Alberto Caieiro,“O Guardador de Rebanho”
(...) O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem. (...)
O „outro‟ que precisa de cuidado.
Cuidado humanizado,
pois cada vez mais
vem sendo fragmentado
e observado por
olhos, ouvidos e mãos
MECÂNICAS.
Acabamos perdendo
a visão da sua integralidade.
(...) As vezes o meu coração grita.
Eu ouço e prefiro calar.
As pessoas não param pra ouvir.
Ou sequer conseguem escutar.
Vou deixá-lo falar por mim.
Talvez me ajude a viver.(...)
( Vinícius Rocha – guarda metropolitana)
Ética que corporifica um conjunto de atitudes.
Atitudes sempre abertas à vida
com suas inúmeras possibilidades.
Se não temos compaixão,
temos uma perturbação no olhar:
“Vejo os velhos
e posso até mesmo escrever
uma tese sobre eles (...)
Mas a tristeza do velho
é só dele, não entra em mim.
Durmo bem. (...)”
Rubem Alves
Basta lembrar que:
se colocamos entusiasmo em nossa ação,
o „outro‟ a visualiza
com cor, calor e movimento.
Conseqüentemente,
dá um passo para frente,
levado pelo sentimento
de SIMPATIA.
No entanto, se a desenvolvemos
de forma rude, com frieza,
a ação transparece sem cor,
sem movimento e calor
frente ao „outro‟.
Conseqüentemente,
ele dá um passo para trás,
movido pelo sentimento
de ANTIPATIA
e faz o movimento
de rejeição.
Apreende o „outro‟
na plenitude
da sua dignidade,
dos seus direitos e,
sobretudo,
da sua diferença?
(Frei Betto)
”Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.”
Muitas vezes basta ser:
Cora Coralina