energia elétrica;
- alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até 2030.
Medidas iNDC para o setor de energia
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CENÁRIO SÓCIO-ECONÔMICO
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2025
2026
2027
2028
2029
2030
0.0%
0.2%
0.4%
0.6%
0.8%
1.0%
1.2%
1.4%
130
140
150
160
170
180
190
200
210
220
230
240
250
PROJEÇÃO
200,1
MILHÕES DE HAB.TAXA DE CRESC. (% a.a.)
1,20%
Até 2030, estima-se um acréscimo da população brasileira em cerca de 20 milhões de habitantes, o que equivale à população atual da Austrália
PREMISSASEvolução da população
6
Taxa de crescimento
(% a.a.)2014-2025 0,672014-2030 0,60
223,5
0,36%
Fonte: EPE
Evolução do PIB PREMISSAS
1961-1970
1971-1980
1981-1990
1991-2000
2001-2010
2011-2020
2021-2030
6.2%
8.7%
1.7%2.5%
3.6%
2.2%
4.1%
A economia brasileira deverá ser cinco vezes maior do que em 2014, crescimento a taxa média em torno de 3% a 3,5% a.a. entre 2014-2030
Fonte: EPE
Evolução do PIB per capita(mil US$ PPP de 2005)
PREMISSAS
China
Brasil 2
014
Brasil 2
020
México
Rússia
Chile
Brasil 2
030
Espan
haCóreia
Japão
França
Alemanha
Estados U
nidos
11.
5 15.
0
16.
6
17.
0 21.
1
21.
5
23.
7 30.
5
31.
4
31.
6 36.
0
38.
5
49.
6
* PIB per capita dos países em 2014.
O PIB per capita brasileiro crescerá, em média, 3,4%, alcançando patamar entre Chile e Espanha (2014)
Fonte: Dados do Brasil: EPE; Dados internacionais: IEA
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MERCADO DE ELETRICIDADE & GERAÇÃO
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Mercado de Eletricidade - Total (TWh) PROJEÇÕES
Até 2030, desafio de atender a um mercado duas vezes maior.Autoprodução e eficiência elétrica contribuem para atendimento do consumo.
Fonte: EPE
Obs: Carga de Energia considera o consumo de eletricidade e perdas
2005 2014 2025 20300
300
600
900
1,200
1,500
408575
8551,029
23
52
95
119
430
629
1,019
1,253
68
105
Carga de Energia Autoprodução (inclui GD) Eficiência Elétrica
TWh
4,4% a.a.
4,3% a.a.
2005 2014 2025 20300
300
600
900
1,200
1,500
408575
8551,029
23
52
95
119
430
629
1,019
1,253
68
105
Carga de Energia Autoprodução (inclui GD) Eficiência Elétrica
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PROJEÇÕES
Fonte: EPE
Geração – carga sistema(TWh)
2005 2014 2025 20300
300
600
900
1,200
1,500
408575
8551,029
23
52
95
119
430
629
1,019
1,253
68
105
Carga de Energia Autoprodução (inclui GD) Eficiência Elétrica
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PROJEÇÕES
Fonte: EPE
Autoprodução - geração distribuída(TWh)
Principais setores:• Sucroalcooleiro• Petróleo & gás natural• Papel e celulose
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Participação por fonte na oferta de eletricidade
PROJEÇÕES Medida iNDC: Expandir a parcela de energias renováveis (além da energia hídrica) para ao menos 23% até 2030
86%
65% 64% 60%
3%
11%
4% 7%1%
2%2% 1%2%
2%3% 3%
3% 6%7%
2%
10%9%
1%2%
2%6%
1%
1%
3% 4% 4% 4%
1% 1%1%
2%
4%5%
5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2005 2014 2025 2030
Não renováveis (AP & GD)
Outros
Nuclear
Carvão
Gás Natural
Solar (AP & GD)
Solar (centralizada)
Eólica
Biomassa (AP & GD)
Biomassa
Hidráulica (AP & GD)
Hidráulica
24%
1151 TWh953 TWh624 TWh436 TWh
2005 2014 2025 20300
300
600
900
1,200
1,500
344475
714858
23
52
95
11968
105
Consumo Rede Autoprodução (inclui GD) Eficiência Elétrica
TWh
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Eficiência Elétrica PROJEÇÕES
Obs1: Considera o consumo de eletricidade do SIN, sistemas isolados e autoprodução. Perdas não são consideradas no cálculo de eficiênciaObs2: Ano-base para cálculo da eficiência elétrica: 2013.
Fonte: EPE
8%
10%
Medida iNDC: Alcançar 10% de ganhos de eficiência no uso de energia elétrica em 2030, ou seja, energia conservada equivalente à geração de 25.500 MW hidrelétricos.
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Ganhos de eficiência elétrica
Tipologia de mecanismos considerados Principais setores beneficiados• Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) • Todos os setores
• Programas setoriais de conservação (PROCEL e CONPET)
• Indústria e comercial
• Índices mínimos de consumo energético (Lei 10.295/2001)
• Todos os setores
• Programa Minha Casa Minha Vida1 • Residências
• Portaria MME/MCTI/MDIC nº 1.007/2010 (Banimento de lâmpadas incandescentes)
• Comercial, público e residencial
• Penetração de tecnologia LED • Comercial, público e residencial
• Etiquetagem de Edificações eficientes • Comercial, público e residencial
• Planos de Logística Sustentável no Setor Público • Setor público
• Incentivo ao “smart grid” • Comercial, público e residencial
• Aquecimento solar térmico1 • Comercial, público e residencial
• PEE/ANEEL • Todos os setores
MECANISMOS
Notas: 1 –Não considerado como eficiência elétrica latu sensu
Viabilizar esta contribuição no horizonte exigirá políticas públicas e incentivos para que esse mercado se realize
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Indicadores de Consumo de Eletricidade
*considera o consumo de eletricidade do SIN, sistemas isolados e autoprodução
A intensidade elétrica é crescente neste horizonte como resultado da maior eletrificação da economia
Fonte: EPE
2005 16,5%2014 17,2%2025 19,3%2030 20,0%
Participação da eletricidade no consumo final de energia
2005-2014 2014-2030PIB Brasil 3,2% 3,5%Consumo de Eletricidade 3,9% 3,9%Elasticidade-renda 1,24 1,11
2005 2014 2025 2030165170175180185190195200205210215
183
196
210208
Intensidade ElétricakWh/10³ US$
[PPP 2005]
0 5,000 10,000 15,000 20,000 25,000 30,000 35,000 40,000 45,000 50,0000
2,000
4,000
6,000
8,000
10,000
12,000
14,000
16,000
18,000
US$ [2005] PPP/habitante/ano (*)
kWh/
capi
ta
Brasil 2014
China
EUA
Itália
Japão
Coréia do Sul
Índia
México
Rússia
EspanhaFrança
Canadá
Alemanha
África do SulChile
Argentina
Portugal
Grécia
Indonésia
Reino Unido
Brasil 2025Brasil 2030
Brasil 2005
17
Consumo per capita de eletricidade: comparação internacionalApesar do crescimento do consumo per capita, este indicador brasileiro mostra-se distante do nível de consumo dos países desenvolvidos
Fonte: Dados do Brasil: EPE; Dados internacionais: IEA, 2014
2.015
2.608
3.700
4.369
2005 2014 2025 2030
Consumo per capita de eletricidade (kWh/hab)
18
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
Estratégia de abordagem se baseia em pilares que norteiam as ações
Eficiência Energética no
Planejamento
Potenciais de eficiência energética
Monitoramento e avaliação de
resultados
Portfólio de políticas e ações de incentivo
Bases de dados
Levantamento de potencial de
eficiência energética
• Onde se localiza?• Qual a quantidade?• A que custo? • Que medida viabiliza?• Que política pública é aplicável?
Identificação de potenciais de eficiência energética
ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Pilar 1
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
Curvas de Custos Marginais de Conservação de Energia
Fonte: Wuppertal Institut
Custos marginais líquidos pela conservação de energia
Potencial de redução de CO2 (Mt / a)
Cus
tos
líqui
dos
pela
con
serv
ação
de
ener
gia
2015
(Cen
t/kW
h)
O que são?
Potencias de conservação de energia para os
quaishá custos líquidos
marginais
Potencias de conservação de energia para os
quaishá benefícios
líquidos marginais
Os potenciais com custos marginais líquidos abaixo de 0 são lucrativos enquanto os com custos marginais líquidos acima de 0 precisam de incentivos
IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIAIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
Estudos em desenvolvimento
Siderurgia
Ferroligas
Papel & Celulose
Cerâmica
Alumina
Mineração
Química
Alimentos & bebidas
Mineração
Cimento
Edificações Comerciais
IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIAIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO DA EFICIÊNCIA
•Identificação de aspectos relevantes:• Objetivo• Funcionamento/mecanismos• Elegibilidade (público-alvo)• Financiamento• Avaliação de impacto (ex-ante e ex-post)
Portfólio de políticas e ações de incentivo
Aporte de propostas para suporte à formulação de
políticas setoriais de eficiência energética
Avaliação do potencial de aplicação ao Brasil
Pilar 2
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
Monitoramento e avaliação de
resultados
Monitoramento e verificação do impacto de ações e
políticas de eficiência energética no Brasil
Banco de Indicadores de Eficiência Energética
Verificar condição real da eficiência
energética no Brasil
Subsidiar os planos de médio e longo
prazo
Identificar áreas prioritárias para
ações de eficientização Comparar o nível
de Eficiência Energética nacional
com referências internacionais
Acompanhar evolução da
Eficiência Energética
ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Pilar 3
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
Fonte: EPE (2014). Consumo de energia no Brasil. Análises setoriais
Monitoramento de indicadores: residências
BANCO DE INDICADORES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
1990-2012 O aumento do consumo das famílias é refletido principalmente no crescimento da demanda de eletricidade – maior aquisição e utilização de equipamentos eletroeletrônicos.
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
Fonte: EPE (2014). Consumo de energia no Brasil. Análises setoriais
BANCO DE INDICADORES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
(∆% por ano)
Monitoramento de indicadores: residências
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
Fonte: EPE (2014). Consumo de energia no Brasil. Análises setoriais
BANCO DE INDICADORES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
O consumo de energia reduz devido à queda do consumo de lenha. O consumo de eletricidade aumenta em decorrência do incremento do consumo das famílias e à
melhoria da distribuição de renda.
Monitoramento de indicadores: residências
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
CLIMATIZAÇÃO
BANCO DE INDICADORES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
GELADEIRAS
MÁQUINAS DE LAVAR
Fonte: EPE (2014). Consumo de energia no Brasil. Análises setoriais
Monitoramento de indicadores: residências
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO
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Efeito demográfico: aumento de 3.500 GWh.
Efeito posse: aumento de 900 GWh.
Efeito da eficiência energética: redução de consumo de 1.100 GWh (sem esse efeito, o consumo de
eletricidade devido a refrigeradores seria de 4.400 GWh ao invés de 3.300 GWh)
Drivers of the electricity consumption variation for refrigerators in Brazil (2005-2011)
Source: EPE
BANCO DE INDICADORES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Fonte: EPE (2014). Consumo de energia no Brasil. Análises setoriais
Monitoramento de indicadores: residências
Variação do consumo elétrico devido a refrigeradores, por efeito (2005-2011)
Variação no consumo
Efeito demográfico
Efeito posse Ganhos de eficiência
Eficiência Energética
PLANO DE AÇÃO