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CRISES HIPERTENSIVAS
Enfermeira: Thamires Tavares (R´2)
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares
Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade Residência
Abril, 2016
OBJETIVOS
• Compreender os sinais, os sintomas da crise hipertensiva;
• Descrever os tipos de emergências hipertensivas;
• Descrever as principais medicações utilizadas;
• Elencar os principais diagnósticos de enfermagem.
INTRODUÇÃO
• Corresponde a uma variedade de situações clinicas nas quais ocorre elevação brusca e grave da PA, com níveis de: PAS> 200 mmHg e/ou PAD > 120 mmHg;
• Acompanhada ou não de deterioração de órgãos-alvos(Cérebro, Retina, Coração e Rins) ;
• Acometendo em geral pacientes com diagnostico prévio de HAS, em uso irregular de ante-hipertencivos,sexo masculino, negros e tabagistas.
(PEDROSA,2011;SERRANO 2010)
Classificação da PA Valores da PA
ÓTIMA
< 120/ 80 mm Hg
NORMAL <130/ 85 mm Hg
LIMITROFE 130-139/ 85-90 mm Hg
HAS ESTÁGIO I 140-159/ 90-99 mm Hg
HAS ESTÁGIO II 160-179/ 100-109 mm Hg
HAS ESTÁGIO III >180/ >110 mm Hg
HIPERTENÇÃO SISTOLICA ISOLADA
>140/ >90 mmHg
(SBC,2010)PA= Debito cardíaco x Resistência Vasc. Periférica
Emergências Hipertensivas: Aumento dos níveis pressóricos + lesão aguda em
órgão-alvo e/ou risco iminente de morte. Com necessidade imediata de baixar os valores da PAM de 10-15% em 30 min, com medicações por via IV.
Urgências hipertensivas: Elevação da PAD em 120mmHg, com estabilidade
clínica + sinais e sintomas, sem lesão de órgão-alvo ou risco iminente de morte. Medicações por VO.
Classificação da crise:
(PEDROSA,2011; PETER,2010)
Pseudocrise: Aumento da PA por dor, desconforto, tontura,
ansiedade. O Tratamento visa o controle dos sintomas.
Hipertensão crônica mal controlada: HAS é elevada cronicamente e ida ao serviço de
saúde por outro motivo. Orientar a respeito das medidas não farmacológicas, do ajuste dos anti-hipertensivos.
Classificação da crise:
(PEDROSA,2011; PETER,2010)
•A pressão na parede do vaso, leva à perda da integridade do endotélio, causando aumento de substancias vasoconstritoras;
• Resultando na ativação da cascata de coagulação, agregação e plaquetas, hemólise intravascular perdendo a auto regulação do fluxo;
• Provocando isquemia dos órgãos-alvos, liberando substancias vasoativas, vasoconstrição por fim reiniciando o ciclo vicioso.
FISIOPATOLOGIA
(PEDROSA, 2011)
Avaliação do Paciente•Fazer a anamnese e checar se o paciente têm
HAS previa;
•Avaliar a P.A após 5 min da chegada do mesmo ao serviço.
•Avaliar sinais e sintomas;
•Quais medicações ele faz uso? Faz regularmente?
•Se faz uso de alguma droga? Quais?
(PEDROSA,2011; PETER,2010;SMELTZER,2009)
•Em geral manifesta-se por cefaléia e/ou dispnéia acompanhada de elevação aguda da PA;
•Trata-se com Captopril( sublingual), sendo eficaz para reduzir a PA e aliviar os sintomas;
• Oriento a adesão terapêutica, mudanças nos hábitos alimentares, realização de atividade física, abandono do fumo e perda de peso.
Urgência Hipertensiva
(PEDROSA,2011; PETER,2010;SMELTZER,2009)
Circunstâncias que exigem tratamento rápido para Crise Hipertensiva
•HAS isolada;•Encefalopatia hipertensiva;•AVE- Isquêmico ou Hemorrágico;•Insuficiência ventricular esquerda;•IAM;•Dissecção aórtica;•Hipertenção pós-operatoria;
(MANOLE, 2009; PEDROSA 2011)
HAS ISOLADA•Causada: por múltiplos fatores;
• Objetivo: Reduzir de forma cautelosa os valores pressóricos, evitando quedas abruptas;
• Deve ser rápida e gradual, buscando diminuir 25% da PAM na 1h;
• Diagnóstico de enfermagem: Manutenção ineficaz da saúde;
• Droga: Nitroprussiato de sódio(NIPRIDE)(NANDA,2014;PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA: •Causado: por edema cerebral secundário à perda
da autoregulaçaão , encontrada na HAS crônica;
•O aumento da PA gera microlesões no endotelio, favorecendo deposição de fibrinoide na parede do vaso, levando a obstrução do Lúmem arteriolar.
• É raro mas pode progredir para coma e morte em 24h.
(PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA:
• Sintomas: cefaléia, náuseas, vômito, confusão,não apresenta alterações fundoscópicas;
• Diagnóstico: por exclusão e Tomografia Computadorizada;
• Diagnóstico de Enfermagem: Risco de desequilíbrio eletrolítico;
• Tratamento: Nitroprussiato de Sódio(NIPRIDI)(NANDA,2014;PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
AVE- ISQUÊMICO
•Causado: por obstrução, de forma subta e iniciada por uma cascata isquêmica;
•Onde os neurônios começam a fazer acidose/ levando a respiração anaeróbica e aumento ácido lático;
•Sintomas : cefaléia intensa súbita, ataxia, disartria, dormência ou fraqueza em um lado do corpo; (PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
AVE- ISQUÊMICO
•Se PAS >220mmHG e/ou PAD >120mmHg reduzir 15% nas primeiras 24h;
•Diagnóstico: Tomografia Computadorizada;
•Diagnóstico de Enfermagem: Mobilidade física prejudicada;
•Droga: Nitroprussiato de sódio (Nipride).
(NANDA,2014;PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
AVE – HEMORRÁGICO
•Causado: principalmente por hipertênsão mal controlada levando a ruptura de um aneurisma, de uma mal formação arteriovenosa, tumor ou medicações;
•Sintomas: cefaléia intensa súbita, vômitos, ataxia, disartria, dormência ou fraqueza em um lado do corpo;
•Manter a PAS < 140mmHg e PAD <100mmHg;(PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
AVE – HEMORRÁGICO
•Diagnóstico: Tomografia Computadorizada;
•Diagnóstico de enfermagem: Comunicação verbal prejudicada;
•Droga: Nitroprussiato de sódio ou Labetelol.
(NANDA,2014;PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
INSUFICIÊNCIA VENTRICULAR ESQUERDA
•Causado: Elevação pressórica subta podendo levar ao aumento da resistência vascular periférica, levando a falência do VE;
• Gerando aumento da Pressão distólica final do VE e da pressão capilar pulmonar, gerando Edema agudo de Pulmão.
(PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
INSUFICIÊNCIA VENTRICULAR ESQUERDA
• Sinais e sintomas: dispneia, respiração superficial,agitação, cianose de extremidades com sinais de congestão pulmonar;
• Diagnóstico: Gasometria, RX de tórax, ECO;
• Tratamento: redução de pré e pós-carga do VE, diminuindo o trabalho cardíaco e o consumo de O2;
• Diagnóstico de Enfermagem: Troca de Gases prejudicada.
• Drogas: Diuréticos de Alça, Morfina e Nitroprussiato de Sódio ou Nitroglicerina.
(NANDA,2014;PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
IAM•Causa: Ocorrer como complicação da Crise
Hipertensiva, pois ela elevam o tônus vascular simpático;
•Gerando aumento da frequência cardiaca, elevando o consumo de O2 pelo miocardio, reduzindo a perfusão miocárdica e precipitando o aparecimento de isquemia;
(PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
IAM•Sinais e sintomas: Dor no peito ou retroesternal
irradiando ou não para MSE, ou MSD , pescoço e/ou mandíbula(com duração de + 30 min) náuseas e vômitos;
•Diagnóstico: Enzimas cardíacas, ECG, CATE;
•Diagnóstico de Enfermagem: Perfusão tissular cardíaca diminuída;
•Droga: Nitroglicerina, Betabloqueadores
(NANDA,2014;PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
DISSECÇÃO DE AORTA•Causado: É causada por uma anormalidade da
parede do vaso, causando o surgimento de um orifício intimal na camada média do vaso;
•A hipertenção altera a parede do vaso, causando fibrose, calcificação e aceleração da degradação da matriz extracelular;
•Sinais e sintomas: Dor torácica súbita/lacerante, dor esternal irradiano para o dorso, palidez, pele fria, podendo gerar assimetria de pulsos
(PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
DISSECÇÃO DE AORTA
• O tratamento visa impedir a progressão da dissecção com a redução dos níveis de PA e FC;
• Reduzindo a PAS para 100mmHg e PAD 80mmHg;
• Diagnóstico: Tomografia, CATE, Ressonância Magnética;
• Diagnóstico de enfermagem: Dor aguda;
• Droga: Nitroprussiato + Morfina + Betabloqueador.(NANDA, 2014;PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
HIPERTENSÃO PÓS-OPERATORIA
• Causa: é comum após cirurgias de CRM, estando associada a eventos isquêmicos ex: Sangramento da ferida, AVE,IAM;
• O tratamento visa impedir a taquicardia reflexa ao estresse do transoperatório e dos alto niveis da PA;
• Diagnóstico:Gasometria, ECG;
• Diagnóstico de Enfermagem: Risco de infecção;
• Drogas: Betabloqueadores + nitroglicerina ou nitroprussiato de sódio.
(NANDA,2014;PEDROSA,2011; PETER,2010;MANOLE 2009)
REFERÊNCIAS• NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION – NANDA. Diagnósticos de
enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014. Porto Alegre: ARTMED, 2012.
• Tratado de medicina cardiovascular/editado por Peter Libby... [et al.]; Braunwald´s heart disease, tradução Alexandre Maceri Midão... Et al.].-Rio de Janeiro:Elsevier, 2010.
• Tratado de cardiologia SOCESP/ editores Carlos V.Serrano Jr.,Ari Timerman, Edson Stefanini- 2. ed.- baruei,SP: Manole, 2009.
• Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51
• PEDROSA, L. C.; OLIVEIRA JR., W. A. O. Doenças do coração: diagnóstico e tratamento. São Paulo: revinter, 2011.
• SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner & Suddarth: Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Volume III. 11ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
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