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Page 1: Copa sem escola_16-5-14

O fim da 4ª Conferên-cia Municipal de Políti-cas Urbanas foi adia-do para depois da Co-pa do Mundo. Com is-so, a revisão do PlanoDiretor de Belo Hori-zonte, que fixa as nor-mas para uso e ocupa-ção do solo, será con-cluída em 2 de agosto.No calendário ante-rior, os trabalhos se-riam encerrados em31 de maio.Nem todos os envol-

vidos no processo fica-ram satisfeitos com oadiamento. O setorempresarial, principal-mente o da constru-ção civil, defende asuspensão dos traba-lhos enquanto estudosde viabilidade finan-ceira são concluídos.O secretário-adjunto

de Planejamento Urba-no, Leonardo Castro,afirma porémque todosos estudos necessáriosestão disponíveis.

MAISTEMPOO novo cronogramafoi aprovado ontem,em reunião extraordi-nária do Conselho Mu-nicipal de Políticas Ur-banas. Com a mudan-ça, as plenárias finaisserão em 19 e 26 dejulho e 2 de agosto.Amanhã não haverá

a atividade anterior-mente programada e,

para o dia 24, está pre-vista uma integração téc-nica das propostas. Nodia 31, quando seria en-cerrada a conferência,ainda haverá a apresen-tação de proposições.Umadasprincipaisquei-

xas é em relação à Outor-ga Onerosa do Direito deConstruir (ODC). A pro-posta da Prefeitura de Be-loHorizonteéadequeemtoda a cidade seja aplica-do o coeficiente básico1,0, ou seja, será possívelerguerumaobra comáreaequivalente à do terreno.Seoempreendedor quisermais, terá que pagar.

DEBATEPara o secretário-adjun-to, o ideal é que a am-pliação da conferêncialeve ao aprimoramentodas proposições.“É um tempo amais pa-

ra melhorarmos as pro-postase construirmos jun-to com a equipe técnicada prefeitura uma formade viabilizar a transiçãoda legislação de modoquesejaadequadapara to-do mundo”.Já o presidente da Câ-

mara da Indústria daConstrução da Fiemg,Teodomiro Diniz Ca-margos, esperava outroencaminhamento.“Queríamos marcar

com número as etapas,mas sem colocar data,até termos condição defazer estudos profun-dos sobre o impacto eco-nômico que a propostada prefeitura impõe à ci-dade”, afirmou. l

LeonardoCastro

“Amudançanocronogramanosdáumtempoamaisparamelhorarmosaspropostas”.

Faltapolíticanacional paraminimizarimpacto social

BrunoMoreno

[email protected]

Assim como nos em-preendimentos com sig-nificativo dano ambien-tal, para os quais a legis-lação exige um estudode impacto no entorno,deveria ser obrigatórioo levantamentodopossí-vel prejuízo social causa-doporobrasquedeman-dam desapropriaçõesemáreas urbanas, comoas que estão em cursono Brasil em função demegaeventos. A opiniãoé do advogado Ariel deCastro Alves, membroda Comissão Especialda Criança e do Adoles-cente da Ordemdos Ad-v o g a d o s d o B r a s i l(OAB) em nível federal.“Nãotemosumalegis-

laçãodeprevisãodeim-pacto social. Deveria

existir para evitar a des-continuidade na presta-ção de políticas públi-cas, como a educação. Apartir desse estudo, osconselhos poderiam su-gerirmedidasparaplane-jar ações, como, porexemplo,asseguraroses-tudos de crianças e ado-lescentes”,diz.OEstatuto da Criança

edoAdolescente (ECA)apontaquenãopodeha-ver ruptura nos servi-çospúblicosemprogra-mas de atendimento,como as escolas. “Umain te r rupção ,mesmoque de alguns meses,ou um ano, tem um im-pacto imenso na vidadessas crianças”, argu-menta o advogado.Desdesegunda-feira,o

HojeemDiamostraqueobrasligadasdiretaouindi-retamente aosmegaeven-tos(CopadoMundoeOlim-píadas)têmprejudicadoa

vidaescolardejovensemváriascapitaisdopaís.

PORTARIA317Para a defensora públicaCleide Aparecida Nepo-muceno, a Portaria 317doMinistério das Cidadesjá indica um direciona-mento no sentido de seprevenir prejuízos sociais.Entretanto, a norma só seaplica às obras que têm

financiamento federal.Cleide relata que, em

Minas,nãorecebeuqual-quer denúncia em rela-çãoàdificuldadedeconti-nuidade dos estudos depessoas desapropriadas.Apesardisso,nememBe-

lo Horizonte nem nasseis cidades visitadaspe-loHojeemDia–Cuiabá,Fortaleza, Recife, Rio deJaneiro, Porto Alegre eSão Paulo – os morado-res removidos relatarama existência de estudosdeimpactosocial.

INEGOCIÁVELPara a socióloga Graça Ga-delha, a educação é um di-reito inegociável. “Pela edu-caçãosepreparaparaoexer-cício da cidadania. É funda-mental, também, para sequalificar, desenvolver parao mercado de trabalho”.Há ma i s d e 20 ano s

acompanhando as ques-tões ligadas ao ECA, elaapontaqueosmegaeven-tosestãocontradizendooestatutoeaConstituição.“Apesardetantosinves-

timentos,nunca, comoagora, tantos direitos fo-ramdescumpridos.NoECAháamençãodequeéobrigatório que o poderpúblico forneça acesso àescolagratuita epróximaàresidência.Oquevimos,nessasreportagens,équeisso não ocorreu emmui-toscasos”,lamenta.l

Mudançanasnormasparausoeocupaçãodo solodeBHdeverá ser concluídaem2deagosto

“Queríamosmarcarasetapas,massemdatas.Oidealseriatermosumestudocomofoi feitoparaaOperaçãoNovaBH”.

Pres.daCâmaradaIndústriadaConstruçãodaFiemg

TeodomiroDiniz

l> Membro da Comissão daCriança e doAdolescente daOAB sugere estudo preventivo

Conferência dePolíticaUrbana sótermina após a Copa

CONTRA

Secretário-adjuntodePlanejamentoUrbano

SOLIDARIEDADE–ForçadaasemudardaavenidaPedroI, emBH,adolescentecontoucomaajudadeamigose

atédeestranhosparaconseguir vagaemumaescolapúblicadeConfins,naregiãometropolitana

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DEBATE–Umadaspolêmicasestánacobrançapara

construçãodeobrasmaioresqueaáreado terreno

AFAVOR

ÚLTIMADASÉRIE

SAMUEL COSTA

ARQUIVO HOJE EM DIA

COPA SEM ESCOLACOPA SEM ESCOLA

O artigo 53 do ECAassegura à criança eao adolescente oacesso à escolapública e gratuitapróxima de casa,para seu plenodesenvolvimento,exercício dacidadania equalificação para otrabalho

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hojeemdia.com.br 31BeloHorizonte,sexta-feira,16.5.2014

HOJEEMDIAMinas

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