CONTROLO DE CUSTOS EM OBRAS DE
EDIFÍCIOS, NA PERSPECTIVA DO
EMPREITEIRO GERAL
DAVID MANUEL DE ALMEIDA PINTO
Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de
MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES
Orientador: Professor Doutor José Manuel Marques Amorim de
Araújo Faria
JUNHO DE 2011
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2010/2011
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
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Editado por
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Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2011.
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
Aos meus pais e irmão: meu passado e para sempre presente.
À Rosa e ao Bruno: meu presente e futuro.
“O que o dinheiro faz por nós não compensa o que fazemos por ele”
Gustave Flaubert
“Quem se gasta em palavras, raramente se gasta em acções”
Gustave Le Bon
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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AGRADECIMENTOS
Desejo agradecer a todos os que contribuíram com a ideia base para a elaboração desta tese e aqueles que me foram dando motivação para a ir elaborando, mesmo durante um período de mudanças profundas da minha vida pessoal, que muitas vezes me faziam acreditar que nunca chegaria a terminar este trabalho.
À minha mulher Rosa e ao meu filho Bruno, que nasceu durante a elaboração deste trabalho, e que foram ao mesmo tempo as dificuldades e as maiores forças que me ajudaram a superar e levar a bom termo esta tese. São o meu presente e serão sem dúvida o meu futuro. É essencialmente por eles que desejo ir mais além.
À minha família mais chegada, o meu pai, a minha mãe e o meu irmão, que me foram sempre lembrando do trabalho que tinha à minha frente e sempre foram o meu suporte e incentivo para prosseguir esta fase de estudos.
Ao meu orientador de tese, Professor Amorim Faria, pela ideia do tema, baseado na minha actividade profissional actual, e por toda a sua disponibilidade, apoio e compreensão face à minha situação pessoal e profissional.
Aos meus colegas de trabalho, incluindo as minhas chefias, que permitiram que baseasse a minha tese na minha actividade profissional, e à minha empresa em geral, a partir da qual retirei muita da informação necessária à realização deste trabalho.
Porto, Junho de 2011
David Pinto
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
iii
RESUMO
Esta dissertação analisa o tema do controlo de custos em obras de edifícios sob o ponto de vista do empreiteiro geral.
Começa por apresentar um modelo global de gestão de obra, com conceitos genéricos, enquadramento e organização das empresas de construção e métodos específicos de controlo de custos.
Seguidamente analisa-se em maior detalhe as especificidades do controlo de subempreitadas e de recursos próprios do empreiteiro geral, divididos em materiais, equipamentos e mão-de-obra.
Apresenta-se também um caso real de uma obra de um edifício e todos os passos e métodos aplicados com vista à optimização, informação e controlo dos seus custos.
No final tecem-se algumas considerações acerca dos resultados obtidos com esta análise e fazem-se algumas sugestões com vista a melhoramentos e desenvolvimentos futuros.
PALAVRAS-CHAVE: gestão, obra, controlo, custos, empreiteiro.
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
v
ABSTRACT
This essay examines the issue of cost control in the construction of buildings, from the point of view of the general contrator.
It begins by presenting a comprehensive model of work management with generic concepts, framework and organization of construction firms and specific methods of cost control.
Then it is analyzed in greater detail the specifics of the control of subcontrators and those of the own resources of the general contrator, divided into materials, equipment and manpower.
It is also presented a real case of a project of a building and all the steps and methods used for the optimization, information and control of its costs.
At the end, there are made some considerations about the results obtained with this analysis and some suggestions for improvements and future developments.
KEYWORDS: management, construction, control, costs, contrator.
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... i
RESUMO ................................................................................................................................. iii
ABSTRACT ............................................................................................................................................... v
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1. OBJECTO, ÂMBITO E JUSTIFICAÇÃO .............................................................................................. 1
1.2. BASES E METODOLOGIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO ............................................................. 1
1.3. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ................................................................................................. 1
2. MODELO DE GESTÃO DE OBRA .................................................................. 3 2.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2.2. CONCEITOS E ENQUADRAMENTO GERAL DO MODELO .................................................................. 3
2.2.1. DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE CONTROLO DE CUSTOS ........................................................... 5
2.3. ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO ............................................................................. 6
2.4. DEFINIÇÃO DO MODELO DE CONTROLO DE OBRA ........................................................................ 13
2.4.1. DESCRIÇÃO GERAL DO PROCESSO .................................................................................................. 13
2.4.2. ETAPAS DA GESTÃO DE OBRA .......................................................................................................... 18
2.4.3. CONTROLO DE OBRA ....................................................................................................................... 19
2.4.4. CONTROLO ORÇAMENTAL ............................................................................................................... 22
2.4.4.1. PREVISÃO DE DESPESAS.............................................................................................................. 22
2.4.4.2. CUSTOS REAIS ............................................................................................................................ 23
2.4.4.3. TRABALHOS SUPLEMENTARES ...................................................................................................... 24
2.4.4.4. TRANSFERÊNCIAS DE VERBAS ...................................................................................................... 25
2.4.4.5. RISCOS E IMPREVISTOS ............................................................................................................... 25
2.4.5. PROVEITOS .................................................................................................................................... 25
2.4.5.1. ACTIVIDADE ................................................................................................................................. 25
2.4.5.2. PRODUÇÃO ................................................................................................................................. 26
2.4.6. RESULTADO DA EXPLORAÇÃO ......................................................................................................... 26
2.4.7. REVISÃO DE PREÇOS ...................................................................................................................... 27
2.4.8. REPORTING .................................................................................................................................... 29
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
viii
3. CONTROLO DE RECURSOS ........................................................................... 31 3.1. CONTROLO DE RECURSOS PRÓPRIOS ......................................................................................... 31
3.1.1. MATERIAIS ..................................................................................................................................... 31
3.1.2. EQUIPAMENTOS ............................................................................................................................. 32
3.1.3. MÃO-DE-OBRA ............................................................................................................................... 33
3.2. CONTROLO DE SUBEMPREITADAS ............................................................................................... 35
3.2.1. TIPOS DE SUBEMPREITADAS ........................................................................................................... 35
3.2.2. METODOLOGIAS DE CONTROLO DE SUBEMPREITADAS ....................................................................... 36
3.2.3. SUBEMPREITADAS DE MÃO-DE-OBRA ............................................................................................... 37
3.2.4. SUBEMPREITADAS DE ALUGUER DE EQUIPAMENTOS ......................................................................... 37
4. ESTUDO DE CASO .................................................................................................... 39 4.1. ENQUADRAMENTO E DESCRIÇÃO GERAL DA OBRA .................................................................... 39
4.1.1. APRESENTAÇÃO DA OBRA .............................................................................................................. 39
4.1.2. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL ............................................................................................................. 40
4.2. PROCEDIMENTOS DE CONTROLO ................................................................................................. 42
4.2.1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 42
4.2.2. DEFINIÇÃO DO OBJECTIVO INICIAL ................................................................................................... 42
4.2.2.1. TIPOS DE CUSTOS ....................................................................................................................... 42
4.2.2.2. MAPA TRANSFER/OBJECTIVO ...................................................................................................... 45
4.2.2.3. INFORMATIZAÇÃO E CODIFICAÇÃO DOS DADOS DO OBJECTIVO ...................................................... 46
4.2.2.3.1. PLANO DE NATUREZAS ............................................................................................................. 46
4.2.2.3.2. PLANO DE CONTAS................................................................................................................... 53
4.2.2.3.3. ORGANIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES .............................................................................................. 56
4.2.3. CONTROLO MENSAL DA OBRA ........................................................................................................ 57
4.2.3.1. DESPESAS .................................................................................................................................. 57
4.2.3.1.1. DESPESAS DE SUBEMPREITADAS .............................................................................................. 57
4.2.3.1.2. DESPESAS DE MATERIAIS ......................................................................................................... 58
4.2.3.1.3. DESPESAS DE MÃO-DE-OBRA ................................................................................................... 59
4.2.3.1.4. DESPESAS DE EQUIPAMENTOS ................................................................................................. 60
4.2.3.1.5. DESPESAS DE DIVERSOS .......................................................................................................... 60
4.2.3.2. AVANÇOS ................................................................................................................................... 61
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
ix
4.2.3.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................................................... 62
4.2.3.4. ALTERAÇÕES À PREVISÃO DE FIM-DE-OBRA .................................................................................. 65
4.2.3.5. ALTERAÇÕES RELATIVAMENTE AO OBJECTIVO / REORÇAMENTAÇÃO ............................................... 66
4.2.4. FACTURAÇÃO E RELAÇÃO COM DONO DE OBRA ............................................................................... 67
4.2.5. TRABALHOS A MAIS E REVISÃO DE PREÇOS ..................................................................................... 67
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 69 5.1. PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................................. 69
5.2. RECOMENDAÇÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ................................................................ 70
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................................... 71
A1: MAPAS COMPARATIVOS TRANSFER / OBJECTIVO - MODELO .............................. 75
A2: RECURSOS DO OBJECTIVO DO CASO DE ESTUDO ................................................ 91
A3: MODELO DO RELATÓRIO MENSAL DE OBRA DO CASO EM ESTUDO ................... 99
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
xi
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 2.1 – Organograma Funcional Geral ................................................................................................. 7
Fig. 2.2 – Organograma da Construção Civil (Geral)............................................................................... 8
Fig. 2.3 – Organograma das Obras de Construção Civil (Centro e Sul).................................................. 9
Fig. 2.4 – Organograma da Construção Civil Obras Norte .................................................................... 10
Fig. 2.5 – Organograma da Área de Controlo Operacional e Financeiro .............................................. 11
Fig. 2.6 – Organograma do Controlo de Gestão .................................................................................... 12
Fig. 2.7 – Fluxograma das Actividades do Processo ............................................................................. 14
Fig. A3.1 – Capa do Relatório Mensal de Obra (R.M.O.) .................................................................... 100
Fig. A3.2 – R.M.O. – Identificação da Obra ......................................................................................... 101
Fig. A3.3 – R.M.O. – Resumo da Situação da Obra ............................................................................ 102
Fig. A3.4 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Evolução dos Trabalhos .................................. 103
Fig. A3.5 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Situação Económica ........................................ 104
Fig. A3.6 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Situação Financeira ......................................... 105
Fig. A3.7 – R.M.O. – Resultado de Exploração ................................................................................... 106
Fig. A3.8 – R.M.O. – Falta Gastar (página 1) ...................................................................................... 107
Fig. A3.9 – R.M.O. – Falta Gastar (página 2) ...................................................................................... 118
Fig. A3.10 – R.M.O. – Falta Gastar (página 3) .................................................................................... 119
Fig. A3.11 – R.M.O. – Controlo de Naturezas (parcial, página 1) ....................................................... 110
Fig. A3.12 – R.M.O. – Balanço de Naturezas (parcial, página 1) ........................................................ 111
Fig. A3.13 – R.M.O. – Controlo de Facturação e Recebimentos ......................................................... 112
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 2.1 – Descrição Geral do Processo ............................................................................................... 13
Quadro 2.2 – Quadro resumo geral de actividades correntes de gestão de obra ......................... 15 a 17
Quadro A1.1 – Folha de Fecho .............................................................................................................. 76
Quadro A1.2 – Resumo Geral ........................................................................................................ 77 e 78
Quadro A1.3 – Resumo Custos Directos ............................................................................................... 79
Quadro A1.4 – Resumo Custos Indirectos ............................................................................................. 80
Quadro A1.5 – Comparativo Transfer / Objectivo - Materiais ................................................................ 81
Quadro A1.6 – Comparativo Transfer / Objectivo - Subempreitadas ............................................ 82 e 83
Quadro A1.7 – Comparativo Transfer / Objectivo – Estaleiro (Indirectos) ..................................... 84 a 87
Quadro A1.8 – Mapa de Previsão de Mão-de-Obra Indirecta ............................................................... 88
Quadro A1.9 – Mapa de Previsão de Equipamentos Indirectos ............................................................ 89
Quadro A1.10 – Mapa de Previsão de Outros Custos Indirectos .......................................................... 90
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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ÍNDICE DE FÓRMULAS
Fórmula 2.1 – Kv .................................................................................................................................... 21
Fórmula 2.2 – Avanços .......................................................................................................................... 22
Fórmula 2.3 – Despesas Previstas ........................................................................................................ 22
Fórmula 2.4 – Trabalhos Suplementares ............................................................................................... 24
Fórmula 2.5 – Trabalhos Suplementares (II) ......................................................................................... 24
Fórmula 2.6 – Actividade ........................................................................................................................ 25
Fórmula 2.7 – Produção ......................................................................................................................... 26
Fórmula 2.8 – Resultado da Exploração ................................................................................................ 27
Fórmula 2.9 – Resultado da Exploração (II) .......................................................................................... 27
Fórmula 2.10 – Actividade Revista ........................................................................................................ 28
Fórmula 2.11 – Revisão de Preços ........................................................................................................ 28
Fórmula 2.12 – Orçamento Revisto Avançado ..................................................................................... 28
Fórmula 2.13 – Desvio da Revisão ....................................................................................................... 29
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
xvii
SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
RMO – Relatório Mensal de Obra
TM – Trabalhos a Mais
TS – Trabalhos Suplementares
RO – Revisão de Preços Objectivo
RP – Revisão de Preços
PFO – Previsão de Final de Obra
DO – Director de Obra
RMO – Relatório Mensal de Obra
SAV – Serviço Após Venda
Kv – Coeficiente de Venda
VG – Valor Global
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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1 INTRODUÇÃO
1.1. OBJECTO
A presente dissertação pretende estudar detalhadamente e sistematizar o processo de controlo de custos, especificamente em obras privadas de edifícios, numa perspectiva do Empreiteiro Geral. Procura-se então com esta Tese, preparar uma ferramenta de trabalho que facilite a implementação de um determinado método de controlo de custos, nas obras, na perspectiva do empreiteiro geral. Sentiu-se a necessidade, face à actividade profissional desenvolvida pelo autor como responsável da parte de um Empreiteiro Geral pela gestão de obra e consequentemente do seu controlo de custos, de esmiuçar todos os factores nele envolvidos, sistematizando uma determinada solução que sirva como ponto de partida para uma implementação de um método unificado de controlo de custos neste tipo de obras.
1.2. BASES E METODOLOGIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO
O trabalho desenvolvido na elaboração desta Tese baseou-se primeiramente na consulta de bibliografia na área da gestão de obra, pesquisa do tema em algumas páginas da Internet, no levantamento de informação relevante através da empresa onde o autor exerce a actividade, e recorrendo à própria experiência profissional de alguns anos, na área em estudo.
Foi de extrema relevância a informação obtida através da empresa onde o autor exerce a actividade profissional, pelo facto de esta ter grande experiência como Empreiteiro Geral de obras privadas. Conseguiu-se obter assim informação, directamente a partir das pessoas envolvidas nos vários sectores ligados à gestão de obra, e também recorrendo ao sistema interno de informação da empresa, para perceber como ela própria organiza o seu método de controlo de custos e as ferramentas que utiliza. Essa documentação serviu como ponto de partida para o trabalho desenvolvido no âmbito desta dissertação.
1.3. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação está organizada de acordo com os seguintes cinco capítulos.
No Capítulo 1, Introdução, faz-se uma apresentação e resumo do trabalho, do respectivo objectivo, âmbito e justificação, bases e metodologia, e da organização do próprio trabalho.
No Capítulo 2, Modelo de Gestão da Obra, apresentam-se os conceitos gerais da área em estudo, o enquadramento geral, organização típica e específica de empresas de construção, descrição de vários modelos de obra e respectivos métodos de controlo de gestão.
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
2
O Capítulo 3 apresenta uma análise das principais acções a desenvolver com vista ao controlo dos recursos (factores de produção) investidos nas obras. No Capítulo 3.1., Controlo de Recursos Próprios, é feita a descrição das metodologias de controlo de custos de recursos de materiais, equipamentos e mão-de-obra, sintetizando as principais acções a desenvolver nesse sentido. Para cada um deles são abordados vários pontos, consoante a sua especificidade relativamente ao controlo dos seus custos. No Capítulo 3.2., Controlo de Subempreitadas, analisam-se as especificidades dos recursos do tipo Subempreitada, tipos de subempreitadas, metodologias de controlo, subempreitadas de mão-de-obra e subempreitadas de aluguer de equipamentos.
No Capítulo 4, Estudo de Caso, é feita a análise de uma obra real, fazendo-se uma apresentação geral da mesma, da sua organização, metodologias de controlo, aplicação dos conhecimentos adquiridos nas várias etapas do seu controlo de custos.
No Capítulo 5, Conclusão, analisam-se os principais resultados obtidos com este trabalho, dando-se algumas recomendações práticas acerca do tema e tentando ainda sugerir alguns melhoramentos e desenvolvimentos futuros.
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
3
2 MODELO DE GESTÃO DE OBRA
2.1. INTRODUÇÃO
Actualmente, e cada vez mais, existe uma maior competitividade ao nível dos mercados, as condições económicas são cada vez mais difíceis e o tempo para resolver os problemas e fazer circular a informação é cada vez menor. Mas também essa mesma informação está disponível em cada vez mais quantidade e as ferramentas existentes para a tratar vão sendo cada vez mais completas e acessíveis. É essencial desenvolver a actividade da construção recorrendo às ferramentas e procedimentos mais adequados a este mercado, com as suas especificidades próprias. No âmbito deste trabalho, feito na perspectiva do Empreiteiro Geral, vamo-nos centrar na análise dos modelos de gestão de obras de edifícios com um maior enfoque no controlo de custos, respectivos métodos, procedimentos e ferramentas.
Neste capítulo define-se um modelo de gestão de obra numa perspectiva global, integrado na organização de uma determinada empresa de construção. Para isso, numa primeira fase, apresentaram-se alguns conceitos essenciais acerca do controlo de gestão e de seguida um modelo de organização de uma empresa de construção, empreiteira geral, de uma obra de edifícios que servirá de modelo para o estudo do caso, no capítulo 4 da dissertação.
Visto que os factores relevantes para o controlo de custos surgem logo na fase de análise inicial do projecto, apresenta-se também uma descrição das diferentes fases dos projectos de construção, bem como dos seus intervenientes, integrados na organização do empreiteiro geral, responsável por esse mesmo projecto.
2.2. CONCEITOS E ENQUADRAMENTO GERAL DO MODELO
O resultado de uma Empresa de Construção Civil e Obras Públicas é entendido simultaneamente na perspectiva contabilística e económica, isto é, o resultado é só um e provém, essencialmente, dos resultados obtidos nas Obras.
Assim sendo, os princípios de cálculo do Resultado Económico da Obra devem ser perfeitamente definidos, uma vez que são a chave para a gestão dos riscos inerentes a este sector de actividade. Para além disso, desta forma é possível alcançar uma uniformidade em termos de procedimentos e uma consistência no tratamento da informação, essenciais à realização de um controlo global de gestão, justo e equitativo.
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
4
A gestão de projectos pode ser definida como a aplicação de conhecimentos, competências e ferramentas e técnicas de modo a que as actividades do projecto alcancem os objectivos propostos, desde a fase de concepção até à fase de exploração.
Neste sentido, e centrados no estudo do controlo de custos, o modelo adoptado resultará não apenas da análise bibliográfica a várias teorias de gestão de obras, mas essencialmente da experiência prática decorrente da actividade do autor numa empresa de construção, na posição de técnico de gestão, em vários tipos de obras.
Segue-se a descrição de alguns conceitos relevantes para o correcto entendimento das fases seguintes deste trabalho:
a) Intervenientes na Gestão de Projectos:
• Gestor de Projecto: pessoa responsável pela gestão do projecto; • Cliente ou Dono de Obra: pessoa ou organização que utilizará os produtos resultantes do projecto;
• Empreiteiro Geral: entidade directamente responsável pela execução dos trabalhos do projecto.
b) Funções da Gestão de Projectos:
• Controlo de produção: determina os desvios entre a execução e as previsões, análise das causas desses desvios e procurar dar soluções de correcção, quando esses desvios são negativos. Pode ser dividida em controlo de qualidade, controlo de custos e controlo de prazos;
• Gestão / Controlo da qualidade: processos necessários para assegurar que as necessidades que originaram o desenvolvimento do empreendimento serão satisfeitas. Verificação da qualidade dos trabalhos e dos seus componentes (essencialmente os materiais), comparando-a com a qualidade pretendida, normalmente definidas nas condições técnicas dos cadernos de encargos. Abrange o planeamento da qualidade, garantia de qualidade e controlo da qualidade. Este controlo poderá ser feito por simples observação ou recorrendo a testes e ensaios, conforme o objecto do controlo. No caso de detecção de qualidade inferior à exigida, deverão ser procuradas as causas de modo a que se sejam efectuadas as correcções adequadas;
• Gestão / Controlo de custos: processos necessários para assegurar que o empreendimento seja completado dentro do orçamento previsto. Composto pelo planeamento de recursos, estimativa de custos, orçamentação e controlo de custos. Este conceito, dada a sua relevância para este trabalho, será desenvolvido seguidamente (2.1.1.);
• Gestão / Controlo dos prazos: processos necessários para assegurar que o empreendimento termine dentro do prazo previsto. Determina os avanços ou atrasos da obra relativamente ao previsto na programação, fazendo uma análise das causas prováveis e promovendo a reformulação dos programas de trabalhos, adaptando-os aos estados reais das obras mas mantendo, dentro das possibilidades, os objectivos iniciais. Composto pela definição das actividades, sequência das actividades, estimativa da duração das actividades, desenvolvimento do cronograma e controlo do planeamento e calendarização;
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
5
• Gestão de recursos humanos: processos necessários para proporcionar a melhor utilização das pessoas envolvidas no projecto. Composta pelo planeamento organizacional, montagem das equipas e desenvolvimento das equipas;
• Gestão da informação; processos necessários para assegurar que a formação, apreensão, distribuição e apresentação das informações do projecto sejam feitas de forma adequada e no tempo adequado. Composta pelo planeamento das comunicações, circuito de distribuição das informações, relatórios de desempenho e processos administrativos;
• Gestão de risco: processos relativos à identificação, análise e resposta a riscos do empreendimento. Composta pela identificação dos riscos, quantificação e qualificação dos riscos, desenvolvimento das respostas aos riscos e controlo das respostas aos riscos;
• Gestão de contratos e compras: processos necessários para a aquisição de mercadorias e serviços fora da organização que desenvolve o projecto. Composta pelo planeamento e preparação de fornecimentos e contratos, obtenção de propostas, selecção de fornecedores, execução, gestão e encerramento de contratos.
c) Elementos do Orçamento:
• Actividade: elemento de trabalho realizado durante o projecto. Normalmente tem uma duração prevista, custo estimado, e previsão de recursos afectados. Eventualmente poderão ainda ser divididas ainda em tarefas.
• Recursos: factores de produção que compõe os custos. Dividimos em recursos de materiais, equipamentos, mão-de-obra, subempreitada e diversos.
• Custos directos: custos de recursos de materiais, equipamentos, mão-de-obra ou subempreitadas, directamente afectados ao custo unitário de uma ou várias actividades.
• Custos indirectos: custos de recursos não afectados directamente a actividades. São exemplos de custos indirectos os custos de estaleiro, que podem englobar recursos de materiais, equipamentos, mão-de-obra ou até mesmo outros custos diversos, necessários para a execução da obra, mas não directamente na execução de uma determinada actividade.
• Transfer: orçamento final da fase comercial; • Transfer Conforme: orçamento final da fase comercial com acertos ao nível do detalhe, mas mantendo o valor final;
• Objectivo: versão final do orçamento na fase de produção, que serve de base para o controlo de custos;
• Pontos: reorçamentos ao longo da obra. Normalmente 25%, 50%, 80%, mas depende muito da obra em particular.
• WBS (Work Breakdown Structure): organização dos elementos dos projecto por actividades, em que cada nível mais baixo vai definindo o projecto de forma mais detalhada (BARRIE et al, 1992).
2.2.1. DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE CONTROLO DE CUSTOS
Sendo de fulcral importância para o desenvolvimento desta dissertação, desenvolvemos aqui o conceito de controlo de custos apresentado anteriormente.
O controlo de custos é realizado, por princípio, comparando os custos reais de execução de cada actividade, com os respectivos custos previstos na fase de orçamentação. A determinação dos custos reais é calculada tendo em consideração todas as quantidades dos recursos consumidos na realização dessa mesma actividade, multiplicando-as pelos respectivos custos unitários. Na prática, recorrendo a
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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ferramentas de controlo de obra, estes custos reais são constantemente registados ao longo do decurso do projecto e afectados às actividades correctas, definidas anteriormente em fase de orçamentação. Comparando estes custos reais com os custos previstos, no caso de detecção de desvios importantes, deverá ser analisado se tal se deve aos processos concretos de execução ou a incorrecções na orçamentação. No primeiro caso, e se esse desvio for negativo, deve tentar-se corrigir a execução das actividades em causa. No segundo caso, tanto se o desvio for positivo como negativo, esses resultados devem ser comunicados aos responsáveis pela orçamentação de modo a que no futuro se proceda a correcções, para que os projectos seguintes sejam optimizados.
O controlo de custos poderá ser feito de forma exaustiva, ao longo de toda a execução da obra, ou pontualmente recorrendo a amostragens. Pode também incidir sobre os custos directos, indirectos ou ambos. Em geral, e no caso em estudo, analisaremos o controlo de custos de uma forma exaustiva, incidindo sobre a totalidade da execução da obra e de todos os tipos de recursos, de natureza directa e indirecta.
2.3. ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO
A organização das empresas de construção não difere muito da organização de empresas de outros ramos de actividade, pelo menos relativamente aos níveis hierárquicos superiores. Apenas à medida que vamos descendo no organograma podemos observar as divisões bastante mais específicas deste sector de actividade. Estas divisões podem ser exigidas pela deslocalização das obras em diferentes áreas do país e estrangeiro, por tipos de obra (públicas ou privadas, edifícios, marítimas, etc.), ou caso seja criados consórcios ou ACEs para a execução de um determinado projecto.
A área da construção é desenvolvida por empresas que vão desde a pequena dimensão, até às multinacionais, e isto também é um factor determinante na definição do seu organograma. Os organogramas que se seguem correspondem a uma típica empresa de construção portuguesa, de grande dimensão, que apresenta resumidamente as características seguintes:
• Pertence a um agrupamento de empresas a nível internacional; • Exerce actividade no mercado nacional e internacional, com contributos muito relevantes para a facturação provenientes de Espanha, Cabo Verde, Angola;
• Tem uma divisão organizacional entre as Obras Públicas e as de Construção Civil; • A nível nacional divide a sua actividade entre os escritórios de Lisboa e Porto; • Organiza as suas obras por Centros de Custo, cada um dos quais geridos de forma independente;
• Tem, em Portugal, dois estaleiros centrais, na zona central e norte do país; • Recorre em grande parte a subempreiteiros, em detrimento da utilização de recursos próprios.
Apresentam-se de seguida, de forma exaustiva os organogramas da empresa em estudo, nas áreas mais relevantes e directamente relacionadas com a organização das obras, mais propriamente das obras de construção civil. Incluímos então o Organograma Funcional Geral, o organograma da Área de Construção Civil (com as versões relativas aos escritórios centrais e ao da zona norte), organograma da Área de Controlo Operacional e Financeiro e o organograma de Controlo de Gestão de Obras Próprias. Neste último está incluído o Técnico de Gestão que é o directo responsável pelo controlo de custos, elemento central da presente dissertação (ver figuras 2.1 a 2.6).
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
7
Fig. 2.1 – Organograma Funcional Geral
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Fig. 2.2 – Organograma da Construção Civil (Geral)
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
9
Fig. 2.3 – Organograma das Obras de Construção Civil (Centro e Sul)
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
10
Fig. 2.4 – Organograma da Construção Civil Obras Norte
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
11
Fig. 2.5 – Organograma da Área de Controlo Operacional e Financeiro
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
12
Fig. 2.6 – Organograma do Controlo de Gestão
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
13
2.4. DEFINIÇÃO DO MODELO DE CONTROLO DE OBRA
2.4.1. DESCRIÇÃO GERAL DO PROCESSO
O processo de controlo de obra é definido por um conjunto de actividades, realizadas por diversos intervenientes visando disponibilizar informação que possibilite a tomada de medidas em tempo útil, de forma a assegurar que são atingidos ou superados os objectivos definidos para a obra, em termos de resultado, prazo, qualidade e satisfação do Cliente. Serve também, sempre que possível, para providenciar informação histórica real para a melhoria contínua dos outros processos, nomeadamente o Processo de Elaboração de Propostas.
O resultado do processo de controlo de obra é a aplicação de medidas correctivas a efectuar em obra aprovadas e implementadas com sucesso.
Quadro 2.1 – Descrição Geral do Processo
Início do Processo
Passagem do Dossier da Obra dos Serviços Comerciais para a Produção
Reunião de Transfer
Fim do Processo
Entrega da Obra ao Cliente
Recepção Provisória de Obra
A actividade que marca o início de todo este processo é a passagem de toda a informação respeitante à obra por parte dos Serviços Comerciais para a Produção. Esta transmissão é formalizada através da reunião de “Transfer”.
A actividade que marca o fim do processo é a implementação das medidas correctivas em obra e, no final da obra, a recepção provisória da obra.
Só temos controlo efectivo de obra após estar disponível o Objectivo para a obra. Embora a elaboração desse Objectivo seja da responsabilidade da Direcção de Obra, a equipa de Controlo de Gestão tem que ser envolvida desde o início, de forma a garantir uma completa operacionalização e fiabilidade de todo o processo.
Todas as actividades associadas a este processo são suportadas por um sistema informático de informação e gestão de obra.
De seguida apresenta-se um fluxograma geral de todo o modelo, aplicado ao longo do decurso da obra e um quadro resumo das actividades e intervenientes das mesmas, ao longo de todo o processo de obra (ver Quadro 2.2).
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
14
Fig. 2.7 - Fluxograma das Actividades do Processo
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Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
15
Quadro 2.2 – Quadro resumo geral de actividades correntes de gestão de obra
Actividade
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Intervenientes
Elaboração do Objectivo e Reunião Objectivo
Definição por parte da Equipa de Obra da Estratégia conducente ao resultado a propor e discutir na Reunião Objectivo. A elaboração do Objectivo é efectuada na ferramenta de (re)orçamentação, onde são definidas as actividades da obra e os respectivos recursos necessários para a sua execução. Na elaboração do Objectivo devem ser seguidas “Regras de (re)orçamentação”, uma vez que esta é uma das peças essenciais para todo o Controlo de Obra.
É apresentada e discutida a estratégia definida pela Direcção de Obra para a execução da Obra, tendo em conta as seguintes vertentes: organização, estaleiro, prazo, aspectos e alternativas técnicas, com vista à obtenção da melhor margem possível. É feita a comparação com o “dossier de Transfer”.
Nesta reunião são definidos e aprovados os resultados e margens propostas, valores estes que são uma referência para todo o Controlo de Obra.
Dir. Produção
Dir. Obra
Técnico de Gestão
Controlo de Gestão
Comercial
Administrador da Produção
Registo do Consumo de Recursos
Registo diário no sistema informático dos consumos de recursos em obra: folhas diárias de mão-de-obra e equipamentos, requisições / notas de encomendas e recepções de materiais, autos de medição de subempreiteiros, registo de movimentos diversos, etc. A informação registada pelo Administrativo, sob a supervisão do Responsável Administrativo de Obra / Técnico de Gestão, fica disponível para a Dir. Obra em tempo real, possibilitando a consulta diária do custeio da obra, numa visão por naturezas de custo e por frentes de obra.
Administrativo de Obra
(supervisão do Responsável Administrativo Obra / Técnico de Gestão)
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
16
Quadro 2.2 – Quadro resumo geral de actividades correntes de gestão de obra (cont.)
Actividade
Desempenho
Intervenientes
Procedimentos de Fim de Mês
Garantir que todos os procedimentos administrativos relativos ao “Fecho do Mês” são efectuados correctamente (garante do registo no sistema informático de todos os movimentos relativos ao mês, elaboração dos mapas e relatórios exigidos nos procedimentos, envio / integração da informação com os outros Serviços, etc...).
Dir. Obra
Técnico de Gestão
Responsável Administ. Obra
Administrativo de Obra
Registo das Medições do Trabalho Realizado
Além das tarefas administrativas, é também medido o avanço dos trabalhos realizados no mês e registados os valores de produção efectiva dos trabalhos. As diferenças entre os valores produzidos e os valores facturados (provenientes da aplicação de Facturação a Cliente) geram de uma forma automática movimentos de Proveitos Antecipados / Trabalhos em Curso.
Dir. Obra
Técnico de Gestão
Responsável Administ. Obra
Produção dos Mapas de Controlo Orçamental
Da comparação entre os valores previstos e os valores reais registados no sistema informático resulta o Controlo Orçamental da obra. Esta actividade, realizada em primeira mão pelo Técnico de Gestão / Adjunto de Gestão implica todo um trabalho prévio no que diz respeito ao Controlo de Subempreitadas, Controlo de Facturação e Controlo do Planeamento.
Os Mapas de Controlo Orçamental são analisados e discutidos pelo Dir. Obra, com o apoio do Técnico de Gestão / Adjunto de Gestão, onde são interpretados e explicados os desvios e valores verificados.
Dir. Obra
Técnico de Gestão
Responsável Administ. Obra
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Quadro 2.2 – Quadro resumo geral de actividades correntes de gestão de obra (cont.)
Actividade
Desempenho
Intervenientes
Elaboração do Relatório Mensal de Obra e redacção das medidas correctivas propostas
A partir dos mapas de Controlo Orçamental gerados e de outra informação relevante, enviada pelos Sectores de Apoio (prazos de cobrança, posição de tesouraria, encargos financeiros, etc...), é elaborado pelo Dir. Obra o Relatório Mensal de Obra. É neste relatório que são justificados os desvios verificados (positivos ou negativos) e redigidas as medidas correctivas propostas para a obra. São referenciados os aspectos mais relevantes relativos à Gestão do Contrato.
Dir. Obra
Técnico de Gestão
Responsável Administ. Obra
Análise e Comentário ao Relatório Mensal de Obra
Análise do Relatório Mensal de Obra e dos documentos anexos por parte da Dir. Produção e do Controlo de Gestão, onde são efectuados os comentários achados relevantes.
Dir. Produção
Controlo de Gestão
Reunião de Controlo de Obra
Reunião mensal alargada, com a participação da Dir. de Obra, Téc. de Gestão / Adj. Gestão, Dir. Produção e Controlo de Gestão, onde é discutida a situação da obra e equacionadas estratégias para o futuro desenvolvimento da mesma. As medidas correctivas são discutidas e aprovadas, sendo definida a estratégia e prazos para a sua implementação. São aprovadas alterações ao estudo e planeamento da obra (novos planos de necessidades, adjudicações de subempreitadas, etc...). Se necessário são envolvidos nesta reunião os Sectores de Apoio (Aprovisionamentos, Equipamentos, Engenharia, etc...).
O Resumo do Relatório Mensal de Obra, assim como a acta da Reunião (caso existam assuntos que mereçam a elaboração de uma acta), são enviados para a Administração.
Dir. Obra
Técnico. de Gestão
Dir. Produção
Controlo de Gestão
Sectores de Apoio, se necessário
Administração, se conveniente
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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2.4.2. ETAPAS DA GESTÃO DE OBRA
As diferentes etapas da gestão da Obra permitem, à medida que se desenrolam os trabalhos, informar os responsáveis dos resultados obtidos, facilitando o estabelecimento de novas previsões e a tomada das medidas correctivas achadas necessárias.
Antes de chegar à fase de Produção, uma obra passou por vários estádios no seio da empresa. Para explicar os procedimentos inerentes ao Controlo de Obra, é interessante definir quais foram esses estádios, bem como as responsabilidades que foram sendo transferidas ao longo do processo.
a) Fase Comercial
Elaboração do orçamento comercial, da proposta e, por fim determinação do Valor de Venda na Reunião de Fecho.
Com a entrega da Proposta a Empresa fica comprometida, perante o possível futuro Cliente, a um Valor de Venda e a todos os pressupostos técnico-comerciais que suportam o seu cálculo.
b) Fase de Preparação e Arranque
Após a adjudicação, através da “Reunião de Transfer”, a Direcção Comercial transfere para a Produção a responsabilidade de condução da obra.
Nesta reunião são apresentadas as opções técnicas e comerciais assumidas e, o Resultado de Exploração Previsional através da Folha de Fecho.
c) Fase de Produção
c.1) Objectivo
A Produção apresenta a estratégia por si elaborada, com o fim de obter a melhor margem possível. Passa pela reorçamentação da Obra, pela definição do Estaleiro, do prazo, dos aspectos técnicos a considerar, assim como pela definição e quantificação dos desafios assumidos para alcançar o Resultado Proposto.
A Margem que resulta da aplicação dessa estratégia, Margem Objectivo, servirá como referência durante toda a gestão da Obra.
c.2) Reuniões Mensais de Controlo de Obra:
• Análise da evolução da Obra.
• Apresentação do Controlo Orçamental;
• Análise da Actividade, do Resultado de Exploração e da diferença entre Actividade e Produção;
• Análise da Previsão de Fim de Obra.
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
19
c.3) Os Pontos 50% e 80%: Avaliação da Margem Objectivo.
A 50% e 80% de avanço dos trabalhos é feita uma reorçamentação com a finalidade de:
• Redefinir do valor final de Actividade e Despesa.
• Definir a Estratégia até ao final da Obra.
c.4) Ponto Fim de Obra
Apresentação da Margem Final e Relatório Fim de Obra.
c.5) Fim de Obra / Recepção Provisória
Transferência da Responsabilidade da Produção para o SAV, apenas onde existir Serviço Após Venda.
A Produção mantém as responsabilidades sobre todos os pendentes existentes antes da transferência para o SAV.
2.4.3. CONTROLO DE OBRA
Só existe Controlo efectivo se existir um padrão. Para o Controlo de Obra esse padrão é o Objectivo.
A comparação entre o Real e o Previsto (Objectivo) pode ser efectuada segundo duas vertentes:
1. A vertente “Onde” (Frente de Trabalho/Conta). Nesta óptica, analisa-se “onde” se gastou e o que se deveria ter gasto, obtendo-se assim um desvio na Frente de Trabalho/Conta. É possível, desta forma determinar quais as frentes de trabalho onde o orçamento está a ser cumprido e as frentes de trabalho onde isto não acontece. Podemos, também, ter associada a esta vertente de análise, a noção de resultado por Frente de Trabalho/Conta. Para tal será necessário e suficiente associar o preço unitário de venda a cada item do Orçamento Objectivo (O resultado será determinado da seguinte forma: quantidade de trabalho executada x preço unitário de venda – custos incorridos para a execução desses mesmos trabalhos). Com base no resultado obtido num determinado momento (resultado histórico) será possível projectar, através de algoritmos matemáticos, diferentes estimativas de resultado final de obra. Estas projecções poderão, quando devidamente analisadas, fornecer informações importantes no respeitante ao andamento futuro da obra. Dado a diversidade e a especificidade das Obras, é impossível definir um plano de “Frentes de Trabalho/Contas” padrão. Assim, para cada obra, deverá ser adoptado o plano de “Frentes de Trabalho/Contas” que melhor responda às necessidades de controlo de cada uma delas. O controlo orçamental por esta vertente, implica a capacidade de alocar a cada conta, de uma forma correcta, as despesas reais incorridas. Ou seja, as despesas reais têm que ser imputadas à “Frente/Conta” na qual foram incorporadas. Se tal for impossível, ou efectuado de uma forma incorrecta/arbitrária, o controlo não será efectivo e os resultados obtidos desprovidos de significado.
2. A outra vertente, é a vertente “o quê” (Natureza de Despesa). Nesta óptica analisa-se “o que” foi gasto Vs. o que deveria ter sido gasto, independentemente do local onde tal ocorreu. Neste sentido,
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
20
cada recurso consumido na obra tem de pertencer a uma e só uma Natureza. Não temos associada, neste caso, a noção de resultado, mas sim a de desvio no consumo de recursos (o resultado que obtemos é ao nível da obra como um todo). Constatamos a evolução da obra em termos de desvio em relação ao padrão (Objectivo). Um desvio positivo significa que a obra está a ter um melhor desempenho relativamente à sua previsão (está a gastar menos do que o previsto, consequentemente a melhorar a Margem Objectivo anunciada), um desvio negativo tem o significado contrário. Para esta vertente a definição de um plano de Naturezas de Despesa aplicável a todas as obras não apresenta as limitações supra mencionadas, em relação ao plano de “Frentes de Trabalhos/Contas”. Por outro lado, a imputação das despesas incorridas pode ser efectuada com um grau de fiabilidade elevado, uma vez que é o consumo dos recursos, independentemente do local onde são consumidos, que gera despesa.
No Processo de Controlo de Obra a implementar, as duas vertentes de controlo são complementares dando visões diferentes do andamento da obra em termos económicos. Como tal deverão as duas ser operacionalizadas.
Como já foi referido, após análise do Dossier de Transfer, a Produção elabora o seu estudo e apresenta um resultado previsional para a Obra.
A apresentação deste é formalizada através de uma reunião - Reunião Objectivo. Nesta reunião é feita a comparação com o resultado apresentado no “dossiê de Transfer”. Estarão presentes os responsáveis pelas áreas intervenientes no processo; Comercial, Produção, etc…
Uma vez aceite, o Objectivo passa a constituir a referência da Obra. A finalidade do Controlo de Obra é a de, mensalmente, quantificar os desvios existentes entre o previsto e o real, e proporcionar informação para identificar as suas causas e soluções alternativas. O valor deste desvio é o indicador da performance obtida pela Equipa da Produção.
Na elaboração do Objectivo, a margem surge de forma inversa à efectuada pelo Comercial. Na fase Comercial o custo da obra é estimado e a margem é determinada em função do Valor de Venda pretendido. Na fase de Objectivo, o Valor de Venda é conhecido e consequentemente a margem resulta da diferença entre este e o valor da estimativa de custos efectuada.
Temos portanto:
(1) Preço de Venda Determinado
(2)
(3)
Custos Directos de Produção
(Produção Própria, Subempreitadas)
+ Custos Indirectos de Produção
Custos sob a responsabilidade da Direcção de Obra e sobre os quais incide o Controlo de Obra.
(4)=(2)+(3) CUSTO INDUSTRIAL
(5)
(6)
+ Provisão para período de Garantia
+ Encargos Financeiros Directos
(Garantias, Cauções, Seguros, etc…)
(a)
(a)
(7)=(4)+(5)+(6) CUSTO TOTAL DA OBRA
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
21
(8)=(1)–(7) RESULTADO BRUTO DE EXPLORAÇÃO
=> (Margem Bruta de Exploração)
(9) - Provisão p/ Encargos de Estrutura em % do Valor de Venda
(10) - Encargos Financeiros suportados Calculados mensalmente em função do cash-flow gerado pela obra
(11)=(8)-(9)-(10) RESULTADO LÍQUIDO DE EXPLORAÇÃO
=> (Margem Líquida de Exploração)
(a) Estes custos não são da responsabilidade da Direcção de Obra e podem ser considerados de duas maneiras: em % do Valor de Venda ou em valor Global.
Com a elaboração do Objectivo, surge o Coeficiente de Venda (Kv):
Fórmula 2.1 – Kv
O Kv traduz o Coeficiente que permite passar do Custo Industrial, cuja responsabilidade é da Produção, para o Valor de Venda. O Coeficiente de Venda, além da margem, incorpora despesas que não são directamente imputadas à Obra (por decisão ou por impossibilidade), nomeadamente provisões para fase de garantia e Encargos de Estrutura, seguros, encargos financeiros directos, etc.. Estes custos não são da responsabilidade da Direcção de Obra e normalmente são proporcionais ao Valor de Venda. Como tal devem ser, preferencialmente, determinados através de uma percentagem sobre esse Valor.
Assim como a Margem Objectivo, o Coeficiente de Venda é inalterável ao longo da execução da Obra (isto implica que a estrutura de custos que deu origem a este coeficiente seja inalterável).
A noção de Coeficiente de Venda é uma noção importante a reter, pois é através dele que se determina o valor da Actividade realizada pela Obra mês a mês, e os orçamentos disponíveis para os Trabalhos Suplementares (em alguns casos).
Um Orçamento Objectivo só pode ser alterado com a inclusão de trabalhos para os quais existe um Valor de Venda aprovado pelo Cliente. Todo o custo em que a obra incorre, não considerado no Objectivo e para o qual não existe valor de venda, é considerado desvio.
No caso das obras em Série de Preços o valor do coeficiente de venda determinado na altura da elaboração do Objectivo tem por base as quantidades previstas executar (apenas o preço unitário de venda é contratual). Com o desenrolar dos trabalhos e dada a natureza do contrato, as quantidades realmente executadas serão diferentes, o que originará um novo Valor de Venda e, consequentemente um novo custo industrial. Assim sendo, o coeficiente de venda será alterado. O que não pode ser
Valor de Venda
Custo IndustrialKv = [2.1]
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alterado é a estrutura de custos de cada tarefa, ou seja a rectificação de uma quantidade não origina a alteração do custo unitário objectivo que lhe está subjacente.
2.4.4. CONTROLO ORÇAMENTAL
2.4.4.1. PREVISÃO DE DESPESAS
A alocação, durante a execução do Objectivo, de recursos a tarefas (todos os recursos estão associados a uma Natureza de Despesas) e, a ligação destas a Frentes de Trabalho/Contas, permite a definição dos orçamentos que vão ser controlados. Teremos uma óptica por Natureza de Despesa (Balanço de Naturezas) e, uma óptica por Tipo de Trabalho/Contas. A forma de “avançar” estes orçamentos depende do tipo de despesas que os compõem (avançar um orçamento significa calcular os consumos previstos para a obra quando esta atinge um determinado grau de acabamento).
a) Custos Directos de Produção (Produção Própria e Subempreitadas):
No caso da Produção Própria, as despesas previstas são determinadas pelo avanço físico dos trabalhos. O desvio observado num determinado mês é um desvio passado e não tem em conta os eventuais desvios futuros. Se for previsível a existência de desvios no futuro, a Previsão de Fim de Obra deve ser revista. O avanço das Subempreitadas é efectuado do seguinte modo:
Fórmula 2.2 – Avanços
Esta percentagem aplicada ao Orçamento Objectivo determina a despesa prevista. O trabalho realmente executado não tem que corresponder à facturação ao Cliente nem à facturação do Subempreiteiro. Só vamos ter desvios nas Subempreitadas a partir do momento em que o valor do contrato com o subempreiteiro (Valor Tratado da Subempreitada) for diferente do Orçamento Objectivo considerado para esse subempreiteiro. O desvio que resulta dessa diferença é o desvio expectável de fim de Obra nesta natureza.
b) Custos Indirectos de Produção (Estaleiro / Gastos Gerais):
A maior parte destas despesas, não está ligada ao avanço físico dos trabalhos, mas sim ao factor tempo. Deste modo para os Custos Indirectos o avanço é feito em “Falta Gastar”. Assim, o orçamento desbloqueado é calculado do seguinte modo:
Fórmula 2.3 – Despesas Previstas
Despesas Previstas = Orçamento Objectivo - Falta Gastar
Trabalho realmente executado pelo Subempreiteiro
Valor Total do seu Contrato[2.2]
[2.3]
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Este método de avançar os Custos Indirectos, obriga a que os desvios (potenciais ou já verificados) apareçam na altura em que são originados e não apenas quando o orçamento objectivo é esgotado. O desvio mensal observado corresponde ao desvio expectável de fim de Obra.
2.4.4.2. CUSTOS REAIS
São considerados como custos reais aqueles que foram declarados na execução das tarefas já produzidas.
• Custos com Mão-de-Obra:
� Mão-de-Obra Alugada - Quantidade de horas trabalhadas pelo pessoal cedido, valorizado pelos preços do respectivo contrato.
� Mão-de-Obra Própria - Valor do custo efectivo à empresa de cada colaborador (salário + encargos).
• Custos com Materiais - quantidades entradas em Obra (Guias de remessa), valorizadas pelos preços constantes das Notas de Encomenda deduzidas dos Stocks.
• Custos com Subempreitadas - o custo considerado, corresponde à valorização das quantidades realmente efectuadas, pelo preço de contrato. À diferença entre este valor e o auto do subempreiteiro dá-se o nome de Provisório de Subempreitada. Se o Provisório for positivo, significa que o Subempreiteiro está subfacturado, se for negativo o Subempreiteiro está sobrefacturado.
• Custos com Equipamentos - número de unidades de trabalho (dias, horas, Km’s, etc…), valorizados aos preços/taxas fixadas com um Alugador ou com o Serviço de Equipamento.
• Custos Diversos - são considerados Custos Diversos, todos os custos que não se encaixam em nenhuma das definições supra (Ex. Consumo de água/electricidade, telefones, Cartões p/ gasolina, rendas ALD, etc…)
Muitos destes custos não têm suporte na altura de fechar o mês. No entanto a obra já incorreu neles, consequentemente têm de ser considerados no apuramento dos Custos Reais. Neste caso são valorizados estes custos, procedendo-se à sua correcção quando de posse do seu valor real.
O custeio da obra é efectuado pelo registo diário das transacções em obra no sistema informático. Portanto, o custeio da obra é efectuado pelo consumo dos recursos à medida que estes ocorrem, logo na sua origem. Por exemplo, o custo de materiais é assumido no sistema informático pelo registo da recepção de uma encomenda previamente efectuada. Outros exemplos são o registo das Folhas Diárias de Mão-de-obra e Equipamentos, o registo dos Autos de Medição de Subempreitadas, etc. Este conceito é sempre válido, em qualquer das vertentes de controlo assumidas (por Natureza de Despesa ou por Frente de Trabalho / Conta). A diferença na utilização do sistema informático está em que no
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controlo por Frente de Trabalho/Conta é necessário especificar “onde” o recurso foi consumido (para que Frente de Trabalho são recepcionados os materiais constantes da Nota de Encomenda), ao passo que num controlo por Natureza de Despesa, esta especificação não é necessária.
Como foi referido a valorização das Despesas é efectuada pelo seu custo real. No caso em que a complexidade da Obra origine que a mesma seja compartimentada em termos de responsabilidade orçamental, a valorização de alguns recursos pode ser feita através da definição de custos padrão. Nesta situação enquadram-se os equipamentos pesados, as instalações de fabrico de betão ou brita, as instalações oficinais, etc., geridos pela própria obra. Para estes “Centros Produtores” é efectuado na obra um controlo detalhado da rentabilidade dos mesmos pela definição/orçamentação dos custos previstos de funcionamento e controlo ou comparação dos custos reais incorridos. São definidos Custos Padrão (orçamentados ou previstos) que custeiam as Frentes de Trabalho/Contas pelo trabalho produzido por estes centros produtores, por um lado, e são imputados os custos reais para permitir o funcionamento desses centros produtores em obra por outro. A análise dos custos reais imputados ao Centro Produtor versus o trabalho por ele produzido para a obra permite gerir estes centros. Esta forma de funcionar, permite também um custeio mais correcto das frentes de trabalho.
2.4.4.3. TRABALHOS SUPLEMENTARES (TS)
Consideram-se Trabalhos Suplementares, todas as alterações ao Contrato Base para as quais exista uma Venda confirmada por escrito pelo Cliente. Como já foi referido, esta é a única altura em que o Orçamento Objectivo, pode ser alterado. No entanto a introdução de Trabalhos Suplementares, não poderá originar alterações ao Coeficiente de Venda da Obra. Para tal os orçamentos relativos a Trabalhos Suplementares são calculados do seguinte modo:
Fórmula 2.4 – Trabalhos Suplementares
Esta é a despesa em que se pode incorrer, sem alterar o Coeficiente de Venda (Kv). Apenas por mera coincidência, este orçamento corresponde à verdadeira estimativa de custos para os trabalhos em questão. À diferença entre a Despesa Possível e a Despesa Real, dá-se o nome de Desvio de Trabalhos Suplementares, e é uma medida do benefício obtido pela Obra com a venda dos Trabalhos Suplementares.
Fórmula 2.5 – Trabalhos Suplementares (II)
Se o Desvio de TS for positivo, a venda de Trabalhos Suplementares está a melhorar a Obra em relação à Margem Objectivo, se o Desvio de TS for negativo, temos a situação inversa. A Gestão da verba do orçamento correspondente ao Desvio de TS, é da responsabilidade da Direcção de Obra. Nas obras em Série de Preços, o orçamento para os Trabalhos Suplementares é a estimativa de custos real.
1
KvOrçamento TS = x Valor de Venda dos TS
Orçamento TS = Estimativa de Custos Real + Desvio de TS
[2.4]
[2.5]
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Neste caso o benefício obtido pela obra com a venda dos Trabalhos Suplementares será determinado pela diferença entre o coeficiente de venda desses trabalhos e o coeficiente de venda da Obra.
2.4.4.4. TRANSFERÊNCIAS DE VERBAS
Durante a execução de uma Obra, as opções assumidas ou os princípios operacionais podem ser alterados. O interesse de comparar os orçamentos calculados para um princípio operacional, com as despesas incorridas segundo outro princípio operacional, é reduzido. Neste caso é possível efectuar transferências de verbas entre orçamentos, de forma a adaptar o previsto à nova realidade. Como não vamos alterar o orçamento global, todas estas transferências são de soma nula. A transferência de verbas nunca pode ser utilizada para anular desvios, pois é através da análise desses desvios que podem ser tomadas as medidas correctivas eficazes.
2.4.4.5. RISCOS E IMPREVISTOS
Dada a aleatoriedade da actividade de Construção Civil e Obras Públicas, a assumpção de uma Margem Objectivo comporta um risco elevado. Para fiabilizar esta margem é possível introduzir um orçamento para Riscos e Imprevistos. Este orçamento é gerido pela Direcção de Obra pelo método “Falta Gastar”.
2.4.5. PROVEITOS
O reconhecimento dos Proveitos é uma das peças fundamentais para se poder determinar o Resultado de Exploração da obra. Este reconhecimento pode ser efectuado de duas maneiras como se apresenta de seguida.
2.4.5.1. ACTIVIDADE
Considera-se como Actividade, a transformação em valor de venda do avanço do Orçamento Objectivo da Obra no momento T. O cálculo da Actividade é efectuado da seguinte forma:
Fórmula 2.6 – Actividade
Onde Kv é o Coeficiente de Venda da obra. Este método simples permite determinar a cada momento “T” o valor da Actividade de cada Obra.
Por outras palavras, qualquer despesa em que a obra incorra que esteja prevista em orçamento origina Actividade, independentemente de essa despesa ter uma correspondência física no avanço do objecto do contrato, a obra. Isto é, as despesas associadas à montagem de estaleiro, custos de projecto, entre outras, não produzem nenhum avanço físico na obra, no entanto originam Actividade, uma vez que estão previstas em orçamento e é efectuado um avanço destas despesas quando nelas se incorre.
Actividade = Orçamento Objectivo Avançado x Kv [2.6]
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No caso das obras em Série de Preços a Actividade é determinada do mesmo modo apenas com a diferença de que o coeficiente de venda utilizado depende do Valor de Venda e do Custo Industrial calculados para esse momento T.
Pela definição de Coeficiente de Venda (Kv), no fim da Obra a Actividade deve ser igual à Facturação. No entanto durante o desenrolar da Obra iremos observar desvios entre estes dois valores.
A origem desses desvios pode ser uma das seguintes:
• Distorção: A facturação é calculada através dos preços de venda contratuais. A diferença entre o preço de venda a cliente e o preço de venda teórico considerado no cálculo da Actividade constitui essa distorção (preço de venda teórico de um artigo = orçamento do artigo x Kv).
• Sobre e Subfacturação: que resulta de diferenças nos critérios de medição utilizados na avaliação da Actividade produzida e no Auto para Cliente, ou de tipos de facturação particulares (ex.: facturação segundo Cronograma Financeiro).
• Desvios Técnicos: Revisão de Preços não apresentada a Cliente.
A obra a cada momento T deve analisar e justificar os desvios verificados entre Actividade e Facturação. Os adiantamentos de Clientes e a Subempreiteiros, não são considerados nem Actividade nem Facturação, assim como as retenções para garantia. Tratam-se apenas de movimentos de Tesouraria e não representam efectivamente proveitos ou custos. Para o cálculo do Resultado de Exploração, a valorização dos Proveitos das obras através da Actividade é o método mais correcto.
2.4.5.2. PRODUÇÃO
Outra forma de determinar os Proveitos a que a obra tem direito num momento T é determinar a sua Produção. A Produção é calculada multiplicando as quantidades de trabalho realmente executadas (as mesmas quantidades que dão origem ao avanço do orçamento objectivo), pelo preço de venda unitário de cada artigo da Lista de Venda ao Cliente.
Fórmula 2.7 – Produção
Neste caso o desvio verificado, durante o desenrolar da obra, entre Produção e Facturação terá origem exclusivamente na Sobre e Subfacturação verificada. Os Proveitos determinados por este método trazem para o Resultado de Exploração o enviesamento provocado pela distorção. A diferença entre Actividade e Produção, se negativa, representa de algum modo o risco financeiro em que a obra incorre, uma vez que representa os proveitos que, em termos contabilísticos, já foram considerados na formação do resultado mas que ainda não estão formalizados perante o cliente.
2.4.6. RESULTADO DA EXPLORAÇÃO
O Resultado de Exploração mensal é o reflexo da situação económica da obra num instante T. O método utilizado para determinação deste resultado, utilizando a Actividade como forma de valorizar os Proveitos da obra, é muito simples e está muito próximo do método do grau de acabamento utilizado na contabilidade.
Produção = Quantidades de trabalho executadas x Preço Unitário de Venda Contratual
[2.7]
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Neste caso, o Resultado de Exploração é a Margem Objectivo à qual se adiciona a performance obtida pela Equipe da Produção expressa pelo Desvio ao orçamento.
Pode ser calculado de três maneiras:
Resultado de Exploração = Actividade – Despesas Totais (c/ ou s/ Enc. Estrutura) [2.8 a)] Actividade – Orçamento Avançado (c/ ou s/ Enc. Estrutura) ±
Desvio ao Orçamento [2.8 b)] Resultado Objectivo x Avanço Global ± Desvio ao Orçamento
[2.8 c)]
Fórmulas 2.8 – Resultado da Exploração
A consideração ou não dos Encargos de Estrutura depende se estamos a calcular o Resultado de Exploração Líquido ou Bruto. Como verificamos, o Resultado obtido, num momento T, só difere do Resultado previsto para o mesmo momento, no valor do desvio ao Orçamento. Isto permite que a Obra se concentre apenas na avaliação do Controlo Orçamental, e na análise do desvio verificado.
Assim, para que o Resultado Objectivo se concretize, a Obra só tem que garantir duas premissas assumidas quando da realização do Objectivo:
• Transformar em Facturação toda a Actividade prevista no seu Objectivo;
• Não desviar ao Orçamento Objectivo apresentado.
O Resultado de Exploração também pode ser determinado, utilizando a Produção como forma de valorizar os Proveitos. Neste caso:
Resultado de Exploração = Produção – Despesas Totais (c/ ou s/ Enc. Estrutura) [2.8 d)]
Fórmulas 2.9 – Resultado da Exploração (II)
Neste caso o Resultado de Exploração, além de comportar o desvio ao orçamento, também comporta todo o efeito provocado pela distorção da Venda (conforme referido no ponto anterior). Assim a análise deste resultado, implica que a obra seja capaz de separar estes dois efeitos, para poder aferir correctamente qual a sua posição face ao Resultado Objectivo.
2.4.7. REVISÃO DE PREÇOS
Existem duas maneiras de tratar a Revisão de Preços:
1. Assumir a Revisão de Preços à medida que esta vai sendo facturada;
Nesta situação quando se factura Revisão de Preços, a previsão de facturação é alterada e consequentemente o Orçamento Objectivo tem que ser corrigido para manter o coeficiente de Venda
[2.8]
[2.9]
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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(Kv) inalterado. Esta correcção é efectuada utilizando o método preconizado para os Trabalhos Suplementares (despesa possível é igual ao valor da Revisão de Preços facturado a dividir pelo coeficiente de Venda [Kv] da Obra). Como não temos custos directamente associados a este aumento de facturação, o desvio verificado é levado imediatamente à margem gerando uma nova Previsão de Fim de Obra.
2. Assumir um valor estimado para a Revisão de Preços, quando da elaboração do Objectivo.
Neste caso não é efectuada nenhuma correcção ao Orçamento Objectivo de uma forma directa. O processo considerado consiste na comparação entre o coeficiente de Revisão de Preços Objectivo (Ro) e o coeficiente de Revisão de Preços real, observado no mês M (Rp).
Este coeficiente é calculado do seguinte modo:
Fórmula 2.10 – Actividade Revista
Na determinação do Resultado de Exploração para o mês M é feita uma correcção ao valor da Actividade que resulta de uma correcção efectuada ao Orçamento Objectivo Avançado (Oo). Assim o valor de Actividade a considerar é:
Fórmula 2.11 – Revisão de Preços
Se Rp > Ro a Obra melhora o seu Resultado face ao Objectivo apresentado;
Se Rp < Ro a Obra piora o seu Resultado face ao Objectivo apresentado.
Onde:
Fórmula 2.12 – Orçamento Revisto Avançado
Em que:
Oo - Orçamento Objectivo Avançado (conforme ponto Controlo Orçamental)
Or - Orçamento Revisto Avançado
Revisão de Preços Emitida
Facturação Contratual + Facturação de TS emitidasRp =
Actividade Revista (Ar) = Orçamento Revisto Avançado (Or) X Kv
Oo
(1 + Ro)Or = x (1 + Rp)
[2.10]
[2.11]
[2.12]
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Ro - Coeficiente de Revisão de Preços Objectivo
Rp - Coeficiente de Revisão de Preços real no mês M
Ao valor Dr, onde:
Fórmula 2.13 – Desvio de Revisão
dá-se o nome de Desvio de Revisão e é a medida do impacto da Revisão de Preços no Resultado de Exploração da Obra.
2.4.8. REPORTING
Da aplicação de todos os conceitos atrás mencionados resultará um conjunto de mapas que constituirá o Relatório Mensal de Obra, que analisaremos detalhadamente mais à frente.
Dr = Or - Oo [2.13]
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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3
CONTROLO DE RECURSOS
3.1. CONTROLO DE RECURSOS PRÓPRIOS
3.1.1. MATERIAIS
A gestão de materiais em obra consiste essencialmente numa questão de logística. Os materiais devem estar disponíveis em obra, no lugar e momento correctos, com a quantidade e qualidade exigidas, com o menor custo possível. Este objectivo deve ser tido em conta, desde o momento da encomenda até à entrega, através de procedimentos eficazes de verificação e controlo de qualidade, de custos e de prazos.
No momento da compra dos materiais, pelo empreiteiro geral, deve ser sempre mencionada a quantidade, qualidade, preços e prazos de pagamento, prazos de entrega e modo de transporte. A qualidade e quantidade dos materiais devem ser confirmadas no momento da entrega em obra, através de inspecção, contagem e eventualmente alguns testes, e ficar registada em guias e outros documentos de verificação (RITZ, 1994).
Tendo em vista o fornecimento de materiais, comprados pelo empreiteiro, os elementos disponíveis devem ser contemplados na elaboração do planeamento da obra. Devem ter-se em conta as limitações relativas aos prazos de fornecimento dos materiais, que podem envolver a necessidade de produzir elevadas quantidades ou materiais específicos. Quando uma actividade necessita de um determinado material ou conjunto de materiais, deve ser considerado no seu prazo aquele que for mais tardio entre todos. Esse prazo deve levar em consideração a elaboração e envio da encomenda, desenhos de preparação para aprovação pelo Dono de Obra, fabricação dos materiais, prazos de entrega e eventuais períodos para inspecções alfandegárias (CLOUGH et al, 2000).
Em alguns tipos de materiais, por vezes a Direcção de Obra opta por encomendar as quantidades totais necessárias para todo o período da obra, mesmo que esta seja de grande duração. Esta opção tem como objectivo precaver-se contra eventuais aumentos dos preços, que se prevejam vir a ocorrer. Ao mesmo tempo fica garantida a disponibilidade total desses materiais até final da obra. No entanto é necessário ter alguns cuidados, coordenando estas entregas com o progresso dos trabalhos e planeando de forma bastante exacta as reais necessidades da obra. Muitas vezes é indesejável a quantidade excessiva de certos materiais em obra. Esses materiais ocupam, não raras vezes, espaço precioso no estaleiro da obra, que pode ser limitado, ou interferir com a movimentação de pessoal e equipamentos. Para além disso, alguns materiais poderão deteriorar-se com o tempo, ser estragados ou mesmo roubados. A acrescer a isso, ainda temos o factor económico. A entrega antecipada de materiais exige da empresa uma disponibilidade de dinheiro, quando ainda não tem produção nem o consequente retorno monetário. No caso de empresas com estaleiro central e boas condições financeiras, esta poderá ser
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realmente uma boa opção, pois os materiais poderão ficar guardados em óptimas condições, sem interferir com a obra em curso, reduzindo custos que poderiam advir dum eventual aumento futuro dos seus preços unitários.
Um dos mais relevantes exemplos desta situação é o aço, que é normalmente uma parcela bastante significativa dos custos das obras de betão armado. Este material é por isso encomendado em grandes quantidades, numa fase inicial, de modo a evitar o esperado aumento de custos futuros. O aço fica então armazenado para futura utilização nas actividades da obra. Ao nível do controlo de custos, os encargos com a compra destes materiais devem ser considerados tendo em conta estas condicionantes, e de acordo com a política da empresa / obra, como veremos mais à frente.
3.1.2. EQUIPAMENTOS
Neste capítulo faz-se referência exclusivamente ao controlo de equipamentos próprios, da empresa empreiteira geral. O caso dos equipamentos alugados a subempreiteiros é tratado no capítulo 3.2.4..
No que diz respeito aos equipamentos, que neste caso são próprios, a maior parte das escolhas e decisões, no que diz respeito à determinação das necessidades de recursos, são tomadas no momento de orçamentação em fase de concurso da obra. Estas decisões são posteriormente transferidas para o âmbito da obra que deverá ajustá-las e elaborar um novo reorçamento, em que também estes valores relativos a equipamentos são tidos em conta. Sendo os equipamentos próprios, e nos casos em que os prazos da obra sejam relativamente curtos, os preços unitários não deverão estar muito longe daqueles orçamentados em fase comercial. Mas também estes valores merecem atenção, pois não raras vezes são feitos descontos, que depois se conclui serem impossíveis de manter durante o decurso da obra. Ao nível das quantidades é que as diferenças são normalmente maiores. É da responsabilidade da Direcção de Obra analisar as actividades e verificar a adequada afectação dos recursos de equipamentos próprios a cada uma delas, de acordo com as disponibilidades actuais da empresa. É recomendável elaborar uma análise cuidada, no limite ao detalhe diário, de modo a evitar conflitos e sobreposições de equipamentos, em actividades diferentes. Na ocorrência destas situações, será necessário proceder à recalendarização das actividades fora do caminho crítico da empreitada. Se tal não for possível, podemos ainda recorrer a trabalho nocturno, durante os fins-de-semana ou em múltiplos turnos, de forma a ultrapassar estas dificuldades. Outra solução óbvia poderá ser ainda recorrer ao aluguer externo de outros equipamentos. Qualquer uma destas decisões deverá ser muito bem ponderada, pois acarretará eventuais aumentos à duração e custo global da empreitada (CLOUGH et al, 2000).
Devemos garantir ao máximo que o equipamento solicitado para executar determinados trabalhos é o mais adequado para esses trabalhos e nas condições em que os mesmos serão executados. Para isso devem ser consultados previamente, os intervenientes mais conhecedores sobre os equipamentos e trabalhos a executar, como são o Encarregado de Obra, o responsável pelos equipamentos ou até o mecânico em obra. É também recomendável que se tente implementar ao máximo a estandardização das marcas, para facilitar a manutenção e as reparações (BARRIE et al, 1992)..
As actividades devem ser planeadas e calendarizadas de modo a maximizar a utilização dos equipamentos em obra. Equipamentos parados continuam a ter custo, sem gerar qualquer proveito. É recomendável que sejam feitas antecipadamente as diligências necessárias para suprir qualquer falta de um determinado equipamento que tenha reparações ou manutenções planeadas previamente. Algumas destas manutenções, mais ligeiras, podem mesmo ser realizadas em obra, por pessoal qualificado do enquadramento de obra, da empresa ou de entidades exteriores. Nos casos em que as manutenções ou
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reparações tenham que ser efectuadas no exterior, deve garantir-se que estas são feitas o mais rapidamente possível e por profissionais qualificados, se possível e de preferência em períodos em que o impacto na produção seja menor, como sejam os períodos nocturnos e fins-de-semana.
A produtividade de um equipamento depende também em grande medida do seu operador ou manobrador. É normal que os Encarregados de Obra tenham as suas equipas e conheçam os manobradores mais indicados para um determinado tipo de equipamento. Um manobrador inexperiente, para além de conduzir a níveis de produtividade menores, pode provocar avarias ou acidentes com o equipamento que manobra, levando a enormes e inesperados custos de reparação, ou até mesmo acidentes de trabalho, que eventualmente poderão por em causa as margens de lucro de toda a empreitada. Objectivamente, poderemos afirmar que todo o cuidado com os equipamentos nunca é demais e que não se deve exagerar na sua utilização, apenas tendo em vista algum acréscimo de produção.
Quanto aos custos decorrentes da manutenção ou reparação de equipamentos próprios do empreiteiro geral, devem ser feitas algumas considerações. Estes custos devem ser previstos em fase de orçamento, com base em experiência em obras anteriores com equipamentos e obras semelhantes. Deve ficar também definido nesta fase o procedimento a implementar em caso de necessidade destas manutenções ou reparações. Terá que ficar definida a extensão de responsabilidade na assunção dos custos daí decorrentes, da parte dos serviços centrais da empresa ou da obra que efectivamente utilizou os equipamentos envolvidos.
Ao contrário do que acontece com as subempreitadas e com os materiais, onde o custo é quase sempre directamente associado a uma actividade, nos equipamentos e na mão-de-obra não é exactamente assim. Normalmente os equipamentos e a mão-de-obra são recursos utilizados para a execução de diferentes actividades. Neste caso chamamos a estes recursos e a essas actividades onde estes recursos são associados, indirectos. Estes recursos de equipamentos e mão-de-obra serão então orçamentados separadamente das actividades directas, consoante as necessidades globais da obra. Estes custos indirectos poderão ser orçamentados, por exemplo, ao mês, como veremos desenvolvido em capítulos subsequentes. Esta situação varia de empresa para empresa.
3.1.3. MÃO-DE-OBRA
O controlo da mão-de-obra própria de uma empreitada começa com a determinação das necessidades de pessoal para a execução das actividades. Neste caso da mão-de-obra própria iremos ter em conta as disponibilidades da empresa, recorrendo ao sector de recursos humanos.
Também neste ponto, já deverá haver bastante informação resultante da fase de concurso, que terá que ser confirmada, tanto ao nível dos custos mensais como nas quantidades previstas. No que diz respeito aos custos mensais de cada um dos trabalhadores, deve-se estar atento a casos particulares de outros custos adicionais, como sejam subsídios ou ajudas de custo. Estes custos adicionais podem ocorrer em determinados conjuntos ou equipas de trabalhadores ou em casos individuais, em que o trabalhador poderá beneficiar de condições de remuneração específicas, que conduzam a um custo mensal mais elevado.
Em obra, deve ser elaborado o planeamento das actividades contendo ao detalhe as necessidades diárias de mão-de-obra para a execução de cada uma das actividades (ou conjunto de actividades de âmbito semelhante). Este planeamento permite identificar eventuais picos de necessidades de pessoal, onde várias actividades serão executadas em simultâneo. Estes picos devem ser nivelados através da manipulação das actividades não críticas. Estas actividades poderão ser alteradas ao nível dos prazos, e
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momentos de início e fim, sem alterar os prazos globais da empreitada. Esta manipulação tem como objectivo último reduzir as necessidades de aumento pontual de mão-de-obra e consequentemente aumento dos custos da obra. Este aumento de necessidades de trabalhadores em determinados momentos da obra, também não é desejável pois teríamos que recorrer com maior regularidade a despedimentos e novas contratações, o que é algo de totalmente ineficiente, dispendioso e totalmente inadequado, até mesmo a nível social. Um novo trabalhador não é tão eficiente, quando inicia a execução de um determinado tipo de trabalho, o que só ocorre em geral quando se familiariza com a execução dessa actividade. Ocorre um fenómeno de “curva de aprendizagem”, onde os custos vão tendencialmente sendo menores quando a actividade vai sendo continuamente executada pelos mesmos colaboradores. Também devemos tender para um nivelamento dos trabalhadores, pois a sua dispensa por alguns dias pode levar a uma indisponibilidade futura dos mesmos e bastante dificuldade em encontrar novos trabalhadores para o trabalho exigido.
Existem inúmeros métodos, mais ou menos complexos, para o nivelamento da mão-de-obra. Alguns destes métodos envolvem o recurso a ferramentas informáticas desenvolvidas especificamente com este propósito, mas que em grande parte das situações se revelam de aplicação bastante complexa e pouco expedita. Na maioria das obras, os responsáveis por este procedimento, recorrem a métodos baseados basicamente em tentativas e aproximações sucessivas. Tendo em conta que grande parte da informação relativa aos recursos da obra é estimada, e sujeita a imensos factores externos e imprevisíveis, também os modelos de nivelamento de mão-de-obra recorrendo a tentativas e aproximações parecem ser os mais adequados e suficientes para este âmbito.
Estes métodos de nivelamento envolvem a alteração, numa primeira fase, das datas de início das actividades não críticas, que envolvam o recurso a trabalhadores incluídos nesses picos de mão-de-obra. Podemos também aumentar o prazo dessas mesmas actividades, diluindo assim a necessidade de número de trabalhadores. Na prática, este tipo de decisões acaba por ser tomado em obra, pela Direcção de Obra ou até mesmo pelos Encarregados com mais experiência. Em projectos relativamente simples, em que as exigências de mão-de-obra sejam relativamente constantes, é suficiente e usualmente uma competência dos responsáveis pelas frentes de obra, as decisões no que diz respeito à afectação dos trabalhadores a determinadas actividades. Em obras mais complexas, que envolvam diferentes fases e grandes variações ao nível das exigências de mão-de-obra, é recomendável o recurso a ferramentas informáticas, que permitem uma análise e optimização global da empreitada (CLOUGH et al, 2000).
Actualmente as ferramentas disponíveis para o planeamento de obras complexas, fornecem uma boa aproximação das quantidades necessárias e a sua calendarização. Permitem uma ilustração gráfica da sua distribuição que é um suporte ideal para uma análise eficiente. Quando ocorrem problemas pontuais ligados com necessidades de mão-de-obra, que não podem ser resolvidos com estas ferramentas nem com horas extra nem subempreitadas, compete aos responsáveis pelas frentes de obra levar a cabo uma análise diária das actividades e progresso dos seus trabalhos. A nível global, é da competência do gestor da empreitada, identificar os problemas relacionados com a mão-de-obra, com alguma antecedência, e tomar as decisões necessárias para minimizar esses problemas, informando periodicamente os responsáveis pelas respectivas frentes de obra.
Ao nível do controlo de custos do pessoal em obra, há que implementar um sistema que permita registar com o maior detalhe possível, toda a informação relativa aos trabalhadores. Cada contratação de um colaborador, deve ser registada e mantida com os dados actualizados, incluindo toda a documentação exigível legalmente, e outra que seja solicitada pela própria empresa empreiteira ou pelo Dono de Obra. O sistema de registo de ponto do pessoal deve fornecer ao sector Administrativo e consequentemente à Gestão de Obra, os elementos de entrada e saída de cada um dos trabalhadores.
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Estes sistemas podem ir desde o simples cartão de ponto, preenchido pelo responsável de frente de obra, até a sistemas informáticos que registam as horas de entrada e saída, integrando esta informação automaticamente no sistema de gestão de obra.
Tal como referimos anteriormente para os equipamentos, também os recursos de mão-de-obra estão muitas vezes associados, não apenas a uma determinada actividade, mas a várias actividades a desenvolver no decurso da obra. Estas actividades e os respectivos recursos, designados por indirectos, são orçamentados a nível global, ou por mês, conforme veremos mais adiante desenvolvido neste trabalho.
3.2. CONTROLO DE SUBEMPREITADAS
3.2.1. TIPOS DE SUBEMPREITADAS
O recurso a subempreiteiros para a execução de parte dos trabalhos de uma empreitada é bastante comum e tanto mais intenso quanto maior é a dimensão da obra e a variedade de trabalhos a executar. O empreiteiro geral recorre a outras empresas por diferentes motivos que se poderão prender com razões de poupança financeira, especialização técnica para a execução de determinados trabalhos, prazos de conclusão das várias fases da obra, ou até mesmo factores relacionados com a reduzida disponibilidade de recursos próprios da empresa empreiteira.
Na maior parte das situações, o subempreiteiro é contratado para executar um determinado número de actividades, incluindo todo o fornecimento de materiais, equipamentos e mão-de-obra necessários para o efeito. Nestes casos toda a responsabilidade ao nível da gestão dos recursos fica do lado do subempreiteiro, cabendo apenas ao empreiteiro geral a tarefa de garantir o cumprimento de prazos e da qualidade de execução dos trabalhos.
Há, porém, situações em que os contratos de subempreitada poderão não incluir o fornecimento de um ou mais tipos de recursos, nomeadamente materiais, equipamentos ou alguma da mão-de-obra ou até mesmo se limitarem ao fornecimento de determinados serviços de aluguer de equipamentos e de mão-de-obra. Poderemos apresentar os seguintes casos, que ocorrem mais usualmente, de tipos de subempreitada:
• Subempreitada de execução de todos os trabalhos contratados, incluindo o fornecimento de todos os materiais, equipamentos e mão-de-obra;
• Subempreitada em que apenas o fornecimento do material, ou de um determinado material em particular é da responsabilidade do empreiteiro geral;
• Subempreitada com utilização de todos ou de alguns equipamentos e/ou mão-de-obra da responsabilidade do empreiteiro geral;
• Subempreitada apenas de aluguer de equipamentos;
• Subempreitada apenas de aluguer de mão-de-obra.
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As decisões inerentes à escolha de um determinado tipo de subempreitada prendem-se com inúmeros factores já referidos anteriormente, tanto da parte do empreiteiro geral como do subempreiteiro contratado.
3.2.2. METODOLOGIAS DE CONTROLO DE SUBEMPREITADAS
Basicamente, o controlo das subempreitadas consiste em assegurar que o subempreiteiro executa o trabalho para o qual foi contratado, quando solicitado, de acordo com o que foi definido e dentro dos prazos e custos estipulados. Existem alguns pontos importantes que deverão ser tidos em conta de modo a alcançarmos estes objectivos.
Em certas obras, em que tal seja possível, é importante que o subempreiteiro participe na fase de preparação do plano de trabalhos, nomeadamente no que diz respeito à calendarização e ligação das actividades em que está envolvido ao restante enquadramento geral do projecto.
Essenciais, e a ser levado em conta em todas as obras, são os cuidados a ter na elaboração dos contratos de subempreitada. Embora este assunto seja essencialmente de carácter jurídico, o envolvimento com o sector de produção é extremamente importante, pois poderá permitir a detecção de particularidades decorrentes de situações específicas da obra, relevantes na elaboração do contrato. Deve elaborar-se uma redacção do contrato que inclua, entre outros, termos relativos à previsão de prazos parciais e globais de execução dos trabalhos, critérios de medição, prazos de pagamento e exigências de segurança e qualidade.
Outro dos pontos a ter em conta ocorre nas situações em que o subempreiteiro se limita à execução de determinados trabalhos, mas não inclui todo ou parte dos materiais e/ou equipamentos necessários para a sua execução. Nestes casos é essencial assegurar que o subempreiteiro identifica e solicita atempadamente esses recursos que irá necessitar. Na fase de elaboração do contrato de subempreitada, estes recursos também deverão ser exaustivamente tidos em consideração evitando assim, de futuro, surpresas no que se refere aos custos que realmente terão de ser assumidos na execução dos trabalhos, da responsabilidade do subempreiteiro. Também em casos em que as subempreitadas incluam todo o fornecimento e execução dos trabalhos, é importante alertar os subempreiteiros para a gestão dos seus stocks de materiais, em conformidade com as exigências impostas pela calendarização da execução dos trabalhos.
No decurso da obra, a metodologia mais vulgarmente utilizada para controlo das subempreitadas, tem como base a utilização da listagem de actividades a executar pelo subempreiteiro. Sobre esta, são feitos os autos de medição mensais, onde vão sendo assinaladas as quantidades executadas, donde resultam os valores facturados em cada mês.
Por vezes poderá ser necessário proceder à execução de determinados trabalhos não previstos no contrato de subempreitada. Nestes casos, o empreiteiro geral poderá determinar que estes trabalhos são de natureza semelhante aos executados por determinado subempreiteiro. Assim, pode eventualmente propor-lhe a execução dos mesmos, como trabalhos a mais. O subempreiteiro apresentará nova proposta de preços para estes trabalhos, ao que se seguirá, se estes preços forem aprovados, a elaboração de um aditamento ao contrato de subempreitada.
Em alguns casos pode ainda surgir a situação em que, embora as actividades não sejam novas, as quantidades executadas ultrapassem ou fiquem aquém dos valores contratados. Nesta situação, tudo vai depender do que foi previamente definido nos termos do contrato de subempreitada. Poderá ter ficado definido como valor global, em que são da responsabilidade do subempreiteiro as alterações de quantidades, ou à medição, em que as quantidades executadas são aquelas que serão facturadas,
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independentemente das quantidades contratadas. Na maioria das situações acabamos por cair neste último caso. Porém, isto exige da parte do empreiteiro geral um elevado grau de acompanhamento e fiabilidade da medição dos trabalhos executados mensalmente pelo subempreiteiro (CLOUGH et al, 2000).
3.2.3. SUBEMPREITADAS DE MÃO-DE-OBRA
Quando nos referimos a subempreitadas de mão-de-obra, pretendemos assinalar as especificidades relativas a contratos de subempreitada em que o subempreiteiro apenas fornece pessoal para a execução de determinados trabalhos. Como já foi referido anteriormente, um dos factores a ter em conta é a atempada identificação e encomenda dos materiais e equipamentos, que eventualmente serão necessários para a execução desses trabalhos.
Essencialmente tem que ser extremamente bem pensado, logo à partida, o recurso ou não a subempreiteiros, para fornecimento de mão-de-obra. Deve ser consultado previamente o sector de recursos humanos da empresa empreiteira geral, para confirmar da real necessidade dessa contratação externa, dependendo muito da política da empresa. Só depois deveremos avançar para esta solução, que poderá determinar ou não, um aumento dos custos directos e/ou indirectos não só da obra, mas também a nível global da empresa.
Mas em alguns casos muito concretos não poderemos evitar a contratação de mão-de-obra externa. Por exemplo, no que se refere à mão-de-obra especializada para execução de trabalhos em armadura ou cofragens, em que seja benéfico a nível financeiro o fornecimento separado do material e da mão-de-obra.
Ultrapassada esta fase, tem que ser muito bem pensado e definido em contrato o método de medição dos trabalhos em causa. É assim essencial definir, por exemplo logo à partida, se os trabalhos serão facturados à medição (de quantidades executadas) ou à hora. Cada uma destas opções terá as suas exigências específicas e aplicações mais ou menos adequadas. Não se analisam nesta dissertação exaustivamente todas as opções possíveis e as respectivas vantagens e inconvenientes. Apenas se alerta para a necessidade de efectuar uma análise cuidada desta situação, de modo a evitar incorrer em enormes acréscimos de custos, decorrentes de critérios de medição e de fiscalização de trabalhos menos correctos. Salienta-se também a importância, por exemplo, da definição da responsabilidade do subempreiteiro no que diz respeito aos desperdícios de determinados materiais, consumidos na execução das suas actividades, como é o caso do aço ou da madeira. No caso, mais comum, das subempreitadas de mão-de-obra à medição, será o valor medido, aquele que resulta do produto final, ou a quantidade de material consumido para a sua execução? São questões como esta que terão que ficar muito bem esclarecidas logo à partida, de modo a minimizar conflitos e maximizar a eficiência e a rentabilidade da obra. Nos casos em que a subempreitada de mão-de-obra seja facturada à hora, teremos que recorrer a métodos que permitam aferir o ponto do pessoal contratado e monitorizar atentamente o decurso dos seus trabalhos, com vista a garantir uma adequada produtividade.
3.2.4. SUBEMPREITADAS DE ALUGUER DE EQUIPAMENTOS
Poderemos ter ainda situações em que é apenas da responsabilidade de um subempreiteiro o aluguer de equipamentos para a execução de trabalhos específicos, ou de serviços prestados a nível global da obra e/ou do estaleiro.
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Também nestas situações deveremos consultar previamente os serviços centrais da empresa empreiteira geral, para confirmar a disponibilidade e os custos inerentes à disponibilização dos equipamentos necessários.
Recorrendo ao serviço de subempreiteiros para o aluguer dos equipamentos, os cuidados a ter serão muito semelhantes àqueles que foram referidos no subcapítulo anterior relativo à mão-de-obra alugada. No caso dos equipamentos é mais usual o contrato ser feito à hora, com base num custo mensal de aluguer. Teremos portanto que basear o nosso controlo de custos na monitorização dos períodos de funcionamento dos equipamentos, e numa correcta definição das datas de início e fim relativas à necessidade de utilização de determinados equipamentos.
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4 ESTUDO DE CASO
4.1. ENQUADRAMENTO E DESCRIÇÃO GERAL DA OBRA
4.1.1. APRESENTAÇÃO DA OBRA
A obra em estudo consiste na concepção e construção da ampliação de uma central de tratamento biológico, por digestão anaeróbia, de forma a aumentar a capacidade da etapa de tratamento biológico de resíduos biodegradados.
A empreitada engloba ainda o fornecimento e instalação dos equipamentos necessários à plena e perfeita operação da ampliação do tratamento biológico, bem como a formação de pessoal e assistência técnica ao Dono de Obra.
A Obra está localizada no Norte Alentejano, mais propriamente no Distrito de Portalegre. A empreitada será executada por Valor Global Revisível e terá um prazo de execução de quinze meses mais três meses para o arranque de funcionamento.
Para a execução desta obra foi constituído um consórcio de duas empresas, em que cada uma delas irá executar uma parte bem definida dos trabalhos.
A empreitada engloba todos os trabalhos de construção civil necessários à ampliação da central (Movimento de Terras, Estruturas, Instalações Especiais e Arranjos Exteriores), trabalhos estes da responsabilidade do empreiteiro geral maioritário no consórcio. É sobre estes trabalhos que se irá centrar o estudo por parte do autor desta dissertação.
O outro consorciado terá a responsabilidade do fornecimento dos equipamentos necessários ao funcionamento da central.
Relativamente à empreitada de Construção Civil, poder-se-á resumir da seguinte forma os principais trabalhos:
• Trabalhos Preparatórios;
• Terraplenagens Gerais;
• Construção Civil;
• Arruamentos e Estacionamentos;
• Redes exteriores e Infra-estruturas.
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No que se refere aos trabalhos do capítulo de Construção Civil, estes serão divididos de acordo com a sua localização em distintos pontos da central:
• Percurso de Visitantes;
• Edifício da Pós-Compostagem em Pilhas;
• Zona Frontal dos Túneis;
• Túneis – Digestão Anaeróbia;
• Galeria Técnica;
• Poço de Decantação;
• Reactor – Tanque de Filtragem e de Armazenamento do Gás;
• Filtros Biológicos;
• Geradores;
• MT+E – Contentores para Armazenamento de Equipamento;
• Depósito para Armazenamento do Gás
Ainda relativamente ao capítulo de Construção Civil, e sem ir para já a maior detalhe, apresenta-se apenas a sua principal divisão em grandes subcapítulos, que ocorrem na generalidade das localizações expostas anteriormente:
• Movimento de Terras;
• Estrutura (Betão, Aço, Cofragem);
• Pavimento Térreo;
• Estrutura Metálica;
• Coberturas;
4.1.2. ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL
Esta obra está directamente ligada ao organograma geral da empresa apresentado anteriormente no Capítulo 2, essencialmente ao da Figura 2.4 – Organograma de Construção Civil Obras Norte, através do seu Coordenador e Director de Obra. Possui obviamente também ligações a outros organogramas apresentados, nomeadamente no que diz respeito ao sector de Gestão e Administrativo, Financeiro, Aprovisionamentos, Jurídico e de Segurança e Saúde.
Ao nível da obra a sua organização é composta por um número relativamente baixo de pessoas no seu enquadramento. Poderá assim ser apresentada da seguinte forma:
1. Enquadramento Técnico:
a. Coordenador / Director de Zona
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b. Director de Obra
c. Técnico de Gestão
d. Medidor / Preparador
e. Técnico de Prevenção e Segurança
f. Administrativo
g. Topógrafo (serviço externo)
2. Enquadramento de Obra:
a. Encarregado
b. Arvorados
c. Animador de Segurança
d. Manobradores
3. Mão-de-Obra de Apoio:
a. Serventes
b. Pedreiros
c. Emp. Limpezas
Estes colaboradores apresentados constituem a parcela de custos indirectos de mão-de-obra.
Em termos hierárquicos, como poderemos deduzir, a liderança é exercida pelo Director de Obra com orientação do seu Coordenador, que para além desta obra também dá apoio a outras empreitadas. Também o Técnico de Gestão e o Técnico de Prevenção e Segurança têm à sua responsabilidade várias obras, onde exercem as suas funções específicas, respectivamente nas áreas de Controlo de Gestão e Segurança, Saúde, Qualidade e Ambiente. Estes dois técnicos, juntamente com o Medidor / Preparador, o Administrativo, o Topógrafo e o Encarregado estão directamente ligados ao Director de Obra. O Administrativo também tem uma ligação directa com o Técnico de Gestão, responsável pelo apoio e acompanhamento constante. É o Administrativo que registando adequadamente todas as despesas da obra, classificando-as correctamente no lugar e com a natureza certa, vai fornecer os dados mais correctos para o controlo feito pelo Técnico de Gestão. Abaixo do Encarregado ficam os outros elementos do Enquadramento de Obra, sob a sua alçada, bem como o pessoal contratado como mão-de-obra de apoio, para tarefas variadas.
Quanto às ligações entre a obra e os serviços de apoio centrais, passam na sua maioria pelo Director de Obra. Serviços Jurídicos, Financeiros ou de Aprovisionamento são alguns desses exemplos. Ao Técnico de Gestão também cabe a responsabilidade de criar e manter estas ligações em funcionamento. É ele que interage com os Serviços Financeiros, para saber o ponto de situação em relação a pagamentos a fornecedores, emissão de facturas ou outros débitos ou créditos, controlo de recebimentos dos clientes. Interage também com o Serviço de Aprovisionamentos para ficar a par de novas adjudicações de subempreitadas e compras de materiais, que possam ter impacto no seu orçamento e controlo de gestão de obra. Não pode ser ainda esquecida a importância do Estaleiro
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Geral da empresa, onde a obra recorre para solicitar essencialmente equipamentos e serviços especializados, eventualmente também alguma mão-de-obra específica, ou até materiais que aí estejam em stock.
4.2. PROCEDIMENTOS DE CONTROLO
4.2.1. APRESENTAÇÃO
A metodologia de controlo seguida nesta obra em particular, segue os passos apresentados exaustivamente no Capítulo 2.3.. A maioria destes procedimentos são definidos pela empresa, apenas com alguns ajustes efectuados em particular para o caso específico de uma obra em Consórcio. Alguns dos procedimentos resultaram da intervenção pessoal do Técnico de Gestão responsável pela sua implementação, resultante dos conhecimentos desenvolvidos ao longo da elaboração desta tese.
4.2.2. DEFINIÇÃO DO OBJECTIVO INICIAL
O Objectivo de uma obra é, como já foi definido anteriormente, o orçamento elaborado na fase de produção, no início da obra, que irá servir de base para o controlo de gestão. Este documento é da responsabilidade da Direcção de Obra e elaborado conjuntamente com o Técnico de Gestão com apoio do sector de Medição e Administrativo.
Nesta obra, e tal como acontece em outros casos, partiu-se do Transfer para elaboração do Objectivo. No Transfer temos informação com todo o detalhe acerca da forma como foram orçamentadas as actividades na fase comercial. Informação que vai desde o método de execução dos trabalhos (produção própria ou subempreitada), até aos consumos aplicados a cada recurso (material, equipamento), passando por toda a orçamentação dos custos indirectos (estaleiro). Esta informação vai sendo progressivamente analisada à luz dos conhecimentos mais recentes em obra, e substituída até dar origem à versão final do Objectivo. O ideal seria que todas as adjudicações e outras decisões relativas à forma como irão ser executadas a totalidade das actividades da obra, já fossem conhecidas. Mas tal não é o que sucede na realidade. Assim, muitas vezes, a elaboração do Objectivo vai sendo progressivamente adiada até que sejam tomadas todas estas decisões. E a dado momento da obra, já este teve início, será exigido pelos superiores hierárquicos um documento vinculativo dos Objectivos orçamentais desta obra. E com os dados disponíveis a esse dado momento, é elaborado o Objectivo da obra, que algumas vezes, por cautela é apenas designado por Pré-Objectivo.
4.2.2.1. TIPOS DE CUSTOS
Divide-se sempre as obras em duas grandes partes: Directos e Indirectos, perfeitamente individualizadas e documentadas em quadros com informação apresentada de formas distintas. Apenas a forma como irá ser analisada e organizada no Objectivo será igual. Esta forma, como já foi referida anteriormente, é a análise por “Onde” e “O quê”. Mas comecemos por referir quais os elementos conhecidos relativos a esta obra, no momento da elaboração do Objectivo, através da sua organização por Directos e Indirectos e respectivas subdivisões:
• Custos Directos:
o Materiais:
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� Betões (m3), incluído custos das bombagens;
� Aço e arame queimado (Kg).
o Subempreitadas:
� Subempreitada de Movimentação de Terras (m3);
� Aplicação de Betão (Subempreitada de Mão-de-obra ao m3 de betão aplicado);
� Moldagem de Aço (Subempreitada de Mão-de-obra ao Kg de aço moldado);
� Arranjos Exteriores (m2);
� Pavimentos Térreos (m2);
� Redes de abastecimento de águas, drenagem, águas pluviais e incêndios (orçamentado por valores globais, controlo feito à medição);
� Instalações Eléctricas (orçamentado por valores globais, controlo feito à medição).
• Custos Indirectos – à partida ficam completamente definidos, pois incluem em grande medida recursos próprios da empresa, cujos custos já são previamente conhecidos e poderão ser considerados com valor relativamente bem estimado. Para cada um destes recursos são definidos também o número de meses que irão ser necessários:
o Mão-de-obra (100% do valor mensal de cada colaborador, excepto nos casos assinalados):
� Enquadramento Técnico:
• Coordenador (25% do valor);
• Director de Obra;
• Técnico de Gestão (25% do valor);
• Medidor / Preparador;
• Técnico de Prevenção e Segurança (20% do valor);
• Administrativo;
• Topógrafo (sub. externa).
� Enquadramento de Obra:
• Manobrador de Grua;
• Encarregado;
• Arvorados;
• Animador de Segurança;
• Manobrador de Multifunções (sub. externa).
� Mão-de-obra de Apoio:
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• Serventes de apoio ao estaleiro (sub. externa);
• Pedreiros (sub. externa);
• Empregada de Limpeza da Obra (sub. externa).
o Equipamentos - apresentados aqui de forma resumida, mas alguns deles orçamentados em função do colaborador que os irá utilizar, como é o caso do equipamento informático:
� Vibradores Agulha Eléctricos e a Gasóleo;
� Betoneiras;
� Baldes de Betão;
� Grua Torre;
� Multifunções;
� Retro escavadora;
� Bombas Submersíveis;
� Transportes de Materiais;
� Martelos pneumáticos e eléctricos;
� Contentores (ferramentaria, encarregado, instalações sanitárias, escritórios, balneários, vestiário, refeitório);
� Aparelhos de Ar Condicionado;
� Ferramentas eléctricas portáteis (rebarbadoras, serras, aparelhos de soldar);
� Equipamentos Informáticos (computadores portáteis, computadores fixos, programas informáticos, impressoras A4 e A3, UPS, scanners);
� Andaimes;
� Fotocopiadora;
� Equipamentos de segurança (guarda-corpos, equipamentos de protecção individual);
� Reserva para reparações de pequenos equipamentos.
o Outros Custos Diversos – orçamentados também em função dos gastos de cada um dos colaboradores aos quais se referem grande parte destas despesas:
� Consumo das viaturas ligeiras;
� Consumo das máquinas;
� Aluguer de veículos ligeiros;
� Despesas com portagens, refeições e estadias;
� Consumo de materiais de escritório, desenho e limpeza.
� Telecomunicações (telemóveis, internet, correspondência);
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� Consumo de electricidade;
� Consumo de água da rede;
� Montagem e desmontagem do estaleiro (estimado em valor global);
� Publicidade e Imagem (estimado em valor global)
Nesta fase devo ainda salientar alguns factores considerados na elaboração do Objectivo. No que diz respeito ao betão, que nesta obra é fornecido pronto, foi considerado um desperdício de 3%. Este valor foi tido em conta, tendo por base o valor indicativo da fase do Orçamente Comercial, e experiência de obras similares anteriores.
Relativamente ao aço, passamos para o subempreiteiro de moldagem e aplicação, a responsabilidade do desperdício. O aço é comprado ao fornecedor do material por nós, empreiteiro geral, que fará ao subempreiteiro a medição da sua produção utilizando essa quantidade de aço por nós fornecido.
4.2.2.2. MAPA TRANSFER/OBJECTIVO
O modelo completo do documento utilizado na elaboração do Objectivo é apresentado no Anexo A1. Este modelo parte das indicações e procedimentos da empresa, mas já com inúmeras modificações implementadas por mim ao longo dos tempos, fruto da experiência em diferentes tipos de obra. Na sua versão informatizada ele consiste num ficheiro de Excel com várias folhas interligadas, apresentadas sequencialmente no Anexo A1 – Mapas Comparativos Transfer / Objectivo - Modelo.
Estes mapas incluem informação relativa a:
• Datas de início e conclusão da obra e o respectivo prazo. Esta obra terá a duração de 18 meses, com início em Agosto de 2010 e final previsto para Janeiro de 2012.
• Principais intervenientes na elaboração do documento, nomeadamente Director de Produção (ou Coordenador), Director de Obra e Técnico de Gestão;
• Coluna com decomposição do Transfer da Obra (Orçamento da Fase Comercial), nos mesmos moldes do Objectivo;
• Coluna para introduzir eventuais valores relativos a transferências de verbas entre linhas – utilizado por exemplo em casos onde uma actividade em Transfer estava prevista ser executada em produção própria e depois em Objectivo foi orçamentada como subempreitada, ou vice-versa. O total desta coluna terá que ser zero. Nesta obra não utilizamos esta coluna para inserir qualquer valor;
• Coluna para introduzir eventuais valores de trabalhos a mais, a menos ou variantes, já conhecidos à data de elaboração do Objectivo. Nesta obra não utilizamos esta coluna para inserir qualquer valor;
• Coluna com Transfer Conforme, cujos valores são o somatório das colunas Transfer, Transfer de Verbas e Trabalhos a mais, a menos e variantes. Nesta obra, os valores desta coluna são iguais aos da coluna do Transfer;
• A coluna com os valores do Objectivo, organizada por tipos de recursos, donde retiramos a informação relativa ao “o quê”, a que chamamos naturezas, e que desenvolveremos mais adiante nesta dissertação;
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• Uma coluna com os desvios entre o Transfer (Conforme) e o Objectivo, que é igual à diferença entre essas duas colunas. Um valor positivo significa que o valor do Objectivo é inferior ao valor do Transfer, e um valor negativo que o valor do Transfer era inferior ao valor do Objectivo;
• A última coluna, onde podemos ver o valor do desvio expresso percentualmente;
• A primeira folha, Folha de Fecho, que resume o Objectivo, contém ainda informação relativa a Encargos Fixos da empresa. Estes encargos são definidos à partida pela empresa com uma determinada percentagem fixa, que resultará num certo valor de custos em função do valor de venda de cada obra. Nesta obra em particular foram tidos em conta Encargos de Estrutura, que são justificados pelos serviços prestados pela estrutura da empresa, fora da obra, como por exemplo, os Serviços Financeiros, Contabilidade, Jurídicos e de Aprovisionamentos. Também foi orçamentado uma percentagem para reserva do Serviço de Pós-Venda, que será gasto durante o período de garantia da Obra. Foram ainda orçamentadas duas outras parcelas, resultantes das percentagens para gastos Financeiros e Seguros.
• As três últimas folhas, com um modelo relativamente diferente das anteriores, permitem observar detalhadamente a distribuição mensal considerada na orçamentação dos recursos indirectos, nas folhas de mão-de-obra, equipamentos e custos diversos, com a comparação com o Transfer e as percentagens quantidades de imputação dos diversos recursos.
4.2.2.3. INFORMATIZAÇÃO E CODIFICAÇÃO DOS DADOS DO OBJECTIVO
Em paralelo com a elaboração deste documento, todo o orçamento vai sendo introduzido e preenchido num software de gestão de obra (a que chamamos Sligo – Sistema Local Integrado de Gestão de Obra). Este programa, no módulo de Orçamentação, permite a introdução das actividades da Obra e dentro de cada uma delas os seus respectivos recursos.
É nesta fase que a preocupação com os factores “Onde” e “O quê” se começa a intensificar. Assim, por um lado, os recursos serão classificados com o factor “O quê” a que designamos por Naturezas, e as actividades pelo factor “Onde”, que chamamos Conta. Daqui surge a necessidade de definição e aplicação de um determinado Plano de Contas para as Actividades e Plano de Naturezas para os Recursos.
4.2.2.3.1. PLANO DE NATUREZAS
O Plano de Naturezas é regido por alguns princípios da empresa mas permite algumas adaptações em função da obra. Esta classificação irá permitir elaborar o Controlo de Custos segundo a vertente “o quê” (Natureza de Despesa). Por outras palavras, analisa-se o que foi gasto Vs. o que deveria ter sido gasto, independentemente do local onde tal ocorreu. Este plano de naturezas obedece às seguintes regras de classificação:
Código Tipo de Despesa Observações
10xx Materiais Com o radical 10 serão classificadas todas as despesas relacionadas com materiais, nomeadamente:
• Materiais de Construção
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• Materiais Auxiliares
• Sobressalentes para equipamentos
100xxx
a 104xxx
Subempreitadas Com o radical 100 a 104 serão classificadas todas as despesas relacionadas com subempreitadas, nomeadamente:
• Mão-de-obra à medição (100xxx)
• Trabalhos de estrutura (101xxx)
• Instalações Especiais (102xxx)
• Trabalhos Especializados (103xxx)
• Trabalhos de Acabamentos (104xxx)
30xx Equipamentos Com o radical 30 serão classificadas todas as despesas com equipamentos (alugueres), quer se tratem de equipamentos próprios quer se tratem de equipamentos alugados
40xx Mão-de-Obra Com o radical 40 serão classificadas todas as despesas relacionadas com Mão-de-Obra Própria e alugada
50xx Outras Despesas Com o radical 50 serão classificadas todas as despesas que não se enquadrem em nenhumas das outras classificações.
Nas páginas seguintes apresentamos, como exemplo, um plano de naturezas.
Dado a diversidade de obras, e consequentemente a diversidade de necessidades de cada uma delas o plano de naturezas utilizado pode sofrer alterações de obra para obra. Deverá, no entanto, respeitar as regras de classificação acima expostas.
PLANO DE NATUREZAS DE MATERIAS
TIPO 1 - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Código Classe Materiais
10xx 10 Cimentos e Aglomerantes
11 Madeiras e Derivados
12 Materiais para Armaduras de Betão
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13 Betões e Argamassas
14 Pré-fabricados de Betão
15 Pré-esforço, Aparelhos de Apoio, Juntas de Dilatação
16 Materiais de Plástico e Fibras
17 Materiais Cerâmicos
18 Equipamento Sanitário
19 Materiais de Vidro
20 Materiais de Borracha e Lona
21 Materiais para Betuminosos e Derivados
22 Materiais Isolantes, Impermeabilizações, Vedantes
23 Ferragens
24 Inertes e Afins
25 Revestimentos
26 Coberturas
27 Tubagens e Acessórios de Canalização
28 Sementes, Plantas e Fertilizantes
29 Materiais para Drenagem
TIPO 2 - MATERIAIS AUXILIARES
Código Classe Materiais
10xx 30 Materiais para Desmonte e Escavação a Fogo
31 Materiais Metálicos
32 Materiais de Ligação e Fixação Mecânica
33 Material Eléctrico
34 Tintas, Drogas e Acessórios
35 Ferramentas de Uso Geral
36 Mangueiras
37 Combustíveis e Lubrificantes
38 Materiais para Soldadura e Corte de Materiais
39 Materiais e Ferramentas para Cortar, Furar e Roscar
40 Materiais de Protecção e Segurança
41 Materiais para Serviços Sociais
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49
42 Material de Limpeza, Desinfecção e Higiene
43 Taras e Embalagens
44 Material para Iluminação
45 Produtos Químicos
46 Serralharias
47 Móveis e Equipamentos de Cozinha
48 Economato
TIPO 3 - SOBRESSALENTES
Código Classe Materiais
10xx 50 Sobressalentes Diversos de Uso Geral
51 Sobressalentes de Equipamento de Bombagem e Esgotos
52 Sobress. de Equip. de Cravação, Sondagem e Fundações
53 Sobress. de Equipamento de Produção de Ar Comprimido
54 Sobress. de Equipamento de Movimentação de Terras
55 Sobress. de Equip. de Transporte de Passageiros e Carga
56 Sobress. de Equip. de Movim. e Elevação de Cargas
57 Sobress. de Equip. de Asfaltos e Outros Revestimentos
58 Sobressalentes de Equipamento de Britagem e Selecção
59 Sobress. de Equip. de Betões - Produção, Transporte e Colocação
60 Sobress. de Equip. de Produção de Energia Eléctrica
61 Sobress. de Equip. de Oficina Mecânica e Serralharia
62 Sobress. de Equip. de Oficina de Carpintaria / Est. Ferro
63 Sobress. para Edif. Metálicos e Const. Pré-Fabricadas
64 Sobressalentes para Equipamento de Topografia
65 Sobressalentes para Equipamento Marítimo
66 Sobressalentes para Equipamento de Comunicações
67 Sobressalentes p/ Equipamento de Perfuração, Trabalhos em Pedreiras e Túneis
68 Sobressalentes para Equipamento de Escritório, Imagem, Desenho e informática
69 Sobressalentes para Equipamento de Pedreiras, Subterrâneos e Demolições
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
50
PLANO DE NATUREZAS DE SUBEMPREITADAS
Código Classe Subempreitadas
100xxx Mão-de-obra à Medição
050 Armação de Ferro
100 Cofragem
150 Colocação de Betão
200 Mão-de-obra de Toscos e Acabamentos
101xxx Estrutura
050 Cofragens e Escoramentos
100 Estrutura Metálicas
150 Pré-esforço
200 Pré-fabricados
102xxx Instalações Especiais
050 Equipamento de Transporte e Elevação
100 Instalações Especiais
150 Equipamentos
103xxx Trabalhos Especializados
050 Demolições
100 Dragagens
150 Geotecnia e Fundações Especiais
200 Movimentação de Terras
250 Arranjos Exteriores
300 Pavimentação
350 Sinalização
400 Estudos Técnicos
450 Diversos
500 Isolamentos
104xxx Acabamentos
050 Caixilharias
100 Serralharias
150 Cantarias
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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200 Carpintarias
250 Revestimentos
300 Pinturas e Tratamentos
350 Acabamentos Amovíveis
400 Vãos Especiais
450 Diversos
PLANO DE NATUREZAS DE EQUIPAMENTOS
Código Classe Equipamentos
30xx 01 Equipamentos para Fabrico, transporte, Colocação e tratamento de Betão e Armaduras
03 Transportadores de Tapete
05 Equipamentos de Movimentação e Elevação de Cargas
10 Equipamentos de Movimentação de Terras
15 Equipamentos para Trabalhos em Betuminosos e Compactação de Terras
20 Equipamentos para Cravação e Arranque de Estacas
25 Equipamentos para Produção e Armazenamento de Ar Comprimido
30 Equipamentos de Bombagem e Esgotos
35 Equipamentos de Britagem e Selecção
40 Equipamentos de Topografia
45 Equipamentos de Transporte e Movimentação de Cargas
50 Equipamentos de Demolição, Perfuração, Carga e Remoção de Escombros em Trabalhos Subterrâneos, a céu aberto e Ventilação
55 Equipamento para Produção, Transformação e Transporte de Energia Eléctrica
60 Edifícios Metálicos e construções Pré-Fabricadas
65 Equipamento Marítimo
70 Equipamento de Comunicações
75 Equipamento de Oficina Mecânica e Serralharia
80 Equipamento Oficinal de Carpintaria
85 Equipamento Informático
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52
PLANO DE NATUREZAS MÃO-DE-OBRA
Código Classe Mão-de-obra
40xx 01 Mão-de-obra Alugada
02 Mão-de-obra Própria
03 Enquadramento
04 Enquadramento de Obra
PLANO DE NATUREZAS OUTRAS DESPESAS
Código Classe Outras Despesas
50xx 01 Veículos
02 Deslocações
03 Despesas de Representação
04 Seguros
05 Despesas de Funcionamento
06 Comunicação
07 EDP – Electricidade
08 Água
09 Honorários
10 Gastos Financeiros
11 Instalações
12 Publicidade
13 Livros e Documentação Técnica
14 Contencioso e Notariado
Utilizando esta estrutura de plano de Naturezas, com alguns ajustes e acrescentando no final de cada recurso numeração sequencial (001, 002, …) criou-se no Objectivo desta obra os recursos apresentados no Anexo A2 – Recursos do Objectivo do Caso de Estudo.
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53
4.2.2.3.2. PLANO DE CONTAS
Deixando a perspectiva do “o quê” das Naturezas passou-se agora para a perspectiva do “onde”, reflectida na utilização das contas.
Existem dois grupos de contas cuja definição é da responsabilidade da Direcção de Obra e que vão ser a chave do Controlo Orçamental pela óptica do Controlo por Actividades. São elas:
• Contas 61 - Gastos Gerais e Estaleiro
• Contas 62 - Custos de Produção
Para o primeiro grupo é possível criar um plano standard que se aplica a qualquer tipologia de obra, e como tal, deve ser adoptado, garantindo uma uniformização no tratamento da informação e facilitando o trabalho de análise.
Para o segundo grupo a uniformização no tratamento da informação já não é possível porque a definição destas contas depende da especificidade de cada obra e do tipo de controlo que a Direcção de Obra pretende implementar. No entanto para obras de Construção Civil, nomeadamente Edifícios, é possível estabelecer um Plano de Contas a um nível bastante agregador que permite alguma uniformização na forma de disponibilizar a informação.
O risco que está associado a uma definição muito detalhada das contas 62, reside no facto de, no dia-a-dia não ser possível imputar, de uma forma correcta, as despesas efectuadas à frente a que dizem respeito.
De seguida apresenta-se parte do plano de contas adoptado para esta obra, no que se refere às contas 61 e 62. Este plano de contas, encontra-se dividido em dois níveis, o primeiro mais agregador e consequentemente mais redutor em termos de análise, e o segundo com um maior detalhe, permitindo uma análise mais fina da Obra.
Conta Descrição da Conta
61 GASTOS GERAIS E ESTALEIRO
611 GASTOS GERAIS E ADMINISTRATIVOS
61101 ENC. C/ ESTRUT HUMANA DE APOIO OBRA/ESTALEIRO
6110101 DIRECÇÃO DE OBRA
6110102 ENGENHEIROS
6110103 PESSOAL DE ENQUADRAMENTO
6110104 SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E ARMAZÉM
6110105 GAB. TÉCNICO, TOPOGRAFIA E MEDIÇÕES
6110106 LABORATÓRIO E CONTROLO QUALIDADE
6110107 VIGILÂNCIA E LIMPEZA
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6110108 SEGURANÇA E MEDICINA NO TRABALHO
6110109 OUTROS CUSTOS
61102 ENCARGOS C/ MANUT. DE INSTAL. GERAIS EM OBRA
6110201 MANUT.INSTALAÇÕES SOCIAIS E HABITAÇÕES
6110209 MANUT. REDE DE AR E ÁGUA DO ESTALEIRO
6110211 MANUT. REDE ELÉCTRICA / TELEFONES ESTALEIRO
61104 GASTOS GERAIS E ADMINISTRATIVOS DIVERSOS
6110401 SEGUROS
6110402 GARANTIAS BANCÁRIAS
6110403 CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES
6110404 CONTRATOS COM O CLIENTE
6110405 ELAB. DE PROJECTOS DE OBRA (CONC./CONST.)
6110406 FISCALIZAÇÃO E DONO DE OBRA
6110407 SAV
6110408 CUSTOS COMUNS E DE FUNCIONAMENTO
61105 EQUIPAMENTO AFECTO AO ESTALEIRO
6110501 MOVIMENTAÇÃO E ELEVAÇÃO DE CARGAS
6110502 FABRICO E COLOCAÇÃO DE BETÃO E ARGAMASSAS
6110503 PRODUÇÃO DE AR COMPRIMIDO
6110504 PRODUÇÃO, TRANSF. E TRANSPORTE ENERGIA ELÉCTRICA
6110505 MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS
6110506 BOMBAGEM E ESGOTOS
6110507 DEMOLIÇÃO E PREFURAÇÃO
6110508 ANDAIMES E ESCORAMENTOS
6110509 OUTROS
6110511 CONSERVAÇÃO E REPARAÇÃO EQUIPAMENTO
612 MONT. / DESMONT. INST. GERAIS E ESPECIAIS (C/ TRANSP)
61201 MONTAGEM DE INSTALAÇÕES GERAIS
6120101 MONTAGEM DE INST. SOCIAIS E HABITAÇÕES
61203 TRANSP. EQUIPAMENTO / MATERIAIS DE E PARA A OBRA
6120301 TRANSP. EQUIPAMENTO/MATERIAIS EFECTUADO POR TERCEIROS
61204 AQUISIÇÃO/ CUSTOS PEQ. MÁQINAS E EQUIPAMENTO
6120401 PEQ. MÁQUINAS / EQUIPAMENTO DE VALOR < 50 C
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61207 LIQUIDAÇÃO FINAL DO ESTALEIRO
6120701 LIQUIDAÇÃO FINAL DO ESTALEIRO
619 CONTAS DE ACERTO
61901 Conta de Devolução de Compras
61902 Conta de Acerto de Devoluções
61903 Conta de Acerto Notas Débito / Crédito
61904 Conta de Acerto de Ajuste de Inventário
61905 Conta de Arredondamento Débitos / Créditos
62 CUSTOS DE PRODUÇÃO
621 TRABALHOS PREPARATORIOS
62101 ESTALEIRO E PROJECTOS
6210101 Pá Carregadora
6210102 Projectos de Execução
622 TERRAPLANAGENS GERAIS
62202 Desmatação, decapagem, escavação e aterro geral
623 CONSTRUÇÃO CIVIL - EDIFICIOS GERAIS
62301 MOVIMENTO DE TERRAS
6230101 Movimento de Terras - Edifícios
62302 ESTRUTURA - EDIFICIOS
6230201 Betão Armado
6230202 Pavimento Térreo
6230203 Estrutura Metálica
6230204 Impermeabilizações e Coberturas
62303 ACABAMENTOS
6230301 Alvenarias
6230302 Revestimentos de Pavimentos
6230303 Revestimentos de Paredes
6230304 Revestimentos de Tectos
6230305 Pinturas
6230306 Serralharias
624 ARRUAMENTOS E ESTACIONAMENTOS
62401 Pavimentação
62402 Passeios
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62403 Sinalização
62404 Paisagismo / Espaços Verdes
625 DIVERSOS
62501 Rede de Drenagem Pluvial
62502 Rede Residual
626 SISTEMAS ELECTROMECANICOS
62601 Abastecimento de Água Serviço e Processo
62602 Rede de Incêndios
62603 Instalações Eléctricas e AVAC
O plano de contas completo das obras inclui ainda muitas outras contas que são utilizadas para outros movimentos financeiros e também nos procedimentos de gestão de stocks.
4.2.2.3.3. ORGANIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES
Para além desta organização do Objectivo por Naturezas e Contas, resta referir que este Orçamento terá as suas actividades codificadas de modo a facilitar a sua identificação de forma expedita. Assim o código de cada uma das actividades terá um formato de 10 caracteres iniciando com uma letra que permita identificar um capítulo específico do articulado seguido de uma numeração sequencial de 10 em 10 unidades. Esta numeração vai permitir a eventual introdução futura de algumas actividades no meio das previamente existentes, nomeadamente no caso de trabalhamos a mais. Na parte do articulado correspondente às Actividades Indirectas, as actividades começarão com o prefixo IND. Resumidamente, o código das actividades será o seguinte:
A000000010
A000000020
……….
B000000010
……….
IND0000010
IND0000020
……….
Sendo os prefixos relativos aos capítulos seguintes:
• A - Trabalhos Preparatórios;
• B - Terraplenagens Gerais;
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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• C - Construção Civil;
• D - Arruamentos e Estacionamentos;
• E - Redes de Drenagem e Pluviais;
• F – Sistemas Electromecânicos, Eléctricos, Águas e AVAC;
• IND – Custos Indirectos.
4.2.3. CONTROLO MENSAL DA OBRA
O modelo de controlo de custos utilizado pela empresa e em vigor nesta obra, envolve a criação de documentos de suporte e análise com uma periodicidade mensal. No mês subsequente à definição do Objectivo da Obra, poderá e deverá iniciar-se de imediato esse controlo mensal, tendo como base para esse primeiro controlo todos os custos acumulados registados até à data e o ponto da situação da obra, que designamos por avanços.
O controlo de custos mensais é elaborado tendo em conta dois parâmetros fundamentais que vão ser comparados, todos os meses a nível de valores acumulados e mensais, entre si:
• Despesas;
• Avanços.
4.2.3.1. DESPESAS
As despesas são todos os valores imputados a uma obra e registados na respectiva base de dados informatizada dessa obra. Utilizaremos o termo despesas para designar todos esses valores, positivos (efectivamente custos da obra) ou negativos (créditos). Estas despesas serão todas registadas informaticamente de diferente formas, e em “módulos” diferentes, consoante provenham de movimentos relacionados com:
• Subempreitadas;
• Materiais;
• Mão-de-Obra;
• Equipamentos;
• Diversos.
4.2.3.1.1. DESPESAS DE SUBEMPREITADAS
Para efectuar o registo de custos de subempreitadas ter-se-á primeiro que criar o respectivo contrato, negociado previamente por outros intervenientes do processo. Esse contrato define, entre outras coisas, actividades com preços unitários e as respectivas quantidades. Define ainda as condições e prazos de pagamentos, prazos de execução da subempreitada, regime da mesma (forfait ou série de preços), percentagens de adiantamentos e/ou retenções.
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Tem ainda de ficar definido, nesta fase de introdução do contrato de subempreitada para suporte informático, as Naturezas e Contas para cada uma das actividades do articulado do contrato. Preferencialmente é recomendável que haja uma ligação directa e unívoca entre cada uma destas actividades e as actividades do orçamento do Objectivo. Desta forma, poderá com muito mais facilidade saber-se de forma directa o custo que estará na realidade a ser imputado por uma determinada subempreitada para a execução de uma actividade em concreto do orçamento em análise.
Com o contrato definido, pode partir-se para a elaboração dos autos de medição mensais desse subempreiteiro. O medidor, responsável por esta tarefa, poderá efectuar estes autos directamente no programa informático ou passar essa informação ao sector administrativo, que normalmente tem um maior conhecimento do funcionamento do sistema informático de registo de custos.
Falta mencionar que este método de registo de despesas vai assumir para este módulo de subempreitadas, os custos que vão do dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês em causa para a elaboração do controlo de custos. Esta mesma calendarização é usada para todos os outros módulos, embora tenhamos que ter em conta algumas particularidades nos módulos de equipamentos e de mão-de-obra, como veremos mais adiante.
4.2.3.1.2. DESPESAS DE MATERIAIS
Tal como para o registo de despesas de subempreitadas, também para os materiais temos necessidade de previamente ter algum registo que defina as condições de pagamento e fornecimento. Segundo normas da empresa, e aplicadas nesta obra, é obrigatório que o registo de custos de materiais seja precedido de uma nota de encomenda central, ou interna. Na fase de adjudicação inicial da obra, dos diferentes trabalhos e materiais, terá que ser feito centralmente, no sector de aprovisionamento uma Nota de Encomenda Central, que define entre outros dados, o prazo de pagamento, os preços unitários, as quantidades e os descontos praticados. No decorrer da obra, e sempre que haja necessidade de algum material não previsto inicialmente, a obra terá que elaborar uma requisição e enviá-la ao serviço de aprovisionamentos, para que este sonde o mercado e posteriormente elabora a respectiva Nota de Encomenda Central. A requisição que sai da obra é já elaborada com recurso ao programa informático de gestão de obra, e inclui apenas as quantidades, a descrição dos artigos solicitados e a data de entrega pretendida. Por não incluir os preços unitários, designa-se este documento por Requisição Não Valorizada. Esta requisição irá dar origem à Nota de Encomenda Central, que será integrada neste programa informático, fazendo o cruzamento de dados com a respectiva Requisição.
Em casos excepcionais, quando haja disponibilidade dos materiais solicitados, em outra obra ou no estaleiro central da empresa, em vez da Nota de Encomenda Central, será elaborada uma Nota de Encomenda Interna. Esta Nota de Encomenda Interna, vai incluir um campo para preencher com a origem dos materiais solicitados, ao contrário da Nota de Encomenda Central que mencionava a empresa fornecedora dos materiais.
Também poderá ocorrer, o que não foi até à data ainda o caso nesta obra em estudo, a situação em que um determinado tipo de material será controlado não apenas pela Nota de Encomenda, mas também com um Contrato de Fornecimento, a ela associado. Este Contrato vai definir, de forma semelhante aos Contratos de Subempreitada, quantidades previstas de fornecimento e também datas de início e fim, durante as quais se manterá em vigor as cláusulas nele definidas. Esta formalização ocorre essencialmente no fornecimento de grandes quantidades de materiais durante um período mais ou menos longo da obra, como é no caso do fornecimento de betão, cimentos ou aço.
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Estando definidos estes documentos prévios, os materiais vão sendo recepcionados e registados em obra, utilizando as Guias de Remessa. Cada recepção, com uma determinada Guia de Remessa, é lançada informaticamente, associando nesta fase, esses materiais a uma determinada conta do Plano de Contas da Obra. No que se refere às Naturezas, essa identificação já vem feita de uma fase anterior, pois cada Artigo escolhido como descrição do material, já trás com ele uma Natureza associada. Nesta fase, de Recepção de Encomendas (de Fornecedores ou Internas) em Contas, o custo do material vai directamente ser assumido no período em curso e vai reflectir-se de imediato na elaboração do próximo controlo de custos.
Por outro lado, para materiais recebidos em grandes quantidades mas que vão sendo progressivamente consumidos pela obra, a situação é distinta. Esses materiais terão que ser recebidos para Armazém ficando desta forma em Stock. Apenas posteriormente, quando os materiais forem realmente solicitados e consumidos pela frente de obra, faremos uma Saída por Consumo do Armazém para a Conta respectiva. Até lá, enquanto os materiais estão em Stock, estes ficarão identificados por uma conta 31, com uma contabilização distinta para efeitos do controlo de custos. Este é o caso mais correntemente utilizado para o aço, onde os valores em causa entre as quantidades em stock e as quantidades realmente aplicadas, são muito distintas.
4.2.3.1.3. DESPESAS DE MÃO-DE-OBRA
Relativamente à Mão-de-Obra, surgem logo à partida duas situações distintas: a Mão-de-Obra Própria, que utiliza pessoal da empresa empreiteira, e a Mão-de-Obra Alugada, que recorre a pessoal de empresas subempreitadas para executar trabalhos à hora.
Quanto à Mão-de-Obra Própria, começa-se por abrir as Fichas de Colaborador, fichas individuais onde constam dados pessoais do colaborador, tipo de contrato, categoria, Natureza dos Custos (neste caso 4003 ou 4004), datas de entrada e de saída estimada e Conta para imputação dos Custos. Temos ainda disponíveis nesta ficha informatizada, outros campos não obrigatórios, para registar dados dos documentos pessoais do colaborador, para gerar avisos de datas de expiração, e outros campos que irão permitir gerar, por exemplo guias de saída de colaboradores, entre outros que permitem disponibilizar uma base de dados completa dos colaboradores.
Ao longo da obra, os custos de mão-de-obra vão sendo apurados a partir da elaboração das Folhas Diárias. Nestas Folhas Diárias são registadas as horas de entrada e saída de cada um dos colaboradores, ou de vários colaboradores integrados numa equipa, e também os dias de férias, faltas e períodos de trabalhos suplementares. Actualmente, este registo já é auxiliado pelo recurso a equipamento de registo de ponto, com pastilhas individuais que por contacto com bastões vão registar horas de entrada e saída dos colaboradores e integrar esses dados directamente no programa informático de gestão de obra. Este ponto é registado do dia 16 do mês anterior até ao dia 15 do mês corrente e seguidamente exportado para processamento central de salários.
No final de cada mês, por volta do dia 25, a empresa processa centralmente os salários de todo o pessoal e disponibiliza um ficheiro informático que é integrado na plataforma de gestão de obra. Neste ficheiro constam todos os valores de custo do pessoal em obra que fica assim directamente imputado à mesma e disponível para o Controlo de Custos do mês em causa.
No que diz respeito à Mão-de-Obra Alugada, para além da abertura das Fichas de Colaboradores, com informação semelhante às da Mão-de-Obra Própria, temos ainda que abrir um contrato de Mão-de-Obra. Tal como nos casos anteriores de Subempreitadas, este contrato inclui informação relativa às condições de pagamento e preços unitários, neste caso da hora de trabalho de cada categoria de
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trabalhador. Temos ainda que definir os Períodos de Facturação. Recomenda-se que estes períodos coincidam com os da Mão-de-Obra Própria, os seja de 16 a 15, de modo a facilitar a aferição de custos mensais. Assim ficou definido nesta obra, que teve um subempreiteiro de Mão-de-Obra Alugada, que disponibiliza Condutores/Manobradores, Pedreiros e Serventes.
Também para os colaboradores do Subempreiteiro são elaboradas as Folhas Diárias, recorrendo às pastilhas individuais, donde resultam os dados de entrada e saída de cada um deles, da obra. Estes dados vão permitir, depois do último dia do ponto (dia 15 nesta obra e na grande generalidade), a elaboração automática do Auto de Medição de Mão-de-Obra Alugada. Este Auto, depois de aprovado pelos responsáveis da parte do Subempreito e do Empreiteiro Geral, seguirá para os serviços centrais de Contabilidade, para pagamento, normalmente até ao dia 10 do mês seguinte.
4.2.3.1.4. DESPESAS DE EQUIPAMENTOS
Ao nível do procedimento com vista ao registo das despesas de Equipamentos, este aproxima-se bastante do registo das despesas de Mão-de-Obra. Também aqui existem Equipamentos próprios do Empreiteiro e o aluguer ao exterior de outros Equipamentos, onde para cada um deles deveremos abrir uma Ficha individual.
Quer sejam equipamentos próprios ou alugados, deve começar-se por definir um contrato que será aplicável a um ou vários equipamentos. Esse contrato vai definir, entre outros campos, as condições de pagamento e os períodos de facturação. Relativamente a estes períodos é recomendável que sejam iguais ao do fecho das contas mensais da obra, ou seja de 26 a 25 de modo a facilitar os cálculos. No caso de equipamentos internos, este já é o período considerado ao efectuar os débitos dos equipamentos internamente. No caso de equipamentos alugados ao exterior, por vezes pode ocorrer que o subempreiteiro facture os equipamentos por períodos distintos, por exemplo de 1 a 30. Esta situação deve ser evitada, pois complica a compensação das facturas do fornecedor com as nossas exportações de custos internamente.
Após estar definido o contrato, abre-se a ficha de cada um dos equipamentos em obra, onde constam entre muitos outros dados, a natureza de custos, as contas associadas, custos de utilização, custos de imobilização e as datas de entrada e saída. É normalmente recorrendo a estas datas que os custos dos equipamentos vão sendo imputados ao longo dos meses, na obra. Disse normalmente, pois também é possível elaborar, tal como para a mão-de-obra, folhas diárias de equipamento. Este não foi o caso desta obra em estudo. Aliás, nesta obra não foram sequer criadas todas as fichas de equipamentos internos. Estes equipamentos foram assumidos, na sua grande maioria, recorrendo aos mapas de débitos internos do estaleiro, e imputados através do módulo de despesas diversas, como veremos de seguida.
Ainda no que diz respeito aos equipamentos alugados, a emissão de autos ao subempreiteiro é automática, sendo apenas necessário escolher o período pretendido. Todos os dados necessários para a emissão destes autos já foram introduzidos anteriormente na ficha de equipamento e no respectivo contrato.
4.2.3.1.5. DESPESAS DE DIVERSOS
As despesas registadas neste “módulo” de Diversos, devem limitar-se a custos que não poderão ser assumidos através dos métodos anteriores, com exigências específicas como as Subempreitadas, Materiais ou Equipamentos. Caem neste âmbito, por exemplo, débitos internos de seguros, despesas
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de representação, deslocações, estadias, viaturas, etc. Este “módulo” está por isso bastante aberto no que diz respeito à forma como estas despesas são assumidas. Basta efectuar um único movimento para que esta despesa fique assumida na nossa obra. Este movimento inclui a definição das naturezas e contas de custos onde estes são imputados e entidade responsável por este débito. Depois de totalmente preenchidos os campos do movimento, vai ser gerada a Autorização de Pagamento, tal como ocorre para todos os outros “módulos” de custos anteriores. Mas neste caso, importa referir que a esta Autorização de Pagamento deve ser anexa toda a informação relevante e necessária para justificar sem gerar quaisquer dúvidas, os custos considerados.
Muitas vezes o que realmente se passa, é que neste “módulo” acabam por ser assumidas despesas que deveriam ser assumidas em “módulos” mais adequados. A ausência de certos documentos necessários para tal, ou algum facilitismo, acabam por justificar esta atitude. No caso da obra em estudo, por exemplo, os débitos internos de materiais estão, na sua grande maioria a ser assumidos aqui. Quando o débito é efectuado pelo estaleiro geral, os custos são introduzidos manualmente, tendo apenas o cuidado de ir escolhendo as naturezas e contas mais adequadas para cada uma das parcelas de custos de equipamentos.
4.2.3.2. AVANÇOS
Avanço é a quantidade declarada mensalmente como executada, relativamente à previsão expressa no articulado das actividades. Mensalmente, é da responsabilidade da direcção de obra com estreita colaboração com o Medidor, efectuar estes avanços. O articulado é preparado pelo Técnico de Gestão e enviado para os responsáveis enunciados. O trabalho consiste em preencher, por actividade, as quantidades realmente executadas em cada uma delas. Esta quantidade, ao ser multiplicada pelo custo unitário, vai resultar num valor de previsão de custos, à data. Esse valor previsto vai ser, num passo seguinte, comparado com os custos reais que foram previamente assumidos na obra, como explicado anteriormente em cada um dos seus módulos. A diferença entre este custo previsto e o custo real irá originar um desvio, positivo ou negativo, consoante os custos reais ficam aquém ou ultrapassam os custos previstos para aquele momento da obra.
O medidor, que acaba por ser o principal obreiro na elaboração dos avanços, tende a suportar-se nos autos de subempreitada, como meio de facilitar o preenchimento de parte significativa das actividades do orçamento. Porém, é essencial estar alerta para possíveis diferenças entre as quantidades realmente executadas e aquelas que algumas vezes são facturadas ao subempreiteiro. Muitas vezes estas quantidades poderão ter sido sub ou sobre facturadas, por alguma razão que ultrapasse o mero objectivo de contabilizar as exactas quantidades. Motivos financeiros ou outros, podem por vezes alterar os valores parciais dos autos de subempreitada e induzir em erro os avanços que daí podem resultar. Temos por isso que tentar ao máximo utilizar os valores realmente executados, mesmo que isso possa conduzir a desvios, em determinado momento da obra. Se soubermos realmente aquilo que se está a passar, saberemos justificar claramente o porquê dessas diferenças, que mais tarde certamente serão compensadas. Também para isso serve a ferramenta das Valorizações, como veremos mais adiante.
No que diz respeitos aos avanços de actividades do tipo Indirecto, normalmente é o próprio Técnico de Gestão que efectua os avanços mensais, tal como ocorre nesta obra em estudo. Como as actividades indirectas são geralmente orçamentadas por mês, o avanço torna-se bastante simples e imediato. Basta avançar por mês a quantidade 1 (correspondente a esse mês) para cada uma destas actividades, com a excepção de algumas, como por exemplo Seguros ou Custos Financeiros, com distribuição não linear, que poderão eventualmente ser avançadas em valor global, no momento da ocorrência destes custos.
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Nesta obra, mesmo estas actividades foram avançadas mês a mês e valorizadas de forma a não libertar margens que daí resultem, por ainda não terem sido assumidos os respectivos custos. Ainda no que diz respeito exclusivamente a estas actividades do tipo indirecto, é importante referir que os seus avanços são sempre realizados como Falta Gastar. Isto quer dizer que o valor introduzido no programa informático não é o valor do mês, nem o valor acumulado, mas sim o valor acumulado que falta consumir. É um método adoptado pela empresa como forma de distinguir os avanços das actividades directas das indirectas e também para gerar um alerta imediato ao Técnico de Gestão, no momento dos avanços, dos meses que ainda faltam consumir de determinados recursos indirectos, até ao final da obra.
4.2.3.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Esta fase de Análise dos Resultados do Controlo de Custos Mensal é talvez a mais importante de todo este procedimento, mas é simultaneamente aquela que é feita de formas distintas consoante a pessoa que o faz. Esta heterogeneidade de métodos de análise, que depende não só do técnico envolvido mas até mesmo da obra em particular e do período em análise, dificulta uma explicação estandardizada dos métodos. Essencialmente, esta análise é feita recorrendo aos mapas que resultam do programa informático, e consiste em averiguar os motivos por trás das eventuais (mais que certas) ocorrências de desvios, positivos ou negativos, entre a previsão feita e os resultados actuais da obra.
Existem diversos “outputs” que é possível obter a partir do programa informático, mas na minha opinião e mais especificamente para esta obra, os mapas que penso ser os mais relevantes para levar a cabo uma boa análise dos resultados, e que são apresentados mensalmente, estão no Anexo A3 – Modelo do Relatório Mensal de Obra do Caso em Estudo. São eles, por ordem de apresentação no processo completo do Relatório Mensal de Obra (R.M.O.):
• Relatório Mensal de Obra (propriamente dito), com as seguintes partes:
o Capa do Relatório Mensal de Obra (R.M.O.);
o R.M.O. – Identificação da Obra;
o R.M.O. – Resumo da Situação da Obra
o R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Evolução dos Trabalhos
o R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Situação Económica
o R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Situação Financeira
• Resultado de Exploração;
• Relatório das Despesas de Obra - Falta Gastar;
• Controlo de Naturezas;
• Balanço de Naturezas;
• Controlo de Facturação e Recebimentos
Começando pelo R.M.O., propriamente dito, é a parte inicial do documento que resume em algumas páginas toda a situação da obra, relativamente aos avanços, previsões finais, facturações e
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recebimentos. As duas primeiras páginas do R.M.O. contém informação geral sobre a obra, como por exemplo a sua designação, valores de contrato, datas de início, fim e outras relevantes, prazos, identificação do cliente, características do contrato e identificação dos responsáveis pela obra, da parte do empreiteiro e do cliente.
A terceira folha do R.M.O. (Resumo de Situação da Obra) é sempre aquela que é analisada com mais atenção, tanto pelos responsáveis em obra como pelos cargos de níveis hierárquicos superiores da empresa. Isto porque contém todo o panorama geral da situação actual da obra. No quadro da parte superior da página (A) disponibiliza a Evolução do Resultado Previsto da Obra, desde o Transfer, Objectivo, Pontos, Previsão Fim de Obra e Aleas. Relativamente ao Transfer e ao Objectivo já foram explicados previamente. Quanto aos pontos seguintes, serão analisados mais à frente. No quadro da zona central (B) podemos ver o Resultado Actual da Obra, incluindo os Avanços e os Custos, abertos pelos seus vários tipos, e apresentados com valores do período e acumulados. Surgem ainda nas últimas linhas deste quadro, os Resultados Líquidos e Previstos (em valor e em percentagem) e o respectivo desvio entre os dois valores. No quadro na zona inferior (C) surge a Evolução da Facturação, com os valores mensais e acumulados dos Autos ao Cliente (ou outra forma de débitos), divididos em categorias consoante são Trabalhos Contratuais, Suplementares. Revisão de Preços ou Diversos.
Nas três folhas seguintes, podemos ver o Detalhe da Situação da Obra, que permite analisá-la a partir de diferentes tipos de dados e vertentes. Na página 4, quadro A – Evolução dos Trabalhos, obtemos entre outros dados, informação sobre a percentagem de obra realizada à data, comparando-a com a data prevista no contrato. Na página 5, quadro B – Situação Económica, observamos de forma mais detalhada e através de diferentes algoritmos de cálculo, o resultado final de obra. Esta informação é apresentada também graficamente. Na página 6, quadro C – Situação Financeira, são apresentados elementos relativos à facturação ao cliente, nomeadamente os valores de obra facturada, as cobranças realizadas e os valores das facturas vencidas por cobrar. Também esta informação é apresentada graficamente.
Segue-se o documento Resultado da Exploração, que em algumas obras é dispensado, que resume e cruza em apenas uma página informação relativa à facturação com dados da produção e ainda existências em obra. Nesta folha, e recorrendo a estes dados, surgem os valores calculados de Margens e Previsões Finais de Obra.
O documento seguinte é extremamente importante e muito valorizado no processo de controlo de custos mensal das obras. No Relatório de Despesas de Obras – Falta Gastar, podemos observar, por naturezas, os respectivos valores de Objectivo, Despesas Acumuladas à data, Falta Gastar, Despesas de Fim de Obra e os Desvios obtidos. O Falta Gastar é a diferença entre as Despesas de Fim de Obra e as Despesas Acumuladas. E aqui entra uma das grandes decisões do Técnico de Gestão em articulação com a Direcção de Obra. No início da obra as Despesas de Fim de Obra são iguais aos valores do Objectivo. À medida que vão sendo assumidos os custos em obra, aumentando o valor da Despesa Acumulada, o valor do Falta Gastar vai descendo. Quando o valor de Falta Gastar passar a ser negativo, ou em qualquer outra situação por motivos de estratégia de obra, teremos que alterar os valores das Despesas de Fim de Obra. O procedimento mensal habitual é copiar os valores de Despesas de Fim de Obra do período anterior para o actual, mas poderá ser feito de forma diferente. A este passo chama-se Introdução dos Valores Declarados. Temos à disposição alguns métodos automáticos de introdução destes valores, que envolvem a Reorçamentação da Obra, e que serão vistos mais adiante. Neste momento irei apenas mencionar a possibilidade de alterar manualmente alguns destes valores, depois de copiar todos os valores do mês anterior para o mês actual. Como na maior parte dos meses não pretendemos realizar qualquer Reorçamentação nem alteração dos valores de
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Previsão Final de Obra, teremos que aumentar os valores de Despesas de Fim de Obra nas Naturezas onde temos Falta Gastar negativos. Consequentemente, para manter os valores totais, teremos que reduzir os valores nas Naturezas onde estimamos que teremos melhores resultados. Como referi, este é um mapa fulcral para tomar as grandes decisões em obra, nomeadamente no que diz respeitos às alterações da Previsão Final de Obra e na sua diluição ou não por diferente Naturezas de trabalhos.
O mapa seguinte, Controlo de Naturezas, é também um dos mais importantes e solicitados no processo do Relatório Mensal de Obra. Este mapa tem inúmeras colunas de informação relativas a cada uma das Naturezas da obra. As colunas, incluindo as fórmulas nelas implícitas, são as seguintes:
• Valores Previstos:
o Objectivo (A);
o Alterações ao Objectivo (B);
o Trabalhos a Mais (C);
o Total Previsto (D=A+B+C);
• Avanço em percentagem;
• Valores Acumulados:
o Previsão Acumulada (E);
o Real com Stock (F);
o Stock (G);
o Valorizações (H);
o Despesas Corrigidas (I=F-G+H);
o Desvio Acumulado (J=E-I)
É através deste mapa, e do resultado da coluna dos Desvios Acumulados, que são tomadas outras grandes decisões relativas à gestão da empreitada. Este diferencial entre as Despesas Corrigidas e as Previsões Acumuladas, pode ser negativo ou positivo, consoante as Despesas são superiores ou inferiores, respectivamente, às Previsões. A coluna da Despesa Corrigida permite que os valores de Custos Reais sofram acertos, que chamamos Valorizações, que podem dever-se a vários motivos, e que são manualmente preenchidos e associados a uma determinada Natureza e Conta.
As Valorizações são portanto uma das ferramentas disponíveis para analisar e controlar os desvios actuais e previsão final de obra. As Valorizações são introduzidas manualmente, num ecrã próprio do programa informático, com uma Natureza e Conta associada, e eventualmente alguma nota que permite justificar a sua introdução. Utiliza-se esta ferramenta quando ainda não existem despesas assumidas, embora o trabalho já tenha sido executado e consequentemente avançado. Neste caso a Valorização é positiva e tem o valor do custo dos trabalhos (subempreitadas ou recursos próprios) ainda por assumir na obra. Também poderá ser necessário fazer Valorizações negativas, embora não seja de todo o mais comum nem o correcto. Pode ocorrer esta situação, por exemplo, em casos em que os materiais sejam todos assumidos para a frente de obra, embora ainda parte deles esteja em stock. Outro caso em que será necessário utilizar Valorizações negativas é quando ocorrem adiantamentos ao
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Subempreiteiro, por exemplo, em que os trabalhos efectuados à data da elaboração do R.M.O. estão aquém dos valores assumidos em obra.
Relativamente ainda às Valorizações, mas agora ao nível dos Custos Indirectos, recorro com bastante frequência a esta ferramenta para limitar os valores dos desvios, normalmente positivos numa fase inicial da obra. Como os avanços dos Indirectos são feitos ao mês, é comum que os desvios sejam altos na fase inicial da obra, pois grande parte dos custos indirectos não são imediatamente imputados através dos débitos internos da empresa. Um caso flagrante desta situação passa-se com os débitos de Seguros e de Serviço Pós Venda (SAV). As actividades que contêm estes custos são avançadas com a mesma percentagem de facturação da obra, embora os custos só sejam normalmente imputados praticamente na fase final da empreitada. A justificação para avançar estas actividades desta forma, prende-se com a necessidade de manter uma certa continuidade do avanço global da obra ao longo do seu prazo. Assim, é necessário valorizar estas despesas de modo a obter um desvio nulo. Esta situação também ocorre na obra em estudo, para as naturezas de Seguros, SAV e Selos e Garantias.
Penso ser importante referir, antes de fechar este ponto, que existem outros mapas de análise de resultados que, embora sejam igualmente importantes e que já usei em outras obras, não são impressos nem analisados. É o caso, por exemplo, do mapa de Controlo de Contas, que como o nome indica, permite analisar a obra na vertente das Contas, pelo lado das previsões e dos custos imputados a cada uma delas. Temos ainda a possibilidade de obter um Balancete da Obra, por Contas, que mostra com o detalhe escolhido todos os custos mensais e acumulados que foram imputados a cada uma das contas visíveis no Balancete. Deixo ainda a nota de que alguns destes mapas podem ser obtidos com ou sem Valorizações, com vista a obter diferentes tipos de análise.
4.2.3.4. ALTERAÇÕES À PREVISÃO DE FIM DE OBRA
Em função dos resultados obtidos através da análise dos desvios dos mapas de Controlo de Naturezas (e eventualmente do Controlo por Contas) poderemos proceder a alterações na Previsão de Fim de Obra. Estas alterações são feitas a partir do menu Introdução de Valores Declarados, do programa informático. Este menu tem três opções para preenchimento automático dos Valores Declarados: Copiar do Objectivo Conforme, Copiar do Período Anterior e Copiar do Esperado com Valorizações. A opção mais utilizada, e também nesta obra em estudo, é a Copiar do Período Anterior. Isto porque, embora ocorram sempre desvios na obra, estes não são ainda tão relevantes, que justifiquem a alteração da Previsão de Fim de Obra. O que se faz em quase todos os meses é analisar o mapa de Falta Gastar à procura de valores negativos na coluna de Falta Gastar. Apenas nessas Naturezas, os valores declarados são alterados de modo a compensar estes valores de Falta Gastar negativos. Ao mesmo tempo, tenta-se reduzir em outras Naturezas, que se estima venham a gastar menos que o previsto, os respectivos valores declarados, de modo a que no total não ocorra qualquer alteração à Previsão de Fim de Obra.
Pode também optar-se por fazer o preenchimento dos valores declarados copiando do Esperado com Valorizações. Esta opção apoia-se num algoritmo informático que calcula para cada uma das Naturezas o valor estimado para final de obra. Utiliza também os valores introduzidos como Valorizações. Neste caso, podemos utilizar as Valorizações para controlar a Previsão de Final de Obra, que na maior parte dos meses não pretendemos alterar.
É ainda possível, numa fase mais avançada na obra, quando já foram feitas as alterações de fundo no orçamento, utilizar a ferramenta Copiar do Objectivo Conforme. Isto permite que todas as alterações que foram efectuadas no orçamento, transitem para a Previsão Final de Obra. Esta operação ocorre
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normalmente na elaboração de Pontos, a 25%, 50%, 80% ou noutros momentos específicos, dependendo da obra em causa.
Na obra em estudo, que neste momento já ultrapassou os 50% de avanço, não foi ainda definido qualquer Ponto. Por motivos estratégicos, que se prendem com a incerteza relativamente aos trabalhos suplementares e ampliações, não se declararam ainda as alterações efectuadas ao orçamento. Porém, há um trabalho feito mensalmente de alterações ao orçamento previsto, decorrentes de novas adjudicações e mudanças no enquadramento e afectação dos equipamentos no estaleiro. Estas alterações são minuciosamente registadas num mapa de Excel ao mesmo tempo que são realizadas no programa de gestão de obra. Até à data já foram realizadas inúmeras alterações relativas a mudanças de preços de materiais, novas adjudicações de subempreiteiros, introdução de novas actividades no âmbito da listagem contratual, alteração de quantidades de actividades contratuais e mudanças no que diz respeito à distribuição de pessoal e equipamento até ao final da obra. O que se passa é que, no momento de elaboração do RMO, a Direcção de Obra não pretende ainda modificar a Previsão Final da Obra. Por isso, são criadas, no orçamento, actividades auxiliares onde é feita a reserva destas margens até novas decisões. Este procedimento tem que ser feito de forma bastante cuidada, para manter fiável a análise do Relatório no que diz respeito às Naturezas e Contas, inicialmente previstas e orçamentadas.
As alterações à Previsão Final de Obra que ficam visíveis, sem alterar a Previsão Final de Obra, são as que dizem respeito às transferências de custos entre Naturezas (ou Contas). É bastante comum ser necessário acertar as Naturezas que foram definidas no momento do Objectivo, por um lado, ou aquelas que foram consideradas pelo Administrativo, quando assumiu um determinado custo em obra. Também podem acontecer situações em que, por exemplo, uma determinada actividade tenha sido orçamentada como subempreitada e na realidade tenha passado a ser necessário adquirir o material e a mão-de-obra, separadamente. Casos como este, implicam uma alteração nos recursos afectados às actividades do orçamento e a uma consequente transferência de valores das Naturezas de Subempreitadas para as Naturezas de Materiais e Mão-de-Obra. Estes valores, respectivamente negativos e positivos, vão surgir no mapa de Controlo de Naturezas, na coluna Alterações ao Objectivo. Também aqui pode ocorrer ou não a situação em que a soma destas duas parcelas seja nula. De qualquer forma, a eventual ocorrência de uma variação, poderá ser compensada como já foi referido anteriormente, através da criação de uma actividade auxiliar, contendo a reserva dos respectivos desvios.
4.2.3.5. ALTERAÇÕES RELATIVAMENTE AO OBJECTIVO / REORÇAMENTAÇÃO
Como já foi referido, na obra em estudo não foi feito até à data qualquer reorçamentação ou ponto declarada, no que diz respeito aos trabalhos contratuais, por motivos estratégicos de prudência. Apenas foi feita uma alteração da Previsão Final de Obra decorrente da introdução de alguns Trabalhos Suplementares, como veremos mais à frente (4.2.5). Ainda assim, passo a explicar alguns dos procedimentos implicados nestas actualizações.
Os Pontos ou reorçamentações são alterações ao Objectivo inicial da obra, e são levados a cabo em momentos determinantes da mesma, usualmente e por convenção da empresa empreiteira, a 25%, 50% e 80% do avanço da obra. Estas alterações processam-se através da actualização das actividades e das mudanças daí resultantes que forem declaradas no menu de Introdução de Valores Declarados. Estes novos Valores Declarados vão surgir no quadro superior, na terceira página do R.M.O. (ver Fig. A3.3 – R.M.O. – Resumo da Situação da Obra), na coluna Previsão Final da Obra. Esta alteração vai dar
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origem a um novo Resultado Líquido da obra e alterar consequentemente o seu Kv (coeficiente de venda) e valor da Actividade Acumulada.
Aproveita-se ainda para referir que existe também um espaço nesta mesma folha do R.M.O., a coluna designada por Aleas, onde são inseridos valores de venda e custo previsionais. É apenas neste espaço que a obra em estudo colocou já alguma perspectiva de melhoramento de margem, resultante do aumento do valor de venda proveniente da Revisão de Preços.
4.2.4. FACTURAÇÃO E RELAÇÃO COM DONO DE OBRA
A ligação entre o responsável directo pelo Controlo de Custos (Técnico de Gestão) e o Dono de Obra é bastante ténue e resume-se ao controlo da facturação e recebimentos. Compete ao sector financeiro da empresa o contacto directo com o Cliente e uma constante actualização do ponto da situação ao nível dos recebimentos. A partir desta informação, elaboro um mapa de Controlo de Facturação e Recebimentos (ver Fig. A3.13) que é incluso no Relatório Mensal de Obra. Este mapa resume toda a informação relativa aos Autos emitidos ao Cliente, com as respectivas datas, valores, recebimentos e dívidas, em função do prazo de pagamento definido. Alguns destes dados do mapa de Excel, são introduzidos no sistema informático de gestão de obra, resultando em informação detalhada, através de tabelas e gráficos, presentes na quinta página do R.M.O. (Fig. A3.6 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Situação Financeira).
A relação do Dono de Obra com o Empreiteiro também se faz sentir no momento de elaboração dos Autos Mensais, na aprovação dos mesmos assim como na aprovação de Trabalhos Suplementares. Na empreitada em estudo esta relação tem sido boa tanto no que diz respeito a recebimentos como na adjudicação de novos trabalhos. Até à data já surgiram duas novas empreitadas, de âmbito semelhante ao dos trabalhos contratuais iniciais, que foram consideradas como Trabalhos Suplementares para efeito do Controlo de Custos.
4.2.5. TRABALHOS A MAIS E REVISÃO DE PREÇOS
Após aprovação por parte do Dono de Obra, tanto os Trabalhos a Mais como a Revisão de Preços são introduzidos no Orçamento da Obra, com actividades próprias. A actividade que corresponde à Revisão de Preços contém apenas um valor de venda e é identificada como Trabalho Suplementar, para efeitos informáticos, para posteriormente o seu valor ser identificado como Revisão de Preços.
As actividade de Trabalhos a Mais são inseridas no Orçamento, tal como as actividades Contratuais, com valor de venda aprovado pelo Dono de Obra e valor de custo orçamentado pela Direcção de Obra. Estas actividades são identificadas como Trabalhos Suplementares, através de um identificador informático e também visualmente acrescentado um prefixo à numeração das actividades (normalmente TM).
Os valores totais destas novas actividades vão surgir nos respectivos locais na terceira página do R.M.O. (Fig. A3.3 – R.M.O. – Resumo da Situação da Obra), nas linhas de Trabalhos Suplementares, Revisão de Preços (e eventualmente Diversos), colunas Previsão Fim de Obra. Estes valores vão também dar origem a um novo Resultado Líquido da Obra e consequentemente a um novo Kv (coeficiente de venda) e valor da Actividade Acumulada. Na quarta página do R.M.O. (Fig. A3.4 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Evolução dos Trabalhos) é possível também analisar com maior detalhe o impacto destes Trabalhos Suplementares no contexto global da empreitada, com recurso a informação gráfica.
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Até à data, na obra em estudo, foi apenas introduzido no orçamento da obra, um conjunto de Trabalhos Suplementares que melhorou a margem final da Obra. Estima-se que em breve serão introduzidos novos trabalhos suplementares, correspondentes a um novo conjunto de trabalhos novos aprovados. Está também em curso a determinação da Revisão de Preços, para que em breve seja também apresentada para facturação. Uma estimativa deste valor, determinada pela Direcção de Obra, já foi declarada em Aleas, uma parcela onde são inseridos os valores de venda e custo previsionais.
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5 CONCLUSÃO
5.1. PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS E LIMITAÇÕES NO SEU DESENVOLVIMENTO
O objectivo deste trabalho era, numa primeira fase, fazer uma análise dos métodos de controlo de custos existentes e retirar informações relevantes para serem aplicadas em casos concretos de obras de edifícios na perspectiva do empreiteiro geral. Era também objectivo desta dissertação compilar esta informação num documento que possa ser usado pelas empresas empreiteiras como suporte para a implementação de um procedimento de controlo dos seus custos de obra.
Relativamente à pesquisa bibliográfica, pode-se afirmar que foi possível obter uma elevada quantidade de documentos dedicada à gestão de projectos, donde foram extraídos conceitos relevantes relacionados exclusivamente com o controlo de custos. No entanto, também se encontram livros contendo imensa informação que, segundo o ponto de vista do autor, acaba por ser bastante redundante e sem grande aplicação prática. De qualquer forma, foi possível analisar e aprofundar os conhecimentos nesta área, da qual o autor detinha à partida para este trabalho apenas conhecimentos decorrentes da sua actividade profissional.
Umas das mais importantes fontes bibliográficas foram os manuais de procedimentos da empresa onde o autor exerce a sua actividade profissional de gestão de obra. Daí foram retiradas informações de base para os métodos utilizados nesta empresa empreiteira, que foram em grande medida os utilizados no estudo do caso. Nesta obra, no entanto, já foram aplicados alguns conhecimentos e recomendações decorrentes da prévia análise bibliográfica. Mesmo sem conseguir identificar objectivamente exemplos pontuais, pode-se afirmar que a interacção da obra com o estudo e análise dos procedimentos envolvidos no seu controlo, melhoraram o seu controlo de custos. É convicção do autor que o conhecimento adquirido torna estes procedimentos mais conscientes, sistemáticos e intuitivos. Torna assim o processo de controlo de custos mais eficiente, disponibilizando mais tempo para uma maior pormenorização da análise, que de outra forma poderia ser feita de forma mais superficial e menos eficaz.
No decurso deste trabalho não foi possível, no entanto publicar os valores concretos envolvidos no controlo de custos, por motivos de confidencialidade, como se poderá compreender. Também em termos de procedimentos de controlo da obra em estudo, não foi possível fugir às normas da empresa nem aos seus documentos e programas informáticos específicos. Foi apenas possível, como atrás referido, aplicar alguns dos conhecimentos adquiridos através da pesquisa bibliográfica para enriquecer a metodologia correntemente seguida na empresa.
Pensa-se que esta compilação técnica será bastante útil, como suporte para futuros trabalhos na área de controlo de custos, tanto para o autor, como para outros colegas da empresa ou de outras empresas
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congéneres. Pode também servir como guia para outros profissionais tais como os Técnicos de Gestão, ou outras categorias profissionais da empresa, Donos de Obra ou Subempreiteiros, para que compreendam e vejam esclarecidas algumas dúvidas acerca de procedimentos que têm necessariamente impacto na sua vida profissional. Julga-se que esta dissertação poderá servir como documento de suporte para facilitar as relações entre os intervenientes da obra, elucidando os vários profissionais e construindo uma base comum de debate e auxiliar às decisões.
5.2. RECOMENDAÇÕES FINAIS
Este trabalho baseou-se na análise de uma obra que ainda decorre depois da finalização desta dissertação. Como o autor continuará a ser o responsável pelo seu controlo de custos, todos os procedimentos aqui apresentados continuarão a ser seguidos e eles próprios analisados. Pode-se, como é claro, recomendar a aplicação destes procedimentos em outras obras de edifícios, no âmbito do empreiteiro geral, nesta ou em outras empresas. Pensa-se que é essencial haver uma certa uniformidade nos critérios e procedimentos de gestão de obra, principalmente dentro de uma mesma empresa, para que os principais intervenientes possam trabalhar sobre uma base de comum entendimento entre si, e mesmo entre as distintas empreitadas da empresa.
Mas todos estes procedimentos só poderão dar resultados fiáveis se partirem da introdução de dados da forma correcta e do envolvimento das várias pessoas ligadas à obra, desde o Director de Obra, ao Administrativo, ao Técnico de Gestão, passando pelo Medidor, Encarregado de Obra, e todos os outros profissionais envolvidos. Terá de haver um clima de entendimento e missão em equipa, que façam sentir em cada um dos colaboradores o seu envolvimento no propósito comum de levar a cabo um projecto da melhor forma possível, não apenas no sentido da maximização dos lucros, mas também da satisfação do Cliente e da Sociedade em geral, em que eles próprios são parte integrante.
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• Manual de Procedimentos de Fornecimento de Materiais e Subempreitadas;
• Manual de Procedimentos de Controlo Operacional e Financeiro;
• Manual de Processos de Controlo de Obra;
• Manual de Processos de Utilização e Manutenção de Equipamentos;
• Manual de Processos de Gestão de Informação e Documentação;
• Curso de Iniciação ao Controlo de Obra.
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A1: MAPAS COMPARATIVOS TRANSFER / OBJECTIVO - MODELO
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OBRA (código da obra) - (designação da obra)
…
FOLHA DE FECHO
Director Produção : … Inicio da Obra : 01/08/2010
Director Obra : … Conclusão Trabalhos : 31/01/2012
Técnico Gestão : David Pinto Prazo de Execução Total : 18 Meses
Unidade de Moeda : EUR
Transfer Transfer
de verbas Trab. +/-
Variantes Transfer
Conforme Pré-Objectivo
Desvios Transfer / Objectivo
PREÇO DE VENDA (PV) 0 0
DESPESAS DE OBRA 0 0 0 0 0 0
MARGEM BRUTA 0 0 0 0 0 0
MARGEM BRUTA (%)
ENCARGOS DE ESTRUTURA 6,0% 0 0 0 0 0 0
MARGEM LÍQUIDA 0 0 0 0 0 0
MARGEM LÍQUIDA (%)
Quadro A1.1 – Folha de Fecho
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OBRA (código da obra) - (designação da obra)
…
RESUMO GERAL
Director Produção : … Inicio da Obra : 01/08/2010
Director Obra : … Conclusão Trabalhos : 31/01/2012
Técnico Gestão : David Pinto Prazo de Execução Total : 18 Meses
Unidade de Moeda : EUR
Descrição Transfer Transf. verbas
Trab. +/-
Var.
Transfer Conforme
Objectivo Desvios
Transfer / Objectivo
Desvios %
PRODUÇÃO PRÓPRIA
MATERIAIS 0 0 0 0 0 0
TOTAL PROD. PROPRIA
0 0 0 0 0 0
SUBEMPREITADAS
SUBEMPREITADAS 0 0 0 0 0 0
TOTAL SUBEMPREITADAS
0 0 0 0 0 0
TOTAL CUSTOS DIRECTOS 0 0 0 0 0 0
INDIRECTOS
ENQUADRAMENTO TÉCNICO 0 0 0 0 0 0
ENQUADRAMENTO OBRA 0 0 0 0 0 0
M.O APOIO ESTALEIRO 0 0 0 0 0 0
ALUGUER EQUIPAMENTO / TRANSPORTES 0 0 0 0 0 0
LABORATÓRIO / CONTROLO QUALIDADE 0 0 0 0 0 0
SEGURANÇA / MEDICINA NO TRABALHO 0 0 0 0 0 0
LIMPEZA 0 0 0 0 0 0
VEÍCULOS / DESLOCAÇÕES / ESTADIAS 0 0 0 0 0 0
FISCALIZAÇÃO E DONO DE OBRA 0 0 0 0 0 0
CONSERV/MANUT/REPAR. EQUIPAMENTO 0 0 0 0 0 0
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DESPESAS DE FUNCIONAMENTO 0 0 0 0 0 0
CONSUMIVEIS / COMPRAS 0 0 0 0 0 0
ESTUDOS TÉCNICOS / HONORARIOS 0 0 0 0 0 0
GASTOS FINANCEIROS DIVERSOS 0 0 0 0 0 0
INSTALAÇÃO ESTALEIRO 0 0 0 0 0 0
HABITAÇÕES / ALOJAMENTOS 0 0 0 0 0 0
OUTROS CUSTOS ESTALEIRO 0 0 0 0 0 0
TOTAL CUSTOS INDIRECTOS 0 0 0 0 0 0
TOTAL CUSTOS 0 0 0 0 0 0
Quadro A1.2 – Resumo Geral
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
79
OBRA (código da obra) - (designação da obra)
…
RESUMO CUSTOS DIRECTOS
Director Produção : … Inicio da Obra : 01/08/2010
Director Obra : … Conclusão Trabalhos : 31/01/2012
Técnico Gestão : David Pinto Prazo de Execução Total : 18 Meses
Unidade de Moeda : EUR
Descrição Transfer Transfer
de verbas
Trab. +/- Variantes
Transfer Conforme
Objectivo Desvios
Transfer / Objectivo
Desvios %
PRODUÇÃO PRÓPRIA
Materiais 0 0 0 0 0 0
TOTAL PROD. PROPRIA
0 0 0 0 0 0
SUBEMPREITADAS
Global 0 0 0 0 0 0
TOTAL SUBEMPREITADAS
0 0 0 0 0 0
TOTAL CUSTOS DIRECTOS 0 0 0 0 0 0
Quadro A1.3 – Resumo Custos Directos
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
80
OBRA (código da obra) - (designação da obra)
…
RESUMO CUSTOS INDIRECTOS
Director Produção : … Inicio da Obra : 01/08/2010
Director Obra : … Conclusão Trabalhos : 31/01/2012
Técnico Gestão : David Pinto Prazo de Execução Total : 18 Meses
Unidade de Moeda : EUR
Descrição Transfer Transfer
de verbas
Trab. +/- Variantes
Transfer Conforme
Objectivo Desvios
Transfer / Objectivo
Desvios %
INDIRECTOS
ENQUADRAMENTO TÉCNICO 0 0 0 0 0 0
ENQUADRAMENTO OBRA 0 0 0 0 0 0
M.O APOIO ESTALEIRO 0 0 0 0 0 0
ALUGUER EQUIPAMENTO / TRANSPORTES 0 0 0 0 0 0
LABORATÓRIO / CONTROLO QUALIDADE 0 0 0 0 0 0
SEGURANÇA / MEDICINA NO TRABALHO 0 0 0 0 0 0
LIMPEZA 0 0 0 0 0 0
VEÍCULOS / DESLOCAÇÕES / ESTADIAS 0 0 0 0 0 0
FISCALIZAÇÃO E DONO DE OBRA 0 0 0 0 0 0
CONSERV/MANUT/REPAR. EQUIPAMENTO 0 0 0 0 0 0
DESPESAS DE FUNCIONAMENTO 0 0 0 0 0 0
CONSUMIVEIS / COMPRAS 0 0 0 0 0 0
ESTUDOS TÉCNICOS / HONORARIOS 0 0 0 0 0 0
GASTOS FINANCEIROS DIVERSOS 0 0 0 0 0 0
INSTALAÇÃO ESTALEIRO 0 0 0 0 0 0
HABITAÇÕES / ALOJAMENTOS 0 0 0 0 0 0 0
TOTAL CUSTOS INDIRECTOS 0 0 0 0 0 0
Quadro A1.4 – Resumo Custos Indirectos
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
81
OBRA (código da obra) - (designação da obra)
…
QUADRO COMPARATIVO TRANSFER / OBJECTIVO MATERIAIS
Director Produção : … Inicio da Obra : 01/08/2010
Director Obra : … Conclusão Trabalhos : 31/01/2012
Técnico Gestão : David Pinto Prazo de Execução Total : 18 Meses
Unidade de Moeda : EUR
Descrição Transfer Transfer
de verbas
Trab. +/- Variantes
Transfer Conforme
Objectivo Desvios
Transfer / Objectivo
Desvios %
MATERIAIS
Cimento e Aglomerantes 0 0
Madeira e Derivados 0 0
Mat. p/ armadura de betão 0 0
Betões e Argamassas 0 0
Pré-Fabricado de Betão 0 0
Mat. Plástico e Fibras 0 0
Materiais Cerâmico 0 0
Mat. Equipamento Sanitario 0 0
Materiais de Vidro 0 0
Mat. p/ Betuminosos e Derivados 0 0
Mat. Isolantes, Imperm, Vedantes 0 0
Ferragens 0 0
Inertes e Afins 0 0
Revestimentos 0 0
Tubagens, Acess de canalização 0 0
Materiais Metálicos 0 0
TOTAL MATERIAIS 0 0 0 0 0 0 Quadro A1.5 – Comparativo Transfer / Objectivo - Materiais
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
82
OBRA (código da obra) - (designação da obra)
…
QUADRO COMPARATIVO TRANSFER / OBJECTIVO
SUBEMPREITADAS
Director Produção : … Inicio da Obra : 01/08/2010
Director Obra : … Conclusão Trabalhos : 31/01/2012
Técnico Gestão : David Pinto Prazo de Execução Total : 18 Meses
Unidade de Moeda : EUR
Descrição Transfer Transfer
de verbas Trab. +/-
Variantes Transfer
Conforme Objectivo
Desvios Transfer / Objectivo
Desvios %
SUBEMPREITADAS
Movimento Terras 0 0
Estruturas Metálicas 0 0
Pré-fabricados 0 0
Equipamento Móvel 0 0
Instalações Especiais Geral 0 0
AVAC 0 0
Instalação Eléctrica 0 0
Águas/Esgotos 0 0
Gás 0 0
Demolições 0 0
Arranjos Exteriores 0 0
Pavimentação 0 0
Sinalização 0 0
Imperm./Isolamentos 0 0
Caixilharia 0 0
Serralharias 0 0
Cantarias 0 0
Carpintarias 0 0
Revestimentos 0 0
Pinturas e Tratamento 0 0
Estudos Técnicos 0 0
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
83
Diversos Acabamentos 0 0
Sub. Construção Civil 0 0
Cofragens e Escoramentos 0 0
0 0
SUB. MÃO-DE-OBRA 0 0
M.O. Armação de Ferro 0 0
M.O. Cofragem 0 0
M.O. Colocação de Betão 0 0
M.O. Toscos e Acabamentos 0 0
TOTAL SUBEMPREITADAS 0 0 0 0 0 0
Quadro A1.6 – Comparativo Transfer / Objectivo - Subempreitadas
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
84
OBRA (código da obra) - (designação da obra)
…
QUADRO COMPARATIVO TRANSFER / OBJECTIVO ESTALEIRO (INDIRECTOS)
Director Produção : … Inicio da Obra : 01/08/2010
Director Obra : … Conclusão Trabalhos : 31/01/2012
Técnico Gestão : David Pinto Prazo de Execução Total : 18 Meses
Unidade de Moeda : EUR
Descrição Transfer Transfer
de verbas
Trab. +/- Variantes
Transfer Conforme
Objectivo Desvios
Transfer / Objectivo
Desvios %
ENQUADRAMENTO TÉCNICO
Director de zona 0 0 0 0
Director de obra principal 0 0 0 0
Gestionário 0 0 0 0
Medidor / Preparador 0 0 0 0
Tecnico de Prev.Segurança 0 0 0 0
Administrativo 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
ENQUADRAMENTO OBRA
Ferramenteiro 0 0 0 0
Manobrador Grua 1 - 30mts 0 0 0 0
Encarregado de 1ª 0 0 0 0
Arvorados 0 0 0 0
Animador Segurança 0 0 0 0
Manobrador Multifunções 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
M.O APOIO ESTALEIRO
Servente de apoio estaleiro 0 0 0 0
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
85
Pedreiro 0 0 0 0
Limpeza de obra 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0 ALUGUER EQUIPAMENTO / TRANSPORTES
Aluguer Equipamento :
Vibrador Agulha Eléctrico 0 0 0 0
Vibrador Agulha Gasóleo 0 0 0 0
Betoneira 0 0 0 0
Baldes de Betão 0 0 0 0
Grua Torre 30m 0 0 0 0
Multifunções 0 0 0 0
Retro escavadora 0 0 0 0
Bombas submersiveis 0 0 0 0
Transportes Materiais 0 0 0 0
Martelo pneumático 0 0 0 0
Martelo eléctrico 0 0 0 0
Grupos Geradores 0 0 0 0
Quadros Electricos 0 0 0 0
Pimenteiros 0 0 0 0
Tripes Iluminação 0 0 0 0
Contentor Escritório c/ WC 0 0 0 0
Escritório Principal - D.O. 0 0 0 0
Escritório 0 0 0 0
Contentor Ferramenteiro 0 0 0 0
Contentor Encarregado 0 0 0 0
Inst Sanitárias Frente VIP 0 0 0 0
Ferramentaria 0 0 0 0
Aparelho de Ar Condicionado 0 0 0 0
Contentor Balneário 0 0 0 0
Contentor Vestiário/Refeitório 0 0 0 0
Ferramentas elect portateis 0 0 0 0
Rebarbadoras Grandes 0 0 0 0
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
86
Serras electricas 0 0 0 0
Rebarbadora Pequena 0 0 0 0
Aparelho de soldar 0 0 0 0
Pc Portactil - DO 0 0 0 0
Project - DO 0 0 0 0
Autocad - DO 0 0 0 0
Pc - Medidor 0 0 0 0
Autocad – Medidor 0 0 0 0
UPS – Medidor 0 0 0 0
PC - Administrativo 0 0 0 0
Sligoin 0 0 0 0
Imp. Laser - Administrativo 0 0 0 0
UPS - Administrativo 0 0 0 0
Nivel Topográfico 0 0 0 0
Impressora A3 0 0 0 0
Andaimes (valor por mês/m2) 0 0 0 0
Fotocopiadora 0 0 0 0
Scanner 0 0 0 0
Guarda Corpos / EPC 0 0 0 0
Eqp. Segurança 0 0 0 0
Reparação Pequenos Equip. 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0 VEÍCULOS / DESLOCAÇÕES / ESTADIAS
Deslocações Exteriores - Viagens 0 0
Veículos Ligeiros 0 0 0 0
Portagens 0 0 0 0
Refeições c/ Dono de Obra 0 0 0 0
Alojamentos - Habitações / Estadias 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
DESPESAS DE FUNCIONAMENTO
Material de Limpeza 0 0 0 0
Economato / Mat. Escritório 0 0 0 0
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
87
Material / Eq. Escritório e Armazém 0 0
Material Desenho 0 0 0 0
Internet 0 0 0 0
Telemóveis 0 0 0 0
Electricidade 0 0 0 0
Publicidade e Imagem 0 0 0 0
Trabalhos Fotográficos 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
CONSUMIVEIS / COMPRAS
Combustíveis (Gasoleo / Gasolina) 0 0 0 0
Água 0 0 0 0
Limpeza de Fossa 0 0 0 0
Materiais Diversos Consumiveis 0 0
Ferramentas Diversas Consumíveis 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0 GASTOS FINANCEIROS DIVERSOS
Seguros (0,55%) 0 0
Selos e Garantias (0,22%) 0 0
S.A.V. (0,8%) 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
INSTALAÇÃO ESTALEIRO
Montagem Estaleiro / Rede Eléctrica 0 0 0
Vedação 0 0
Acessos Provisórios 0 0
Projectores / Iluminação / Lâmpadas 0 0
Placas de Obra 0 0
Desmontagem do Estaleiro 0 0 0 0
TOTAL 0 0 0 0 0 0
TOTAL INDIRECTOS 0 0 0 0 0 0
Quadro A1.7 – Comparativo Transfer / Objectivo – Estaleiro (Indirectos)
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
88
Quadro A1.8 – Mapa de Previsão de Mão-de-Obra Indirecta
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
89
Quadro A1.9 – Mapa de Previsão de Equipamentos Indirectos
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
90
Quadro A1.10 – Mapa de Previsão de Outros Custos Indirectos
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
91
A2: RECURSOS DO OBJECTIVO DO CASO DE ESTUDO
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
92
Código Descrição do Recurso Tipo Recurso Un. Cod. Natureza
1010010 Cimentos para Estaleiro Materiais Vg 1010 Cimentos e Aglomerantes
1011010 Madeiras para Estaleiro Materiais Vg 1011 Madeiras e Derivados
1012001 A400NR diam. 12 Materiais Kg 1012 Mat. Para Armaduras de Betão
1012002 Arame queimado n.19 Materiais Kg 1012 Mat. Para Armaduras de Betão
1013001 Custo de Bombagem Betão Materiais m3 1013 Betões e Argamassas
1013002 Betão C12/15 (X0) S2 Materiais m3 1013 Betões e Argamassas
1013004 Betão C25/30 (XC2) S3 Materiais m3 1013 Betões e Argamassas
1013005 Betão C30/37 (XA1) S2 Materiais m3 1013 Betões e Argamassas
1013008 Betão C35/45 (XC4/XA3) S3 Materiais m3 1013 Betões e Argamassas
1013010 Camada de forma Materiais m2 1013 Betões e Argamassas
1014010 Pré-fabricados de betão para estaleiro Materiais Vg 1014 Mat.Pré-fabricados de Betão
1016010 Mat. plástico para estaleiro Materiais Vg 1016 Mat. De Plástico e Fibras
1022001 Lâmina de polietileno de baixa densidade PE-LD Materiais m2 1022
Mat. Isolantes,Imperm,Vedantes
1022002 Geotêxtil 120 g/m2 Geonil ST Materiais m2 1029 Materiais para Drenagem
1022003 Manta Danodren H25 Materiais m2 1029 Materiais para Drenagem
1022004 Tubo 2DREN 360 TPC2/SN4 DN100 c/filtro Materiais ml 1022
Mat. Isolantes,Imperm,Vedantes
1022006 Poliestireno Fibran RF 50mm Materiais m2 13500 Sub. Isolamentos
1022007 Poliestireno Fibran FL 50mm Materiais m2 1022 Mat. Isolantes,Imperm,Vedantes
1022008 União Estanquicidade c/ disco Dywidag 15 Materiais un 1022
Mat. Isolantes,Imperm,Vedantes
1022009 Selagem muros betão Materiais Vg 1022 Mat. Isolantes,Imperm,Vedantes
1022010 Vaporseal Materiais m2 1022 Mat. Isolantes,Imperm,Vedantes
1022011 Junta water-stop Lamina Sika V-20-L Materiais ml 1022 Mat. Isolantes,Imperm,Vedantes
1022014 Sika Grout Materiais Kg 1022 Mat. Isolantes,Imperm,Vedantes
1023010 Ferragens para estaleiro Materiais Vg 1023 Ferragens
1024001 Areia Rija Materiais m3 1024 Inertes e Afins
1024010 Inertes para Estaleiro Materiais Vg 1024 Inertes e Afins
1027010 Tubagens para Estaleiro Materiais Vg 1027 Tubagens, Aces. de Canalização
1029010 Mat. Drenagem para estaleiro Materiais Vg 1029 Materiais para Drenagem
1033010 Mat. Eléctrico para Estaleiro Materiais Vg 1033 Material Eléctrico
3001001 VIBRADOR AGULHA ELECT. Equipamentos mês 3001 Eqp.fabr.Transp.Coloc Betão
3001002 VIBRADOR AGULHA GASOL. Equipamentos mês 3001 Eqp.fabr.Transp.Coloc
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
93
Betão
3001003 BETONEIRA Equipamentos mês 3001 Eqp.fabr.Transp.Coloc Betão
3001004 BALDES DE BETÃO Equipamentos mês 3001 Eqp.fabr.Transp.Coloc Betão
3005001 GRUA TORRE 30m Equipamentos mês 3005 Eqp.Mov. E Elevação de Carga
3005002 MULTIFUNÇÕES Equipamentos mês 3005 Eqp.Mov. E Elevação de Carga
3010001 RECTRO (COM MANOBRADROR) Equipamentos mês 3010 Eqp. Moviment. De Terras
3030001 BOMBAS SUBMERSIVEIS Equipamentos mês 3030 Eqp. Bombagem e Esgotos
3045001 TRANSPORTES MATERIAIS Equipamentos mês 3045 Eqp.Transportes Mov. Cargas
3050001 MARTELO PNEUMATICO Equipamentos mês 3050 Eqp. Dem Perf Carga Remoç Escombros
3050002 MARTELO ELECTRICO Equipamentos mês 3050 Eqp. Dem Perf Carga Remoç Escombros
3055001 GRUPOS GERADORES Equipamentos mês 3055 Eqp. Prod Transf Energia Elétrica
3055002 QUADROS ELECTRICOS Equipamentos mês 3055 Eqp. Prod Transf Energia Elétrica
3055003 PIMENTEIROS Equipamentos mês 3055 Eqp. Prod Transf Energia Elétrica
3055004 TRIPES ILUMINAÇÃO Equipamentos mês 3055 Eqp. Prod Transf Energia Elétrica
3060001 CONTENTOR ESCRITÓRIO Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3060002 ESCRITÓRIO PRINCIPAL Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3060003 ESCRITORIO FISCALIZ. Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3060004 CONTENTOR FERRAMENTEIRO Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3060005 CONTENTOR ENCARREGADO Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3060006 INST SANITÁRIAS FRENTE Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3060007 FERRAMENTARIA Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3060008 APARELHO DE AR COND. Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3060009 CONTENTOR BALNEÁRIO Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3060010 CONTENTOR VESTIÁRIO/ Equipamentos mês 3060 Edificio Metálico e Const. Pré-Fabricadas
3075001 FERRAMENTAS ELECT PO Equipamentos mês 3075 Eqp. Ofic Mecânica e Serralharia
3075002 REBARBADORAS GRANDES Equipamentos mês 3075 Eqp. Ofic Mecânica e Serralharia
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
94
3075003 SERRAS ELECTRICAS Equipamentos mês 3075 Eqp. Ofic Mecânica e Serralharia
3075004 REBARBADORA PEQUENA Equipamentos mês 3075 Eqp. Ofic Mecânica e Serralharia
3075005 APARELHO DE SOLDAR Equipamentos mês 3075 Eqp. Ofic Mecânica e Serralharia
3085001 PC PORTACTIL - DO Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085002 PROJECT - DO Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085003 AUTOCAD - DO Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085004 PC - MEDIDOR / PREPARADOR Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085005 AUTOCAD - MEDIDOR / PREPARADOR Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085006 UPS - MEDIDOR / PREPARADOR Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085007 PC - ADMINISTRATIVO Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085008 SLIGOIN Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085009 IMP. LASER - ADMINIS Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085010 UPS - ADMINISTRATIVO Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085011 NIVEL TOPOGRÁFICO Equipamentos mês 3085 Eqp. Informático
3085012 IMPRESSORA A3 Equipamentos Mês 3085 Eqp. Informático
3085013 SCANNER Equipamentos Mês 3085 Eqp. Informático
3090001 ANDAIMES (mês/m2) Equipamentos mês 3090
Eqp. Escoramento/Cofragem e Andaime
3095001 FOTOCOPIADORA Equipamentos mês 3095 Eqp. Diverso
3096001 GUARDA CORPOS / EPC Equipamentos mês 3096 Eqp. Segurança
3096002 EQP. SEGURANÇA Equipamentos mês 3096 Eqp. Segurança
3100001 REPARAÇÃO PEQUENOS EQPS. Equipamentos mês 3100 Conserv/Reparação Equipamento
4002001 SERVENTE DE APOIO ESTALEIRO Mão de Obra mês 4001 Mão de Obra Alugada
4002002 PEDREIRO Mão de Obra mês 4001 Mão de Obra Alugada
4002003 LIMPEZA DE OBRA Mão de Obra mês 4002 Mão de Obra Própria
4003001 DIRECTOR DE ZONA Mão de Obra mês 4003 Enquadramento
4003002 DIRECTOR DE OBRA Mão de Obra mês 4003 Enquadramento
4003003 GESTIONÁRIO Mão de Obra mês 4003 Enquadramento
4003004 MEDIDOR Mão de Obra mês 4003 Enquadramento
4003005 TECNICO DE PREV.SEGURANÇA Mão de Obra mês 4003 Enquadramento
4003006 ADMINISTRATIVO Mão de Obra Mês 4003 Enquadramento
4003007 FERRAMENTEIRO Mão de Obra mês 4003 Enquadramento
4003008 TOPÓGRAFO (SERVIÇO) Mão de Obra Mês 4003 Enquadramento
4004001 MANOBRADOR GRUA 1 Mão de Obra mês 4002 Mão de Obra Própria
4004002 ENCARREGADO DE 1a Mão de Obra m3 4004 Enquadramento de Obra
4004003 ARVORADOS Mão de Obra Mês 4004 Enquadramento de Obra
4004004 ANIMADOR SEGURANÇA Mão de Obra m3 4004 Enquadramento de Obra
4004005 MANOBRADOR MULTIFUNÇÕES Mão de Obra m3 4001 Mão de Obra Alugada
1037001 CONSUMO VIATURA COORDENADOR Diversos mês 1037 Combustíveis e Lubrificantes
1037002 CONSUMO VIATURA D.O Diversos mês 1037 Combustíveis e
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
95
Lubrificantes
1037003 CONSUMO VIAT. ENC. 1 Diversos mês 1037 Combustíveis e Lubrificantes
1037004 CONSUMO VIAT. TEC. GESTÃO Diversos mês 1037 Combustíveis e Lubrificantes
1037005 CONSUMO MAQUINAS Diversos mês 1037 Combustíveis e Lubrificantes
1048001 CONSUMO DE MAT. ESCRITÓRIO Diversos mês 1048 Economato
1048002 CONSUMO DE MAT. DESENHO Diversos mês 1048 Economato
1048003 CONSUMOS DIVERSOS Diversos mês 1048 Economato
5001001 VEÍCULO COORD Diversos mês 5001 Veículos
5001002 VEÍCULO D.O. Diversos mês 5001 Veículos
5001003 VEÍCULO TEC. GESTÃO Diversos mês 5001 Veículos
5001004 VEÍCULO ENC. 1a Diversos mês 5001 Veículos
5002001 PORTAGENS COORD. Diversos mês 5002 Deslocações
5002002 PORTAGENS D.O Diversos mês 5002 Deslocações
5002003 PORTAGENS ENC. 1a Diversos mês 5002 Deslocações
5002004 PORT. TECN. GESTÃO Diversos mês 5002 Deslocações
5002005 REFEIÇÕES Diversos mês 5002 Deslocações
5002006 ESTADIAS (D.O) Diversos mês 5002 Deslocações
5002007 ESTADIAS (ENQUADRAMENTO) Diversos mês 5002 Deslocações
5002008 ESTADIAS (OUTROS) Diversos mês 5002 Deslocações
5004001 SEGUROS (% VENDA) Diversos Vg 5004 Seguros
5006001 ADSL / INTERNET Diversos mês 5006 Comunicação
5006002 TEL. COORD Diversos mês 5006 Comunicação
5006003 TEL. D.O. Diversos mês 5006 Comunicação
5006004 TEL. ENC. 1a Diversos mês 5006 Comunicação
5007001 CONSUMO DE ELECTRICI Diversos mês 5007 EDP - Electricidade
5008001 ÁGUA DE REDE Diversos mês 5008 Água
5008002 LIMPEZA DE FOSSA Diversos mês 5008 Água
5011001 DESMONT. ESTALEIRO Diversos Vg 5011 Instalações
5011002 Montagem Estaleiro / Rede Eléctrica Diversos Vg 5011 Instalações
5012001 PUBCICIDADE E IMAGEM Diversos Vg 5012 Publicidade
5015001 S.A.V (% VENDA) Diversos Vg 5015 SAV
5016001 SELOS E GARANTIAS (% VENDA) Diversos Vg 5016 Selos e Garantias
10050001 Moldagem de aço (SUB.) Subempreitadas Kg 10050 M.O. Armação de Ferro
10150001 MO Aplicação Betão geral (SUB.) Subempreitadas m3 10150 M.O. Colocação de Betão
10150002 MO Aplicação Betão limpeza (SUB.) Subempreitadas m3 10150 M.O. Colocação de Betão
10200001 Tx Horária Servente Subempreitadas Hr 10200 Mão de Obra de Toscos e Acabamentos
11050001 COFRAGEM SAPATAS/LINTÉIS (SUB.) Subempreitadas m2 11050 Cofragem e Escoramentos(c/Eqp)
11050002 COFRAGEM MUROS RECTOS (SUB.) Subempreitadas m2 11050 Cofragem e Escoramentos(c/Eqp)
11050003 COFRAGEM MUROS TÚNEIS (SUB.) Subempreitadas m2 11050 Cofragem e Escoramentos(c/Eqp)
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11050004 COFRAGEM MUROS CURVOS REACTOR (SUB.) Subempreitadas m2 11050
Cofragem e Escoramentos(c/Eqp)
11050005 COFRAGEM LAJES MACIÇAS (SUB.) Subempreitadas m2 11050 Cofragem e Escoramentos(c/Eqp)
11050006 COFRAGEM LAJES MACIÇAS transfer Subempreitadas m2 11050 Cofragem e Escoramentos(c/Eqp)
11100001 ESTRUTURAS METÁLICAS Subempreitadas Vg 11100 Estruturas Metálicas
12050001 EQUIPAMENTO MOVEL Subempreitadas Vg 12050 Sub Equip. Transp e Elevação
12100001 INSTALAÇÕES Subempreitadas Vg 12100 Instalações Especiais - Geral
12100002 Rede Residual Doméstica Predial (SUB.) Subempreitadas Vg 12100 Instalações Especiais - Geral
12100003 Rede Pluvial Infraestruturas (SUB.) Subempreitadas Vg 12100 Instalações Especiais - Geral
12100004 Rede Pluvial Predial (SUB.) Subempreitadas Vg 12100 Instalações Especiais - Geral
12100005 Rede Incêndios Infraestruturas (SUB.) Subempreitadas Vg 12100 Instalações Especiais - Geral
12100006 Abastecimento de Água de Processo (SUB.) Subempreitadas Vg 12100
Instalações Especiais - Geral
12100007 Abast. de Água de Processo (Predial) (SUB.) Subempreitadas Vg 12100
Instalações Especiais - Geral
12100008 Abastecimento de Água de Serviços(SUB.) Subempreitadas Vg 12100
Instalações Especiais - Geral
12100009 Infraestruturas Eléctricas (zona...) (SUB.) Subempreitadas Vg 12100 Instalações Especiais - Geral
12100010 Abast. de Água da Rede de Rega (Predial) (SUB.) Subempreitadas Vg 12100
Instalações Especiais - Geral
12100011 Rede de Incêndio - Predial (SUB.) Subempreitadas Vg 12100 Instalações Especiais - Geral
13200001 MOVIMENTO DE TERRAS Subempreitadas Vg 13200 Movimentação de Terras
13200002 Mov. Terras (SUB.) Subempreitadas Vg 13200 Movimentação de Terras
13250001 ARRANJOS EXTERIORES Subempreitadas Vg 13250 Arranjos Exteriores
13250002 Arranjos Ext. (SUB.) Subempreitadas Vg 13300 Sub. Pavimentação
13400001 PROJECTOS Subempreitadas Vg 13400 Estudos Técnicos
13400002 Licenciamento Subempreitadas Vg 13400 Estudos Técnicos
13400003 Serviços afectados Subempreitadas Vg 13400 Estudos Técnicos
13500001 IMPERMEABILIZAÇÕES Subempreitadas Vg 13500 Sub. Isolamentos
13500002 XPS TIPO STYRODUR 3035 CS 040 COM 12MM Subempreitadas m2 13500 Sub. Isolamentos
13500003 Aplicação junta water-stop (SUB.) Subempreitadas ml 13500 Sub. Isolamentos
13500004 Imperm. (SUB.) Subempreitadas Vg 13500 Sub. Isolamentos
14100001 SERRALHARIAS Subempreitadas Vg 14100 Sub. Serralharias
14250001 PAVIMENTOS TÉRREOS C/ FIBRAS Subempreitadas Vg 14250 Sub.Revestimentos
14250002 PAV. TERREOS C/ FIBRAS + PROCHAPE Subempreitadas Vg 14250 Sub.Revestimentos
14250003 PAV. TERREOS C/ FIBRAS2 + PROCHAPE Subempreitadas Vg 14250 Sub.Revestimentos
14250004 JUNTA METÁLICA PROJOINT JRP Subempreitadas ml 14250 Sub.Revestimentos
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14250005 ACABAMENTOS PERCURSO VISITANTES Subempreitadas Vg 14250 Sub.Revestimentos
14250006 Pavimentos térreos esp. 0,16 - SUBEMPREITEIRO Subempreitadas m2 14250 Sub.Revestimentos
14250007 Junta metálica - SUBEMPREITEIRO Subempreitadas ml 14250 Sub.Revestimentos
14250008 Pavimentos térreos esp. 0,29 - Sub. TPB Subempreitadas m2 14250 Sub.Revestimentos
14300001 PINTURAS Subempreitadas Vg 14300 Pinturas e Tratamentos
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A3: MODELO DO RELATÓRIO MENSAL DE OBRA DO CASO EM ESTUDO
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Fig. A3.1 – Capa do Relatório Mensal de Obra (R.M.O.)
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Fig. A3.2 – R.M.O. – Identificação da Obra
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102
Fig. A3.3 – R.M.O. – Resumo da Situação da Obra
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
103
Fig. A3.4 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Evolução dos Trabalhos
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Fig. A3.5 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Situação Económica
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Fig. A3.6 – R.M.O. – Detalhe da Situação da Obra – Situação Financeira
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Fig. A3.7 – R.M.O. – Resultado de Exploração
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Fig. A3.8 – R.M.O. – Falta Gastar (página 1)
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Fig. A3.9 – R.M.O. – Falta Gastar (página 2)
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Fig. A3.10 – R.M.O. – Falta Gastar (página 3)
Controlo de Custos em Obras de Edifícios, na Perspectiva do Empreiteiro Geral
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Fig. A3.11 – R.M.O. – Controlo de Naturezas (parcial, página 1)
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Fig. A3.12 – R.M.O. – Balanço de Naturezas (parcial, página 1)
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112
Fig. A3.13 – R.M.O. – Controlo de Facturação e Recebimentos