O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Versão Online ISBN 978-85-8015-037-7Cadernos PDE
2007
VOLU
ME I
ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPRPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
O ESPAÇO ESCOLAR - UM LUGAR DENTRO DO CONCEITOGEOGRÁFICO
Professora: Josiane Aparecida Gonçalves de Souza
Orientador: Roberto Filizola – UFPR
RESUMO
Este artigo é o relato das pesquisas que efetuamos, durante o programa de desenvolvimentoeducacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com o objetivo de tornar asaulas de Geografia mais contextualizadas e mobilizadoras. O trabalho foi composto de váriasfases, a saber: no primeiro instante, efetuou-se a investigação dos conhecimentos prévios queos alunos têm a respeito de educação patrimonial. Depois esse tema foi ligado à questão doespaço escolar como um lugar próximo, que faz parte do cotidiano dos alunos. Um grandedesafio foi promover a construção de conceitos geográficos, por meio do fazer pedagógico,ampliando o conhecimento dos alunos, necessários para a representação do espaço. Numterceiro momento, foram utilizados recursos de mídia, com o intuito de interpretar o sensocomum que se tem a respeito da escola e educação pública, de uma forma geral. Buscou-secom essa atividade promover a construção de conceitos geográficos, ampliando oconhecimento dos educandos sobre o mundo. Ainda, pretendeu-se envolver os educandos naco-responsabilidade pela conservação do espaço escolar, entendendo esse espaço como partede seu cotidiano.
PALAVRAS-CHAVE: lugar – conservação - escola – paisagem – educação patrimonial
ABSTRACT
This article is the reporting of research that we have made during the program of educationaldevelopment of the Secretariat of State education, to make geography classes more seen incontext and mobilizing. The work was composed of various stages, namely: in the first time,conducted research of previous knowledge that students have about education assets. Afterthis theme was connected to the issue of educational space as a place, which is part of dailystudents. A major challenge was building geographical concepts through the pedagogicalmaking, expanding the knowledge of students, necessary to represent the space. In a thirdtime, were used media resources, in order to interpret common sense that the respect of schooleducation and public in general. Sought such activity building geographical concepts, expandingthe knowledge of learners on the world. Also, was intended to involve learner’s co-responsibilityfor conservation of educational space, this space as part of their daily life.
Keywords: place – conservation - school – landscape – education assets
INTRODUÇÃO
Este trabalho foi ancorado no Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE ofertado aos professores da rede pública de ensino, pela
Secretaria de Estado da Educação do Paraná, durante os anos de 2007 e
2008, como atividade de formação continuada e como meio de ascensão
profissional.
Um dos objetivos desse programa foi proporcionar um estreitamento
das relações entre as Instituições de Ensino Superior - IES e os Professores
atuantes na rede pública de ensino básico - fundamental e médio - do Estado,
mediante atividades teórico-práticas orientadas, visando mais qualidade de
ensino nas escolas paranaenses. As mudanças almejadas consideraram
sempre as diretrizes curriculares, elaboradas de forma participativa no Estado
do Paraná, como norteadoras das propostas pedagógicas de implementação.
O PDE contempla uma seqüência que envolveu participações em
Seminários, Cursos ofertados IES, disciplinas optativas, encontros de
orientação, pesquisa bibliográfica, tutoria de curso virtual pelo ambiente
Moodle, elaboração de material didático, proposta de intervenção no colégio e
implementação da proposta e finalmente a escrita deste artigo.
Nesse sentido, este artigo é o relato de um trabalho com alunos da 1ª
série do curso de formação de docentes, que abordou a questão da
degradação ambiental, levando em consideração o espaço escolar, como
paisagem que faz parte do cotidiano dos alunos. Esse espaço vivido, muitas
vezes não é percebido pelo aluno como uma relação de pertencimento.
Portanto, faz-se necessária a criação de laços afetivos entre o aluno e o
espaço escolar, criando um sentimento de responsabilização do primeiro para
com a conservação do segundo. Também teve como um importante objetivo
tornar as aulas de geografia mais contextualizadas.
O espaço geográfico reflete a sociedade que nele vive. Uma vez que a
Geografia ocupa-se da analise desse espaço é necessário conhecermos e
entendermos como vivem os grupos humanos nesse espaço.
Nesse sentido, desenvolveu-se o projeto procurando integrar o espaço
vivido, o lugar, a paisagem escolar de forma que os educandos
compreendessem que o espaço escolar lhes pertence e é um patrimônio a ser
conservado, sem deixar de colocá-lo dentro de um contexto maior, o mundo.
O Colégio Estadual Paulo Leminski está localizado no bairro Tarumã,
Curitiba. Contudo, em função da diversidade de cursos oferecidos pelo
estabelecimento de ensino, entre eles os profissionalizantes - Formação de
Docentes (Integrado e Subseqüente), Técnico de Meio Ambiente (Integrado e
subseqüente), Guia Regional de Turismo (subseqüente) - atende alunos que
residem em diferentes espaços geográficos, próximos e distantes como as
cidades da região metropolitana. Em princípio, esse fato dificulta a formação de
uma comunidade escolar próxima e mais atuante no colégio, e essa falta de
proximidade acaba por fazer com que os educandos não enxerguem o espaço
físico da escola como um lugar ao qual pertencem e que precisam cuidar e
conservar.
Em função disso alguns educandos não respeitam as regras do
colégio, depredam seu lugar de estudo, como se este não lhes pertencesse.
Diante do exposto, o presente trabalho foi organizado em seis partes,
as quais, descreve-se na seqüência. A primeira delas foi elaborada com o
objetivo de dar uma significação ao espaço escolar, como um patrimônio a ser
conservado na busca de melhoria da qualidade de vida da comunidade que
dele usufrui.
A segunda parte tem como escopo descrever o levantamento de dados
acerca da percepção dos educandos em relação ao Patrimônio Público. Assim
foram elaborados dois questionários: o primeiro deles relacionado ao
conhecimento que os alunos possuíam sobre o tema Patrimônio Público e
Privado e, o segundo sobre a percepção do espaço escolar – a escola que
temos e a escola que queremos.
A terceira parte é um relato sobre a elaboração das atividades
discentes, necessárias para estabelecer relações afetivas dos educandos para
com o espaço escolar, considerando-o como espaço público a ser conservado
em benefício da própria comunidade.
Na quarta parte são descritas as formas de utilização dos recursos de
mídia em seus diversos níveis, para compreender o espaço em que vivemos.
Contemporaneamente, os referidos recursos estão cada vez mais acessíveis
aos educandos dentro das escolas. O objetivo do uso dos recursos de mídia no
desenvolvimento do trabalho era a superação de sensos comuns em relação
ao Patrimônio Público e, propiciar aos educandos a oportunidade de perceber
no espaço escolar um ambiente digno para a qualidade de vida,
conscientizando educandos e educadores sobre a importância de se valorizar o
espaço da escola.
Na quinta parte sugere-se encaminhamentos para a compreensão do
espaço escolar como lugar num conceito geográfico, baseado numa visão
abrangente da função social do educador.
A sexta parte refere-se ao GTR – Grupo de Trabalho em Rede,
atividade desenvolvida em um ambiente virtual de trabalho, desenvolvida na
plataforma Moodle, que integrou professores da rede pública do Estado do
Paraná, de diferentes municípios e estabelecimentos de ensino e que não
faziam parte do Programa, mas puderam participar e dessa forma progredirem
em seu plano de carreira.
GEOGRAFIA E A SIGNIFICAÇÃO DO ESPAÇO
A Geografia faz parte do cotidiano, é construída e reconstruída por
relações sociais. Dessa forma, não podemos considerar a disciplina de
Geografia tão-somente como conteúdos estanques e prontos, vistos apenas
em sala de aula, desconectados da realidade de nossos alunos.
A Geografia, como disciplina, pode e deve levar o aluno à
compreensão de seu espaço geográfico cotidiano, dando-lhe significação.
Nesse sentido Nestor Kaercher afirma:
A geografia não deve se restringir às aparências, ao visível. Devemosprocurar as causas, as origens dos processos que formam osespaços como eles são. Para tal, devemos estar muito atentos à açãoconcreta dos homens, pois eles são os construtores do espaçogeográfico. (KAERCHER, 2008, p.173)
O recorte do espaço geográfico escolhido para ser objeto de estudo do
Plano de Implementação do Programa de Desenvolvimento Educacional da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná, foi o da escola. Espaço esse,
colocado como pertencente à comunidade escolar e como um patrimônio a ser
conservado e melhorado. Essa atividade tinha o escopo de criar uma relação
de pertencimento ao espaço escolar por parte dos alunos.
A estrutura física do Colégio Estadual Paulo Leminski – Ensino
Fundamental, Médio e Profissional foi totalmente reformada ao longo dos anos
de 2006 e 2007. Essa reforma foi o resultado de um longo e árduo processo
histórico de conquista coletiva, que precisava, portanto, ser valorizado como
parte da identidade cultural da comunidade escolar deste estabelecimento de
ensino. Não resta dúvida que por meio dessa reforma ocorreu um
fortalecimento da auto-estima dos educandos e dos profissionais da educação,
que passaram a valorizar o espaço escolar. Contudo, isso não significa que a
escola deixou de ser alvo de pichação ou depredação, como veremos adiante.
Assim, considera-se necessário o despertar de uma consciência crítica
e de responsabilidade para com a conservação do patrimônio escolar em toda
a sua expressão, buscando a consolidação de uma identidade pessoal e
cultural, indispensáveis no processo de utilização sustentável desses bens.
O respeito ao patrimônio, possibilita um processo educativo de
conservação de bens públicos no país e nos coloca frente a frente com o
trabalho de melhoria da auto-estima e da valorização da nossa própria cultura.
Ao trabalhar-se a questão da Educação Patrimonial, na disciplina de
Geografia dá-se ao educando a possibilidade de percepção do espaço
geográfico que o cerca e que faz parte de seu cotidiano. Com esse trabalho, o
educando, além de perceber esse espaço, passa a ter consciência de sua
responsabilidade para com a construção e conservação do lugar onde vive.
Segundo Milton Santos: “quando o homem se defronta com um espaço que
não ajudou a criar, cuja história desconhece, cuja memória lhe é estranha, esse
lugar é a sede de uma vigorosa alienação” (SANTOS, 2006, p. 328)
Nesse sentido, um dos primeiros passos do trabalho foi o de
desenvolver atividades capazes de despertar essa consciência nos alunos.
Tais atividades tiveram por finalidade leva-lo a estudar a história da escola,
criando laços afetivos com o espaço escolar, de pertencimento, valorizando
sua participação no projeto de melhoria de qualidade de vida em seu espaço
vivido. Essas atividades aparecem no Projeto através da comparação e
diferenciação com outros espaços, utilizando recursos da mídia em todos os
seus níveis.
LEVANTAMENTO DE DADOS
No primeiro momento, fizemos o mapeamento relativo ao
conhecimento dos alunos sobre a questão do Patrimônio Público e Privado, por
meio de questionários, cuja aplicação contou com a colaboração de
professores da escola.
O primeiro questionário aplicado indaga a respeito do termo
Patrimônio, além de tratar de questões que abordam a realidade cultural do
aluno, sua participação em festas no bairro e na cidade, conhecimentos prévios
sobre espaços culturais e recursos utilizados no cotidiano, a importância dada
por eles e a forma como o estudante se relaciona com o tema.
A metodologia utilizada foi a de aplicação por amostragem, tendo sido
selecionada uma turma de cada série, turno e curso.
Os dados coletados, a partir do questionário de conhecimento, foram
analisados e comparados para permitir a compreensão de como se situava a
temática “Educação Patrimonial” entre os educandos do Colégio Paulo
Leminski. Essas informações também foram utilizadas para o planejamento das
atividades.
A seguir, os dados relativos ao questionário dos alunos foram
tabulados e analisados permitindo assim o direcionamento do trabalho para a
estrutura conceitual e teórica dos materiais e atividades a serem
desenvolvidas.
O segundo questionário foi aplicado nas turmas de formação de
docentes e, se referia à percepção do espaço escolar que temos e que tipo de
escola queremos. Foi um trabalho provocativo, pois inicialmente os educandos
descreveram e vislumbraram a escola pública dos sonhos e na seqüência
passaram para o papel de colaboradores e responsáveis pela transformação
dos sonhos em realidade.
Cabe, por oportuno, trazer à colação a canção Prelúdio, de Raul
Seixas:
Sonho que se sonha sóÉ só um sonho que se sonha sóMas sonho que se sonha junto é realidade
Sonho que se sonha sóÉ só um sonho que se sonha sóMas sonho que se sonha junto é realidade
Sonho que se sonha sóÉ só um sonho que se sonha sóMas sonho que se sonha junto é realidade
A letra traduz o sentimento que tínhamos ao iniciar as atividades de
Educação Patrimonial no Colégio Paulo Leminski.
DO LEVANTAMENTO DE DADOS PARA A ELABORAÇÃO DAS
ATIVIDADES
Para a elaboração das atividades discentes, buscou-se então, a
realização de uma prática, envolvendo desde o espaço físico, até aspectos
epistemológicos do ensino, ou seja, procurou-se desenvolver um trabalho que
fosse além da teoria e de conceitos relativos ao Patrimônio Cultural.
Entendendo que o trabalho somente faria sentido se estivesse comprometido
com a realidade concreta dos estudantes, foi necessário verificar o
conhecimento que os alunos já possuíam em relação ao tema, promovendo a
reflexão e não um simples repasse de informações.
Nesse contexto foram elaboradas atividades orientadas sobre o
conceito de Patrimônio Cultural e suas possibilidades de aplicação no cotidiano
escolar, assim como a importância da valorização da memória local pelos
estudantes. O objetivo foi identificar claramente onde as intervenções
pedagógicas são necessárias e que tipo de implementação será eficaz.
Discutiu-se o conteúdo do material didático e em que séries poderiam ser
aplicadas. Na disciplina de geografia o material foi trabalhado com as primeiras
séries do curso de formação de docentes e se relacionou com o
desenvolvimento sustentável, salientando o papel da mídia, que possui um
grande poder de pressionar governos e influenciar a opinião pública.
Em decorrência disso, optou-se em promover atividades escolares
extras, nas quais a questão do patrimônio cultural foi apresentada de forma
diferente e não restrita à sala de aula. Com isto, objetivou-se despertar o
interesse pelo assunto por parte dos alunos para que, conseqüentemente,
passe a fazer parte de seu cotidiano.
Na primeira atividade, apresentou-se aos alunos imagens de diversas
paisagens, que foram objeto de análise e questionamentos, tais como: Que tipo
de paisagem é esta? Qual a provável localização da paisagem? Ela é
importante? Por quê? Para quem?
Em seguida, os alunos foram convidados a visitar, em pequenos
grupos alguns locais da cidade de Curitiba que eles consideravam um
Patrimônio Público. Após a visita, eles deviam apresentar esse local aos seus
colegas, localizá-lo geograficamente, representá-lo, não só por fotografias, mas
também, utilizando recursos cartográficos, dando significado ao lugar e
justificando sua escolha.
Durante essa atividade percebeu-se grande dificuldade dos alunos
quanto à utilização da linguagem própria da Geografia. Assim, deparou-se com
a necessidade de “alfabetizar” os educandos geograficamente, para que eles
pudessem fazer uma leitura e entender o espaço que o cerca. Procurou-se
suprir essa necessidade trabalhando, então, a construção de diversos
conceitos geográficos, a saber: espaço geográfico, paisagem, lugar, fronteiras,
espaço público, espaço privado, patrimônio, território, cidadania. Também
houve a necessidade de trabalhar a linguagem cartográfica para a
representação do espaço.
A partir da compreensão desses conceitos, os alunos passaram a
conhecer/reconhecer por meio de imagens, espaços públicos preservados.
Desta forma foi possível que os educandos identificassem, nos lugares em que
vivem, espaços públicos a serem conservados/preservados, buscando
soluções de conservação/valorização para esses espaços.
A seguir foram realizadas atividades envolvendo a mídia e as visões
que ela apresenta de bens públicos. Em especial aquelas relacionadas à
escola pública.
A MÍDIA COMO UM MEIO PARA COMPREENDER O ESPAÇO EM QUE
VIVEMOS
Diariamente somos bombardeados pelos mais diversos
acontecimentos em tempo real, numa combinação de tecnologia digital,
globalização e liberalismo econômico. E a escola não foge a esta regra.
Estamos vivendo na chamada Era da Informação.
A influência da mídia afeta os conteúdos escolares, tanto em
Geografia, como em outras disciplinas. No entanto, e com muita freqüência,
esses conteúdos aparecem distorcidos, com mensagens utópicas,
demagógicas ou enganadoras, levando os educandos, enquanto consumidores
e cidadãos, a se iludirem. Conseqüentemente, não percebem o sentido
verdadeiro, oculto, nas informações recebidas. É importante destacar que,
atualmente, as informações se alastram com tamanha rapidez e volume, que
por vezes, se torna quase impossível ao cidadão comum, processa-las e
identificar sua fonte ou origem. A internet está aí para comprovar.
O descaso para com o Patrimônio Público aparece todos os dias nos
mais diversos assuntos na imprensa. Sendo assim, pode-se utilizar a mídia
como um importante recurso para contextualizar os conteúdos, que por si só
não trazem a dimensão de sua importância no cotidiano. Como ciência, a
Geografia pode estimular nos educandos, uma leitura mais crítica das
informações divulgadas nos diversos meios de comunicação, buscar visões
antagônicas, compará-las e perceber as distorções e o caráter sensacionalista
que muitos recebem. Sobre essa questão ANTUNES nos alerta:
Causa irritação a todo verdadeiro educador a extrema “ingenuidade”com que o povo se deixa enganar por mensagens sedutoras epregações demagógicas e como se deixa manipular comoconsumidor e como cidadão. Essa irritação é justa, mas nem semprenos damos conta de que somos, muitas vezes, responsáveis por essasituação. A solução não está em pregar o fim do mentiroso, dodemagogo, do manipulador, mas, sim, em ensinar o aluno, passo àpasso, a receber de maneira crítica e analítica as informações quetransbordam pelos meios de comunicação. (ANTUNES, 2005 p.40-41)
É papel do educador ficar atento as generalizações, simplificações da
realidade, que tendem a naturalizar o social, criando muitas vezes preconceitos
ou estereótipos do tipo: No Movimento dos Sem Terra - MST só tem violência,
baderna e desempregados do meio urbano que nunca pegaram num cabo de
enxada; escola pública tem ensino de má qualidade; professores reclamam de
barriga cheia pois a maioria possui carros do ano; somente jovens dominam a
tecnologia; todo político é corrupto, e por aí afora.
Todo e qualquer recurso midiático tem potencial educativo, desde que
trabalhado pedagogicamente. Tenta-se através da utilização da mídia, superar
sensos comuns arraigados. O educador não deseja com isso tornar-se o único
dono da verdade, mas buscar junto com os alunos discernir o que é fato e o
que é apenas boato ou fruto de interpretações, muitas vezes precipitadas,
sobre informações veiculadas na mídia. Quanto a isso nos alerta Milton Santos:
“Também o mercado da informação, não apenas a especializada, mas também
da informação geral, é concentrado e controlado. Deve-se cada vez mais,
distinguir entre o fato e a notícia, que já é uma interpretação”. (SANTOS, 2006,
p.202)
A informação passa a ser uma das maiores bases de poder na
atualidade. Quem tem o poder da informação detém o controle sobre os que
não dispõem dela, gerando desigualdades cada vez maiores, criando novas
fronteiras já que a informação em muitos casos é restrita a núcleos reduzidos
de países e pessoas.
Uma das dificuldades encontradas em relação ao trabalho com a
imprensa foi a questão de se trabalhar com jornais, revistas, programas de TV,
que via de regra, muitos adolescentes e jovens não lêem ou assistem sem que
lhes seja exigido. No entanto este foi um ano em que a educação, escolas
públicas, avaliações, fronteiras, mais do que nunca estiveram presentes.
Trabalhou-se com diversos tipos de mídia.
O papel do professor como mediador na seleção das informações e no
cuidado com as fontes, principalmente as advindas da Internet, que nem
sempre são confiáveis, é fundamental nesse momento do trabalho. De acordo
com ANTUNES:
Hoje, com a diversidade de fontes de informação disponível, com asnavegações pela Internet, o papel essencial da escola e,naturalmente, do professor é transformarem-se em selecionadores deinformações, decifradores de signos e códigos e, sobretudo, em“separadores” do essencial e imprescindível do lixo informativo queapenas aliena o aluno.” (ANTUNES, 2005, p.41)
Atualmente, com a globalização, os meios de comunicação passaram a
orientar o comportamento social, criando padrões cada vez mais homogêneos,
desconhecendo os limites impostos pelas fronteiras políticas, econômicas ou
lingüísticas. A esse respeito Castrogiovanni afirma: “A mídia eletrônica e a
imprensa mais do que nunca delineiam a conduta do cidadão...”
(CASTROGIOVANNI, 2003, p. 82)
As imagens/notícias/artigos mais comuns têm apresentado as escolas
como espaço de vandalismo, gangs, violência. No entanto, numa busca mais
criteriosa, os educandos chegaram à conclusão de que essas visões não
refletem a maioria das escolas. O sensacionalismo com que a imprensa
apresenta os fatos proporciona a formação de preconceitos, que acabam se
generalizando e até naturalizando diversas situações sociais, que são bem
mais complexas.
Sim, aspectos negativos também envolvem as escolas públicas, mas
nelas depara-se freqüentemente com produções fantásticas em termos de
esportes, teatro, música, dança, pinturas, desenhos e muitas outras produções,
que acabam recebendo pouca divulgação e não alcançando grande
repercussão na mídia.
Sobre esse assunto, a formanda Marissol Joslim, aluna do curso de
Formação de Docentes do Colégio Estadual Paulo Leminski, compôs os
poemas a seguir:
VISÃO
A escola é uma família
todos a trabalhar
Mas como o mundo vê
essa vida escolar?
Tudo funciona aos extremos
para o bem e para o mal
Se algo triste acontece
eles mostram no jornal
Coisas boas acontecem
mas a mídia não alcança
Rádio, TV, Internet
quase não divulgam esperança
Mas o que realmente importa
isso sim aparece
É o dia-a-dia da escola
e o que nela acontece
Sensacionalismo puro
não nos leva a nada
Necessitamos de algo novo
para nos conduzir nesta caminhada
LUGARES
Desde que o mundo é mundo
cada um tem seu lugar
Seja na raiz do ventre
ou no eterno repousar
Os lugares são estranhos
sempre uma história a contar
Cada um tem seu encanto
ai se todos pudessem falar
Mas de todos os lugares
um em especial se faz
Seria esta a escola
e os saberes que ela trás
Um lugar encantado
de caminhos a trilhar
Esperanças, amigos, sonhos
sonhos a acalentar
Porém este precioso espaço
necessita do seu cuidar
Pois ele não está morto
mas vivo no seu olhar.
É papel do educador crítico, instigar os educandos a fazerem
perguntas, questionamentos, levando-os a abandonar o papel de
respondedores. A resolução de situações problema é um caminho a ser
trilhado pelos educandos de forma que estes se preparem para o mundo
globalizado com alta tecnologia, Assim, um dos objetivos da escola deve ser o
de formar alunos pesquisadores. Nesse sentido, o espaço escolar é um lugar
apto a propiciar aos educandos meios para que estes dêem os primeiro passos
no universo da pesquisa, pois aquele faz parte do cotidiano dos educandos e
se configura num lugar onde acontecem movimentos sociais, conflitos,
cooperação, coexistências, trocas.
O educador pode atuar como um agente facilitador do entorno social do
aluno, de sua condição de cidadão do mundo – o que contribui sobremaneira
para a valorização da cultura e da história brasileiras e para a superação do
complexo de inferioridade, em relação ao estrangeiro, que assola e que tem
permeado nossa sociedade durante toda a construção da nossa história.
ENCAMINHAMENTOS PARA COMPREENSÃO DO ESPAÇO ESCOLAR
COMO UM LUGAR DENTRO DO CONCEITO GEOGRÁFICO
As paisagens que nos cercam estão inseridas num contexto, são frutos
de relações de poder no espaço e também de construção histórica. Contudo,
os alunos têm clareza desse fato? Com a finalidade de confirmar isso, foram
levantados questionamentos, verdadeiras provocações, mobilizando a atenção
dos alunos. O procedimento inicial fez uso de questões como: Por que está
paisagem foi construída? Como ela foi construída? Porque ela é assim?
Poderia ser diferente?
A partir dessas questões foi possível conceituar que a paisagem
escolar representa uma fronteira, visto que ficam bem claras as diferenças
entre as escolas públicas e particulares. Trata-se de fronteiras que separam
quem tem ou não dinheiro para usufruir determinados espaços, tão perto e, no
entanto tão longe, separando sonhos e realidade. A própria relação de
valorização/conservação de público X privado fica bem evidente nestes
espaços.
Questionou-se junto aos alunos o fato de uma mesma paisagem
comportar diferentes significados em diferentes tempos, por exemplo:
determinadas ruas ou praças, em um dia da semana são usadas para feiras, à
noite como ponto de prostituição ou tráfico de drogas e em outros dias e
horários como espaço de comércio, tráfego e camelôs.
Os alunos perceberam que isso também acontece em nossa escola,
que comporta diferentes grupos sociais. Pela manhã temos alunos de ensino
médio, das mais variadas idades, de jovens a senhoras casadas; à tarde
crianças e adolescentes de ensino fundamental; já à noite os grupos sociais
são bem diferentes. Formados principalmente por alunos trabalhadores, das
mais diversas idades e classes sociais. Aos sábados, o espaço escolar é
utilizado para treinos de alunos, atletas de diversas modalidades de esportes.
Essa diversidade enriquece o espaço escolar e, ao mesmo tempo, produz
diferentes comportamentos dos educandos em relação a esse espaço.
Uma das atividades desenvolvidas, nessa etapa, pelos alunos foi o
trabalho de análise da realidade da escola e das transformações nela ocorridas
ao longo do tempo, desde a sua criação até os dias atuais.
A etapa seguinte seria o entorno da escola, onde cada indivíduo
deveria analisar os problemas ambientais existentes, procurando pesquisar
sobre o histórico da região para saber como era antigamente e analisar a
situação de hoje, propondo medidas para melhorar a realidade local atual. Por
razões que fugiram ao nosso controle, não foi possível concluir essa etapa do
trabalho.
Uma constatação, interessante, feita pelos educandos foi a de que
bens públicos em geral não são valorizados. A referida constatação decorreu
da observação que, embora a escola tivesse passado por recente processo de
reforma nos exercícios de 2006 e 2007, no ano de 2008 já surgiram sinais de
depredação, como riscos nas carteiras e paredes, pichações no muro em frente
da escola, lixo espalhado pelo pátio e nas salas, torneiras abertas, luzes
acesas em espaços ociosos, falta de conservação nos arredores (calçada, rio,
erosão na rua de acesso, etc.).
Tendo como gancho essa situação, surgiram alguns questionamentos,
quais sejam: Que ações podem ser aplicadas para a busca de solução desses
problemas? Como nos apropriamos da paisagem, mais especificamente
daquela que nos cerca, que faz parte de nossa vida, nosso lugar? Que tipo de
afetividade nos liga a ela? Quais as relações que estabelecemos a partir dessa
concepção?
Foram listadas diversas sugestões dos alunos de pequenas ações que
podem fazer a diferença na relação comunidade escolar X espaço escolar, tais
como:
- organização de festas e jogos internos para arrecadar fundos para
investir na melhoria da paisagem (jardim), construção de calçada no exterior;
- organização de mural com informações sobre a história e
acontecimentos do/no colégio.
- realizar mutirão para “plantar” o jardim;
- restauração de depredações/pichações pelos alunos, pois dão mais
valor quando colocam a mão na “massa”;
- trabalhos artísticos de grafitagem no muro exterior para inibir
pichações.
INTEGRANDO O TRABALHO COM OS PROFESSORES DA REDE
ESTADUAL DE ENSINO
No final do segundo semestre de 2007 iniciou-se um trabalho num
ambiente de aprendizagem virtual, do qual faziam parte professores que
trabalham em diferentes locais do Estado do Paraná, com o objetivo de
socializar o conhecimento produzido durante o curso do PDE - Programa de
Desenvolvimento Educacional.
Esse trabalho foi denominado de Grupo de Trabalho em Rede - GTR -,
e se desenvolveu numa plataforma chamada Moodle, escolhida e indicada pela
Coordenação do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná.
Após recebermos orientações básicas de como trabalhar com a
plataforma Moodle – formatação do curso, encaminhamentos dos módulos
necessários e como se comunicar com os integrantes da rede – iniciou-se esta
etapa do PDE, onde atuávamos como tutores do curso socializando nosso
Plano de Trabalho com os demais professores.
Esse trabalho proporcionou uma rica troca de conhecimentos e
experiências entre professores de todo o Estado. O curso se desenvolveu sob
o formato de módulos, num número de seis.
O primeiro módulo destinou-se à apresentação do curso e dos
integrantes do grupo, e em seguida passou-se para a discussão sobre o
seguinte tema: “A escola que se tem e a escola que se quer”. Chegou-se a
conclusão que a escola que se tem é cheia de desafios, com constantes
transformações, que seguem as mudanças socioeconômicas do país.
A escola que se quer é aquela que realmente é valorizada pela sua
importância, onde os profissionais da educação são comprometidos e atuam de
forma que transformações sociais aconteçam. Onde os educandos se
reconheçam como parte da escola e agentes de melhoria da sociedade na qual
estão inseridos. Para alcançar esses objetivos, são necessário esforços dos
diferentes segmentos que compõem a sociedade brasileira: governantes,
profissionais da educação, alunos, famílias e comunidade em geral, de forma
que todos participem e que ninguém se exima da responsabilidade por um
mundo melhor.
No segundo módulo, foram analisados textos indicados pela Secretaria
de Estado da Educação. Esses textos tratavam da relação teoria-prática na
educação e o conhecimento a serviço do subdesenvolvimento. Houve
consenso entre os educadores de que é sempre possível aliar teoria e prática
no espaço escolar. E a prática se refere não só ao que é possível representar
materialmente em sala de aula, mas como cada conhecimento pode ser
utilizado na prática social. Pode-se citar como exemplo: Por que é importante
saber a quantidade de chuva que cai anualmente em um determinado espaço e
como ela se distribui ao longo de um ano? Vários são os exemplos da
importância para o tema. Na lavoura, no plantio e na colheita, na construção
civil, na construção de galerias pluviais para evitar alagamentos de vias
públicas e de residências. Também é importante que os alunos saibam em qual
momento é mais necessário economizar o recurso, conforme a distribuição
anual das chuvas em determinado lugar. Os professores podem até mesmo
mostrar como se coletam os dados referentes às chuvas, com o uso de
pluviômetros, construídos com material reciclável e medições na própria
escola.
No entanto, segundo o grupo, não é possível transformar a realidade
de um lugar, com apenas e tão-somente boas intenções e discussões teóricas.
Elas são importantes, mas para surgirem alterações significativas na educação
é preciso que cada segmento da sociedade (governo, família, educadores, etc.)
assuma o seu papel de modo eficiente e com comprometimento.
No terceiro módulo foi apresentado o Plano de Trabalho para avaliação
e sugestões dos integrantes do grupo. A discussão foi em torno da importância
do uso da mídia em sala de aula. Todos concordaram que a mídia é um
recurso importante para desenvolver, não só as aulas da disciplina de
Geografia, como de qualquer outra disciplina. Hoje a mídia faz parte do
cotidiano da escola, do contexto dos alunos, sendo então indispensável. O
ponto negativo como a própria palavra diz, é um conhecimento/acesso
“mediado”, portanto, passível de manipulação, interesses de grupos
dominadores. Por isso as informações via mídia muitas vezes não
correspondem à realidade. Essa “mediação” maquia a realidade segundo
interesses, que nem sempre estão explícitos.
Nesse sentido, o papel do educador é o de fornecer meios aptos a
mostrar a realidade, de forma que os educandos percebam que as informações
veiculadas nem sempre são confiáveis. Contudo, o educador deve tomar o
cuidado para não se mostrar como dono da verdade. A formação de opinião
deve ser exposta e discutida, dando aos educandos ferramentas e liberdade de
escolha para que estes possam formar a sua própria opinião.
Nos módulos restantes, socializou-se a produção do material didático e
a proposta de implementação na escola, com o intuito de delinear a
viabilidade/pertinência das referidas produções para a prática escolar.
O tema apresentado na produção do material didático: “o
desenvolvimento global e o processo de transformação e degradação do
espaço”, foi considerado, pelos integrantes do GTR, atual e de relevância para
trabalhar com os alunos. Isso porque possibilita tratar de problemas
relacionados com a utilização de recursos naturais, a escassez, descoberta e
conquista de novas áreas, além de permitir que se faça uma ponte entre o
assunto e a utilização da internet (mídias), para melhor visualizar essa
realidade.
A questão da conservação do patrimônio público, como projeto
implementado na escola com ações práticas, foi considerado pelo grupo, como
um meio viável para amenizar e até mesmo solucionar o problema da
depredação nas escolas, já que os alunos, a partir dessas ações, passam a ter
sentimento de pertencimento ao lugar “escola” e, dessa forma, passam a tratá-
lo com mais cuidado e responsabilidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho procurou descrever as principais atividades realizadas no
Programa de Desenvolvimento Educacional, tanto na escola, como no
ambiente virtual Moodle, onde foi possível socializar o trabalho com outros
profissionais atuantes na escola pública do Paraná.
As atividades desenvolvidas junto aos alunos procuraram aliar a teoria à
prática, trazendo os conceitos básicos da Geografia para o cotidiano dos
educandos. Elas proporcionaram ampla reflexão sobre esses conceitos,
relacionando-os à realidade do espaço escolar, como lugar, onde tudo
acontece, Espaço no qual os educandos passam uma parcela muito grande de
seu tempo.
Outro ponto positivo foi a análise do papel da mídia na formação de (pré)
conceitos. O fato de recebermos muitas informações ao mesmo tempo, faz
com que dediquemos pouco tempo para a reflexão dessa avalanche de dados.
Vale lembrar que um Projeto de Educação Patrimonial não pode e não
deve ser de curta duração, no caso do PDE, sua implementação, durou apenas
dois bimestres. Na realidade é um processo contínuo, que deve envolver cada
vez mais participantes, até que se possa dar um novo olhar a escola.
Cabe destacar, como resultados já visíveis do trabalho desenvolvido, a
preocupação dos educandos, em especial, da 1ª série do curso de formação de
docentes integrado, que os conhecimentos e a experiência por eles adquiridos,
no sentido de socializarem estes com toda a comunidade escolar. Também se
pode perceber outros pequenos detalhes na mudança de comportamento da
comunidade escolar em relação ao lugar, tais como: como salas mais limpas
ao final das aulas e certa “fiscalização” sobre o comportamento dos demais
colegas. São pequenas atitudes que podem fazer a diferença na educação
patrimonial, não só no espaço escolar, como também nos demais espaços que
fazem parte do cotidiano desses educandos.
Por fim, e não menos importante, não poderia deixar de salientar o
quanto significou esta oportunidade criada pelo Programa de Desenvolvimento
Educacional, ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
Voltar ao meio acadêmico, com toda a bagagem acumulada, durante os
anos de experiência, no exercício da profissão de educador, aliada à
oportunidade de dedicar um ano inteiro apenas aos estudos e à pesquisa foi,
sem dúvida, muito importante, tanto nos aspectos pessoal quanto profissional.
Poder refletir sobre as ações que fazem parte do nosso cotidiano e cuja
importância muitas vezes passa despercebida é necessário e vital para que o
Professor possa fazer uma crítica do seu trabalho e se necessário mudar o
rumo de sua prática pedagógica.
Ao voltar para a Universidade com os conhecimentos adquiridos durante
os anos de sala de aula e mais madura, o olhar sobre a atividade universitária
foi bem distinto daquele dos anos de graduação. A preocupação maior estava
em relacionar os conteúdos trabalhados na Universidade com aqueles
desenvolvidos na educação básica. Em nenhum momento houve preocupação
com a avaliação feita durante as atividades do programa, pois estávamos
voltados para o ”aprender e troca de idéias” com professores e alunos das IES.
Necessário mencionar a importância da Orientação desenvolvida pelo
professores das IES, que entenderam o objetivo do PDE e se dispuseram a
trabalhar em conjunto com os professores da rede pública de ensino. A
dedicação e o envolvimento dos orientadores colaboraram sobremaneira para
o sucesso dessa empreitada.
O fato de estarmos finalizando esta etapa do programa de
desenvolvimento educacional não significa que essa ponte entre as IES e os
professores das escolas da rede pública deve ser deixada de lado, ao
contrário, já que ela foi construída deve ser percorrida constantemente de
forma a enriquecer o trabalho em sala de aula, de forma que a Universidade
possa socializar o conhecimento produzido no meio acadêmico e que os
professores da rede pública levem para a universidade experiências e
conhecimentos produzidos na educação básica.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. A sala de aula de geografia e história. Campinas: Papirus,
2005
CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. São Paulo: Contexto, 2008
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos et al. Geografia em sala de aula:
práticas e reflexões. Porto Alegre: UFRGS/AGB, 2003
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de
conhecimentos. Campinas: Papirus, 2005
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006
KELLNER, Douglas. A cultura da mídia. Bauru: EDUSC, 2001
MOSTAFA, Solange Puntel et al. Mídia e conhecimento: percursos
transversais. Itajaí: Univalli, Ed. Maria do Cais, 2006
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção.
São Paulo: EDUSP, 2006
VESENTINI, José William et al. Geografia e ensino: textos críticos.
Campinas: Papirus, 2005
Sítios Consultados
http://www.infoamerica.org/teoria/martin_barbero1.htm - acessado em24/07/2007 14:20
http://letras.terra.com.br/raul-seixas/165312/ acessado em 16 de novembro de2008.