Coordenadoras Meire Cristina dos Santos Dangió
Sara Regina Rossi Felipe
Colaboração Nivaldo Aranda
Currículo Comum
Alfabetização
LINGUAGEM
É a representação de ideias e pensamentos com o
objetivo de realizar a comunicação.
É UM PROCESSO DE INTERLOCUÇÃO NAS
PRÁTICAS SOCIAIS.
- Signo importante para desenvolver outras funções.
- A linguagem produz e organiza o pensamento.
- Nós nos organizamos por meio da linguagem.
LINGUAGEM
“O homem sem a linguagem só se relacionava com
aquelas coisas que observava diretamente, com as
que podia manipular. Com a ajuda da linguagem, que
designa objetos, passa a se relacionar com o que não
percebe diretamente e que antes não entrava em sua
experiência.”
(LURIA, 1987, p.32)
Linguagem verbal
É UMA ATIVIDADE DISCURSIVA QUE TEM COMO RESULTADO
A PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS OU ESCRITOS.
UNIDADE = PALAVRA
Linguagem não verbal
- EXPRESSA ARTISTICAMENTE PELA MÚSICA, PINTURA,
ESCULTURA, TEATRO OU CINEMA;
- GESTOS, MOVIMENTOS, SINAIS GESTUAIS.
O domínio da linguagem, como atividade discursiva e
cognitiva, e o domínio da língua, como sistema
simbólico utilizado por uma comunidade linguística, são
condições de possibilidade de plena participação social.
Pela linguagem os homens e as mulheres se
comunicam, têm acesso à informação, expressam e
defendem pontos de vista, partilham ou constroem
visões de mundo, produzem cultura. (BRASIL, 1998, p.19)
LINGUAGEM COMO FUNÇÃO PSÍQUICA SUPERIOR
A relação entre cérebro e linguagem – uma relação que
só acontece na vida em sociedade, em meio às
práticas sociais que se dão em uma determinada
cultura.
A vida explica o cérebro. Leontiev
Ensinamos as formas de usar a linguagem
numa determinada comunidade e numa
determinada situação comunicativa.
Exemplos:
a) Fulano, vai buscar um copo de água para
mim, anda!; b) Estou com a boca seca; c)
Fulano, seria muito difícil me arrumar um
copo de água?; d) Por favor, alguém podia
me arrumar um pouco de água para beber?;
e) Trazer uma garrafa de água para a
caminhada.
QUAL SERIA O MAIS ADEQUADO?
Pretende-se na escola:
DESENVOLVER A CAPACIDADE
COMUNICATIVA DO ALUNO
“Fazer com que ele seja capaz de usar
cada vez um maior número de recursos
da língua, de forma a produzir os efeitos
de sentido desejados de maneira
adequada a cada situação de interação
comunicativa em que esteja inserido”
Currículo Comum pág. 255 (TRAVAGLIA, 2004)
NESSE SENTIDO...
O objetivo do ensino formal da Língua Portuguesa,
de acordo com Cagliari (2005) é mostrar como a
linguagem humana funciona, quais as
propriedades desse objeto e seus usos
linguísticos pelas pessoas nas mais variadas
situações do cotidiano, implicando, assim, na
construção de uma relação nova com a
linguagem.
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
O objetivo maior do ensino da Língua Portuguesa é:
- desenvolver, nos educandos, as capacidades linguísticas necessárias
para uma interação autônoma e ativa nas situações de interlocução,
leitura e produção de textos.
- desenvolver as capacidades de falar, escutar, ler e escrever a fim de
que os alunos construam novas possibilidades de comunicação.
Portanto, cabe ao professor promover condições para a vivência que se
realiza por meio da inserção do aluno no mundo letrado, de modo a
favorecer as condições necessárias à plena participação da criança
nas práticas de produção e compreensão de gêneros orais e
escritos.
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
A língua deva ser tratada em sua
totalidade.
Por questões didáticas, no currículo, está dividida
em temas e sub-temas:
ORALIDADE LEITURA
APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA
PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO
ORALIDADE
As crianças muito antes de ingressarem na escola já estabelecem
diversas situações de oralidade eficientes e eficazes.
A escola deve garantir: • Um ambiente adequado de respeito às diferenças e às escolhas que
revelam as diversas origens e marcas culturais;
• O planejamento de situações didáticas que favoreçam o uso da língua
oral em situações nas quais faça sentido planejar o que se vai falar,
revisar a fala, criar suportes para sustentar a fala e finalmente FALAR;
• Que os alunos vivenciem diversas situações de fala informal e
formal;
• O desenvolvimento de habilidades para ESCUTAR.
Nas situações informais:
Roda de conversa como uma situação
didática planejada e intencional.
Nas situações formais: Seminários;
Saraus;
Leituras de textos poéticos e dramáticos;
Gravações de leituras de narrativas, programas de
rádio ou televisão;
Entre outras.
No dia-a-dia, nós lemos com os mais
diferentes propósitos: obter
informações sobre a atualidade,
localizar endereços e telefones,
preparar uma receita, saber notícias
de pessoas queridas; e também para
tomar decisões, pagar contas, fazer
compras, viver situações de diversão
e de emoção.
O QUE É LER?
RUA MARIO, 2IO
JKLOMNPRADESGHILUOMBAXCRE
LIMPAR COLA CAVALO NOITE ALGUM
A CHUVA É IMPORTANTE PARA A VIDA.
Ler é...
Acima de tudo, atribuir significado.
Formar leitores plenos, usuários experientes da
leitura e da escrita em diferentes esferas e
participantes da cultura escrita implica a redefinição
dos conteúdos de leitura e de escrita.
E COMO AJUDAR A LER?
Vivenciando inúmeras práticas de
leitura.
Ao observar adultos lendo, a criança vê o texto
como algo de valor.
Interesse “precoce” e modelo de um
comportamento leitor mesmo antes de aprender
a ler convencionalmente.
A ESCRITA COMO INSTRUMENTO
CULTURAL COMPLEXO
Escrever exige dominar um sistema simbólico
complexo que:
• cria um conjunto de neoformações no cérebro que
possibilitam um salto qualitativo nos reflexos
psíquicos;
• permite o acesso ao conhecimento elaborado
pertencente à esfera mais complexa da atividade
humana.
A ESCRITA É IMPORTANTE NA ESCOLA PORQUE É
IMPORTANTE FORA DELA, E NÃO O INVERSO.
A história da escrita na criança começa muito
antes da primeira vez em que o professor
coloca um lápis em sua mão e lhe mostra
como formar letras. (LURIA,– in Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem p. 143)
O QUE É ALFABETIZAÇÃO?
Processo de aquisição e apropriação do sistema de
escrita, alfabético e ortográfico.
O QUE É LETRAMENTO?
Letrar é mais que alfabetizar,é ensinar a ler e escrever
dentro de um contexto onde a escrita e a leitura
tenham sentido e façam parte da vida do aluno.
Magda Becker Soares
A prática de alfabetização, que tem por
objetivo o domínio do sistema
alfabético e ortográfico, precisa de um
ensino sistemático.
Para alfabetizar devemos utilizar textos
que propiciem a consciência
fonológica, tais como: parlendas,
rimas, textos de memória, entre outros.
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA = DIMENSÃO DAS
PARTES CONSTITUTIVAS DA PALAVRA.
E AINDA...
Trabalho com nomes, listas, adivinhas,
cruzadinhas, caça-palavras, letras móveis, etc.
PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Planejar atividades que envolvam situações reais
de comunicação, e que a finalidade de cada texto
seja respeitada em cada proposta.
Algumas atividades: leituras, recontos, reescritas,
análise de textos bem escritos e produções de
textos inéditas, considerando os diferentes
gêneros.
VIVÊNCIA – Assembléia dos ratos
Análise de textos bem escritos
O professor pode escolher um texto (de um bom
autor) ou um fragmento dele, já lido para os
alunos. Sem precisar empreender uma exaustiva
análise do texto, é importante o professor garantir
o contato e a frequência desse tipo de leitura nas
aulas, convocando os alunos a observar quais
expressões acham bonitas, interessantes e os
recursos que o autor usou para deixar o texto
mais polido e agradável de ler.
Para poderem compreender o mundo em que vivem, adquirir
e produzir conhecimento, os usuários da língua, como
sujeitos, agem sobre ele por meio de atividades que se
caracterizam como um jogo de intenções e representações.
Nessas atividades, o ser humano desenvolve relações
sociais que são chamadas de práticas sociais. No interior
dessas práticas são constituídas diferentes formas para
que as relações sociais se efetivem, sendo a linguagem
uma delas. Portanto, as experiências diárias são
significadas pela prática social por meio da linguagem.
A utilização da língua se dá através de enunciados que
podem ser orais e escritos, dependendo da
especificidade comunicacional. Tais enunciados são
tipos relativamente estáveis a depender da situação
comunicativa e são denominados por Bakhtin (1992)
como gêneros do discurso.
O repertório de gêneros do discurso se modifica, amplia e
torna-se mais complexo ao passo que a própria
atividade da esfera humana evolui. Dessa forma, a
linguagem deve ser trabalhada na escola por meio dos
gêneros discursivos (Bakhtin,1997).
PERSPECTIVA DO ENSINO COM
GÊNEROS DISCURSIVOS
- diversifica e enriquece a capacidade de os
alunos produzirem textos orais e escritos;
- aprimora a capacidade de recepção (leitura /
audição, compreensão e interpretação de textos);
- favorece maior forma de participação social;
- amplia a capacidade de compreensão da
realidade, possibilitando formas concretas de
atuação na sociedade.
Transitar por diferentes textos orais e
escritos vai permitir a emergência na
escrita da criança de representações do
que é e do que não é possível na
linguagem escrita, propiciando desse
modo, a sua aquisição.
DIVERSIDADE TEXTUAL
Material adequado e disponível para as crianças
Propósito: possibilitar a construção de uma rede
textual que lhes permita ler e escrever outros
textos.
A “captura” da criança pela escrita depende da
relação dela com a materialidade dos textos
escritos.
Cabe ao profissional da educação que interage
com a criança favorecer o encontro dela com
os textos, promover sua imersão neles, a fim
de possibilitar o reconhecimento das funções
da linguagem escrita.
TRANSCRIÇÃO DOS TEXTOS
A menina do chapéu verde*
Era um dia uma menina que só vivia de verde. Ela adorava o verde, a cor
verde. Ela foi para uma praça que tinha um bocado de árvores e
arrancou umas folhas das árvores lindas. E uma folha "tava" machucada
e ela rasgou. A folhinha chorou. A menina do chapéu verde teve pena da
coitada da plantinha. Então veio uma ambulância de folhas, levou a
folhinha para o hospital e curou-la. E a menina foi embora, viu a cor
verde mas não arrancou. E a menina ficou muito feliz que só gostava de
verde. A menina do chapéu verde.
Fabiana
* Extraído de: Lucia Lins Browne Rego, Literatura infantil: uma nova perspectiva da alfabetização na pré-
escola, São Paulo, FTD, p. 42.
OS GATINHOS
O gato é fofinho.
O gato é macio.
O gato é gordinho.
O gato é faminto.
O gato é femia.
O gato é macho.
O gato é esta na casa dele.
O gato é um amimal.
Edimar
PARA DISCUTIR E RESPONDER
• Qual deles o grupo considera que tem o pior e o
melhor "enredo"? Por quê?
• O que os textos dessas crianças revelam sobre o
que sabem a respeito da linguagem escrita?
• O que se pode deduzir que seus professores (ou
outros adultos) liam para elas na época em que
produziram esses textos?
A escola pode interferir qualitativamente
nas relações entre cérebro e linguagem
de modo a torná-las mais produtivas.
Todo aprendizado é necessariamente
mediado, isso torna o papel do
ensino e do educador sumamente
importante para a apropriação do
conhecimento.
Muito do aprendizado de nossos alunos com a linguagem
depende da forma como abordamos o uso e a reflexão da
língua em sala de aula. Em linhas gerais, o efeito do
ensino de língua portuguesa variará dependendo da
maneira como o professor vai conduzir político-
ideologicamente a sua prática pedagógica; dependerá,
também, da escolha de estratégias que vão desde a
seleção de conteúdos até a maneira de avaliar.
Currículo Comum pág. 254
Os professores devem desenvolver
um profundo conhecimento de
múltiplos métodos para ensinar a ler
e a escrever, e um profundo
conhecimento das crianças sob seu
cuidado.
Quando a criança chega na escola, tem uma relação externa
com os signos.
É importante dar significado daquilo que estamos trabalhando com as
crianças – para nós é óbvio, para elas é um desafio.
Acreditar que os alunos são
cognitivamente capazes.
Trabalhar com uma imagem mais
positiva dos alunos.
A vida é dialógica por natureza. Viver significa
participar de um diálogo: interrogar, escutar,
responder, concordar, etc. Neste diálogo, o
homem participa todo e com toda a sua vida:
com os olhos, os lábios, as mãos, a alma, o
espírito, com o corpo todo, com as suas
ações. Ele se põe todo na palavra e esta
palavra entra no tecido dialógico da
existência humana, no simpósio universal.
(BAKHTIN, 2003, p. 348)