Dissertação de Mestrado
CORRELAÇÃO ENTRE PLUVIOSIDADE E
MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE MASSA NO
ALTO RIBEIRÃO DO CARMO/MG.
Autora: Naiara de Lima Silva
Orientador: Prof. Dr. Frederico Garcia Sobreira
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOTECNIA DA UFOP
OURO PRETO - JUNHO DE 2014
CORRELAÇÃO ENTRE PLUVIOSIDADE EMOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE
MASSA NO ALTO RIBEIRÃO DOCARMO/MG
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geotecnia do Núcleo de Geotecnia daEscola de Minas da Universidade Federal de OuroPreto, como parte integrante dos requisitos paraobtenção do título de Mestre em Geotecnia.
Esta dissertação foi apresentada em sessão pública e aprovada em 09 de junhode 2014, pela Banca Examinadora composta pelos membros:
Prof.Dr.~ G:;i-sObL (br /UFOP)
Prof.D1.té::~
~Of.Dr.gi.~i~
11
Catalogação: [email protected]
S586c Silva, Naiara de Lima.
Correlação entre pluviosidade e movimentos gravitacionais de massa
no Alto Ribeirão do Carmo/MG [manuscrito] / Naiara de Lima Silva. –
2014.
114f.: il., color.; grafs.; tab.; mapas.
Orientador: Prof. Dr. Frederico Garcia Sobreira.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto.
Escola de Minas. Núcleo de Geotecnia - NUGEO.
Área de concentração: Geotecnia Ambiental.
1. Avaliação de riscos - Teses. 2. Mariana (MG) - Teses. 3. Ouro Preto
(MG) - Teses. 4. Precipitação (Meteorologia) – Teses. I. Sobreira, Frederico
Garcia. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Título.
CDU: 624.131.537(815.1)
iii
“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito.
Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era antes.”
(Marthin Luther King)
iv
DEDICATÓRIA
-
Aos meus pais, Aparecido e Deusa, pelo apoio, confiança e paciência,
mostrando-se sempre presentes em todos os momentos.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus pela força para alcançar este objetivo, enfrentando todos meus
desafios;
À minha família (Aparecido, Deusa, Thales, Moab, Bruno, Anayara e Heitor) pelo
apoio e incentivo em tudo que me propus a fazer ao longo de minha vida. Vocês sempre
foram meu porto seguro e com certeza fizeram de mim um ser humano mais digno;
Ao professor Frederico Garcia Sobreira, pela orientação, confiança, amizade e
compreensão em momentos difíceis;
Aqueles que fizeram parte do grupo de pesquisa criado pelo professor Sobreira e de
alguma forma contribuíram para realização deste trabalho, Leonardo Souza, César
Barela; Marco Antônio Pedrosa e Tatiane Rangel;
Aos colegas de mestrado (Laís, Stefânia, Diego, Lucas, Sylvia, Evandro, Bruno) pelos
dois anos de companheirismo com muitos momentos divertidos passados juntos.
À Rebeca Bastos pela amizade inquestionável, os exemplos de vida, as longas
conversas, os conselhos e incentivos que representaram muito pra mim;
À todos os professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Geotecnia,
pelo apoio e pela convivência e experiência compartilhada e aos componentes da banca
de qualificação e defesa, pelas contribuições;
À todos aqueles que foram fundamentais para o desenvolvimento desse trabalho. Jeanne
Castro e Leonardo Souza por me cederem os bancos de dados de seus trabalhos; ao
Batalhão do Corpo de Bombeiros de Ouro Preto e às Defesas Civis de Mariana e Ouro
Preto, pelo fornecimento dos cadastros dos movimentos de massa; e às Indústrias
Novelis do Brasil e Samarco Minerações, pela grande contribuição fornecendo os dados
pluviométricos, um dos principais para o desenvolvimento dessa pesquisa.
À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela
concessão da bolsa durante o período de realização deste mestrado e ao Ministério das
Cidades pelo suporte financeiro, uma vez que este estudo se deu no âmbito do projeto
de pesquisa “Elaboração de cartas geotécnicas de aptidão à urbanização frente aos
desastres naturais no Município de Ouro Preto, MG.”
vi
RESUMO
A sub-bacia do alto do Ribeirão do Carmo, onde se situam as cidades de Ouro Preto e
Mariana, possui um vasto histórico de problemas de estabilidade geotécnica, devido às
suas características geológicas, geomorfológicas, climáticas e por conta do seu processo
de ocupação desordenada. Desta forma, este estudo objetivou elaborar uma metodologia
para investigação dos índices pluviométricos mais favoráveis à deflagração de
movimentos de massa nas encostas das áreas urbanas de Ouro Preto e Mariana. Para
realização do estudo foram selecionados casos de escorregamentos no período de 1989 a
2012, com base em boletins de ocorrência do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, bem
como os registros pluviométricos desse mesmo período. A análise foi realizada para a
região como um todo e, em seguida, a mesma se deu para cada cidade separadamente. A
investigação indicou que a chuva acumulada de seis dias é a que mais influencia na
deflagração dos escorregamentos. O valor mínimo de precipitação acumulada necessária
para provocar os acidentes na região foi estimado em 48,2mm/6 dias. O valor definido
como nível de atenção, ou valor com maior probabilidade de ocorrências de
escorregamentos, foi de 129mm/6 dias. Na análise individual das cidades, para Ouro
Preto foram considerados os valores 54,1mm/6 dias e 151,4mm/6 dias como valores
mínimos e de atenção, não sendo possível chegar a uma conclusão para Mariana. A
análise dos gráficos de correlação entre a pluviometria e os escorregamentos permitiu
determinar um limiar pluviométrico crítico para a região, combinando a intensidade
pluviométrica diária (mm/dia) com a pluviometria acumulada em 6 dias antecedentes
(mm/6d), com uma relação numérica PD = 11280PA-1,535
. A partir da análise individual
das cidades novos limiares pluviométricos foram definidos, porém confirmando a
influência mais efetiva da chuva acumulada de 6 dias na deflagração dos
escorregamentos. Para Ouro Preto a equação representativa da curva foi PD = 14076PA-
1,565 e para Mariana, PD = 30327PA
-1,805.
Palavras-chave: Escorregamentos, Pluviosidade, Ouro Preto, Mariana, Risco geológico-
geotécnico.
vii
ABSTRACT
The sub-basin of the high of Ribeirão do Carmo, where the towns of Ouro Preto and
Mariana are, located has a history of extensive geotechnical stability problems due to its
geological, geomorphological, climatic and the disordered process of occupation. Thus,
this study aimed to develop a methodology for investigating rainfall rates most suitable
to trigger mass movements on the slopes of the urban areas of Ouro Preto and Mariana.
To perform this study, cases of landslides in the period between 1989 and 2012 were
selected, based on reports of the Fire Brigade and Civil Defence as well as the
precipitations recorded in this period. The analysis was performed for the region as a
whole and then the same happened to both cities individually. The investigation
indicated that the six-day accumulated precipitation is the one that influences the most
the trigger of landslides. The minimum cumulative rainfall required to cause accidents
in the region was estimated to be 48.2mm/6 days. The value set as the attention level or
value with the highest probability of occurrence of landslides, was 129mm/6 days. In
the individual analysis of cities, for Ouro Preto values of 54.1mm/6 days and
151.4mm/6 days were set as minimum and attention level values respectively, it was not
possible to reach a conclusion for Mariana. Graphic analysis of the correlation between
rainfall and landslides has determined a critical threshold rainfall for the region,
combining the daily rainfall intensity (mm/day) with the accumulated rainfall in 6 days
antecedents (mm/6d), with a numerical relation PD = 11280PA-1,535
. From the
individual analysis of the cities new rainfall thresholds were defined, confirming that
the accumulated precipitation from 6 days is the one that most influence the trigger of
landslides. For Ouro Preto, the representative equation of the curve was PD = 14076PA-
1,565 and for Mariana PD = 30327PA
-1,805.
Keywords: Landslides, Rainfall, Ouro Preto, Mariana, geological and geotechnical risk.
.
viii
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 2.1 - Mapa da sub-bacia do alto Ribeirão do Carmo. (Modificado de IBGE –
1:50.000, 1984 in Tavares, 2006). .................................................................................... 6
Figura 2.2 – Mapa geológico da sub-bacia do alto Ribeirão do Carmo, com as
formações indivisas. (Modificada de CPRM, 2004 in Tavares, 2006)........................... 10
Figura 2.3 – Casos típicos relativos à aplicação da Análise de Dupla Massa – (A) Dados
sem inconsistência; (B) Dados com mudança de tendência; (C) Dados com erro de
transcrição e (D) Dados de postos com diferentes regimes pluviométricos. (Tucci,
2002).. ............................................................................................................................. 28
Figura 2.4 – Gráfico de correlação entre a precipitação acumulada em 15 dias e a
precipitação diária na região de Hong Kong (Modificado de Lumb, 1975)................... 33
Figura 2.5 – Correlação entre o Pico de Precipitação Horária x Precipitação Diária para
Hong Kong (Modificada de Kay & Chen, 1995). .......................................................... 34
Figura 2.6 – Curva de Chuva Acumulada x Duração do Evento para Espanha
(Modoficado de Corominas & Moya, 1999).. ................................................................ 35
Figura 2.7 – Limiares empíricos de chuva (Modificado de Moreno et al., 2006 in
Aristizábal et al., 2010).. ................................................................................................ 38
Figura 2.8 – Carta de Periculosidade para o Rio de Janeiro (Guidicini e Iwasa, 1976 in
d‟Orsi, 2011).. ................................................................................................................. 40
Figura 2.9 – Envoltória de deslizamentos (Tatizana et al., 1987). ................................. 41
Figura 2.10 – Gráfico da chuva horária pela chuva acumulada de 96h para cada tipo de
movimento de massa (Modificado de d‟Orsi et al., 2000).. ........................................... 45
Figura 2.11 - Gráfico da chuva horária pela chuva acumulada de 96h para cada tipo de
movimento de massa (Modificado de d‟Orsi et al., 2000). ............................................ 45
Figura 2.12 – Curva de correlação entre precipitação diária e acumulada de cinco dias
para escorregamentos generalizados (Castro, 2006). ..................................................... 49
Figura 2.13- Gráfico de correlação entre ¨mm/h¨ e ¨mm/24h¨ (d‟Orsi, 2011).. ............. 52
ix
Figura 2.14 – Curva pluviométrica crítica para Região Serrana do Rio de Janeiro (Salles
& Amaral, 2013). ............................................................................................................ 53
Figura 2.15 – Envoltória de precipitação acumulada de 3 dias antecedentes com a
precipitação acumulada de 1 dia para o critério 3 (Molina et al., 2013). ....................... 55
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA
Figura 3.1 – Planilha eletrônica com os dados dos laudos de vistoria das áreas onde
foram registrados os movimentos de massa, com representação parcial do cadastro. ... 61
Figura 3.2 – Exemplo de um diagrama de dispersão. ..................................................... 66
Figura 3.3 – Exemplo de um gráfico de correlação entre precipitação e escorregamentos.
........................................................................................................................................ 67
CAPÍTULO 4 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Figura 4.1 – Precipitação anual no período de 1988 a 2012........................................... 69
Figura 4.2 – Precipitação dos anos hidrológicos utilizados para correlação entre
pluviosidade e escorregamentos. .................................................................................... 70
Figura 4.3 – Precipitação média mensal no período de 1988 a 2012 ............................. 71
Figura 4.4 – Comparação das médias mensais dos dados da Novelis e Samarco de 1995
a 2012. ............................................................................................................................ 74
Figura 4.5 – Gráfico de correlação entre as médias mensais de precipitação das estações
da Novelis e Samarco. .................................................................................................... 74
Figura 4.6 – Método de Dupla Massa utilizado para as estações da Novelis e Samarco.
........................................................................................................................................ 75
Figura 4.7 – Localização dos municípios de Ouro Preto e Mariana e das estações
meteorológicas da Novelis e Samarco ............................................................................ 76
Figura 4.8 – Distribuição mensal do número de ocorrências de escorregamentos entre os
anos de 1989 e 2012 nas cidades de Ouro Preto e Mariana. .......................................... 77
Figura 4.9 – Distribuição anual do número de ocorrências de escorregamentos nas
cidades de Ouro Preto e Mariana. ................................................................................... 78
x
Figura 4.10 – Distribuição anual do número de ocorrências de escorregamentos em
Ouro Preto. ..................................................................................................................... 79
Figura 4.11 - Distribuição anual do número de ocorrências de escorregamentos em
Mariana. .......................................................................................................................... 79
Figura 4.12 – Distribuição das ocorrências por bairro em Ouro Preto. .......................... 80
Figura 4.13 - Distribuição das ocorrências por bairro em Mariana. ............................... 81
Figura 4.14 – Distribuição das ocorrências de escorregamentos para os períodos
hidrológicos utilizados na correlação. ............................................................................ 83
Figura 4.15 – Gráficos de dispersão de precipitação acumulada (2, 3 e 4 dias). ............ 85
Figura 4.16 - Gráficos de dispersão de precipitação acumulada (5, 6 e 7 dias). ............ 86
Figura 4.17 – Gráfico de dispersão de seis dias de chuvas acumuladas para os anos de
1989/1990, 1990/1991 e 1991/1992. .............................................................................. 88
Figura 4.18 - Gráfico de dispersão de seis dias de chuvas acumuladas para os anos de
1995/1996, 1996/1997 e 1999/2000. .............................................................................. 89
Figura 4.19 - Gráfico de dispersão de seis dias de chuvas acumuladas para os anos de
2001/2002, 2002/2003 e 2005/2006.. ............................................................................. 90
Figura 4.20 - Gráfico de dispersão de seis dias de chuvas acumuladas para os anos de
2006/2007, 2010/2011 e 2011/2012.. ............................................................................. 91
Figura 4.21 – Gráfico de correlação entre precipitação diária e acumulada para 4 dias..
........................................................................................................................................ 97
Figura 4.22 – Gráfico de correlação entre precipitação diária e acumulada para 5 dias..
........................................................................................................................................ 97
Figura 4.23 – Gráfico de correlação entre precipitação diária e acumulada para 6 dias..
........................................................................................................................................ 98
Figura 4.24 – Gráfico de correlação entre precipitação diária e acumulada para 7 dias..
........................................................................................................................................ 98
Figura 4.25 – Curva de correlação entre precipitação diária e acumulada de 6 dias para
escorregamentos generalizados.. .................................................................................... 99
xi
Figura 4.26 – Curva de correlação entre precipitação diária e acumulada de 6 dias para
escorregamentos generalizados em Ouro Preto. ........................................................... 101
Figura 4.27 – Curva de correlação entre precipitação diária e acumulada de 6 dias para
escorregamentos generalizados em Mariana. ............................................................... 102
xii
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Tabela 2.1 – Crescimento populacional de Ouro Preto e Mariana. .................................. 5
Tabela 2.2 – Características dos principais movimentos de encosta na dinâmica
ambiental brasileira (Augusto Filho, 1992). ................................................................... 24
Tabela 2.3 – Fatores deflagadores dos movimentos de encostas (Varnes, 1978). ......... 25
Tabela 2.4 – Agentes e causas dos escorregamentos (Guidicini & Nieble, 1976). ........ 25
Tabela 2.5 – Probabilidade de escorregamentos por zonas de precipitação (Modificado
de Kay e Chen, 1995). .................................................................................................... 34
Tabela 2.6 – Classificação dos eventos de escorregamentos por ocorrências (Almeida et
al., 1993). ........................................................................................................................ 42
Tabela 2.7 – Classes dos eventos de chuva (Modificado de d‟Orsi et al., 2000). .......... 44
Tabela 2.8 – Níveis do plano de monitoramento proposto (Salaroli, 2003). .................. 47
Tabela 2.9 – Dados dos acidentes analisados. ................................................................ 50
Tabela 2.10 – Critério de precipitação proposto (Molina et al., 2013). ......................... 54
CAPÍTULO 4 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Tabela 4.1 – Dados pluviométricos mensais (mm) da Novelis e Samarco para análise de
consistência. .................................................................................................................... 73
Tabela 4.2 – Ocorrências de escorregamentos da região (Ouro Preto e Mariana) nos
períodos hidrológicos. .................................................................................................... 82
Tabela 4.3 – Valor mínimo e de atenção de chuva para deflagração de escorregamentos
na sub-bacia do alto Ribeirão do Carmo (Ouro Preto e Mariana). ................................. 92
Tabela 4.4 – Valor mínimo e de atenção de chuva para deflagração de escorregamentos
no município de Ouro Preto. .......................................................................................... 96
Tabela 4.5 – Dados referentes aos pontos encontrados abaixo da curva de correlação
para acumulada de 6 dias. ............................................................................................. 101
xiii
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAÇÕES
AC - Chuva acumulada
Aten.- Limite pluviométrico para Nível de Atenção
CEFET/OP - Centro Federal de Educação Tecnológica de Ouro Preto
CLOPAD - Comités Locales para la Prevención y Atención de Desastres
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEAM - Instituto de Hidrología, Meteorología y Estudios Ambientales de Colombia
IGA - Instituto de Geociências Aplicadas
INMET - Instituto Nacional de Meteorologia
Min. - Valor Mínimo da Precipitação capaz de deflagrar escorregamentos
MinC - Ministério da Cultura
PA - Precipitação Acumulada em Seis Dias
PD - Precipitação Diária no Dia da Ocorrência
R² - Coeficiente de Determinação da Curva
SIATA - Sistema de Alerta Temprana Ambiental de la Ciudad de Medellín
SPHAN - Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
USA - United States of America
xiv
LISTA DE ANEXOS
Anexo I – Gráficos de Dispersão para chuvas acumuladas de 2, 3, 4, 5 e 7 dias.
Anexo II – Ocorrências de escorregamentos utilizadas para análise de correlação.
Anexo III – Curvas de correlação para chuvas acumuladas de 4, 5 e 7 dias.
xv
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................... 1
1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................... 2
1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 2
1.1.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 2
1.2 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ..................................................................... 3
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................... 5
2.1 ALTO RIBEIRÃO DO CARMO ........................................................................... 5
2.2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS ............................................................................. 7
2.1.1 Geologia .......................................................................................................... 7
2.1.1.1 Substrato Rochoso .................................................................................. 7
2.1.1.2 Depósitos de Cobertura .......................................................................... 8
2.1.2 Geomorfologia ............................................................................................... 11
2.1.3 Clima ............................................................................................................. 13
2.1.4 Hidrografia .................................................................................................... 13
2.1.5 Vegetação ...................................................................................................... 14
2.2 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO URBANA E PROBLEMAS DE
MOVIMENTOS DE MASSA NA ÁREA DE ESTUDO .......................................... 15
2.3 MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE MASSA E PRECIPITAÇÃO .......... 22
2.3.1 Movimentos de Massa ................................................................................... 22
2.3.2 Precipitação ................................................................................................... 26
2.3.2.1 Análise de Consistência dos Dados Pluviométricos ............................. 27
2.3.3 Precipitação versus Movimentos de Massa ................................................... 29
2.4 ESTUDOS DE CORRELAÇÃO ENTRE CHUVAS E MOVIMENTOS DE
MASSA ...................................................................................................................... 30
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA ............................................................................. 57
xvi
3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ................ 57
3.2 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ................................................ 58
3.2.1 Dados pluviométricos .................................................................................... 58
3.2.2 Dados sobre movimentos de massa ............................................................... 59
3.2.3. Análise de consistência dos dados pluviométricos ....................................... 62
3.2.4. Tratamento dos dados de movimentos de massa .......................................... 63
3.3 CORRELAÇÃO ENTRE PRECIPITAÇÃO E OS ESCORREGAMENTOS ..... 64
3.3.1. Análise do número de dias de chuva acumulada mais efetivo nos processos
de escorregamentos ................................................................................................ 65
3.3.2. Relação numérica entre pluviosidade e escorregamentos ............................ 66
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............... 69
4.1. DADOS PLUVIOMÉTRICOS ........................................................................... 69
4.2. ANÁLISE DE CONSISTÊNCIA DOS DADOS PLUVIOMÉTRICOS ............ 71
4.3. OCORRÊNCIAS DE MOVIMENTOS DE MASSA ......................................... 77
4.4. CORRELAÇÃO ENTRE PRECIPITAÇÃO E OS ESCORREGAMENTOS .... 83
4.4.1. Análise do número de dias de chuva acumulada mais efetivo nos processos
de escorregamentos ................................................................................................ 84
4.4.2. Relação numérica entre pluviosidade e escorregamentos ............................ 96
4.4.3 - Discussão dos resultados ........................................................................... 102
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO ................................................................................. 104
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 109
1
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os movimentos gravitacionais de massa em regiões montanhosas são consequência da
própria dinâmica natural de evolução do meio físico. São os processos geodinâmicos
superficiais que mais afetam as cidades brasileiras, devido às características
geomorfológicas, geológicas, pedológicas e climáticas das mesmas. Somado a isto, a
própria atividade antrópica, por meio do uso e ocupação desordenada do solo, acelera
esse processo natural. Chuvas intensas e concentradas, encostas sem vegetação,
descontinuidades litológicas e pedológicas, assentamentos urbanos irregulares em
encostas íngremes são algumas das condições que podem acelerar os processos de
deslizamentos.
Dentro desse contexto, a precipitação tem sido o elemento climático que provoca as
transformações mais rápidas na paisagem no meio tropical e subtropical, sobretudo
durante o verão, em episódios de chuva concentrada, que ocorrem anualmente,
resultando em tragédias principalmente nas grandes cidades. No Brasil, a intensa
pluviosidade seguida de escorregamentos de encostas é frequente. Todos os anos novos
episódios se somam ao já volumoso registro histórico, que deixam como consequência
vítimas fatais, pessoas desabrigadas, danos materiais.
A relação entre movimentação de massa e chuvas intensas está associada ao aumento do
grau de saturação do solo, aumento do peso do solo ou, surgimento de pressões
hidrostáticas. A deflagração também pode ser ocasionada pelas condições que
antecedem o evento pluviométrico desencadeador, uma vez que há maior probabilidade
de ocorrência dos acidentes geológico-geotécnicos quando um forte evento chuvoso é
precedido por dias consecutivos de precipitação.
Tendo em vista que este é um problema de interesse técnico e social, em regiões de todo
o mundo, pesquisadores têm desenvolvido trabalhos sobre o tema, tentando estabelecer
uma correlação entre os índices pluviométricos e os movimentos de massa. Os métodos
desenvolvidos para estudar tal correlação, normalmente, procuram definir os limiares
pluviométricos críticos, máximos ou mínimos necessários para deflagrar os processos
de ruptura.
2
Partindo do exposto, o alto do Ribeirão do Carmo, sub-bacia do alto Rio Doce, onde se
situam as cidades de Ouro Preto e Mariana, possui um vasto histórico de problemas de
estabilidade geotécnica. A região é caracterizada por um relevo acidentado, com
encostas íngremes e vales profundos e encaixados; aspectos geológicos favoráveis aos
processos de instabilização; possui um clima marcado pela alta pluviosidade, além de
sofrer com o efeito da ação antrópica. Todos esses condicionantes predispõem a área à
ocorrência de movimentos gravitacionais de massa.
Devido à gravidade desses problemas e da impossibilidade de eliminação do risco em
curto prazo, é imprescindível uma ação de convivência com os riscos através da
elaboração de planos preventivos por parte dos Órgãos competentes da região, com a
finalidade de reduzir as perdas de vidas humanas decorrentes dos acidentes. Para isto, se
fazem necessárias medidas de prevenção, por meio de acompanhamento dos parâmetros
chuva acumulada e intensidades pluviométricas diárias capazes de deflagrar os
deslizamentos. O monitoramento desses parâmetros constitui, atualmente, o melhor
método para a avaliação da probabilidade de ocorrência dos escorregamentos.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
O objetivo deste estudo é correlacionar a precipitação com a ocorrência dos movimentos
de massa nas encostas da bacia do alto Ribeirão do Carmo, com ênfase nas áreas
urbanas de Ouro Preto e Mariana, a fim de estabelecer parâmetros para a previsão de
escorregamentos decorrentes de precipitações diárias e acumuladas. A partir de então
será possível monitorar os índices pluviométricos capazes de desencadear os
escorregamentos, constituindo uma ferramenta preventiva importante capaz de
minimizar os danos provocados pelos deslizamentos.
1.1.2 Objetivos Específicos
Para alcançar o objetivo principal, serão desenvolvidas atividades e metas específicas,
apresentadas a seguir:
Levantamento histórico das ocorrências de escorregamentos em encostas;
Levantamento dos dados meteorológicos da área;
3
Determinação da relação numérica entre precipitação diária e acumulada e
os movimentos de massa;
Definição dos limiares pluviométricos críticos capazes de deflagrar os
escorregamentos nas cidades de Ouro Preto e Mariana.
1.2 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
O trabalho foi desenvolvido em cinco capítulos e três anexos, que descrevem todas as
informações coletadas, os procedimentos adotados e resultados produzidos na presente
pesquisa. A estruturação deste estudo, objetivando um melhor entendimento e análise
do mesmo, se encontra resumidamente descrita a seguir.
No Capítulo 1 são apresentadas uma introdução geral do tema com a motivação e
objetivo da dissertação e uma breve explanação do conteúdo de cada capítulo deste
estudo.
O Capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica dos vários assuntos relacionados à
pesquisa. Inicialmente foram descritas as características fisiográficas da área, objeto de
estudo, destacando-se aspectos de geologia, geomorfologia, clima, vegetação e
hidrografia. Também foi realizada uma narrativa sucinta sobre o histórico de
desenvolvimento da região e sua relação com os problemas enfrentados no que diz
respeito à estabilidade geotécnica. Em seguida, foi apresentada uma discussão sobre
conceitos gerais e principais terminologias aplicadas aos diferentes tipos de movimentos
gravitacionais de massa e à precipitação, e a associação entre os mesmos. Por último,
reuniram-se estudos sobre correlação entre pluviosidade e movimentos de massa,
realizados no Brasil e no mundo, objetivando entender as principais metodologias
desenvolvidas nos diversos trabalhos existentes.
O Capítulo 3 expõe a metodologia proposta de trabalho, ajustada e adaptada das
diversas metodologias abordadas previamente no contexto do Capítulo 2, sendo
descritos todos os procedimentos de aquisição de dados, tratamento e a interpretação
dos produtos da pesquisa.
O Capítulo 4 apresenta os resultados obtidos no estudo e a análise destes. Este capítulo
se dedica ao tratamento dos dados utilizados para o estudo de correlação e às análises
4
entre as chuvas e os escorregamentos na área, apresentando os resultados relativos aos
limiares pluviométricos críticos da região estudada.
O Quinto Capítulo descreve as conclusões obtidas a partir dos resultados encontrados,
as sugestões para pesquisas futuras e as recomendações para a prevenção dos acidentes
relacionados aos movimentos de massa nos munícipio de Ouro Preto e Mariana.
O Anexo I apresenta os gráficos de dispersão para chuvas acumuladas de 2, 3, 4, 5 e 7
dias que não foram apresentados no Capítulo 4. Já no Anexo II consta a relação dos
dados das ocorrências utilizadas para correlação entre a pluviosidade e os
escorregamentos. O Anexo III mostra as curvas de correlação da chuva diária com a
chuva acumulada para 4, 5 e 7 dias geradas para as duas cidades simultaneamente e para
cada uma delas individualmente.
5
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 ALTO RIBEIRÃO DO CARMO
A região de estudo, abrange as zonas urbanas das cidades de Ouro Preto e Mariana,
situadas na sub-bacia do alto Ribeirão do Carmo, um importante tributário do alto Rio
Doce. Dentre as cidades inseridas nesta bacia, Ouro Preto, declarada Patrimônio
Cultural da Humanidade pela UNESCO e Mariana, primeira capital do Estado de Minas
Gerais e Patrimônio Nacional, são consagradas mundialmente. Segundo dados do Censo
Demográfico de 2010 realizado pelo IBGE os municípios de Ouro Preto e Mariana têm
uma população de 70.281 e 54.219 habitantes, respectivamente. A Tabela 2.1 mostra o
crescimento populacional para as duas cidades do período de 1991 a 2010.
Tabela 2.1 – Crescimento populacional de Ouro Preto e Mariana
Ano Ouro Preto Mariana
1991 62.514 38.180
1996 61.350 39.851
2000 66.277 46.710
2007 67.048 51.693
2010 70.281 54.219
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A bacia localiza-se na região central do estado de Minas Gerais, distando
aproximadamente 100 km da capital Belo Horizonte, na porção sudeste do Quadrilátero
Ferrífero. O acesso principal a partir da capital é feito no sentido Rio de Janeiro, RJ pela
rodovia federal BR 040 até o entroncamento com a rodovia dos Inconfidentes, BR 356
seguindo até Ouro Preto, limite oeste da área estudada. Outro percurso pode ser feito a
partir de Vitória, ES pela rodovia BR 262, até o entroncamento com a rodovia MG 262
no município de Rio Casca, MG seguindo até Mariana, limite leste da área estudada. A
área de toda a bacia é igual a 134,3 km2, tendo as malhas urbanas de Ouro Preto e
Mariana 13,9 km2 e 6,3 km
2 respectivamente. A Figura 2.1 mostra a sub-bacia do alto
Ribeirão do Carmo, com a localização das áreas urbanas, hidrografia e vias de acesso.
6
Figura 2.1 – Mapa da sub-bacia do alto Ribeirão do Carmo.(Modificado de IBGE - 1:50.000, 1984 in Tavares, 2006).
7
2.2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
2.1.1 Geologia
A sub-bacia do Alto Ribeirão do Carmo situa-se na borda leste do Quadrilátero
Ferrífero, próximo à transição para o embasamento, ocupando o flanco sul e a zona de
charneira da estrutura regional, conhecida como Anticlinal de Mariana. As litologias
caracterizam-se por apresentarem foliação metamórfica marcante, descontinuidades
planares e estando as rochas aflorantes, geralmente, muito alteradas (Tavares, 2006).
2.1.1.1 Substrato Rochoso
Os litotipos encontrados são representados por:
• Grupo Nova Lima: Representado por rochas metavulcânicas e
metassedimentares clásticas. Na borda da cidade de Mariana os xistos apresentam alto
grau de alteração e os afloramentos menos alterados ocorrem no núcleo do antiforme
(CPRM, 1993). Os xistos são muito susceptíveis a escorregamentos superficiais
(Sobreira, 2000).
• Grupo Caraça: Grupo essencialmente plataformal e marinho de águas rasas,
representado respectivamente, pelas Formações Moeda e Batatal. A Formação Moeda é
constituída quase que integralmente por quartzitos sericíticos de granulação fina a
grosseira e a Formação Batatal composta por filitos/xistos sericíticos e grafitosos (Dorr
II, 1969 in Souza, 2004). Os quartzitos tendem a apresentar xistosidade bem definida,
permitindo o desmonte sob a forma de placas. Os filitos constituem feições limitadas,
mas relevantes no contexto geológico-geotécnico da área por se tratar de formações
praticamente impermeáveis (Fontes, 2011).
• Grupo Itabira: Representado por duas formações: Cauê e Gandarela. A
Formação Cauê é constituída de itabiritos com intensidade variável de intemperização,
sendo que, em casos extremos ocorre a formação de crosta ferruginosa. A estrutura mais
marcante nos itabiritos é a alternância de lâminas milimétricas a centimétricas de
quartzo e óxidos de ferro (hematita, magnetita, martita, limonita, etc). O contato da
Formação Cauê com a Formação Gandarela é gradacional. A Formação Gandarela é
constituída, predominantemente, por dolomitos e mármores dolomíticos de cor creme a
cinza escuro, muitas vezes bandados e localmente intercalados com níveis de óxidos de
8
ferro. Quando alterado, o mármore resulta em uma rocha castanho escuro possibilitando
a identificação de falhas e fraturas, as quais permitem a atuação de agentes
intempéricos, promovendo a formação de materiais de alteração ao longo das
descontinuidades (Naline, Jr 1993 in Oliveira, 2010).
• Grupo Piracicaba: Representado por quatro formações: Cercadinho, Fecho do
Funil, Taboões e Barreiro. A Formação Cercadinho, unidade basal, é caracterizada pela
presença de quartzito ferruginoso de cor cinza esbranquiçado intercalado com níveis de
filito prateado hematítico. A Formação Fecho do Funil é identificada por filitos, filitos
dolomíticos e clorita xistos em contato gradacional com a Formação Cercadinho. O
contato superior com as formações Taboões e Barreiro é abrupto. A Formação Taboões
é de expressão limitada na área, representado por um quartzito muito fino
interestratificado com a Formação Barreiro (Naline Jr., 1993 in Oliveira, 2010),
caracterizada por filito preto grafitoso, intercalado, muitas vezes, com xisto
avermelhado e sempre bastante decomposto.
• Grupo Sabará: Constituído por rochas bastante alteradas representadas por
filitos, xistos e quartzitos com a coloração variando nos tons avermelhados, amarelados
e acinzatados (Noce, 1995 in Tavares, 2006). Os xistos da Formação Sabará encontram-
se bastante fraturados e dobrados, apresentando desde pequenas dobras apertadas sem
direção preferencial a amplos arqueamentos (Sobreira, 2000). Embora alterados, tendem
a apresentar maciços com comportamento geotécnico muito favorável (Fontes, 2011).
• Grupo Itacolomi: Ocorrendo no limite sul/sudoeste da bacia e constituído por
quartzitos de granulação grossa, metaconglomerados e níveis centimétricos de filitos
(Guimarães, 1931 in Tavares, 2006), sotoposto discordantemente sobre as rochas do
Grupo Sabará.
2.1.1.2 Depósitos de Cobertura
Os depósitos sedimentares cenozóicos são representados por aluviões e colúvios com
matacões de minério de ferro e canga (Maizatto, 1993 in Tavares, 2006). Sobreira
(2000) e Souza (2004) detalharam os depósitos de coberturas, representados por
terrenos aluviais, coluviais, tálus e canga que ocorrem na bacia.
• Depósitos Aluviais: São os depósitos recentes que formam a planície de
inundação do ribeirão do Carmo e seus afluentes. São constituídos de areias, cascalhos e
9
argilas, depositadas por processos fluviais e por atividades antrópicas, principalmente a
mineração. Um perfil típico do aluvião do ribeirão do Carmo é constituído da base para
o topo, por um solo argilo-arenoso, sedimentos arenosos compostos de areia média a
fina, com grande quantidade de magnetita e hematita, e cascalho, constituído por
fragmentos de quartzo e itabirito.
• Colúvios: Resultante do processo contínuo de acumulação de fragmentos
minerais trazidos das cotas mais altas por gravidade e pela água de escoamento
superficial, durante as épocas de chuvas intensas. O material apresenta textura
homogênea e cor avermelhada, às vezes com grande quantidade de fragmentos
angulosos de quartzo. São também frequentemente observadas linhas de pedras.
Geralmente recobrem os xistos do Grupo Sabará. Difere do depósito de tálus quanto à
dimensão reduzida dos fragmentos imersos na matriz homogênea de cor avermelhada.
• Tálus: O depósito de tálus marcante ocorre no sopé da Serra do Itacolomi, no
limite sul da zona urbana de Mariana, sendo resultado da acumulação de fragmentos de
rochas desprendidos da Unidade Itacolomi por efeito da gravidade. A composição
textural é bem heterogênea, com grande número de blocos rochosos de tamanhos e
litologias variadas, imersos numa matriz argilo-siltosa. Quase toda extensão desta
unidade foi ocupada e vem sendo ocupada rapidamente nos últimos anos, sendo a
principal frente de expansão da malha urbana de Mariana.
• Canga: A canga recobre as rochas das formações ferríferas. É resultado do
processo de remoção de sílica por lixiviação da unidade ferrífera com consequente
enriquecimento do solo em ferro e alumina. O acúmulo de fragmentos detríticos imersos
em uma matriz ferruginosa cria uma cobertura resistente aos processos erosivos.
O mapa da Figura 2.2 mostra a geologia da sub-bacia, representada pelo substrato
rochoso e depósitos de coberturas.
10
Figura 2.2 – Mapa geológico da sub-bacia do alto Ribeirão do Carmo, com as formações indivisas. (Modificado de CPRM, 2004 in Tavares, 2006).
11
2.1.2 Geomorfologia
As estruturas geológicas locais condicionam os traços do relevo. As vertentes possuem
declividades acentuadas e os vales são profundos e encaixados. As serras do Itacolomi e
a de Ouro Preto são os elementos geomorfológicos que sobressaem como divisores da
bacia. As altitudes variam de 1.400m nos topos da serra de Ouro Preto a 700m na
porção basal que se encontra no final da área, a jusante, delimitada para este estudo
(Sobreira e Fonseca, 2001). Souza (2004), adotando como referência o trabalho de
Sobreira (2000), define seis unidades principais de relevos na bacia para o município de
Mariana, descritas a seguir:
• Unidade Planícies Aluviais: Declives inferiores a 8% e altitudes próximas aos
700m, com distribuição espacial condicionada pelos principais cursos d‟água. As
planícies são as zonas de aporte de materiais provenientes dos relevos mais elevados,
comportando nesse caso, principalmente sedimentos da fração silte, areia e cascalho.
• Unidade Relevos Suaves: Possui declives suaves com gradientes de 10 a 20% e
altitudes variando de 700 a 750m. Corresponde à transição entre as planícies aluviais e
as unidades vertentes e colinas, representando muitas vezes o sopé das mesmas.
• Unidade Relevos de Rampa: Abrange declividades não muito acentuadas,
predominando gradientes entre 8 e 30%. Representada pelo depósito de tálus que forma
uma rampa coluvionar nas bordas da Serra do Itacolomi.
• Unidade Relevo de Vales Encaixados: Representa as linhas de drenagem
profundas instaladas em vales com declividades superiores aos 45%. Ocorre
disseminada na área, em altitudes e litologias variadas. Estas áreas são importantes por
comportarem, durante os períodos de chuva, um grande fluxo de água, cuja intensidade
pode vir a provocar corridas de lama e detritos, quando associados a movimentos de
massa deflagrados em suas cabeceiras e vertentes.
• Unidade Colinas: Representada por faixas de direção aproximadamente norte-sul
em transição com as unidades morfológicas planícies aluviais, relevos suaves e relevos
escarpados. As altitudes variam de 830 a 870m, com superfície ondulada ou levemente
ondulada, com o topo aplainado. Os declives se encontram na faixa de 20% a 40% e
diminuem em direção ao topo (até < 8%).
• Unidade Relevos Escarpados: Distribui-se espacialmente na porção oeste da
zona urbana abrangendo a grande estrutura antiformal e a leste, na transição entre as
12
rochas que compõem o Supergrupo Minas e o Supergrupo Rio das Velhas. A oeste
ocorrem as maiores altitudes, com valores variando de 1000 aos 1200m. Quanto à
declividade, possui valores médios de 40% a 70%, podendo chegar a declives
superiores aos 100%. Esta unidade destaca-se pelos processos geodinâmicos
superficiais instalados, ocorrendo feições erosivas, ravinamentos, voçorocas pretéritas,
movimentos localizados de rastejo e, principalmente, escorregamentos.
Para o município de Ouro Preto, Fontes (2011) contextualiza a morfologia buscando
sintetizar as principais formas do relevo e delimita as cinco principais unidades,
descritas abaixo:
• Relevo de Serra: Representa as porções do território com altitudes superiores a
1400m e declividades acentuadas, geralmente superiores a 100%, com formação de
„paredões‟ rochosos que culminam em cristas ou plataformas que se destacam na
paisagem. A estruturação geológica condiciona a rede de drenagem.
• Relevo Escarpado a Montanhoso: As elevações alongadas com vertentes
íngremes e topos em crista são as feições mais marcantes. As altitudes encontram-se
entre 1200 e 1400m, com desníveis dos topos para os fundos dos vales entre 200 e
300m. As declividades ocorrem predominantemente na faixa entre 40% e 90%.
• Relevo Ondulado: Embora ocorram altitudes superiores a 1200m, na porção sul
da área urbana da cidade, os desníveis dos topos para os vales são menores que aqueles
registrados na unidade Relevo Escarpado. Os declives ocorrem na faixa de 20% a 40%
nas pendentes, assumindo valores menores em direção ao topo. O padrão de drenagem é
essencialmente dendrítico. Representa a morfologia mais marcante dentro do território
urbano da cidade de Ouro Preto, juntamente com o relevo escarpado.
• Relevo Suave-Ondulado: Predominam declives inferiores a 20%. A baixa
declividade, conseqüência de um desnivelamento entre o topo e os vales da ordem de
dezenas de metros, reflete as elevações típicas do planalto dissecado, severamente
erodido posteriormente, formando conjunções de morros com vertentes mais suaves que
as unidades anteriores. O padrão de drenagem típico é o dendrítico.
• Relevo de Planalto: Apresentam declividades inferiores a 10% e altitudes
variadas, sendo típicas dos platôs e bordas mais niveladas dos morros e alteamentos,
como resultado da exposição e manutenção de rochas mais resistentes aos processos
13
erosivos (tipicamente chapadas de canga). A drenagem é rarefeita e sem um padrão
definido.
2.1.3 Clima
As características básicas são de um clima tropical de montanha, onde a baixa latitude é
compensada pela altitude e conformação orográfica regional (Carvalho, 1982).
Seguindo a classificação climática de Koppen, a região onde a bacia está inserida está
enquadrada em dois tipos climáticos, sendo estes Cwa e Cwb. Ambos são marcados
pela elevada pluviosidade, com maior concentração entre os meses de outubro e março
(IGA, 1995). O tipo Cwa predomina nas partes menos elevadas, com verões úmidos e
quentes, sendo o índice pluviométrico médio anual de 1.100 - 1.500mm, estação seca
curta e temperatura média anual entre 19,5 - 21,8ºC. O tipo Cwb predominante nas
porções mais elevadas caracteriza-se por verões brandos, temperatura média anual mais
baixa (17,4 - 19,8ºC) e média do mês mais quente próxima a 22ºC.
Segundo Castro (2006) a cidade de Ouro Preto possui alta pluviosidade, concentrada
principalmente entre os meses de outubro e março, representando 87% da precipitação
anual. O regime pluviométrico apresenta uma média anual de 1.620mm de acordo com
a série histórica de precipitação de 1988 a 2012 da estação meteorológica da Indústria
Novelis, localizada no Bairro Saramenha, em Ouro Preto. Já no munícipio de Mariana,
de acordo com Souza (2004), os meses de dezembro, janeiro e fevereiro são os que
registram as maiores precipitações, com o índice médio pluviométrico anual na faixa
dos 1.800mm.
2.1.4 Hidrografia
A Serra de Ouro Preto é considerada um divisor de águas das bacias hidrográficas do rio
Doce e do São Francisco. O Ribeirão do Carmo, uma das sub-bacias e nascentes do rio
Doce, drena a região de Ouro Preto e Mariana até o município de Ponte Nova em Minas
Gerais, quando conflui com o rio Piranga para formar o rio Doce (Silva, 2013).
A sub-bacia do alto Ribeirão do Carmo estende-se desde a região a oeste de Ouro Preto,
até o distrito de Bandeirantes, em Mariana. Tem sua nascente o córrego Tripuí, a oeste
da área urbana de Ouro Preto e como principais formadores, além do Tripuí, os
córregos: Funil e Marzagão. Em seu trecho médio a bacia é bem encaixada entre as
14
serras de Ouro Preto e do Itacolomi, tendo como contribuintes pequenos cursos d‟águas.
Na porção final, na região de Mariana, a bacia se espraia e tem como contribuintes os
córregos: Canelas, Matadouro, Seminário e Catete. A sub-bacia do córrego Canelas é a
de maior extensão, correndo pelo flanco norte da estrutura anticlinal (Tavares, 2006).
O padrão de drenagem é dentrítico, com alguns cursos condicionados estruturalmente.
A declividade dos cursos é mais acentuada a oeste (região de Ouro Preto e Passagem de
Mariana), sendo os cursos encaixados e sem planícies de inundação mais extensas. Na
região de Mariana os declives dos cursos são mais suaves e os vales são mais abertos,
com o ribeirão formando uma grande planície, já totalmente ocupada pela malha urbana
(Tavares, 2006).
De acordo com Corrêa (2006), grande parte da vegetação na área foi devastada pela
mineração e pela construção de ferrovias. Ao longo do curso do Ribeirão do Carmo
encontram-se vários garimpos que, juntamente, com os depósitos antigos de rejeitos de
mineração, vem assoreando e modificando o ribeirão e formando áreas degradadas. A
contaminação natural ou antrópica de suas águas por metais pesados como o arsênio é
um assunto de grande importância pública.
2.1.5 Vegetação
A cobertura vegetal nativa da região insere-se nos domínios da Floresta Pluvial
Montana e dos Campos Quartzitícos (campo rupestre) (Rizzini, 1997). Segundo Corrêa
(2006), as florestas pluviais montanas revestem as serras entre 800 e 1700m de altitude
e encontram-se sobre a paisagem caracteristicamente formada por morros de contorno
hemisférico. Os campos quartizíticos são próprios dos afloramentos rochosos e
apresentam uma vegetação herbácea e arbustiva típica com algumas espécies formando
habitats marginais onde formações arbóreas baixas, dominadas por uma ou duas
espécies parecem corresponder a uma comunidade vegetacional limitada por condições
edáficas, e de característica transicional entre os campos e as matas.
É comum a presença de áreas desmatadas, resultantes de diversas atividades, como
instalações de minerações, implantação de núcleos urbanos e obras de engenharia de
grande porte (barragens, pontes, etc.). Algumas destas áreas foram reflorestadas, em
geral por eucaliptos e não por vegetação nativa (Souza, 1996). De acordo com Souza
(2004), o plantio de eucalipto estende-se pelos municípios de Mariana e Ouro Preto com
15
a finalidade principal de recuperação de áreas degradadas pela mineração, sendo
utilizada, também, para produção de carvão vegetal, comum na região de Bento
Rodrigues.
2.2 HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO URBANA E PROBLEMAS DE
MOVIMENTOS DE MASSA NA ÁREA DE ESTUDO
A história da ocupação das cidades de Ouro Preto e Mariana está relacionada à
descoberta de ouro no final do século XVII. As cidades localizadas nos contrafortes da
Serra de Ouro Preto foram fundadas e se desenvolveram a partir da descoberta de
abundantes depósitos de ouro aluvionar nesse mesmo período (Tavares, 2006).
Mariana, inicialmente conhecida como Ribeirão do Carmo, foi a primeira cidade
surgida por efeito das expedições de bandeirantes em busca do ouro em Minas Gerais.
Acampados às margens do ribeirão do Carmo, os bandeirantes perceberam ser o mesmo
riquíssimo em ouro aluvionar, tomando posse e nele iniciando a mineração. Neste local,
com o crescente movimento da mineração, surgiu o Arraial do Carmo, sede do governo
que se consolidou e em abril de 1711 foi elevado à categoria de vila, qualificando-o
como principal centro urbano da província. Mais tarde, em 1745 a vila foi elevada a
categoria de cidade, ganhando o nome de Mariana.
O descobrimento do sítio em que surgiu a Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto constitui
acontecimento igualmente ligado ao descobrimento das minas de ouro no córrego do
Tripuí. O início do povoamento se deu com a formação de vilarejos e arraiais que foram
agrupados e elevados a categoria de Vila Rica em julho de 1711, sendo escolhida como
capital de Minas Gerais. Em 1823, Vila Rica passa para a categoria de cidade,
recebendo o nome de Ouro Preto.
O auge da corrida do ouro ocorreu durante os primeiros quartéis do século XVIII, com
intensas atividades mineradoras subterrâneas e a céu aberto, em vales e encostas,
principalmente na Serra de Ouro Preto (Sobreira e Fonseca, 2001). No auge do ciclo do
ouro, instalou-se um rico conjunto arquitetônico, de forma geral corretamente
implantado no meio físico. Entretanto, nas encostas adjacentes, iniciavam-se processos
de ocupações simultaneamente desordenadas, oriundos da extração de ouro e da
instalação da população de baixa renda (Souza, 1996).
16
No final do século XVIII a produção do ouro entra em declínio e a posterior
transferência da capital do estado para Belo Horizonte acarreta numa estagnação do
desenvolvimento da região, sendo retomado apenas em 1950 com as atividades de
mineração de ferro e outros minérios, além da implantação de algumas indústrias na
região.
Segundo Sobreira e Fonseca (2001), no final da década de 60, devido à retomada do
desenvolvimento da região pela atividade mineira, o crescimento da população e a
consequente necessidade de criação de novas áreas urbanas não foram acompanhadas
por planejamento prévio adequado, originando uma expansão caótica da malha urbana.
Em função disto, vários locais onde se desenvolveram atividades de mineração no
passado, com características morfológicas e geotécnicas desfavoráveis, foram ocupadas,
gerando assim um quadro problemático no que se refere à segurança da população e das
estruturas.
Na década de 80, a cidade de Mariana retomou o crescimento acelerado, após a
instalação das mineradoras CVRD, SAMARCO e SAMITRE, tendo o número de sua
população triplicado. As atividades ligadas ao turismo também ganharam força se
tornando uma importante fonte de renda para o município. Em Ouro Preto também
ocorreu um crescimento populacional considerável, devido ao crescimento das
indústrias siderúrgicas e mineradoras da região.
Na década de 1990 o crescimento populacional foi menos expressivo, no entanto, o
desenvolvimento gerado pela industrialização, turismo e a expansão dos centros
acadêmicos, continuaram a favorecer processos de ocupação das áreas periféricas, e
consequentemente desencadeando problemas geológicos-geotécnicos provenientes da
ocupação desordenada que perduram até os dias de hoje
Oliveira (2010) cartografou as direções dos movimentos populacionais em Ouro Preto a
partir de 1950 até 2004. A cidade, centro político, econômico e educacional evoluiu
sobre condições físicas de relevo muito especiais, vales encaixados e encostas íngremes,
rochas bastante alteradas. A ocupação sem planejamento resultou na inobservância dos
métodos técnicos de construção e de utilização adequada do meio físico. Os
procedimentos utilizados indicaram dez áreas com tendências a expansão urbana na
cidade, que foram posteriormente analisadas utilizando informações geológicas,
17
geomorfológicas e geotécnicas. Identificaram-se setores aptos a expansão enquanto
outros onde essa expansão deve ser controlada ou mesmo proibida.
Para Souza (2004), as modificações hidrológicas, hidrogeológicas e geomorfológicas,
em especial aquelas decorrentes da ocupação e/ou urbanização, são muitas vezes as
principais causas da ativação dos processos geodinâmicos, acelerando e ampliando os
processos de instabilização. Afirma ainda que, quanto mais recente é a ocupação, mais
sujeita estará a problemas provenientes do risco geológico, devido à falta de
investimento em contenções, impermeabilizações, etc, pelos moradores, e pela
precariedade de infraestrutura instalada.
Devido ao número expressivo de movimentos de massa decorrentes da ocupação
predatória dos terrenos ao longo da história, diversos estudos foram realizados na região
abordando a relação entre a ocupação desordenada da área e os problemas de
instabilidade geológica-geotécnica.
Segundo Pinheiro et al. (2004), o primeiro plano de crescimento de que se tem notícia
na região foi elaborado e proposto pelo arquiteto português Viana de Lima para Ouro
Preto e propunha o crescimento fora da área urbana existente, no entanto, o mesmo
nunca foi implementado. Ainda segundo os autores em 1975, a Fundação João Pinheiro
elaborou o Plano de Conservação, Valorização e Desenvolvimento de Ouro Preto e
Mariana, documento este que contou com a participação de vários especialistas
reconhecidos nacionalmente, mas que novamente não foi seguido.
A Tecnosolo (1979) foi responsável pela produção de um inventário de movimentos de
massa ocorridos em Ouro Preto decorrentes da chuva intensa que assolou a cidade no
mesmo ano e provocou grandes perdas como destruição de muitas casas, obstrução de
ruas e danos a monumentos históricos. Juntamente com o inventário, foram executados
diversos estudos e obras de contenção.
Após as chuvas de 1979, um importante trabalho de ordenamento territorial da cidade
foi elaborado por Carvalho (1982). A Carta Geotécnica de Ouro Preto aborda as
características geológico-geotécnicas locais de forma qualitativa. A combinação da
qualidade do terreno obtida por meio da análise da situação geológica-geomorfológica,
estado de alteração e estrutura geológica, com as declividades existentes produziu um
mapa de risco com três classes distintas (baixo, moderado e alto risco). Apesar de
18
completo, este documento importante foi pouco utilizado e o crescimento desordenado
da cidade continuou sem levar em consideração as recomendações da Carta.
Sobreira (1989) aponta os pontos críticos da cidade de Ouro Preto em termos de
estabilidade geotécnica e destaca a relação entre os movimentos de massa e as
características geológicas, geomorfológicas e climáticas. No trabalho são apontados
alguns bairros com necessidade de estudos mais detalhados, sendo estes o Veloso (atual
São Cristóvão), São João, Piedade, Alto da Cruz e Padre Faria. No mesmo ano, a
população da cidade volta a sofrer as consequências da falta de planejamento e é afetada
por novas ocorrências de movimentos de massa deflagrados pela elevada precipitação
no período.
Novos estudos são então desenvolvidos devido à necessidade do levantamento das áreas
mais instáveis e afetadas pelas fortes chuvas. O convênio firmado ente a UFOP e o
MinC/SPHAN resultou em dois relatórios que abordaram a questão das áreas de risco
geológico e as soluções estruturais para contenção de encostas da cidade (Sobreira,
1990; Sobreira et al., 1990).
Sobreira (1990) descrevendo a situação da cidade após as chuvas de 89 divide a mesma
em domínios distintos a partir de critérios morfológicos e, em segundo plano,
geológicos, e analisa os problemas de cada um desses domínios. De acordo com o autor,
as condicionantes geológicas, geomorfológicas e climáticas desfavoráveis somam-se
aos problemas da má utilização do meio, originando os acidentes. Os principais
problemas identificados na cidade foram: ocupação de áreas de risco geológico,
ocupação inadequada e predatória do meio, bota fora e aterros clandestinos, desmontes e
terraplanagens clandestinos, feições e processos erosivos ativos e péssimo padrão
construtivo.
No mesmo ano Sobreira et al. (1990) definem algumas soluções estruturais para
contenção de encostas em Ouro Preto com base nas particularidades de cada área
analisada. A metodologia empregada consistiu de várias visitas de campo, das quais
resultaram anotações em cadernetas, lançamentos em mapas das ocorrências e
documentação fotográfica. No trabalho foi proposta ainda uma metodologia para
enfrentamento dos problemas das encostas da cidade que, resumidamente consistia em:
cadastramento detalhado das áreas de risco; criação de um setor de geotecnia;
19
desenvolvimento de um programa de investigação do comportamento geotécnico das
litologias das encostas de Ouro Preto e definição do modelo de crescimento da cidade.
Em seu trabalho, Souza (1996) produziu documentos cartográficos para Ouro Preto
referente ao mapeamento geotécnico da cidade visando analisar a susceptibilidade aos
movimentos de massa e processos correlatos. A autora constatou que os principais
problemas concentram-se nas regiões de minerações abandonadas e de encostas
ocupadas desordenadamente. Foram gerados mapas de documentação de substrato
rochoso, de materiais inconsolidados, de feições de movimentos de massa e processos
correlatos e as cartas de declividade e zoneamento – susceptibilidade aos movimentos
de massa e processos correlatos.
Bonuccelli (1999) apresenta em seu trabalho resultados obtidos no estudo dos
movimentos gravitacionais de massa e processos correlatos na área urbana de Ouro
Preto - MG, na escala 1:10.000. A autora executou um levantamento dos diferentes
tipos de processos e os atributos que influenciaram sua ocorrência para Ouro Preto,
assim como o cadastro das ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros relacionado
a esses fenômenos para o período de 1988 a 1998. Os principais tipos de processos
registrados na área urbana foram classificados como complexos, escorregamentos e
erosões, predominantemente ativos, com profundidades inferiores a 10m. Já os
principais atributos predisponentes foram a declividade e o substrato rochoso, sendo que
o tipo de uso do solo e a pluviosidade formam os principais fatores modificadores e
deflagradores.
Sobreira (2000) abordou a suscetibilidade à ocorrência de processos geodinâmicos
superficiais e os riscos consequentes no município de Mariana, em termos qualitativos.
Utilizando cartografia e análise dos aspectos geológicos de interesse, caracterização
geotécnica dos materiais ocorrentes, análise dos aspectos geomorfológicos chegou-se a
uma carta de suscetibilidade aos processos geológicos, escorregamentos, erosões,
rastejos, corridas e inundação. A carta localiza e indica os processos que podem ocorrer
na área urbana de Mariana e adjacências. O estudo aponta a necessidade de normas
disciplinadoras da ocupação do meio físico, que levem em conta suas características,
assim como orienta medidas preventivas e mitigadoras dos problemas ocorrentes.
Sobreira e Fonseca (2001) abordam os impactos físicos e sociais das antigas atividades
de mineração em Ouro Preto. Apesar da frequência de situações de riscos geológicos na
20
área urbana da cidade, o trabalho se concentrou em zonas mais críticas com maior
incidência de atividades mineradoras, sendo estas: Veloso, Santana, Taquaral, Morro da
Queimada, Piedade e Volta do Córrego. Segundo os autores os problemas quase sempre
são associados à ocupação de antigos locais de lavra de ouro, a utilização de terrenos
com fortes declives, de zonas de passagem de águas pluviais e locais de estabilidade
duvidosa.
No que diz respeito à Mariana, Souza (2004) menciona que o município foi assolado
por intensas chuvas que ocasionaram acidentes geológicos e geológicos-geotécnicos,
provocando inúmeros danos aos sistemas de drenagem pluvial, às vias públicas,
equipamentos urbanos e a domicílios particulares. Conforme o autor, no período de
1997 a 2003 a cidade declarou Estado de Emergência por duas vezes, dada a gravidade
dos problemas instalados.
Em seu trabalho, Souza (2004) abordou o estudo do meio físico da cidade de Mariana
enfocando os aspectos geológicos e ambientais, com o objetivo de fornecer subsídios
para o ordenamento territorial. A partir da análise de documentos cartográficos do
território municipal, foram avaliadas as características gerais dos terrenos, os conflitos
de usos e os impactos existentes, visando definir a capacidade das unidades de território,
para acolher os diversos usos. No âmbito da área urbana, foram detalhados os trabalhos
de cartografia geotécnica existentes, enfocando os principais problemas relacionados ao
meio físico e seu uso, e elaborado um cadastro geral de ocorrências de processos
geodinâmicos. Com os elementos obtidos nas etapas anteriores, cartas temáticas foram
elaboradas (carta de risco a processos geológicos, carta de recomendação de uso do
solo, etc.) para análise final do meio físico e a proposição de medidas mais adequadas
em relação ao uso e ocupação territorial.
Um estudo realizado pelo Ministério das Cidades (Nogueira et al., 2005) incluiu a
cidade de Ouro Preto na lista dos municípios brasileiros com maior probabilidade atual
de ocorrência de acidentes associados a movimentos de encostas em assentamentos
precários. Este trabalho destinou-se a subsidiar a Coordenadoria de Prevenção de Riscos
na elaboração de propostas de apoio aos programas municipais preventivos de gestão de
riscos em encostas urbanas. Para a seleção dos municípios brasileiros mais suscetíveis a
escorregamentos em encostas urbanas, três indicadores fundamentais foram
considerados: a) o histórico de acidentes com vítimas; b) a suscetibilidade do meio
físico marcado por relevos mais acidentados dos planaltos do leste brasileiro e c) a
21
presença das áreas de ocupação subnormal em encostas, com condições precárias de
qualidade construtiva, urbana e ambiental, sinalizando condições propícias a acidentes
associados a escorregamentos induzidos de solo, rocha e depósitos artificiais de encosta.
Castro (2006) estudou a relação da precipitação com os escorregamentos em Ouro
Preto, com base em um cadastro dos movimentos ocorridos, através dos boletins de
ocorrência do Corpo de Bombeiros, e o resgate dos dados pluviométricos diários
registrados em uma estação dentro do município. Com base no cadastro, a autora
realizou ainda um mapeamento das áreas mais críticas da cidade, classificando-as em
áreas de risco alto, médio ou baixo. Ao final do trabalho foram propostas diretrizes para
a elaboração de um plano preventivo de defesa civil para Ouro Preto.
Tavares (2006) identificou áreas que foram ou estão sendo local de extrações minerais
na bacia do alto Ribeirão do Carmo (Ouro Preto e Mariana) e analisou o impacto, o
histórico, a evolução dos processos morfodinâmicos no tempo e as intervenções
posteriores, fornecendo subsídios para a proposição de diretrizes mitigadoras dos
problemas existentes. Foram avaliados os processos ocorrentes nesses locais, suas
causas e possíveis consequências, além da atualização das informações obtidas na
interpretação de imagens. As áreas foram agrupadas por atividades congêneres e
contemporaneidade, visando sistematizar as classes de impactos e assim permitiu
analisar os processos e listar os efeitos das explorações de bens minerais
correlacionando aos impactos e passivos ambientais nos meios físico, bióticos e
antrópicos.
Recentemente, Fontes (2011) aplicou os princípios e as bases conceituais das análises
de risco a escorregamentos ao sítio urbano de Ouro Preto, visando contribuir para a
prevenção/mitigação dos riscos e para a gestão político-ambiental deste espaço. Os
atributos e parâmetros admitidos como potencialmente indutores dos mecanismos de
escorregamentos foram declividade, forma das encostas e litologia. Os resultados foram
sistematizados em um mapa de suscetibilidade a escorregamentos e um mapa de perigo
a escorregamentos, sendo que o primeiro traduz a predisposição do espaço físico induzir
movimentos de massa e o segundo representa a probabilidade da ocorrência destes
processos e suas consequências em termos de danos físicos e patrimoniais, além de
perdas de vidas humanas. O trabalho incluiu ainda os estudos e resultados obtidos com
programa de controle e monitoramento dos terrenos, por meio de inspeções in situ e
instalação de inclinômetros em áreas críticas. Tais procedimentos, integrados aos
22
estudos dos condicionantes geológico-geotécnicos locais, propiciaram a definição do
zoneamento de áreas de risco da área estudada, levando-se em consideração a influência
direta das ocorrências registradas ao longo do tempo.
Outros trabalhos também foram desenvolvidos ao longo desses anos, como Sobreira
(1991), Sobreira (1992a), Sobreira (1992b), Sobreira e Araújo (1992), IGA (1995),
Sobreira e Fonseca (1998), Gomes et al. (1998), Fernandes (2000), Carvalho (2001),
Fernandes et al. (2002), Pinheiro et al. (2003) e Ferreira (2004) entre outros.
2.3 MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE MASSA E PRECIPITAÇÃO
2.3.1 Movimentos de Massa
Os principais fenômenos relacionados a desastres naturais no Brasil são os movimentos
de massa em encostas naturais ou taludes artificiais. Estes processos produzem grandes
perdas econômicas e impactos relevantes na saúde pública, além de gerar número
significativo de vítimas fatais. Por esta razão, a ocorrência desses fenômenos em áreas
urbanas ou mesmo em áreas não habitadas, precisa ser monitorado preventivamente, o
que justifica a implantação de políticas públicas para gestão de riscos.
De acordo com Bonuccelli (1999), o levantamento, entendimento e minimização dos
problemas relacionados à ocorrência dos movimentos gravitacionais de massa e
processos correlatos passam necessariamente pelas seguintes etapas: levantamento dos
processos e dos atributos que neles influenciam; análise da relação entre processos e
atributos; zoneamento ou hierarquização das áreas sujeitas a ocorrência desses
fenômenos; levantamento e hierarquização dos danos que podem ser produzidos pela
deflagração de novos processos ou reativação de antigos; planejamento de ações e
intervenções que permitam gerenciar e minimizar os possíveis danos.
As propostas mais usuais para descrição e classificação dos movimentos de massa
incluem os trabalhos de Terzaghi (1950), Varnes (1978), Guidicini e Nieble (1976),
Hutchinson (1988) e Augusto Filho (1992). A classificação proposta por Varnes (1978),
uma das mais utilizadas em todo mundo, se baseou no tipo de movimento e no material
transportado e identificou seis categorias principais de movimentos que estão
sucintamente relacionadas a seguir.
23
Queda (¨Falls¨): movimento que acontece quando uma massa de material de
qualquer tamanho se desloca de um talude íngreme ou escarpa, ao longo de uma
superfície com pouco ou nenhuma ocorrência de cisalhamento. A massa do material
sofre queda livre, saltos ou rolamentos gravitacionais; os movimentos são muito a
extremamente rápidos com velocidades entre 0,3 a 30m/s, podendo ter ou não pequenos
movimentos anteriores à ruptura.
Tombamentos (¨Topples¨): movimento de rotação de uma ou mais unidades em
torno de um ponto situado abaixo das mesmas, sob a ação da gravidade e forças
externas aplicadas através das unidades adjacentes, ou por fluidos presentes nas
descontinuidades.
Escorregamentos (¨Slides¨): são os movimentos ao longo da encosta e podem
ocorrer através das deformações cisalhantes e dos deslocamentos ao longo de uma ou
várias superfícies facilmente observáveis. Podem ser divididos em rotacionais e
translacionais.
Expansão Lateral (¨Lateral Spread¨): expansão lateral acomodada por
cisalhamento ou fraturas de tração, da qual pode-se distinguir dois tipos: os movimentos
distribuídos, resultados da expansão lateral externa, mas sem o controle definido da
superfície de cisalhamento basal, ou da zona de fluxo plástico; e os movimentos que
envolvem fraturamento e expansão lateral de materiais coesos, constituídos por rochas,
detritos e solos finos, originados da liquefação ou do fluxo plástico do material
subjacente.
Escoamentos (¨Flows¨): são deformações ou movimentos contínuos com a
superfície de ruptura definida ou não, e esses escoamentos podem ser rápidos ou lentos,
úmidos ou secos; ocorrem na rocha e principalmente em materiais inconsolidados
(detritos e solos finos).
Complexos: combinação de um ou vários dos principais tipos de movimentos
descritos anteriormente.
Augusto Filho (1992) classifica movimentos de massa que ocorrem com mais
frequência no Brasil, relativos à dinâmica de ambientes tropicais. A Tabela 2.2
apresenta as principais características desses movimentos de massa
24
Tabela 2.2 – Características dos principais movimentos de encosta na dinâmica ambiental
brasileira (Augusto Filho, 1992)
PROCESSOS CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO, MATERIAL E
GEOMETRIA
Rastejo (creep)
Vários planos de deslocamento (internos) Velocidades muito baixas (cm/ano) a baixas e decrescentes com a
profundidade Movimentos constantes, sazonais ou intermitentes Solo, depósitos, rocha alterada/fraturada Geometria indefinida
Escorregamentos (slides)
Poucos planos de deslocamento (externos) Velocidades médias (m/h) a altas (m/s) Pequenos a grandes volumes de material Geometria e materiais variáveis Planares – solos pouco espessos, solos e rochas com um plano de
fraqueza Circulares – solos espessos homogêneos e rochas muito fraturadas Em cunha – solos e rochas com dois planos de fraqueza
Quedas (falls)
Sem planos de deslocamento Movimentos tipo queda livre ou em plano inclinado Velocidades muito altas (vários m/s) Material rochoso Pequenos a médios volumes Geometria variável: lascas, placas, blocos, etc. Rolamento de matacão Tombamento
Corridas (flows)
Muitas superfícies de deslocamento (internas e externas à massa em
movimentação) Movimento semelhante ao de um líquido viscoso Desenvolvimento ao longo das drenagens Velocidades médias a altas Mobilização de solo, rocha, detritos e água Grandes volume de material Extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas
Alguns fatores influenciam no desencadeamento dos movimentos de massa, sendo eles
climáticos, hidrológicos, geológicos e geomorfológicos, pela vegetação e também pela
ação antrópica. Normalmente, estes processos ocorrem devido à ação de mais de um
desses fatores. Para Varnes (1978), os principais condicionantes e mecanismos de
deflagração dos escorregamentos são os fatores que aumentam as solicitações e os que
diminuem a resistência dos terrenos, com os respectivos fenômenos naturais e
antrópicos associados (Tabela 2.3). Guidicini e Nieble (1976) discutiram as
condicionantes desses fenômenos, utilizando as terminologias agentes e causas de
instabilização, onde causa está relacionada ao modo de atuação de um determinado agente
na ruptura de um talude ou uma encosta (Tabela 2.4).
25
Tabela 2.3 – Fatores deflagradores dos movimentos de encostas (Varnes, 1978).
AÇÃO FATORES FENÔMENOS NATURAIS/ANTRÓPICOS
Remoção de massa (lateral ou da
base)
Erosão, escorregamentos
Cortes
Peso da água de chuva, neve, granizo, etc.
Acúmulo natural de material (depósitos)
Aumento da
solicitação
Sobrecarga Peso da vegetação
Construção de estruturas, aterros, etc.
Terremotos, ondas, vulcões, etc.
Solicitações dinâmicas Explosões, tráfego, sismos induzidos
Pressões laterais Água em trincas, congelamento, material expansivo,
etc.
Características
inerentes ao
material
Textura,
estrutura,
geometria, etc.
Características geomecânicas do material, estado de
tensões iniciais
Redução da
resistência
Mudanças ou
fatores
variáveis
Mudanças nas
características
do material
Intemperismo, redução da coesão, ângulo de atrito
Elevação do nível d'água
Outras causas Enfraquecimento devido ao rastejo progressivo
Ação das raízes das árvores e buracos de animais
Tabela 2.4 – Agentes e causas dos escorregamentos (Guidicini e Nieble, 1976)
AGENTES CAUSAS
Predisponentes Efetivos
Internas Externas Intermediárias Preparatórios Imediatos
Complexo geológico,
complexo
morfológico, climato-
hidrológico,
gravidade, calor solar,
tipo de vegetação
Pluviosidade,
erosão pela
água e vento,
congelamento e
degelo, variação
da temperatura,
dissolução
química, ação
de fontes e
mananciais,
oscilação do
freático, ação de
animais e
antrópica
Chuvas
intensas,
fusão do gelo
e neves,
erosão,
terremoto,
ondas, vento,
ação do
homem
Efeito das
oscilações
térmicas;
Redução dos
parâmetros
de resistência
por
intemperismo
Mudanças na
geometria do
sistema;
Efeitos de
vibrações;
Mudanças
naturais na
inclinação das
camadas
Elevação do nível
piezométrico em
massas
¨homogêneas¨;
Elevação da
coluna de água em
descotinuidades;
Rebaixamento
rápido do lençol
freático. Erosão
subterrânea
retrogressiva
(piping);
Diminuição do
efeito de coesão
aparente
Carvalho e Galvão (2006) afirmam que nas cidades brasileiras, marcadas pela exclusão
socioespacial, os fatores que aumentam ainda mais a frequência dos deslizamentos são a
ocupação das encostas por assentamentos precários, favelas, vilas e loteamentos
26
irregulares; remoção da vegetação; execução de cortes e aterros instáveis para
construção de moradias e vias de acesso; deposição de lixo nas encostas; ausência de
sistemas de drenagem de águas pluviais e coleta de esgotos; elevada densidade
populacional e a fragilidade das moradias que aumentam tanto a frequência das
ocorrências como a magnitude dos acidentes.
2.3.2 Precipitação
A precipitação é entendida em hidrologia como toda água proveniente do meio
atmosférico que atinge a superfície terrestre. A determinação da intensidade da
precipitação é importante para o controle de inundação e a erosão do solo. Por sua
capacidade para produzir escoamento, a chuva é o tipo de precipitação mais importante
para hidrologia (Tucci, 2002). Para o escopo deste trabalho sempre que for utilizado o
termo precipitação será considerado que o mesmo é equivalente a chuva.
Segundo Tucci (2002), as características principais da precipitação são o seu total,
duração, e distribuições temporal e espacial. O total precipitado não tem significado se
não estiver ligado a uma duração. A ocorrência da precipitação é um processo aleatório
que não permite uma previsão determinística com grande antecedência. O tratamento
dos dados de precipitação para a grande maioria dos problemas hidrológicos é
estatístico.
As grandezas que caracterizam uma chuva são:
Altura pluviométrica: é a espessura média da lâmina de água precipitada que
recobriria a região atingida pela precipitação, admitindo-se que essa água não se
infiltrasse, não se evaporasse, nem se escoasse para fora dos limites da região. A
unidade de medição habitual é o milímetro de chuva, definido como a quantidade de
precipitação correspondente ao volume de 1 litro por metro quadrado de superfície;
Duração: é o período de tempo durante o qual a chuva cai. As unidades
normalmente utilizadas são o minuto ou a hora;
Intensidade: é a precipitação por unidade de tempo. Expressa-se normalmente
em mm/h ou mm/min. A intensidade de uma precipitação apresenta variabilidade
temporal, mas, para análise dos processos hidrológicos, geralmente são definidos
intervalos de tempo nos quais é considerado constante;
27
Frequência de probabilidade e tempo de recorrência: a precipitação é um
fenômeno de tipo aleatório. Na análise de alturas pluviométricas (ou intensidades)
máximas, o tempo de recorrência é interpretado como o número médio de anos durante
o qual espera-se que a precipitação analisada seja igualada ou superada. O seu inverso é
a probabilidade de um fenômeno igual ou superior ao analisado, ocorrer em um ano
qualquer (probabilidade anual).
Os equipamentos utilizados na coleta da precipitação são os pluviômetros para medidas
diárias, os pluviógrafos para medidas no tempo e o radar que mede no tempo e no
espaço. O pluviômetro é um aparelho totalizador que marca a altura de chuva total
acumulada num dado período de tempo. Este aparelho é mais utilizado para totalizar a
precipitação diária, sendo monitorado por um operador que mora nas proximidades do
aparelho. O pluviógrafo é um aparelho que registra automaticamente as variações da
precipitação ao longo do tempo. Este aparelho pode ser gráfico ou digital e é visitado
periodicamente por um observador ou equipe que controla a rede de aparelhos.
2.3.2.1 Análise de Consistência dos Dados Pluviométricos
O que se espera de um posto de medição de chuvas é que este forneça uma série
contínua dos dados de precipitação ao longo dos anos. No entanto, é comum a
ocorrência de períodos sem informações ou mesmo com falhas nas observações em
muitas estações, principalmente em longas séries históricas. Portanto, se faz necessário
que os dados coletados sejam submetidos a uma análise de consistência antes de serem
utilizados, visando a caracterização do regime de chuvas e a preparação dos dados para
desenvolvimento de qualquer tipo de estudo.
As causas mais comuns de erros grosseiros nas observações são: a) preenchimento
errado do valor na caderneta de campo; b) soma errada do número de provetas, quando
a precipitação é alta; c) valor estimado pelo observador, por não se encontrar no local no
dia da amostragem; d) crescimento de vegetação ou outra obstrução próxima ao posto
de observação; e) danificação do aparelho; f) problemas mecânicos no registrador
gráfico (Tucci, 2002).
Para analisar a consistência dos dados de chuva coletados é necessário compará-los com
dados de estações vizinhas e verificar a homogeneidade entre os mesmos. O método da
Dupla Massa, desenvolvido pelo Geological Survey (USA), é uma prática comum
28
adotada no Brasil, utilizada para séries mensais e anuais. O método consiste em
selecionar os postos de uma região, acumular para cada um deles os valores mensais ou
anuais, e plotar num gráfico cartesiano os valores acumulados correspondentes ao posto
a consistir (nas ordenadas) e da média de outros postos adotados como base de
comparação (nas abscissas). Se os valores do posto a consistir são proporcionais aos
observados na base de comparação, os pontos devem se alinhar segundo uma única reta
(Figura 2.3.A). A declividade da reta determina o fator de proporcionalidade entre
ambas as séries. Nos casos em que não ocorre essa proporcionalidade, os pontos podem
apresentar diferentes comportamentos sendo estes exemplificados na Figura 2.3 e
descritos a seguir:
Figura 2.3 – Casos típicos relativos à aplicação da Análise de Dupla Massa – (A) Dados sem
inconsistência; (B) Dados com mudança de tendência; (C) Dados com erros de transcrição e (D)
Dados de postos com diferentes regimes pluviométricos. (Tucci, 2002)
Mudança na declividade (duas ou mais retas): Constitui o exemplo típico
derivado da presença de erros sistemáticos, mudanças nas condições de observação ou a
existência de uma causa física real, como alterações climáticas no local provocadas pela
presença de reservatórios artificiais (Figura 2.3.B);
29
Alinhamento dos pontos em retas paralelas: Ocorre quando existem erros de
transcrição de um ou mais dados ou pela presença de anos extremos em uma das séries
plotadas. A ocorrência de alinhamentos, segundo duas ou mais retas aproximadamente
horizontais ou verticais, pode ser a evidência da comparação de postos com diferentes
regimes pluviométricos (Figura 2.3.C);
Distribuição errática dos pontos: Geralmente é resultado da comparação de
postos com diferentes regimes pluviométricos, sendo incorreta toda associação que se
deseje fazer entre os dados dos postos plotados (Figura 2.3.D).
2.3.3 Precipitação versus Movimentos de Massa
Eventos extremos de precipitação ou mesmo baixos índices pluviométricos com
registros elevados de chuvas acumuladas nos dias anteriores são responsáveis por
desencadear e/ou potencializar os movimentos de massa. Compreender o
comportamento da chuva auxilia no diagnóstico da evolução desses fenômenos, como
também serve de instrumento na previsão e prevenção dos desastres.
A maioria dos casos de escorregamento em encostas ocorre na época de chuvas, sendo
que grande parte no final da estação. A partir disso é comum apresentar a hipótese de
que o mecanismo de escorregamento está relacionado com o aparecimento de
poropressões positivas, provenientes da formação de nível d‟água na superfície da
encosta ou nas proximidades da mesma (Castro, 2006).
De acordo com Tatizana et al. (1987a) e Delmanaco et al. (1995), a influência da
precipitação nos movimentos de massa decorrem dos seguintes processos:
Alteração dos parâmetros de resistência dos materiais: diminuição da coesão
aparente, eliminação das tensões capilares, dissolução da cimentação;
Aumento da solicitação externa: aumento do peso específico dos materiais que
formam a encosta;
Avanço da frente de saturação no maciço, provocando o desenvolvimento de
poropressões positivas nos solos, subpressões nas descontinuidades rochosas e forças de
percolação;
Alteração do perfil da encosta por erosão de materiais.
30
Para Augusto Filho e Virgili (1998), as chuvas relacionam-se diretamente com a
dinâmica das águas de superfície e subsuperfície, influenciando a deflagração dos
processos de instabilização de taludes e encostas. De acordo com os autores, os índices
pluviométricos críticos para a deflagração dos escorregamentos variam com o regime de
infiltração no terreno, a dinâmica das águas subterrâneas no maciço e o tipo de
instabilização.
Os escorregamentos em rocha tendem a ser mais suscetíveis a chuvas concentradas,
enquanto os processos em solo dependem também dos índices pluviométricos
acumulados nos dias anteriores. Processos do tipo corrida estão associados a índices
pluviométricos muito intensos, enquanto que as rupturas em áreas modificadas pelo
homem com desmatamentos, cortes, aterros, etc. (escorregamentos induzidos), podem
ocorrer com valores de precipitação considerados normais (Augusto Filho e Virgili,
1998).
A associação entre os escorregamentos e a pluviosidade tem levado alguns
pesquisadores a tentarem estabelecer correlações empíricas, probabilísticas ou físico-
matemáticas entre os mesmos, com o intuito de tentar se antecipar à deflagração dos
escorregamentos, a partir do monitoramento dos índices pluviométricos de uma
determinada região.
Apesar da correlação entre precipitação e movimento de massa apresentar limitações e
imprecisões decorrentes da complexidade dos fatores associados a este tipo de
fenômeno, tais como características geológico-geotécnicas e a ação antrópica, este tipo
de medida preventiva se mostra mais barata e fácil em relação ao monitoramento do
nível d‟água e grau de saturação dos taludes e encostas, principalmente em grandes
áreas urbanas.
2.4 ESTUDOS DE CORRELAÇÃO ENTRE CHUVAS E MOVIMENTOS DE
MASSA
A chuva tem sido considerada o principal agente deflagrador dos movimentos de massa
por contribuir diretamente para a instabilização de encostas devido ao aumento de
pressão de água no solo. Tendo em vista que este é um problema de interesse técnico e
social, é grande o número de pesquisadores tentando estabelecer os níveis
31
pluviométricos capazes de desencadear os diferentes tipos de movimentos de massa em
encostas naturais e taludes.
As metodologias utilizadas nos estudos de correlação entre chuva e escorregamentos,
buscam definir um índice mínimo ou máximo representativo de chuva crítica, a partir do
qual tais processos são deflagrados. Segundo Guzzetti et al. (2007), estes limiares
podem ser determinados tanto por modelos baseados em processos físicos ou
empiricamente a partir de séries históricas de precipitação e/ou bases estatísticas,
apresentando cada uma dessas metodologias suas vantagens e desvantagens.
A utilização de modelos de bases físicas para determinação de limiares pluviométricos
críticos incorporam os modelos de infiltração às modelagens de estabilidade de taludes
como, por exemplo, modelo de talude infinito. Estes métodos preveem a ruptura a partir
da medição da precipitação e cálculo das taxas de infiltração das águas das chuvas. No
entanto, apresentam limitações, uma vez que requerem informações detalhadas sobre as
características hidrológicas, litológicas, morfológicas, e do solo de grandes áreas,
raramente disponíveis e caras de se obter, bem como a necessidade de calibrações
utilizando eventos de precipitação reais ocorridos na área objeto de estudo. Além disso,
os modelos de base física têm melhor desempenho quando tentam prever deslizamentos
rasos, sendo menos eficientes na previsão de escorregamentos profundos.
Ainda de acordo com Guzzetti et al. (2007), nos modelos empíricos os limiares de
precipitação são determinados por meio do estudo de eventos de chuvas que resultaram
em movimentos de massa. Estes limiares correspondem à linha traçada abaixo dos
pontos que representam condições de precipitação que resultaram em deslizamentos,
plotados em coordenadas cartesianas, semilogarítmicas, ou logarítmicas. Em casos onde
estão disponíveis dados de precipitação que não resultaram em escorregamentos, os
limiares são definidos como a melhor separação das condições pluviométricas que
resultaram e não resultaram em instabilidade da encosta. O número de escorregamentos
desencadeados pode também ser considerado para a construção de um limiar.
Segundo os autores (op. cit.), a chave para a construção do modelo empírico é a
definição da intensidade da chuva, ou seja, a quantidade de precipitação acumulada em
um período geralmente medido em milímetros (ou polegadas) por hora. Dependendo da
duração do período de observação, a intensidade de precipitação pode representar uma
medida instantânea da taxa de precipitação ou um valor médio de precipitação ao longo
32
de horas (intensidade horária), dia (intensidade diária), ou períodos mais longos. Para
períodos longos a intensidade da chuva representa um valor médio que subestima a taxa
de precipitação de pico (máximo) ocorrida durante o período de observação. Assim, a
intensidade da precipitação medida durante períodos curtos e longos têm significados
físicos diferentes.
Dentro dos modelos empíricos, os limiares pluviométricos podem ser definidos como
globais, regionais, ou locais. Um limiar global tenta estabelecer um nível mínimo geral
abaixo do qual não ocorrem deslizamentos, independente dos aspectos morfológicos,
litológicos, de uso do solo e do regime local ou regional de chuvas. Os limiares
regionais são muito frequentes na literatura e são definidos para áreas que se estendem
de poucos a muitos milhares de quilômetros quadrados com características
meteorológicas, climáticas e fisiográficas semelhantes; são potencialmente adequados
para sistemas de alerta de deslizamentos. Já os limiares locais consideram uma
configuração geomorfológica e um regime climático específicos, e são aplicáveis a
escorregamentos individuais ou para um grupo de escorregamentos em áreas de
extensão de poucos quilômetros quadrados. Tanto os limiares regionais como os locais
funcionam bem na área onde foram desenvolvidos, entretanto, não são facilmente
exportados para áreas vizinhas. Os limiares globais são importantes em lugares onde os
limiares locais ou regionais não estão disponíveis, mas podem resultar em previsões de
deslizamentos que não ocorrem.
Muitos trabalhos dentro desta temática foram publicados no Brasil e no mundo mais
intensamente a partir da década de 70, com Hong Kong se destacando como importante
centro no desenvolvimento de estudos pioneiros sobre o tema, devido aos eventos
catastróficos ocorridos na região em 1972. Lumb (1975) foi o primeiro a investigar mais
profundamente as correlações entre chuvas e escorregamentos no território de Hong
Kong.
Segundo Pedrosa (1994), o estudo de Lumb pela primeira vez indicou a relevância da
chuva antecedente para a estabilidade de taludes e encontrou boa correlação entre a
pluviometria nas 24 horas do dia do evento e a acumulada nos 15 dias antecedentes,
após analisar a precipitação e a ocorrência de escorregamentos no período entre 1950 e
1973. Este autor propôs ainda uma classificação, agrupando os eventos de acordo com a
quantidade de movimentos de massa ocorridos, sendo estes: desastroso (>50), severo
(10-50), menor ou secundário (<10) e evento isolado. Segundo Lumb (op. cit.), eventos
33
severos e desastrosos ocorriam quando a pluviometria acumulada em 15 dias
ultrapassava 200 e 350mm respectivamente, sendo a pluviometria diária necessária para
a ocorrência destes mesmos eventos superiores a 100mm. A Figura 2.4 ilustra a
proposta de Lumb (1975).
Figura 2.4 - Gráfico de correlação entre a precipitação acumulada em 15 dias e a precipitação
diária na região de Hong Kong (Modificado de Lumb, 1975).
Outros investigadores continuaram os estudos de correlação entre chuvas e
escorregamentos em Hong Kong. Brand et al. (1984) e Brand (1989) contestaram a
influência da chuva antecedente na deflagração de escorregamentos na região, proposta
por Lumb, e consideraram que os picos de precipitação horária e a precipitação em 24
horas antes do evento são os principais deflagradores dos processos de instabilização.
Os autores propuseram duas categorias de risco com base na pluviometria em 1 hora e
24 horas e o número de escorregamentos: principal (“major”) para mais de 10
deslizamentos em 1 dia e secundário (“minor”) para menos de 10 deslizamentos em 1
dia. De acordo com Pedrosa (1994), Brand enfatiza a importância da infiltração e o
consequente efeito na redução das tensões de sucção do solo, entretanto, não considera a
possibilidade desse processo ocorrer de modo gradual pelo efeito da chuva acumulada e
sim ao fato de Hong Kong possuir solos residuais com características de alta
permeabilidade e modo de ruptura rápido dos escorregamentos.
34
Dando continuidade aos estudos realizados por Lumb e Brand na região de Hong Kong,
Kay e Chen (1995) realizaram um estudo onde foram avaliadas todas as ocorrências de
precipitação diária superiores a 50mm, incluindo aquelas em que não foram registrados
escorregamentos. Estabelecendo uma correlação entre precipitação horária e
precipitação acumulada em 24 horas com registros de movimentos de massa, os autores
definiram zonas de probabilidade de eventos de escorregamentos severos (Tabela 2.5 e
Figura 2.5).
Tabela 2.5 - Probabilidade de escorregamento por zonas de precipitação (Modificado de Kay e
Chen, 1995)
Zona Probabilidade de ocorrências de escorregamentos
1 Desprezível para ocorrências de escorregamento severas
2 5 – 25% para ocorrências de escorregamento severas
3 25 – 45% para ocorrências de escorregamento severas
4 45 – 75% para ocorrências de escorregamento severas
5 75 – 95% para ocorrências de escorregamento severas
6 70 – 90% para ocorrências de escorregamento severas
Figura 2.5 - Correlação entre o Pico da Precipitação Horária x Precipitação Diária para Hong
Kong. (Modificada de Kay & Chen, 1995)
35
O estudo de Corominas e Moya (1999), realizado na região dos Pirineus, Espanha,
considerou relatórios técnicos, reconhecimento de campo e análise
dendrogeomorfológicas para o levantamento dos escorregamentos. A fim de analisar o
efeito global da precipitação na reativação de deslizamentos, um gráfico da chuva
acumulada versus duração da chuva foi gerado utilizando eventos de precipitação, com
e sem ocorrências de escorregamentos, superiores a 40mm em 24 horas, registrados
entre 1958 e 1996. Foi então traçada a linha que divide as chuvas que estão associadas à
reativação de deslizamento daquelas que não estão, representada pela seguinte equação:
AC = 32 x D + 133, onde AC equivale a chuva acumulada e D duração do evento
pluviométrico. A Figura 2.6 apresenta o resultado obtido pelos autores.
Figura 2.6 – Curva de Chuva Acumulada x Duração do Evento para Espanha. (Modificado de
Corominas & Moya, 1999)
No mesmo ano, Flageollet et al. (1999) estudaram os escorregamentos e as condições
climáticas em duas bacias nos Alpes Franceses do Sul. Os resultados obtidos mostraram
que a precipitação é um dos elementos do sistema que acelera ou desencadeia
deslizamentos de terra, juntamente com outros fatores, tais como o uso da terra.
Entretanto, concluíram que as correlações entre os movimentos de massa e o clima são,
por vezes, imprecisas e complexas, necessitando examinar a confiabilidade e a
qualidade das relações estabelecidas entre os mesmos.
36
Zhou et al. (2002) investigaram a relação entre deslizamentos de terra e seus fatores
causais na Ilha Lantau, localizada na porção sudoeste de Hong Kong, a partir de uma
tempestade severa que assolou a região nos dia 4 e 5 de novembro de 1993, provocando
mais de 900 deslizamentos em terreno natural, e mais de 250 deslizamentos em encostas
artificiais. Os fatores analisados e considerados como causadores dos eventos foram
topografia, chuva, uso do solo e vegetação. Os autores utilizaram uma abordagem
estatística para estudar a relação espacial entre deslizamentos de terra e seus fatores
causais. O estudo do evento de 1993 indicou que a intensidade de chuva e a migração
do centro da tempestade influenciam muito na ocorrência de deslizamentos de terra na
ilha. Em relação à topografia, foi constatado que a maioria dos deslizamentos de terra
ocorreu em encostas com declividade entre 25-35°. O tipo de vegetação, em certa
medida, também desempenhou um papel na formação da distribuição espacial dos
deslizamentos, ocorrendo principalmente nas áreas de terra nua, coberturas arbustivas e
nas zonas de transição entre diferentes tipos de vegetação.
Dykes (2002) realizou uma pesquisa sobre escorregamentos rasos provocados por
precipitação na Reserva Florestal Batu Apoi no Distrito Temburong de Brunei
Darussalam, a noroeste de Bornéu, por meio da realização de uma modelagem
hidrológica e análises de estabilidade das encostas. O autor identificou as características
topográficas da área e as características físicas e hidrológicas dos perfis de solo residual
das encostas; identificou o padrão de chuva por meio de dados registrados em duas
estações meteorológicas; e fez retroanálise de um movimento de massa superficial
utilizando o modelo de talude infinito e os dados laboratoriais obtidos a partir das
análises de amostras coletadas em campo.
A modelagem demonstrou que as chuvas acionaram movimentos de massa superficiais
em encostas nas partes mais baixas do vale. A aplicação do modelo de taludes infinitos
demonstrou que para qualquer gradiente de inclinação, há uma profundidade limite
mínima de material intemperizado abaixo do qual os Fatores de Segurança > 1,0 e
deslizamentos não seriam, portanto, possíveis de ocorrer. Usando as taxas estimadas de
processos químicos intempéricos e desnudamento, sugeriu-se que, se ocorrer uma
ruptura numa encosta, haverá um intervalo maior ou igual a 10 mil anos antes do
intemperismo ter produzido profundidade de solo residual suficiente para romper
novamente. Assim, ao longo da área de estudo em um determinado momento, haverá
37
apenas uma proporção pequena das encostas que podem ter uma profundidade
suficiente de solo residual susceptíveis a deslizamentos provocados pela chuva.
No estudo realizado por Quinta Ferreira et al. (2005) foram analisados os dados de
precipitação em conjunto com os registos de deslizamentos ocorridos em Coimbra. Os
dados relativos aos deslizamentos foram obtidos a partir de artigos em jornais da região,
já os dados relativos à precipitação, por sua vez, foram conseguidos nos registos do
Instituto Geofísico da Universidade de Coimbra, ambos abrangendo intervalo de tempo
de 1864 a 2003. Os resultados obtidos permitiram concluir que os deslizamentos
ocorrem quando a precipitação é consideravelmente superior aos valores médios e que
os picos de precipitação são de extrema importância como mecanismo deflagrador de
instabilizações. Os autores determinaram ainda o intervalo médio de recorrência para os
anos com precipitação acumulada mais elevada, geralmente associada a um maior
número de casos de instabilizações.
Outros investigadores realizaram estudos de correlação entre chuvas e escorregamentos
no vale de Aburrá, na Colômbia. Segundo Aristizábal et al. (2010), desde o ano 2008
vem sendo utilizado um sistema de alerta para movimentos de massa induzidos por
precipitação baseado em limiares empíricos de chuva no vale.
Para a implementação do sistema, os níveis de alerta foram definidos utilizando os
limiares propostos por Moreno et al. (2006) apud Aristizábal et al. (2010) para o
Departamento de Antioquia (75mm/3 dias e 150mm/15 dias), uma vez que não existiam
limiares críticos de precipitação para as condições particulares do vale. Os autores
propuseram a existência de quatro regiões representativas de chuva antecedente para
movimentos de massa, chamadas regiões A, B, C, e D. Para essas regiões foram
associadas cores que representam estados de alerta de acordo com os níveis definidos
pelo Instituto de Hidrología, Meteorología y Estudios Ambientales de Colombia
(IDEAM).
Para região A foi atribuído a cor verde (estado sem alteração), período em que o sistema
de alerta da cidade de Medellin (SIATA - Sistema de Alerta Temprana Ambiental de la
Ciudad de Medellín) fornece informações dentro das faixas normais e informa sobre a
dinâmica das condições hidrometeorológicas. As regiões B e C foram agrupadas no
nível amarelo (estado de preparação), período no qual o SIATA emite boletins que
indicam a formação progressiva de condições de susceptibilidade suficientes para que
38
um evento ocorra. A região D corresponde à cor laranja (estado de prontidão), no qual
os avisos são emitidos, exigindo a prestação de 24 horas de comissão técnica e
operacional que integra os Comités Locales para la Prevención y Atención de Desastres
(CLOPAD). Ele também deve preparar o alistamento de recursos e a definição de um
sistema de rastreamento em campo constante, tomando medidas de evacuação no caso
de qualquer sinal de campo adicional. Por fim, se considerou um estado de alerta
vermelho (estado de atenção), que não corresponde propriamente a uma região de
limites definidos, mas representa que o evento ocorreu, está em andamento ou é
iminente sua ocorrência. (Figura 2.7).
Figura 2.7 – Limiares empíricos de chuva (Modificado de Moreno et al., 2006, in Aristizábal et
al., 2010).
Neste sentido, os investigadores continuaram os estudos na região do vale de Aburrá e
Aristizábal et al. (2011) propuseram novos limiares críticos de precipitação acumulada
para previsão dos escorregamentos, a partir de um banco de dados completo de
movimentos de massa registrados nas últimas duas décadas e registos de precipitação
das estações pertencentes às Empresas Públicas de Medellín (EPM) com resolução
temporal de 15 minutos, a fim de incorporá-los ao SIATA.
Aristizábal et al. (2011) apresentaram as possíveis combinações de chuva acumulada
(chuva de curto prazo) (LA) (1, 3, 5 e 7 dias) e chuva acumulada antecedente (chuva de
39
longo prazo) (LAA) (5, 10, 15, 30, 60 e 90 dias) para 332 escorregamentos. Os
resultados obtidos pelos autores mostraram que o maior condicionante para a ocorrência
de movimentos de massa no vale de Aburrá é a chuva acumulada antecedente (LAA),
ou seja, o elemento fundamental desencadeador de movimentos de massa parece ser as
chuvas sazonais. Os dados indicaram que os eventos utilizados para a análise ocorreram
para LAA superiores a 60mm em 30 dias, 160mm em 60 dias e a 200mm em 90 dias.
Para a aplicação do sistema de alerta, o território do Vale do Aburrá foi dividido em
regiões correspondentes às estações de chuva, onde cada uma das regiões é representada
pela chuva que registra a estação designada. Portanto, todos os dias são avaliados para
cada região as chuvas antecedentes e seu estado de alerta correspondente. Esta
informação é enviada via internet para cada CLOPAD e outros órgãos de prevenção
através de Boletim Hidrometeorológico publicado pelo SIATA.
Na literatura técnica nacional, o trabalho de Guidicini e Iwasa (1976) apresenta grande
relevância dentre as primeiras pesquisas sobre a relação entre precipitação e
escorregamentos. Os autores utilizaram registros pluviométricos e ocorrências de
escorregamentos de diferentes regiões do Brasil, sendo estas Caraguatatuba (SP),
Baixada Santista (SP), Rodovia dos Imigrantes (SP), Rodovia Anchieta (SP), Serra de
Maranguape (CE), Rio de Janeiro (RJ), Serra das Araras (RJ), Sul de Minas (MG) e
Vale do Tubarão (SC). Foi possível verificar nesse estudo que quando a pluviometria
total do evento excede a 12% da precipitação média anual, escorregamentos ocorrem
independentemente das condições pluviométricas antecedentes ao evento; porém se a
pluviometria total do evento se encontra entre 8 e 12% da precipitação média anual,
escorregamentos ocorrem dependendo do histórico pluviométrico; episódios superiores
a 20% da mesma pluviosidade tendem a adquirir as dimensões de catástrofes.
Para a análise, os autores procuraram avaliar a importância dos últimos 3, 7, 15, 30, 60,
90 e 120 dias anteriores aos episódios de chuva intensa. Além disso, foram introduzidos
coeficientes capazes de correlacionar os dados pertencentes às diferentes áreas sendo
estes:
Coeficiente de ciclo (Cc): razão entre o registro pluviométrico acumulado
até a data do episódio e a média anual de pluviosidade;
Coeficiente do episódio (Ce): razão entre o registro pluviométrico do
episódio e a média anual de pluviosidade;
40
Coeficiente final (Cf): soma dos dois coeficientes anteriores (Cc + Ce).
Guidicini e Iwasa (1976) sugeriram as faixas de risco A, B, C e D, com base no
coeficiente Cf correspondentes às porcentagens de ocorrência de escorregamentos de
100, 85, 33 e 0%, respectivamente. Da mesma forma, utilizando os valores de Cc
estabeleceram as zonas de influência das chuvas antecedentes A, B, C e D,
correspondentes às probabilidades de 100, 67, 31 e 0%. Assim sendo, os autores
consideraram estes dados como ponto chave da investigação, permitindo uma previsão
do nível de periculosidade a que as áreas estudadas estariam sujeitas no futuro.
Foram elaboradas as cartas de periculosidade para cada uma das áreas estudadas, dando
um cunho de praticidade à pesquisa. Cada carta mostra a curva acumulada média anual
de pluviosidade, associada às faixas de risco. A Figura 2.8 apresenta a carta de
periculosidade para o Rio de Janeiro.
Figura 2.8 – Carta de Periculosidade para o Rio de Janeiro (Guidicini e Iwasa, 1976 in d‟Orsi,
2011).
41
O trabalho de Tatizana et al. (1987a,b) na Serra do Mar, município de Cubatão – SP,
verificou a suscetibilidade a escorregamentos com base em condicionantes como
geologia; geomorfologia; declividade; cobertura vegetal; regime pluviométrico e
posição da encosta. O comportamento dos eventos ocorridos num período de 30 anos
foi analisado por setores na Serra do Mar.
A partir do estudo dos eventos de alta pluviosidade e da chuva acumulada nos dias
anteriores, os autores analisaram a correlação entre pluviometria e escorregamentos. Foi
desenvolvida uma relação numérica entre a intensidade da precipitação e chuva
acumulada de 4 dias, baseados na análise de 35 eventos de chuva. A função
representativa do modelo proposto pelos autores foi: I (Ac) = K.Ac-0.933
, sendo I a
intensidade horária para deflagração de escorregamentos; AC a acumulada de chuvas
nos 4 dias anteriores e K a constante dependente das condições geotécnicas das encostas
e da intensidade de escorregamentos (Figura 2.9).
Figura 2.9 – Envoltória de deslizamentos (Tatizana et al., 1987)
42
Os valores de K variam de acordo com os modelos de ruptura assumindo os valores de
2.603, 3.579, 5.466 e 10.646 para escorregamentos induzidos, escorregamentos
esparsos, escorregamentos generalizados e corridas de lama, respectivamente. Foi
estabelecida a envoltória do modelo para escorregamentos induzidos e as demais
envoltórias para os outros modelos de ruptura seguiram a mesma forma da curva para
escorregamentos induzidos, devido à limitação dos dados.
Tatizana et al. (1987a) definiram ainda o Coeficiente de Precipitação Crítica (CPC), um
índice adimensional de susceptibilidade a deslizamentos frente a eventos chuvosos, que
permite o acompanhamento dos volumes de precipitação e prevenção de
escorregamentos. O CPC é definido como intensidade de precipitação horária (Ii) pela
intensidade crítica para deflagração de escorregamentos induzidos (Ici).
Na década de 90, Elbachá et al. (1992) desenvolveram um estudo sobre a temática para
a Bacia do Camarajipe, na cidade de Salvador, Bahia; no período de 1980 a 1990. Os
autores não encontraram uma relação satisfatória entre a precipitação diária e os
escorregamentos, possivelmente por conta do cadastro de movimentos de massa.
Entretanto, foi possível definir como 4 dias o melhor intervalo de chuva acumulada que
influencia nos processos.
Almeida et al. (1993) estudaram a relação entre chuvas e escorregamentos no município
de Petrópolis, RJ entre 1976 e 1989. A análise da correlação tratou de definir um valor
de chuva que deflagrasse os escorregamentos e a intensidade da mesma. Os autores
classificaram os eventos de escorregamentos em 5 tipos (Tabela 2.6).
Tabela 2.6 - Classificação dos eventos de escorregamentos por ocorrências. (Almeida et al.,
1993).
TIPO DE EVENTO DE
ESCORREGAMENTO NÚMERO DE OCORRÊNCIAS DE
ESCORREGAMENTOS
A 1
B 2 a 5
C 6 a 15
D 16 a 30
E Acima de 30
Foram então confrontados períodos de acumulada de chuvas de 1 até 5 dias, sendo as
curvas de 4 dias as de configuração mais coerente. Ficaram estabelecidos 3 estados
43
crescentes de alerta ao risco de escorregamentos, ativados através de valores de
pluviosidade acumulados em 4 dias:
Estado 1: chuva acumulada de 30 a 40mm, caracterizando risco a
escorregamentos isolados a esparsos em regiões mais suscetíveis;
Estado 2: chuva acumulada entre 60 e 90mm, caracterizado por ser um
estado preparatório para eventos de maior porte;
Estado 3: chuva acumulada entre 130 e 150mm, caracterizando a existência
de risco de eventos de maior porte, com possibilidade de eventos
catastróficos.
Xavier (1996), estudando escorregamentos em Belo Horizonte entre os anos de 1990 e
1995, mostrou que estes ocorrem no período de outubro a março, meses com maior
precipitação. O autor concluiu que os movimentos são mais suscetíveis quando os
volumes de chuva superam 30mm em 24 horas e aumentam ainda mais quando ocorrem
50mm em 48 horas.
A implantação do Sistema Alerta Rio, em 1996, pela Prefeitura da cidade do Rio de
Janeiro com apoio da Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro
(GEORIO) foi um grande avanço para os estudos de correlação entre chuvas e
escorregamentos. O sistema de alerta consiste no monitoramento automático e
ininterrupto dos índices pluviométricos em estações com intervalos de 15 minutos.
Além de monitorar os níveis de precipitação, a GEORIO realiza todos os registros de
movimentos de massa que acontecem dentro dos limites da cidade. Para realizar os
estudos sobre as relações entre chuvas e movimentos de massa a Fundação baseou-se no
trabalho desenvolvido por d‟Orsi et al. (1997).
Desde o início da operação do Sistema Alerta Rio, os melhores ajustes dos níveis
críticos de precipitação para os movimentos de massa sempre foram uma grande
preocupação. A equipe de geólogos e engenheiros responsáveis utilizou a envoltória de
escorregamentos induzidos apresentada por Tatizana et al. (1987) e introduziu algumas
modificações para adaptação às condições da cidade do Rio de Janeiro, discutidas em
d‟Orsi et al. (1997). A proposta da equipe incluiu a precipitação da hora atual e adotou a
intensidade de 50mm/h como nível máximo de precipitação independente da acumulada
de 96 horas.
44
A análise dos dados feita com 15 minutos de precisão trouxe a necessidade de se
estabelecer novos critérios e metodologia para o estudo. A equipe do GEORIO teve de
estabelecer um critério para definir o evento de chuva que levaria em consideração, a
sua configuração na rede de estações telepluviométricas e os níveis de precipitação
críticos para movimentos de massa. Outro problema comum era saber exatamente o
momento em que o movimento de massa ocorreu, além de identificar qual dado de
chuva utilizar quando o movimento de massa ocorrer em um ponto aproximadamente a
mesma distância de duas ou mais estações. Nestes casos, o critério adotado foi o de
utilizar os dados das estações que apresentarem as maiores intensidades horárias. A
equipe também encontrou a necessidade de subdividir tipologias de movimentos de
massa para que pudesse encaixar melhor com os acidentes de encostas ocorridos no
município do Rio de Janeiro. Após a análise dos 466 laudos técnicos de 1998 a 1999,
foi possível reunir todos os acidentes registrados em 13 tipos diferentes de movimento
de massa.
d‟Orsi et al. (2000) estudaram duas temporadas de chuvas (novembro-março) no
período de 1997 a 1999 utilizando dados dos relatórios técnicos da GEORIO e
estabeleceram quatro categorias principais de eventos de chuva com base no número de
movimentos de massa associados, como mostra a Tabela 2.7.
Tabela 2.7 – Classes dos eventos de chuva (Modificado de d‟Orsi et al., 2000) .
Categoria do Evento de
Chuva Número de Acidentes
Geotécnicos
Fraco Até 25
Moderado 25 a 125
Forte 125 a 250
Catastrófico Mais que 250
Os eventos de chuva foram plotados em gráficos (Figuras 2.10 e 2.11) e as análises dos
mesmos mostraram que a maioria dos acontecimentos se referia à categoria mais baixa,
não havendo nenhum evento catastrófico no período. Ainda, como resultado destas
análises, foi modificada a taxa inicial para o nível de precipitação diária crítico de
117mm/24h presente no d'Orsi et al. (1997) para 175mm/24h.
45
Figura 2.10 – Gráfico da chuva horária pela chuva acumulada de 96h para cada tipo de
movimento de massa. (Modificada de d‟Orsi et al., 2000).
Figura 211 – Gráfico da chuva diária pela chuva acumulada de 96h para cada tipo de
movimento de massa. (Modificada de d‟Orsi et al., 2000).
Feijó et al. (2001) resumiram as conclusões da equipe do Sistema Alerta Rio, a partir da
análise das chuvas e dos escorregamentos no município do Rio de Janeiro no triênio
1998/2000, identificando as áreas com maior probabilidade de ocorrência de
46
movimentos de massa, a tipologia mais frequente e os índices críticos de precipitação
que deflagram esses movimentos com base nos registros das 30 estações pluviométricas
e nos 542 laudos técnicos de vistorias da GEORIO. Os estudos indicaram níveis médios
de precipitação relacionados a movimentos de massa de 26,1mm/h, 67,6mm/24h e
99,6mm/96h, sendo a tipologia de acidentes geotécnicos mais frequentes os
escorregamentos de solo em taludes de corte (ES/tc), as rupturas de estruturas de
contenção (REC) e escorregamentos de lixo e entulho (EL/E), representando 70,3% de
todas as ocorrências de escorregamentos na cidade do Rio de Janeiro. A GEORIO
desenvolveu ainda um programa computacional para previsão do número estimado de
vistorias (NEV) em função da precipitação pluviométrica, definindo uma curva dada
pela expressão: NEV = 2,14e0,032Mp24h
, onde NEV é o número estimado de vistorias e
Mp24h a precipitação média ponderada em 24 horas.
A partir do monitoramento de morros em Olinda, entre 1985 e 1986, Alheiros et al.
(2003) estabeleceram uma relação entre precipitação e instabilidade de encostas, com
base em níveis piezométricos, identificando um parâmetro para a relação: R= Pac . Ii,
onde R indica a relação entre os níveis piezométricos e a precipitação (mm²), Pac a
precipitação acumulada desde o início da estação chuvosa (mm) e Ii a altura da chuva
em 24 horas (mm). O valor limite encontrado para ocorrência de deslizamentos em
Olinda foi R = 60.000mm2, representando o nível d‟água máximo suportado, em
condições de estabilidade. Este procedimento, entretanto, tem seu custo onerado devido
o monitoramento de níveis piezométricos.
O trabalho de Salaroli (2003), no município de Vitória (ES), utilizou dados
pluviométricos e de movimentos de massa para o período de 1999 a 2001. A autora
norteou sua análise para verificação de associações entre as acumuladas diárias e as
chuvas antecedentes de até sete dias. Na primeira fase do trabalho, Salaroli concluiu que
os movimentos de massa tendem a ocorrer para índices de pluviosidade acima de
150mm da pluviosidade média anual e que chuvas contínuas acima de 106,9mm são
altamente favoráveis à deflagração de movimentos de massa na cidade. Na etapa
seguinte foi definido o número de dias de chuva que apresentam influência efetiva nas
ocorrências de movimentos de massa no município, sendo o diagrama com acumulada
de 4 dias o que apresentou a melhor correlação. A partir da análise dos episódios de
chuva, foi possível definir três classes com diferentes níveis de periculosidade como
mostra a Tabela 2.8.
47
Tabela 2.8 – Níveis do plano de monitoramento proposto. (Salaroli, 2003).
Classe Índice 4 dias (mm) Nível do Plano
Classe 1 0 – 36,0mm Observação
Classe 2 36,0 – 86,7mm Atenção
Classe 3 Acima de 86,7mm Alerta
No ano seguinte, Vieira (2004) realizou um trabalho visando compreender os
movimentos de massa, a partir dos aspectos naturais e sociais na Sub-bacia do Ribeirão
Araranguá na região de Blumenau – SC. O estudo da correlação entre precipitação e
deslizamentos mostrou a relevância da quantidade de chuva para o aumento do risco de
escorregamentos e revelou uma tendência maior na influência dos eventos com chuvas a
partir de 50mm com acumuladas de 3 a 4 dias, predominantemente nos meses de março
e outubro.
Ide (2005) propôs um roteiro de investigação dos aspectos meteorológicos associados
aos processos de escorregamentos em uma área-piloto de Campinas – SP. Para esta
investigação, a autora seguiu etapas que consistiam basicamente no diagnóstico dos
sistemas meteorológicos relacionados aos movimentos de massa; no levantamento das
ocorrências de escorregamentos e das informações meteorológicas; e a análise da
relação numérica entre os mesmos.
Os resultados das correlações utilizando dados diários de precipitação para o período de
1997 a 2004, mostraram a importância da análise da chuva nos 7 dias antecedentes para
o monitoramento e previsão de riscos de escorregamentos. O total pluviométrico
encontrado para os dias de chuva antecedente foi de 50mm em 7 dias. Entretanto,
segundo a autora, os resultados não foram satisfatórios. Resultados mais conclusivos
foram obtidos com análise separada dos casos de acordo com a litologia do terreno. Para
áreas de rochas cristalinas o melhor resultado foi obtido para totais pluviométricos de
78mm acumulados em 7 dias. Já a investigação em áreas de rochas sedimentares se
revelou insatisfatória.
A proposta do trabalho realizado por Tavares et al. (2005) na Baixada Santista, Estado
de São Paulo, objetivou apresentar uma análise dos totais de chuva de 131 ocorrências
de movimentos de massa, associada ao estudo pluviométrico da área ao longo de 14
anos (1991 e 2004), visando a obtenção de dados que pudessem subsidiar a Defesa Civil
48
Estadual e prefeituras municipais. A área objeto do estudo abrangeu os municípios de
São Vicente, Santos, Cubatão e Guarujá.
Dos registros de movimentos de massa, 82% ocorreram sob chuva acumulada igual ou
superior a 100mm em 72 horas, 10% ocorreram entre 80 e 100mm em 72 horas e 8%
abaixo de 80mm/72h. As ocorrências registradas sob totais baixos de chuva acumulada
se deram por sequência chuvosa intensa anterior ao período de 72h ou por evento
pluvial com alta intensidade horária em 24h, que não necessariamente acumularam total
acima de 100mm em 72h. Portanto, constatou-se que o índice deflagrador de ações
específicas previstas no PPDC – Plano Preventivo de Defesa Civil, representado pela
chuva acumulada de 100mm em 72 horas, mostrou-se bastante adequado.
Outro fato considerado no estudo foi o aumento progressivo do número de movimentos
de massa do começo ao final do verão, apontando para uma possível influência da
saturação hídrica do solo, entendido como um componente de aumento da
suscetibilidade natural do terreno, destacando a importância da chuva antecedente. Os
autores ainda ressaltaram as diferenças de padrões e regimes pluviais entre as áreas de
risco do município de Cubatão e as planícies e baixas vertentes dos outros municípios
da Baixada. A cidade de Cubatão apresentou totais pluviais mais elevados, decorrentes
do efeito orográfico, além de possuir frequência de chuva intensa maior para os totais
mais elevados durante o verão (acima de 150mm), comparado a faixa inferior, de 100 a
150mm, tornando a área ainda mais suscetível aos movimentos de massa.
Soares (2006) estudou a relação entre precipitação diária e deslizamentos na região de
Angra dos Reis a partir de uma série pluviométrica de 25 anos (1980-2004). Foi
definido o limiar pluviométrico a partir do qual os deslizamentos ocorrem, com base em
gráficos temporais de acumulados de precipitação e histórico de movimentos de massa.
No entanto, a autora não conseguiu identificar valores de precipitação bem definidos
para o desencadeamento dos escorregamentos. Os gráficos que melhor representaram
uma divisão com e sem deslizamentos foram os acumulados de 2 e 3 dias de
precipitação.
Castro (2006) determinou os limiares pluviométricos críticos da região de Ouro Preto -
MG, a partir da investigação de 415 ocorrências de escorregamentos verificadas num
período de 17 anos (1988 – 2004). Foi possível determinar que as chuvas acumuladas
nos 5 dias antecedentes são as que mais influenciam na deflagração dos
49
escorregamentos. Os valores pluviométricos desencadeantes dos eventos generalizados
(mais de um acidente no mesmo dia) foram da ordem de 129mm de chuva acumulada
em cinco dias com chuvas diárias de 55mm. A Figura 2.12 mostra a curva de correlação
entre precipitação diária e acumulada para escorregamentos generalizados.
Figura 2.12 – Curva de correlação entre precipitação diária e acumulada de cinco dias para
escorregamentos generalizados (Castro, 2006).
No mesmo ano, Pedrosa (2006) estabeleceu uma relação numérica entre pluviosidade e
movimento gravitacional de massa para a área urbana de Mariana, MG e definiu as
áreas de maior risco associado aos escorregamentos. O geoprocessamento foi uma
ferramenta utilizada para análise dos dados de escorregamento e possibilitou a
identificação das áreas que possuem maiores problemas. A equação encontrada pelo
autor para possibilidade de escorregamentos baseado na precipitação acumulada de 6
dias foi PA = 128569 x PD-2,1433
, onde PD é a precipitação diária e PA a precipitação
acumulada.
Utilizando um método diferenciado da maioria dos outros trabalhos, Ogura et al. (2008)
fizeram uma retroanálise de eventos de escorregamentos e suas correlações com eventos
chuvosos, na região da Serra do Mar no Estado de São Paulo. Os diversos cenários de
risco de escorregamentos avaliados na região estavam relacionados com atividades
humanas: núcleos habitacionais, rodovias, dutovias, sistemas de captação e
Curva de Correlação para Acumulada de 5 Dias
y = 6386,6x-1,3847
R2 = 0,9819
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
110,0
120,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130 135 140 145 150
Precipitação Acumulada - PA (mm)
Pre
cip
itação D
iária -
PD
(m
m)
Com registros
Sem registros
Envoltória
Acumulada de 5 dias
50
abastecimento de água, linhas de transmissão de energia elétrica, ferrovias, plantas
industriais, etc. A Tabela 2.9 mostra os quatro acidentes analisados no estudo sob o
conceito de evento extremo, considerando os índices de chuva deflagradores, porte e
abrangência espacial dos processos geológicos e repercussões sociais e econômicas.
Tabela 2.9 – Dados dos acidentes analisados.
MUNICÍPIO LOCAL DATA mm/h PROCESSOS
Caraguatatuba Bacia do rio Santo
Antonio, Vale do
Caxeta e Camburu 1967 586mm/48h
Escorregamentos
generalizados, corridas
de massa e inundações.
Cubatão Escarpas da Serra
do Mar 1985 379,4mm/48h
Escorregamentos
generalizados, corridas
de massa, enchentes e
inundações.
Cubatão Bacia do rio das
Pedras 1994 248mm/24h
Escorregamentos
generalizados, corridas
de massa e inundações.
Cubatão Bacia do rio
Pilões 1999 200mm/48h
Escorregamentos
localizado,
profundo/estruturado,
corrida de massa.
Sob a ótica de eventos extremos, foram observadas as diferentes condições de
precipitação, considerando acumuladas diárias e intensidades horárias, e envolvendo
eventos de caráter regional e local em termos de domínio espacial das chuvas, as
diferentes manifestações dos movimentos de massa nas encostas e a gama de cenários
de risco e respectivos danos associados.
O trabalho de Parizzi et al. (2010) correlacionou taxas de precipitação e
escorregamentos em Belo Horizonte, MG; durante dois períodos chuvosos, relativos aos
anos de 2006/2007 e 2007/2008. Foram utilizados pluviógrafos, instalados em
diferentes regiões de Belo Horizonte, caracterizadas por terrenos instáveis e susceptíveis
aos processos de escorregamentos. Segundo os autores, as numerosas ocorrências de
escorregamento estão relacionadas, predominantemente, a eventos de chuva
excepcionais associados às características geológicas e geotécnicas dos solos e rochas
do município, uma vez que em Belo Horizonte predominam solos residuais de gnaisse,
xistos, filitos e depósitos de tálus.
51
Para os períodos analisados as precipitações acumuladas em 3 dias iguais ou superiores
a 100mm e chuvas diárias e intensas superiores a 70mm desencadearam maior número
de processos; já números iguais ou superiores a 6 escorregamentos/dia estavam
relacionadas a chuvas diárias intensas associadas ou não com chuvas acumuladas de 3
dias. Números inferiores a 6 escorregamentos tinham relação com chuvas acumuladas
entre 10 a 50mm, levando também em consideração as práticas incorretas de uso e
ocupação do solo.
O estudo realizado por Bandeira (2010), na Região Metropolitana de Recife, utilizou
informações como base de dados das ocorrências de deslizamentos de encostas; estudos
geológico-geotécnicos dos materiais presentes na área; e registros de índices
pluviométricos. Os estudos geológico-geotécnicos buscaram analisar as características
dos diversos materiais presentes nas encostas ocupadas da área, com o objetivo de
caracterizá-las para auxiliar o entendimento dos mecanismos de escorregamentos.
Da base de dados dos movimentos de massa ocorridos nos municípios, verificou-se que
historicamente o mês de junho possui os maiores números de deslizamentos de encostas
na Região Metropolitana do Recife, o que está fortemente relacionado ao mês em que
ocorrem os máximos índices pluviométricos mensais.
Através dos registros dos índices pluviométricos, a autora concluiu que as chuvas em
intervalos menores que 24 horas são importantes para definição de parâmetros técnicos
e auxílio às ações de defesa civil, sendo necessário registrar a duração de uma chuva
concentrada para ajustes de parâmetros técnicos e direcionamento de ações preventivas.
Também ficou evidenciado que além dos índices críticos de acumulado de chuva em
72h e longo prazo, as chuvas diárias de 30mm também causam deslizamentos na Região
Metropolitana de Recife.
d‟Orsi (2011) estudou a ocorrência de movimentos de massa no trecho da Serra dos
Órgãos da Rodovia Federal BR 116 RJ, entre os quilômetros 86 e 104. Os resultados
obtidos nas correlações entre a pluviometria e os escorregamentos demonstraram que a
utilização da intensidade pluviométrica horária (mm/h) com a acumulada nas últimas 24
horas apresentou os melhores resultados na definição de um limiar pluviométrico crítico
para deflagração dos eventos.
Segundo o autor, este fato pode ser explicado pelas características geológicas das
encostas que margeiam a Rodovia no trecho estudado, uma vez que estas apresentam
52
altas declividades e alto grau de fraturamento do maciço rochoso, dificultando o
desenvolvimento de espessas camadas de solo e contribuindo para o aumento da
velocidade das percolações superficiais e subsuperficiais, facilitando assim a
deflagração dos escorregamentos. A linha de tendência da correlação entre pluviometria
(mm/h x mm/24h) e os escorregamentos obtida pelo autor definiu a equação da curva y
= 620,77x-0,718
, onde “y” representa a intensidade horária (mm/h) e “x” a acumulada
diária (mm/24h), representada na Figura 2.13.
Figura 2.13 – Gráfico de correlação entre „mm/h‟ e „mm/24h‟ (d‟Orsi, 2011).
Recentemente, o Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ), por meio
do Núcleo de Análise e Diagnóstico de Escorregamentos - NADE/DRM-RJ, vem
executando trabalhos que analisam a correlação chuvas versus escorregamentos no
estado do Rio de Janeiro. Os relatórios técnicos mensais emitidos desde 2011 no
período das chuvas pela equipe técnica do NADE/DRM-RJ fazem diversas
considerações sobre os escorregamentos registrados em diversas cidades fluminenses e
os índices de chuva deflagradores dos mesmos. O objetivo de tais relatórios é contribuir
não só para o correto entendimento da tipologia e dos mecanismos de ruptura, como
também permitir a discussão sobre os índices pluviométricos críticos de acionamento do
alerta máximo nas diversas regiões. Estes trabalhos utilizam como base vistorias de
campo e dados pluviométricos do Instituto Estadual do Ambiente – INEA, do Sistema
de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro – SIMERJ e do Instituto Nacional de
Meteorologia – INMET. Com os avanços destes estudos desenvolvidos pelo DRM já foi
53
possível sugerir ajustes dos antigos índices adotados para emissão de alerta e
acionamento de sirenes, de modo a torná-los mais operacionais para o DRM e a Defesa
Civil.
Salles e Amaral (2013) apresentam um exemplo da atuação do DRM em estudo
realizado na região serrana do Rio de Janeiro, mais especificamente nos municípios de
Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis. Os autores realizaram tentativas de correlação
utilizando os seguintes pares de pontos: 1h versus 24h, 1h versus 96h e 1h versus 30
dias. A correlação com o melhor ajuste foi a curva de 1h versus 24h, apresentada na
Figura 2.14.
Figura 2.14 – Curva pluviométrica crítica para Região Serrana do Rio de Janeiro (Salles e
Amaral, 2013).
O método aplicado, já adaptado, permite definir cenários em função do número de
ocorrências de escorregamentos, dos quais os mais notáveis são:
Cenário A: Escorregamentos ocasionais, com expectativa de ocorrência de
até 5 escorregamentos por município. Este cenário está relacionado ao
54
domínio abaixo da curva amarela, com exigência de chuvas horárias muito
fortes, acima de 55mm/h, ou de chuvas diárias acima de 120mm/24h;
Cenário B: Escorregamentos esparsos, com expectativa de ocorrência de 5 a
25 escorregamentos por município. Este cenário está relacionado ao
domínio acima da curva amarela, com exigência de uma combinação de
chuvas da ordem de 30mm/h, 100mm/24h, 115mm/96h e 270mm/mês;
Cenário C: Escorregamentos generalizados, com expectativa de ocorrência
de mais de 25 escorregamentos por município. Este cenário está relacionado
ao domínio acima da curva vermelha, com exigência de uma combinação de
chuvas da ordem de 50mm/h, 120mm/24h, 130mm/96h e 300mm/mês.
Por fim, cabe citar o trabalho realizado por Molina et al. (2013), que utilizou dados
históricos de precipitação e dados diários de ocorrências de movimentos de massa,
ambos no período de 2003 a 2012, para investigar a relação entre os mesmos em alguns
bairros da cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo. Após o tratamento dos dados
de precipitação e escorregamentos, foi aplicada a metodologia dos gráficos de
envoltórias, conjugando os valores de precipitação diária e precipitação acumulada nos
dias antecedentes, sendo considerado o acumulado de dois e três dias consecutivos.
Foram estabelecidos limiares de precipitação que, abaixo dos quais, os eventos de
deslizamentos não foram considerados na análise (Tabela 2.10).
Tabela 2.10 – Critério de precipitação proposto (Molina et al., 2013).
Aplicando cada um dos critérios considerados, os autores geraram os gráficos das
envoltórias. Através dos valores de R2 e da visualização das curvas ajustadas, foi
detectado o terceiro critério para acumulado de três dias consecutivos como o melhor
ajuste para o caso estudado, com R2 de 0,52 (Figura 2.15). A curva que se mostrou mais
adequada para previsão de deslizamentos no município foi representada pela equação
55
abaixo, y = 143, 72.e -0,022x
, sendo y a precipitação diária e x a precipitação acumulada
em 3 dias.
Figura 2.15 – Envoltória de precipitação acumulada de 3 dias antecedentes com a precipitação
acumulada de 1 dia para o critério 3 (Molina et al., 2013).
Partindo do exposto, fica evidente que o número de trabalhos correlacionando
precipitação e movimentos de massa vêm crescendo consideravelmente, apesar das
dificuldades encontradas pelos pesquisadores, próprias deste tipo de estudo. Cada vez
mais trabalhos vêm procurando monitorar áreas de risco através do acompanhamento da
pluviosidade em redes de estações meteorológicas mais densas em intervalos de tempo
menores. Cabe ressaltar que não existe um intervalo de tempo ideal para caracterizar as
condições pluviométricas em que são prováveis as ocorrências de escorregamentos,
tendo cada região seu intervalo de tempo ótimo, tornando difícil a comparação entre os
limiares pluviométricos.
Atualmente, a GeoRio através do Sistema Alerta Rio, vem se destacando como órgão
geotécnico de excelência a nível mundial, com suas 33 estações pluviométricas
espalhadas pela cidade e um radar meteorológico que analisam as condições
meteorológicas em intervalos de 15 minutos e monitoram áreas cada vez menores,
emitindo alertas à população em casos de possibilidade de escorregamento e aos órgãos
municipais responsáveis pela retirada das famílias dos locais e outras ações preventivas.
56
Apesar dos inconvenientes esse tipo de estudo constitui uma ferramenta importante no
gerenciamento de riscos, uma vez que fornece ferramentas técnicas para a defesa civil
dos municípios ou outras instituições no monitoramento das áreas críticas em relação
aos movimentos de massa ao longo do tempo a partir da análise da influência da
pluviosidade.
57
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA
O desenvolvimento da pesquisa foi dividido basicamente em três etapas, sendo a
primeira correspondente à revisão bibliográfica e caracterização da área estudada; a
segunda ao levantamento de dados pluviométricos, registros de movimentos de massa e
análises desses dados; e a terceira às tentativas de correlação, apresentação dos
resultados, conclusões e devidas recomendações para pesquisas futuras. Cada etapa será
descrita com detalhes nos itens seguintes.
3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
A revisão bibliográfica se concentrou na recuperação de trabalhos realizados em nível
nacional e internacional, especificamente sobre a correlação entre pluviometria e
movimentos de massa. Atualmente, muitos pesquisadores vêm estabelecendo tal
correlação com o propósito de encontrar valores limites de precipitação capazes de
deflagrar os diferentes tipos de movimentos de massa, tornando, deste modo, o tema
bastante difundido.
Esta etapa foi de suma importância para o desenvolvimento da metodologia deste
trabalho, uma vez que não existe um método padrão adequado para todas as situações,
dependendo este da disponibilidade de dados pluviométricos, registros de ocorrências
de movimentos de massa, além das características do meio físico da área estudada. Uma
boa metodologia estará sempre condicionada à quantidade e à qualidade dos dados,
podendo ser aperfeiçoada a partir da aquisição de um banco de dados maior e utilização
de novas tecnologias, favorecendo a obtenção de resultados mais satisfatórios.
Em seguida, a caracterização da área teve início com um levantamento, na bibliografia
existente, das principais características fisiográficas da região estudada com o objetivo
de se obter um melhor conhecimento do meio físico, no que diz respeito aos aspectos
climatológicos, geológicos e geomorfológicos, à vegetação e hidrografia. Também foi
realizado um estudo sobre o contexto histórico da região no que diz respeito ao processo
58
de ocupação urbana e sua relação com os problemas de instabilidade geológico-
geotécnica.
3.2 LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Uma vez concluída a fase de pesquisa bibliográfica, os esforços foram concentrados nos
levantamentos dos dados pluviométricos e nos dados sobre as ocorrências de
movimentos de massa na sub-bacia do alto Ribeirão do Carmo, especificamente nas
áreas urbanas de Ouro Preto e Mariana, para o período entre 1988 e 2012. A maior parte
dos registros foi obtida a partir da compilação de dados contidos nas dissertações de
mestrado de Castro (2006) e Souza (2004).
Em seu trabalho, Castro (2006) preparou um cadastro referente tanto às ocorrências de
movimentos de massa registrados pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil de Ouro
Preto, quanto os dados de precipitação cedidos pela indústria local Novelis, entre os
anos de 1988 a 2004. Já o trabalho de Souza (2004) por sua vez, elaborou um cadastro
de ocorrências do município de Mariana, a partir da avaliação dos laudos expedidos
pelo Corpo de Bombeiros Voluntários, pela Guarda Municipal, Polícia Militar,
Prefeitura Municipal e Comissão Municipal de Defesa Civil (CONDEC). Em seguida
foi realizado o complemento dos cadastros de Castro e Souza até o ano de 2012
utilizando os dados das ocorrências de movimentos de massa disponibilizados pela
Defesa Civil de Ouro Preto e Mariana e os dados pluviométricos cedidos pela indústria
Novelis.
Uma vez concluído o levantamento de dados, foi realizada a análise destes registros.
Para os dados pluviométricos foi necessária uma análise de consistência, no sentido de
corrigir possíveis falhas e/ou erros de leitura ou digitação presentes na série histórica.
Em relação aos dados de movimentos de massa, uma triagem inicial das ocorrências foi
necessária para descartar todos os acidentes que não estavam relacionados diretamente
ao objetivo desta pesquisa.
3.2.1 Dados pluviométricos
Os dados de precipitação devem ser considerados de forma que sejam representativos de
toda a área em estudo, utilizando para isso, uma rede de pluviômetros capaz de coletar
59
registros em vários pontos distintos. No entanto, no caso da região estudada não há
disponibilidade de uma rede de pluviômetros capaz de representar fidedignamente a
pluviosidade local. Apesar do inconveniente, a opção de aquisição dos dados para esta
pesquisa foi da estação meteorológica da Indústria Novelis compilados do trabalho
realizado por Castro (2006) para o período de 1988 até 2004 e completado até o ano de
2012 com dados fornecidos pela própria indústria, localizada no Bairro Saramenha em
Ouro Preto.
A Novelis, antiga Alcan, possui uma estação meteorológica na área objeto de estudo da
dissertação, cujas medidas diárias de pluviometria se iniciaram no ano de 1978. Este
posto de medição de chuvas possui uma boa série de precipitações ao longo dos anos,
com a existência de poucos períodos sem informações ou com falhas nas observações.
Os arquivos desta estação apenas dispunham de registros pluviométricos diários, ou
seja, milímetros acumulados em 24 horas, uma vez que as leituras são provenientes de
um pluviômetro que totaliza a chuva acumulada no dia anterior.
Para obtenção da correlação entre pluviosidade e movimentos de massa, o período de
dados de precipitação coletado foi idêntico ao período de cadastro de escorregamentos,
sendo utilizada uma série do período de 1988 a 2012. Foram então calculadas as médias
mensais e anuais, de modo a entender a disponibilidade de precipitação na área ao longo
dos anos e dessa forma, a sua relação com os fenômenos de deslizamentos registrados.
3.2.2 Dados sobre movimentos de massa
Os dados sobre os movimentos de massa foram obtidos inicialmente a partir do cadastro
já existente nos trabalhos de Castro (2006) e Souza (2004) para Ouro Preto e Mariana
respectivamente e complementados com dados fornecidos pelas Defesas Civis e Corpo
de Bombeiros de ambas as cidades para os anos seguintes. Também foi realizada uma
consulta na dissertação de Fontes (2011), onde consta uma relação de ocorrências de
movimentos de massa da cidade de Ouro Preto, no entanto esses registros já faziam
parte do banco de dados do trabalho de Castro (2006).
O levantamento de dados realizado por Souza (op. cit.), através das ocorrências
atendidas em Mariana, teve como objetivo fornecer subsídios para o ordenamento
territorial do município e agregar informações sobre o seu meio físico. Apesar do
objetivo desta dissertação diferir do trabalho de Souza, os procedimentos para o
60
cadastramento das ocorrências foram os mesmos, podendo assim dar continuidade e
favorecer da utilização do cadastro já existente.
Todos os arquivos disponíveis registravam apenas informações dos anos de 1997, 2000,
2001, 2002 e 2003, uma vez que a Prefeitura de Mariana na época do referido trabalho
não possuía em sua estrutura administrativa e técnica um Órgão ou Secretaria
devidamente preparado para a avaliação e registro de eventuais acidentes geológico-
geotécnicos.
Já o trabalho de Castro (op. cit.) buscou entender a influência da precipitação no
desencadeamento de movimentos nas encostas urbanas de Ouro Preto, objetivo este
similar ao do presente trabalho, tornando possível a utilização do cadastro realizado pela
autora. Para Ouro Preto foram compilados dados do período de 1988 a 2004. O início
do cadastro de escorregamentos em 1988 se deve a não existência de registro das
ocorrências anteriores a esta data pelo Batalhão do Corpo de Bombeiros.
Após estes períodos, o inventário dos escorregamentos foi realizado com base no
levantamento das ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil de
Ouro Preto e Mariana até o ano de 2012. A coleta dos dados para o cadastro foi
realizada verificando as datas e locais das mesmas para certificação que foram atendidas
nas áreas urbanas destas cidades. Os dados levantados foram organizados em planilhas
eletrônicas, segundo uma estruturação funcional que considerou a cidade, o bairro, a rua
e o número da casa onde ocorreu o problema; o ano, mês e dia da avaliação; e a
tipologia do movimento de massa, facilitando as análises e permitindo a construção de
gráficos (Figura 3.1).
Em alguns casos, com grandes volumes de chuva e elevado número de ocorrências de
movimentos de massa, o volume de informações, apesar de grande, apresentava
incertezas associadas e informações pouco aprofundadas por motivos como:
Solicitação realizada pelos moradores ou atendida pelo Corpo de Bombeiros
ou Defesa Civil no dia posterior ao ocorrido, não sendo possível identificar
esta falha de data na ocorrência;
Dificuldade no entendimento de qual fenômeno realmente ocorreu através
do boletim de ocorrência, devido à utilização de termos populares confusos
e generalizados que comprometem a confiabilidade dos dados.
61
Figura 3.1 – Planilha eletrônica com os dados dos laudos de vistoria das áreas onde foram
registrados os movimentos de massa, com representação parcial do cadastro.
Os escorregamentos não foram analisados a partir do horário em que ocorreram, e sim
pelo dia em que foi feito o boletim de ocorrência, uma vez que no mesmo não é
mencionado o horário exato do evento, normalmente devido à falta de testemunhas
oculares com preocupação específica em registrar a hora e o minuto da deflagração do
movimento.
Cabe ainda mencionar os movimentos de massa que provavelmente não foram
registrados e, portanto, não foram computados nessa pesquisa, por ocorrerem nas áreas
urbanas, porém sem atingir locais habitados. Dessa forma, a Defesa Civil ou o Corpo de
Bombeiros não foram solicitados pela população para registrarem essas ocorrências.
Em seguida, foi realizada uma breve análise estatística das informações sobre as
ocorrências dos movimentos de massa objetivando um melhor entendimento da
distribuição das mesmas no tempo e no espaço, e, portanto, da suscetibilidade em
relação a estes fenômenos. Estas informações foram organizadas em gráficos e tabelas
de modo a facilitar o seu entendimento geral.
62
3.2.3. Análise de consistência dos dados pluviométricos
De posse da série histórica de precipitação da estação meteorológica da Indústria
Novelis, foi necessário analisar sua consistência dentro de uma visão regional, para
comprovar o grau de homogeneidade dos dados em relação às observações registradas
em postos vizinhos e confirmar a possibilidade de utilização destes dados para toda a
área objeto de estudo (Ouro Preto e Mariana).
A série histórica completa utilizada neste trabalho contemplou os anos de 1988 a 2012.
Para os dados dos anos de 1988 a 2004, compilados do trabalho de Castro (2006), não
foi necessária a realização desta análise, uma vez que a autora já o tinha feito em sua
pesquisa. Para esta análise, a autora procurou outros dados na região que pudessem ser
comparados aos dados da Estação da Novelis, encontrando apenas dois postos de
medição de chuvas que pudessem ser utilizados. Os postos pluviométricos mais
próximos aproveitados para análise foram a estação administrada pelo INMET,
implantada no Campus do CEFET-OP e desativada em 1993, e a estação da Barragem
do Germano da Samarco Minerações S/A, onde há leituras diárias das chuvas.
Castro (2006) realizou a análise de consistência em duas partes, inicialmente
comparando os dados da Novelis com os dados do INMET, de 1989 a 1992, e em
seguida comparando os dados da Novelis com os da Samarco, no período de 1995 a
2004, uma vez que os dados da Samarco são mais recentes, a partir de 1995.
A análise de consistência do período de 2005 a 2012 foi realizada utilizando os dados da
Samarco, única estação presente na região passível de comparação com os dados da
Novelis. Foram comparadas apenas as precipitações mensais e anuais no período entre
essas duas estações, uma vez que no banco de dados da Samarco faltaram alguns
registros de chuvas diárias, impossibilitando esta análise entre os dois postos.
Gráficos de colunas foram elaborados em planilhas eletrônicas comparando as médias
mensais das duas estações, para avaliar se a tendência coincide. Em seguida gráficos de
dispersão foram preparados para analisar a correlação das médias mensais dos dois
postos e a correlação dos valores acumulados anuais, objetivando conhecer a relação
entre os valores coletados em pontos diferentes. A correlação se mostra satisfatória
quando o R² da linha de tendência dos pontos do gráfico se aproximar do valor unitário.
Apesar da análise de consistência realizada por Castro (2006), gráficos de colunas e de
dispersão foram gerados tanto para o período de 2005 a 2012, como para toda a série
63
histórica de dados disponível da Samarco (1995 a 2012), com o intuito de observar o
comportamento geral dessa série em relação à série da Novelis.
3.2.4. Tratamento dos dados de movimentos de massa
Uma vez reunidos todos os dados sobre os eventos registrados na região estudada,
iniciou-se o tratamento dos mesmos para adequação aos objetivos do trabalho. No
cadastro cedido por Souza (op. cit.) foram considerados registros de possibilidade de
ocorrência e número de ocorrências propriamente ditas de problemas como
escorregamento de solo, movimentação de blocos, inundações, trincas em solo e em
residências. No entanto, a falta de informações suficientes para entendimento dos
registros de possibilidade de ocorrências, fez com que os estes fossem excluídos do
cadastro final, assim como as ocorrências referentes a inundações e trincas que não
interessam para o objetivo desta pesquisa. Já o cadastro final produzido por Castro (op.
cit.) foi utilizado sem nenhuma restrição, uma vez que a autora considerou apenas as
ocorrências relacionadas aos movimentos de massa para o desenvolvimento da
metodologia de sua dissertação.
No que diz respeito aos boletins de ocorrências cedidos pela Defesa Civil e pelo Corpo
de Bombeiros das cidades de Ouro Preto e Mariana, foi realizada uma triagem inicial
considerando apenas ocorrências referentes a movimentos de massa, descartando todas
as ocorrências relativas à inundação, erosão e possibilidade de ocorrência de
escorregamentos. Também foram eliminadas todas aquelas não relacionadas
diretamente à pluviosidade. Normalmente nestes casos, o rompimento estava associado
à ocupação das encostas por assentamentos precários que foram penalizados pelo
rompimento de tubulações de água e esgoto, falhas na construção civil, execução de
corte e aterros instáveis, deposição de lixo nas encostas, entre outros.
Uma última triagem foi realizada deixando somente os escorregamentos no cadastro
final utilizado para a correlação entre pluviosidade e movimentos de massa, devido a
maior influência da precipitação nestes fenômenos e obtenção de melhores resultados
nas análises.
64
3.3 CORRELAÇÃO ENTRE PRECIPITAÇÃO E OS ESCORREGAMENTOS
Após a análise dos dados de chuva e a filtragem criteriosa dos casos de
escorregamentos, o desenvolvimento da pesquisa prosseguiu com a execução de estudos
numéricos e gráficos que verificaram a possibilidade de se determinar a correlação entre
estes dados para os municípios de Ouro Preto e Mariana. O estudo de correlação foi
realizado por meio da comparação entre os valores de precipitação que causaram
escorregamentos e os que não causaram com o objetivo de se determinar uma relação
numérica entre estes dois parâmetros, possibilitando a prevenção de riscos de
escorregamentos por meio do monitoramento e da previsão dos índices de precipitação.
Inicialmente, foi analisada a quantidade de dias de chuva acumulada que influenciam
nos movimentos de massa, devido à importância desse parâmetro para a saturação dos
solos e consequente deflagração dos escorregamentos. Posteriormente, foram
elaborados gráficos da chuva diária pela chuva acumulada, onde foram lançados todos
os pontos com e sem escorregamentos, definindo uma curva que mostra a melhor
separação desses pontos. Esta curva representa a relação numérica entre a quantidade de
chuva acumulada nos dias antecedentes e a chuva ocorrida no dia do evento. A equação
que melhor se ajustou a esta curva definiu a relação numérica entre as duas variáveis.
Para os estudos dessa correlação, foram selecionados alguns anos específicos em que a
quantidade de ocorrências de movimentos de massa foi mais significativa. A análise foi
realizada levando em consideração o período hidrológico considerado de outubro a
março, de modo a representar melhor o período das chuvas e suas consequências.
Portanto a análise se deu considerando o final de um ano e o início do outro.
A análise dos dados e as tentativas de correlações foram realizadas de duas maneiras
distintas visando encontrar o resultado que melhor representasse a realidade local.
Inicialmente se procedeu a verificação do nível de precipitação capaz de desencadear os
escorregamentos para ambas as cidades. Em seguida, as mesmas foram analisadas
separadamente, para a validação ou não da análise anterior.
Como as análises foram realizadas para ambas as cidades e em seguida separadamente,
os anos escolhidos para o estudo da correlação não coincidiram devido à
disponibilidade de dados destes munícipios. Para a análise da área urbana da sub-bacia
do alto Ribeirão do Carmo (Ouro Preto e Mariana) os anos hidrológicos considerados
foram 1989/1990, 1990/1991, 1991/1992, 1995/1996, 1996/1997, 1999/2000,
65
2001/2002, 2002/2003, 2005/2006, 2006/2007, 2010/2011 e 2011/2012. Analisando
apenas os registros de Ouro Preto os anos utilizados foram 1989/1990, 1990/1991,
1991/1992, 1995/1996, 1996/1997, 2001/2002, 2002/2003, 2005/2006, 2006/2007 e
2011/2012. Já para Mariana, os dados disponíveis foram dos anos de 1996/1997,
1999/2000, 2001/2002, 2002/2003, 2010/2011 e 2011/2012.
3.3.1. Análise do número de dias de chuva acumulada mais efetivo nos processos de
escorregamentos
O método utilizado para análise do número de dias de chuva acumulada de influência
mais efetiva nos processos de movimentos de massa foi a construção de diagramas de
dispersão dos valores acumulados de chuva com a indicação dos dias em que houve
ocorrência de escorregamento.
Foram experimentados os valores acumulados de 2, 3, 4, 5, 6, e 7 dias para verificação
da melhor distribuição, com o objetivo de determinar o menor número de dias a partir
do qual existe uma separação entre os eventos de chuva acumulada com e sem
escorregamento. Um número grande de dias, de 15 ou 30 dias, pode ser testado, no
entanto, isto não foi feito, uma vez que o ideal é que se estabeleça o menor número de
dias possível, tendo um intervalo grande perda da sua aplicabilidade devido à falta de
confiabilidade no prognóstico.
Para a construção dos diagramas, foram plotados os pontos com e sem escorregamentos
pela data de sua ocorrência para cada ano escolhido para análise de correlação. Através
destes diagramas tentou-se estabelecer um valor limite de precipitação que inicia o
processo de movimentação e o menor número de dias de chuva acumulada que
influencia no desencadeamento dos escorregamentos para todos os anos e para cada
período separadamente. Como mencionado anteriormente, a construção dos diagramas
de dispersão foi realizada para ambas as cidades e, em seguida, analisando cada uma
separadamente, com o intuito de verificar se a quantidade de dias de chuva acumulada
coincidia em ambos os casos.
A Figura 3.2 exemplifica um diagrama de dispersão, onde a linha vermelha indica a
quantidade de precipitação acumulada de N dias a partir da qual começam ocorrer os
escorregamentos.
66
Figura 3.2 – Exemplo de um diagrama de dispersão.
Para obtenção de resultados mais satisfatórios esta análise foi realizada levando em
consideração os dados pluviométricos dos períodos hidrológicos dos mesmos anos
utilizados para correlação. Assim sendo, foram excluídos os registros de
escorregamentos em datas fora destes períodos, além dos registros em dias sem nenhum
evento de chuva na data do ocorrido e nos dias antecedentes a ele. No que se refere aos
dados pluviométricos que não causaram escorregamentos, também foi considerado o
mesmo período adotado para os dados de escorregamentos, restringido somente aos
períodos chuvosos.
3.3.2. Relação numérica entre pluviosidade e escorregamentos
A partir do conhecimento prévio do número de dias de chuva acumulada que mais
influencia nos processos de movimentos de massa, foi determinada a relação
matemática entre a quantidade de precipitação e os escorregamentos, através da
construção de um gráfico da chuva acumulada pela chuva diária do dia da ocorrência.
Para este tipo de gráfico, utilizou-se o valor da chuva em 1 dia correlacionando-o com a
chuva acumulada em N dias, excluindo-se o valor da precipitação do dia da ocorrência.
Essa relação expressa quantitativamente o grau de suscetibilidade aos processos.
67
Para a elaboração do gráfico de correlação foram utilizadas planilhas eletrônicas do
programa Microsoft Excel 2010, onde constam todos os dados de escorregamentos dos
anos escolhidos para as análises. Inicialmente, foram feitos gráficos utilizando todas as
ocorrências registradas, ou seja, escorregamentos isolados ou generalizados, sendo
respectivamente, uma única ocorrência no dia e mais de uma ocorrência em um mesmo
dia. Em seguida, gráficos apenas com registros de escorregamentos generalizados foram
gerados objetivando melhorar os resultados das correlações.
Nos gráficos foram lançados todos os pares de pontos pluviométricos com registro de
ocorrências e sem registros associados. Em seguida, uma curva que mostrou a melhor
separação entre estes pontos foi traçada, ou seja, uma linha de tendência foi desenhada
tangenciando o maior número de pares de pontos pluviométricos referentes a
escorregamentos que apresentassem os valores mais baixos e, ao mesmo tempo,
evitando-se o maior número de par de pontos pluviométricos sem registros de
ocorrências associados, como exemplificado na Figura 3.3.
Uma vez traçada esta curva, foi estabelecida a sua equação representativa. Esta equação
demonstra a relação numérica entre as variáveis precipitação acumulada e precipitação
diária para deflagração de movimentos de massa. Este procedimento foi realizado tanto
para as duas cidades, como feito para cada uma separadamente.
Figura 3.3 – Exemplo de um gráfico de correlação entre precipitação e escorregamentos.
68
Uma vez finalizada a etapa de correlação, os consequentes resultados foram avaliados e
as conclusões da pesquisa e recomendações relativas à utilização dos resultados foram
sintetizadas no capítulo final da Dissertação.
69
CAPÍTULO 4
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1. DADOS PLUVIOMÉTRICOS
Para conhecimento da pluviometria na área estudada foram utilizados dados da estação
pluviométrica da Indústria Novelis localizada no bairro Saramenha, em Ouro Preto. Esta
estação fornece dados diários, desde o ano de 1978, proporcionando um maior número
de ocorrências de movimentos de massa registrados com sua pluviometria medida. No
entanto, o fato destes registros serem apenas diários pode comprometer a confiabilidade,
devido às discrepâncias entre à hora exata das ocorrências e a hora das medições de
precipitação.
O total anual de precipitação medido neste posto, para o período de 1988 a 2012, variou
de 1.005,05 a 2.512,4mm com uma média de 1620mm. A Figura 4.1 mostra a variação
da precipitação anual ao longo da série.
Figura 4.1 – Precipitação anual no período de 1988 a 2012.
É possível notar na Figura 4.1 que alguns anos apresentaram índices pluviométricos
acima da média registrada ou bem próximos deste valor. Não por acaso, a grande
0
500
1000
1500
2000
2500
19
88
19
89
19
90
19
91
19
92
19
93
19
94
19
95
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
2001
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
Pre
cipit
ação
(m
m)
Anos
Índices Pluviométricos Anuais (1988 - 2012)
70
maioria destes anos foram utilizados para o estudo de correlação entre movimentos de
massa e precipitação, posto que o número de ocorrências registradas foi maior. No
entanto, para as análises de correlação o intervalo de interesse são os meses de maior
precipitação (outubro a março) sendo este período considerado neste trabalho como ano
hidrológico. Os anos hidrológicos escolhidos foram 1989/1990, 1990/1991, 1991/1992,
1995/1996, 1996/1997, 1999/2000, 2001/2002, 2002/2003, 2005/2006, 2006/2007,
2010/2011 e 2011/2012.
Apesar dos elevados índices de chuva registrados nos anos de 2004, 2008 e 2009, estes
não fizeram parte do estudo de correlação, uma vez que não foi possível ter acesso às
ocorrências de 2004, devido um alagamento nas instalações do Corpo de Bombeiros de
Ouro Preto e os anos de 2008 e 2009 terem registrados poucos acidentes geotécnicos. Já
para Mariana, a Prefeitura da cidade apenas tinha disponível dados dos anos de 1997,
2000, 2001, 2002, 2003, 2010, 2011, 2012.
Levando em consideração o período de chuvas dos anos escolhidos para correlação, o
total de precipitação medido na estação da Indústria Novelis variou de 1880mm em
1996/1997 a 1205,7mm em 2005/2006 com uma média de 1519,5mm (Figura 4.2).
Figura 4.2 – Precipitação dos anos hidrológicos utilizados para correlação entre pluviosidade e
escorregamentos.
Tomando como base a variação da precipitação média mensal, confirma-se na Figura
4.3 que a estação seca, vai de abril a setembro e a estação chuvosa, de outubro a março.
0
500
1000
1500
2000
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Ano Hidrológico
Índices Pluviométricos para Anos Hidrológicos
71
Os dados levantados demonstram que o trimestre de dezembro, janeiro e fevereiro,
correspondente ao verão, concentra aproximadamente 51,2% do total médio anual de
precipitação, seguindo da primavera (26,9%), do outono (19,8%) e inverno (2,1%).
Figura 4.3 – Precipitação média mensal no período de 1988 a 2012.
4.2. ANÁLISE DE CONSISTÊNCIA DOS DADOS PLUVIOMÉTRICOS
A análise de consistência foi realizada para a determinação da homogeneidade das
cidades de Ouro Preto e Mariana quanto à pluviosidade, e deste modo, possibilitar a
utilização dos dados de chuva da estação meteorológica da Indústria Novelis, situada
em Ouro Preto, para análise de correlação entre escorregamentos e precipitação nos dois
municípios.
Da série histórica utilizada para o estudo da correlação (1988 a 2012), a análise de
consistência dos dados compilados do trabalho realizado por Castro (2006) (período de
1988 a 2004) não se fez necessária, pois a autora já havia realizado tal análise utilizando
dados da estação do INMET, implantada no Campus do CEFET-OP, para os anos de
1989 a 1992, e da estação da Barragem do Germano da Samarco Minerações S/A, para
os anos de 1995 a 2004.
Segundo a autora, a análise de consistência dos dados pluviométricos da Novelis em
relação aos do INMET e da Samarco obtiveram resultados satisfatórios, podendo ser
considerados homogêneos em termos de chuvas totais com médias mensais. Em termos
de chuvas diárias, a correlação entre as estações não foi satisfatória, no entanto os
0
50
100
150
200
250
300
350JA
N
FE
V
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
JUL
AG
O
SE
T
OU
T
NO
V
DE
Z
Pre
cipit
ação
(m
m)
Média Mensal de Precipitação (mm)
72
registros da Novelis foram utilizados para este estudo, uma vez que a região não
disponibiliza de uma rede de estações capaz de representar de forma confiável a
pluviosidade local e pela localização mais centralizada deste posto de medição na área
de estudo.
Para o período seguinte ao do trabalho de Castro (2005 a 2012), os índices
pluviométricos da estação da Samarco foram utilizados para verificar a consistência dos
dados coletados na Novelis. Nenhuma outra estação foi encontrada na área para
realização desta análise.
Cabe aqui mencionar que, apesar da análise ter sido feita por Castro (2006) para o
intervalo de 1995 a 2004, a mesma foi refeita utilizando todos os dados do intervalo de
tempo disponível da Samarco (1995 a 2012), com o objetivo de se ter uma visão geral
do comportamento dessa série em relação à da Novelis. Os dados disponibilizados e
utilizados para a análise de consistência estão apresentados na Tabela 4.1.
As medidas pluviométricas diárias da estação meteorológica da Samarco para a maior
parte do período não são conhecidas, tornando assim impraticável a comparação entre
esses valores para as duas estações.
Em relação às médias mensais foi elaborado um gráfico de colunas para analisar se as
tendências dos postos da Novelis e Samarco correspondem. Na Figura 4.4 é possível
notar que os comportamentos das médias são equivalentes para as duas estações
meteorológicas, coincidindo os meses mais chuvosos, assim como os meses mais secos.
Observando o gráfico se percebem, porém, diferenças significativas entre as médias de
alguns meses. As maiores diferenças se encontram nos meses de fevereiro, setembro,
outubro e dezembro, sendo neste último a mais expressiva. Em geral, as médias mensais
de precipitação da Samarco foram maiores do que as médias da Novelis.
Através do gráfico de correlação entre os postos, mostrado na Figura 4.5, se visualiza
uma relação satisfatória, confirmada pelo valor do R2 da linha de tendência, adicionada
aos pontos, igual a 0,9852. Esse valor próximo ao valor unitário significa que os dois
postos de coleta de dados pluviométricos possuem uma boa correlação. O ponto mais
afastado da linha de tendência equivale ao mês de dezembro, já mencionado
anteriormente.
73
Tabela 4.1 – Dados pluviométricos mensais (mm) da Novelis e Samarco para análise de consistência.
NOVELIS SAMARCO
ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
1995 152,1 188,5 225,1 64,7 24,3 4,5 1,7 0 15,7 178,3 198,3 514,5 1567,7 153,7 103,9 236,1 79,2 9,4 0 0,1 0 70,3 135,3 145,9 509,2 1443
1996 148 275,3 167,4 51,6 49,4 0 0 5,6 96,5 153,2 407,3 400,5 1754,8 73,5 191,9 101,1 95,1 43,9 1 3,2 14,6 126,1 198,6 402,8 363,7 1616
1997 572,9 138,1 208 96,5 20,8 0 0 3,1 90,6 194,3 189 165,6 1678,9 402,4 122,9 163 100,3 32,7 16,5 0 2,5 152,4 134,4 305,2 531,3 1964
1998 322,4 299,3 114,9 70 70,5 0,7 3,2 41,4 18,8 164,3 233,5 166,7 1505,7 345,7 418,9 90,2 58,9 98,7 3,9 2,2 70,8 19,9 266,9 324,6 214,1 1915
1999 152,9 120,2 336 23 1,5 3,9 0,1 0 37,8 87,6 298,6 252,8 1314,4 103,6 119,4 182,9 8,4 7,4 1 11,6 0 90,4 144,8 300,8 461,2 1432
2000 490,5 131,9 179,4 20,4 4 0 12,3 29,7 75,9 77,2 337,1 272,5 1630,9 649,3 163,6 287,6 36,6 4,1 6,7 7,2 36,7 188,3 53,7 215,2 338,9 1988
2001 251,9 75,4 188,8 24 38,9 0 2,5 16,2 60,8 114,2 341,2 347,7 1461,6 243,7 33,9 127,2 37,9 54,1 1,2 12,5 41 72,9 127,3 329,4 348,4 1430
2002 343,6 280,1 112,3 25,8 71,5 0 1 44,5 127,4 30,6 368,3 449,1 1854,2 681,1 379,9 103,1 22,9 59,3 0 2,6 4,6 137,3 56,3 386,5 500,5 2334
2003 502,1 59 158 61,6 15,8 0 1,4 33,5 22,4 70,1 279,1 265,5 1468,5 511,8 77,3 278,2 61 10,5 0 6,2 47,8 37 60,3 307,8 398,2 1796
2004 261,4 318 241,7 149,6 50,3 21,6 43,4 0 0 68,9 221,7 390,9 1767,5 372,0 422,6 187,8 324,0 63,7 33,8 61,8 0,0 0,0 142,7 185,6 425,2 2219
2005 284,3 220,2 383,1 112,3 71,1 19,4 15,6 21,8 77,8 51,5 249,9 301,4 1808,4 381,1 303,7 320,7 80,1 29,1 13,5 33,6 4,1 106,8 104,9 380,9 594,7 2353
2006 140,5 105,5 356,9 63,9 17,8 8,1 1,3 16,8 60,4 192,9 254,8 374,1 1593 123,1 202,7 404,7 63,7 0,0 11,0 6,1 14,3 110,1 243,4 349,8 474,7 2004
2007 341,6 149,3 60,6 42,7 16,8 0 8,8 0 33,1 104,8 123,1 147 1027,8 336,9 196,4 50,3 193,7 13,4 3,8 13,1 0,0 23,0 165,6 226,6 261,2 1484
2008 267,2 138,3 227,8 126,3 0 6,7 0 26,9 103,4 62,4 278,1 471,6 1708,7 338,9 178,4 414,2 141,0 5,1 3,9 0,7 53,7 98,4 59,6 292,3 638,2 2224
2009 465,7 319,6 271,6 81 13,4 28,5 17,4 25,1 85,3 140 276 336,5 2060,1 565,1 346,4 329,5 120,3 17,0 41,6 12,8 28,0 100,8 345,3 156,9 342,8 2406
2010 143,4 71,1 316,8 142,5 37,1 6,4 0 0 33,9 148,81 356,6 356,6 1613,2 128,0 99,1 250,1 74,6 36,5 3,4 9,1 2,2 64,9 164,0 317,6 325,0 1475
2011 266,6 82,7 268,4 85,8 0 15,6 0 0 3,9 155 413,4 565,9 1857,3 108,0 232,2 431,7 67,6 12,6 21,7 0,0 1,5 11,8 158,1 557,4 699,5 2302
2012 455,5 63,3 151,9 47,7 57 49,4 0 9,2 17,3 88,7 300,3 218,8 1459,1 395,4 186,9 273,6 66,9 56,2 11,0 1,1 6,1 7,9 64,4 338,7 48,1 1456
74
Figura 4.4 – Comparação das médias mensais dos dados da Novelis e Samarco de 1995 a 2012.
Figura 4.5 – Gráfico de correlação entre as médias mensais de precipitação das estações da
Novelis e Samarco.
Também foi utilizado o método da dupla massa para a análise de consistência dos dados
de chuva. Os valores anuais de precipitação foram acumulados para os dois postos e
plotados num gráfico cartesiano, sendo os valores acumulados correspondentes ao posto
a validar (Novelis) nas ordenadas e o outro posto adotado como base de comparação
(Samarco) nas abscissas. Por esse método foi possível identificar a consistência entre os
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Méd
ia d
as P
reci
pit
ações
(m
m)
Comparação entre Médias Mensais
Samarco
Novelis
y = 0,8771x - 2,5507
R² = 0,9852
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 100 200 300 400 500
Pre
cip
itaç
ão N
ov
elis
(m
m)
Precipitação Samarco (mm)
Análise de Correlação
75
dados, uma vez que não houve mudança de declividade ou tendência da linha traçada
entre os pontos. O gráfico pode ser visualizado na Figura 4.6.
Cabe aqui mencionar que a análise de consistência, no período de 1989 a 1992,
realizada por Castro (2006), utilizando como base de comparação um posto de medição
de chuva dentro da cidade de Ouro Preto, não compromete a confiabilidade da
correlação em função dos dados de Mariana. Esta cidade só possui registros de
escorregamentos a partir do ano de 1997, ano em que os dados da Samarco já eram
disponíveis para comparação da semelhança quanto à pluviosidade de Ouro Preto e
Mariana.
Figura 4.6 – Método de Dupla Massa utilizado para as estações da Novelis e Samarco.
Por último, a inexistência de estações meteorológicas próximas à área estudada
impossibilitou a realização de uma análise de consistência mais satisfatória. É
incontestável a distância existente entre as duas estações pluviométricas e entre a
estação da Samarco e a cidade de Mariana, em adição às diferenças fisiográficas
existentes entre os pontos, ou sejam altimetria, regime diferenciado dos ventos e do
clima em geral. Ouro Preto possui clima mais ameno, topografia mais acentuada e mais
sujeita a chuvas orográficas, já Mariana possui uma topografia suave, com regime de
ventos possivelmente mais intenso. Todos esses fatores pressupõem que a pluviometria
entre as duas cidades seja diferente (Figura 4.7).
y = 0,8333x + 250,78
R² = 0,9989
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
0 10000 20000 30000 40000
Pre
cip
itaç
ão A
cum
ula
da
Nov
elis
(m
m)
Precipitação Acumulada Samarco (mm)
Análise de Consistência
76
Figura 4.7 – Localização dos municípios de Ouro Preto e Mariana e das estações meteorológicas
da Novelis e Samarco (Fonte: Google Earth).
No entanto, apesar da distância entre os postos da Novelis e Samarco, os resultados
obtidos demonstraram que os dados dessas estações possuem certa consistência,
podendo ser considerados homogêneos em termos de médias mensais. Deste modo, se
confirma a possibilidade de utilização dos registros da Novelis como fonte para a
pesquisa de correlação entre escorregamentos e precipitação na região estudada, já que
não há disponibilidade de dados de outras estações pluviométricas na região.
77
4.3. OCORRÊNCIAS DE MOVIMENTOS DE MASSA
O cadastro final dos movimentos de massa desta pesquisa consta das ocorrências de
Castro (2006) e Souza (2004) para Ouro Preto e Mariana respectivamente, acrescidas
das ocorrências levantadas junto a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros destas cidades.
A triagem inicial do cadastro foi realizada com exclusão de todos os registros de
inundação, erosão e possibilidade de escorregamentos, restando 769 ocorrências de
diversos tipos de movimentos, entre escorregamentos, início de escorregamentos, queda
e rolamento de blocos, corrida de lama e solapamento. Muitos desses acidentes se
deram de forma complexa ocorrendo mais de um tipo de movimento ao mesmo tempo.
Das ocorrências restantes foram retiradas ainda aquelas referentes aos outros tipos de
movimentos que não fossem os escorregamentos e aquelas em que o processo não
estava diretamente ligado à pluviosidade, ou seja, sem precipitação no dia do desastre e
nos últimos 30 dias antecedentes. Restaram, portanto, 622 ocorrências para o cadastro
final, sendo 435 de Ouro Preto e 187 de Mariana. As distribuições mensal e anual das
ocorrências analisadas na região podem ser visualizadas nas Figuras 4.8 e 4.9,
respectivamente.
Figura 4.8 - Distribuição mensal do número de ocorrências de escorregamentos entre os anos de
1989 e 2012 nas cidades de Ouro Preto e Mariana.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
329
44 15 4 1 0 0 0 2
17
59
151
Distribuição Mensal das Ocorrências de Escorregamentos
(1988-2012)
78
Figura 4.9 - Distribuição anual do número de ocorrências de escorregamentos nas cidades de
Ouro Preto e Mariana.
Observa-se que nos meses de novembro a fevereiro foram registradas mais de 40
ocorrências mensais, fato associado ao período de chuva concentrado exatamente nestes
meses. Janeiro foi o mês que historicamente apresentou maior número de ocorrências na
região, com um total de 329 acidentes (aproximadamente 53%), seguido de dezembro
com 151 (24%). No período hidrológico (outubro a março), foram registrados 98,9% do
total de ocorrências para o período considerado (1989 a 2012).
A análise da distribuição anual dos eventos selecionados indicou 19,3% das ocorrências
no ano de 1997, seguido de 2003 com 12,7% e 2011 e 1992 com 8 e 7,7%
respectivamente.
Para o munícipio de Ouro Preto, após todas as triagens realizadas, os dados do ano de
1988 foram descartados por se encaixarem nos critérios de eliminação citados
anteriormente. Já o ano de 1999 não fez parte por não ter sido registrada nenhuma
ocorrência. Por último, 2004 não pôde ser incluído na pesquisa, uma vez que seus
boletins de ocorrências foram perdidos devido um alagamento na instalações do Corpo
de Bombeiros, como mencionado anteriormente. No que diz respeito à cidade de
Mariana, a Prefeitura apenas tinha disponível dados dos anos de 1997, 2000, 2001,
2002, 2003, 2010, 2011, 2012.
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
2000
2001
2002
2003
2005
2006
2007
2008
2009
20
10
2011
2012
22
1
22
48
7 1
36 31
120
7
24 20
33
79
18 27
10 10 10 11
50
35
Distribuição Anual das Ocorrências de Escorregamentos
79
Esta análise foi ainda discretizada para as duas cidades, uma vez que os períodos
analisados das mesmas não coincidem. Os resultados para Ouro Preto e Mariana estão
respectivamente apresentados nas Figuras 4.10 e 4.11.
Figura 4.10 - Distribuição anual do número de ocorrências de escorregamentos em Ouro Preto.
Figura 4.11 - Distribuição anual do número de ocorrências de escorregamentos em Mariana.
Para Ouro Preto a análise da distribuição anual dos escorregamentos indicou 14,9%,
11%, 9,7% e 8,3% das ocorrências nos anos de 1997, 1992, 2003 e 1995
respectivamente. Já para Mariana a análise mostrou 29,4% das ocorrências no ano de
1997, seguido de 21,4% em 2011, 19,8% em 2003 e o ano de 2000 com 10,7%.
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
2000
2001
2002
2003
2005
20
06
2007
2008
2009
2010
2011
2012
22
1
22
48
7 1
36 31
65
7 4
15 21
42
18
27
10 10 10
1
10
27
Distribuição Anual das Ocorrências de Escorregamentos
(Ouro Preto)
1997 2000 2001 2002 2003 2010 2011 2012
55
20
5
12
37
10
40
8
Distribuição Anual das Ocorrências de Escorregamentos (Mariana)
80
A análise dos dados levantados na região permitiu ainda, identificar as localidades com
maiores números de deslizamentos, possibilitando ter indicações sobre áreas mais
susceptíveis aos processos. As Figuras 4.12 e 4.13 apresentam as localidades dos 622
registros de movimentos de massa ocorridos no período analisado, em Ouro Preto e
Mariana respectivamente.
Em Ouro Preto, observam-se cinco bairros (Alto da Cruz, Santo Cristóvão, Santa Cruz,
Padre Faria e Piedade) somando 43% das ocorrências de movimentos de massa,
indicando as principais áreas susceptíveis aos processos de instabilização de encostas.
Em seu trabalho, Castro (2006) classifica estes bairros como sendo de alto risco, a partir
de um zoneamento das áreas críticas da cidade, de acordo com a quantidade de registros
de ocorrências, tamanho da área afetada e as condições locais. Já em Mariana têm-se os
bairros do Rosário, Santo Antônio e São Gonçalo com um registro histórico de 91
escorregamentos (aproximadamente 49% do total) indicando as áreas de elevada
susceptibilidade aos processos nessa cidade.
Nos gráficos, os itens outros equivalem a 39 ocorrências distribuídas em 19 bairros na
cidade de Ouro Preto e 37 movimentos de massa em 16 bairros do município de
Mariana.
Figura 4.12 - Distribuição das ocorrências por bairros em Ouro Preto.
Alt
o d
a C
ruz
Água
Lim
pa
Antô
nio
Dia
s
Bar
ra
Bau
xit
a
Cab
eças
Cen
tro
Morr
o S
anta
na
N.
Sra
. do C
arm
o
Pad
re F
aria
Pie
dad
e
Rosá
rio
San
tana
São
Cri
stovão
São
Fra
nci
sco
Sar
amen
ha
Sta
. C
ruz
Taq
uar
al
Tom
bad
ouro
Vil
a A
legre
Vil
a A
par
ecid
a
Volt
a do C
órr
ego
Outr
os
51
14 19
12 13 10 12
8 10
32 27
10
18
40
6
19
38
18
9 7
16
7
39
Distribuição das Ocorrências por Bairro - Ouro Preto
81
Figura 4.13 - Distribuição das ocorrências por bairros em Mariana.
Pode ser observado que os bairros mais atingidos pelas ocorrências na cidade de Ouro
Preto estão localizados na Serra de Ouro Preto. De acordo com Sobreira (1990), as
encostas da cidade nesta serra foram intensamente trabalhadas por ocasião das
atividades de extração de Ouro no século XVIII, deixando como herança grandes áreas
instáveis. No que diz respeito aos bairros mais afetados da cidade de Mariana, segundo
Sobreira (2000), os problemas existentes nos mesmos são decorrentes da expansão
desordenada da malha urbana em conjunto com as características geológicas e
geomorfológicas, que tornam o meio físico do município bastante heterogêneo e
complexo.
Para a correlação, propriamente dita, entre pluviosidade e escorregamentos, foram ainda
excluídas as ocorrências registradas em anos que não foram utilizados para a análise e
aquelas que não ocorreram exatamente dentro do período hidrológico (outubro a
março). Esta restrição foi necessária, para melhorar os resultados, devido a maior
influência do período das chuvas na deflagração dos acidentes geotécnicos. Com essa
restrição o número total de ocorrências na região utilizado para a análise foi de 563.
A análise da distribuição dos eventos apenas nos anos hidrológicos escolhidos para
estudo de correlação indicou 23,5% das ocorrências no ano de 1996/1997, seguido de
Cab
anas
Cac
ho
eira
do
Bru
mad
o
Car
tuch
a
Cen
tro
Ro
sari
o
São
Cri
stov
ao
São
Go
nça
lo
São
Seb
asti
ão
Sta
Rit
a d
e C
ássi
a
Sto
. A
ntô
nio
Ou
tors
12
6
11
6
36
7
23
10 7
32
37
Distribuição das Ocorrências por Bairro - Mariana
82
2002/2003 com 14,8% e 2011/2012 com 11,3%, conforme mostra a Tabela 4.2 e Figura
4.14.
A partir de então foram realizados duas análises, primeiro levando em consideração
todas as ocorrências de escorregamentos cadastradas (totalizando 563) e, em seguida,
considerando as ocorrências de escorregamentos generalizados, ou seja, mais de um
escorregamento no dia, excluindo as ocorrências isoladas. Para esta última análise
foram consideradas 459 ocorrências. Este procedimento também foi realizado para
estudo de correlação dos dois municípios separadamente. Ouro Preto apresentou 374
ocorrências com 281 generalizadas. Já Mariana totalizou 181 registros e 162 ocorrências
generalizadas.
Com esta separação, resultados mais satisfatórios foram obtidos, possibilitando a
eliminação de possíveis acidentes não relacionados diretamente à pluviosidade. No que
diz respeito à análise individual de cada cidade, foi possível validar os resultados
obtidos do estudo da área como um todo. A relação dos registros de escorregamentos e
os dados de precipitação utilizados para a correlação se encontram no Anexo II.
Tabela 4.2 – Ocorrências de escorregamentos da região (Ouro Preto e Mariana) nos períodos
hidrológicos.
Ano Hidrológico OUT NOV DEZ JAN FEV MAR TOTAL %
1989/1990 2 4 15 0 0 0 21 3,4
1990/1991 0 0 0 22 0 0 22 3,5
1991/1992 0 0 0 30 14 0 44 7,1
1995/1996 0 0 36 0 0 0 36 5,8
1996/1997 1 22 4 117 2 0 146 23,5
1999/2000 0 0 0 9 12 0 21 3,4
2001/2002 0 10 6 12 6 1 35 5,6
2002/2003 0 4 9 75 0 4 92 14,8
2005/2006 0 3 14 0 1 3 21 3,4
2006/2007 9 3 11 9 0 0 32 5,1
2010/2011 0 3 7 13 0 0 23 3,7
2011/2012 0 0 36 25 3 6 70 11,3
TOTAL 12 49 138 312 38 14 563 90,5
% 1,9 7,9 22,2 50,2 6,1 2,3
83
Figura 4.14 - Distribuição das ocorrências de escorregamentos para os períodos hidrológicos
utilizados na correlação.
4.4. CORRELAÇÃO ENTRE PRECIPITAÇÃO E OS ESCORREGAMENTOS
O estudo da correlação entre precipitação e escorregamentos se deu de acordo com a
metodologia descrita no Capítulo 3. Deste modo, gráficos de dispersão foram
elaborados com o objetivo de estabelecer a quantidade de dias de chuva acumulada que
mais influencia na deflagração dos movimentos de massa.
Em seguida várias possibilidades de combinação entre acumuladas pluviométricas e
precipitações diárias foram testadas, objetivando a definição de resultados coerentes que
permitissem o desenvolvimento de análises mais aprofundadas e posterior definição da
relação matemática que correlaciona os escorregamentos e a chuva acumulada.
Os métodos de correlação mais adequados e utilizados para esta pesquisa foram aqueles
que relacionaram os valores de precipitação diária e os valores de precipitação
acumulada dos dias anteriores, uma vez que a aplicação de metodologias que utilizam
correlações da intensidade da chuva no momento do escorregamento foi impossibilitada
pela ausência da informação da hora da deflagração dos eventos e a inexistência de
registros pluviográficos de chuva.
21 22
44 36
146
21
35
92
21 32
23
70
Distribuição das Ocorrências de Escorregamentos por Ano
Hidrológico
84
Esses passos foram efetuados considerando toda a região e, em seguida, analisando as
cidades de Ouro Preto e Mariana individualmente. Os resultados destas etapas do estudo
serão detalhados nos itens seguintes.
4.4.1. Análise do número de dias de chuva acumulada mais efetivo nos processos de
escorregamentos
Para definição do número de dias de chuva que influencia efetivamente nos
deslizamentos nas áreas urbanas de Ouro Preto e Mariana, gráficos de dispersão foram
elaborados para valores acumulados de precipitação de 2 a 7 dias. Para isto, foi efetuado
o cruzamento das datas das ocorrências com o valor da chuva acumulada de n dias
antecedentes em conjunto com os dados pluviométricos acumulados que não causaram
escorregamentos. A finalidade foi estabelecer o número de dias, com separação mais
nítida dos pontos com e sem escorregamentos, como representativo da quantidade de
dias de chuva acumulada mais efetiva no desencadeamento dos acidentes.
Os gráficos de dispersão foram baseados na metodologia de Tatizana et al. (1987),
também utilizada por, Elbachá et al. (1992), Vieira (2004), Ide (2005) e Castro (2006).
No trabalho de Castro (op. cit.) foram utilizados os dados de precipitações diárias acima
de 3,0mm que causaram escorregamentos, na elaboração dos gráficos. Neste estudo
foram utilizados todos os dados de chuva com registros de escorregamentos.
O intervalo de chuva acumulada de 2 a 7 dias antecedentes ao evento foi utilizado para
o estudo, posto que o objetivo foi definir exatamente o menor número de dias com
separação entre os eventos de chuva acumulada com e sem escorregamentos, tendo um
número de dias maior perda da sua aplicabilidade. Este fato pode ser confirmado
tomando como base os resultados obtidos por Tatizana et al. (op. cit.), Elbachá et al.
(op. cit.), Vieira (op. cit.), Ide (op. cit.) e Castro (op. cit.).
Para esta análise foram selecionados os dados referentes aos anos hidrológicos com
ocorrências concentradas mais significativas (1989/1990, 1990/1991, 1991/1992,
1995/1996, 1996/1997, 1999/2000, 2001/2002, 2002/2003, 2005/2006, 2006/2007,
2010/2011 e 2011/2012). O período considerado em cada ano variou de acordo com os
meses com maior número de ocorrências dentro do período hidrológico (outubro a
março). As Figuras 4.15 e 4.16 mostram os gráficos para todos os números de dias
testados nestes anos, para as duas cidades.
85
Figura 4.15 - Gráficos de dispersão de precipitação acumulada (2, 3 e 4 dias).
0
50
100
150
200
250
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 11 12
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Anos
Acumulada de 2 dias
Com registros
Sem registros
0
50
100
150
200
250
300
350
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 11 12
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Anos
Acumulada de 3 dias
Com registros
Sem registros
0
50
100
150
200
250
300
350
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 11 12
Pre
cipit
ação
(m
m)
Anos
Acumulada de 4 dias
Com registros
Sem registros
86
Figura 4.16 - Gráficos de dispersão de precipitação acumulada (5, 6 e 7 dias).
0
50
100
150
200
250
300
350
400
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 11 12
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Anos
Acumulada de 5 dias
Com registros
Sem registros
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 11 12
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Anos
Acumulada de 6 dias
Com registros
Sem registros
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 11 12
Pre
cipit
ação
(m
m)
Anos
Acumulada de 7 dias
Com registros
Sem registros
87
A partir da análise dos gráficos apresentados, se observa grande dispersão dos eventos
de escorregamento em todos os dias de chuva acumulada analisados, com muitos destes
associados a valores próximos de zero milímetros de precipitação. Há uma
predominância da ocorrência de pontos com e sem registros para valores menores de
chuva acumulada, ficando evidente a separação dos pontos com escorregamentos
apenas, a partir de valores elevados de precipitação. Para o estabelecimento de um valor
limite a partir do qual os acidentes iniciam foi necessário a análise de cada ano
separadamente.
A partir da análise individual, fica evidente que em nenhum dos anos houve uma
separação nítida e satisfatória dos pontos com e sem escorregamentos. Foi possível
perceber que, no geral, ocorreram faixas sem registros de escorregamentos, outras onde
os pontos com e sem registros de escorregamentos ocorreram concomitantemente e por
último, faixas onde os pontos com registros de ocorrências foram predominantes.
A separação dessas faixas foi distinta em cada ano com relação ao número de dias de
chuva acumulada e nem sempre ocorreram todas três no mesmo gráfico. Em alguns
deles a grande dispersão dos dados não permitiu a definição das mesmas, prejudicando a
análise. No entanto, para todos os gráficos verificados em todos os anos, a partir de seis
dias de chuva acumuladas fica mais evidente a separação dessas faixas, com alguns anos
sendo possível essa verificação antes dos seis dias.
As Figuras 4.17 a 4.20 mostram os gráficos de seis dias de chuva acumulada para todos
os anos hidrológicos utilizados na análise com suas respectivas faixas de separação dos
pontos. Os gráficos para 2, 3, 4, 5 e 7 dias de precipitação acumulada são apresentados
no Anexo I.
88
Figura 4.17 – Gráfico de dispersão de seis dias de chuvas acumuladas para os anos de
1989/1990, 1990/1991 e 1991/1992.
0
50
100
150
200
250
300
350
01-out-89 16-out-89 31-out-89 15-nov-89 30-nov-89 15-dez-89 30-dez-89
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 6 dias - 1989/1990
Com registros
Sem registros
0
50
100
150
200
250
01-jan-91 07-jan-91 13-jan-91 19-jan-91 25-jan-91 31-jan-91
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 6 dias - 1990/1991
Com registros
Sem registros
0
40
80
120
160
200
240
280
320
01-jan-92 11-jan-92 21-jan-92 31-jan-92 10-fev-92 20-fev-92 01-mar-92
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 6 dias - 1991/1992
Com registros
Sem registros
89
Figura 4.18 – Gráfico de dispersão de seis dias de chuvas acumuladas para os anos de
1995/1996, 1996/1997 e 1999/2000.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
01-dez-95 07-dez-95 13-dez-95 19-dez-95 25-dez-95 31-dez-95
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 6 dias - 1995/1996
Com registros
Sem registros
0
40
80
120
160
200
240
280
320
360
400
440
01-out-96 26-out-96 20-nov-96 15-dez-96 09-jan-97 03-fev-97 28-fev-97
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 6 dias - 1996/1997
Com registros
Sem registros
0
40
80
120
160
200
240
280
01-jan-00 15-jan-00 29-jan-00 12-fev-00 26-fev-00
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 6 dias - 1999/2000
Com registros
Sem registros
90
Figura 4.19 – Gráfico de dispersão de seis dias de chuvas acumuladas para os anos de
2001/2002, 2002/2003 e 2005/2006.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
01-nov-01 26-nov-01 21-dez-01 15-jan-02 09-fev-02 06-mar-02 31-mar-02
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 6 dias - 2001/2002
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
01-nov-02 26-nov-02 21-dez-02 15-jan-03 09-fev-03 06-mar-03 31-mar-03
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 6 dias - 2002/2003
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
01-nov-05 26-nov-05 21-dez-05 15-jan-06 09-fev-06 06-mar-06 31-mar-06
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 6 dias - 2005/2006
Com registros
Sem registros
91
Figura 4.20 – Gráfico de dispersão de seis dias de chuvas acumuladas para os anos de
2006/2007, 2010/2011 e 2011/2012.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
01-out-06 25-out-06 18-nov-06 12-dez-06 05-jan-07 29-jan-07
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 6 dias - 2006/2007
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
100
120
140
160
01-nov-10 19-nov-10 07-dez-10 25-dez-10 12-jan-11 30-jan-11
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 6 dias - 2010/2011
Com registros
Sem registros
0
40
80
120
160
200
240
280
01-dez-11 25-dez-11 18-jan-12 11-fev-12 06-mar-12 30-mar-12
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 6 dias - 2011/2012
Com registros
Sem registros
92
Conforme a metodologia aplicada por Castro (2006), a partir da separação de faixas em
cada ano analisado, foram estimados o valor mínimo de precipitação para deflagração
dos acidentes geotécnicos (Mín.) e o valor limite de chuva acumulada a partir do qual há
uma predominância de registros de escorregamentos, denominado nível de atenção
(Aten.).
O critério utilizado para definição de tais valores foi visual, uma vez que a utilização de
um critério matemático foi impossibilitada devido à irregularidade de comportamento
dos eventos de escorregamentos em cada ano. Isto pode ser explicado pelo fato dos
acidentes não estarem exclusivamente condicionados ao fator precipitação. Este tipo de
estudo envolve diversos fatores, que inevitavelmente, conferem certa subjetividade na
análise. Os acidentes geológico-geotécnicos são condicionados, além da chuva, pelos
fatores geologia, geomorfologia, pedologia e ação antrópica, sendo este último de
influência bastante relevante para a aceleração dos processos.
Os valores mínimos e de atenção foram definidos para todos os anos utilizados na
análise, sendo que em alguns deles foi impossível determinar o nível de atenção devido
a grande dispersão dos dados. Os mesmos podem ser visualizados na Tabela 4.3.
Tabela 4.3 - Valor mínimo e de atenção de chuva para deflagração de escorregamentos na sub-
bacia do alto Ribeirão do Carmo (Ouro Preto e Mariana).
2 dias 3 dias 4 dias 5 dias 6 dias 7 dias
Ano Mín. Aten. Mín. Aten. Mín. Aten. Mín. Aten. Mín. Aten. Mín. Aten.
1989/1990 2,5 - 18,5 - 18,5 - 28 - 29,5 - 29,5 -
1990/1991 36,2 76,3 86,6 126 97,2 142,2 102,9 169,2 103,6 176,9 125,6 180,7
1991/1992 8,7 72,7 15,5 87,6 16,8 101,2 30,5 131,7 79,7 139,8 114,3 192,7
1995/1996 11,6 41 19,1 74,6 32,5 105,4 35,3 108,9 35,3 138,4 35,3 151,2
1996/1997 3,3 75,2 6,4 111,2 14,8 127 22,7 147 29,1 172,9 29,1 176,7
1999/2000 44,9 74,5 49,4 88,4 52,8 100,3 66 - 66,5 - 77,3 -
2001/2002 19,4 - 19,4 - 38,1 - 38,9 - 38,9 - 54,7 -
2002/2003 2,3 58,6 2,3 74,3 2,3 105,6 13,2 111,2 13,2 95,4 25,6 182,9
2005/2006 5,9 63,4 8,9 89 15 102,4 15 123,4 46,7 104,4 17,3 130,2
2006/2007 9,2 - 9,4 - 16,1 - 33,9 - 48,1 - 48,1 135,4
2010/2011 12,9 - 16,3 82,6 33 82,6 45,6 102,7 59,3 116,7 68,9 136,7
2011/2012 3 45,3 9,5 64,9 9,5 70,2 12 84,5 28,7 87,6 37,6 90,6
Média 13,3 63,4 21,8 88,7 28,9 104,1 37,0 122,3 48,2 129 55,3 153,0
Mínimo 2,3 41 2,3 64,9 2,3 70,2 12 84,5 13,2 87,6 17,3 90,6
Máximo 44,9 76,3 86,6 126 97,2 142,2 102,9 169,2 103,6 176,9 125,6 192,7
93
A grande variação dos valores encontrados pode ser explicada pelo histórico de chuvas
anterior aos acidentes geotécnicos nos anos estudados, comprovando a importância da
precipitação acumulada no desencadeamento dos escorregamentos.
A partir da determinação de seis como o número de dias de chuvas antecedentes que
têm influência direta sobre os escorregamentos, o valor mínimo de chuva encontrado foi
de 13,2mm e a média para todos os anos foi de 48,2mm. Deste modo o valor utilizado
como parâmetro para início da ocorrência de deslizamentos foi de 48,2mm/6 dias.
Neste caso deve ser levado em consideração o fato de que os valores acumulados de
chuva muito baixos normalmente estão associados a escorregamentos circunstanciais
onde a precipitação provavelmente não é o principal agente desencadeador. Este tipo de
ocorrência refere-se a registros de escorregamentos ocorridos em condições
pluviométricas muito baixas, não compatíveis com os processos mais usuais de
instabilização associados às chuvas, tais como os desenvolvimentos de processos
erosivos superficiais e os avanços de frentes de saturação.
O limite estabelecido para o nível de atenção também foi estimado a partir dos valores
encontrados nos gráficos, sendo o valor mínimo igual a 87,6mm/6 dias e a média
129mm/6 dias. Ficou estabelecido como 129mm/6 dias o nível de atenção.
Analisando separadamente cada um dos anos hidrológicos escolhidos para o estudo, é
possível constatar que em 1989/1990 o volume de chuva acumulada em seis dias capaz
de deflagrar escorregamentos foi baixa (29,5mm), porém a média da chuva diária com
registros de acidentes foi alta, atingindo 28,1mm, validando a hipótese que os mesmos
ocorrem para baixos valores de precipitação acumulada quando se registra um alto valor
de precipitação diária.
No gráfico de 1990/1991 o valor inicial de chuva que causa escorregamentos foi o mais
elevado dos anos analisados (103,6mm), fato justificado pela necessidade de saturação
do solo para seu desencadeamento, tendo em vista que o ano de 1990 foi o de menor
índice pluviométrico de toda a série histórica (1005,1mm), com o mês de dezembro com
apenas 159,2mm de precipitação. O valor encontrado para o nível de atenção foi de
176,9mm.
O ano de 1991/1992 registrou um elevado índice pluviométrico (1640,6mm) com 44
acidentes apenas nos meses de janeiro e fevereiro. Seu gráfico mostra a separação das
94
três faixas mencionadas anteriormente, com o valor mínimo para início dos
escorregamentos igual a 79,7mm e o valor do nível de atenção igual a 139,8mm.
Já em 1995/1996, o valor mínimo de chuva acumulada com escorregamentos foi de
35,3mm. No entanto, a segunda faixa (com e sem registros de ocorrências) apresentou
poucos pares de pontos pluviométricos associados aos escorregamentos, sendo a
maioria destes com precipitações acima de 123,1mm, valor próximo ao definido como
nível de atenção (138,4mm). Para cada um destes pontos foram registrados acima de 3
acidentes no dia.
O gráfico de 1996/1997 mostra claramente a presença das três faixas, separando a
primeira em que não ocorrem escorregamentos (abaixo de 29,1mm/6 dias), a faixa em
que ocorrem os pontos simultaneamente e a terceira com a maioria dos pontos de
escorregamentos (acima de 172,9mm/6 dias). O período hidrológico (outubro de 1996 a
março de 1997) registrou o maior índice pluviométrico entre os anos escolhidos com
1880mm.
Apesar da pequena quantidade de ocorrências ao longo do ano de 1999/2000, o mesmo
foi levado em consideração devido o número relevante de escorregamentos na cidade de
Mariana e o elevado índice de precipitação registrado no mês de janeiro de 2000
(490,5mm). O valor mínimo para início dos escorregamentos foi igual a 66,5mm, não
sendo possível definir o valor para nível de atenção.
Para o período de 2001/2002 o valor mínimo de chuva com acidentes foi de 38,9mm.
No gráfico só foi possível identificar a faixa sem registros e a faixa em que os pontos
com e sem registros ocorrem simultaneamente. No gráfico de 2002/2003 ocorrem as
três faixas com a quantidade de chuva acumulada em seis dias, capaz de deflagrar
escorregamentos, igual a 13,2mm, e o valor do nível de atenção igual a 95,4mm.
Em 2005/2006 apesar de haver um registro de escorregamento para chuva acumulada de
15mm/6 dias o valor mínimo considerado como capaz de desencadear rupturas foi de
46,7mm/6 dias, uma vez que a partir deste valor que começam a ocorrer os acidentes
com mais frequência. Já o valor definido como de atenção foi de 104,4mm. Já no
gráfico de 2006/2007 a dispersão dos dados possibilitou a definição apenas da faixa sem
registros e da faixa com e sem registros de escorregamentos simultaneamente. O valor
inicial de chuva que causa escorregamentos foi de 48,1mm.
95
Para 2010/2011 foram definidas as três faixas de separação, com o valor mínimo de
deflagração dos escorregamentos igual a 59,3mm e o valor limite de chuva acumulada a
partir do qual há uma predominância de ocorrências igual a 116,7mm. Em 2011/2012 os
escorregamentos se iniciam com precipitações acumuladas de 28,7mm/6dias e o nível
de atenção ocorre a partir de 87,6mm. Neste ano hidrológico o índice de precipitação
total foi igual a 1805mm, tendo um número considerável de escorregamentos
registrados.
Realizando a mesma análise para as duas cidades separadamente, constatou-se que os
valores mínimos e valores de atenção estimados para a cidade de Ouro Preto não
variaram tanto em relação à análise anterior, com valores médios próximos. No geral os
valores encontrados foram maiores para Ouro Preto.
Este fato pode estar relacionado com o grau de incerteza associado aos reais índices
pluviométricos registrados na bacia como um todo, principalmente em Mariana, que se
encontra mais afastada da estação pluviométrica de onde foram utilizados os dados de
chuva; e a consequente deflagração de escorregamentos neste município, que teve seus
acidentes associados a índices menores de precipitação.
Entretanto, o crescimento populacional mais acelerado na cidade de Mariana em relação
a Ouro Preto nos últimos 20 anos (42% contra 12,4%), em conjunto com a expansão
desordenada da malha urbana em direção às áreas de risco geológico-geotécnico no
município, podem ter relação com a fato dos seus acidentes estarem associados a índices
menores de precipitação. A ocupação da unidade tálus é um exemplo, uma vez que vem
sendo uma das principais frentes de expansão da malha urbana nos últimos anos.
No caso de Ouro Preto também ficou evidente que a partir de seis dias de chuva
acumuladas fica mais clara separação das faixas. Os valores mínimos e de atenção
encontrados para a cidade de Ouro Preto foram 54,1mm/6 dias e 151,4mm/6 dias
respectivamente e podem ser visualizados na Tabela 4.4.
Os gráficos de dispersão produzidos para a cidade de Mariana não apresentaram uma
separação minimamente satisfatória de faixas com predominância de pontos com ou
sem registro de escorregamento. Neste caso, foi necessária a análise a partir dos gráficos
da correlação entre precipitação diária e acumulada de 4 a 7 dias para identificação do
número de dias com separação mais aceitável desses pontos.
96
Tabela 4.4 - Valor mínimo e de atenção de chuva para deflagração de escorregamentos no
município de Ouro Preto.
2 dias 3 dias 4 dias 5 dias 6 dias 7 dias
Ano Mín. Aten. Mín. Aten. Mín. Aten. Mín. Aten. Mín. Aten. Mín. Aten.
1989/1990 2,5 - 18,5 - 18,5 - 28 - 29,5 - 29,5 -
1990/1991 36,2 76,3 86,6 126 97,2 142,2 102,9 169,2 103,6 176,9 125,6 180,7
1991/1992 8,7 72,7 15,5 87,6 16,8 101,2 30,5 131,7 79,7 139,8 114,3 192,7
1995/1996 11,6 41 19,1 74,6 32,5 105,4 35,3 108,9 35,3 138,4 35,3 151,2
1996/1997 3,3 75,2 6,4 111,2 14,8 127 22,7 147 29,1 172,9 29,1 176,7
2001/2002 33,3 63 46,7 - 52,7 - 52,7 - 76,4 - 76,4 -
2002/2003 3,8 58,6 25,9 74,3 36,4 105,6 36,4 111,2 63,8 150,1 66,6 182,9
2005/2006 5,9 63,4 8,9 89 15 102,4 15 123,4 46,7 104,4 17,3 130,2
2006/2007 9,2 69,9 9,4 - 16,1 - 33,9 - 48,1 - 48,1 135,4
2011/2012 3 45,3 15,4 96,2 18,3 146,3 27,3 - 28,8 177 37,6 250,3
Média 11,8 62,8 25,2 94,1 31,8 118,6 38,2 131,9 54,1 151,4 58,3 175,0
Mínimo 2,5 41 6,4 74,3 14,8 101,2 15 108,9 28,8 104,4 17,3 130,2
Máximo 36,2 76,3 86,6 126 97,2 146,3 102,9 169,2 103,6 177 125,6 250,3
4.4.2. Relação numérica entre pluviosidade e escorregamentos
Para definição da relação entre pluviosidade e escorregamentos, algumas possibilidades
de combinação entre precipitações diárias e chuvas acumuladas foram avaliadas. Os
gráficos foram elaborados para chuva acumulada de quatro, cinco, seis e sete dias
antecedentes aos acidentes.
Nestes gráficos foram lançados todos os pares de pontos pluviométricos com registro de
ocorrências e sem registros associados dos anos escolhidos para o estudo. Em seguida,
tentou-se identificar o gráfico de n dias de chuva acumulada onde estes pontos
apresentasse uma separação mais nítida e consequentemente possibilitasse a definição
de uma relação numérica através de uma linha tendência traçada entre os pontos,
confirmando o valor encontrado nos gráficos de dispersão.
As Figuras 4.21 a 4.24 mostram os gráficos gerados para todos os registros de
escorregamentos em Ouro Preto e Mariana. Estes gráficos apresentaram uma grande
dispersão dos dados com movimentos de massa, sem um comportamento satisfatório da
relação da precipitação dos dias com e sem ocorrências, impossibilitando a definição de
uma curva de separação e sua respectiva relação matemática. Os problemas associados
aos resultados desta análise provavelmente são decorrentes da inexistência de um banco
97
de dados de escorregamentos consistente e ininterruptos dos anos anteriores, falta de
pluviômetros dispostos de forma a contemplar toda a área estudada demonstrando a
pluviosidade real e erros na datação dos registros das ocorrências.
Figura 4.21 – Gráfico de correlação entre precipitação diária e acumulada para 4 dias.
Figura 4.22 – Gráfico de correlação entre precipitação diária e acumulada para 5 dias.
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120 140
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Correlação para Acumulada de 4 dias
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120 140
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Correlação para Acumulada de 5 dias
Com registros
Sem registros
98
Figura 4.23 – Gráfico de correlação entre precipitação diária e acumulada para 6 dias.
Figura 4.24 – Gráfico de correlação entre precipitação diária e acumulada para 7 dias.
Uma vez que os gráficos não indicaram uma separação nítida dos pontos de precipitação
com e sem escorregamento, foi necessária uma triagem dos dados considerando apenas
as datas em que houve mais de um evento no dia. Os gráficos de chuva acumulada de N
dias pela chuva diária foram repetidos utilizando apenas estes registros. Estas
ocorrências utilizadas para a análise de correlação podem ser visualizadas no Anexo II.
0
20
40
60
80
100
120
0 50 100 150 200
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Correlação para Acumulada de 6 dias
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
100
120
0 50 100 150 200
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Correlação para Acumulada de 7 dias
Com registros
Sem registros
99
O estudo dos casos de mais de uma ocorrência por dia resultou em um padrão mais
claro de separação de dias de precipitação com e sem escorregamento. Para os novos
gráficos gerados ainda foi percebido certa dispersão dos dados com escorregamento até
4 dias, começando a ser observado um distanciamento destes pontos dos pontos sem
escorregamentos, a partir de 5 dias. No entanto, este padrão de separação fica mais
satisfatório para 6 dias. A partir de 7 dias, os pontos com escorregamento não mudam
tanto o comportamento. A Figura 4.25 mostra o gráfico de precipitação acumulada de 6
dias x 1 dia. Os demais gráficos gerados para 4, 5 e 7 dias de chuva acumulada pela
chuva diária são apresentadas no Anexo III.
Figura 4.25 – Curva de correlação entre precipitação diária e acumulada de 6 dias para
escorregamentos generalizados.
A equação que demonstrou melhor ajuste aos pontos com escorregamento foi do tipo
potência e representada por PD = 11280PA-1,535
, sendo PD a precipitação diária no dia
do acidente e PA a precipitação acumulada em 6 dias antecedentes a ocorrência. A
análise da equação mostra que o aumento dos totais acumulados nos dias antecedentes
diminui a quantidade de precipitação necessária para o desencadeamento dos
escorregamentos.
PD = 11280PA-1,535
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 6 dias
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)
100
Como mostra a Figura 4.25, a separação definida pela linha de tendência não é exata,
sendo possível notar pontos abaixo da curva associados aos escorregamentos e pontos
acima não associados. No entanto, a maior parte dos dados de precipitação relacionados
com os movimentos de massa localiza-se na área superior a curva, a qual pode ser
atribuída uma suscetibilidade maior a escorregamentos na região estudada.
Os pares de pontos pluviométricos que se encontram abaixo da curva representam
aproximadamente 12,9% do total apenas, com 59 ocorrências associadas. Destas
ocorrências, 35 foram registradas na cidade de Mariana, fato este que associa certa
incerteza aos reais valores de precipitação considerados devido à distância da estação
meteorológica da qual foram utilizados os dados como base para a pesquisa. Já os 24
escorregamentos ocorridos em Ouro Preto podem ser justificados por quantidade
pequena de chuva acumulada e uma chuva diária alta, ou o inverso, com chuva
acumulada razoável e baixa chuva diária. Por fim, cabe ainda mencionar que para cada
um destes pontos referentes à Ouro Preto foram registradas no máximo 3 ocorrências
Ouro Preto, demonstrando a possibilidade de prováveis escorregamentos
circunstanciais, onde a chuva pode não ter sido o principal agente deflagrador. Os dados
de todos os pontos podem ser visualizados na Tabela 4.5.
Com o objetivo de validar a análise anterior, as tentativas de correlação também foram
realizadas para as cidades de Ouro Preto e Mariana separadamente. Para os novos
gráficos gerados foi percebido um comportamento similar aos dos gráficos de ambos os
municípios. Houve grande dispersão dos dados com escorregamento até 4 dias. A partir
de 5 dias começa ocorrer um distanciamento destes pontos daqueles sem
escorregamentos associados. O padrão de separação fica mais aceitável para 6 dias e a
partir de 7 dias, os pontos com escorregamento não alteram consideravelmente o
comportamento.
É possível notar que os pontos com registro de escorregamento se ajustaram melhor à
curva para a cidade de Ouro Preto. Os resultados encontrados para Mariana
provavelmente, foram afetados pela distância do posto de coleta dos dados
pluviométricos da sua área urbana. As Figuras 4.26 e 4.27 mostram os gráficos para
chuva acumulada de seis dias das duas cidades com suas curvas e equações
representativas.
101
Tabela 4.5 – Dados referentes aos pontos encontrados abaixo da curva de correlação para
acumulada de 6 dias.
Data Chuva
(mm) Ac. 6 dias
(mm) Ocorrências Cidade Processo
11/12/89 24,4 5,1 2 Ouro Preto Início de Escorregamento
04/12/95 11,6 23,7 2 Ouro Preto Escorregamento
16/01/97 5,5 23,6 1 Ouro Preto Início de Escorregamento
16/01/97 5,5 23,6 2 Ouro Preto Escorregamento
26/01/00 31,4 35,1 2 Mariana Escorregamento
19/11/01 1,3 99,6 1 Ouro Preto Início de Escorregamento
19/11/01 1,3 99,6 3 Ouro Preto Escorregamento
16/01/02 19,6 35,1 5 Mariana Escorregamento
13/01/03 7,3 101 7 Mariana Escorregamento
20/01/03 3,2 138,6 1 Ouro Preto Escorregamento
20/01/03 3,2 138,6 1 Mariana Escorregamento
29/01/03 2,3 10,9 4 Mariana Escorregamento
31/01/03 4,0 27,5 2 Mariana Escorregamento
24/10/06 6,7 69,1 2 Ouro Preto Escorregamento
13/12/06 1,8 110,3 2 Ouro Preto Escorregamento
31/12/06 2,5 98,7 2 Ouro Preto Escorregamento
27/12/10 11 48,3 2 Mariana Escorregamento
07/12/11 2,5 31 4 Mariana Escorregamento
12/12/11 1,0 44,8 1 Ouro Preto Escorregamento
12/12/11 1,0 44,8 4 Mariana Escorregamento
28/12/11 15,5 32,7 4 Mariana Escorregamento
16/03/12 49,5 25,7 3 Ouro Preto Escorregamento
26/03/12 7,3 21,5 2 Ouro Preto Escorregamento
Figura 4.26 – Curva de correlação entre precipitação diária e acumulada de 6 dias para
escorregamentos generalizados em Ouro Preto.
PD = 14076PA-1,565
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
Pre
cipit
ação
Diá
ria
(mm
)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 6 dias
Ouro Preto
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)
102
Figura 4.27 – Curva de correlação entre precipitação diária e acumulada de 6 dias para
escorregamentos generalizados em Mariana.
4.4.3 - Discussão dos resultados
Testes realizados utilizando registros de ocorrências de escorregamentos de Ouro Preto
e Mariana mostraram a importância da chuva acumulada nos últimos 6 dias no
monitoramento e previsão de riscos geológicos-geotécnicos. O valor mínimo de
precipitação acumulada capaz de desencadear os processos foi igual a 48,2mm/ 6 dias.
Já o valor pluviométrico em que a probabilidade dos escorregamentos se torna maior,
definido como nível de atenção, foi de 129mm/6 dias.
A mesma análise realizada para as cidades de Ouro Preto e Mariana separadamente não
mostrou resultados significativos para esta última, uma vez que os gráficos de dispersão
apresentaram grande dispersão dos dados. No caso de Ouro Preto o valor mínimo
encontrado foi de 54,1mm/6 dias e o valor onde a possibilidade de escorregamento
parece ser maior foi a partir de totais pluviométricos de 151,4mm acumulados em 6
dias.
Cabe aqui fazer um paralelo com os valores encontrados por Castro (op. cit.) para Ouro
Preto. De acordo com a autora o número de dias de chuva acumulada mais efetivo no
desencadeamento dos processos geodinâmicos foi cinco, sendo neste trabalho
determinado como seis. Comparando os limiares críticos estabelecidos anteriormente
com os limiares dessa pesquisa, para o município de Ouro Preto, é possível notar
PD = 30327PA-1,805
0
20
40
60
80
100
120
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 6 dias
(Mariana)
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)
103
estimativas próximas para nível de atenção tanto para cinco quanto para seis dias de
chuva acumulada, sendo os valores encontrados aqui iguais a 131,9mm/5 dias e
151,4mm/6 dias, estando pouco acima das médias encontradas por Castro (128mm/5
dias e 142,7mm/6 dias).
Os limiares mínimos definidos (38,2mm/5 dias e 51,4mm/6 dias) foram maiores que
aqueles determinados pela autora (22,7mm/5 dias e 29,1mm/6 dias). Este fato pode ser
justificado, posto que os valores utilizados nesta pesquisa foram as médias dos valores
encontrados para todos os anos utilizados na correlação, ao contrário de Castro que
definiu o limiar como o menor valor encontrado em toda a série, sendo os valores
médios definidos pela autora (45,7mm/5 dias e 64,1mm/6 dias) próximos dos definidos
aqui.
A opção pela utilização dos valores médios neste trabalho está relacionada à utilização
desses limiares pela Defesa Civil no Sistema de Alerta de escorregamentos. Valores
muito baixos de precipitação com registros de deslizamentos, provavelmente estão
associados a eventos circunstancias, não diretamente deflagrados pela precipitação e a
definição de um limiar para um estado de alerta envolve custos para Defesa Civil que
poderia se mobilizar para possibilidade de acidentes que não aconteceriam.
A equação encontrada para correlação entre a chuva diária e a chuva acumulada de 6
dias para as duas cidades foi PD = 11280PA-1,535
sendo “PD” a intensidade
pluviométrica diária e “PA” a acumulada pluviométrica. A análise individual das
cidades definiu a equação PD = 14076PA-1,565
para Ouro Preto e PD = 30327PA-1,805
para Mariana.
104
CAPÍTULO 5
CONCLUSÃO
Esta pesquisa possibilitou analisar a influência da precipitação no desencadeamento dos
escorregamentos nas cidades de Ouro Preto e Mariana (sub-bacia do alto Ribeirão do
Carmo), atualizando resultados encontrados em trabalhos anteriores com base em um
banco de dados maior, e fornecendo ferramentas para a defesa civil desses municípios
em relação à aplicação de medidas de prevenção e tomadas de decisões nas áreas de
risco geológico-geotécnico.
A análise da distribuição dos movimentos de massa na área de estudo demonstrou que
os meses de dezembro e janeiro possuem a maior frequência de ocorrências desses
acidentes, sendo registrados aproximadamente 77% do total no período de análise de
1989 a 2012. No período hidrológico ou período de chuvas, considerado de outubro a
março, foram registradas 98,9% das ocorrências, confirmando a teoria de que a
precipitação é o desencadeador imediato destes processos.
A análise desses mesmos dados permitiu ainda identificar as localidades de cada
município mais susceptíveis aos escorregamentos com base no número de ocorrências
registradas no período. Os bairros mais afetados foram aqueles com características
geológicas e geomorfológicas desfavoráveis que sofreram com o processo de ocupação
desordenada. Este resultado possibilita a intensificação de ações nestas áreas,
minimizando os danos causados pelos processos geodinâmicos
Os estudos de correlação entre pluviosidade e escorregamentos confirmaram a
importância da chuva acumulada na deflagração deste tipo de movimento de massa. O
valor da chuva acumulada e o número de dias mais efetivo no processo de instabilização
variaram de um ano para o outro devido o histórico de precipitação no ano, mês ou dias
antecedentes ao período chuvoso estudado. No entanto, a partir da análise dos gráficos
de dispersão, ficou estabelecido como seis, o número de dias de chuva acumulada que
mais influencia na deflagração dos escorregamentos.
O valor mínimo de precipitação acumulada necessária para provocar os acidentes
geológicos-geotécnicos na região foi estimado pelas análises em 48,2mm em 6 dias. O
valor definido como nível de atenção, ou valor com maior probabilidade de ocorrências
105
de escorregamentos, foi de 129mm/6 dias. Na análise individual das cidades, não foi
possível chegar a uma conclusão a partir dos gráficos de dispersão para Mariana. Para
Ouro Preto foram considerados os valores 54,1mm/6 dias e 151,4mm/6 dias como
valores mínimos e de atenção.
Com base nos resultados encontrados a partir do refinamento do cadastro de
movimentos de massa produzido nesta pesquisa, ficou evidente que os escorregamentos
generalizados (mais de um evento no mesmo dia) apresentam uma melhor relação com
a precipitação, sendo os eventos isolados (um escorregamento por dia) uma pequena
porcentagem, normalmente associados à ação antrópica como ocupação de encostas por
assentamentos precários, execução de cortes e aterros instáveis, deposição de lixo nas
encostas, a ausência de sistemas de drenagem de águas pluviais e coleta de esgotos e
elevada densidade populacional.
A investigação da correlação entre a pluviosidade e os escorregamentos em geral
(generalizados e isolados) mostrou-se pouco conclusiva, com grande dispersão dos
dados, possivelmente pelo fato de muitos dos eventos desta amostra estarem
relacionados a processos de outra natureza decorrentes dos problemas mencionados
anteriormente.
Já a análise dos gráficos de correlação entre a pluviometria e os escorregamentos
generalizados na sub-bacia do alto Ribeirão do Carmo permitiu determinar um limiar
pluviométrico crítico a partir do qual é alta a probabilidade de ocorrência de
escorregamentos nas áreas urbanas de Ouro Preto e Mariana. O limiar pluviométrico
definido para a região, combinando a intensidade pluviométrica diária (mm/dia) com a
pluviometria acumulada nos 6 dias antecedentes (mm/6d), definiu uma curva com a
equação PD = 11280PA-1,535
onde “PD” é a intensidade pluviométrica diária e “PA” a
acumulada pluviométrica nos 6 dias antecedentes. Esta curva estabelece a separação
entre índices pluviométricos sem possibilidade de registros de escorregamentos dos
índices com elevada probabilidade de ocorrência desses acidentes.
A partir da análise individual das cidades novos limiares pluviométricos foram
definidos, porém confirmando a influência mais efetiva da chuva acumulada de 6 dias
na deflagração dos escorregamentos. Para Ouro Preto a equação representativa da curva
de separação dos pares de pontos pluviométricos foi PD = 14076PA-1,565
. Já Mariana a
equação foi PD = 30327PA-1,805
.
106
Apesar da grande quantidade de fatores que influenciam nos processos de
escorregamentos, a definição de relações numéricas a partir da variável precipitação,
por meio da retroanálise de eventos passados de escorregamentos generalizados,
mostrou resultados satisfatórios na região estudada, sendo os limiares pluviométricos
obtidos coerentes com os encontrados em estudos realizados anteriormente. Este
método tem uma aplicação prática no monitoramento de áreas de risco pela Defesa
Civil, sendo uma técnica amplamente utilizada em outras regiões.
No entanto, cabem destacar os problemas encontrados ao longo do desenvolvimento
deste estudo que acarretam incertezas aos limiares pluviométricos críticos definidos
aqui, uma vez que se considera a possibilidade de utilização prática da pluviometria
como parâmetro para planos preventivos de defesa civil e sistemas de alerta nas cidades
de Ouro Preto e Mariana.
No presente trabalho não foi possível levar em consideração na análise de correlação a
litologia local, uma vez que o banco de dados dos movimentos de massa utilizado para
pesquisa não apresentavam esses dados.
Os valores pluviométricos críticos aqui apresentados foram definidos com base em
dados de chuva de uma única estação pluviométrica localizada na cidade de Ouro Preto,
distante dos locais onde ocorreram muitos acidentes, principalmente no que diz respeito
aos registrados na cidade de Mariana. A análise de consistência dos dados
pluviométricos realizada apresentou um bom resultado, no entanto, a comparação entre
valores diários de precipitação foi impossibilitada pela ausência de registros em alguns
dias na estação meteorológica utilizada como base de comparação (Samarco), além da
distância e das diferenças fisiográficas incontestáveis entre os dois postos de medição.
Além destas dificuldades encontradas, os registros de chuva eram provenientes de um
pluviômetro, aparelho totalizador da precipitação no dia anterior à leitura, não sendo
possível obter os dados pluviométricos horários no momento em que foi registrado o
movimento de massa. Outro fato diz respeito ao grau de incerteza existente, face ao
relativamente pequeno volume de dados disponíveis nos boletins de ocorrências e à
dificuldade de um melhor refinamento das informações, principalmente em relação ao
horário exato e a data real do escorregamento, uma vez que a solicitação dos moradores
ou atendimento pelo corpo de bombeiros e Defesa Civil muitas vezes se dá no dia
posterior ao ocorrido.
107
Com base nessas considerações, a adoção de algumas medidas é importante para
execução de trabalhos futuros e possíveis calibrações dos limiares pluviométricos aqui
estabelecidos:
Implantação de uma rede de postos pluviométricos em pontos distintos da
região para monitoramento da precipitação de forma mais representativa;
Utilização de estações automáticas, capaz de ler registros de chuvas a cada
15 minutos, ou pelo menos a cada hora. Uma estação pluviométrica
automática de razoável qualidade pode ser obtida por um custo
relativamente baixo (menos de US$ 2000), sem custo de manutenção
elevado, trazendo inúmeros benefícios diretos e indiretos às pesquisas
acadêmicas e ao próprio dia a dia das cidades de Ouro Preto e Mariana.
Cabe lembrar que este já é o segundo trabalho de correlação entre
pluviometria e movimentos de massa, utilizando pluviômetros com leituras
diárias, quando se sabe que chuvas registradas em poucas horas são, muitas
vezes, as principais responsáveis pela deflagração de escorregamentos;
Inclusão de informações mais precisas nos boletins de ocorrências do Corpo
de Bombeiro e da Defesa Civil, como horário provável e tipo do movimento
de massa, de modo a facilitar o desenvolvimento de futuros estudos;
Análise das ocorrências registradas considerando a geologia, fazendo deste
modo um paralelo dos efeitos da precipitação com a litologia local de cada
escorregamento e;
Coleta sistemática dos dados pluviométricos e das informações relativas às
ocorrências, organizando os mesmos em banco de dados que facilite a
realização dos futuros estudos, possibilitando a calibração anual da
pluviometria crítica. Por tratar-se de um resultado empírico, a qualidade da
aplicação das equações depende da amostra dos dados utilizados, sendo
recomendável realizar atualizações, inserindo novos casos de
escorregamentos e ampliando a amostra de dados pluviométricos a cada
estação chuvosa.
Vale ressaltar que a Prefeitura Municipal de Ouro Preto já vem tomando providências
neste sentido com a instalação de 35 pluviógrafos na cidade. A aquisição dos
equipamentos foi feita por meio de um acordo entre Prefeitura de Ouro Preto e o
108
Governo Federal, por intermédio do CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e
Alertas de Desastres Naturais).
Os equipamentos realizam de forma automática a medida e o armazenamento dos
valores de intensidade e do acumulado de precipitação que ocorre sobre o local. A
leitura destes valores é realizada diretamente em um visor digital (ou display), sendo
que o sistema de armazenamento de dados (datalogger) apresenta funcionalidades que
permitem a conexão de um dispositivo externo para a retirada dos dados armazenados,
os quais são enviados para o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres
Naturais (CEMADEN).
Tais medidas permitirão aos Órgãos competentes maior previsibilidade dos movimentos
de massa nas encostas das cidades de Ouro Preto, a partir da implantação de um plano
de contingência para atendimento à população, priorizando as áreas afetadas por um
volume maior de chuva, e assim, garantindo a segurança dos habitantes expostos a
situações de risco; além de possibilitar o desenvolvimento de trabalhos futuros.
109
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TAVARES, R.; ARMANI, G.; PRESSINOTTI, M.M.N.; SANTORO, J.; GALINA, M.H.
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ANEXOS
Anexo I: Gráficos de Dispersão para chuvas acumuladas de 2, 3, 4, 5 e 7 dias.
Figura A.I.1 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 2 dias dos anos de 1989/1990,
1990/1991 e 1991/1992.
0
20
40
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160
01-out-89 16-out-89 31-out-89 15-nov-89 30-nov-89 15-dez-89 30-dez-89
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 2 dias - 1989/1990
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
100
120
140
01-jan-91 07-jan-91 13-jan-91 19-jan-91 25-jan-91 31-jan-91
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 2 dias - 1990/1991
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
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120
140
160
180
01-jan-92 11-jan-92 21-jan-92 31-jan-92 10-fev-92 20-fev-92 01-mar-92
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 2 dias - 1991/1992
Com registros
Sem registros
Figura A.I.2 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 2 dias dos anos de 1995/1996,
1996/1997 e 1999/2000.
0
20
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01-dez-95 07-dez-95 13-dez-95 19-dez-95 25-dez-95 31-dez-95
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 2 dias - 1995/1996
Com registros
Sem registros
0
40
80
120
160
200
240
01-out-96 26-out-96 20-nov-96 15-dez-96 09-jan-97 03-fev-97 28-fev-97
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 2 dias - 1996/1997
Com registros
Sem registros
0
20
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80
100
120
140
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01-jan-00 15-jan-00 29-jan-00 12-fev-00 26-fev-00
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 2 dias - 1999/2000
Com registros
Sem registros
Figura A.I.3 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 2 dias dos anos de 2001/2002,
2002/2003 e 2005/2006.
0
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01-nov-01 26-nov-01 21-dez-01 15-jan-02 09-fev-02 06-mar-02 31-mar-02
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 2 dias - 2001/2002
Com registros
Sem registros
0
20
40
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100
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01-nov-02 26-nov-02 21-dez-02 15-jan-03 09-fev-03 06-mar-03 31-mar-03
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 2 dias - 2002/2003
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
100
120
01-nov-05 26-nov-05 21-dez-05 15-jan-06 09-fev-06 06-mar-06 31-mar-06
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 2 dias - 2005/2006
Com registros
Sem registros
Figura A.I.4 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 2 dias dos anos de 2006/2007,
2010/2011 e 2011/2012.
0
10
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Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 2 dias - 2006/2007
Com registros
Sem registros
0
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60
80
100
01-nov-10 19-nov-10 07-dez-10 25-dez-10 12-jan-11 30-jan-11
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 2 dias - 2010/2011
Com registros
Sem registros
0
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01-dez-11 25-dez-11 18-jan-12 11-fev-12 06-mar-12 30-mar-12
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 2 dias - 2011/2012
Com registros
Sem registros
Figura A.I.5 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 3 dias dos anos de 1989/1990,
1990/1991 e 1991/1992.
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cip
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ão (
mm
)
Data
Acumulada de 3 dias - 1989/1990
Com registros
Sem registros
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Pre
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ão (
mm
)
Data
Acumulada de 3 dias - 1990/1991
Com registros
Sem registros
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Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 3 dias - 1991/1992
Com registros
Sem registros
Figura A.I.6 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 3 dias dos anos de 1995/1996,
1996/1997 e 1999/2000.
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Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 3 dias -1995/1996
Com registros
Sem registros
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01-out-96 26-out-96 20-nov-96 15-dez-96 09-jan-97 03-fev-97 28-fev-97
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 3 dias - 1996/1997
Com registros
Sem registros
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01-jan-00 15-jan-00 29-jan-00 12-fev-00 26-fev-00
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 3 dias - 1999/2000
Com registros
Sem registros
Figura A.I.7 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 3 dias dos anos de 2001/2002,
2002/2003 e 2005/2006.
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Pre
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ão (
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Data
Acumulada de 3 dias - 2001/2002
Com registros
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01-nov-02 26-nov-02 21-dez-02 15-jan-03 09-fev-03 06-mar-03 31-mar-03
Pre
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itaç
ão (
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)
Data
Acumulada de 3 dias - 2002/2003
Com registros
Sem registros
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01-nov-05 26-nov-05 21-dez-05 15-jan-06 09-fev-06 06-mar-06 31-mar-06
Pre
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ação
(m
m)
Data
Acumulada de 3 dias - 2005/2006
Com registros
Sem registros
Figura A.I.8 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 3 dias dos anos de 2006/2007,
2010/2011 e 2011/2012.
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01-out-06 25-out-06 18-nov-06 12-dez-06 05-jan-07 29-jan-07
Pre
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mm
)
Data
Acumulada de 3 dias - 2006/2007
Com registros
Sem registros
0
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01-nov-10 19-nov-10 07-dez-10 25-dez-10 12-jan-11 30-jan-11
Pre
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ão (
mm
)
Data
Acumulada de 3 dias - 2010/2011
Com registros
Sem registros
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01-dez-11 25-dez-11 18-jan-12 11-fev-12 06-mar-12 30-mar-12
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 3 dias - 2011/2012
Com registros
Sem registros
Figura A.I.9 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 4 dias dos anos de 1989/1990,
1990/1991 e 1991/1992.
020406080
100120140160180200220240260
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Pre
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ão (
mm
)
Data
Acumulada de 4 dias - 1989/1990
Com registros
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Pre
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Data
Acumulada de 4 dias - 1990/1991
Com registro
Sem registros
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01-jan-92 11-jan-92 21-jan-92 31-jan-92 10-fev-92 20-fev-92 01-mar-92
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 4 dias - 1991/1992
Com registros
Sem registros
Figura A.I.10 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 4 dias dos anos de 1995/1996,
1996/1997 e 1999/2000.
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mm
)
Data
Acumulada de 4 dias - 1995/1996
Com registros
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)
Data
Acumulada de 4 dias - 1996/1997
Com registros
Sem registros
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Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 4 dias - 1999/2000
Com registros
Sem registros
Figura A.I.11 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 4 dias dos anos de 2001/2002,
2002/2003 e 2005/2006.
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Pre
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)
Data
Acumulada de 4 dias - 2001/2002
Com registros
Sem registros
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01-nov-02 26-nov-02 21-dez-02 15-jan-03 09-fev-03 06-mar-03 31-mar-03
Pre
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itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 4 dias - 2002/2003
Com registros
Sem registros
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01-nov-05 26-nov-05 21-dez-05 15-jan-06 09-fev-06 06-mar-06 31-mar-06
Pre
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ação
(m
m)
Data
Acumulada de 4 dias - 2005/2006
Com registros
Sem registros
Figura A.I.12 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 4 dias dos anos de 2006/2007,
2010/2011 e 2011/2012.
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Pre
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ão (
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Data
Acumulada de 4 dias - 2006/2007
Com registros
Sem registros
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01-nov-10 19-nov-10 07-dez-10 25-dez-10 12-jan-11 30-jan-11
Pre
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ão (
mm
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Data
Acumulada de 4 dias - 2010/2011
Com registros
Sem registros
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01-dez-11 25-dez-11 18-jan-12 11-fev-12 06-mar-12 30-mar-12
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 4 dias - 2011/2012
Com registros
Sem registros
Figura A.I.13 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 5 dias dos anos de 1989/1990,
1990/1991 e 1991/1992.
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Pre
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(m
m)
Data
Acumulad de 5 dias - 1989/1990
Com registros
Sem registros
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01-jan-91 07-jan-91 13-jan-91 19-jan-91 25-jan-91 31-jan-91
Pre
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itaç
ão (
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)
Data
Acumulada de 5 dias - 1990/1991
Com registros
Sem registros
0
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01-jan-92 11-jan-92 21-jan-92 31-jan-92 10-fev-92 20-fev-92 01-mar-92
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 5 dias - 1991/1992
Com registros
Sem registros
Figura A.I.14 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 5 dias dos anos de 1995/1996,
1996/1997 e 1999/2000.
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Pre
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ão (
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Data
Acumulada de 5 dias - 1995/1996
Com registros
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Pre
cip
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ão (
mm
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Data
Acumulada de 5 dias - 1996/1997
Com registros
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Pre
cipit
ação
(m
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Data
Acumulada de 5 dias - 1999/2000
Com registros
Sem registros
Figura A.I.15 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 5 dias dos anos de 2001/2002,
2002/2003 e 2005/2006.
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ão (
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)
Data
Acumulada de 5 dias - 2001/2002
Com registros
Sem registros
0
20
40
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80
100
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160
180
01-nov-02 26-nov-02 21-dez-02 15-jan-03 09-fev-03 06-mar-03 31-mar-03
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 5 dias - 2002/2003
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
100
120
140
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180
01-nov-05 26-nov-05 21-dez-05 15-jan-06 09-fev-06 06-mar-06 31-mar-06
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 5 dias - 2005/2006
Com registros
Sem registros
Figura A.I.16 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 5 dias dos anos de 2006/2007,
2010/2011 e 2011/2012.
0
20
40
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140
01-out-06 25-out-06 18-nov-06 12-dez-06 05-jan-07 29-jan-07
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 5 dias - 2006/2007
Com registros
Sem registros
0
20
40
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120
140
160
01-nov-10 19-nov-10 07-dez-10 25-dez-10 12-jan-11 30-jan-11
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 5 dias - 2010/2011
Com registros
Sem registros
0
40
80
120
160
200
240
280
01-dez-11 25-dez-11 18-jan-12 11-fev-12 06-mar-12 30-mar-12
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 5 dias - 2011/2012
Com registros
Sem registros
Figura A.I.17 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 7 dias dos anos de 1989/1990,
1990/1991 e 1991/1992.
0
40
80
120
160
200
240
280
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360
01-out-89 16-out-89 31-out-89 15-nov-89 30-nov-89 15-dez-89 30-dez-89
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 7 dias - 1989/1990
Com registros
Sem registros
0
50
100
150
200
250
300
01-jan-91 07-jan-91 13-jan-91 19-jan-91 25-jan-91 31-jan-91
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 7 dias - 1990/1991
Com registros
Sem registros
0
40
80
120
160
200
240
280
320
01-jan-92 11-jan-92 21-jan-92 31-jan-92 10-fev-92 20-fev-92 01-mar-92
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 7 dias - 1991/1992
Com registros
Sem registros
Figura A.I.18 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 7 dias dos anos de 1995/1996,
1996/1997 e 1999/2000.
0
20
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60
80
100
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01-dez-95 07-dez-95 13-dez-95 19-dez-95 25-dez-95 31-dez-95
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 7 dias - 1995/1996
Com registros
Sem registros
0
40
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200
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360
400
440
01-out-96 26-out-96 20-nov-96 15-dez-96 09-jan-97 03-fev-97 28-fev-97
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 7 dias - 1996/1997
Com registros
Sem registros
0
40
80
120
160
200
240
280
01-jan-00 15-jan-00 29-jan-00 12-fev-00 26-fev-00
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 7 dias - 1999/2000
Com registros
Sem registros
Figura A.I.19 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 7 dias dos anos de 2001/2002,
2002/2003 e 2005/2006.
0
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01-nov-01 26-nov-01 21-dez-01 15-jan-02 09-fev-02 06-mar-02 31-mar-02
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 7 dias - 2001/2002
Com registros
Sem registros
0
20
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01-nov-02 26-nov-02 21-dez-02 15-jan-03 09-fev-03 06-mar-03 31-mar-03
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 7 dias - 2002/2003
Com registros
Sem registros
0
20
40
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80
100
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140
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01-nov-05 26-nov-05 21-dez-05 15-jan-06 09-fev-06 06-mar-06 31-mar-06
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 7 dias - 2005/2006
Com registros
Sem registros
Figura A.I.20 - Gráfico de dispersão para chuvas acumuladas de 7 dias dos anos de 2006/2007,
2010/2011 e 2011/2012.
0
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01-out-06 25-out-06 18-nov-06 12-dez-06 05-jan-07 29-jan-07
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 7 dias - 2006/2007
Com registros
Sem registros
0
20
40
60
80
100
120
140
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01-nov-10 19-nov-10 07-dez-10 25-dez-10 12-jan-11 30-jan-11
Pre
cip
itaç
ão (
mm
)
Data
Acumulada de 7 dias - 2010/2011
Com registros
Sem registros
0
50
100
150
200
250
300
350
01-dez-11 25-dez-11 18-jan-12 11-fev-12 06-mar-12 30-mar-12
Pre
cipit
ação
(m
m)
Data
Acumulada de 7 dias - 2011/2012
Com registros
Sem registros
Anexo II: Ocorrências de escorregamentos utilizadas para análise de correlação.
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
1 13/10/89 Ouro Preto Piedade Ladeira da Piedade, 170 9,5 29,6 29,6 46,3 46,3 62,3 62,3
2 17/10/89 Ouro Preto Padre Faria Rua Desidério de Matos, 248 (Alto da Cruz) 18,5 18,5 18,5 18,5 28,0 48,1 48,1
3 13/11/89 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 43 (Santa Efigênia) 32,6 44,4 62,8 64,1 64,1 64,1 65,2
4 14/11/89 Ouro Preto Santana Rua 15 de Agosto, 60 (Logradouro) 12,0 44,6 56,4 74,8 76,1 76,1 76,1
5 23/11/89 Ouro Preto Padre Faria Rua Desíderio de Matos, 355 (Alto da Cruz) 19,6 30,6 34,4 36,6 53,4 55,6 55,6
6 30/11/89 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 68A 16,8 17,5 37,7 37,7 37,7 73,1 73,1
7 11/12/89 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 142 24,4 24,4 24,4 24,4 29,5 29,5 29,5
8 11/12/89 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 889 24,4 24,4 24,4 24,4 29,5 29,5 29,5
9 13/12/89 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 328 49,0 84,0 108,4 108,4 108,4 108,4 113,5
10 13/12/89 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 44 49,0 84,0 108,4 108,4 108,4 108,4 113,5
11 13/12/89 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 58 49,0 84,0 108,4 108,4 108,4 108,4 113,5
12 14/12/89 Ouro Preto Centro Rua Salvador Trópia, 210 78,5 127,5 162,5 186,9 186,9 186,9 186,9
13 14/12/89 Ouro Preto São Cristóvão Rua Candeias, 15D 78,5 127,5 162,5 186,9 186,9 186,9 186,9
14 14/12/89 Ouro Preto São Cristóvão Rua Manganês, 1079 78,5 127,5 162,5 186,9 186,9 186,9 186,9
15 14/12/89 Ouro Preto São Cristóvão Rua Pirita, 5 78,5 127,5 162,5 186,9 186,9 186,9 186,9
16 14/12/89 Ouro Preto São Cristóvão Rua Professor Alberto Barbosa, 84 78,5 127,5 162,5 186,9 186,9 186,9 186,9
17 14/12/89 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 182 78,5 127,5 162,5 186,9 186,9 186,9 186,9
18 16/12/89 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, S/N 46,0 124,5 203,0 252,0 287,0 311,4 311,4
19 16/12/89 Ouro Preto Padre Faria Rua Desidério de Matos, 750 (Alto da Cruz) 46,0 124,5 203,0 252,0 287,0 311,4 311,4
20 16/12/89 Ouro Preto Padre Faria Rua Desidério de Matos, ao lado 750 (Alto da Cruz) 46,0 124,5 203,0 252,0 287,0 311,4 311,4
21 23/12/89 Ouro Preto Cabeças Rau Alvarenga, 400 2,5 2,5 106,1 156,7 169,5 176,4 210,6
22 12/01/91 Ouro Preto Piedade Ladeira da Piedade, 174 50,4 86,3 97,0 97,2 102,9 103,6 125,6
23 14/01/91 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Rodrigo Silva, 410 15,8 36,2 86,6 122,5 133,2 133,4 139,1
24 15/01/91 Ouro Preto Cabeças Rua Alvarenga, 219 50,7 66,5 86,9 137,3 173,2 183,9 184,1
25 15/01/91 Ouro Preto Padre Faria Rua Desiderio de Matos, 668 50,7 66,5 86,9 137,3 173,2 183,9 184,1
26 15/01/91 Ouro Preto Piedade Rua da Abolição, 369/384 50,7 66,5 86,9 137,3 173,2 183,9 184,1
27 16/01/91 Ouro Preto Santa Cruz Rua 07, 115 (Santa Efigênia) 20,5 71,2 87,0 107,4 157,8 193,7 204,4
28 17/01/91 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 383 16,2 36,7 87,4 103,2 123,6 174,0 209,9
29 17/01/91 Ouro Preto Antônio Dias Rua Carlos Tomás, 120 16,2 36,7 87,4 103,2 123,6 174,0 209,9
30 17/01/91 Ouro Preto Antônio Dias Rua Conselheiro Quintiliano, 760 (Alto da Cruz) 16,2 36,7 87,4 103,2 123,6 174,0 209,9
31 17/01/91 Ouro Preto Centro Rua Padre Rolim, s/n (próximo ao Educandário) 16,2 36,7 87,4 103,2 123,6 174,0 209,9
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
32 17/01/91 Ouro Preto Santa Cruz Rua Projetada Três, 221 (Santa Efigênia) 16,2 36,7 87,4 103,2 123,6 174,0 209,9
33 17/01/91 Ouro Preto Santa Cruz Rua Projetada Três, 251 (Santa Efigênia) 16,2 36,7 87,4 103,2 123,6 174,0 209,9
34 17/01/91 Ouro Preto São Cristóvão Rua São Miguel Arcanjo, 320 16,2 36,7 87,4 103,2 123,6 174,0 209,9
35 17/01/91 Ouro Preto Volta do Córrego Rua Padre Rolim, 58 (Logradouro, 236) 16,2 36,7 87,4 103,2 123,6 174,0 209,9
36 18/01/91 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Doutor João Veloso, 249 115,2 131,4 151,9 202,6 218,4 238,8 289,2
37 18/01/91 Ouro Preto Alto da Cruz Logradouro, 198 115,2 131,4 151,9 202,6 218,4 238,8 289,2
38 18/01/91 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Faria, 274 115,2 131,4 151,9 202,6 218,4 238,8 289,2
39 18/01/91 Ouro Preto Padre Faria Rua Vereador José Teixeira, 312/314 (Santa Efigênia) 115,2 131,4 151,9 202,6 218,4 238,8 289,2
40 18/01/91 Ouro Preto Santana Rua José Moreira Junior, 532 115,2 131,4 151,9 202,6 218,4 238,8 289,2
41 18/01/91 Ouro Preto Santana Rua São Pedro, 151 115,2 131,4 151,9 202,6 218,4 238,8 289,2
42 19/01/91 Ouro Preto Rosário Rua Getúlio Vargas, S/N 8,2 123,4 139,6 160,1 210,8 226,6 247,0
43 19/01/91 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Rodrigo Silva, 373 8,2 123,4 139,6 160,1 210,8 226,6 247,0
44 04/01/92 Ouro Preto Volta do Córrego Rua Padre Rolim, S/N 25,0 26,4 33,4 79,4 79,4 79,7 121,7
45 10/01/92 Ouro Preto Padre Faria Rua Desiderio de Matos, 670A 35,5 39,3 39,3 39,3 71,3 99,5 124,5
46 15/01/92 Ouro Preto Santana Travessa Santa Rita, 65A 6,6 48,8 79,3 79,3 79,3 114,8 118,6
47 16/01/92 Ouro Preto Saramenha Rua Américo René Gianetti, 1877 18,6 25,2 67,4 97,9 97,9 97,9 133,4
48 20/01/92 Ouro Preto São Cristóvão Rua Platina, 116 81,0 90,1 98,2 132,0 150,6 157,2 199,4
49 21/01/92 Ouro Preto Água Limpa Rua Professor Antônio de Paula Ribas, 282 19,8 100,8 109,9 118,0 151,8 170,4 177,0
50 22/01/92 Ouro Preto Água Limpa Rua Augusto Correia de Magalhães, 143 19,6 39,4 120,4 129,5 137,6 171,4 190,0
51 23/01/92 Ouro Preto Água Limpa Rua Elisa Gramigna Ferrari (São Cristóvão) 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
52 23/01/92 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 1 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
53 23/01/92 Ouro Preto Antônio Dias Travessa das Lajes, 173 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
54 23/01/92 Ouro Preto Cabeças Rua Franklin Amâncio dos Santos, 120 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
55 23/01/92 Ouro Preto Padre Faria Rua Desiderio de Matos, 668 (Caminho da Fábrica) 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
56 23/01/92 Ouro Preto Padre Faria Ruas Vereador José Teixeira, 1 e Pe Martins, 151 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
57 23/01/92 Ouro Preto Piedade Rua da Abolição, 177 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
58 23/01/92 Ouro Preto Piedade Ladeira da Piedade, 136 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
59 23/01/92 Ouro Preto Santana Rua 15 de Agosto, 608 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
60 23/01/92 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 1029 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
61 23/01/92 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 74 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
62 23/01/92 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas (Logradouro 06-85), 120 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
63 23/01/92 Ouro Preto Tombadouro Rua Geraldo Jesus Gonçalves, 155 (Caminho da Fábrica) 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
64 23/01/92 Ouro Preto Volta do Córrego Rua Padre Rolim, S/N 56,5 76,1 95,9 176,9 186,0 194,1 227,9
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
65 24/01/92 Ouro Preto Bauxita Rua Perimetral, 464 106,8 163,3 182,9 202,7 283,7 292,8 300,9
66 24/01/92 Ouro Preto N. Sra. do Carmo Rua 4, 163 106,8 163,3 182,9 202,7 283,7 292,8 300,9
67 24/01/92 Ouro Preto Pilar Rua do Pilar, 86B 106,8 163,3 182,9 202,7 283,7 292,8 300,9
68 24/01/92 Ouro Preto São Cristóvão Rua Platina, 110 106,8 163,3 182,9 202,7 283,7 292,8 300,9
69 24/01/92 Ouro Preto Saramenha Rua Lima Júnior, 1542 106,8 163,3 182,9 202,7 283,7 292,8 300,9
70 25/01/92 Ouro Preto Rosário Rua Gabriel Santos, 200 13,7 120,5 177,0 196,6 216,4 297,4 306,5
71 25/01/92 Ouro Preto Santa Cruz Rua Projetada 3, 270 (Alto da Cruz) 13,7 120,5 177,0 196,6 216,4 297,4 306,5
72 26/01/92 Ouro Preto Alto da Cruz Escadaria da Encardideira, 68 1,3 15,0 121,8 178,3 197,9 217,7 298,7
73 29/01/92 Ouro Preto N. Sra. do Carmo Rua 04 de Maio, 60 8,5 8,7 15,5 16,8 30,5 137,3 193,8
74 02/02/92 Ouro Preto Antônio Dias Rua Chico Rei, 214 11,2 46,6 91,8 98,8 107,3 107,5 114,3
75 02/02/92 Ouro Preto Centro Rua Padre Rolim, S/N (Igreja das Mercês de cima) 11,2 46,6 91,8 98,8 107,3 107,5 114,3
76 02/02/92 Ouro Preto Volta do Córrego Volta do Córrego, S/N 11,2 46,6 91,8 98,8 107,3 107,5 114,3
77 03/02/92 Ouro Preto Água Limpa Rua Joaquim Fortes, 80 60,0 71,2 106,6 151,8 158,8 167,3 167,5
78 03/02/92 Ouro Preto Centro Praça Tiradentes, S/N; Beco do Pilão (próx. IBPC e CAEM) 60,0 71,2 106,6 151,8 158,8 167,3 167,5
79 03/02/92 Ouro Preto Padre Faria Rua Desidério de Matos, 980 60,0 71,2 106,6 151,8 158,8 167,3 167,5
80 03/02/92 Ouro Preto Santana Rua 15 de Agosto, 17 (Logradouro 5877) 60,0 71,2 106,6 151,8 158,8 167,3 167,5
81 05/02/92 Ouro Preto Alto da Cruz Rua 13 de Maio, 827 27,6 53,0 113,0 124,2 159,6 204,8 211,8
82 05/02/92 Ouro Preto Taquaral Rodovia dos Inconfidentes (Motel Sunny-day) 27,6 53,0 113,0 124,2 159,6 204,8 211,8
83 06/02/92 Ouro Preto Alto da Cruz Rua 13 de Maio, 757 42,3 69,9 95,3 155,3 166,5 201,9 247,1
84 06/02/92 Ouro Preto Piedade Rua José Anastácio 42,3 69,9 95,3 155,3 166,5 201,9 247,1
85 06/02/92 Ouro Preto Piedade Taquaral, S/N 42,3 69,9 95,3 155,3 166,5 201,9 247,1
86 07/02/92 Ouro Preto Santa Cruz Rua Projetada, S/N (Santa Efigênia) 8,0 50,3 77,9 103,3 163,3 174,5 209,9
87 08/02/92 Ouro Preto Vila São José Rua Doutor Albino Sartori, 265 18,3 26,3 68,6 96,2 121,6 181,6 192,8
88 04/12/95 Ouro Preto Padre Faria Rua Santa Rita, 820 11,6 11,6 19,1 32,5 35,3 35,3 35,3
89 04/12/95 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Amarantina, 160 11,6 11,6 19,1 32,5 35,3 35,3 35,3
90 14/12/95 Ouro Preto Alto da Cruz Ruas Doutor João Veloso, 118 e Santa Efigênia, 309 97,9 127,4 127,4 127,4 127,4 128,0 138,5
91 14/12/95 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 293 97,9 127,4 127,4 127,4 127,4 128,0 138,5
92 14/12/95 Ouro Preto Barra Beco da Mãe Chica, S/N 97,9 127,4 127,4 127,4 127,4 128,0 138,5
93 14/12/95 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Orquídeas, S/N (a 100m da rua dos Girassois) 97,9 127,4 127,4 127,4 127,4 128,0 138,5
94 14/12/95 Ouro Preto Santa Cruz Rua dos Girassóis, S/N 97,9 127,4 127,4 127,4 127,4 128,0 138,5
95 14/12/95 Ouro Preto Santana Rua José Moreira Junior, 750 97,9 127,4 127,4 127,4 127,4 128,0 138,5
96 14/12/95 Ouro Preto São Cristóvão Rua Padre Rolim, 06 97,9 127,4 127,4 127,4 127,4 128,0 138,5
97 14/12/95 Ouro Preto Tombadouro Rua Geraldo Jesus Gonçalves, 748 (Alto da Cruz) 97,9 127,4 127,4 127,4 127,4 128,0 138,5
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
98 15/12/95 Ouro Preto Antônio Dias Rua José Diogo dos Santos, 58 7,0 104,9 134,4 134,4 134,4 134,4 135,0
99 15/12/95 Ouro Preto Dores Rua Doutor Antonio Ibrahim, 55 7,0 104,9 134,4 134,4 134,4 134,4 135,0
100 15/12/95 Ouro Preto Padre Faria Rua Desidério de Matos, 668 7,0 104,9 134,4 134,4 134,4 134,4 135,0
101 15/12/95 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Orquídeas, S/N 7,0 104,9 134,4 134,4 134,4 134,4 135,0
102 15/12/95 Ouro Preto Santana Rua 24 de Junho, 519 7,0 104,9 134,4 134,4 134,4 134,4 135,0
103 15/12/95 Ouro Preto Santana Rua 24 de Junho, 596 7,0 104,9 134,4 134,4 134,4 134,4 135,0
104 15/12/95 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 48 7,0 104,9 134,4 134,4 134,4 134,4 135,0
105 21/12/95 Ouro Preto Piedade Rua José Anastácio, 215 16,5 23,4 36,2 39,7 40,2 40,2 47,2
106 25/12/95 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 68A 37,1 70,8 75,2 99,7 116,2 123,1 135,9
107 25/12/95 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 68B 37,1 70,8 75,2 99,7 116,2 123,1 135,9
108 25/12/95 Ouro Preto Tombadouro Rua Anacleto Faria, 22 (Santa Efigênia) 37,1 70,8 75,2 99,7 116,2 123,1 135,9
109 25/12/95 Ouro Preto Tombadouro Rua Anacleto Farias, 24 (Santa Efigênia) 37,1 70,8 75,2 99,7 116,2 123,1 135,9
110 26/12/95 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 240 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
111 26/12/95 Ouro Preto Barra Beco da Mãe Chica, S/N 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
112 26/12/95 Ouro Preto Bauxita Rua Perimetral, 464 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
113 26/12/95 Ouro Preto Centro Rua Valentin Policarpo de Lima, 136 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
114 26/12/95 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 51 (Alto da Cruz) 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
115 26/12/95 Ouro Preto Padre Faria Rua Santa Rita, 236 (Alto da Cruz) 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
116 26/12/95 Ouro Preto Santana Rua 15 de Agosto, 608 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
117 26/12/95 Ouro Preto São Cristóvão Rua Padre Rolim, 47 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
118 26/12/95 Ouro Preto Saramenha Rua Américo René Gianetti, 1846 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
119 26/12/95 Ouro Preto Tombadouro Rua Anacleto Faria, 23 (Alto da Cruz) 78,5 115,6 149,3 153,7 178,2 194,7 201,6
120 27/12/95 Ouro Preto Antônio Dias Travessa das Lajes, 154 15,8 94,3 131,4 165,1 169,5 194,0 210,5
121 27/12/95 Ouro Preto Rosário Rua Gabriel Santos, 60 15,8 94,3 131,4 165,1 169,5 194,0 210,5
122 28/12/95 Ouro Preto São Cristóvão Rua Abelardo Braga, 256 13,0 28,8 107,3 144,4 178,1 182,5 207,0
123 30/12/95 Ouro Preto Água Limpa Rua Professor Antonio de Paula Ribas, 161B 8,4 24,8 37,8 53,6 132,1 169,2 202,9
124 01/10/96 Ouro Preto São Cristóvão Rua João XXIII, 99 20,7 20,7 20,7 20,7 20,7 32,1 32,1
125 03/11/96 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 151 (Tombadouro) 18,0 44,5 66,0 66,0 66,0 66,6 107,3
126 18/11/96 Ouro Preto Santa Cruz Rua 1 (das Orquídeas), 23 (Alto da Cruz) 72,3 80,1 87,5 101,1 101,1 101,1 103,9
127 19/11/96 Ouro Preto Bauxita Acesso campus UFOP, 461 (Morro do Cruzeiro) 49,1 121,4 129,2 136,6 150,2 150,2 150,2
128 19/11/96 Ouro Preto Piedade Rua da Abolição, 383 e Logradouro 14174 - n. 37 49,1 121,4 129,2 136,6 150,2 150,2 150,2
129 19/11/96 Ouro Preto Tombadouro Rua Anacleto Farias, 22 (Caminho da Fábrica) 49,1 121,4 129,2 136,6 150,2 150,2 150,2
130 20/11/96 Ouro Preto São Cristóvão Rua José Feliciano de Meira, 236 11,8 60,9 133,2 141,0 148,4 162,0 162,0
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
131 21/11/96 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 1 50,4 62,2 111,3 183,6 191,4 198,8 212,4
132 21/11/96 Ouro Preto Antônio Dias Rua Chico Rei, 286B (Alto da Cruz) 50,4 62,2 111,3 183,6 191,4 198,8 212,4
133 21/11/96 Ouro Preto Padre Faria Rua Cristo Operário, 41 (Alto da Cruz) 50,4 62,2 111,3 183,6 191,4 198,8 212,4
134 21/11/96 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 143 50,4 62,2 111,3 183,6 191,4 198,8 212,4
135 21/11/96 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 155 50,4 62,2 111,3 183,6 191,4 198,8 212,4
136 21/11/96 Ouro Preto Piedade Rua da Abolição, 384 50,4 62,2 111,3 183,6 191,4 198,8 212,4
137 21/11/96 Ouro Preto Santa Cruz Rua dos Girassóis, 120 50,4 62,2 111,3 183,6 191,4 198,8 212,4
138 21/11/96 Ouro Preto Santa Cruz Rua dos Ipês, 50 50,4 62,2 111,3 183,6 191,4 198,8 212,4
139 21/11/96 Ouro Preto Tombadouro Rua Geraldo Jesus Gonçalves, 43 50,4 62,2 111,3 183,6 191,4 198,8 212,4
140 22/11/96 Ouro Preto Bauxita Lagoa do Gambá, S/N (próx. n. 1070) 54,2 104,6 116,4 165,5 237,8 245,6 253,0
141 22/11/96 Ouro Preto Cabeças Rua Alvarenga, 58 54,2 104,6 116,4 165,5 237,8 245,6 253,0
142 22/11/96 Ouro Preto Centro Rua Teixeira Amaral, 24 (Restaurante) 54,2 104,6 116,4 165,5 237,8 245,6 253,0
143 22/11/96 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 151 (Caminho da Fábrica) 54,2 104,6 116,4 165,5 237,8 245,6 253,0
144 22/11/96 Ouro Preto Santa Cruz Rua dos Ipês, 94 54,2 104,6 116,4 165,5 237,8 245,6 253,0
145 24/11/96 Ouro Preto Barra Beco da Mãe Chica, S/N 3,6 39,0 93,2 143,6 155,4 204,5 276,8
146 24/11/96 Ouro Preto Tombadouro Rua José Moreira Dias, 173 (Caminho da Fábrica) 3,6 39,0 93,2 143,6 155,4 204,5 276,8
147 12/12/96 Ouro Preto Alto da Cruz Rua do Cruzeiro, 64 21,2 21,2 21,2 36,1 51,4 53,1 53,1
148 19/12/96 Ouro Preto Santana Rua 15 de Agosto, 388A 1,4 8,4 22,0 40,5 81,5 85,3 100,7
149 23/12/96 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Flores, 141 15,8 35,8 61,7 109,5 110,9 117,9 131,5
150 30/12/96 Ouro Preto Saramenha Rua José da Silva Mendes, 91 3,3 3,3 11,0 14,8 80,0 90,0 126,0
151 02/01/97 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 315 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
152 02/01/97 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 80 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
153 02/01/97 Ouro Preto Antônio Dias Rua Padre Antonio Gabriel Carvalho, 89 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
154 02/01/97 Ouro Preto Barra Rua Argemiro Sana, 122 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
155 02/01/97 Ouro Preto Bauxita Rua Perimetral, 464 (proximidades) 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
156 02/01/97 Ouro Preto Dores Rua Doutor Antônio Ibrahim, 55 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
157 02/01/97 Ouro Preto Dores Rua Doutor Antônio Ibrahim, 66 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
158 02/01/97 Ouro Preto N. Sra. do Carmo Rua 4, 163 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
159 02/01/97 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 151/142 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
160 02/01/97 Ouro Preto São Cristóvão Rua Manganês, 193 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
161 02/01/97 Ouro Preto São Cristóvão Rua Manganês, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
162 02/01/97 Ouro Preto Saramenha Rua Lima Júnior 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
163 02/01/97 Ouro Preto Saramenha Rua Lima Júnior, 1582 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
164 02/01/97 Ouro Preto Saramenha Rodovia Rodrigo Mello Franco de Andrade 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
165 02/01/97 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 1021/1029 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
166 02/01/97 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 891 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
167 02/01/97 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 925 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
168 02/01/97 Mariana Cabanas Rua Lafaiete, 120 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
169 02/01/97 Mariana Cabanas Rua Lavras, 91 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
170 02/01/97 Mariana Cabanas Rua Lavras, 119 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
171 02/01/97 Mariana Cabanas Rua Rio Casca, 121 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
172 02/01/97 Mariana Cartucha Rua São Geraldo, 231 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
173 02/01/97 Mariana Cartucha Travessa da Cartucha, 68 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
174 02/01/97 Mariana Cartucha Travessa da Cartucha, 256 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
175 02/01/97 Mariana Rosário Rua Cerejeira, 101 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
176 02/01/97 Mariana Rosário Rua Ipê, 40 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
177 02/01/97 Mariana Rosário Rua Ipê, 40A 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
178 02/01/97 Mariana Rosário Rua Mogno, 50 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
179 02/01/97 Mariana Rosário Rua Perimetral Sucupira, 41 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
180 02/01/97 Mariana Rosário Rua Perimetral Sucupira, 256 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
181 02/01/97 Mariana Rosário Rua Perimetral Sucupira, 430 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
182 02/01/97 Mariana Rosário Rua Perimetral Sucupira, 475A 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
183 02/01/97 Mariana Rosário Rua Perimetral Sucupira, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
184 02/01/97 Mariana Rosário Rua Perimetral Sucupira, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
185 02/01/97 Mariana Rosário Rua Perimetral Sucupira, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
186 02/01/97 Mariana Rosário Rua Pinho, 530 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
187 02/01/97 Mariana Rosário Rua Vinhático, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
188 02/01/97 Mariana Santana Rua Alfredo de Moraes, 154 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
189 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Beco Santo Antônio, 156 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
190 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 10, 39 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
191 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 10, 49 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
192 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 10, 80 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
193 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 11, 11 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
194 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 11, 31 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
195 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 11, 41 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
196 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 11, 61 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
197 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 11, 70 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
198 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 11, 80 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
199 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua 3, 53 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
200 02/01/97 Mariana Sto. Antônio Rua Santo Antônio, 51 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
201 02/01/97 Mariana São Cristóvão Rua das Rosas, 491 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
202 02/01/97 Mariana São Cristóvão Rua das Rosas, 501 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
203 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua Pref. Daniel Carlos Gomes, 30 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
204 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua Pref. João Sampaio, 189 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
205 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua Pref. João Sampaio, 240 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
206 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, 309 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
207 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, 330 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
208 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, 427 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
209 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, 439 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
210 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
211 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
212 02/01/97 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
213 02/01/97 Mariana São Gonçalo Travessa São Gonçalo, 206 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
214 02/01/97 Mariana São Pedro Rua Prof. Lauro de Moraes, 136 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
215 02/01/97 Mariana São Pedro Rua Prof. Lauro de Moraes, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
216 02/01/97 Mariana São Pedro Rua Prof. Lauro de Moraes, S/N 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
217 02/01/97 Mariana São Sebastião Rua Acre, 89 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
218 02/01/97 Mariana São Sebastião Rua Amâncio Arinos de Queiroz, 52 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
219 02/01/97 Mariana São Sebastião Rua Amazonas, 82 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
220 02/01/97 Mariana São Sebastião Rua Rubi, 208 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
221 02/01/97 Mariana São Sebastião Rua Topázio,7 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
222 02/01/97 Mariana Vila Mata d'Ouro Rua Luci de Moraes, 478fn 89,6 109,8 109,8 113,1 113,1 120,8 124,6
223 03/01/97 Ouro Preto Água Limpa Rua Tomé Afonso, 355 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
224 03/01/97 Ouro Preto Bauxita Rua Perimetral, 512 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
225 03/01/97 Ouro Preto Cabeças Rua Professor Honório Esteves, 240 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
226 03/01/97 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 71A (Caminho da Fábrica) 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
227 03/01/97 Ouro Preto Rosário Rua Gabriel Santos, 78 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
228 03/01/97 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Flores, 141 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
229 03/01/97 Ouro Preto São Cristóvão Mecânico José Português 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
230 03/01/97 Ouro Preto São Cristóvão Rua Manganês, 55 (Logradouro) 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
231 03/01/97 Ouro Preto São Cristóvão Rua Professor Brito Machado, 83A 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
232 03/01/97 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Alterosa, 47 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
233 03/01/97 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Rodrigo Silva, 424 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
234 03/01/97 Ouro Preto Volta do Córrego Rua Vereador Miguel Alves Pereira, S/N 114,2 203,8 224,0 224,0 227,3 227,3 235,0
235 04/01/97 Ouro Preto Antônio Dias Rua Dom Silvério, 258 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
236 04/01/97 Ouro Preto Barra Rua Pandiá Calógeras, 146 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
237 04/01/97 Ouro Preto N. Sra. do Carmo Rua 4, 163A 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
238 04/01/97 Ouro Preto Piedade Logradouro 5.007, n. 25 e n.45 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
239 04/01/97 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Violetas, 197 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
240 04/01/97 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Violetas, 256 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
241 04/01/97 Ouro Preto São Cristóvão Rua São Miguel Arcanjo, 227 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
242 04/01/97 Ouro Preto Saramenha Rua Adelaide Ansaloni, 341 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
243 04/01/97 Ouro Preto Saramenha Rua Manoel Rioga, 97 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
244 04/01/97 Ouro Preto Tombadouro Rua Anacleto Faria, 41 (Pe Faria) 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
245 04/01/97 Ouro Preto Volta do Córrego Rua Vereador Miguel Alves Pereira, 650 110,2 224,4 314,0 334,2 334,2 337,5 337,5
246 05/01/97 Ouro Preto Barra Rua Othon Guimarães, 01 27,3 137,5 251,7 341,3 361,5 361,5 364,8
247 05/01/97 Ouro Preto Pilar Rua Benedito Valadares, 241 27,3 137,5 251,7 341,3 361,5 361,5 364,8
248 05/01/97 Ouro Preto São Cristóvão Rua José Araujo Dias, 185C 27,3 137,5 251,7 341,3 361,5 361,5 364,8
249 05/01/97 Ouro Preto São Cristóvão Rua Tomás Brandão, 180 27,3 137,5 251,7 341,3 361,5 361,5 364,8
250 05/01/97 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Amarantina, 245 27,3 137,5 251,7 341,3 361,5 361,5 364,8
251 05/01/97 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Rodrigo Silva, 478 27,3 137,5 251,7 341,3 361,5 361,5 364,8
252 06/01/97 Ouro Preto Cabeças Rua Franklin Amâncio dos Santos, 128 44,2 71,5 181,7 295,9 385,5 405,7 405,7
253 06/01/97 Ouro Preto Cabeças Rua Franklin Amâncio dos Santos, 81 44,2 71,5 181,7 295,9 385,5 405,7 405,7
254 06/01/97 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Mangabeiras, 260 44,2 71,5 181,7 295,9 385,5 405,7 405,7
255 06/01/97 Ouro Preto Saramenha Rua José da Silva Mendes, 176 44,2 71,5 181,7 295,9 385,5 405,7 405,7
256 06/01/97 Ouro Preto Saramenha Rua Manoel Rioga, 07 (ou 57?) 44,2 71,5 181,7 295,9 385,5 405,7 405,7
257 06/01/97 Ouro Preto Vila São José Rua Doutor Albino Sartori, 279 44,2 71,5 181,7 295,9 385,5 405,7 405,7
258 08/01/97 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 1 6,7 6,7 50,9 78,2 188,4 302,6 392,2
259 08/01/97 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 173 6,7 6,7 50,9 78,2 188,4 302,6 392,2
260 08/01/97 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 179 6,7 6,7 50,9 78,2 188,4 302,6 392,2
261 08/01/97 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 237 (ou 357) 6,7 6,7 50,9 78,2 188,4 302,6 392,2
262 08/01/97 Ouro Preto Rosário Rua Getúlio Vargas, 180 6,7 6,7 50,9 78,2 188,4 302,6 392,2
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
263 13/01/97 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Cachoeira do Campo, 229 22,7 22,7 22,7 22,7 22,7 29,4 29,4
264 16/01/97 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Flores, 92/104 5,5 5,5 6,4 29,1 29,1 29,1 29,1
265 16/01/97 Ouro Preto Saramenha Rua Itacolomi, 814 5,5 5,5 6,4 29,1 29,1 29,1 29,1
266 16/01/97 Ouro Preto Volta do Córrego Rua Vereador Miguel Alves Pereira, 67 (Centro) 5,5 5,5 6,4 29,1 29,1 29,1 29,1
267 17/01/97 Ouro Preto Antônio Dias Rua Dom Silvério, 258 16,3 21,8 21,8 22,7 45,4 45,4 45,4
268 01/02/97 Ouro Preto Santa Cruz Rua dos Girassóis, 03 28,0 77,5 77,7 77,7 77,7 77,7 77,7
269 24/02/97 Ouro Preto Antônio Dias Rua Dom Silvério, 258 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0
270 26/01/00 Mariana Rosário Rua Epsilon, 32 31,4 44,9 49,4 52,8 66,0 66,5 77,3
271 26/01/00 Mariana Rosário Rua Gameleira, 41 31,4 44,9 49,4 52,8 66,0 66,5 77,3
272 27/01/00 Mariana Galego Rua A, 91 18,4 49,8 63,3 67,8 71,2 84,4 84,9
273 27/01/00 Mariana Rosário Rua Gameleira, S/N 18,4 49,8 63,3 67,8 71,2 84,4 84,9
274 27/01/00 Mariana Rosário Rua Pau - Brasil, S/N 18,4 49,8 63,3 67,8 71,2 84,4 84,9
275 27/01/00 Ouro Preto Bauxita Rodovia dos Inconfidentes 18,4 49,8 63,3 67,8 71,2 84,4 84,9
276 28/01/00 Mariana Rosário Rua Perimetral Sucupira, 215 114,3 132,7 164,1 177,6 182,1 185,5 198,7
277 28/01/00 Mariana Sto. Antônio Rua 11, 80 114,3 132,7 164,1 177,6 182,1 185,5 198,7
278 29/01/00 Mariana Sto. Antônio Rua 10, 49 47,0 161,3 179,7 211,1 224,6 229,1 232,5
279 09/02/00 Mariana Cartucha Rua Cartucha, 310 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
280 09/02/00 Mariana Centro Rua do Catete, S/N 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
281 09/02/00 Mariana Centro Rua Dom Silvério, cemt 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
282 09/02/00 Mariana Galego Rua Alfredo de Moraes, 6 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
283 09/02/00 Mariana Rosário Rua Gameleira, 22 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
284 09/02/00 Mariana Rosário Rua Gameleira, 28 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
285 09/02/00 Mariana Sto. Antônio Rua 10, S/N 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
286 09/02/00 Mariana Sto. Antônio Rua 11, 11 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
287 09/02/00 Mariana São Gonçalo Rua Pref. Daniel Carlos Gomes, 40 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
288 09/02/00 Mariana São Gonçalo Rua Pref. João Sampaio, 207 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
289 09/02/00 Mariana São Gonçalo Rua Pref. João Sampaio, 211 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
290 09/02/00 Mariana São Sebastião Rua Amazonas, 666 17,8 47,3 77,8 78,7 78,7 78,7 79,2
291 18/11/01 Ouro Preto Alto da Cruz Rua 13 de maio, 864A 45,8 65,8 83,6 83,6 99,6 146,6 154,3
292 18/11/01 Ouro Preto Piedade Rua José Anastacio, 215 45,8 65,8 83,6 83,6 99,6 146,6 154,3
293 18/11/01 Ouro Preto Padre Faria Rua Santa Rita, 677 45,8 65,8 83,6 83,6 99,6 146,6 154,3
294 18/11/01 Ouro Preto Alto da Cruz Rua 15 de Agosto, 712A 45,8 65,8 83,6 83,6 99,6 146,6 154,3
295 18/11/01 Ouro Preto Alto da Cruz Rua 13 de maio, 455 45,8 65,8 83,6 83,6 99,6 146,6 154,3
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
296 18/11/01 Ouro Preto Santana Rua 24 de junho, 557 45,8 65,8 83,6 83,6 99,6 146,6 154,3
297 19/11/01 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Palmas, 650 1,3 47,1 67,1 84,9 84,9 100,9 147,9
298 19/11/01 Ouro Preto Água Limpa Rua Irmãos Kennedy, S/N 1,3 47,1 67,1 84,9 84,9 100,9 147,9
299 19/11/01 Ouro Preto Veloso Rua Tomé de Vasconcelos, 369 1,3 47,1 67,1 84,9 84,9 100,9 147,9
300 19/11/01 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Margaridas, 57B 1,3 47,1 67,1 84,9 84,9 100,9 147,9
301 01/12/01 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Rodrigo Silva, 36 66,0 69,4 97,4 97,4 102,2 108,6 108,9
302 15/12/01 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Juvêncio Pinto, 72 17,4 17,4 17,4 17,4 17,4 17,4 17,4
303 18/12/01 Ouro Preto Piedade Rua José Anastacio, S/N 18,6 77,9 88,5 105,9 105,9 105,9 105,9
304 28/12/01 Mariana São Gonçalo Travessa São Gonçalo, 59 2,3 24,8 37,4 38,1 38,9 38,9 66,9
305 30/12/01 Ouro Preto Morro São João Ladeira João de Paiva, 800 35,5 44,4 46,7 69,2 81,8 82,5 83,3
306 31/12/01 Ouro Preto Bauxita Av. JK , 24 23,4 58,9 67,8 70,1 92,6 105,2 105,9
307 04/01/02 Mariana Cabanas Rua Pitangui, 360 14,7 19,4 19,4 47,4 70,8 106,3 115,2
308 04/01/02 Mariana Cartucha Travessa da Cartucha, 63 14,7 19,4 19,4 47,4 70,8 106,3 115,2
309 04/01/02 Mariana Sto. Antônio Rua A, 105 14,7 19,4 19,4 47,4 70,8 106,3 115,2
310 06/01/02 Ouro Preto Padre Faria Rua Padre Martins, 147 6,1 33,3 48,0 52,7 52,7 80,7 104,1
311 16/01/02 Mariana Rosário Rua Ébano, 267 19,6 33,6 51,9 51,9 51,9 54,7 54,7
312 16/01/02 Mariana Rosário Rua Pau - Brasil, 11 19,6 33,6 51,9 51,9 51,9 54,7 54,7
313 16/01/02 Mariana Sto. Antônio Rua 10, 49 19,6 33,6 51,9 51,9 51,9 54,7 54,7
314 16/01/02 Mariana São Cristóvão Rua das Rosas, 471 19,6 33,6 51,9 51,9 51,9 54,7 54,7
315 16/01/02 Mariana São Cristóvão Rua das Rosas, 481 19,6 33,6 51,9 51,9 51,9 54,7 54,7
316 18/01/02 Mariana Centro Rua Mestre Vicente, 38A 57,0 58,6 78,2 92,2 110,5 110,5 110,5
317 18/01/02 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, 454 57,0 58,6 78,2 92,2 110,5 110,5 110,5
318 19/01/02 Ouro Preto Cruzeiro Rua do Cruzeiro, S/N 30,2 87,2 88,8 108,4 122,4 140,7 140,7
319 18/02/02 Ouro Preto Centro Rua Xavier da Veiga, 506 29,0 73,3 75,5 76,4 76,4 76,4 76,4
320 18/02/02 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Flores, 138 29,0 73,3 75,5 76,4 76,4 76,4 76,4
321 19/02/02 Mariana São Cristóvão Rua das Rosas (7 casas) 21,3 50,3 94,6 96,8 97,7 97,7 97,7
322 19/02/02 Mariana Vila do Carmo Av. Nossa Senhora do Carmo, 742 21,3 50,3 94,6 96,8 97,7 97,7 97,7
323 20/02/02 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 833 17,1 38,4 67,4 111,7 113,9 114,8 114,8
324 20/02/02 Ouro Preto Pilar Rua José Alexandre da Silva, 108E 17,1 38,4 67,4 111,7 113,9 114,8 114,8
325 06/03/02 Ouro Preto Santa Cruz Rua dos Cravos, 209 19,7 19,7 19,7 19,7 19,7 21,7 22,3
326 17/11/02 Ouro Preto São Cristovão Rua Padre Rolim, 1129 26,8 66,2 66,2 66,2 87,7 124,8 124,8
327 18/11/02 Ouro Preto Água Limpa Rua Tomé de Vasconcelos, 270 59,8 86,6 126,0 126,0 126,0 147,5 184,6
328 19/11/02 Ouro Preto Pocinho Rod. Rodrigo Melo Franco Andrade, S/N 1,0 60,8 87,6 127,0 127,0 127,0 148,5
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
329 25/11/02 Ouro Preto Centro Rua Manoel I. de Carvalho, 77 1,4 3,8 36,2 36,4 36,4 83,0 84,0
330 11/12/02 Ouro Preto Caminho da Fábrica Travessa Padre Martins, 166 29,4 45,4 50,6 69,2 91,0 100,0 100,0
331 11/12/02 Ouro Preto Padre Faria Rua Geraldo Jesus Gonçalves, 96 29,4 45,4 50,6 69,2 91,0 100,0 100,0
332 12/12/02 Ouro Preto Vila São José Rua Dr. Afonso Baeta, 102 62,8 92,2 108,2 113,4 132,0 153,8 162,8
333 12/12/02 Ouro Preto Água Limpa Rua Benjamim Machado, 298 62,8 92,2 108,2 113,4 132,0 153,8 162,8
334 13/12/02 Ouro Preto São Francisco Rua Vereador Miguel Alves Pereira, 441B 47,6 110,4 139,8 155,8 161,0 179,6 201,4
335 13/12/02 Ouro Preto São Cristovão Rua Professor Brito Machado, 49 47,6 110,4 139,8 155,8 161,0 179,6 201,4
336 14/12/02 Ouro Preto Alto da Cruz Rua do Cruzeiro, 205 5,7 53,3 116,1 145,5 161,5 166,7 185,3
337 18/12/02 Ouro Preto São Cristovão Rua Mecânico José Português, 89 9,6 22,1 25,9 42,1 47,8 95,4 158,2
338 26/12/02 Ouro Preto Alto da Cruz Rua 13 de maio, 365 69,7 69,7 88,7 106,9 115,4 115,4 115,4
339 05/01/03 Ouro Preto São Cristovão Rua José Pedro de Meira, 30 17,0 32,2 73,8 74,2 90,8 112,2 141,2
340 06/01/03 Mariana São Sebastião Rua Acre, 89 15,3 32,3 47,5 89,1 89,5 106,1 127,5
341 07/01/03 Ouro Preto Caminho da Fábrica Rua Anacleto Faria, 18 33,7 49,0 66,0 81,2 122,8 123,2 139,8
342 07/01/03 Ouro Preto Saramenha Rua Felícia Mendes, 190 33,7 49,0 66,0 81,2 122,8 123,2 139,8
343 07/01/03 Ouro Preto Cabeças Rua Franklin Amâncio dos Santos, 120 33,7 49,0 66,0 81,2 122,8 123,2 139,8
344 07/01/03 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Chico Rei, 286C 33,7 49,0 66,0 81,2 122,8 123,2 139,8
345 07/01/03 Ouro Preto São Cristovão Logradouro 235, 75 33,7 49,0 66,0 81,2 122,8 123,2 139,8
346 07/01/03 Ouro Preto Passa Dez Rua João Custódio, S/N 33,7 49,0 66,0 81,2 122,8 123,2 139,8
347 07/01/03 Ouro Preto Pocinho Rodovia Rodrigo Melo Franco de Andrade, S/N 33,7 49,0 66,0 81,2 122,8 123,2 139,8
348 07/01/03 Ouro Preto Alto da Cruz Rua do Cruzeiro, 263 33,7 49,0 66,0 81,2 122,8 123,2 139,8
349 13/01/03 Mariana Cartucha Rua Capitão Lúcio, 305 7,3 7,7 36,4 39,4 41,0 108,3 142,0
350 13/01/03 Mariana Cartucha Rua Cartucha, 220 7,3 7,7 36,4 39,4 41,0 108,3 142,0
351 13/01/03 Mariana Rosário Rua Bom Sucesso, 199 7,3 7,7 36,4 39,4 41,0 108,3 142,0
352 13/01/03 Mariana Rosário Rua Perimetral Sucupira, 171 7,3 7,7 36,4 39,4 41,0 108,3 142,0
353 13/01/03 Mariana Sto. Antônio Beco Santo Antônio, 125C 7,3 7,7 36,4 39,4 41,0 108,3 142,0
354 13/01/03 Mariana Sto. Antônio Beco Santo Antônio, 156 7,3 7,7 36,4 39,4 41,0 108,3 142,0
355 13/01/03 Mariana Cartucha Travessa da Cartucha, 68 7,3 7,7 36,4 39,4 41,0 108,3 142,0
356 15/01/03 Mariana São José Rua A, 45 14,6 16,8 24,1 24,5 53,2 56,2 57,8
357 16/01/03 Mariana Centro Rua Dom Silvério, 426B 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
358 16/01/03 Mariana Rosário Rua Bom Sucesso, 57 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
359 16/01/03 Mariana Rosário Rua Bom Sucesso, 115 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
360 16/01/03 Mariana Rosário Rua Gameleira, 39 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
361 16/01/03 Mariana Rosário Rua Gameleira, 41 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
362 16/01/03 Mariana Rosário Rua Pau - Brasil, 53 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
363 16/01/03 Mariana Rosário Rua Pau - Brasil, 131 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
364 16/01/03 Mariana Sta. Rita de Cássia Rua Sumidouro, S/N 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
365 16/01/03 Mariana Sto. Antônio Rua A, 115 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
366 16/01/03 Mariana São Gonçalo Rua Pref. Daniel Carlos Gomes, 40 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
367 16/01/03 Mariana São Gonçalo Rua Pref. João Sampaio, 189 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
368 16/01/03 Mariana São Gonçalo Travessa São Gonçalo, 40 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
369 16/01/03 Mariana São Gonçalo Travessa São Gonçalo, 221 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
370 16/01/03 Mariana São Sebastião Rua Amâncio Arinos de Queiroz, 284 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
371 16/01/03 Mariana Vila Mata d'Ouro Rua Luci de Moraes, 546 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
372 16/01/03 Mariana Vila Mata d'Ouro Rua Luci de Moraes, 560 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
373 16/01/03 Ouro Preto Taquaral Rua Farmacêutico Duilo Passos, 1499 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
374 16/01/03 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Rodrigo Silva, 32 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
375 16/01/03 Ouro Preto Antônio Dias Rua Padre Tobias, 75 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
376 16/01/03 Ouro Preto Água Limpa Rua Professor Antônio de Paulo Ribas, 259 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
377 16/01/03 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 62 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
378 16/01/03 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 74 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
379 16/01/03 Ouro Preto Santana Rua Santa Marta, 86 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
380 16/01/03 Ouro Preto Santana Rua Uberlândia, 35 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
381 16/01/03 Ouro Preto Bauxita Rua Perimetral, 464 66,4 81,0 83,2 90,5 90,9 119,6 122,6
382 17/01/03 Mariana Sto. Antônio Rua 11, 80A 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
383 17/01/03 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 188 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
384 17/01/03 Ouro Preto Santana Rua Santa Marta, 10 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
385 17/01/03 Ouro Preto Barra Rua dos Inconfidentes, 67 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
386 17/01/03 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 165 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
387 17/01/03 Ouro Preto Barra Rua dos Inconfidentes, 30 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
388 17/01/03 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 01 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
389 17/01/03 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 36 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
390 17/01/03 Ouro Preto Piedade Rua da Abolição, 390 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
391 17/01/03 Ouro Preto Santana Rua 15 de Agosto, 265 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
392 17/01/03 Ouro Preto Córrego Seco Rua Uberlândia, 2058 16,7 83,1 97,7 99,9 107,2 107,6 136,3
393 18/01/03 Ouro Preto Água Limpa Rua Professor Antônio de Paulo Ribas, 229 15,4 32,1 98,5 113,1 115,3 122,6 123,0
394 18/01/03 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Flores, 106 15,4 32,1 98,5 113,1 115,3 122,6 123,0
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
395 19/01/03 Ouro Preto Caminho da Fábrica Travessa Padre Martins, 35 25,5 40,9 57,6 124,0 138,6 140,8 148,1
396 19/01/03 Ouro Preto Alto das Dores Rua Jair Afonso Inácio, 123 25,5 40,9 57,6 124,0 138,6 140,8 148,1
397 19/01/03 Ouro Preto Antônio Dias Rua Dr. João Veloso, 45 25,5 40,9 57,6 124,0 138,6 140,8 148,1
398 19/01/03 Ouro Preto Saramenha Rua Euclides Mapa, 124 25,5 40,9 57,6 124,0 138,6 140,8 148,1
399 19/01/03 Ouro Preto São Cristovão Rua Vereador Miguel Alves Pereira, 368 25,5 40,9 57,6 124,0 138,6 140,8 148,1
400 20/01/03 Mariana Vila Mata d'Ouro Rua Luci de Moraes, 596 3,2 28,7 44,1 60,8 127,2 141,8 144,0
401 20/01/03 Ouro Preto Antônio Dias Rua Padre Gabriel Carvalho, 61 3,2 28,7 44,1 60,8 127,2 141,8 144,0
402 21/01/03 Mariana Sta. Rita de Cássia Rua Ribeirão do Carmo, 227 11,0 14,2 39,7 55,1 71,8 138,2 152,8
403 21/01/03 Mariana Vila do Carmo Av. Nossa Senhora do Carmo, S/N 11,0 14,2 39,7 55,1 71,8 138,2 152,8
404 22/01/03 Ouro Preto N. Sra. do Carmo Rua da Lagoa, 1135A 37,3 48,3 51,5 77,0 92,4 109,1 175,5
405 22/01/03 Ouro Preto São Cristovão Rua Padre Carmelho, 100 37,3 48,3 51,5 77,0 92,4 109,1 175,5
406 23/01/03 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Rosas, 35 19,3 56,6 67,6 70,8 96,3 111,7 128,4
407 23/01/03 Ouro Preto Santa Cruz Rua dos Girassóis, 85 19,3 56,6 67,6 70,8 96,3 111,7 128,4
408 29/01/03 Mariana Estrela do Sul Rua Rouxinol, 132 2,3 2,3 2,3 2,3 13,2 13,2 32,5
409 29/01/03 Mariana Estrela do Sul Rua Rouxinol, 135 2,3 2,3 2,3 2,3 13,2 13,2 32,5
410 29/01/03 Mariana Estrela do Sul Rua Rouxinol, 142 2,3 2,3 2,3 2,3 13,2 13,2 32,5
411 29/01/03 Mariana São Sebastião Rua Acre, 211B 2,3 2,3 2,3 2,3 13,2 13,2 32,5
412 31/01/03 Mariana Cartucha Rua Cartucha, 121 fn 4,0 29,2 31,5 31,5 31,5 31,5 42,4
413 31/01/03 Mariana Sto. Antônio Rua A, 105B 4,0 29,2 31,5 31,5 31,5 31,5 42,4
414 11/03/03 Ouro Preto Piedade Travessa 13 de maio, 375 1,3 3,4 23,6 23,6 23,6 23,6 25,6
415 20/03/03 Ouro Preto Pilar Epominas, S/N 17,3 23,3 28,8 43,6 48,4 63,8 66,6
416 22/03/03 Mariana Cabanas Rua Pitangui, 360 35,2 35,2 52,5 58,5 64,0 78,8 83,6
417 22/03/03 Mariana Sta. Rita de Cássia Rua Ribeirão do Carmo, 225 35,2 35,2 52,5 58,5 64,0 78,8 83,6
418 19/11/05 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Miguel Burnier, 90 4,4 11,6 15 15 15 15 17,3
419 24/11/05 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Mangabeiras, 337 5,7 5,9 8,9 17,5 44,2 48,6 55,8
420 29/11/05 Ouro Preto Padre Faria Trav. 8 de Setembro, 86 5 6 16 39 41 46,7 46,9
421 11/12/05 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Maestro Joaquim, 251 58,2 58,2 62,2 62,7 94,2 94,2 94,2
422 11/12/05 Ouro Preto Caminho da Fábrica Rua Padre Martins, 145 58,2 58,2 62,2 62,7 94,2 94,2 94,2
423 11/12/05 Ouro Preto Morro da Queimada Rua XV de Agosto, 771 58,2 58,2 62,2 62,7 94,2 94,2 94,2
424 11/12/05 Ouro Preto Morro Queimado Rua Nossa Senhora da Glória, 19 58,2 58,2 62,2 62,7 94,2 94,2 94,2
425 11/12/05 Ouro Preto Morro Santana Rua XV de Agosto, 303/771 58,2 58,2 62,2 62,7 94,2 94,2 94,2
426 11/12/05 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Flores, 108 58,2 58,2 62,2 62,7 94,2 94,2 94,2
427 11/12/05 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Margaridas, 57D 58,2 58,2 62,2 62,7 94,2 94,2 94,2
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
428 11/12/05 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Palmas, 650 58,2 58,2 62,2 62,7 94,2 94,2 94,2
429 11/12/05 Ouro Preto Vila São José Rua Dr. Orlando Ramos, 204 58,2 58,2 62,2 62,7 94,2 94,2 94,2
430 12/12/05 Ouro Preto Morro São Sebastião Rua Rio Negro, 53 48,7 106,9 106,9 110,9 111,4 142,9 142,9
431 13/12/05 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 60 34,8 83,5 141,7 141,7 145,7 146,2 177,7
432 15/12/05 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Chico Rei, 286 27,5 33 67,8 116,5 174,7 174,7 178,7
433 15/12/05 Ouro Preto Piedade Rua José Anastácio, 217A 27,5 33 67,8 116,5 174,7 174,7 178,7
434 20/12/05 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Engenheiro Gouveia, 420 30 42,9 42,9 42,9 49,4 76,9 82,4
435 12/02/06 Ouro Preto São Cristóvão Rua Perita, 151 39 44 45,5 63 63 63 63
436 10/03/06 Ouro Preto Saramenha Rua Teófilo Mendes, 146 20 22,8 23,3 38,9 75,9 76,9 76,9
437 16/03/06 Ouro Preto São Cristóvão Rua Manganês, 260 58,5 98,5 100,9 100,9 102,9 117,9 137,9
438 19/03/06 Ouro Preto São Cristóvão Rua Professor Alberto Barbosa, 136 61,4 61,4 62,9 121,4 161,4 163,8 163,8
439 09/10/06 Ouro Preto Alto das Dores Rua Professor Jair Pena, 232 1,5 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5
440 18/10/06 Ouro Preto Alto da Cruz Rua 13 de Maio, 307 36,8 36,8 36,8 46,2 48,6 84,5 84,5
441 18/10/06 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Geraldo Galdino, 81A 36,8 36,8 36,8 46,2 48,6 84,5 84,5
442 18/10/06 Ouro Preto Dores Rua Dr. Antônio Ibraim, 52 36,8 36,8 36,8 46,2 48,6 84,5 84,5
443 18/10/06 Ouro Preto Piedade Rua da Abolição, 24 36,8 36,8 36,8 46,2 48,6 84,5 84,5
444 18/10/06 Ouro Preto São Francisco Rua Miguel Alves de Pereira, 431 36,8 36,8 36,8 46,2 48,6 84,5 84,5
445 23/10/06 Ouro Preto Piedade Rua da Abolição, 124 9,2 9,2 9,4 63,4 69,1 105,9 105,9
446 24/10/06 Ouro Preto São Cristóvão Rua Padre Rolim (Logradouro 235), 1063 6,7 15,9 15,9 16,1 70,1 75,8 112,6
447 24/10/06 Ouro Preto Ruas Serra Negra - Perita - Padre Rolim, 150/16/152 6,7 15,9 15,9 16,1 70,1 75,8 112,6
448 02/11/06 Ouro Preto Pocinho Ruas Salinas - Nossa Senhora do Carmo, 172 34,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1
449 15/11/06 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Santa Rita, 854 21,6 28,6 30,8 34,5 61,5 63,5 63,5
450 20/11/06 Ouro Preto Centro Beco do Pilão, S/N 16 38,8 38,8 38,8 45,1 66,7 73,7
451 01/12/06 Ouro Preto Barra Rua Othon Guimarães, 33C 56 60,4 63,9 71 76,9 76,9 76,9
452 06/12/06 Ouro Preto Piedade Ladeira da Piedade, 7 38 38 38 38 38 94 98,4
453 11/12/06 Ouro Preto Morro São Sebastião Ladeira João de Paiva, 831 19,3 41 45,2 101,2 115,1 153,1 153,1
454 13/12/06 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 336 1,8 10,9 30,2 51,9 56,1 112,1 126
455 13/12/06 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Amarantina, 210 1,8 10,9 30,2 51,9 56,1 112,1 126
456 30/12/06 Ouro Preto Centro Rua Valentim Policarpo de Lima, 136 37,2 77,6 85,6 94,7 98,7 103,4 111,6
457 30/12/06 Ouro Preto Piedade Rua 18 de Maio, 891 37,2 77,6 85,6 94,7 98,7 103,4 111,6
458 30/12/06 Ouro Preto Santa Cruz Rua dos Jasmins, 263 37,2 77,6 85,6 94,7 98,7 103,4 111,6
459 30/12/06 Ouro Preto São Francisco Rua José do Patrocínio Martins, 570F 37,2 77,6 85,6 94,7 98,7 103,4 111,6
460 31/12/06 Ouro Preto Piedade Rua 13 de Maio, 871 2,5 39,7 80,1 88,1 97,2 101,2 105,9
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
461 31/12/06 Ouro Preto Rosário Trav. Domingos Vidal, 69 2,5 39,7 80,1 88,1 97,2 101,2 105,9
462 02/01/07 Ouro Preto São Cristóvão Rua Padre Rolim, 2003 9,2 14,4 16,9 54,1 94,5 102,5 111,6
463 03/01/07 Ouro Preto Rancharia Av. Nossa Senhora Aparecida, 78 19,8 29 34,2 36,7 73,9 114,3 122,3
464 04/01/07 Ouro Preto Saramenha Rua Manoel Rioga, 157A 11,9 31,7 40,9 46,1 48,6 85,8 126,2
465 05/01/07 Ouro Preto Rosário Trav. Domingos Vidal, 83 16,4 28,3 48,1 57,3 62,5 65 102,2
466 11/01/07 Ouro Preto Morro Santana Rua XV de Agosto, 2058B 6 37 37 37,5 49,5 54,8 71,2
467 15/01/07 Ouro Preto Piedade Rua da Abolição, 309 5,3 16,9 16,9 27,9 33,9 64,9 64,9
468 17/01/07 Ouro Preto São Cristóvão Rua Valdomiro Félix de Mattos, 142 22,5 33,6 38,9 50,5 50,5 61,5 67,5
469 24/01/07 Ouro Preto Liberdade Rua Dona Maria Áustria, 161 30,5 45,8 59,3 60,1 63,7 69,8 69,8
470 28/01/07 Ouro Preto São Cristóvão Rua Platina, 6 41 82,2 83,8 85,3 115,8 131,1 144,6
471 12/11/10 Mariana Sto. Antônio Beira Rio, 231 12,6 33,6 45,6 45,6 45,6 73 130,1
472 22/11/10 Mariana Sta. Rita de Cássia Ribeirao do Carmo, 237 3,4 56 56 56 56 106,1 120,1
473 24/11/10 Mariana São Jose Jose Gomes Sobrinho, 168 9,5 12,9 16,3 68,9 68,9 68,9 68,9
474 06/12/10 Mariana Cachoeira do Brumado Beco das Flores, 102A 57,1 57,1 57,1 57,1 99,7 99,7 99,7
475 06/12/10 Mariana Cachoeira do Brumado São Geraldo, 231 57,1 57,1 57,1 57,1 99,7 99,7 99,7
476 07/12/10 Mariana São Cristovao Das Rosas, 545 27,4 84,5 84,5 84,5 84,5 127,1 127,1
477 11/12/10 Mariana Rosario Perimetral Sucupira, 662 21 33 33 33 60,4 117,5 117,5
478 11/12/10 Mariana Rosario Perimetral Sucupira, 525 21 33 33 33 60,4 117,5 117,5
479 27/12/10 Mariana Sta. Rita de Cássia Campinas, 32 11 27 43 52,5 55,9 59,3 111,9
480 27/12/10 Mariana São Gonçalo Trav São Gonçalo, 36 11 27 43 52,5 55,9 59,3 111,9
481 03/01/11 Ouro Preto Bauxita Av. Perimetral, 492 25,5 43 108,1 108,1 108,1 108,1 108,1
482 04/01/11 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Francisco Isaac, 196 15,5 41 58,5 123,6 123,6 123,6 123,6
483 04/01/11 Ouro Preto Morro Santana Rua Santa Marta, 15 15,5 41 58,5 123,6 123,6 123,6 123,6
484 04/01/11 Ouro Preto Piedade Rua Treze de Maio, 341 15,5 41 58,5 123,6 123,6 123,6 123,6
485 04/01/11 Ouro Preto São Francisco Rua José Pedro de Meira, 54 15,5 41 58,5 123,6 123,6 123,6 123,6
486 04/01/11 Mariana Passagem de Mariana Av. José Bernardo, 105 15,5 41 58,5 123,6 123,6 123,6 123,6
487 04/01/11 Mariana Sto. Antônio Rua Nove, 15 15,5 41 58,5 123,6 123,6 123,6 123,6
488 05/01/11 Mariana Cabanas Rua Araguari, 140 17,2 32,7 58,2 75,7 140,8 140,8 140,8
489 05/01/11 Mariana Cachoeira do Brumado Tombadouro, 41 17,2 32,7 58,2 75,7 140,8 140,8 140,8
490 05/01/11 Mariana Chácara Rua Albertina Benício Santos, 1 17,2 32,7 58,2 75,7 140,8 140,8 140,8
491 05/01/11 Mariana Rosário Rua Cajazeira, 250 17,2 32,7 58,2 75,7 140,8 140,8 140,8
492 05/01/11 Ouro Preto Água Limpa Rua Tomé de Vasconcelos, 303 17,2 32,7 58,2 75,7 140,8 140,8 140,8
493 06/01/11 Ouro Preto Rosário Largo do Rosário, 23 7,8 25 40,5 66 83,5 148,6 148,6
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
494 02/12/11 Ouro Preto Morro Santana Rua Campinas, 41 21,5 52 54 82 133 224 268,4
495 02/12/11 Mariana Monsenhor Horta Rua Fernando B. Macedo, 255 21,5 52 54 82 133 224 268,4
496 07/12/11 Mariana Sto. Antônio Rua Bom Sucesso, 44 2,5 9,5 9,5 9,5 12 33,5 64
497 07/12/11 Mariana Sto. Antônio Rua Onze, 141 2,5 9,5 9,5 9,5 12 33,5 64
498 07/12/11 Mariana Sto. Antônio Rua Rosário Velho, 105 2,5 9,5 9,5 9,5 12 33,5 64
499 07/12/11 Mariana Vila Maquiné Rua Oito de Março, 219 2,5 9,5 9,5 9,5 12 33,5 64
500 11/12/11 Mariana Cachoeira do Brumado Beco das Flores, 214 10,5 14,4 17,3 42,3 44,8 51,8 51,8
501 12/12/11 Ouro Preto Morro Santana Rua XV de Agosto, 1337 1 11,5 15,4 18,3 43,3 45,8 52,8
502 12/12/11 Mariana Cachoeira do Brumado Tombadouro, 47 1 11,5 15,4 18,3 43,3 45,8 52,8
503 12/12/11 Mariana Colina Rua Amancio Arino Queiroz, 312 1 11,5 15,4 18,3 43,3 45,8 52,8
504 12/12/11 Mariana Colina Rua Bahia, 11 1 11,5 15,4 18,3 43,3 45,8 52,8
505 12/12/11 Mariana Rosário Rua Cajazeira, S/N 1 11,5 15,4 18,3 43,3 45,8 52,8
506 13/12/11 Mariana Cabanas Rua Santa Bárbara, 213 2,6 3,6 14,1 18 20,9 45,9 48,4
507 14/12/11 Mariana Sta. Rita de Cássia Rua Caetano Pinto, 372 10,5 13,1 14,1 24,6 28,5 31,4 56,4
508 15/12/11 Mariana Cartucha Rua A, 35 70 80,5 83,1 84,1 94,6 98,5 101,4
509 15/12/11 Mariana Sto. Antônio Rua A, 115 70 80,5 83,1 84,1 94,6 98,5 101,4
510 15/12/11 Mariana Sto. Antônio Rua A, 125 70 80,5 83,1 84,1 94,6 98,5 101,4
511 15/12/11 Mariana Sto. Antônio Rua A, 136 70 80,5 83,1 84,1 94,6 98,5 101,4
512 15/12/11 Mariana Sto. Antônio Rua Onze, 161 70 80,5 83,1 84,1 94,6 98,5 101,4
513 16/12/11 Mariana Cabanas Trav. Araguari, 161 70 140 150,5 153,1 154,1 164,6 168,5
514 16/12/11 Mariana Cabanas Trav. Araguari, 181 70 140 150,5 153,1 154,1 164,6 168,5
515 16/12/11 Mariana Centro Rua Araguaia, 101 70 140 150,5 153,1 154,1 164,6 168,5
516 19/12/11 Mariana Passagem de Mariana Rua da Praia, 181 16,3 45,3 108,3 178,3 248,3 258,8 261,4
517 21/12/11 Ouro Preto Água Limpa Rua Francisco Nunes, 75 30 59 75,3 104,3 167,3 237,3 307,3
518 26/12/11 Mariana Cachoeira do Brumado Beco das Flores, 165 16,2 16,2 16,2 16,2 16,2 46,2 75,2
519 28/12/11 Mariana Cartucha Rua da Cartucha, 140 15,5 32 48,2 48,2 48,2 48,2 48,2
520 28/12/11 Mariana Vale Verde Rua Olávo Bilac, 130 15,5 32 48,2 48,2 48,2 48,2 48,2
521 28/12/11 Mariana Vale Verde Rua Olávo Bilac, 150 15,5 32 48,2 48,2 48,2 48,2 48,2
522 28/12/11 Mariana Colina Rua Turqueza, 32 15,5 32 48,2 48,2 48,2 48,2 48,2
523 29/12/11 Mariana Rosário Rua Alemanha, S/N 59 74,5 91 107,2 107,2 107,2 107,2
524 29/12/11 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, 494 59 74,5 91 107,2 107,2 107,2 107,2
525 30/12/11 Mariana Centro/Santana Rua Alfredo de Morais, 189 28 87 102,5 119 135,2 135,2 135,2
526 30/12/11 Mariana São Pedro Rua Antônio Pacheco, 310 28 87 102,5 119 135,2 135,2 135,2
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
527 30/12/11 Mariana Centro/Santana Rua Alfredo de Morais, 171 28 87 102,5 119 135,2 135,2 135,2
528 30/12/11 Mariana Av. Inconfidentes (Posto Raul), 36 28 87 102,5 119 135,2 135,2 135,2
529 30/12/11 Mariana Av. Nossa Senhora do Carmo, 742 28 87 102,5 119 135,2 135,2 135,2
530 01/01/12 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Desidério de Matos, 668 13,1 16,1 44,1 103,1 118,6 135,1 151,3
531 02/01/12 Mariana Vale Verde Rua Érico Veríssimo, 161 66,2 79,3 82,3 110,3 169,3 184,8 201,3
532 03/01/12 Mariana Furquim Rua Bom Fim, 754 65,5 131,7 144,8 147,8 175,8 234,8 250,3
533 03/01/12 Mariana N. Sra. Aparecida Rua Praia da Tijuca, 78 65,5 131,7 144,8 147,8 175,8 234,8 250,3
534 03/01/12 Mariana Rosário Rua Pau Brasil, 165 65,5 131,7 144,8 147,8 175,8 234,8 250,3
535 03/01/12 Mariana Sta. Rita de Cássia Rua Caetano Pinto, 55 65,5 131,7 144,8 147,8 175,8 234,8 250,3
536 04/01/12 Ouro Preto Água Limpa Rua Professor Antônio Paulo Ribas, 249 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
537 04/01/12 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Maciel, 83D 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
538 04/01/12 Ouro Preto Lagoa Rua da Lagoa, 1048 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
539 04/01/12 Ouro Preto N. Sra. de Lourdes Rua Afonso Gustavo Figueiredo, 69 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
540 04/01/12 Ouro Preto Piedade Rua José Anastácio, 209 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
541 04/01/12 Ouro Preto Rosário Vila Guilherme Peret, 60 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
542 04/01/12 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 135 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
543 04/01/12 Ouro Preto Vila Aparecida Rua Rodrigo Silva, 6 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
544 04/01/12 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Desidério de Matos, 630A 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
545 04/01/12 Ouro Preto Alto da Cruz Rua Desidério de Matos, 680 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
546 04/01/12 Ouro Preto Barra Rua Pandiá Calógeras, 68 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
547 04/01/12 Ouro Preto Morro Santana Rua São Geraldo, 120 45,5 111 177,2 190,3 193,3 221,3 280,3
548 05/01/12 Mariana São Gonçalo Rua São Gonçalo, 437 59,8 105,3 170,8 237 250,1 253,1 281,1
549 05/01/12 Ouro Preto Santa Cruz Rua das Hortênsias, 123 59,8 105,3 170,8 237 250,1 253,1 281,1
550 07/01/12 Mariana Centro Rua Santana, 158 21 21 80,8 126,3 191,8 258 271,1
551 07/01/12 Ouro Preto Padre Faria Rua Desidério de Matos, 600 21 21 80,8 126,3 191,8 258 271,1
552 09/01/12 Ouro Preto N. Sra. de Lourdes Beco da Olaria, S/N 6,6 72,1 93,1 93,1 152,9 198,4 263,9
553 09/01/12 Ouro Preto N. Sra. de Lourdes Rua Presidente Castelo Branco, 129 6,6 72,1 93,1 93,1 152,9 198,4 263,9
554 16/01/12 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 101 13,2 13,2 13,2 13,2 13,2 28,7 52,8
555 01/02/12 Ouro Preto Taquaral Rua Águas Férreas, 11 3 3 26,5 29,6 54 62,5 62,5
556 13/02/12 Ouro Preto Jardim Alvorada Rua Presidente Antônio Carlos, 29 6,8 43,4 46,2 47,1 47,1 48,9 48,9
557 14/02/12 Ouro Preto Morro Santana Rua São Geraldo, 187 4 10,8 47,4 50,2 51,1 51,1 52,9
558 16/03/12 Ouro Preto Vila Alegre Rua Um, 101 49,5 54,7 57,8 62 75,2 75,2 75,2
559 16/03/12 Ouro Preto Vila do Cruzeiro Rua Projeto 29, 811 49,5 54,7 57,8 62 75,2 75,2 75,2
Nº Data Cidade Bairro Logradouro Chuva
(mm) AC2 AC3 AC4 AC5 AC6 AC7
560 16/03/12 Ouro Preto Vila do Cruzeiro Rua Projeto 29, 799 49,5 54,7 57,8 62 75,2 75,2 75,2
561 26/03/12 Ouro Preto Saramenha Av. Américo Rene Giannetti, 1410 7,3 7,3 28,8 28,8 28,8 28,8 37,6
562 26/03/12 Ouro Preto Taquaral Rua Nossa Senhora de Fátima, 67 7,3 7,3 28,8 28,8 28,8 28,8 37,6
563 29/03/12 Ouro Preto Catete Rua Nossa Senhora da Conceição, 177 20 20 20 27,3 27,3 48,8 48,8
Anexo III: Curvas de correlação para chuvas acumuladas de 4, 5 e 7 dias.
Figura A.III.1 – Curva de Correlação da Chuva Diária com a Chuva Acumulada para Bacia do
Alto Ribeirão do Carmo (Ouro Preto e Mariana).
y = 194,47x-0,763
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 4 dias
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)
y = 3707,5x-1,324
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 5 dias
Com registro
Sem registro
Potência (Envoltória)
y = 4589,9x-1,353
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280
Pre
cipit
ação
Diá
ria
(mm
)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 7 dias
Com registro
Sem registro
Potência (Envoltória)
Figura A.III.2 – Curva de Correlação da Chuva Diária com a Chuva Acumulada para Ouro
Preto.
y = 15191x-1,704
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 4 dias - Ouro Preto
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)
y = 6791,9x-1,456
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 5 dias - Ouro Preto
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)
y = 909,08x-0,921
0
20
40
60
80
100
120
0 50 100 150 200 250
Pre
cipit
ação
Diá
ria
(mm
)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 7 dias - Ouro Preto
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)
Figura A.III.3 – Curva de Correlação da Chuva Diária com a Chuva Acumulada para Mariana.
y = 6696,9x-1,738
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 4 dias - Mariana
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)
y = 8549,4x-1,571
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
Pre
cip
itaç
ão D
iári
a (m
m)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 5 dias - Mariana
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)
y = 10313x-1,494
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Pre
cipit
ação
Diá
ria
(mm
)
Precipitação Acumulada (mm)
Curva de Correlação para Acumulada de 7 dias - Mariana
Com registros
Sem registros
Potência (Envoltória)