1 IntroduccedilatildeoEste texto tem como objetivo geral abordar as principais questotildees que norteiam a linguagem
cartograacutefica no ensino da geografia Para tanto seratildeo aqui apresentados temas e procedimen-tos utilizados na Cartografia e na Geografia que conduzem ao aprendizado da linguagem cartograacutefica nas disciplinas de geografia do ensino fundamental e meacutedio nas escolas da rede puacuteblica do Estado de Satildeo Paulo
Nosso enfoque eacute entatildeo voltado agravequilo que se denomina de Cartografia Escolar tanto quanto aborda conteuacutedos proacuteprios agrave Cartografia Geograacutefica instrumentalizando o professor para compreender a cartografia e para ensinaacute-la no acircmbito da Geografia
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A meta a ser atingida eacute fomentar o trabalho do professor de Geografia da rede puacuteblica com uma abordagem da Cartografia que permita a atualizaccedilatildeo e instrumentalizaccedilatildeo sobre os con-teuacutedos apresentados em linguagem cartograacutefica que possibilitem o desenvolvimento de praacuteti-cas pedagoacutegicas Desse modo espera-se que o professor de geografia nosso aluno desenvolva a habilidade de interpretaccedilatildeo adequada de elementos graacuteficos mapas e cartas nos diferentes temas da geografia e tenha condiccedilotildees de promover sua transposiccedilatildeo didaacutetica
Representar os fenocircmenos estudados foi sempre uma necessidade baacutesica em Geografia Pode-se afirmar que a sua histoacuteria estaacute intimamente relacionada com a representaccedilatildeo espacial os progressos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos da ciecircncia geograacutefica tecircm influenciado a Cartografia ao mesmo tempo em que dela recebem influecircncia (OLIVEIRA 1978) Complementarmente pode-se compreender que a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico estaacute intimamente relacionada agrave representaccedilatildeo do objeto dos temas e dos recortes tanto quanto do meacutetodo e das metodolo-gias da Geografia Daiacute a concepccedilatildeo desta disciplina apresentada no mesmo moacutedulo e sequumlen-cialmente agrave disciplina ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo
Seguramente o tema eacute de grande complexidade Envolve a construccedilatildeo das representaccedilotildees espaciais pelo estudante e a construccedilatildeo do conhecimento e dos diferentes estaacutegios cognitivos engloba a compreensatildeo da Cartografia como representaccedilatildeo do espaccedilo permeia conhecimentos conceituais e teacutecnicos da linguagem cartograacutefica Essa abrangecircncia mais que uma limitaccedilatildeo para o oferecimento dessa disciplina pode ser tomada como um desafio ao nosso professor-aluno e deve suscitar o aprofundamento posterior tanto em questotildees relacionadas ao apren-dizado e ensino do que se chama de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica quanto da normatizaccedilatildeo da representaccedilatildeo cartograacutefica em si
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
A compreensatildeo e conhecimento da Histoacuteria da Cartografia podem ser considerados uma informaccedilatildeo enciclopeacutedica uma curiosidade apenas No entanto eacute fundamental para o en-tendimento da construccedilatildeo social e histoacuterica do conhecimento que se materializa nos mapas e outras representaccedilotildees cartograacuteficas Essa compreensatildeo processual eacute importante pois ajuda a desmistificar a teacutecnica envolvida na produccedilatildeo cartograacutefica tanto quanto eacute um instrumento precioso para se desenvolver o processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
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Assim deve se compreender que o conhecimento e a compreensatildeo da Histoacuteria da Carto-grafia possibilitam apresentar aos seus alunos a evoluccedilatildeo pela qual passou um conhecimento paulatinamente sistematizado com influecircncias de diversas culturas com muacuteltiplos objetivos e fruto de muitas conquistas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas ao longo do tempo
Natildeo se trata assim nem de um conhecimento recente nem de um conhecimento a-histoacuteri-co nem fruto de conquistas individuais
Devemos compreender tambeacutem que a evoluccedilatildeo da linguagem cartograacutefica pode ser toma-da no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica pois as teacutecnicas de representaccedilatildeo em boa medida refletem estaacutegios cognitivos dos alunos das seacuteries do ensino fundamental e meacutedio Assim um itineraacuterio por exemplo como seraacute visto mais adiante possui muito daquilo que um aluno das seacuteries iniciais do ensino fundamental consegue produzir enquanto representaccedilatildeo do espaccedilo
O primeiro elemento considerado eacute que o mapa assim como outros produtos cartograacuteficos eacute um instrumento de comunicaccedilatildeo que deve ser decodificado como veremos adiante daiacute vaacuteri-os autores falarem nessa ldquoalfabetizaccedilatildeo cartograacuteficardquo (SIMIELLI 2009) como um processo que possui similaridade agrave alfabetizaccedilatildeo tradicional Ou seja ler um mapa requer um processo de codificaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo como a leitura de um texto escrito
A comunicaccedilatildeo entre os seres humanos permite que eles compartilhem informaccedilotildees ideacuteias emoccedilotildees e habilidades Para tanto utilizam palavras imagens figuras gestos graacuteficos den-tre outros para alcanccedilar tal propoacutesito (BARBOSA E RABACcedilA 2001 apud NOGUEIRA 2008) O desenvolvimento dos coacutedigos graacuteficos que traduzem a linguagem trouxe um progres-so decisivo para a comunicaccedilatildeo do conhecimento acumulado Contudo cada uma das formas de comunicaccedilatildeo exige do indiviacuteduo capacidades especiacuteficas para que a comunicaccedilatildeo ocorra Na linguagem escrita deve-se ter a aptidatildeo para a leitura e a escrita na fala a capacidade de articular as palavras na matemaacutetica eacute preciso reconhecer os modelos das relaccedilotildees entre con-juntos nuacutemeros magnitudes e abstraccedilotildees Na quarta forma de comunicaccedilatildeo usando graacuteficos eacute preciso saber construir e interpretar planos e diagramas a partir da observaccedilatildeo de nuacutemeros de desenhos e imagens ou mesmo do proacuteprio ambiente Ao estudar o progresso da civiliza-ccedilatildeo o homem se depara com esforccedilos nesse sentido como procurar representar por graacuteficos elementos importantes do mundo (NOGUEIRA 2008)
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Para Maria Elena Simielli (2009 p 72-73) a compreensatildeo de que a Cartografia deve se preocupar com o usuaacuterio do mapa ganha corpo a partir da deacutecada de 1990 e ldquoa comunicaccedilatildeo cartograacutefica eacute analisada basicamente pelo tripeacute cartoacutegrafo mapa e usuaacuteriordquo de onde se ex-trairia o ldquoSistema do processamento cartograacuteficordquo e o ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficordquo Compare as Figuras 1 e 2
Figura 1 Sistema do processamento cartograacuteficoFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
Nessa compreensatildeo a imagem do mapa tomada pelo seu leitor tanto quanto o proacuteprio mapa representa menos que o dado bruto pois haacute um processo de escolha daquilo que se vai representar tanto quanto haacute uma perda de eficiecircncia entre o real e sua representaccedilatildeo cartograacute-fica no caso
Figura 2 Sistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficaFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
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Nesse ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficardquo haacute uma primeira intermediaccedilatildeo entre o real e o mapa estabelecida por aquele que o produz Este o mapa por sua vez funciona como mais uma in-termediaccedilatildeo entre o mundo real e o leitor do mapa o ldquopercipient1rdquo Portanto a compreensatildeo do mundo real pelo mapa estabelecida pelo usuaacuterio passa por mediaccedilotildees estabelecidas pelo mapeador e pela proacutepria capacidade de leitura do mapa por seu usuaacuterio
Haacute assim duas instacircncias importantes que devem ser compreendidas pelo professor de Geografia objetivando o ensino de cartografia sua capacidade de produzir e de ler o mapa e sua capacidade de ensinar a produzir e a ler o mapa por isso o processo de ensino da car-tografia exige de seu sujeito o professor esta dupla competecircncia saber fazer e saber ensinar cartografia e por isso nossa proposta procura contemplar estas duas dimensotildees
Podemos compreender que conhecer e representar a Terra foram os primeiros objetivos da Geografia tanto quanto da Cartografia Os homens sempre procuraram conservar a memoacuteria dos lugares e caminhos uacuteteis agraves suas ocupaccedilotildees Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila madeira ou metal ou a desenhaacute-los nos tecidos nos papiros e nos pergaminhos uti-lizaram-se dos instrumentos construtivos ou pictoacutericos de que dispunham em diferentes cul-turas e em distintos momentos histoacutericos para registrar territoacuterios
Acesse os links abaixo para conhecer os primeiros esboccedilos cartograacuteficos sobre a represen-taccedilatildeo de localidades do mundo por exemplo no Egito (veja siacutetio httphistory-worldorgmapegyptgif um mapa do Antigo Egito) na Assiacuteria (veja httphistory-worldorgassyrian-mapjpg) na Feniacutecia (Observe o siacutetio httpancienthistoryaboutcomodromeancientromeigMaps-of-Rome-and-the-EmpireGreek-and-Phoenicianshtm) e na China (conheccedila mais sobre a China no siacutetio httpportuguesecricnchinaabc e observe mapas desse paiacutes em httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc) Muitos deles natildeo eram sequer produzidos em papel tendo se utilizado tambeacutem a pele de animais pergaminhos e argila ou pedra Veja o chamado mapa de Ga Sur considerado um dos mapas mais antigos de que se tem notiacutecia e ao qual se supotildee representar a Mesopotacircmia (Observe o texto apresentado em httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml)
1 Percipient eacute aquele que
percebe mas tem o sentido
de discernimento Assim a
percepccedilatildeo nesse caso natildeo
eacute passiva ela eacute fruto de refle-
xatildeo e de escolhas por parte
de quem percebe
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Em outros contextos diferentes povos estabeleceram formas de representar a Terra ou ter-ritoacuterios como por exemplo os esquimoacutes e os polineacutesios (Figura 3)
Figura 3 Mapa esquimoacute produzido com ossos de baleia e mapa polineacutesio produzido com conchas algas e fibras vegetais
O mapa esquimoacute reproduz um trecho da costa e o polineacutesio um pequeno arquipeacutelago Fonte DUARTE Paulo A Fundamentos de Cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
Adaptado pelos autores
Os gregos satildeo tomados por muitos autores como aqueles que forneceram os primeiros ele-mentos de projeccedilatildeo dos mapas sem dogmas religiosos e mistificaccedilotildees comerciais em bases matemaacuteticas cada vez mais seguras ( JOLY 1990)
Podemos considerar o trabalho de Eratoacutestenes de Cirene (276-196 aC) que apresenta uma construccedilatildeo cartograacutefica pautada em observaccedilatildeo empiacuterica e caacutelculos bastante precisos Atribui-se a ele o experimento que teria permitido o caacutelculo da circunferecircncia da Terra quando ele teria obtido valor muito proacuteximo ao real e algumas das primeiras construccedilotildees cartograacuteficas com um sistema rudimentar de coordenadas geograacuteficas Observemos o mapa do mundo a ele atribuiacutedo no siacutetio httpwwwufrgsbrmuseudetopografiaArtigosO_que_C3A9_Mapapdf
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Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
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Rede Satildeo Paulo de
Cursos de Especializaccedilatildeo para o quadro do Magisteacuterio da SEESP
1 IntroduccedilatildeoEste texto tem como objetivo geral abordar as principais questotildees que norteiam a linguagem
cartograacutefica no ensino da geografia Para tanto seratildeo aqui apresentados temas e procedimen-tos utilizados na Cartografia e na Geografia que conduzem ao aprendizado da linguagem cartograacutefica nas disciplinas de geografia do ensino fundamental e meacutedio nas escolas da rede puacuteblica do Estado de Satildeo Paulo
Nosso enfoque eacute entatildeo voltado agravequilo que se denomina de Cartografia Escolar tanto quanto aborda conteuacutedos proacuteprios agrave Cartografia Geograacutefica instrumentalizando o professor para compreender a cartografia e para ensinaacute-la no acircmbito da Geografia
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A meta a ser atingida eacute fomentar o trabalho do professor de Geografia da rede puacuteblica com uma abordagem da Cartografia que permita a atualizaccedilatildeo e instrumentalizaccedilatildeo sobre os con-teuacutedos apresentados em linguagem cartograacutefica que possibilitem o desenvolvimento de praacuteti-cas pedagoacutegicas Desse modo espera-se que o professor de geografia nosso aluno desenvolva a habilidade de interpretaccedilatildeo adequada de elementos graacuteficos mapas e cartas nos diferentes temas da geografia e tenha condiccedilotildees de promover sua transposiccedilatildeo didaacutetica
Representar os fenocircmenos estudados foi sempre uma necessidade baacutesica em Geografia Pode-se afirmar que a sua histoacuteria estaacute intimamente relacionada com a representaccedilatildeo espacial os progressos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos da ciecircncia geograacutefica tecircm influenciado a Cartografia ao mesmo tempo em que dela recebem influecircncia (OLIVEIRA 1978) Complementarmente pode-se compreender que a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico estaacute intimamente relacionada agrave representaccedilatildeo do objeto dos temas e dos recortes tanto quanto do meacutetodo e das metodolo-gias da Geografia Daiacute a concepccedilatildeo desta disciplina apresentada no mesmo moacutedulo e sequumlen-cialmente agrave disciplina ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo
Seguramente o tema eacute de grande complexidade Envolve a construccedilatildeo das representaccedilotildees espaciais pelo estudante e a construccedilatildeo do conhecimento e dos diferentes estaacutegios cognitivos engloba a compreensatildeo da Cartografia como representaccedilatildeo do espaccedilo permeia conhecimentos conceituais e teacutecnicos da linguagem cartograacutefica Essa abrangecircncia mais que uma limitaccedilatildeo para o oferecimento dessa disciplina pode ser tomada como um desafio ao nosso professor-aluno e deve suscitar o aprofundamento posterior tanto em questotildees relacionadas ao apren-dizado e ensino do que se chama de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica quanto da normatizaccedilatildeo da representaccedilatildeo cartograacutefica em si
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
A compreensatildeo e conhecimento da Histoacuteria da Cartografia podem ser considerados uma informaccedilatildeo enciclopeacutedica uma curiosidade apenas No entanto eacute fundamental para o en-tendimento da construccedilatildeo social e histoacuterica do conhecimento que se materializa nos mapas e outras representaccedilotildees cartograacuteficas Essa compreensatildeo processual eacute importante pois ajuda a desmistificar a teacutecnica envolvida na produccedilatildeo cartograacutefica tanto quanto eacute um instrumento precioso para se desenvolver o processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
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Assim deve se compreender que o conhecimento e a compreensatildeo da Histoacuteria da Carto-grafia possibilitam apresentar aos seus alunos a evoluccedilatildeo pela qual passou um conhecimento paulatinamente sistematizado com influecircncias de diversas culturas com muacuteltiplos objetivos e fruto de muitas conquistas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas ao longo do tempo
Natildeo se trata assim nem de um conhecimento recente nem de um conhecimento a-histoacuteri-co nem fruto de conquistas individuais
Devemos compreender tambeacutem que a evoluccedilatildeo da linguagem cartograacutefica pode ser toma-da no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica pois as teacutecnicas de representaccedilatildeo em boa medida refletem estaacutegios cognitivos dos alunos das seacuteries do ensino fundamental e meacutedio Assim um itineraacuterio por exemplo como seraacute visto mais adiante possui muito daquilo que um aluno das seacuteries iniciais do ensino fundamental consegue produzir enquanto representaccedilatildeo do espaccedilo
O primeiro elemento considerado eacute que o mapa assim como outros produtos cartograacuteficos eacute um instrumento de comunicaccedilatildeo que deve ser decodificado como veremos adiante daiacute vaacuteri-os autores falarem nessa ldquoalfabetizaccedilatildeo cartograacuteficardquo (SIMIELLI 2009) como um processo que possui similaridade agrave alfabetizaccedilatildeo tradicional Ou seja ler um mapa requer um processo de codificaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo como a leitura de um texto escrito
A comunicaccedilatildeo entre os seres humanos permite que eles compartilhem informaccedilotildees ideacuteias emoccedilotildees e habilidades Para tanto utilizam palavras imagens figuras gestos graacuteficos den-tre outros para alcanccedilar tal propoacutesito (BARBOSA E RABACcedilA 2001 apud NOGUEIRA 2008) O desenvolvimento dos coacutedigos graacuteficos que traduzem a linguagem trouxe um progres-so decisivo para a comunicaccedilatildeo do conhecimento acumulado Contudo cada uma das formas de comunicaccedilatildeo exige do indiviacuteduo capacidades especiacuteficas para que a comunicaccedilatildeo ocorra Na linguagem escrita deve-se ter a aptidatildeo para a leitura e a escrita na fala a capacidade de articular as palavras na matemaacutetica eacute preciso reconhecer os modelos das relaccedilotildees entre con-juntos nuacutemeros magnitudes e abstraccedilotildees Na quarta forma de comunicaccedilatildeo usando graacuteficos eacute preciso saber construir e interpretar planos e diagramas a partir da observaccedilatildeo de nuacutemeros de desenhos e imagens ou mesmo do proacuteprio ambiente Ao estudar o progresso da civiliza-ccedilatildeo o homem se depara com esforccedilos nesse sentido como procurar representar por graacuteficos elementos importantes do mundo (NOGUEIRA 2008)
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Para Maria Elena Simielli (2009 p 72-73) a compreensatildeo de que a Cartografia deve se preocupar com o usuaacuterio do mapa ganha corpo a partir da deacutecada de 1990 e ldquoa comunicaccedilatildeo cartograacutefica eacute analisada basicamente pelo tripeacute cartoacutegrafo mapa e usuaacuteriordquo de onde se ex-trairia o ldquoSistema do processamento cartograacuteficordquo e o ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficordquo Compare as Figuras 1 e 2
Figura 1 Sistema do processamento cartograacuteficoFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
Nessa compreensatildeo a imagem do mapa tomada pelo seu leitor tanto quanto o proacuteprio mapa representa menos que o dado bruto pois haacute um processo de escolha daquilo que se vai representar tanto quanto haacute uma perda de eficiecircncia entre o real e sua representaccedilatildeo cartograacute-fica no caso
Figura 2 Sistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficaFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
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Nesse ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficardquo haacute uma primeira intermediaccedilatildeo entre o real e o mapa estabelecida por aquele que o produz Este o mapa por sua vez funciona como mais uma in-termediaccedilatildeo entre o mundo real e o leitor do mapa o ldquopercipient1rdquo Portanto a compreensatildeo do mundo real pelo mapa estabelecida pelo usuaacuterio passa por mediaccedilotildees estabelecidas pelo mapeador e pela proacutepria capacidade de leitura do mapa por seu usuaacuterio
Haacute assim duas instacircncias importantes que devem ser compreendidas pelo professor de Geografia objetivando o ensino de cartografia sua capacidade de produzir e de ler o mapa e sua capacidade de ensinar a produzir e a ler o mapa por isso o processo de ensino da car-tografia exige de seu sujeito o professor esta dupla competecircncia saber fazer e saber ensinar cartografia e por isso nossa proposta procura contemplar estas duas dimensotildees
Podemos compreender que conhecer e representar a Terra foram os primeiros objetivos da Geografia tanto quanto da Cartografia Os homens sempre procuraram conservar a memoacuteria dos lugares e caminhos uacuteteis agraves suas ocupaccedilotildees Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila madeira ou metal ou a desenhaacute-los nos tecidos nos papiros e nos pergaminhos uti-lizaram-se dos instrumentos construtivos ou pictoacutericos de que dispunham em diferentes cul-turas e em distintos momentos histoacutericos para registrar territoacuterios
Acesse os links abaixo para conhecer os primeiros esboccedilos cartograacuteficos sobre a represen-taccedilatildeo de localidades do mundo por exemplo no Egito (veja siacutetio httphistory-worldorgmapegyptgif um mapa do Antigo Egito) na Assiacuteria (veja httphistory-worldorgassyrian-mapjpg) na Feniacutecia (Observe o siacutetio httpancienthistoryaboutcomodromeancientromeigMaps-of-Rome-and-the-EmpireGreek-and-Phoenicianshtm) e na China (conheccedila mais sobre a China no siacutetio httpportuguesecricnchinaabc e observe mapas desse paiacutes em httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc) Muitos deles natildeo eram sequer produzidos em papel tendo se utilizado tambeacutem a pele de animais pergaminhos e argila ou pedra Veja o chamado mapa de Ga Sur considerado um dos mapas mais antigos de que se tem notiacutecia e ao qual se supotildee representar a Mesopotacircmia (Observe o texto apresentado em httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml)
1 Percipient eacute aquele que
percebe mas tem o sentido
de discernimento Assim a
percepccedilatildeo nesse caso natildeo
eacute passiva ela eacute fruto de refle-
xatildeo e de escolhas por parte
de quem percebe
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Em outros contextos diferentes povos estabeleceram formas de representar a Terra ou ter-ritoacuterios como por exemplo os esquimoacutes e os polineacutesios (Figura 3)
Figura 3 Mapa esquimoacute produzido com ossos de baleia e mapa polineacutesio produzido com conchas algas e fibras vegetais
O mapa esquimoacute reproduz um trecho da costa e o polineacutesio um pequeno arquipeacutelago Fonte DUARTE Paulo A Fundamentos de Cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
Adaptado pelos autores
Os gregos satildeo tomados por muitos autores como aqueles que forneceram os primeiros ele-mentos de projeccedilatildeo dos mapas sem dogmas religiosos e mistificaccedilotildees comerciais em bases matemaacuteticas cada vez mais seguras ( JOLY 1990)
Podemos considerar o trabalho de Eratoacutestenes de Cirene (276-196 aC) que apresenta uma construccedilatildeo cartograacutefica pautada em observaccedilatildeo empiacuterica e caacutelculos bastante precisos Atribui-se a ele o experimento que teria permitido o caacutelculo da circunferecircncia da Terra quando ele teria obtido valor muito proacuteximo ao real e algumas das primeiras construccedilotildees cartograacuteficas com um sistema rudimentar de coordenadas geograacuteficas Observemos o mapa do mundo a ele atribuiacutedo no siacutetio httpwwwufrgsbrmuseudetopografiaArtigosO_que_C3A9_Mapapdf
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Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
1 IntroduccedilatildeoEste texto tem como objetivo geral abordar as principais questotildees que norteiam a linguagem
cartograacutefica no ensino da geografia Para tanto seratildeo aqui apresentados temas e procedimen-tos utilizados na Cartografia e na Geografia que conduzem ao aprendizado da linguagem cartograacutefica nas disciplinas de geografia do ensino fundamental e meacutedio nas escolas da rede puacuteblica do Estado de Satildeo Paulo
Nosso enfoque eacute entatildeo voltado agravequilo que se denomina de Cartografia Escolar tanto quanto aborda conteuacutedos proacuteprios agrave Cartografia Geograacutefica instrumentalizando o professor para compreender a cartografia e para ensinaacute-la no acircmbito da Geografia
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A meta a ser atingida eacute fomentar o trabalho do professor de Geografia da rede puacuteblica com uma abordagem da Cartografia que permita a atualizaccedilatildeo e instrumentalizaccedilatildeo sobre os con-teuacutedos apresentados em linguagem cartograacutefica que possibilitem o desenvolvimento de praacuteti-cas pedagoacutegicas Desse modo espera-se que o professor de geografia nosso aluno desenvolva a habilidade de interpretaccedilatildeo adequada de elementos graacuteficos mapas e cartas nos diferentes temas da geografia e tenha condiccedilotildees de promover sua transposiccedilatildeo didaacutetica
Representar os fenocircmenos estudados foi sempre uma necessidade baacutesica em Geografia Pode-se afirmar que a sua histoacuteria estaacute intimamente relacionada com a representaccedilatildeo espacial os progressos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos da ciecircncia geograacutefica tecircm influenciado a Cartografia ao mesmo tempo em que dela recebem influecircncia (OLIVEIRA 1978) Complementarmente pode-se compreender que a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico estaacute intimamente relacionada agrave representaccedilatildeo do objeto dos temas e dos recortes tanto quanto do meacutetodo e das metodolo-gias da Geografia Daiacute a concepccedilatildeo desta disciplina apresentada no mesmo moacutedulo e sequumlen-cialmente agrave disciplina ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo
Seguramente o tema eacute de grande complexidade Envolve a construccedilatildeo das representaccedilotildees espaciais pelo estudante e a construccedilatildeo do conhecimento e dos diferentes estaacutegios cognitivos engloba a compreensatildeo da Cartografia como representaccedilatildeo do espaccedilo permeia conhecimentos conceituais e teacutecnicos da linguagem cartograacutefica Essa abrangecircncia mais que uma limitaccedilatildeo para o oferecimento dessa disciplina pode ser tomada como um desafio ao nosso professor-aluno e deve suscitar o aprofundamento posterior tanto em questotildees relacionadas ao apren-dizado e ensino do que se chama de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica quanto da normatizaccedilatildeo da representaccedilatildeo cartograacutefica em si
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
A compreensatildeo e conhecimento da Histoacuteria da Cartografia podem ser considerados uma informaccedilatildeo enciclopeacutedica uma curiosidade apenas No entanto eacute fundamental para o en-tendimento da construccedilatildeo social e histoacuterica do conhecimento que se materializa nos mapas e outras representaccedilotildees cartograacuteficas Essa compreensatildeo processual eacute importante pois ajuda a desmistificar a teacutecnica envolvida na produccedilatildeo cartograacutefica tanto quanto eacute um instrumento precioso para se desenvolver o processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
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Assim deve se compreender que o conhecimento e a compreensatildeo da Histoacuteria da Carto-grafia possibilitam apresentar aos seus alunos a evoluccedilatildeo pela qual passou um conhecimento paulatinamente sistematizado com influecircncias de diversas culturas com muacuteltiplos objetivos e fruto de muitas conquistas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas ao longo do tempo
Natildeo se trata assim nem de um conhecimento recente nem de um conhecimento a-histoacuteri-co nem fruto de conquistas individuais
Devemos compreender tambeacutem que a evoluccedilatildeo da linguagem cartograacutefica pode ser toma-da no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica pois as teacutecnicas de representaccedilatildeo em boa medida refletem estaacutegios cognitivos dos alunos das seacuteries do ensino fundamental e meacutedio Assim um itineraacuterio por exemplo como seraacute visto mais adiante possui muito daquilo que um aluno das seacuteries iniciais do ensino fundamental consegue produzir enquanto representaccedilatildeo do espaccedilo
O primeiro elemento considerado eacute que o mapa assim como outros produtos cartograacuteficos eacute um instrumento de comunicaccedilatildeo que deve ser decodificado como veremos adiante daiacute vaacuteri-os autores falarem nessa ldquoalfabetizaccedilatildeo cartograacuteficardquo (SIMIELLI 2009) como um processo que possui similaridade agrave alfabetizaccedilatildeo tradicional Ou seja ler um mapa requer um processo de codificaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo como a leitura de um texto escrito
A comunicaccedilatildeo entre os seres humanos permite que eles compartilhem informaccedilotildees ideacuteias emoccedilotildees e habilidades Para tanto utilizam palavras imagens figuras gestos graacuteficos den-tre outros para alcanccedilar tal propoacutesito (BARBOSA E RABACcedilA 2001 apud NOGUEIRA 2008) O desenvolvimento dos coacutedigos graacuteficos que traduzem a linguagem trouxe um progres-so decisivo para a comunicaccedilatildeo do conhecimento acumulado Contudo cada uma das formas de comunicaccedilatildeo exige do indiviacuteduo capacidades especiacuteficas para que a comunicaccedilatildeo ocorra Na linguagem escrita deve-se ter a aptidatildeo para a leitura e a escrita na fala a capacidade de articular as palavras na matemaacutetica eacute preciso reconhecer os modelos das relaccedilotildees entre con-juntos nuacutemeros magnitudes e abstraccedilotildees Na quarta forma de comunicaccedilatildeo usando graacuteficos eacute preciso saber construir e interpretar planos e diagramas a partir da observaccedilatildeo de nuacutemeros de desenhos e imagens ou mesmo do proacuteprio ambiente Ao estudar o progresso da civiliza-ccedilatildeo o homem se depara com esforccedilos nesse sentido como procurar representar por graacuteficos elementos importantes do mundo (NOGUEIRA 2008)
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Para Maria Elena Simielli (2009 p 72-73) a compreensatildeo de que a Cartografia deve se preocupar com o usuaacuterio do mapa ganha corpo a partir da deacutecada de 1990 e ldquoa comunicaccedilatildeo cartograacutefica eacute analisada basicamente pelo tripeacute cartoacutegrafo mapa e usuaacuteriordquo de onde se ex-trairia o ldquoSistema do processamento cartograacuteficordquo e o ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficordquo Compare as Figuras 1 e 2
Figura 1 Sistema do processamento cartograacuteficoFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
Nessa compreensatildeo a imagem do mapa tomada pelo seu leitor tanto quanto o proacuteprio mapa representa menos que o dado bruto pois haacute um processo de escolha daquilo que se vai representar tanto quanto haacute uma perda de eficiecircncia entre o real e sua representaccedilatildeo cartograacute-fica no caso
Figura 2 Sistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficaFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
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Nesse ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficardquo haacute uma primeira intermediaccedilatildeo entre o real e o mapa estabelecida por aquele que o produz Este o mapa por sua vez funciona como mais uma in-termediaccedilatildeo entre o mundo real e o leitor do mapa o ldquopercipient1rdquo Portanto a compreensatildeo do mundo real pelo mapa estabelecida pelo usuaacuterio passa por mediaccedilotildees estabelecidas pelo mapeador e pela proacutepria capacidade de leitura do mapa por seu usuaacuterio
Haacute assim duas instacircncias importantes que devem ser compreendidas pelo professor de Geografia objetivando o ensino de cartografia sua capacidade de produzir e de ler o mapa e sua capacidade de ensinar a produzir e a ler o mapa por isso o processo de ensino da car-tografia exige de seu sujeito o professor esta dupla competecircncia saber fazer e saber ensinar cartografia e por isso nossa proposta procura contemplar estas duas dimensotildees
Podemos compreender que conhecer e representar a Terra foram os primeiros objetivos da Geografia tanto quanto da Cartografia Os homens sempre procuraram conservar a memoacuteria dos lugares e caminhos uacuteteis agraves suas ocupaccedilotildees Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila madeira ou metal ou a desenhaacute-los nos tecidos nos papiros e nos pergaminhos uti-lizaram-se dos instrumentos construtivos ou pictoacutericos de que dispunham em diferentes cul-turas e em distintos momentos histoacutericos para registrar territoacuterios
Acesse os links abaixo para conhecer os primeiros esboccedilos cartograacuteficos sobre a represen-taccedilatildeo de localidades do mundo por exemplo no Egito (veja siacutetio httphistory-worldorgmapegyptgif um mapa do Antigo Egito) na Assiacuteria (veja httphistory-worldorgassyrian-mapjpg) na Feniacutecia (Observe o siacutetio httpancienthistoryaboutcomodromeancientromeigMaps-of-Rome-and-the-EmpireGreek-and-Phoenicianshtm) e na China (conheccedila mais sobre a China no siacutetio httpportuguesecricnchinaabc e observe mapas desse paiacutes em httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc) Muitos deles natildeo eram sequer produzidos em papel tendo se utilizado tambeacutem a pele de animais pergaminhos e argila ou pedra Veja o chamado mapa de Ga Sur considerado um dos mapas mais antigos de que se tem notiacutecia e ao qual se supotildee representar a Mesopotacircmia (Observe o texto apresentado em httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml)
1 Percipient eacute aquele que
percebe mas tem o sentido
de discernimento Assim a
percepccedilatildeo nesse caso natildeo
eacute passiva ela eacute fruto de refle-
xatildeo e de escolhas por parte
de quem percebe
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Em outros contextos diferentes povos estabeleceram formas de representar a Terra ou ter-ritoacuterios como por exemplo os esquimoacutes e os polineacutesios (Figura 3)
Figura 3 Mapa esquimoacute produzido com ossos de baleia e mapa polineacutesio produzido com conchas algas e fibras vegetais
O mapa esquimoacute reproduz um trecho da costa e o polineacutesio um pequeno arquipeacutelago Fonte DUARTE Paulo A Fundamentos de Cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
Adaptado pelos autores
Os gregos satildeo tomados por muitos autores como aqueles que forneceram os primeiros ele-mentos de projeccedilatildeo dos mapas sem dogmas religiosos e mistificaccedilotildees comerciais em bases matemaacuteticas cada vez mais seguras ( JOLY 1990)
Podemos considerar o trabalho de Eratoacutestenes de Cirene (276-196 aC) que apresenta uma construccedilatildeo cartograacutefica pautada em observaccedilatildeo empiacuterica e caacutelculos bastante precisos Atribui-se a ele o experimento que teria permitido o caacutelculo da circunferecircncia da Terra quando ele teria obtido valor muito proacuteximo ao real e algumas das primeiras construccedilotildees cartograacuteficas com um sistema rudimentar de coordenadas geograacuteficas Observemos o mapa do mundo a ele atribuiacutedo no siacutetio httpwwwufrgsbrmuseudetopografiaArtigosO_que_C3A9_Mapapdf
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Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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tema 1
O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Botatildeo 12
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tema 1
1 IntroduccedilatildeoEste texto tem como objetivo geral abordar as principais questotildees que norteiam a linguagem
cartograacutefica no ensino da geografia Para tanto seratildeo aqui apresentados temas e procedimen-tos utilizados na Cartografia e na Geografia que conduzem ao aprendizado da linguagem cartograacutefica nas disciplinas de geografia do ensino fundamental e meacutedio nas escolas da rede puacuteblica do Estado de Satildeo Paulo
Nosso enfoque eacute entatildeo voltado agravequilo que se denomina de Cartografia Escolar tanto quanto aborda conteuacutedos proacuteprios agrave Cartografia Geograacutefica instrumentalizando o professor para compreender a cartografia e para ensinaacute-la no acircmbito da Geografia
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tema 1
A meta a ser atingida eacute fomentar o trabalho do professor de Geografia da rede puacuteblica com uma abordagem da Cartografia que permita a atualizaccedilatildeo e instrumentalizaccedilatildeo sobre os con-teuacutedos apresentados em linguagem cartograacutefica que possibilitem o desenvolvimento de praacuteti-cas pedagoacutegicas Desse modo espera-se que o professor de geografia nosso aluno desenvolva a habilidade de interpretaccedilatildeo adequada de elementos graacuteficos mapas e cartas nos diferentes temas da geografia e tenha condiccedilotildees de promover sua transposiccedilatildeo didaacutetica
Representar os fenocircmenos estudados foi sempre uma necessidade baacutesica em Geografia Pode-se afirmar que a sua histoacuteria estaacute intimamente relacionada com a representaccedilatildeo espacial os progressos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos da ciecircncia geograacutefica tecircm influenciado a Cartografia ao mesmo tempo em que dela recebem influecircncia (OLIVEIRA 1978) Complementarmente pode-se compreender que a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico estaacute intimamente relacionada agrave representaccedilatildeo do objeto dos temas e dos recortes tanto quanto do meacutetodo e das metodolo-gias da Geografia Daiacute a concepccedilatildeo desta disciplina apresentada no mesmo moacutedulo e sequumlen-cialmente agrave disciplina ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo
Seguramente o tema eacute de grande complexidade Envolve a construccedilatildeo das representaccedilotildees espaciais pelo estudante e a construccedilatildeo do conhecimento e dos diferentes estaacutegios cognitivos engloba a compreensatildeo da Cartografia como representaccedilatildeo do espaccedilo permeia conhecimentos conceituais e teacutecnicos da linguagem cartograacutefica Essa abrangecircncia mais que uma limitaccedilatildeo para o oferecimento dessa disciplina pode ser tomada como um desafio ao nosso professor-aluno e deve suscitar o aprofundamento posterior tanto em questotildees relacionadas ao apren-dizado e ensino do que se chama de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica quanto da normatizaccedilatildeo da representaccedilatildeo cartograacutefica em si
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
A compreensatildeo e conhecimento da Histoacuteria da Cartografia podem ser considerados uma informaccedilatildeo enciclopeacutedica uma curiosidade apenas No entanto eacute fundamental para o en-tendimento da construccedilatildeo social e histoacuterica do conhecimento que se materializa nos mapas e outras representaccedilotildees cartograacuteficas Essa compreensatildeo processual eacute importante pois ajuda a desmistificar a teacutecnica envolvida na produccedilatildeo cartograacutefica tanto quanto eacute um instrumento precioso para se desenvolver o processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
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tema 1
Assim deve se compreender que o conhecimento e a compreensatildeo da Histoacuteria da Carto-grafia possibilitam apresentar aos seus alunos a evoluccedilatildeo pela qual passou um conhecimento paulatinamente sistematizado com influecircncias de diversas culturas com muacuteltiplos objetivos e fruto de muitas conquistas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas ao longo do tempo
Natildeo se trata assim nem de um conhecimento recente nem de um conhecimento a-histoacuteri-co nem fruto de conquistas individuais
Devemos compreender tambeacutem que a evoluccedilatildeo da linguagem cartograacutefica pode ser toma-da no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica pois as teacutecnicas de representaccedilatildeo em boa medida refletem estaacutegios cognitivos dos alunos das seacuteries do ensino fundamental e meacutedio Assim um itineraacuterio por exemplo como seraacute visto mais adiante possui muito daquilo que um aluno das seacuteries iniciais do ensino fundamental consegue produzir enquanto representaccedilatildeo do espaccedilo
O primeiro elemento considerado eacute que o mapa assim como outros produtos cartograacuteficos eacute um instrumento de comunicaccedilatildeo que deve ser decodificado como veremos adiante daiacute vaacuteri-os autores falarem nessa ldquoalfabetizaccedilatildeo cartograacuteficardquo (SIMIELLI 2009) como um processo que possui similaridade agrave alfabetizaccedilatildeo tradicional Ou seja ler um mapa requer um processo de codificaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo como a leitura de um texto escrito
A comunicaccedilatildeo entre os seres humanos permite que eles compartilhem informaccedilotildees ideacuteias emoccedilotildees e habilidades Para tanto utilizam palavras imagens figuras gestos graacuteficos den-tre outros para alcanccedilar tal propoacutesito (BARBOSA E RABACcedilA 2001 apud NOGUEIRA 2008) O desenvolvimento dos coacutedigos graacuteficos que traduzem a linguagem trouxe um progres-so decisivo para a comunicaccedilatildeo do conhecimento acumulado Contudo cada uma das formas de comunicaccedilatildeo exige do indiviacuteduo capacidades especiacuteficas para que a comunicaccedilatildeo ocorra Na linguagem escrita deve-se ter a aptidatildeo para a leitura e a escrita na fala a capacidade de articular as palavras na matemaacutetica eacute preciso reconhecer os modelos das relaccedilotildees entre con-juntos nuacutemeros magnitudes e abstraccedilotildees Na quarta forma de comunicaccedilatildeo usando graacuteficos eacute preciso saber construir e interpretar planos e diagramas a partir da observaccedilatildeo de nuacutemeros de desenhos e imagens ou mesmo do proacuteprio ambiente Ao estudar o progresso da civiliza-ccedilatildeo o homem se depara com esforccedilos nesse sentido como procurar representar por graacuteficos elementos importantes do mundo (NOGUEIRA 2008)
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Para Maria Elena Simielli (2009 p 72-73) a compreensatildeo de que a Cartografia deve se preocupar com o usuaacuterio do mapa ganha corpo a partir da deacutecada de 1990 e ldquoa comunicaccedilatildeo cartograacutefica eacute analisada basicamente pelo tripeacute cartoacutegrafo mapa e usuaacuteriordquo de onde se ex-trairia o ldquoSistema do processamento cartograacuteficordquo e o ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficordquo Compare as Figuras 1 e 2
Figura 1 Sistema do processamento cartograacuteficoFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
Nessa compreensatildeo a imagem do mapa tomada pelo seu leitor tanto quanto o proacuteprio mapa representa menos que o dado bruto pois haacute um processo de escolha daquilo que se vai representar tanto quanto haacute uma perda de eficiecircncia entre o real e sua representaccedilatildeo cartograacute-fica no caso
Figura 2 Sistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficaFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
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Nesse ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficardquo haacute uma primeira intermediaccedilatildeo entre o real e o mapa estabelecida por aquele que o produz Este o mapa por sua vez funciona como mais uma in-termediaccedilatildeo entre o mundo real e o leitor do mapa o ldquopercipient1rdquo Portanto a compreensatildeo do mundo real pelo mapa estabelecida pelo usuaacuterio passa por mediaccedilotildees estabelecidas pelo mapeador e pela proacutepria capacidade de leitura do mapa por seu usuaacuterio
Haacute assim duas instacircncias importantes que devem ser compreendidas pelo professor de Geografia objetivando o ensino de cartografia sua capacidade de produzir e de ler o mapa e sua capacidade de ensinar a produzir e a ler o mapa por isso o processo de ensino da car-tografia exige de seu sujeito o professor esta dupla competecircncia saber fazer e saber ensinar cartografia e por isso nossa proposta procura contemplar estas duas dimensotildees
Podemos compreender que conhecer e representar a Terra foram os primeiros objetivos da Geografia tanto quanto da Cartografia Os homens sempre procuraram conservar a memoacuteria dos lugares e caminhos uacuteteis agraves suas ocupaccedilotildees Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila madeira ou metal ou a desenhaacute-los nos tecidos nos papiros e nos pergaminhos uti-lizaram-se dos instrumentos construtivos ou pictoacutericos de que dispunham em diferentes cul-turas e em distintos momentos histoacutericos para registrar territoacuterios
Acesse os links abaixo para conhecer os primeiros esboccedilos cartograacuteficos sobre a represen-taccedilatildeo de localidades do mundo por exemplo no Egito (veja siacutetio httphistory-worldorgmapegyptgif um mapa do Antigo Egito) na Assiacuteria (veja httphistory-worldorgassyrian-mapjpg) na Feniacutecia (Observe o siacutetio httpancienthistoryaboutcomodromeancientromeigMaps-of-Rome-and-the-EmpireGreek-and-Phoenicianshtm) e na China (conheccedila mais sobre a China no siacutetio httpportuguesecricnchinaabc e observe mapas desse paiacutes em httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc) Muitos deles natildeo eram sequer produzidos em papel tendo se utilizado tambeacutem a pele de animais pergaminhos e argila ou pedra Veja o chamado mapa de Ga Sur considerado um dos mapas mais antigos de que se tem notiacutecia e ao qual se supotildee representar a Mesopotacircmia (Observe o texto apresentado em httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml)
1 Percipient eacute aquele que
percebe mas tem o sentido
de discernimento Assim a
percepccedilatildeo nesse caso natildeo
eacute passiva ela eacute fruto de refle-
xatildeo e de escolhas por parte
de quem percebe
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Em outros contextos diferentes povos estabeleceram formas de representar a Terra ou ter-ritoacuterios como por exemplo os esquimoacutes e os polineacutesios (Figura 3)
Figura 3 Mapa esquimoacute produzido com ossos de baleia e mapa polineacutesio produzido com conchas algas e fibras vegetais
O mapa esquimoacute reproduz um trecho da costa e o polineacutesio um pequeno arquipeacutelago Fonte DUARTE Paulo A Fundamentos de Cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
Adaptado pelos autores
Os gregos satildeo tomados por muitos autores como aqueles que forneceram os primeiros ele-mentos de projeccedilatildeo dos mapas sem dogmas religiosos e mistificaccedilotildees comerciais em bases matemaacuteticas cada vez mais seguras ( JOLY 1990)
Podemos considerar o trabalho de Eratoacutestenes de Cirene (276-196 aC) que apresenta uma construccedilatildeo cartograacutefica pautada em observaccedilatildeo empiacuterica e caacutelculos bastante precisos Atribui-se a ele o experimento que teria permitido o caacutelculo da circunferecircncia da Terra quando ele teria obtido valor muito proacuteximo ao real e algumas das primeiras construccedilotildees cartograacuteficas com um sistema rudimentar de coordenadas geograacuteficas Observemos o mapa do mundo a ele atribuiacutedo no siacutetio httpwwwufrgsbrmuseudetopografiaArtigosO_que_C3A9_Mapapdf
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Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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tema 1
Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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bull NOGUEIRA R E Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaci-ais 2 ed Florianoacutepolis UFSC 2008
bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
43
TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
2
3
bull OLIVEIRA L Estudo metodoloacutegico e cognitivo do mapa 1978 129 f Tese (Livre do-cecircn-cia)-Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1978
bull PISSINATI M C ARCHELA R S Fundamentos da alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica no en-sino de geografia Geografia Londrina-PR v 16 n 1 janjun 2007
bull PROGRAMA DAS NACcedilOtildeES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO Rela-toacuterio de Desenvolvimento Humano 2006 PNUD Brasiacutelia 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwpnudorgbrarquivosrdhrdh2006rdh2006_IDHpdfgt Acesso em 25 jul 2010
bull SANTOS M A natureza do espaccedilo Satildeo Paulo [sn] 1996
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Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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3
bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
Botatildeo 2
Botatildeo 3
Botatildeo 12
Paacutegina 3 Off
Botatildeo 13
Paacutegina 3 Off
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Paacutegina 47 Off
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Paacutegina 49
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Botatildeo 4
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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tema 1
A meta a ser atingida eacute fomentar o trabalho do professor de Geografia da rede puacuteblica com uma abordagem da Cartografia que permita a atualizaccedilatildeo e instrumentalizaccedilatildeo sobre os con-teuacutedos apresentados em linguagem cartograacutefica que possibilitem o desenvolvimento de praacuteti-cas pedagoacutegicas Desse modo espera-se que o professor de geografia nosso aluno desenvolva a habilidade de interpretaccedilatildeo adequada de elementos graacuteficos mapas e cartas nos diferentes temas da geografia e tenha condiccedilotildees de promover sua transposiccedilatildeo didaacutetica
Representar os fenocircmenos estudados foi sempre uma necessidade baacutesica em Geografia Pode-se afirmar que a sua histoacuteria estaacute intimamente relacionada com a representaccedilatildeo espacial os progressos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos da ciecircncia geograacutefica tecircm influenciado a Cartografia ao mesmo tempo em que dela recebem influecircncia (OLIVEIRA 1978) Complementarmente pode-se compreender que a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico estaacute intimamente relacionada agrave representaccedilatildeo do objeto dos temas e dos recortes tanto quanto do meacutetodo e das metodolo-gias da Geografia Daiacute a concepccedilatildeo desta disciplina apresentada no mesmo moacutedulo e sequumlen-cialmente agrave disciplina ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo
Seguramente o tema eacute de grande complexidade Envolve a construccedilatildeo das representaccedilotildees espaciais pelo estudante e a construccedilatildeo do conhecimento e dos diferentes estaacutegios cognitivos engloba a compreensatildeo da Cartografia como representaccedilatildeo do espaccedilo permeia conhecimentos conceituais e teacutecnicos da linguagem cartograacutefica Essa abrangecircncia mais que uma limitaccedilatildeo para o oferecimento dessa disciplina pode ser tomada como um desafio ao nosso professor-aluno e deve suscitar o aprofundamento posterior tanto em questotildees relacionadas ao apren-dizado e ensino do que se chama de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica quanto da normatizaccedilatildeo da representaccedilatildeo cartograacutefica em si
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
A compreensatildeo e conhecimento da Histoacuteria da Cartografia podem ser considerados uma informaccedilatildeo enciclopeacutedica uma curiosidade apenas No entanto eacute fundamental para o en-tendimento da construccedilatildeo social e histoacuterica do conhecimento que se materializa nos mapas e outras representaccedilotildees cartograacuteficas Essa compreensatildeo processual eacute importante pois ajuda a desmistificar a teacutecnica envolvida na produccedilatildeo cartograacutefica tanto quanto eacute um instrumento precioso para se desenvolver o processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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tema 1
Assim deve se compreender que o conhecimento e a compreensatildeo da Histoacuteria da Carto-grafia possibilitam apresentar aos seus alunos a evoluccedilatildeo pela qual passou um conhecimento paulatinamente sistematizado com influecircncias de diversas culturas com muacuteltiplos objetivos e fruto de muitas conquistas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas ao longo do tempo
Natildeo se trata assim nem de um conhecimento recente nem de um conhecimento a-histoacuteri-co nem fruto de conquistas individuais
Devemos compreender tambeacutem que a evoluccedilatildeo da linguagem cartograacutefica pode ser toma-da no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica pois as teacutecnicas de representaccedilatildeo em boa medida refletem estaacutegios cognitivos dos alunos das seacuteries do ensino fundamental e meacutedio Assim um itineraacuterio por exemplo como seraacute visto mais adiante possui muito daquilo que um aluno das seacuteries iniciais do ensino fundamental consegue produzir enquanto representaccedilatildeo do espaccedilo
O primeiro elemento considerado eacute que o mapa assim como outros produtos cartograacuteficos eacute um instrumento de comunicaccedilatildeo que deve ser decodificado como veremos adiante daiacute vaacuteri-os autores falarem nessa ldquoalfabetizaccedilatildeo cartograacuteficardquo (SIMIELLI 2009) como um processo que possui similaridade agrave alfabetizaccedilatildeo tradicional Ou seja ler um mapa requer um processo de codificaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo como a leitura de um texto escrito
A comunicaccedilatildeo entre os seres humanos permite que eles compartilhem informaccedilotildees ideacuteias emoccedilotildees e habilidades Para tanto utilizam palavras imagens figuras gestos graacuteficos den-tre outros para alcanccedilar tal propoacutesito (BARBOSA E RABACcedilA 2001 apud NOGUEIRA 2008) O desenvolvimento dos coacutedigos graacuteficos que traduzem a linguagem trouxe um progres-so decisivo para a comunicaccedilatildeo do conhecimento acumulado Contudo cada uma das formas de comunicaccedilatildeo exige do indiviacuteduo capacidades especiacuteficas para que a comunicaccedilatildeo ocorra Na linguagem escrita deve-se ter a aptidatildeo para a leitura e a escrita na fala a capacidade de articular as palavras na matemaacutetica eacute preciso reconhecer os modelos das relaccedilotildees entre con-juntos nuacutemeros magnitudes e abstraccedilotildees Na quarta forma de comunicaccedilatildeo usando graacuteficos eacute preciso saber construir e interpretar planos e diagramas a partir da observaccedilatildeo de nuacutemeros de desenhos e imagens ou mesmo do proacuteprio ambiente Ao estudar o progresso da civiliza-ccedilatildeo o homem se depara com esforccedilos nesse sentido como procurar representar por graacuteficos elementos importantes do mundo (NOGUEIRA 2008)
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TEMASU
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tema 1
Para Maria Elena Simielli (2009 p 72-73) a compreensatildeo de que a Cartografia deve se preocupar com o usuaacuterio do mapa ganha corpo a partir da deacutecada de 1990 e ldquoa comunicaccedilatildeo cartograacutefica eacute analisada basicamente pelo tripeacute cartoacutegrafo mapa e usuaacuteriordquo de onde se ex-trairia o ldquoSistema do processamento cartograacuteficordquo e o ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficordquo Compare as Figuras 1 e 2
Figura 1 Sistema do processamento cartograacuteficoFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
Nessa compreensatildeo a imagem do mapa tomada pelo seu leitor tanto quanto o proacuteprio mapa representa menos que o dado bruto pois haacute um processo de escolha daquilo que se vai representar tanto quanto haacute uma perda de eficiecircncia entre o real e sua representaccedilatildeo cartograacute-fica no caso
Figura 2 Sistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficaFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
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tema 1
Nesse ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficardquo haacute uma primeira intermediaccedilatildeo entre o real e o mapa estabelecida por aquele que o produz Este o mapa por sua vez funciona como mais uma in-termediaccedilatildeo entre o mundo real e o leitor do mapa o ldquopercipient1rdquo Portanto a compreensatildeo do mundo real pelo mapa estabelecida pelo usuaacuterio passa por mediaccedilotildees estabelecidas pelo mapeador e pela proacutepria capacidade de leitura do mapa por seu usuaacuterio
Haacute assim duas instacircncias importantes que devem ser compreendidas pelo professor de Geografia objetivando o ensino de cartografia sua capacidade de produzir e de ler o mapa e sua capacidade de ensinar a produzir e a ler o mapa por isso o processo de ensino da car-tografia exige de seu sujeito o professor esta dupla competecircncia saber fazer e saber ensinar cartografia e por isso nossa proposta procura contemplar estas duas dimensotildees
Podemos compreender que conhecer e representar a Terra foram os primeiros objetivos da Geografia tanto quanto da Cartografia Os homens sempre procuraram conservar a memoacuteria dos lugares e caminhos uacuteteis agraves suas ocupaccedilotildees Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila madeira ou metal ou a desenhaacute-los nos tecidos nos papiros e nos pergaminhos uti-lizaram-se dos instrumentos construtivos ou pictoacutericos de que dispunham em diferentes cul-turas e em distintos momentos histoacutericos para registrar territoacuterios
Acesse os links abaixo para conhecer os primeiros esboccedilos cartograacuteficos sobre a represen-taccedilatildeo de localidades do mundo por exemplo no Egito (veja siacutetio httphistory-worldorgmapegyptgif um mapa do Antigo Egito) na Assiacuteria (veja httphistory-worldorgassyrian-mapjpg) na Feniacutecia (Observe o siacutetio httpancienthistoryaboutcomodromeancientromeigMaps-of-Rome-and-the-EmpireGreek-and-Phoenicianshtm) e na China (conheccedila mais sobre a China no siacutetio httpportuguesecricnchinaabc e observe mapas desse paiacutes em httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc) Muitos deles natildeo eram sequer produzidos em papel tendo se utilizado tambeacutem a pele de animais pergaminhos e argila ou pedra Veja o chamado mapa de Ga Sur considerado um dos mapas mais antigos de que se tem notiacutecia e ao qual se supotildee representar a Mesopotacircmia (Observe o texto apresentado em httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml)
1 Percipient eacute aquele que
percebe mas tem o sentido
de discernimento Assim a
percepccedilatildeo nesse caso natildeo
eacute passiva ela eacute fruto de refle-
xatildeo e de escolhas por parte
de quem percebe
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TEMASU
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tema 1
Em outros contextos diferentes povos estabeleceram formas de representar a Terra ou ter-ritoacuterios como por exemplo os esquimoacutes e os polineacutesios (Figura 3)
Figura 3 Mapa esquimoacute produzido com ossos de baleia e mapa polineacutesio produzido com conchas algas e fibras vegetais
O mapa esquimoacute reproduz um trecho da costa e o polineacutesio um pequeno arquipeacutelago Fonte DUARTE Paulo A Fundamentos de Cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
Adaptado pelos autores
Os gregos satildeo tomados por muitos autores como aqueles que forneceram os primeiros ele-mentos de projeccedilatildeo dos mapas sem dogmas religiosos e mistificaccedilotildees comerciais em bases matemaacuteticas cada vez mais seguras ( JOLY 1990)
Podemos considerar o trabalho de Eratoacutestenes de Cirene (276-196 aC) que apresenta uma construccedilatildeo cartograacutefica pautada em observaccedilatildeo empiacuterica e caacutelculos bastante precisos Atribui-se a ele o experimento que teria permitido o caacutelculo da circunferecircncia da Terra quando ele teria obtido valor muito proacuteximo ao real e algumas das primeiras construccedilotildees cartograacuteficas com um sistema rudimentar de coordenadas geograacuteficas Observemos o mapa do mundo a ele atribuiacutedo no siacutetio httpwwwufrgsbrmuseudetopografiaArtigosO_que_C3A9_Mapapdf
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TEMASU
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tema 1
Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
11
TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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2
3
tema 1
A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
ficha sumaacuterio bibliografia
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
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bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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tema 1
Assim deve se compreender que o conhecimento e a compreensatildeo da Histoacuteria da Carto-grafia possibilitam apresentar aos seus alunos a evoluccedilatildeo pela qual passou um conhecimento paulatinamente sistematizado com influecircncias de diversas culturas com muacuteltiplos objetivos e fruto de muitas conquistas cientiacuteficas e tecnoloacutegicas ao longo do tempo
Natildeo se trata assim nem de um conhecimento recente nem de um conhecimento a-histoacuteri-co nem fruto de conquistas individuais
Devemos compreender tambeacutem que a evoluccedilatildeo da linguagem cartograacutefica pode ser toma-da no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica pois as teacutecnicas de representaccedilatildeo em boa medida refletem estaacutegios cognitivos dos alunos das seacuteries do ensino fundamental e meacutedio Assim um itineraacuterio por exemplo como seraacute visto mais adiante possui muito daquilo que um aluno das seacuteries iniciais do ensino fundamental consegue produzir enquanto representaccedilatildeo do espaccedilo
O primeiro elemento considerado eacute que o mapa assim como outros produtos cartograacuteficos eacute um instrumento de comunicaccedilatildeo que deve ser decodificado como veremos adiante daiacute vaacuteri-os autores falarem nessa ldquoalfabetizaccedilatildeo cartograacuteficardquo (SIMIELLI 2009) como um processo que possui similaridade agrave alfabetizaccedilatildeo tradicional Ou seja ler um mapa requer um processo de codificaccedilatildeo e decodificaccedilatildeo como a leitura de um texto escrito
A comunicaccedilatildeo entre os seres humanos permite que eles compartilhem informaccedilotildees ideacuteias emoccedilotildees e habilidades Para tanto utilizam palavras imagens figuras gestos graacuteficos den-tre outros para alcanccedilar tal propoacutesito (BARBOSA E RABACcedilA 2001 apud NOGUEIRA 2008) O desenvolvimento dos coacutedigos graacuteficos que traduzem a linguagem trouxe um progres-so decisivo para a comunicaccedilatildeo do conhecimento acumulado Contudo cada uma das formas de comunicaccedilatildeo exige do indiviacuteduo capacidades especiacuteficas para que a comunicaccedilatildeo ocorra Na linguagem escrita deve-se ter a aptidatildeo para a leitura e a escrita na fala a capacidade de articular as palavras na matemaacutetica eacute preciso reconhecer os modelos das relaccedilotildees entre con-juntos nuacutemeros magnitudes e abstraccedilotildees Na quarta forma de comunicaccedilatildeo usando graacuteficos eacute preciso saber construir e interpretar planos e diagramas a partir da observaccedilatildeo de nuacutemeros de desenhos e imagens ou mesmo do proacuteprio ambiente Ao estudar o progresso da civiliza-ccedilatildeo o homem se depara com esforccedilos nesse sentido como procurar representar por graacuteficos elementos importantes do mundo (NOGUEIRA 2008)
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Para Maria Elena Simielli (2009 p 72-73) a compreensatildeo de que a Cartografia deve se preocupar com o usuaacuterio do mapa ganha corpo a partir da deacutecada de 1990 e ldquoa comunicaccedilatildeo cartograacutefica eacute analisada basicamente pelo tripeacute cartoacutegrafo mapa e usuaacuteriordquo de onde se ex-trairia o ldquoSistema do processamento cartograacuteficordquo e o ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficordquo Compare as Figuras 1 e 2
Figura 1 Sistema do processamento cartograacuteficoFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
Nessa compreensatildeo a imagem do mapa tomada pelo seu leitor tanto quanto o proacuteprio mapa representa menos que o dado bruto pois haacute um processo de escolha daquilo que se vai representar tanto quanto haacute uma perda de eficiecircncia entre o real e sua representaccedilatildeo cartograacute-fica no caso
Figura 2 Sistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficaFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
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tema 1
Nesse ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficardquo haacute uma primeira intermediaccedilatildeo entre o real e o mapa estabelecida por aquele que o produz Este o mapa por sua vez funciona como mais uma in-termediaccedilatildeo entre o mundo real e o leitor do mapa o ldquopercipient1rdquo Portanto a compreensatildeo do mundo real pelo mapa estabelecida pelo usuaacuterio passa por mediaccedilotildees estabelecidas pelo mapeador e pela proacutepria capacidade de leitura do mapa por seu usuaacuterio
Haacute assim duas instacircncias importantes que devem ser compreendidas pelo professor de Geografia objetivando o ensino de cartografia sua capacidade de produzir e de ler o mapa e sua capacidade de ensinar a produzir e a ler o mapa por isso o processo de ensino da car-tografia exige de seu sujeito o professor esta dupla competecircncia saber fazer e saber ensinar cartografia e por isso nossa proposta procura contemplar estas duas dimensotildees
Podemos compreender que conhecer e representar a Terra foram os primeiros objetivos da Geografia tanto quanto da Cartografia Os homens sempre procuraram conservar a memoacuteria dos lugares e caminhos uacuteteis agraves suas ocupaccedilotildees Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila madeira ou metal ou a desenhaacute-los nos tecidos nos papiros e nos pergaminhos uti-lizaram-se dos instrumentos construtivos ou pictoacutericos de que dispunham em diferentes cul-turas e em distintos momentos histoacutericos para registrar territoacuterios
Acesse os links abaixo para conhecer os primeiros esboccedilos cartograacuteficos sobre a represen-taccedilatildeo de localidades do mundo por exemplo no Egito (veja siacutetio httphistory-worldorgmapegyptgif um mapa do Antigo Egito) na Assiacuteria (veja httphistory-worldorgassyrian-mapjpg) na Feniacutecia (Observe o siacutetio httpancienthistoryaboutcomodromeancientromeigMaps-of-Rome-and-the-EmpireGreek-and-Phoenicianshtm) e na China (conheccedila mais sobre a China no siacutetio httpportuguesecricnchinaabc e observe mapas desse paiacutes em httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc) Muitos deles natildeo eram sequer produzidos em papel tendo se utilizado tambeacutem a pele de animais pergaminhos e argila ou pedra Veja o chamado mapa de Ga Sur considerado um dos mapas mais antigos de que se tem notiacutecia e ao qual se supotildee representar a Mesopotacircmia (Observe o texto apresentado em httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml)
1 Percipient eacute aquele que
percebe mas tem o sentido
de discernimento Assim a
percepccedilatildeo nesse caso natildeo
eacute passiva ela eacute fruto de refle-
xatildeo e de escolhas por parte
de quem percebe
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Em outros contextos diferentes povos estabeleceram formas de representar a Terra ou ter-ritoacuterios como por exemplo os esquimoacutes e os polineacutesios (Figura 3)
Figura 3 Mapa esquimoacute produzido com ossos de baleia e mapa polineacutesio produzido com conchas algas e fibras vegetais
O mapa esquimoacute reproduz um trecho da costa e o polineacutesio um pequeno arquipeacutelago Fonte DUARTE Paulo A Fundamentos de Cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
Adaptado pelos autores
Os gregos satildeo tomados por muitos autores como aqueles que forneceram os primeiros ele-mentos de projeccedilatildeo dos mapas sem dogmas religiosos e mistificaccedilotildees comerciais em bases matemaacuteticas cada vez mais seguras ( JOLY 1990)
Podemos considerar o trabalho de Eratoacutestenes de Cirene (276-196 aC) que apresenta uma construccedilatildeo cartograacutefica pautada em observaccedilatildeo empiacuterica e caacutelculos bastante precisos Atribui-se a ele o experimento que teria permitido o caacutelculo da circunferecircncia da Terra quando ele teria obtido valor muito proacuteximo ao real e algumas das primeiras construccedilotildees cartograacuteficas com um sistema rudimentar de coordenadas geograacuteficas Observemos o mapa do mundo a ele atribuiacutedo no siacutetio httpwwwufrgsbrmuseudetopografiaArtigosO_que_C3A9_Mapapdf
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Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
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Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
Botatildeo 2
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Botatildeo 12
Paacutegina 3 Off
Botatildeo 13
Paacutegina 3 Off
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Paacutegina 4 Off
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Paacutegina 4 Off
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Paacutegina 47 Off
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Botatildeo 8
Botatildeo 4
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Para Maria Elena Simielli (2009 p 72-73) a compreensatildeo de que a Cartografia deve se preocupar com o usuaacuterio do mapa ganha corpo a partir da deacutecada de 1990 e ldquoa comunicaccedilatildeo cartograacutefica eacute analisada basicamente pelo tripeacute cartoacutegrafo mapa e usuaacuteriordquo de onde se ex-trairia o ldquoSistema do processamento cartograacuteficordquo e o ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficordquo Compare as Figuras 1 e 2
Figura 1 Sistema do processamento cartograacuteficoFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
Nessa compreensatildeo a imagem do mapa tomada pelo seu leitor tanto quanto o proacuteprio mapa representa menos que o dado bruto pois haacute um processo de escolha daquilo que se vai representar tanto quanto haacute uma perda de eficiecircncia entre o real e sua representaccedilatildeo cartograacute-fica no caso
Figura 2 Sistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficaFonte Robinson e Petchenik apud SIMIELLI (2009)
Org ROCHA P C WHITACKER A M
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Nesse ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficardquo haacute uma primeira intermediaccedilatildeo entre o real e o mapa estabelecida por aquele que o produz Este o mapa por sua vez funciona como mais uma in-termediaccedilatildeo entre o mundo real e o leitor do mapa o ldquopercipient1rdquo Portanto a compreensatildeo do mundo real pelo mapa estabelecida pelo usuaacuterio passa por mediaccedilotildees estabelecidas pelo mapeador e pela proacutepria capacidade de leitura do mapa por seu usuaacuterio
Haacute assim duas instacircncias importantes que devem ser compreendidas pelo professor de Geografia objetivando o ensino de cartografia sua capacidade de produzir e de ler o mapa e sua capacidade de ensinar a produzir e a ler o mapa por isso o processo de ensino da car-tografia exige de seu sujeito o professor esta dupla competecircncia saber fazer e saber ensinar cartografia e por isso nossa proposta procura contemplar estas duas dimensotildees
Podemos compreender que conhecer e representar a Terra foram os primeiros objetivos da Geografia tanto quanto da Cartografia Os homens sempre procuraram conservar a memoacuteria dos lugares e caminhos uacuteteis agraves suas ocupaccedilotildees Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila madeira ou metal ou a desenhaacute-los nos tecidos nos papiros e nos pergaminhos uti-lizaram-se dos instrumentos construtivos ou pictoacutericos de que dispunham em diferentes cul-turas e em distintos momentos histoacutericos para registrar territoacuterios
Acesse os links abaixo para conhecer os primeiros esboccedilos cartograacuteficos sobre a represen-taccedilatildeo de localidades do mundo por exemplo no Egito (veja siacutetio httphistory-worldorgmapegyptgif um mapa do Antigo Egito) na Assiacuteria (veja httphistory-worldorgassyrian-mapjpg) na Feniacutecia (Observe o siacutetio httpancienthistoryaboutcomodromeancientromeigMaps-of-Rome-and-the-EmpireGreek-and-Phoenicianshtm) e na China (conheccedila mais sobre a China no siacutetio httpportuguesecricnchinaabc e observe mapas desse paiacutes em httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc) Muitos deles natildeo eram sequer produzidos em papel tendo se utilizado tambeacutem a pele de animais pergaminhos e argila ou pedra Veja o chamado mapa de Ga Sur considerado um dos mapas mais antigos de que se tem notiacutecia e ao qual se supotildee representar a Mesopotacircmia (Observe o texto apresentado em httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml)
1 Percipient eacute aquele que
percebe mas tem o sentido
de discernimento Assim a
percepccedilatildeo nesse caso natildeo
eacute passiva ela eacute fruto de refle-
xatildeo e de escolhas por parte
de quem percebe
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Em outros contextos diferentes povos estabeleceram formas de representar a Terra ou ter-ritoacuterios como por exemplo os esquimoacutes e os polineacutesios (Figura 3)
Figura 3 Mapa esquimoacute produzido com ossos de baleia e mapa polineacutesio produzido com conchas algas e fibras vegetais
O mapa esquimoacute reproduz um trecho da costa e o polineacutesio um pequeno arquipeacutelago Fonte DUARTE Paulo A Fundamentos de Cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
Adaptado pelos autores
Os gregos satildeo tomados por muitos autores como aqueles que forneceram os primeiros ele-mentos de projeccedilatildeo dos mapas sem dogmas religiosos e mistificaccedilotildees comerciais em bases matemaacuteticas cada vez mais seguras ( JOLY 1990)
Podemos considerar o trabalho de Eratoacutestenes de Cirene (276-196 aC) que apresenta uma construccedilatildeo cartograacutefica pautada em observaccedilatildeo empiacuterica e caacutelculos bastante precisos Atribui-se a ele o experimento que teria permitido o caacutelculo da circunferecircncia da Terra quando ele teria obtido valor muito proacuteximo ao real e algumas das primeiras construccedilotildees cartograacuteficas com um sistema rudimentar de coordenadas geograacuteficas Observemos o mapa do mundo a ele atribuiacutedo no siacutetio httpwwwufrgsbrmuseudetopografiaArtigosO_que_C3A9_Mapapdf
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Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
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3
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TEMASU
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Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Paacutegina 3 Off
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Nesse ldquosistema de comunicaccedilatildeo cartograacuteficardquo haacute uma primeira intermediaccedilatildeo entre o real e o mapa estabelecida por aquele que o produz Este o mapa por sua vez funciona como mais uma in-termediaccedilatildeo entre o mundo real e o leitor do mapa o ldquopercipient1rdquo Portanto a compreensatildeo do mundo real pelo mapa estabelecida pelo usuaacuterio passa por mediaccedilotildees estabelecidas pelo mapeador e pela proacutepria capacidade de leitura do mapa por seu usuaacuterio
Haacute assim duas instacircncias importantes que devem ser compreendidas pelo professor de Geografia objetivando o ensino de cartografia sua capacidade de produzir e de ler o mapa e sua capacidade de ensinar a produzir e a ler o mapa por isso o processo de ensino da car-tografia exige de seu sujeito o professor esta dupla competecircncia saber fazer e saber ensinar cartografia e por isso nossa proposta procura contemplar estas duas dimensotildees
Podemos compreender que conhecer e representar a Terra foram os primeiros objetivos da Geografia tanto quanto da Cartografia Os homens sempre procuraram conservar a memoacuteria dos lugares e caminhos uacuteteis agraves suas ocupaccedilotildees Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila madeira ou metal ou a desenhaacute-los nos tecidos nos papiros e nos pergaminhos uti-lizaram-se dos instrumentos construtivos ou pictoacutericos de que dispunham em diferentes cul-turas e em distintos momentos histoacutericos para registrar territoacuterios
Acesse os links abaixo para conhecer os primeiros esboccedilos cartograacuteficos sobre a represen-taccedilatildeo de localidades do mundo por exemplo no Egito (veja siacutetio httphistory-worldorgmapegyptgif um mapa do Antigo Egito) na Assiacuteria (veja httphistory-worldorgassyrian-mapjpg) na Feniacutecia (Observe o siacutetio httpancienthistoryaboutcomodromeancientromeigMaps-of-Rome-and-the-EmpireGreek-and-Phoenicianshtm) e na China (conheccedila mais sobre a China no siacutetio httpportuguesecricnchinaabc e observe mapas desse paiacutes em httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc) Muitos deles natildeo eram sequer produzidos em papel tendo se utilizado tambeacutem a pele de animais pergaminhos e argila ou pedra Veja o chamado mapa de Ga Sur considerado um dos mapas mais antigos de que se tem notiacutecia e ao qual se supotildee representar a Mesopotacircmia (Observe o texto apresentado em httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml)
1 Percipient eacute aquele que
percebe mas tem o sentido
de discernimento Assim a
percepccedilatildeo nesse caso natildeo
eacute passiva ela eacute fruto de refle-
xatildeo e de escolhas por parte
de quem percebe
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Em outros contextos diferentes povos estabeleceram formas de representar a Terra ou ter-ritoacuterios como por exemplo os esquimoacutes e os polineacutesios (Figura 3)
Figura 3 Mapa esquimoacute produzido com ossos de baleia e mapa polineacutesio produzido com conchas algas e fibras vegetais
O mapa esquimoacute reproduz um trecho da costa e o polineacutesio um pequeno arquipeacutelago Fonte DUARTE Paulo A Fundamentos de Cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
Adaptado pelos autores
Os gregos satildeo tomados por muitos autores como aqueles que forneceram os primeiros ele-mentos de projeccedilatildeo dos mapas sem dogmas religiosos e mistificaccedilotildees comerciais em bases matemaacuteticas cada vez mais seguras ( JOLY 1990)
Podemos considerar o trabalho de Eratoacutestenes de Cirene (276-196 aC) que apresenta uma construccedilatildeo cartograacutefica pautada em observaccedilatildeo empiacuterica e caacutelculos bastante precisos Atribui-se a ele o experimento que teria permitido o caacutelculo da circunferecircncia da Terra quando ele teria obtido valor muito proacuteximo ao real e algumas das primeiras construccedilotildees cartograacuteficas com um sistema rudimentar de coordenadas geograacuteficas Observemos o mapa do mundo a ele atribuiacutedo no siacutetio httpwwwufrgsbrmuseudetopografiaArtigosO_que_C3A9_Mapapdf
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Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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TEMASU
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tema 1
Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
43
TEMASU
nespRedefor bull M
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2
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bull OLIVEIRA L Estudo metodoloacutegico e cognitivo do mapa 1978 129 f Tese (Livre do-cecircn-cia)-Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1978
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Siacutetios eletrocircnicos
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bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
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TEMASU
nespRedefor bull M
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Paacutegina 3 Off
Botatildeo 13
Paacutegina 3 Off
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Paacutegina 49
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Paacutegina 47 Off
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TEMASU
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tema 1
Em outros contextos diferentes povos estabeleceram formas de representar a Terra ou ter-ritoacuterios como por exemplo os esquimoacutes e os polineacutesios (Figura 3)
Figura 3 Mapa esquimoacute produzido com ossos de baleia e mapa polineacutesio produzido com conchas algas e fibras vegetais
O mapa esquimoacute reproduz um trecho da costa e o polineacutesio um pequeno arquipeacutelago Fonte DUARTE Paulo A Fundamentos de Cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
Adaptado pelos autores
Os gregos satildeo tomados por muitos autores como aqueles que forneceram os primeiros ele-mentos de projeccedilatildeo dos mapas sem dogmas religiosos e mistificaccedilotildees comerciais em bases matemaacuteticas cada vez mais seguras ( JOLY 1990)
Podemos considerar o trabalho de Eratoacutestenes de Cirene (276-196 aC) que apresenta uma construccedilatildeo cartograacutefica pautada em observaccedilatildeo empiacuterica e caacutelculos bastante precisos Atribui-se a ele o experimento que teria permitido o caacutelculo da circunferecircncia da Terra quando ele teria obtido valor muito proacuteximo ao real e algumas das primeiras construccedilotildees cartograacuteficas com um sistema rudimentar de coordenadas geograacuteficas Observemos o mapa do mundo a ele atribuiacutedo no siacutetio httpwwwufrgsbrmuseudetopografiaArtigosO_que_C3A9_Mapapdf
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TEMASU
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Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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tema 1
O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Como podemos ver a cartografia como atividade jaacute aparece nas descobertas Preacute-Histoacutericas como apresentamos no caso do mapa de Ga Sur antes mesmo da invenccedilatildeo da escrita Como vocaacutebulo Cartografia foi criado pelo historiador portuguecircs Visconde de Santareacutem em carta de 8 de dezembro de 1839 escrita em Paris e dirigida ao historiador brasileiro Adolfo de Var-nhagem Antes da consagraccedilatildeo deste termo o vocaacutebulo usado era cosmografia
Comerciantes e militares logo compreenderam a im-portacircncia de tais documentos para os seus deslocamentos como os cataacutelogos ldquopeacuteriplos2rdquo dos navegadores Gregos e Feniacutecios os ldquoitineraacuteriosrdquo dos Romanos e aqueles com repre-sentaccedilotildees artiacutesticas mais elaboradas dos Chineses e Japone-ses Entre muitos simples esboccedilos grandes esforccedilos de rep-resentaccedilatildeo e o mapa tal qual o conhecemos hoje um longo caminho foi percorrido
12 - A cartografia e o mapa
As informaccedilotildees cartograacuteficas constituem bases sobre as quais se podem tomar decisotildees e encontrar soluccedilotildees para problemas soacutecio-econocircmicos e teacutecnicos e se constitui assim impor-tante ferramenta para o planejamento e a gestatildeo Natildeo eacute difiacutecil portanto compreender que o conhecimento cartograacutefico fora e eacute em certa medida um conhecimento estrateacutegico como jaacute apontou o geoacutegrafo francecircs Yves Lacoste em seu livro A Geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra
O mapa descreve uma porccedilatildeo do espaccedilo geograacutefico com suas caracteriacutesticas qualitativas3 eou quantitativas4 A referecircncia estaacute assegurada por uma rede de coordenadas5 agrave qual se relacio-nam todos os pontos do campo observado As caracteriacutesticas do sistema de projeccedilatildeo (que seraacute abordado adiante) permitem saber com quais propriedades geomeacutetricas podemos contar
3 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de diferentes tipos de dados
geograacuteficos diversos entre si
4 Quando diz respeito agrave apresen-
taccedilatildeo de dados que variam seus
valores no mapa
5 Diz respeito agrave um sistema de
coordenadas espaciais Por exem-
plo latitudes e longitudes (no caso
em graus)
2 Os peacuteriplos significam literalmente
navegar ao redor ou circunavegaccedilatildeo
Tratava-se de documentos manus-
critos usados para navegaccedilatildeo ao
longo das costas com a descriccedilatildeo
sequumlencial de acidentes geograacuteficos
de caracteriacutesticas morfoloacutegicas ou
paisagiacutesticas de informaccedilotildees sobre
os diferentes portos sempre com as
distacircncias registradas entre cada pon-
to ou porto registrado
Assim eram ldquomapasrdquo sem ilustraccedilatildeo
apenas com descriccedilotildees de caracteriacutes-
ticas e distacircncias
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
Botatildeo 2
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Botatildeo 12
Paacutegina 3 Off
Botatildeo 13
Paacutegina 3 Off
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Paacutegina 4 Off
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Botatildeo 56
Paacutegina 16 Off
Paacutegina 17
Paacutegina 18
Paacutegina 19
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Paacutegina 21
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A escala formula a relaccedilatildeo existente entre o mapa e o terreno A mensagem cartograacutefica eacute antes de tudo uma mensagem de localizaccedilatildeo e de avaliaccedilatildeo das distacircncias e das orientaccedilotildees Atraveacutes de um sistema de siacutembolos mais ou menos complexos o mapa eacute tambeacutem uma men-sagem de informaccedilatildeo sobre os objetos as formas os fatos e as relaccedilotildees contidas no espaccedilo estudado Alguns destes siacutembolos satildeo tatildeo claros ou de uso tatildeo corrente que satildeo quase ins-tintivamente percebidos por todos Outros mais sutis devem ser explicitados atraveacutes de uma legenda ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor esses siacutembolos podem ser agrupados entre si de maneira significativa
Essas combinaccedilotildees obedecem a regras semioloacutegicas6 (que seratildeo abordadas adiante) que as tornam inteligiacuteveis aos que se esforccedilaram para assimilar bem a legenda O cartoacutegrafo dispotildee assim de um meio para mostrar ou para sugerir ao leitor a di-versidade das relaccedilotildees visiacuteveis ou invisiacuteveis que satildeo a proacutepria essecircncia das realidades geograacuteficas Portanto a mensagem car-tograacutefica tambeacutem pode ser uma mensagem de interpretaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo cientiacutefica
O produto cartograacutefico atende a uma necessidade quando o documento cartograacutefico elab-orado garante caracteriacutesticas que vatildeo ao encontro da necessidade que o originou Dentre elas estatildeo escala puacuteblico alvo projeccedilatildeo custo exatidatildeo tempo representaccedilatildeo tipo de produto apresentaccedilatildeo do produto (miacutedia) Aleacutem disso o mapeamento de uma determinada regiatildeo ou aacuterea deve responder a algumas questotildees como quais satildeo os objetivos do mapa os modelos de projeccedilatildeo que podem ser utilizados processos e meios que a Cartografia utilizaraacute para produzir esses documentos Assim eacute importante que o interessado conheccedila os elementos de um mapa e dos processos utilizados na elaboraccedilatildeo dos mapas de forma a poder encontrar a melhor soluccedilatildeo para a necessidade apresentada (ALBUQUERQUE 2002)
A cartografia eacute a arte de conceber levantar redigir e divulgar os mapas (definiccedilatildeo adotada na reuniatildeo da UNESCO em 1966) Segundo a Associaccedilatildeo Cartograacutefica Internacional a car-tografia compreende ldquoo conjunto dos estudos e das operaccedilotildees cientiacuteficas artiacutesticas e teacutecnicas que intervecircm a partir dos resultados de observaccedilotildees diretas ou da exploraccedilatildeo de uma docu-mentaccedilatildeo em vista da elaboraccedilatildeo e do estabelecimento de mapas planos e outros modos de expressatildeo assim como de utilizaccedilatildeordquo Engloba portanto todas as atividades que vatildeo do levan-
6 As regras semioloacutegicas compre-
endem a observacircncia de um con-
junto de praacuteticas e procedimentos
que levam em conta os valores de
percepccedilatildeo para a produccedilatildeo carto-
graacutefica Observe o desenvolvimen-
to desse assunto ao tratarmos da
linguagem cartograacutefica
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Paacutegina 3 Off
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tamento do campo ou da pesquisa bibliograacutefica ateacute a impressatildeo definitiva e agrave publicaccedilatildeo do mapa elaborado ( JOLY 1990)
Para Maria Elena Simielli eacute a partir das definiccedilotildees propostas por essa associaccedilatildeo em 1996 que a preocupaccedilatildeo com o usuaacuterio do mapa se torna expliacutecita (SIMIELLI 2009 p 72) Essa preocupaccedilatildeo torna ainda mais importante o trabalho do professor de geografia ao reconhecer que o mapa deve ser compreendido por seu usuaacuterio Esse usuaacuterio para um educador eacute tam-beacutem seu aluno
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
A representaccedilatildeo a localizaccedilotildees e a distribuiccedilatildeo numa superfiacutecie plana dos fenocircmenos soci-ais sempre foi uma preocupaccedilatildeo dos geoacutegrafos Os computadores e os sensores remotos tor-naram esta tarefa mais faacutecil embora se deva compreender que a representaccedilatildeo do globo numa superfiacutecie bi-dimensional como um mapa ou uma tela de computador sempre traraacute distorccedilotildees ou deformaccedilotildees da superfiacutecie representada Ainda assim podemos considerar que hoje prati-camente natildeo haacute mais vazios e pontos natildeo conhecidos nos mapas questotildees que diziam respeito agrave forma e ao tamanho da superfiacutecie terrestre tem sido bastante diminuiacutedos Com meios acura-dos de se localizar eventos e acontecimentos naturais e sociais e de representaacute-los com relativa precisatildeo natildeo podemos nos esquecer da necessidade crescente de se procurar estabelecer ou compreender uma ordem cartograacutefica que o mapa permite que se visualize Essa ordem car-tograacutefica permite basicamente que compreendamos princiacutepios elementares da Geografia que se materializam na concentraccedilatildeo ou dispersatildeo de objetos fenocircmenos e processos espaciais como veremos mais adiante
Desta maneira uma das preocupaccedilotildees originais da Geografia que fora registrar e mensurar as diferentes porccedilotildees do globo ou este como um todo evolui para questotildees mais complexas como compreender o porquecirc de determinada distribuiccedilatildeo espacial e as possiacuteveis relaccedilotildees entre os elementos constituintes desta distribuiccedilatildeo como se pode depreender de obras como Spatial Organization a Geographeracutes View of the World (ABLER ADAMS e GOULD 1972)
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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tema 1
O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Notemos que haacute uma dimensatildeo cartografaacutevel7 em ambos os momentos da Geografia sendo que na primeira esta di-mensatildeo parece se limitar ou se mostrar mais proacutexima agravequilo que chamamos de Cartografia Topograacutefica ou Cartografia Sistemaacutetica mensurar e registrar o globo ou porccedilotildees dele e se estabelecer as teacutecnicas e procedimentos necessaacuterios agrave rep-resentaccedilatildeo bi-dimensional8 da Terra
Na segunda jaacute se nota que aleacutem do registro e da mensu-raccedilatildeo da Terra haacute a expliacutecita preocupaccedilatildeo com a distribuiccedilatildeo espacial e as relaccedilotildees estruturais que por ela se expressam Os elementos daquilo que se compreende como Cartografia Temaacutetica estatildeo nesse caso mais expliacutecitos
Para autores como Milton Santos devemos compreender que a organizaccedilatildeo espacial pode ser analisada agrave luz de dois processos intimamente relacionados e fundamentais agrave Geo-grafia concentraccedilatildeo e dispersatildeo9 Todos os fenocircmenos geograacuteficos podem ser observados por este prisma A con-centraccedilatildeo e a dispersatildeo ocorrem por que na Geografia o es-paccedilo natildeo eacute compreendido tal qual na Fiacutesica por exemplo ou na Matemaacutetica O espaccedilo natildeo eacute homogecircneo e tambeacutem natildeo eacute apenas palco do desenvolvimento humano Por conta disso os diversos processos operam por uma seletividade espacial10 tomando mais uma vez Milton Santos como referecircncia
A Cartografia incorpora essa complexidade do ponto de vista geograacutefico passando a se preocupar como dissemos em representar temas e correlaccedilotildees entre temas processos fenocirc-menos e objetos geograacuteficos aleacutem de sua posiccedilatildeo dimensatildeo e distribuiccedilatildeo
Haacute desta maneira profunda relaccedilatildeo entre a evoluccedilatildeo do pensamento geograacutefico e a evoluccedilatildeo da Cartografia As ne-
8 Todo mapa eacute uma representaccedilatildeo bi-
dimensional ou seja soacute possui duas
dimensotildees no caso aquelas proacuteprias
aos eixos x e y A Terra eacute um soacutelido
com a forma denominada de geoacuteide e
assim possui trecircs dimensotildees (x y e z)
9 Diz respeito agrave concentraccedilatildeo ou dis-
persatildeo dos objetos ou fenocircmenos no
espaccedilo geograacutefico e em certa medida
tambeacutem dos processos Sugerimos
como uma primeira leitura a obra A
Natureza do Espaccedilo de Milton Santos
para aqueles que se interessem pela
concepccedilatildeo dos objetos fenocircmenos ou
processos geograacuteficos
10 Trata-se de importante concep-
ccedilatildeo na Geografia Os processos de
concentraccedilatildeo e dispersatildeo jaacute apresen-
tados anteriormente datildeo ao espaccedilo
geograacutefico uma caracteriacutestica hetero-
gecircnea Ou seja o espaccedilo geograacutefico
se caracteriza por diferenccedilas entre os
distintos lugares aacutereas regiotildees
Essa heterogeneidade se daacute em fun-
ccedilatildeo da seletividade espacial Ou seja
natildeo eacute qualquer ponto do territoacuterio
que reuacutene todas as necessidades ou
possibilidades para que determina-
do objeto geograacutefico se localize que
determinado fenocircmeno geograacutefico se
observe que determinado processo
geograacutefico se materialize
7 Ao compreendermos que haacute uma
dimensatildeo cartografaacutevel entendemos
que a realidade como um todo natildeo
eacute passiacutevel de ser cartografada como
jaacute discutimos mas tambeacutem estamos
afirmando que haacute diverentes escolhas
feitas para se produzir um mapa Es-
sas escolhas satildeo arbitraacuterias eou se
encerram em questotildees teacutecnicas de re-
presentaccedilatildeo
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
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bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Paacutegina 3 Off
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cessidades e possibilidades de se conhecer a Terra e de se reconhecer territoacuterios que influen-ciaram a Cartografia quanto foram influenciadas pelas possibilidades teacutecnicas crescentes de se registrar e representar o mundo
A comunicaccedilatildeo eacute fruto de um relacionamento social entre sujeitos que dividem o mesmo espaccedilo ou que nele podem operar seja ele escolar profissional familiar ou outro Essa comuni-caccedilatildeo se estabelece por uma linguagem Esta linguagem pode ser escrita falada ou visual Utilizam-se sons imagens gestos A comunicaccedilatildeo cartograacutefica como abordamos no item an-terior estabelece uma relaccedilatildeo entre o mundo e seu leitor o Homem
Para alguns autores enquanto a Geografia analisa a organizaccedilatildeo dos elementos humanos fiacutesicos e bioloacutegicos no espaccedilo a Cartografia pesquisa e averigua a disposiccedilatildeo desses elementos (PISSINATIamp ARCHELA 2007) atraveacutes de uma linguagem graacutefica
Podemos ir aleacutem se compreendermos que a Cartografia se inscreve em dois momentos distintos mas complementares da Geografia O primeiro eacute que o mapa eacute uma representaccedilatildeo de um objeto (ou sistema de objetos) fenocircmeno (ou um conjunto de fenocircmenos) ou processos geograacuteficos podendo tambeacutem retratar a combinaccedilatildeo entre objetos fenocircmenos e processos Essa representaccedilatildeo pode ser o resultado de uma anaacutelise num primeiro momento e nela se encerrar
Mas pode o mapa tambeacutem ser instrumento de anaacutelise (e esse eacute o segundo momento de que falamos acima) uma vez que a distribuiccedilatildeo espacial de um determinado elemento represen-tada num mapa pode apresentar uma ordem impliacutecita e natildeo observaacutevel se natildeo a partir da or-dem geograacutefica demonstra pelo mapa como jaacute abordamos
O espaccedilo geograacutefico eacute o espaccedilo constituiacutedo pela superfiacutecie terrestre inteira compreendidos os oceanos e as regiotildees inabitadas Aleacutem disso ele possui certa espessura pois diz respeito ao mesmo tempo ao meio soacutelido (litosfera) liquido (hidrosfera) e gasoso (atmosfera) e engloba o meio bioacutetico (biosfera) Esse espaccedilo geograacutefico eacute concretamente percebido atraveacutes dos obje-tos materiais visiacuteveis e mensuraacuteveis que o compotildeem rochas montanhas vales rios florestas campos edificaccedilotildees etc Engloba tambeacutem uma larga gama de outros conceitos ou de relaccedilotildees invisiacuteveis de ordem fiacutesica bioloacutegica ou humana
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O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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tema 1
O espaccedilo geograacutefico eacute com efeito um ldquosistemardquo complexo de equiliacutebrios moacuteveis que num dado lugar e momento satildeo regulados por causas muacuteltiplas interdependentes e interativas elas proacuteprias portadoras de consequumlecircncias para o futuro Ele integra assim natildeo apenas certo volume mas ainda certa duraccedilatildeo sob a forma de heranccedilas e de potencialidades Para Milton Santos esse sistema eacute constituiacutedo em verdade por um sistema de objetos e por um sistema de accedilotildees (SANTOS 1996) Eacute sobre essa anaacutelise e explicaccedilatildeo que se baseia a Geografia e por consequumlecircncia a Cartografia Temaacutetica que eacute sua expressatildeo graacutefica ( JOLY 1990)
Segundo Liacutevia de Oliveira (OLIVEIRA 1978) o espaccedilo convencionalmente representado no mapa eacute contiacutenuo isotroacutepi-co e bidimensional11 Mas o homem realmente natildeo se movi-menta num espaccedilo com estas propriedades O espaccedilo humano eacute descontiacutenuo anisotroacutepico e tridi-mensional12 Mapear este espaccedilo vivo e dinacircmico para descrevecirc-lo e explicaacute-lo vem se tor-nando um desafio para a Geografia e para a Cartografia
Estudos tecircm confirmado que o espaccedilo em que vivemos eacute mui-to mais relativo ou relacional que absoluto O que seria mais relevante para um sujeito tomar decisotildees para comprar merca-dorias ou realizar viagens entre trecircs cidades por exemplo seria conhecer as distacircncias em termos de custo tempo acessibilidade e natildeo em quilocircmetros Nesse exemplo as decisotildees satildeo tomadas considerando as coordenadas espaciais relativas e natildeo as absolu-tas (OLIVEIRA 1978)
Em qualquer um dos casos o mapa deve ser tomado como representaccedilatildeo do real mediada por quem o produz
Assim aleacutem de registrar e permitir mensurar aleacutem de representar os objetos fenocircmenos e processos geograacuteficos e aleacutem de ser o resultado de uma anaacutelise tanto quanto instrumento de anaacutelise o mapa eacute tambeacutem objeto de anaacutelise Todas essas possibilidades de compreensatildeo e de leitura do mapa se inscrevem na Geografia que se ensina
Os conteuacutedos a serem apresentados pretendem assim corroborar com o processo de en-sino-aprendizagem discutindo temas relevantes para o Professor de Geografia no sentido
11 No mapa se reproduz uma
noccedilatildeo de continuidade dos fe-
nocircmenos no espaccedilo de carac-
teriacutesticas fiacutesicas idecircnticas in-
dependentemente da direccedilatildeo
considerada e em um plano
espacial com apenas dois ei-
xos x e y
12 Neste caso os fenocircmenos
humanos satildeo descontiacutenuos no
espaccedilo geograacutefico as caracte-
riacutesticas dos processos antroacutepi-
cos variam em intensidade e
qualidade conforme a direccedilatildeo
cuja representaccedilatildeo exige um
raciociacutenio tridimensional
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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bull SIMIELLI M E O mapa como meio de comunicaccedilatildeo e a alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica In ALMEIDA R D (Org) Cartografia escolar 2 ed Satildeo Paulo Contexto 2009 p 71-93
Siacutetios eletrocircnicos
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bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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de construir com seus alunos habilidades de compreender o significado da seletividade da ordenaccedilatildeo e da quantificaccedilatildeo na representaccedilatildeo cartograacutefica e a distinccedilatildeo entre os mapas e as imagens de sateacutelite Tal situaccedilatildeo deve possibilitar a habilidade de leitura e anaacutelise de mapas e imagens ao longo das seacuteries
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
O mapa considerando toda a complexidade discutida no item anterior eacute preliminarmente um instrumento criado para responder agrave questatildeo ldquoonde estourdquo ou ldquoonde estaacute tal objetordquo As-sim a localizaccedilatildeo deve ser enfocada com precisatildeo e fidelidade Vocecirc deve atentar para o fato de que essa foi uma das maiores preocupaccedilotildees dos cartoacutegrafos em todos os tempos
Esse problema pode ser resolvido de duas maneiras determinando cada ponto sucessi-
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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tema 2ficha sumaacuterio bibliografia
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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vamente a partir de um ponto de origem conhecido ou determinando seu lugar numa rede coerente de coordenadas A primeira soluccedilatildeo eacute adotada para o levantamento de mapas em grandes escalas Podemos perceber tambeacutem que eacute a que se aplica empiricamente na reparaccedilatildeo de itineraacuterios e peacuteriplos e dos mais antigos mapas de navegaccedilatildeo como jaacute discutimos antes A construccedilatildeo de quadriacuteculas ou sistemas universais de referecircncia data de cerca de 200 anos antes de Cristo com Hiparco apoacutes a divisatildeo da circunferecircncia terrestre em 360 graus cobrindo o globo com uma rede de meridianos e paralelos equumlidistantes Desenvolveu assim a primeira quadriacutecula para mapas planos em coordenadas retangulares ( JOLY 1990) Qualquer ponto da superfiacutecie terrestre pode ser definido com relaccedilatildeo ao sistema de referecircncia fixas que se chamam coordenadas terrestres ou coordenadas geograacuteficas (figura 4) Essas coordenadas compreen-dem segundo o autor
- Os meridianos grandes ciacuterculos da esfera cujo plano conteacutem o eixo de rotaccedilatildeo ou eixo dos poacutelos A longitude de um lugar (x) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e Greenwich (perto de Londres) tomado como origem A longitude se mede de 0 a 1800 L (Leste) ou O (Oeste)
- Os paralelos ciacuterculos da esfera cujo plano eacute perpendicular ao eixo dos poacutelos O Equador que divide a Terra em dois hemisfeacuterios eacute o uacutenico paralelo que eacute um grande ciacuterculo e cujo centro eacute o centro da Terra A latitude (y) eacute a distacircncia expressa em graus minutos e segundos de arco entre o paralelo de um lugar e o Equador tomado como origem A lati-tude eacute medida de 0 a 900 N (Norte) ou S (Sul)
Figura 4 As coordenadas terrestres Fonte Joly (1990)
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Os levantamentos executados na superfiacutecie ter-restre por meio da Geodeacutesia13 Fotogrametria14 e Sensoriamento Remoto15 geram dados de diversos interesses e para serem visualizados espacialmente satildeo representados no plano de forma graacutefica e bidi-mensional Essa representaccedilatildeo se traduz nos mapas e cartas Um mapa16 apresenta caracteriacutesticas proacuteprias sendo diferente de outros tipos de rep-resentaccedilotildees graacuteficas (NOGUEIRA 2008) Nesse sentido torna-se importante o entendimento baacutesi-co das formas de representaccedilatildeo da Terra e de espe-cificidades dos mapas
Assim segundo esta autora os mapas tecircm como caracteriacutesticas baacutesicas a localizaccedilatildeo e atributos a escala e a projeccedilatildeo cartograacutefica
-Localizaccedilatildeo e Atributos Os mapas satildeo elaborados a partir desses dois elementos da realidade A loca-lizaccedilatildeo eacute dada por suas posiccedilotildees no espaccedilo (coorde-nadas geograacuteficas) bidimensional ou tridimensional Os atributos satildeo as qualidades ou magnitudes ou ainda uma variaacutevel temaacutetica como temperatura tipo de solo tipos de religiotildees aspectos econocircmicos etc
Duas dimensotildees privilegiadas do plano perpen-dicular uma agrave outra determinam as coordenadas geograacuteficas ou componentes de localizaccedilatildeo x a longitude e y a latitude17 O produto das grande-zas em x e y determina uma superfiacutecie Dessa ma-neira o plano cartograacutefico eacute uma figura do espaccedilo que possui propriedades meacutetricas consideraacuteveis Eacute o que faz a superioridade do mapa sobre o simples quadro numeacuterico ele daacute uma visatildeo global local-izada e mensuraacutevel dos fenocircmenos sugerindo ele mesmo novas medidas novos dados e novos desen-
13 O termo geodeacutesia usado pela primeira vez por
Aristoacuteteles (384-322 aC) tem como significado
as divisotildees geograacuteficas da terra ou o ato de dividir
a terra A geodeacutesia eacute um ramo das Geociecircncias
que trata do levantamento e da representaccedilatildeo da
forma e da superfiacutecie da terra global ou parcial
14 A Fotogrametria eacute a teacutecnica e de extrair a for-
ma as dimensotildees e a posiccedilatildeo dos objetos conti-
dos nas fotografias aeacutereas meacutetricas
15 O Sensoriamento Remoto pode ser entendido
como o conjunto de teacutecnicas que permitem obser-
var e obter informaccedilotildees sobre a superfiacutecie terres-
tre (ou de outro astro) a partir de sensores instala-
dos em sateacutelites arti-ficiais aeronaves ou balotildees
Os primeiros sateacutelites usados para essa finalida-
de foram lanccedilados na deacutecada de 1970 como o
Landsat 1 lanccedilado em 1972 pela NASA (National
Aeronautics and Spaces Administration)
16 O termo mapa tem no Brasil utilizaccedilatildeo mais
geneacuterica que carta
Tambeacutem no Brasil normalmente se utiliza o
termo carta para mapas de meacutedia escala e com
informaccedilotildees mais detalhadas seja do ponto de
vista topograacutefico seja do ponto de vista de sua
construccedilatildeo projetiva
Em paiacuteses de liacutengua inglesa o termo mapa eacute uti-
lizado com mais frequumlecircncia que carta termo este
destinado a mapas para navegaccedilatildeo como as car-
tas naacuteuticas e aeronaacuteuticas
Jaacute na Franccedila eacute o termo carta o usado normalmen-
te e indistintamente
Para obter outras informaccedilotildees sobre esses ter-
mos inclusive com opiniotildees distintas vale con-
sultar um dicionaacuterio apropriado como o Dicionaacuterio
de Cartografia de Cecircurio de Oliveira (OLIVEIRA
Cecircurio de Dicionaacuterio de Cartografia Rio de Ja-
neiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988)
17 Ver figura 4
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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volvimen-tos ( JOLY 1990) Ainda segundo o autor um terceiro componente z eacute chamado de componente de qualificaccedilatildeo Eacute uma modulaccedilatildeo do fundo do mapa por uma mancha (cor siacutem-bolo ou sinal) que eacute uma caracteriacutestica do lugar qualitativa quantitativa ou ambas Conforme o caso essa mancha ocupa uma superfiacutecie mais ou menos extensa eacute o que se chama modo de implantaccedilatildeo da mancha sobre o plano
-Escala Os mapas satildeo representaccedilotildees reduzidas e simplificadas do mundo real Ao se definir a relaccedilatildeo dimensional entre a representaccedilatildeo graacutefica e a realidade caracteriza-se a escala Toda vez que se decide fazer a representaccedilatildeo graacutefica de uma porccedilatildeo do ambiente a primeira coisa a ser feita eacute escolher a escala do mapa Tecnicamente a escala eacute definida como a razatildeo entre a distacircncia graacutefica (d) e a distacircncia real (D) em que cada distacircncia eacute expressa na mesma unidade de medida com o numerador representado pela unidade Escala 120000 significa dizer que cada 1cm no mapa equivale a 20000 cm na realidade ou ainda a 200 metros Eacute importante compreender que qualquer medida pode ser tomada Nesse exemplo de escala 120000 (lecirc-se um para vinte mil) um centiacutemetro equivale a 20000 centiacutemetros tanto quanto uma polegada equivale a 20000 polegadas e assim por diante
As escalas podem ser representadas graficamente Neste caso a relaccedilatildeo que indica a escala eacute transformada em uma reacutegua ou aacutebaco onde as distacircncias satildeo lidas diretamente (ALBU-QUERQUE 2002) como mostrado na figura 5
Escala numeacuterica
120000
Escala graacutefica
Figura 5 Escala numeacuterica escala graacutefica
-Projeccedilatildeo Cartograacutefica Eacute tanto mais relevante quanto maior for a aacuterea representada do
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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globo no mapa Em funccedilatildeo da forma do planeta Terra es-feacuterica18 ou elipsoidal19 natildeo eacute possiacutevel sua representaccedilatildeo em um plano sem dobras ou rasgaduras Portanto nenhum mapa seraacute exato geometricamente semelhante agrave figura que se deseja representar Sempre haveraacute deformaccedilatildeo Assim a procura de soluccedilotildees cartograacuteficas para a melhor aproximaccedilatildeo eacute estudada nas projeccedilotildees cartograacuteficas (NOGUEIRA 2008) Anexo 1
Os sistemas de projeccedilatildeo referem-se a modelos geomeacutetricos ou analiacuteticos adotados para representar em um plano horizontal a superfiacutecie total ou parcial da Terra As projeccedilotildees car-tograacuteficas possuem caracteriacutesticas que garantem a elaboraccedilatildeo de mapas para todos os tipos de uso e aplicaccedilatildeo conforme proposto por Albuquerque (2002)
Cocircnicas e ou Policocircnicas Normais Transversas
Planas Polares Equatoriais Obliacutequas
Quanto aos atributos
Equumlidistantes a distacircncia sobre um meridiano medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medida no terreno a distacircncia sobre um paralelo medido no mapa eacute igual agrave distacircncia medido no terreno
Equivalentes a aacuterea no mapa eacute igual agrave aacuterea do terreno
Conformes a forma no mapa eacute igual agrave forma do terreno
Azimutais a direccedilatildeo azimutal no mapa eacute igual agrave direccedilatildeo azimutal no terreno
A escolha do modelo de desenvolvimento e dos atributos de uma projeccedilatildeo eacute funccedilatildeo do uso que seraacute dado ao mapa da dimensatildeo da forma e posiccedilatildeo geograacutefica da aacuterea e do alvo a ser ma-peado A projeccedilatildeo face agrave forma da Terra eacute tambeacutem responsaacutevel pelas deformaccedilotildees em escala que os mapas apresentam (ALBUQUERQUE 2002)
-A Abstraccedilatildeo Tambeacutem eacute uma caracteriacutestica do mapa e nele estaacute embutida pois estes satildeo abstraccedilotildees da realidade Contudo o mundo real eacute complexo para ser representado totalmente
18 Uma esfera eacute um objeto tridimen-
sional perfeitamente simeacutetrico
19 Os elipsoacuteides satildeo utilizados como
aproximaccedilatildeo da forma irregular da Ter-
ra pois representam o achatamento
nos poacutelos ao contraacuterio das esferas
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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num mapa que representa apenas parte da realidade como jaacute apresentamos no iniacutecio deste texto Portanto os mapas mostram somente as informaccedilotildees selecionadas do mundo real para serem representadas Essa informaccedilatildeo depende de uma variedade de operaccedilotildees tais como classificaccedilatildeo e simplificaccedilatildeo que procuram facilitar o seu entendimento (NOGUEIRA 2008)
-Simbologia Devemos atentar que um mapa eacute um conjunto de sinais e de cores que traduz a mensagem expressa pelo autor Os objetos cartografados materiais ou conceituais satildeo trans-critos atraveacutes de grafismos ou siacutembolos que resulta de uma convenccedilatildeo proposta ao leitor pelo redator e que eacute lembrada em um quadro de sinais ou legenda do mapa ( JOLY 1990) Todos os siacutembolos usados para representar dados consistem de vaacuterios signos ou traccedilos tais como linhas pontos cores tons padrotildees e assim por diante Por isto a Legenda eou Convenccedilotildees Cartograacuteficas20 satildeo necessaacuterias num mapa Elas revelam o significado dos signos trazendo a ideacuteia do que eles representam A idealizaccedilatildeo desses signos para construir um mapa sua seleccedilatildeo e arranjo afetam fortemente a visualizaccedilatildeo e a comunicaccedilatildeo do mesmo (NOGUEIRA 2008) Este as-sunto seraacute detalhado a seguir
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
Segundo Nogueira (2008) a cogniccedilatildeo eacute o ato ou processo de conhecer Inclui a atenccedilatildeo a percepccedilatildeo a memoacuteria o pensamento a imaginaccedilatildeo o juiacutezo e o discurso O termo cogniccedilatildeo tem origem na Filosofia e eacute observado nos escritos de Platatildeo e Aristoacuteteles Com o passar do tempo a Psicologia separou-se da Filosofia passando a se preocupar com a cogniccedilatildeo que vem sendo tratada de diversos pontos de vista Um campo de estudo da cogniccedilatildeo eacute a organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo cognitiva Nesse caso eacute estabelecido um paralelismo entre o ceacuterebro humano e os conceitos utilizados nos computadores tais como armazenamento codificaccedilatildeo e memorizaccedilatildeo da informaccedilatildeo As imagens mentais tem sido um dos toacutepicos centrais nos estudos de cogniccedilatildeo
A cogniccedilatildeo visual por sua vez eacute o uso de imagens mentais no pensamento Eacute importante para se realizar diversas atividades como
raciociacutenio combinaccedilatildeo de elementos familiares para novos procedimentos ou como linha de partida usando somente componentes elementares
aprender uma habilidade a imagem eacute usada para definir movimentos fiacutesicos como o
20 Satildeo os siacutembolos car-
tograacuteficos reconhecidos
internacionalmente
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Siacutetios eletrocircnicos
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TEMASU
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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treino de esportes
aprender descriccedilotildees verbais de lugares geograacuteficos a imagem mental parece ser vital para a interpretaccedilatildeo de uma descriccedilatildeo espacial A cogniccedilatildeo tambeacutem eacute usada para o entendimento dos nossos movimentos no espaccedilo a partir da interpretaccedilatildeo de um mapa
criatividade imagens que podem estimular a descoberta de novas invenccedilotildees e criar novos conceitos
A cogniccedilatildeo cartograacutefica pode ser entatildeo entendida como um processo que envolve o uso da mente no reconhecimento de padrotildees e suas relaccedilotildees no contexto espacial Contudo eacute uma funccedilatildeo analiacutetica que natildeo pode ser facilmente replicada pelos softwares SIG devido ao seu processamento analiacutetico linear Contudo pode ser realccedilada pela visualizaccedilatildeo cartograacutefica se-gundo Taylor (1994 em Nogueira 2008)
As imagens mentais do espaccedilo geograacutefico formadas na mente humana satildeo denominadas de mapas mentais ou cognitivos e satildeo usadas na cartografia com os seguintes objetivos
verificar a relaccedilatildeo entre imagens e mapas
usar imagens como mapas
estudar imagens mentais derivadas de mapas
estudar como as imagens mentais em forma de mapas cognitivos satildeo usadas para estimar distacircncia e direccedilotildees
Assim podemos dizer que os mapas mentais ou cognitivos satildeo a imagem de uma aacuterea ou lugar que uma pessoa constroacutei na mente e derivam da experiecircncia nesse local ou da informa-ccedilatildeo que se tem do local por vaacuterios meios como filmes livros jornais etc Na maior parte dos casos o mapa mental eacute substancialmente diferente dos mapas reais dos atlas as distacircncias e as direccedilotildees estatildeo distorcidas as partes bem conhecidas da aacuterea satildeo representadas em detalhe no mapa enquanto outras menos conhecidas satildeo apenas esboccediladas ou vagas (SMALL 1992 em NOGUEIRA 2008)
23 ndash A Semiologia Graacutefica
Em funccedilatildeo da extensatildeo do objeto ou do fenocircmeno tal como ele existe na realidade dis-tingue-se trecircs modos de implantaccedilatildeo do componente de qualificaccedilatildeo implantaccedilatildeo pontual quando a superfiacutecie ocupada eacute insignificante mas localizaacutevel com precisatildeo implantaccedilatildeo linear
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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quando a largura eacute despreziacutevel em relaccedilatildeo ao seu comprimento o qual apesar da reduccedilatildeo da escala pode ser traccedilado com exatidatildeo implantaccedilatildeo zonal quando cobre no terreno uma super-fiacutecie suficiente para ser representada sobre o mapa por uma superfiacutecie proporcional homoacuteloga ( JOLY 1990) (figura 6)
Figura 6 Representaccedilatildeo da simbologia graacutefica implantaccedilatildeo pontual linear e zonal (poliacutegono)
A elaboraccedilatildeo de um mapa em geral ou temaacutetico significa desencadear um processo de co-municaccedilatildeo no caso Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica (Figura 7) (MARTINELLI p 37 1991) No sentido da valorizaccedilatildeo do aspecto cognitivo do mapa agrave somatoacuteria da metodologia da represen-taccedilatildeo cartograacutefica e respectiva linguagem obteacutem-se um acreacutescimo de informaccedilatildeo Na utilizaccedilatildeo do mapa haacute um estiacutemulo da operaccedilatildeo mental atraveacutes da interaccedilatildeo entre o mapa como produto concreto e os processos mentais do usuaacuterio Esse processo natildeo se limita somente agrave percepccedilatildeo imediata dos estiacutemulos envolve tambeacutem a memoacuteria a reflexatildeo a motivaccedilatildeo e a atenccedilatildeo (MAR-TINELLI 1991)
Figura 7 Processo de Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica baseado em Martinelli (1991)
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Como linguagem exclusivamente visual devemos en-tender que a linguagem cartograacutefica eacute submetida agraves leis fisioloacutegicas da percepccedilatildeo das imagens21 Conhecer as pro-priedades dessa linguagem para melhor utilizaacute-la eacute o ob-jeto da semiologia graacutefica discutida por Bertin (1973) A semiologia graacutefica estaacute ao mesmo tempo ligada agraves diver-sas teorias das formas e de sua representaccedilatildeo desenvolvidas pela psicologia contemporacircnea e agraves teorias da informaccedilatildeo Permite avaliar as vantagens e os limites das variaacuteveis visuais empregadas na simbologia cartograacutefica e formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica auxili-ada hoje por meacutetodos eficientes da informaacutetica e automaccedilatildeo ( JOLY 1990)
As representaccedilotildees graacuteficas fazem parte do sistema de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros Compotildeem uma linguagem graacutefica bidimensional atemporal desti-nada agrave vista Devemos levar em consideraccedilatildeo sua supremacia sobre as demais pois demanda apenas um instante de percepccedilatildeo Se expressa mediante a construccedilatildeo da ldquoimagemrdquo (forma de conjunto captada num instante miacutenimo de percepccedilatildeo) e integra o sistema semioloacutegico monossecircmico22 poreacutem distinta daquela figurativa como a fotografia de caracteriacutesticas polissecircmicas23 A imagem vi-sual eacute construiacuteda modulando-se as duas dimensotildees do plano (X e Y) as duas dimensotildees da folha de papel usada para desenhar variando-se visualmente as ldquomanchasrdquo em terceira dimensatildeo visual (Z) que atraem a atenccedilatildeo do leitor cada uma delas inscrita em dada posiccedilatildeo no referido plano Por-tanto X Y e Z satildeo os trecircs componentes da imagem (figura 8) conforme Martinelli (p 10 1991)
21 Para citarmos dois exemplos pode-
mos primeiramente compreender que a
percepccedilatildeo visual das imagens depende
de caracteriacutesticas fisioloacutegicas de nossa
visatildeo Ou seja enxergamos um deter-
minado espectro da radiaccedilatildeo eletro-
magneacutetica a chamada luz visiacutevel Natildeo
enxergamos por exemplo a radiaccedilatildeo
infravermelha e a ultravioleta Veja mais
no texto adiante no proacuteximo toacutepico
Dependendo da distacircncia que nosso
olho se encontra de determinado obje-
to tambeacutem tendemos a associar ou a
dissociar imagens o que influenciaraacute os
valores de percepccedilatildeo que seratildeo apre-
sentados a seguir
22 A definiccedilatildeo do sinal (signo) precede
a transcriccedilatildeo A leitura se daacute entre signifi-
cados Natildeo haacute ambiguumlidades Ex equa-
ccedilatildeo matemaacutetica
23 O significado do sinal (signo) sucede
agrave observaccedilatildeo A leitura se daacute entre o sig-
nificante e o significado Eacute o domiacutenio dos
coacutedigos Ex sinais de tracircnsito (Fonte
Martinelli 1991)
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Figura 8 As trecircs dimensotildees componentes da imagem Fonte Martinelli (1991)
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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31 ndash Linguagem Cartograacutefica
Um dos grandes desafios do ensino da Geografia eacute a construccedilatildeo da alfabetizaccedilatildeo cartograacute-fica com os alunos O sucesso desta empreitada permite a formaccedilotildees de leitores do mundo visto que saber ler o espaccedilo geograacutefico expresso nas representaccedilotildees eacute um importante elemento para o conhecimento
O uso de mapas como meio de comunicaccedilatildeo eacute muito difundido em nosso cotidiano Por exemplo ao observarmos em revistas e jornais anuacutencios de publicidade de empreendimentos imobiliaacuterios geralmente haacute a representaccedilatildeo espacial da localizaccedilatildeo no imoacutevel na cidade Con-tudo os mapas muitas vezes natildeo cumprem seu papel de comunicaccedilatildeo colaborando para isso o desconhecimento das formas de representaccedilatildeo cartograacutefica e do processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica
Para Nogueira (2008 p27) ldquoa funccedilatildeo de um mapa quando disponiacutevel ao puacuteblico eacute a de comunicar o conhecimento de poucos para muitos por conseguinte ele deve ser elaborado de forma a realmente comunicarrdquo Os mapas satildeo veiacuteculos de transmissatildeo do conhecimento Eles satildeo representaccedilotildees graacuteficas de determinado espaccedilo geograacutefico
Outra ponderaccedilatildeo importante que deve ser retomada eacute que o desenvolvimento tecnoloacutegico permitiu um incremento no armazenamento organizaccedilatildeo produccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de dados para geraccedilatildeo de mapas que combinado aos Sistemas de In-formaccedilotildees Geograacuteficas24 (SIG) e produtos do Sensoriamento Remoto tecircm criado novas fronteiras agrave anaacutelise espacial por meio dos mapas
O histoacuterico de confecccedilatildeo de mapas pela cartografia de base ou cartografia sistemaacutetica per-mitiu uma maior normatizaccedilatildeo e consolidaccedilatildeo da simbologias para representaccedilatildeo cartograacutefica jaacute para os mapas temaacuteticos produzidos pela cartografia temaacutetica requer muitas vezes uma simbolizaccedilatildeo especiacutefica para representar diversos temas recorre-se agrave aacuterea da semiologia graacute-fica como jaacute abordamos
Partindo do trabalho inicial de Bertin (1962) percebemos que a semiologia graacutefica procura tratar os preceitos que a linguagem cartograacutefica deve transmitir para estabelecer a comunica-ccedilatildeo e compreensatildeo atraveacutes de mapas (GIRARDI 2008)
24 Sistemas de Informaccedilatildeo Geograacutefi-
ca (SIG) ou em Inglecircs GIS (Geographic
Information Systems) eacute um sistema de
hardware e software de informaccedilatildeo
espacial e procedimentos computacio-
nais que permitem a anaacutelise e repre-
sentaccedilatildeo do espaccedilo e dos fenocircmenos
presentes em determinada aacuterea
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Para a Archela e Thery (2008 p 3) a semiologia graacutefica permite avaliar as vantagens e os li-mites da percepccedilatildeo empregada na simbologia cartograacutefica e portanto formular regras de uma utilizaccedilatildeo racional da linguagem cartograacutefica reconhecida atualmente como a gramaacutetica da linguagem graacutefica na qual a unidade linguumliacutestica eacute o signo ou o siacutembolo Essa semiologia graacute-fica lanccedila matildeo das chamadas variaacuteveis visuais que veremos a seguir
32 ndash Variaacuteveis Visuais
Dentre as variaacuteveis visuais ou variaacuteveis graacuteficas distinguidas por Bertin para a construccedilatildeo de mapas temaacuteticos que atendam os objetivos da comunicaccedilatildeo e portanto mapas uacuteteis encon-tram-se a variaccedilatildeo visual de forma a variaccedilatildeo visual de tamanho a variaccedilatildeo visual de orienta-ccedilatildeo a variaccedilatildeo visual de cor a variaccedilatildeo visual de valor e a variaccedilatildeo visual de granulaccedilatildeo Estas satildeo utilizadas cada qual com suas especificidades para representar fenocircmenos qualitativos ordenados ou quantitativos nos modos de implantaccedilatildeo pontual linear ou zonal (figura 9)
Figura 9 As variaacuteveis visuais e propriedades perceptivas associadas Fonte Joly F (2005)
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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A Variaacutevel Visual Forma
A variaacutevel visual forma eacute a caracteriacutestica graacutefica mais comum em mapas As formas nor-malmente empregadas se utilizam de figuras geomeacutetricas ou siacutembolos pictoacutericos como aacutervore aviatildeo campo de futebol bomba de combustiacutevel dentre outros As bibliotecas de simbolos existentes e convenccedilotildees utilizadas satildeo diversas sendo que seu emprego deve estar atento ao tamanho dos objetos e sua distribuiccedilatildeo no mapa Esta variaacutevel eacute ideal para indicar qualitativa-mente informaccedilotildees pontuais assim como a diferenciaccedilatildeo de informaccedilotildees
A Variaacutevel Visual Tamanho
A variaacutevel visual tamanho eacute indicada para representar dados quantitativos sua implantaccedilatildeo pontual ou linear permite que se observe as quantidades expressas e comparaacute-las num mesmo mapa ou num conjunto de mapas O exemplo mais comum de uso desta variaacutevel eacute a represen-taccedilatildeo por ciacuterculos proporcionais que associada a uma legenda permite rapidamente o enten-dimento das grandezas da representaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Cor
A variaacutevel visual cor eacute bastante seletiva permitindo que se distingua rapidamente uma aacuterea de outra um ponto de outro ou mesmo uma linha de outra no mapa Para seu uso efetivo eacute que se utilize adequadamente sua trecircs dimensotildees (brilho saturaccedilatildeo e matiz) Na natureza a cor eacute a propriedade que os objetos possuem de refletir a luz num comprimento de onda dominante O emprego das cores nos mapas temaacuteticos requer um complexo e importante estudo visto que todas as informaccedilotildees e valores representados devem ter uma reflexatildeo sobre a cor empregada
A utilizaccedilatildeo das cores no mapa eacute cada vez mais comum sobretudo pelas possibilidades teacutecnicas de produccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos produtos cartograacuteficos Sua utilizaccedilatildeo recorrente no entanto natildeo significa que seja um elemento de faacutecil resoluccedilatildeo Muitos autores e professores consideram a cor a variaacutevel visual de uso mais complexo
No conjunto do espectro eletromagneacutetico as radiaccedilotildees visiacuteveis isto eacute aquelas sensiacuteveis ao olho humano tecircm comprimentos de onda que vatildeo de 380 ateacute 760 nanocircmetros (10-9m) Cada faixa dessas radiaccedilotildees corresponde a uma luz determinada cor (MARTINELLI 1991) como
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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exibida no graacutefico da figura 10
Figura 10 As cores do espectro do visiacutevel
As cores apresentam trecircs dimensotildees que podem ser utilizadas nos produtos cartograacuteficos como mapas e graacuteficos Satildeo elas o Matiz o Brilho (valor) e a Saturaccedilatildeo conforme exposto por Martinelli (1991) e Nogueira (2008)
O matiz eacute o espectro da cor descrita pelos nomes como amarelo vermelho e verde O com-primento de onda dominante eacute a correlaccedilatildeo fiacutesica do matiz Eacute a cor pura uma radiaccedilatildeo espec-tral pura na faixa do visiacutevel para os seres humanos
O brilho (valor) eacute a quantidade de energia refletida Uma seacuterie de valores pode ser compara-da a uma sequecircncia de cinzas indo desde o preto ateacute o branco com equumlidistacircncias perceptivas Muitos termos diferentes satildeo usados para a dimensatildeo brilho tais como valor escuridatildeo lumi-nosidade intensidade claridade e tonalidade Algumas vezes aparece o termo valor sempre esclarecido como luminosidade e o uso deste eacute improacuteprio na maioria das vezes por causa de discussotildees simultacircneas de valores de dados e valores de cor Alguns autores preferem o termo tonalidade principalmente por estarem se referindo a tintas de impressotildees graacuteficas
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
Botatildeo 2
Botatildeo 3
Botatildeo 12
Paacutegina 3 Off
Botatildeo 13
Paacutegina 3 Off
Botatildeo 44
Paacutegina 4 Off
Paacutegina 5
Paacutegina 6
Paacutegina 7
Paacutegina 8
Paacutegina 9
Paacutegina 10
Paacutegina 11
Paacutegina 12
Paacutegina 13
Paacutegina 14
Paacutegina 15
Botatildeo 45
Paacutegina 4 Off
Paacutegina 5
Paacutegina 6
Paacutegina 7
Paacutegina 8
Paacutegina 9
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A saturaccedilatildeo pode ser pensada como sendo uma quantidade de matiz na cor Varia desde um neutro absoluto (cinza) ateacute a cor pura Por exemplo vermelho de luminosidade constante pode se estender do acinzentado ao vermelho puro Termos alternativos de saturaccedilatildeo satildeo cromo intensidade pureza e colorido total nos quais a intensidade tem sido usada de forma confusa tanto para o brilho como para a saturaccedilatildeo
O sistema RGB (Red Green Blue) eacute o sistema da cor-luz CMY (Cyan Magenta Yelow) eacute o sistema da cor-pigmento
No sistema RGB as cores primaacuterias satildeo vermelho verde e azul e as secundaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo Siacutentese aditiva ou sistema aditivo (luminoso) A junccedilatildeo de todas as cores-luz resulta na luz branca Jaacute no sistema CMY as cores primaacuterias satildeo ciano magenta e amarelo e as secundaacuterias vermelho azul e verde Siacutentese subtrativa ou sistema subtrativo (refletor) A junccedilatildeo de todas as cores-pigmento resulta na cor preta como apresentado na figura 11
Figura 11 As cores primaacuterias e secundaacuterias Sistema RGB e CMY
Outro sistema eacute o sistema CMYK que eacute usado pela induacutestria Graacutefica em vaacuterios processos de impressatildeo Usa o preto (Black K) e as cores do CMY
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Para entendimento a cor terciaacuteria eacute uma cor composta por uma primaacuteria e uma secundaacuteria
Podemos apresentar uma variaccedilatildeo de cores a partir de uma cor central baseada no espectro eletromagneacutetico como disposto no ciacuterculo das cores ou ciacuterculo psicomeacutetrico das cores (figura 12)
Figura 12 Exemplo do ciacuterculo das cores (ciacuterculo psicomeacutetrico das cores) acima e exemplo de indicaccedilatildeo de valor e saturaccedilatildeo das cores abaixo Elaboraccedilatildeo dos autores
As cores satildeo sempre as mesmas e com as mesmas combinaccedilotildees Independem de o caso ser aditivo (luminoso) ou subtrativo (refletor) Laranja Vermelho e Amarelo Oliva Verde e A-marelo Turquesa Verde e Ciano Celeste Azul e Ciano Violeta(puacuterpura) Azul e Magenta
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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bull PROGRAMA DAS NACcedilOtildeES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO Rela-toacuterio de Desenvolvimento Humano 2006 PNUD Brasiacutelia 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwpnudorgbrarquivosrdhrdh2006rdh2006_IDHpdfgt Acesso em 25 jul 2010
bull SANTOS M A natureza do espaccedilo Satildeo Paulo [sn] 1996
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Siacutetios eletrocircnicos
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bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Cor de rosa Vermelho e Magenta
Duas cores satildeo denominadas complementares se quando ao serem mescladas produzem o preto o branco ou alguma graduaccedilatildeo de cinza Uma cor primaacuteria sempre teraacute uma cor secun-daacuteria como complementar e vice-versa sendo sempre contrastantes A cor secundaacuteria com-plementar de uma cor primaacuteria eacute formada pelas outras duas cores primaacuterias Cores terciaacuterias sempre tecircm outra cor terciaacuteria como complementar As cores complementares satildeo as que mais diferem umas das outras pois a secundaacuteria natildeo possui sua cor primaacuteria complementar
Assim deve se levar em conta na aplicaccedilatildeo das cores as suas trecircs dimensotildees (matiz brilhovalor e saturaccedilatildeo) Devemos ainda ter em mente as propriedades perceptivas que melhor satildeo ajustadas agraves cores como menciona Martinelli (1991)
cores puras (saturadas) oferecem a melhor seletividade
cores puras (saturadas) natildeo possuem o mesmo valor De um lado e do outro do ama-relo na sequumlecircncia espectral existem sempre duas cores de mesmo valor visual per-cebidas mais como semelhantes do que diferentes Ademais percebemos que as cores das extremidades satildeo escuras enquanto que as centrais satildeo claras
a percepccedilatildeo dos valores prevalece sobre a percepccedilatildeo dos matizes Um verde e um vermelho de mesmo valor visual mais parecem semelhantes do que diferentes Assim sendo podemos ordenar num crescente todas as cores do espectro amarelo verde
claro laranja vermelho azul violeta
Desse modo podemos considerar que
a seletividade das cores varia com o valor nos grupos de cores claras e escuras
as cores criam duas ordens visuais opostas a partir do amarelo (ao centro) cores quentes em direccedilatildeo ao vermelho e cores frias em direccedilatildeo ao violeta (puacuterpura)
as cores de mesmo valor natildeo se ordenam visualmente Natildeo devemos usaacute-las para uma representaccedilatildeo ordenada
A Variaacutevel Visual Granulaccedilatildeo
A variaacutevel visual granulaccedilatildeo permite separar os dados num mesmo plano de visibilidade Nogueira (2008) Sua organizaccedilatildeo permite uma percepccedilatildeo seletiva ordenada ou associativa A representaccedilatildeo de informaccedilotildees lineares por diferentes espessuras ou espaccedilamentos de linhas
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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numa mesma direccedilatildeo atribui um resultado visual de diferenciaccedilatildeo
A Variaacutevel Visual Orientaccedilatildeo e Arranjo
O emprego destas variaacuteveis geralmente descrevem aspectos qualitativos nos sentido da distinccedilatildeo os objetos representados A variaacutevel visual orientaccedilatildeo eacute aplicaccedilatildeo da formas pontuais lineares ou zonal em diversas direccedilotildees e acircngulos Jaacute a variaacutevel visual arranjo refere-se agraves dife-rentes configuraccedilotildees e formas de linhas pontos e siacutembolos utilizadas para distinccedilatildeo de aacutereas os padrotildees de pontos e linhas podem ser do tipo randocircmico ou sistemaacutetico Estes recursos satildeo utilizados em mapas coropleacuteticos e corocromaacuteticos
A Variaacutevel Visual de Valor
Essa variaacutevel visual permite que se observe sobretudo a ordenaccedilatildeo de valores normalmente expressos em iacutendices ou percentuais mas tambeacutem pode representar uma ordenaccedilatildeo qualita-tiva como do mais proacuteximo ao mais distante do melhor ao pior
Utiliza-se o preto todas as variaccedilotildees de cinza ao branco Uma maneira de expressar ordenaccedilatildeo eacute tambeacutem utilizar-se do princiacutepio da saturaccedilatildeo como apresentado na variaacutevel visual de cor
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
Segundo Martinelli (1991 2003) as seis variaacuteveis visuais mais as duas dimensotildees do plano (x e y) tecircm propriedades perceptivas que toda transcriccedilatildeo graacutefica deve levar em conta para traduzir adequadamente as trecircs relaccedilotildees fundamentais entre objetos relaccedilotildees de similarida-dediversidade chamadas de percepccedilatildeo seletiva (ne) de ordem percepccedilatildeo ordenada (O) e de proporcionalidade percepccedilatildeo quantitativa (Q) As variaacuteveis visuais apresentam propriedades perceptivas intriacutensecas diante do nosso olhar
As relaccedilotildees de similaridadediversidade podem levar a trecircs tipos de percepccedilatildeo dissociativa associativa e seletiva somando-se agraves propriedades de percepccedilatildeo ordenada e quantitativa
Percepccedilatildeo Dissociativa a visibilidade eacute variaacutevel Afastando da vista tamanhos diferentes eles somem sucessivamente
Percepccedilatildeo Associativa a visibilidade eacute constante As categorias se confundem
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull GIRARDI E P Proposiccedilatildeo teoacuterico-metodoloacutegica de uma cartografia geograacutefica criacutetica e sua aplicaccedilatildeo no desenvolvimento do atlas da questatildeo agraacuteria brasileira Tese (Doutorado em Ge-ografia)ndashUniversidade Estadual Paulista Presidente Prudente 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwathenabibliotecaunespbrexlibrisbdbpp33004129042P32008girardi_ep_dr_prudpdfgt Acesso em 20 maio 2009
bull JOLY F A cartografia Campinas Papirus 1990
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bull MARTINELLI M Curso de cartografia temaacutetica Satildeo Paulo Contexto 1991
bull NOGUEIRA R E Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaci-ais 2 ed Florianoacutepolis UFSC 2008
bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
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Siacutetios eletrocircnicos
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bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
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bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
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ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
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bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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afastando-as da vista natildeo somem
Percepccedilatildeo Seletiva O olho consegue isolar os elementos
Percepccedilatildeo Ordenada O As categorias se ordenam espontaneamente
Percepccedilatildeo Quantitativa Q A relaccedilatildeo de proporccedilatildeo eacute imediata
Quanto ao relacionamento com as variaacuteveis visuais tem-se o seguinte aspecto
Percepccedilatildeo seletiva cor tamanho valor granulaccedilatildeo forma
Percepccedilatildeo ordenada valor tamanho cores na ordem natural do espectro visiacutevel
Percepccedilatildeo quantitativa somente a variaacutevel visual tamanho
A figura 9 apresentou um resumo das variaacuteveis visuais e as propriedades de percepccedilatildeo mais adequadas
A fim de representar o tema do mapa seja no aspecto qualitativo (ne) ordenado ou quantita-tivo (Q) tem-se que explorar variaccedilotildees visuais sensiacuteveis com propriedades perceptivas compa-tiacuteveis o aspecto qualitativo responde a questatildeo O QUE caracterizando relaccedilotildees de diversidade entre lugares o aspecto ordenado responde a questatildeo EM QUE ORDEM caracterizando relaccedilotildees de ordem entre lugares e o aspecto quantitativo responde a questatildeo QUANTO caracterizando relaccedilotildees de proporcionalidade entre lugares (MARTINELLI 1991 e 2003)
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
A leitura anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mapas temaacuteticos fazem parte do que se chama ldquoco-mentaacuteriordquo do mapa Primeiramente servem para responder agraves questotildees acima expostas do que em que ordem quanto Para cada um destes itens que compreendem o comentaacuterio satildeo necessaacuterias as seguintes observaccedilotildees segundo Martinelli (2003)
-Leitura Nesta primeira atividade deve-se verificar o que foi colocado no mapa e como Para tanto eacute preciso atentar para o tiacutetulo para saber do que se trata onde estaacute o acontecimento e em que data O Que Onde e Quando
Em seguida o leitor deve examinar o meacutetodo de representaccedilatildeo escolhido e decifrar a re-spectiva legenda avaliando se foram os mais adequados para o tema em questatildeo Deve ser
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull DUARTE P A Fundamentos de cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
bull GIRARDI E P Proposiccedilatildeo teoacuterico-metodoloacutegica de uma cartografia geograacutefica criacutetica e sua aplicaccedilatildeo no desenvolvimento do atlas da questatildeo agraacuteria brasileira Tese (Doutorado em Ge-ografia)ndashUniversidade Estadual Paulista Presidente Prudente 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwathenabibliotecaunespbrexlibrisbdbpp33004129042P32008girardi_ep_dr_prudpdfgt Acesso em 20 maio 2009
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bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
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ficha sumaacuterio bibliografia
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Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
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bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Paacutegina 3 Off
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Botatildeo 4
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observado se foi correto o emprego das variaacuteveis visuais tendo em vista as respectivas proprie-dades perceptivas utilizadas Caso contraacuterio devem-se fazer as criacuteticas necessaacuterias corrigindo ou sugerindo soluccedilotildees alternativas
-Anaacutelise Nesta etapa observamos o que existe em cada lugar em que ordem se manifesta e em que quantidade aparece Em seguida verificamos onde estaacute cada atributo que nos interessa e avaliamos como se distribui no espaccedilo Assim o leitor pode aprofundar esta abordagem de-limitando zonas com esta ou aquela caracteriacutestica marcar aacutereas diacutespares atentar para as evi-dencias contrastantes como por exemplo o maacuteximo o miacutenimo verificar a situaccedilatildeo meacutedia e as transiccedilotildees avaliar agrupamentos e dispersotildees regularidades e irregularidades notar siacutetios ou eixos preferenciais observar correlaccedilotildees direta inversa ou indiferenciada entre os fenocircmenos expostos tendecircncias poacutelos e redes de interligaccedilotildees e relacionamentos centros de dispersatildeo direccedilatildeo e magnitude de movimentos e transformaccedilotildees
- Interpretaccedilatildeo Ao interpretar devemos buscar as explicaccedilotildees a partir do que se vecirc no mapa Para isso deveremos lanccedilar matildeo dos conhecimentos jaacute adquiridos Portanto passaremos a levantar as questotildees e a aventar hipoacuteteses que possam dar explicaccedilatildeo natildeo soacute aos ldquoPor Quecircrdquo mas tambeacutem aos ldquoComordquo por que tal configuraccedilatildeo eacute regular por que eacute irregular o que jus-tifica certa distribuiccedilatildeo dos fenocircmenos que elementos ambientais sociais poliacuteticos culturais ou ideoloacutegicos intervieram e de que maneira
Dessa forma o comentaacuterio do mapa deve reunir o comentaacuterio metodoloacutegico (sobre a lin-guagem cartograacutefica utilizada) e o comentaacuterio interpretativo (o que nos diz o mapa)
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Na cartografia tem se observado o emprego de graacuteficos junto aos mapas ou intercalados a estes como em alguns atlas para completar informaccedilotildees sobre determinado tema sendo assim consid-erados uma forma de comunicaccedilatildeo Mapas que em sua construccedilatildeo satildeo sobrepostos por graacuteficos numa uacutenica representaccedilatildeo satildeo chamados de cartogramas As sobreposiccedilotildees mais comuns satildeo de graacuteficos de barras e setogramas (erroneamente chamados de graacuteficos pizza por serem circulares e subdivididos em setores do ciacuterculo como se fosse uma pizza dividida em pedaccedilos)
Segundo Nogueira (2008) uma seacuterie histoacuterica ou temporal eacute constituiacuteda pelo registro de
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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Siacutetios eletrocircnicos
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bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em instantes distintos ao longo do tempo Varia o tempo da observaccedilatildeo e satildeo mantidos fixos o lugar e a categoria observados Como exemplo a variaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo em uma determinada cidade considerando cada mecircs em um ano
Para melhor entendimento deste exemplo vocecirc professor pode consultar a base de dados disponiacutevel pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e poderaacute construir graacuteficos e mapas com informaccedilotildees climatoloacutegicas para apreender e aplicar atividades durante sua praacutetica docente (figura 13)
Figura 13 Representaccedilatildeo graacutefica das precipitaccedilotildees em uma estaccedilatildeo da cidade de Satildeo Paulo (Instituto Nacional de Meteorologia)
A seacuterie geograacutefica eacute aquela constituiacuteda pelo registro de uma seacuterie de observaccedilotildees colhidas em lugares distintos Portanto variam os lugares geograacuteficos das observaccedilotildees e satildeo mantidos fixos o tempo e a categoria observados Como exemplo a temperatura meacutedia nas capitais da regiatildeo Sudeste do Brasil em 2005 satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2005) e a categoria (tem-peratura meacutedia anual) Varia o lugar Satildeo Paulo Rio de Janeiro Belo Horizonte Vitoacuteria
Uma seacuterie eacute dita categoacuterica quando mostra o registro de dados diversos mantendo fixos o lugar de observaccedilatildeo e o tempo (data) Como exemplo a produccedilatildeo agriacutecola em Satildeo Paulo em
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
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bull GIRARDI E P Proposiccedilatildeo teoacuterico-metodoloacutegica de uma cartografia geograacutefica criacutetica e sua aplicaccedilatildeo no desenvolvimento do atlas da questatildeo agraacuteria brasileira Tese (Doutorado em Ge-ografia)ndashUniversidade Estadual Paulista Presidente Prudente 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwathenabibliotecaunespbrexlibrisbdbpp33004129042P32008girardi_ep_dr_prudpdfgt Acesso em 20 maio 2009
bull JOLY F A cartografia Campinas Papirus 1990
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bull MARTINELLI M Cartografia temaacutetica caderno de mapas Satildeo Paulo EDUSP 2003
bull MARTINELLI M Curso de cartografia temaacutetica Satildeo Paulo Contexto 1991
bull NOGUEIRA R E Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaci-ais 2 ed Florianoacutepolis UFSC 2008
bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
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Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
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bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
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2006 Satildeo mantidos fixos o tempo (ano 2006) e o lugar (Satildeo Paulo) Variam as categorias (soja cana laranja milho)
Uma seacuterie eacute mista quando associa dois tipos de seacuteries Satildeo enquadrados aqui dados com variaccedilatildeo de lugar e tempo mantendo fixa a categoria Como exemplo a variaccedilatildeo das tem-peraturas meacutedias mensais nas capitais da regiatildeo Sudeste em 2006 Eacute mantida fixa a categoria (temperatura) e variam o lugar (capitais dos Estados) e o tempo (meses do ano) (tabela 1)
Tipo de seacuterie Organizaccedilatildeo dos dadosTempo Espaccedilo Categoria
Histoacuterica ou Temporal varia fixo fixaGeograacutefica fixo varia fixaCategoacuterica fixo fixo variaMista varia varia fixa
Tabela 1 Seacuteries de dados (NOGUEIRA 2008 p 267)
O uso de graacuteficos vinculado a mapas temaacuteticos refina a comunicaccedilatildeo da informaccedilatildeo e per-mite ilustrar e relacionar as informaccedilotildees contidas no mapa e os elementos inspecionados nos graacuteficos Alguns cuidados devem ser tomados durante a confecccedilatildeo de tais produtos Assim como em mapas na representaccedilatildeo em graacuteficos deve ser considerado o contraste das linhas textura cor e texto (NOGUEIRA 2008)
Para a expressatildeo de conjuntos numeacutericos normalmente satildeo construiacutedos a partir de eixos cartesianos os seguintes graacuteficos de linhas de barras ou colunas histogramas de setores e ainda os triangulares e piracircmides Cabe lembrar que elementos de visualizaccedilatildeo satildeo impor-tantes para seu entendimento como os roacutetulos dos eixos legenda tiacutetulo escala fonte de dados regiatildeo dos dados e quadro A seguir veremos alguns tipos de graacuteficos mencionados
Os Graacuteficos de Linhas
A representaccedilatildeo das ocorrecircncias de uma variaacutevel discreta pode ser convenientemente repre-sentada por um graacutefico de linha o qual dispotildee dos valores possiacuteveis da variaacutevel em um eixo horizontal enquanto os correspondentes nuacutemeros de ocorrecircncias satildeo representados pelas altu-ras das linhas verticais Um exemplo tiacutepico do emprego deste graacutefico eacute a apresentaccedilatildeo de uma
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
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bull ALBUQUERQUE P C G Ensinando Cartografia In INSTITUTO NACIONAL DE PES-QUISAS ESPACIAIS Curso de uso de sensoriamento remoto no estudo do meio ambiente Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2002
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bull GIRARDI E P Proposiccedilatildeo teoacuterico-metodoloacutegica de uma cartografia geograacutefica criacutetica e sua aplicaccedilatildeo no desenvolvimento do atlas da questatildeo agraacuteria brasileira Tese (Doutorado em Ge-ografia)ndashUniversidade Estadual Paulista Presidente Prudente 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwathenabibliotecaunespbrexlibrisbdbpp33004129042P32008girardi_ep_dr_prudpdfgt Acesso em 20 maio 2009
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bull LACOSTE Y A geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra Campinas Pa-pirus 1986
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bull MARTINELLI M Curso de cartografia temaacutetica Satildeo Paulo Contexto 1991
bull NOGUEIRA R E Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaci-ais 2 ed Florianoacutepolis UFSC 2008
bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
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Siacutetios eletrocircnicos
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bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
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bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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frequumlecircncia acumulada onde os valores observados inseridos no eixo horizontal fossem acu-mulados ateacute atingir uma frequumlecircncia de 100 no eixo vertical (figura 14)
O graacutefico de linhas tambeacutem permite comparar e acompanhar a evoluccedilatildeo no tempo das variaacuteveis representadas sendo a comunicaccedilatildeo visual dos dados facilmente perceptiacutevel O siacutetio do Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) dispotildee de um conjunto de dados e informaccedilotildees sobre vaacuterios paiacuteses do mundo Certamente vocecirc pode encontrar diversas representaccedilotildees em graacuteficos de mais variados temas conforme o graacutefico de linhas a seguir so-bre o Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) de alguns paiacuteses
Figura 14 Graacutefico de linhas com variaccedilatildeo espacial e temporalFonte Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento (2006)
Os Graacuteficos de Barras ou Colunas
Os graacuteficos de barras ou colunas permitem a comparaccedilatildeo quantitativa de um determinado dado ou de diversos grupos Este tipo de graacutefico tambeacutem eacute utilizado para representar variaccedilotildees ao longo do tempo Observe o graacutefico de coluna extraiacutedo do siacutetio do IBGE Nele eacute possiacutevel comparar a evoluccedilatildeo do nuacutemero de pessoas que declarou professar determinada religiatildeo ao longo do tempo (figura 15)
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
ficha sumaacuterio bibliografia
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
bull ABLER ADAMS GOULD Spatial Organization a Geographeracutes View of the World Lon-don Prentice-Hall International1972
bull ALBUQUERQUE P C G Ensinando Cartografia In INSTITUTO NACIONAL DE PES-QUISAS ESPACIAIS Curso de uso de sensoriamento remoto no estudo do meio ambiente Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2002
bull ARCHELA R S THEacuteRY H Orientaccedilatildeo metodoloacutegica para construccedilatildeo e leitura de mapas temaacuteticos Confins [online] n 3 2008 Disponiacutevel em lthttpconfinsrevuesorgin-dex3483htmlgt Acesso em 13 maio 2009
bull BERTIN J Seacutemiologie graphique les diagrames les reacuteseaux les cartes Paris EHESS 2004
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull DUARTE P A Fundamentos de cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
bull GIRARDI E P Proposiccedilatildeo teoacuterico-metodoloacutegica de uma cartografia geograacutefica criacutetica e sua aplicaccedilatildeo no desenvolvimento do atlas da questatildeo agraacuteria brasileira Tese (Doutorado em Ge-ografia)ndashUniversidade Estadual Paulista Presidente Prudente 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwathenabibliotecaunespbrexlibrisbdbpp33004129042P32008girardi_ep_dr_prudpdfgt Acesso em 20 maio 2009
bull JOLY F A cartografia Campinas Papirus 1990
bull LACOSTE Y A geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra Campinas Pa-pirus 1986
bull MARTINELLI M Cartografia temaacutetica caderno de mapas Satildeo Paulo EDUSP 2003
bull MARTINELLI M Curso de cartografia temaacutetica Satildeo Paulo Contexto 1991
bull NOGUEIRA R E Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaci-ais 2 ed Florianoacutepolis UFSC 2008
bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
2
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bull OLIVEIRA L Estudo metodoloacutegico e cognitivo do mapa 1978 129 f Tese (Livre do-cecircn-cia)-Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1978
bull PISSINATI M C ARCHELA R S Fundamentos da alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica no en-sino de geografia Geografia Londrina-PR v 16 n 1 janjun 2007
bull PROGRAMA DAS NACcedilOtildeES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO Rela-toacuterio de Desenvolvimento Humano 2006 PNUD Brasiacutelia 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwpnudorgbrarquivosrdhrdh2006rdh2006_IDHpdfgt Acesso em 25 jul 2010
bull SANTOS M A natureza do espaccedilo Satildeo Paulo [sn] 1996
bull SIMIELLI M E O mapa como meio de comunicaccedilatildeo e a alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica In ALMEIDA R D (Org) Cartografia escolar 2 ed Satildeo Paulo Contexto 2009 p 71-93
Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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3
Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
Botatildeo 2
Botatildeo 3
Botatildeo 12
Paacutegina 3 Off
Botatildeo 13
Paacutegina 3 Off
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Paacutegina 4 Off
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Botatildeo 45
Paacutegina 4 Off
Paacutegina 5
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Paacutegina 16 Off
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Botatildeo 60
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Paacutegina 44
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Botatildeo 61
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Paacutegina 47 Off
Paacutegina 48
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Paacutegina 47 Off
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Botatildeo 7
Botatildeo 8
Botatildeo 4
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
ficha sumaacuterio bibliografia
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Figura 15 Graacutefico de colunas mostrando variaccedilatildeo quantitativa dos temas em dois periacuteodos distintos no tempo em um determinado local
Disponiacutevel em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Histogramas
As informaccedilotildees contidas em representaccedilotildees por histograma satildeo resultado da organizaccedilatildeoclassificaccedilatildeo de dados em subconjuntos de acordo com a anaacutelise dos dados em questatildeo O histograma procura representar a frequumlecircncia das ocorrecircncias ou porcentagem das frequumlecircncias de um determinado conjunto de dados na ordenada de um eixo cartesiano Por exemplo nos produtos do sensoriamento remoto eacute possiacutevel observar a frequumlecircncia de ocorrecircncia de um pixel
num determinado niacutevel de cinza por meio da visualizaccedilatildeo de um histograma da imagem
Graacuteficos de Setores ou Setograma
Satildeo utilizados quando se pretende comparar cada valor com a seacuterie total A construccedilatildeo de graacuteficos de setores eacute feita pela divisatildeo de um ciacuterculo em partes ou setores de tal forma que cada parte tenha uma distribuiccedilatildeo proporcional com os valores da seacuterie No siacutetio da EM-DAT
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
bull ABLER ADAMS GOULD Spatial Organization a Geographeracutes View of the World Lon-don Prentice-Hall International1972
bull ALBUQUERQUE P C G Ensinando Cartografia In INSTITUTO NACIONAL DE PES-QUISAS ESPACIAIS Curso de uso de sensoriamento remoto no estudo do meio ambiente Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2002
bull ARCHELA R S THEacuteRY H Orientaccedilatildeo metodoloacutegica para construccedilatildeo e leitura de mapas temaacuteticos Confins [online] n 3 2008 Disponiacutevel em lthttpconfinsrevuesorgin-dex3483htmlgt Acesso em 13 maio 2009
bull BERTIN J Seacutemiologie graphique les diagrames les reacuteseaux les cartes Paris EHESS 2004
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull DUARTE P A Fundamentos de cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
bull GIRARDI E P Proposiccedilatildeo teoacuterico-metodoloacutegica de uma cartografia geograacutefica criacutetica e sua aplicaccedilatildeo no desenvolvimento do atlas da questatildeo agraacuteria brasileira Tese (Doutorado em Ge-ografia)ndashUniversidade Estadual Paulista Presidente Prudente 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwathenabibliotecaunespbrexlibrisbdbpp33004129042P32008girardi_ep_dr_prudpdfgt Acesso em 20 maio 2009
bull JOLY F A cartografia Campinas Papirus 1990
bull LACOSTE Y A geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra Campinas Pa-pirus 1986
bull MARTINELLI M Cartografia temaacutetica caderno de mapas Satildeo Paulo EDUSP 2003
bull MARTINELLI M Curso de cartografia temaacutetica Satildeo Paulo Contexto 1991
bull NOGUEIRA R E Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaci-ais 2 ed Florianoacutepolis UFSC 2008
bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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bull OLIVEIRA L Estudo metodoloacutegico e cognitivo do mapa 1978 129 f Tese (Livre do-cecircn-cia)-Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1978
bull PISSINATI M C ARCHELA R S Fundamentos da alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica no en-sino de geografia Geografia Londrina-PR v 16 n 1 janjun 2007
bull PROGRAMA DAS NACcedilOtildeES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO Rela-toacuterio de Desenvolvimento Humano 2006 PNUD Brasiacutelia 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwpnudorgbrarquivosrdhrdh2006rdh2006_IDHpdfgt Acesso em 25 jul 2010
bull SANTOS M A natureza do espaccedilo Satildeo Paulo [sn] 1996
bull SIMIELLI M E O mapa como meio de comunicaccedilatildeo e a alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica In ALMEIDA R D (Org) Cartografia escolar 2 ed Satildeo Paulo Contexto 2009 p 71-93
Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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1
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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sobre banco de dados de desastres eacute possiacutevel obter mapas associando graacuteficos de setores sobre esses eventos em escala mundial conforme exemplo abaixo (figura 16)
Figura 16 Cartograma unindo um mapa-mundi e graacutefico de setores mostrando a propor-
ccedilatildeo dos tipos de desastres em sub-regiotildees do mundo entre 1974-2003 Fonte httpwwwemdatbeworld-map
Graacuteficos Triangulares
A organizaccedilatildeo de dados em barras justapostas de forma a construir uma piracircmide produz um tipo de graacutefico especifico para anaacutelise da dinacircmica da populaccedilatildeo (Nogueira 2008) Para o IBGE a piracircmide da populaccedilatildeo eacute uma representaccedilatildeo graacutefica da distribuiccedilatildeo de uma populaccedilatildeo segundo idade e sexo A organizaccedilatildeo de dados neste tipo de graacutefico permite a comparaccedilatildeo en-tre os grupos de idades e sexo da populaccedilatildeo de acordo com intervalos considerados No siacutetio do IBGE vocecirc pode acessar diversos exemplos destes dados e utilizar no seu dia-a-dia e em suas anaacutelises e estudos (figura 17)
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
bull ABLER ADAMS GOULD Spatial Organization a Geographeracutes View of the World Lon-don Prentice-Hall International1972
bull ALBUQUERQUE P C G Ensinando Cartografia In INSTITUTO NACIONAL DE PES-QUISAS ESPACIAIS Curso de uso de sensoriamento remoto no estudo do meio ambiente Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2002
bull ARCHELA R S THEacuteRY H Orientaccedilatildeo metodoloacutegica para construccedilatildeo e leitura de mapas temaacuteticos Confins [online] n 3 2008 Disponiacutevel em lthttpconfinsrevuesorgin-dex3483htmlgt Acesso em 13 maio 2009
bull BERTIN J Seacutemiologie graphique les diagrames les reacuteseaux les cartes Paris EHESS 2004
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bull DUARTE P A Fundamentos de cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
bull GIRARDI E P Proposiccedilatildeo teoacuterico-metodoloacutegica de uma cartografia geograacutefica criacutetica e sua aplicaccedilatildeo no desenvolvimento do atlas da questatildeo agraacuteria brasileira Tese (Doutorado em Ge-ografia)ndashUniversidade Estadual Paulista Presidente Prudente 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwathenabibliotecaunespbrexlibrisbdbpp33004129042P32008girardi_ep_dr_prudpdfgt Acesso em 20 maio 2009
bull JOLY F A cartografia Campinas Papirus 1990
bull LACOSTE Y A geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra Campinas Pa-pirus 1986
bull MARTINELLI M Cartografia temaacutetica caderno de mapas Satildeo Paulo EDUSP 2003
bull MARTINELLI M Curso de cartografia temaacutetica Satildeo Paulo Contexto 1991
bull NOGUEIRA R E Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaci-ais 2 ed Florianoacutepolis UFSC 2008
bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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1
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bull OLIVEIRA L Estudo metodoloacutegico e cognitivo do mapa 1978 129 f Tese (Livre do-cecircn-cia)-Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1978
bull PISSINATI M C ARCHELA R S Fundamentos da alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica no en-sino de geografia Geografia Londrina-PR v 16 n 1 janjun 2007
bull PROGRAMA DAS NACcedilOtildeES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO Rela-toacuterio de Desenvolvimento Humano 2006 PNUD Brasiacutelia 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwpnudorgbrarquivosrdhrdh2006rdh2006_IDHpdfgt Acesso em 25 jul 2010
bull SANTOS M A natureza do espaccedilo Satildeo Paulo [sn] 1996
bull SIMIELLI M E O mapa como meio de comunicaccedilatildeo e a alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica In ALMEIDA R D (Org) Cartografia escolar 2 ed Satildeo Paulo Contexto 2009 p 71-93
Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
2
3
bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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1
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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1
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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1
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Figura 17 Graacutefico triangular tipo piracircmide mostrando variaccedilatildeo quantitativa em classes etaacuterias considerando 3 periacuteodos distintos no tempo para homens e mulheres
Fonte Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (2000)
Referecircncias
bull ABLER ADAMS GOULD Spatial Organization a Geographeracutes View of the World Lon-don Prentice-Hall International1972
bull ALBUQUERQUE P C G Ensinando Cartografia In INSTITUTO NACIONAL DE PES-QUISAS ESPACIAIS Curso de uso de sensoriamento remoto no estudo do meio ambiente Satildeo Joseacute dos Campos INPE 2002
bull ARCHELA R S THEacuteRY H Orientaccedilatildeo metodoloacutegica para construccedilatildeo e leitura de mapas temaacuteticos Confins [online] n 3 2008 Disponiacutevel em lthttpconfinsrevuesorgin-dex3483htmlgt Acesso em 13 maio 2009
bull BERTIN J Seacutemiologie graphique les diagrames les reacuteseaux les cartes Paris EHESS 2004
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bull DUARTE P A Fundamentos de cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
bull GIRARDI E P Proposiccedilatildeo teoacuterico-metodoloacutegica de uma cartografia geograacutefica criacutetica e sua aplicaccedilatildeo no desenvolvimento do atlas da questatildeo agraacuteria brasileira Tese (Doutorado em Ge-ografia)ndashUniversidade Estadual Paulista Presidente Prudente 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwathenabibliotecaunespbrexlibrisbdbpp33004129042P32008girardi_ep_dr_prudpdfgt Acesso em 20 maio 2009
bull JOLY F A cartografia Campinas Papirus 1990
bull LACOSTE Y A geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra Campinas Pa-pirus 1986
bull MARTINELLI M Cartografia temaacutetica caderno de mapas Satildeo Paulo EDUSP 2003
bull MARTINELLI M Curso de cartografia temaacutetica Satildeo Paulo Contexto 1991
bull NOGUEIRA R E Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaci-ais 2 ed Florianoacutepolis UFSC 2008
bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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bull OLIVEIRA L Estudo metodoloacutegico e cognitivo do mapa 1978 129 f Tese (Livre do-cecircn-cia)-Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1978
bull PISSINATI M C ARCHELA R S Fundamentos da alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica no en-sino de geografia Geografia Londrina-PR v 16 n 1 janjun 2007
bull PROGRAMA DAS NACcedilOtildeES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO Rela-toacuterio de Desenvolvimento Humano 2006 PNUD Brasiacutelia 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwpnudorgbrarquivosrdhrdh2006rdh2006_IDHpdfgt Acesso em 25 jul 2010
bull SANTOS M A natureza do espaccedilo Satildeo Paulo [sn] 1996
bull SIMIELLI M E O mapa como meio de comunicaccedilatildeo e a alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica In ALMEIDA R D (Org) Cartografia escolar 2 ed Satildeo Paulo Contexto 2009 p 71-93
Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
Botatildeo 2
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oacutedulo I bull Disciplina 02tema 3
ficha sumaacuterio bibliografia
1
2
3
bull DUARTE P A Fundamentos de cartografia Florianoacutepolis EDUFSC 1994
bull GIRARDI E P Proposiccedilatildeo teoacuterico-metodoloacutegica de uma cartografia geograacutefica criacutetica e sua aplicaccedilatildeo no desenvolvimento do atlas da questatildeo agraacuteria brasileira Tese (Doutorado em Ge-ografia)ndashUniversidade Estadual Paulista Presidente Prudente 2008 Disponiacutevel em lthttpwwwathenabibliotecaunespbrexlibrisbdbpp33004129042P32008girardi_ep_dr_prudpdfgt Acesso em 20 maio 2009
bull JOLY F A cartografia Campinas Papirus 1990
bull LACOSTE Y A geografia isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra Campinas Pa-pirus 1986
bull MARTINELLI M Cartografia temaacutetica caderno de mapas Satildeo Paulo EDUSP 2003
bull MARTINELLI M Curso de cartografia temaacutetica Satildeo Paulo Contexto 1991
bull NOGUEIRA R E Cartografia representaccedilatildeo comunicaccedilatildeo e visualizaccedilatildeo de dados espaci-ais 2 ed Florianoacutepolis UFSC 2008
bull OLIVEIRA C Dicionaacuterio de cartografia Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo IBGE 1988
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
2
3
bull OLIVEIRA L Estudo metodoloacutegico e cognitivo do mapa 1978 129 f Tese (Livre do-cecircn-cia)-Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1978
bull PISSINATI M C ARCHELA R S Fundamentos da alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica no en-sino de geografia Geografia Londrina-PR v 16 n 1 janjun 2007
bull PROGRAMA DAS NACcedilOtildeES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO Rela-toacuterio de Desenvolvimento Humano 2006 PNUD Brasiacutelia 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwpnudorgbrarquivosrdhrdh2006rdh2006_IDHpdfgt Acesso em 25 jul 2010
bull SANTOS M A natureza do espaccedilo Satildeo Paulo [sn] 1996
bull SIMIELLI M E O mapa como meio de comunicaccedilatildeo e a alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica In ALMEIDA R D (Org) Cartografia escolar 2 ed Satildeo Paulo Contexto 2009 p 71-93
Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
2
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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3
Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
2
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
Botatildeo 2
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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bull OLIVEIRA L Estudo metodoloacutegico e cognitivo do mapa 1978 129 f Tese (Livre do-cecircn-cia)-Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1978
bull PISSINATI M C ARCHELA R S Fundamentos da alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica no en-sino de geografia Geografia Londrina-PR v 16 n 1 janjun 2007
bull PROGRAMA DAS NACcedilOtildeES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO Rela-toacuterio de Desenvolvimento Humano 2006 PNUD Brasiacutelia 2006 Disponiacutevel em lthttpwwwpnudorgbrarquivosrdhrdh2006rdh2006_IDHpdfgt Acesso em 25 jul 2010
bull SANTOS M A natureza do espaccedilo Satildeo Paulo [sn] 1996
bull SIMIELLI M E O mapa como meio de comunicaccedilatildeo e a alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica In ALMEIDA R D (Org) Cartografia escolar 2 ed Satildeo Paulo Contexto 2009 p 71-93
Siacutetios eletrocircnicos
bull httpancienthistoryaboutcom acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpconfinsrevuesorgindex172htmltoc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httphistory-worldorg acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpportuguesecricnchinaabc acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwboccuffbrpagfrancischett-mafalda-representacoes-cartograficaspdf acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwcartografiaorgbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwdsrinpebr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwemdatbeworld-map acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwgeocartigeoufrjbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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bull httpwwwibgegovbribgeteenatlasescolar acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwibgegovbribgeteenpesquisasdemograficashtml acesso em 26 de julho de 2010
bull httpwwwinmetgovbrhtmlclimaphp acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapasibgegovbr acesso em 25 de julho de 2010
bull httpwwwmapashistoricosuspbr acesso em 10 de agosto de 2010
bull httpwwwufrgsbrmuseudetopografiamuseumuseuhis_topohtml acesso em 10 de agosto de 2010
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TEMASU
nespRedefor bull M
oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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3
Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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3
Anexo 1 Projeccedilotildees Cartograacuteficas
Figura Modelos de sistemas de projeccedilotildees(JOLY 2001 p 48)
Figura Modelos de perspectivas das projeccedilotildeesFonte (JOLY 2001 p 49)
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oacutedulo I bull Disciplina 02Referencias
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Fonte JOLY (p 51 2001)
Fonte JOLY (p 52 2001)
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
1
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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1
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
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oacutedulo I bull Disciplina 02
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Ficha da disciplina
Autoria
Arthur Magon Whitacker
Paulo Ceacutesar Rocha
Ficha da Disciplina
Cartografia e Ensino
de Geografia
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Resumo
A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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TEMASU
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oacutedulo I bull Disciplina 02
ficha sumaacuterio bibliografia
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Ficha da disciplina
Cartografia e Ensino de Geografia
TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
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A linguagem cartograacutefica tem uma importacircncia fundamental no aprendizado da geografia exigindo foco no processo de alfabetizaccedilatildeo cartograacutefica e domiacutenio das ferramentas da carto-grafia sistemaacutetica e temaacutetica no desenvolvimento do raciociacutenio geograacutefico Eacute por isto que esta disciplina foi planejada no mesmo moacutedulo de ldquoCaminhos do pensamento geograacuteficordquo uma vez que poderatildeo ser estabelecidas relaccedilotildees entre a teoria e o meacutetodo cartograacutefico Tendo como eixo condutor do trabalho a anaacutelise do uso da cartografia em sala de aula seratildeo priorizados os seguintes temas relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento projeccedilotildees cartograacuteficas e as visotildees de mundo escalas geograacuteficas e unidades de anaacutelise ferramentas da cartografia temaacutetica o ciacuter-culo das cores e as convenccedilotildees cartograacuteficas informaccedilatildeo geograacutefica e os modos de implantaccedilatildeo cartograacutefica
Palavras chave
Geografia Cartografia Ensino de Cartografia Educaccedilatildeo Fundamental Ensino Meacutedio
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TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
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1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
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TEMAS Toacutepicos
Tema 1 - Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da Cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
12 - A Cartografia e o Mapa
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
Tema 2 - Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
22 - Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
23 - A Semiologia Graacutefica
Tema 3 - Linguagem Cartograacutefica e Propriedades de Percepccedilatildeo
31 - Linguagem Cartograacutefica
32 - Variaacuteveis Visuais
33 - Propriedades de Percepccedilatildeo
34 - Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de mapas temaacuteticos
35 - Representaccedilatildeo Graacutefica
UNESP ndash Universidade Estadual PaulistaProacute-Reitoria de Poacutes-GraduaccedilatildeoRua Quirino de Andrade 215CEP 01049-010 ndash Satildeo Paulo ndash SPTel (11) 5627-0561wwwunespbr
Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
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Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
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11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
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Siacutetios eletrocircnicos
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Governo do Estado de Satildeo Paulo Secretaria de Estado da EducaccedilatildeoCoordenadoria de Estudos e Normas PedagoacutegicasGabinete da CoordenadoraPraccedila da Repuacuteblica 53CEP 01045-903 ndash Centro ndash Satildeo Paulo ndash SP
Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos
35 ndash Representaccedilotildees Graacuteficas
Referecircncias
Siacutetios eletrocircnicos
Ficha da Disciplina
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Proacute-Reitora de Poacutes-graduaccedilatildeoMarilza Vieira Cunha Rudge
Equipe CoordenadoraElisa Tomoe Moriya Schluumlnzen
Coordenadora Pedagoacutegica
Elisa Tomoe Moriya SchluumlnzenClaacuteudio Joseacute de Franccedila e Silva
Rogeacuterio Luiz Buccelli
Coordenadores dos CursosArte Rejane Galvatildeo Coutinho (IAUnesp)
Filosofia Luacutecio Lourenccedilo Prado (FFCMariacutelia)Geografia Raul Borges Guimaratildees (FCTPresidente Prudente)
Antocircnio Cezar Leal (FCTPresidente Prudente) - sub-coordenador Inglecircs Mariangela Braga Norte (FFCMariacutelia)
Quiacutemica Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)
Equipe Teacutecnica - Sistema de Controle AcadecircmicoAri Araldo Xavier de Camargo
Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena
SecretariaAdministraccedilatildeoMaacutercio Antocircnio Teixeira de Carvalho
NEaD ndash Nuacutecleo de Educaccedilatildeo a Distacircncia(equipe Redefor)
Klaus Schluumlnzen Junior Coordenador Geral
Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian
Coordenador de Grupo
Andreacute Luiacutes Rodrigues FerreiraGuilherme de Andrade Lemeszenski
Marcos Roberto GreinerPedro Caacutessio Bissetti
Rodolfo Mac Kay Martinez Parente
Produccedilatildeo veiculaccedilatildeo e Gestatildeo de materialElisandra Andreacute Maranhe
Joatildeo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi
Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza
Pamela GouveiaRafael Canoletti
Valter Rodrigues da Silva
Marcador 1
1 ndash Introduccedilatildeo
11 - Um pouco da histoacuteria da cartografia e um esforccedilo para compreender sua definiccedilatildeo
13 - Geografia e Cartografia relaccedilotildees topoloacutegicas e o mapeamento
12 - A cartografia e o mapa
2 Caracteriacutesticas baacutesicas dos mapas e comunicaccedilatildeo cartograacutefica
21 - Caracteriacutesticas Baacutesicas dos Mapas
23 ndash A Semiologia Graacutefica
22 ndash Comunicaccedilatildeo Cartograacutefica e Cogniccedilatildeo
3 Linguagem Catograacutefica e propriedades de percepccedilatildeo
31 ndash Linguagem Cartograacutefica
32 ndash Variaacuteveis Visuais
33 ndash Propriedades de Percepccedilatildeo
34 ndash Leitura Anaacutelise e Interpretaccedilatildeo de Mapas Temaacuteticos