Celia Regina Paviani
Dados Estatisticos de Patologias deColuna Vertebral da Universidade
Tuiuti do Parana - Anos 1998 e 1999
Dissenar;ii.o apresentada como requisito parcial aobtenr;ao do grau de p6s-graduyilo. Curso de I'os-Graduar;ao em Fisioerapia Traumauto-Ortopedicae Desponiva. Universidadc Tuiuti do Parana
Orientadora: Prof". Renata Rothenblihler
Curitiba2000
Conteudo
RcsumoAbstract1. IntrodU(;ao2. Considerac;oes Anatomicas da Coluna Vertebral
2.1 - Colulla Vertebral.2.2 - Sistema Osseo ..2.2.1 - Vertebras Cervicais ....2.2.2 - Vertebras Toracicas ..2.2.3 - Venebras Lombares ..2.2.4 - 0 Sacro ...2.2.5 - C6ccix .
2.3 - Sistema Ligamentar Vertebral ..2.3.1 - Ligamenta Longitudinal Anterior ..2.3.2 - Ligamenta Longitudinal Posterior o.
2.3.3 - Ligamenta Amare10 ..2.3.4 - Ligamenta Interespinhoso ....2.3.5 - Ligamenta Supra·espinhoso ..2.3.6 - Regiao Cervical.2.3.7 - Regiao Tonicica ..2.3.& - Regiao Lombar ..
2.4 - Sistema Nervoso ..2.4.1 - Nervos Espinhais ...2.4.2 - Plexo Cervical.2.4.3 - Plexo Braquial .2.4.4 - Plexo Lombar ..2.4.5 - Plexo Sacral.
2.5 - Musculos ...2.5.1 - Musculos Cervicais ...2.5.2 - Musculos Lombares ..
2.6 - Biomecanica ..3. Materiais e MCtodos
3.1 - Outras pesquisas estatisticas ..3.1.1 - Dados Estatisticos - Trabalhos realizados no exterior ..3.1.2 - Dados Estatisticos - Trabalhos realizados no Brasil.
4. Aprcsenta~ao c Analise da Coleta de Dados4.1 - Analise dos Resultados ..
S. ConclusaoBibliografia
nIII13
7&&999IIII121213131515161623293132323334344344
Resumo
Nos dias de hoje existern inumeras patologias diferentes acometendo 0 homem.
Por causa desta diversidade de males, toma~se necessaria urn controle mais rigoroso e
cuidadoso de quais sao, e como se comportam, estas paloiogias. A coleta de dados para
realizayao de trabalhos estatisticos vern sendo usados para auxiliar na constrU/;ao de urn
catalogo que apresente quais as patologias que mais afligem e causam problemas a
populayao. Com este tipo de controle, os protissionais da area da saude serao capazes de
realizar urna prevenyuo e urn tratamcnto mais adequado as pessoas que apresentarn tais
problemas.
Este trahalho apresenta dadas estatisticos colctados atraves de pesquisa nos
prontuarios da Clinica Escola da Universidade Tuiuti do Parana. A organiza9uo dos
dados obtidos possibilita a realizacao de urn estudo que comprova que patologias da
coluna vertebral sao urn dos males que mais afligem e causarn problemas ao homem. E
apresentada ainda uma breve abordagem da anatomia da coJuna vertebral.
Abstract
Nowadays, there are different patologies which affiict men. Because of these
several hanns, it is necessary to execute a more rigorous and carefully control of what
are and how does these patologies behave. The collect of datas fulfil statistical works
which have been used to help in the construction of a catalogue which presents what are
the patologies that aillicI the most and make damage to the population. With this kind of
control, professionals from health will be able to make a better prevention and treatment
to the people who have those problems.
This work presents statistical datas collected from a research in the files of
School Clinic from University Tuiuti of Parana. Those statistical datas were organized
to fullil a study which proves that back pain's patologies are one of harms which afflict
the most and make damages to man. This work still presents a broach of the cervical,
dorsal and lumbar spines' anatomy.
III
Capitulo 1
Introdu.;ao
A evolu~ao do ser humane para postura bipede obrigou urna serie de alterac;:oes
estruturais da col una, quadril e membros inferiores. Essas alterac;:oes anatomicas sao
novamente modificadas com a idade, hilbitos e tipo de trabalho. al6m de Qutros falares.
As altcrac;:oes produzidas na col una pelo passar dos anos, sao companiveis as de
arteriosc1erose nos vasos. Porern, nem sempre produzem sintomatologia, mas sim
modificayoes na postura corporal [1].
A incidencia dos problemas relacionados com as dores da col una e HiDfreqUente
e usual que deve ser estudada como se fosse uma doenc;:a epidemica e social {2, 3].
Mesmo nao se conhecendo lodos os aspectos eliol6gicos dessa doenC;:3, deve-se procurar
meios concretos para traHi-la e, 0 que e mais imponante, preveni·la.
As atividades do dia a dia podem causar danos as estruturas da col una. Novas
nonnas posturais, influindo nos habitos reflexos de senlar, deitar, andar, etc., devern ser
criados, tentando evitar 0 aparecirnento da dOT. Os problemas emocionais agem atraves
da tensao nervosa e da tensao muscular, restringindo e agredindo as estruturas
danificadas, alterando posturas corporais definidas.
Paradoxalrnente essa afecyao benigna, de rccupera<;:ao espontanea na maioria
das vezes, mas que causa enorme perda para economia do pais, elevando as taxas de
ahsenteismo das fabricas, transtornando a vida dos trabalhadores e suas familias,
praticamente nao e estudada [4, 5].
Este trabalho apresenta dados estatisticos coletados atravcs de pesquisa nos
prontuarios da Clinica Escola da Universidade Tuiuti do Parana. A organiza~ao dos
dados obtidos possibilita a realiza~ao de urn estudo que comprova que patologias da
coluna vertebral sao urn dos males que mais afligern e causam problemas ao homern. E
apresentacia ainda uma breve abordagern da anatomia da col una vertebral.
o restante deste trabalho esta organizado da seguinte maneira. 0 capitulo 2 traz
considera~Oes anatomicas sobre a col una vertebral. No capitulo 3 sao apresentados os
materia is e metodos utilizados durante 0 trabalho. 0 capitulo 4 apresenta e analisa os
dados coletados sobre as patologias de col una em reia9ao a oulras patologias. Por fim, a
conclusao e apresentada no capitulo 5.
Capitulo 2
Considera~oes Anatomicas daColuna Vertebral
o conhecimento da anatomia da col una vertebral fonna a base essencial para
qualquer exame e tratamento subsequentes. Para facilitar a compreensao das
considera90es anatomicas da col una vertebral, este capitulo e dividido em diversos
seguimentos, cada urn trazendo urn componente da col una vertebral.
2.1 - Coluna Vertebral
A col una vertebral mostra urna combina9ao marcante de qualidades estruturais,
tornando~a urn mecanismo altamente versfttil. As figuras 1 e 2 mostrarn a coluna
vertebral como urn todD. Ela pode seT considerada 0 eixo do corpo e deve conciliar dois
imperativos medinicos contraditorios: a rigidez e a elasticidade [6]. Ela e rigida 0
bastante para fornecer 0 suporte adequado para 0 corpo. contudo os discos entre as
vertebras perrnitem urn alto grau de elasticidade. A col una vertebral fornece protec;:ao
para delicada e vital medula espinhal contida no interior do canal vertebral [7], sustenta
a cabec;:a, conferindo~lhe liberdade de movimentos, apoia a cintura escapular e
estabelece a ligac;:ao com a cintura pelvica. E fonnado per 33 a 34 segrnento 6sseos,
chamados vertebras. Acirna do nivel do sacro, estas vertebras encontrarn~se interligadas
peJas pequenas arlicuJac;:oes intervertebrais, peJos discos intervertebrais, e par urn
aparelho ligamentoso altarnente resistente.
Figura I - Coluna vertebral
em rea1ar.;ao a superficie do corpo.
2.2 - Sistema Osseo
Figura 2 - Vista posterior e anterior
da colunn vertebral.
Os 33 ou 34 ossos da coluna vertebral sao divididos em 5 areas. A primeira, a
area cervical, e composta das 7 vertebras mais superiores. A segunda, a area ton1.cica,
compreende as 12 vertebras seguintes. A terceira, a area lombar, consiste nas 5
vertebras moveis mais inferiores. A quarta area, 0 sacro, e composto de 5 vertebras
fundidas e, final mente a Quinta area, 0 eoceix, que apresenta 4 a 5 vertebras geralmente
fundidas [8].
2.2.1 - Vertebras Cervicais
o corpo vertebral das vertebras cervicais e uniforme e pequeno em rela<;:ao ao
areo posterior e ao onficio vertebral. 0 diametro transverso do corpo vertebral e maior
do que 0 antero-posterior. Os processos espinhosos de todas as vertebras cervicais
exceto da primeira e da setima sao bifurcados e caracterizados pelos processos
transversos de onde sao originados os fortes ligamentos que sustenta a cabec;a. 0
processo transverso e perfllrado por um foramen que permitc a passagem da arteria
vertebral.
Tambem espccificas das vertebras cervicais sao as proerninencias laterais,
denominadas de processos uncifonnes, na superficie superior de cada corpo vertebral
que se articllia com 0 bordo bifurcado da superficie inferior do corpo vertebral. 0
processo uncifor~e apoia 0 suporte lateral dos discos intervenientes.
As duas primeiras vertebras ccrvicais sao diferentes das demais. 0 atlas (la
vertebra) e 0 axis (2!l vertebra) se completam anatomicamente como suporte e eixo do
rnovimento da cabec;a. 0 atlas que nao tern corpo e fonnado por urn anel osseo, que e 0
arco vertebral, anterior e posterior e areas volurnosas transversas denominadas de
massas laterais [7. 8].
As facetas articulares supcriores sao concavas. para responder os condilos do
occipital, e as inferiores encaixam-sc no axis. Nao hi orifieio de conjugac;ao entre 0
atlas e 0 axis. 0 axis apresenta pequenos processos trans versos e tem um corpo
vertebral atipico, que e a ap6fise odont6ide, que tambem se toma 0 corpo vertebral do
atlas. Das articulacroes do axis, a superior e atipica, porem a inferior ja segue os padroes
do conjunto da regiuo cervical, apresentando 0 orificio de conjugaC;ao.
as processos espinhosos de C3 a C6, que sao geralmente bifedos, tornam-se
progressivamente maiores em ordem descendente. A setima vertebra cervical, que
apresenta 0 maior processo espinhoso na area cervical, e nao bifedo, e denominada
vertebra proeminente, mas geralmente nao e 0 processo espinhoso rnais proeminente
[9].
2.2.2 - Vertebras Toracicas
Os cerpos das vertebras toracicas sao mais compridos e rnais arredondados do
que aqueles das vertebras da regiao cervicaL As vertebras tonicicas possuem duas
caracteristicas distintas, urn longo processo espinhoso que apanta ou se angula
inferiormente e foveas , tres em cada lado, para articuJayao com as costelas.
As foveas, de ambos os lades da coluna vertebral, articulam-se com as cabe93s
das coste1as, as articula90es das Cabey3S da 2a a 9" costelas sao formadas pOT foveas nos
ladas superior e inferior dos corpos das vertebras adjacentes. Os processos transversos
de tedas as vertebras, exceto a 11a e a 12\ possuem uma superficie para articular-se com
o tuberculo da costela. Os pediculos sao maiores do que nas regioes cervical ou lombar,
dando assim, urna apan!ncia circular ou oval ao canal vertebral e diminuindo a
possibilidade de estenose de canal [7].
2.2.3 - Vertebras Lombares
As vertebras lombares sao as maiores e mais fortes dos diferentes tipos. Suas
v<irias proje~5es sao curtas e espessas, e os processos espinhosos sao modificados para
inser~ao de poderosos muscuJos do dorso. As vertebras lombares possuem pediculos
largos, pHares articulares, processos trans versos relativarnente pequenos, e processos
espinhosos quadrangulares.
Os pediculos sao principalmente responsaveis pelo canal vertebral triangular ou
em forma de trevo. Os angulos laterais agudos do canal sao estreitos, formando urn
potencial problema de estenose para as raizes nervosas que atravessam 0 pediculo, para
sair atraves do foramen intervetebral [7, 8].
o sacro e urn osso triangular, discretarnente curvado, localizado na base da
cavidade peivica entre os dois ossos costais. Sua base articula-se acima com a sa
vertebra lombar, e a superficie anterior desta am pia base fonna 0 prornont6rio. 0 sacro
possui urna cavidade que e urna continuac;;ao do canal vertebral [7].
2.2.4 - 0 Sacro
2.2.5 - C6ccix
o c6ccix articula-se com a extrernidade ou apex do sacro. Urn ligeiro
rnovimento e possive! nessa articulac;;ao, servindo para aumentar 0 tamanho do canal
vaginal durante 0 parto [7].
2.3 - Sistema Ligamentar Vertebral
Os ligamentos sao estruturas fibrosas nao contniteis que se encontram ao longo
de toda a coluna e estao ligados aos discos reforc;;ando a sua e!asticidade. Alguns
lambem apresentam localizac;;ao em areas especificas da col una. Todos os ligamentos
apresentam um suprimento sangUineo pobre, mas urn born suprimento nervoso.
as iigamenlos que sao comuns a todas as areas da col una compreendem:
ligamento longitudinal anterior e posterior, ligamento amarelo e ligamenlos
interespinhoso e supra-espinhoso. Os ligamentos descritos nas sec;;oes das diferentes
areas da col una sao encontrados primaria ou especificamente naquelas areas.
2.3.1 - Ligamento Longitudinal Anterior
Estende-se da ap6fise basilar do occipital ate ao sacro. Ele e formado por fibras
longas que vao de uma extremidade do ligamento a outra e par fibras curtas, arcifonnes,
estendidas entre urna vertebra e outra [6]. Esta aderido aos corpos vertebrais anteriores e
seus discos, criando urn apoio para ambas as estruturas. Em conjunto com a musculatura
em tomo da col una, fornece uma condiyao de pre-earga a colllna, que ajuda a estabiliza-
la durante 0 movimento de levantamento. Em funyao da largura e resistencia de tensao
do Iigamento, ele fomeee urn importante suporte e reforyo aos discos, durante 0
levantamento de cargas pesadas [8].
2.3.2 - Ligamenta Longitudinal Posterior
Comeya em C3 e se estende ate 0 sacro. Este ligamento comeya como uma faixa
relativamente larga na regiiio cervical e se estreita gradualmente a medida que desce,
tomando-se Hio estreito na regiao lombar, que durante os levantamentos de peso
apresenta urn valor de proteyao aos discos lombares pequeno. 0 ligamento longitudinal
posterior adere-se aos discos em cada nivel, com as fibras verticais e transversais, se
espalhando atraves do cingulo posterior. Nao esta inserido na superficie dorsal dos
corpos vertebrais.
Na flexao, este ligamento, torna-se tenso e com prime os vasos que correm
anteriormente a si, contra a regiilo dorsal do corpo vertebral. Estes ligamentos sustentam
os fluidos dentro do corpo vertebral durante a inclinayao anterior e aumentam a
capacidade dos corpos vertebrais de suportar as foryas compressoras. Entre estes corpos
vertebrais, 0 corte sagital faz aparecer 0 disco intervertebral com 0 anel e 0 nueleo
pulposo [6, 8].
2.3.3 - Ligamento Amarelo
E urn Iigamento elastico que atravessa as vertebras adjacentes. Ele insere-se, em
baixo, sobre 0 bordo superior da lamina subjacente e, em cima, sobre a face intema da
lamina suprajacente. Este ligamento tern a fun~ao de proteger 0 canal medular da
invasao dos tecidos nas movimentos de flexao {8].
2.3.4 - Ligamento Interespinhoso
Nao e considerado urn ligamento elastico. mas, a menos que tenha alguma
condiyao patologica, e frouxo 0 suficiente para pennitir a flexao complela. Esta
localizado entre as apofises espinhosas prolongado alms, pelo ligamenta supra-
espinhoso, cordao fibroso, inserido sobre 0 vertice das apMises espinhosas. Ao nivel
lombar ele distingue-se pouco do entrecruzamento das fibras de inser~ao dos musculos
dorso-Iombares [6].
2.3.5 - Ligamento Supra-espinhoso
E uma extensao do ligamento nucal da regiao cervical. Ele e frouxo, mas nao
elastico, e serve para limitar a flexao segmentar. Este ligamento esta localizado entre ou
acima dos processos espinhosos adjacentes, e 0 rnais superficial dos ligarnentos da
coluna e 0 rnais distante do eixo de Hexao; consequentemente, apresenta urn maior
potencial de estiramento. Ele e auxiliado em sua capacidade de resistir Ii flexao da
coluna pela por~ao espinhal do musculo eretor da coluna.
2.3.6 - Regiilo Cervical
A regiao cervical superior apresenta urn numero de ligamentos especiais que
auxiliam no movimento da cabe~a sobre 0 pesco~o [8].
Ligamenta Apical au Suspensoria
o ligamenta apical e um ligamenta fino que se estende do topo do processo
odont6ide ate 0 bordo anterior do foramen magno. Ele atua para fixar 0 processo
odont6ide na posi'tao e tambem como urn eixo para rOlayaO.
Ligamentas Alares
Os ligamentos almes se estendem da superl1cie lateral do processo odontodie
cranialmeme e lateral mente ao bordo antero-medial do foramen magno. Estes
ligamentos, juntamente com 0 ligamenta apical, servem para estabilizar 0 processo
odont6ide e fornecer urn adequado alinhamento com 0 foramen magno, medial e
lateral mente [\0). Os Iigamentos alares tambem atuam para limitar a rotay3.o do atlas
sabre 0 axis, at raves de suas insentoes laterais.
Ligamenta Crucifarme
o ligamenta cruciforme apresenta Ires feixes de fibras~ 0 feixe transverso e 0
mais espesso. A funyao do ligamento cruciforme e manter 0 processo odont6ide
abrigado contra a super£icie posterior do arco anterior do alias. Isto evita a compressao
do cordao espinhai, que corre imediatamente posterior a ele.
Ligamenta Nucal
o ligamento nucal e um dos dois Iigamentos elasticos do corpo, sendo que 0
outro e 0 ligamento amarelo. 0 ligamento nucal e urn espesso feixe localizado antero-
posterionnente que se estende da protubenincia occipital externa ate 0 processo
espinhoso de C7, onde continua com 0 ligamento supra-espinhoso. Alem de servir como
10
um local de insen;ao para as musculos do pescoyo, ele direciona e limita a flexao da
cabeya sabre 0 pescoyo.
2.3.7 - Regiao Tonicica
Os ligamentos especiticos da regiao toracica sao os que servem para fixar as
costelas nos corpos vertebrais e processos transversos. Estes ligamentos podem ser
vistas como urn grupo. Sao eles: ligamento radial, ligamento costotransverso superior,
inferior e lateral [8].
o ligamento radial e meramente urn espessamento da capsula anterior da
articulayao costovertebral, enquanto que os outros ligamentos sao entidades anat6micas
distintas [II]. Todos os Iigarnentos agem para fornecer proteyao e para guiar os
movimentos das articulayoes sinoviais costovertebral e costotransversal, durante a
inspirayao e expirayao.
2.3.8 - Regiao Lombar
A regiuo lornbar apresenta dois ligamentos principais: 0 Iigamento iliolornbar e a
fascia toracolombar [8].
Ligamento T1iolombar
Os Iigamentos iliolombares estao localizados em L5 e algumas vezes em L4,
com inseryao do processo transverso ate a poryao interna da crista iliaca. Os ligamentos
iliolombares que estao localizados posterior, inferior e lateral mente servem para
estabilizar os segmentos L4 e L5 durante a flexao e rotayao.
II
Fascia Toracolombar
Embora naD seja urn ligamenta do ponto de vista tt~cnico, a fascia toracolombar
serve como urna das mais importantes estruturas nao-contniteis na regiuo 10mbar. Ela
atravessa a regiuo da crista iliaca e sacra em dire~ao superior ate a caixa toracica e
envolve a musculatura paravertebral.
Na extensao total, quando os musculos tornam-se eletricamente silenciosos, a
fascia toracolombar e urn irnportante fator de restri~ao contra uma hipernexao. Quando
o musculo torna-se aliva, a tcnsao da fascia serve para aumentar a eficiencia da
contrac;ao muscular
2.4 - Sistema Nervoso
o sistema nervoso e constituido por urn tecido fundamental que e 0 tecido
nervoso, 0 qual, por sua vez, e fonnada de celulas nervosas chamadas neuronios, que
sao a unidade amitomo-fisiol6gica deste sistema. 0 sistema nervoso pennile ao
organislllo a possibilidade de scntir 0 meio ambiente, a faculdade de nutrir-se e mover-
se, e no homem, e e1e que precide os diferentes atos psiquicos. Este sistema e mais ou
menos ubiquo, iSlO e, espalha-se por todos os tecidos e desempanha a importante funyao
de coloca-los em inter-relayao, associando as diferentes partes do corpo entre si e pondo
todo 0 organismo em rela<;ao com 0 ambiente [7].
2.4.1 - Nervos Espinhais
Trinta e urn pares de nervos chamados espinhais se originam da medula espinhal
acompanhando quase todo seu comprimento e emergindo do canal vertebral atraves dos
foramens intervertebrais. Existem 8 pares de nervos espinhais cervicais, 12 tonicicos, 5
12
lombares. 5 sacrais e I coccigeo. 0 primeiro nervo espinhal cervical, no
freqOentemente falta a raiz dorsal, emerge entre 0 atlas e 0 cranio. Do segundo ao
setimo cervical, os nervos deixam 0 canal vertebral acima da vertebra correspondente; 0
oitavo nervo deixa 0 canal vertebral abaixo da setima vertebra cervical. A seguir, os
nervos saem abaixo da vertebra correspondente.
2.4.2 - Plexo Cervical
o primeiro plexo a ser formado e 0 plexo cervival, derivado dos ramos ventrais
de CI, C2, C3 e C4. Os ramos do plexo cervical podem ser divididos em dois grupos:
superficiais ou cutaneos, distribuidos na pele, e profundos, distribuidos na maior parte
aos musculos. as nervos cutaneos incluem os nervos occipital menor, auricular magno,
cervical transverso e supraclavicular. Estes nervos suprem a pele no dorso da orelha
sobre 0 pavilhao auricular, angulo da mandibula, ombro, regioes lateral e anterior do
pesco~oe parte superior do torax.
o principal nervo profundo e 0 frenico, que se estende atraves do lonix para
suprir a musculatura do diafragma. OUlros ramos profundos do plexo cervical sao
dislribuidos a urn grupo de musculos ligados a coluna vertebral e que funcionam como
flexores da cabe~a e do pescoyo, e alguns dos musculos da regiiio hi6idea.
2.4.3 - Plexo Braquial
o plexo braquial estende-sc para baixo e laleralmente para passar sobre a
primeira costcla e atraves do ter~o medio da clavicula, para cntrar na axila. E derivado
dos ramos ventrais dos nervos de C5, C6, C7 e C8, assim como Tie fornece 0
suprimento nervoso dos membros superiores. Os ramos ventrais, que constituem as
raizes dos plexos, formam tres troncos (superior, medio e inferior), cada urn dos quais
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dividi·se numa pon;ao anterior e numa posterior. 0 troneo superior e formado pelas
raizes nervosas de C5 e C6, 0 troneo medio e formado peJa raiz nervosa de C7 e 0
tronco inferior e fonnado pelas raizes nervosas de C8 e TI [12]. Um fasciculo lateral e
urn medial sao fonnados pelas divisoes anteriores, urn fasciculo posterior e fonnado
pelas divisoes posleriores.
Os nervos do plexo braquial podem surgir de uma ou mais mizes, troneos ou
fasciculos. Surgindo das raizes, enconlram-se 0 nervo escapular dorsal (a partir de C5),
que supre os museulos romboides, e 0 nervo tonicico longo (a partir de C5, C6 e C7),
que supre 0 musculo serratiI anterior. 0 grande nervo supra-eseapular, que supre os
rnuseulos supra e infra·espinhal, surge do tronco superior, assim como 0 pequeno nervo
para 0 museulos subclavio. Os nervos importantes que surgem dos fasciculos do plexo
braquial sao os seguintes:
• Fasciculo lateral: 0 nervo musculoeutaneo supre os musculos biceps
braquial, eoraeobraquial e braquiaJ. Forma 0 suprimento sensitivo da pele do
lado externo do antebraf):o.0 nervo mediano supre os musculos f1exores da
regiuo do punho (exceto 0 musculo flexor ulnar do corpo) e a maior parte dos
f1exorese abdutores dos dedos.
• Fasciculo medial: 0 nervo ulnar inerva 0 flexor ulnar do corpo e a metade
medial do flexor profundo dos dedos no antebraf):o,assim como, os museulos
da mao, exeeto aqueles inervados pelo nervo mediano.
• Fasciculo posterior: 0 nervo axilar inerva 0 redondo menor e termina
inervando 0 deltoide e a pele sobre ele. 0 nervo radial inerva 0 triceps
braquial. Ele inerva todos os museulos da parte posterior do antebraf):o,e
ramos sensitivos servem a pele da parte posterior do antebrayo e da mao.
14
2.4.4 - Plexo Lombar
Os ramos ventrais dos segmentos lombares I, 2, 3 e a maior parte do 4 fannam 0
pJexo lombar. 0 plexo 10mbar se situa sabre 0 lado interno da parede posterior do
abdome. Hit tn!s nervos principais neste plcxo. 0 primeiro, nervo femoral, e 0 maior do
grupo, com a maior distribui~ao. Os Tamos motaTes inervam os musculos da coxa
(flexores) e a perna; os ramos cutaneos inervam a peJe anterior da coxa, da pelve e da
perna. 0 maior ramo do nervo femoral, 0 nervo safeno, estende-se pelo pe, servindo it
pcle sabre a superficie medial da perna e do pe. 0 segundo, 0 nervo cutaneo lateral da
coxa, supre a pcle da metade lateral da coxa. Por tim, 0 nervo genitofemoral, inerva 0
escroto e a pele da parte ant era-superior da coxa [7].
2.4.5 - Plexo Sacral
E farm ada na face ventral do sacro pelos ramos ventrais de parte de L4, todo L5,
SI, S2, S3 e parte de S4. Ele da origem ao maior nervo do corpo, 0 nerv~ isquiatico. as
ramos desse plexo incluem os seguinte:
• Nervo isquiiltico: fonnado de L4, L5, S 1, S2 e S3. Esta localizado profundamente
no musculo glutco maximo e dirigi~se pela face posterior da coxa, dividindo~se em
dois ramos terminais, os nervos tibial, que inerva os musculos postcriores e pele da
perna, e 0 nervo fibular comum, que inerva a pele e os musculos sobre a superficie
laleral e anterior da perna e dorso do pe.
• Nervo pudendo: formado pclos ramos S2, S3 e S4. Inerva os musculos da genitalia
externa, a pele do perinea e 0 esfincter do anus.
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2.5 - Musculos
A musculatura do lronco constitui a mctade do peso da musculatura do corpo.
No tronco cstao incluidas lodus as regioes da col una com excer;ao da cervical,
compreendida a musculatura da regiao peivica. A musculatura da regUlo cervical e
considerada uma regiao anexa ao troneo.
Os musculos da col una devem ser divididos, funcionalmente, pelo menos em
duas regioes distintas: a regiao cervical e a regiao toracolombar. Urna Dutra divisao
funcional divide os musculos em camadas: camada superficial, camada intennediaria,
camada mais profunda, a qual e ligada diretamente it col una e fica nurn vale formado
pelos processos espinhosos e coslelas (dorso), ou os processos transversos e mastoide
(cervical), e por fim, a camada dos l1lusculos anteriores, os quais estao localizados no
abdomen, na regiuo lorn bar, e esternoc1eidomast6ide, escalenos e retos anteriores, na
regiao cervical.
Os musculos do tronco tem os seguintes papeis a desempenhar: executar
movimentos de flexao e extensao, flexao lateral, rota9ao e circunda9ao; manter a
postura erecta antigravitacional, pennanecendo varios museu los em contra9ao
pennanente. Os musculos da regiao abdominal e da regiao pelvica, se bem que nao
diretamente ligados it coluna, esHio integrados na sua rnovimenta.;ao [7.13].
2.5.1 - Musculos Cervicais
A regiuo cervical e a parte da col una que tern a maior mobilidade. Alern de
produzir e controlar os movimentos, os musculos do pesco.;o H~rna irnportante fUll9ao
de equilibrar a cabe9a sobre 0 pesco.;o.
16
Nas se~i}es seguintes, os musculos sao dcscritos em grupos, de acordo com os
principais movimentos que eles produzem [7, 13].
Musculos que fletem ° pesco,o
Sao tres: longo do pesco~o, esternocleidomastoide e escaleno anterior.
o lange do pesco~o e 0 mais profundo e 0 mais anterior dos musculos e
posiciona·se na frente enos lados dos corpos vertebrais cervicais e ton'tcicos superiores.
A principal a~ao do longo do pesco~o e a flexao anterior do pesco~o, mas tam bern
auxilia na flcxao lateral e rota~ao do pesco~o para 0 lado opOSIO.
o estemocleidomast6ide e urn musculo superficial e e 0 principal musculo da
por~ao antero·lateral do pesco~o. 0 estemocleidomast6ide apresenta duas cabel"tas: a
cabe~a esternal que e ligada a parte superior do manubrio esternal e a cabe~a clavicular
que e ligada a superficie do ler~o medio da clavicula. A contra~ao unilateral do
estemocleidomast6ide flexiona lateral mente a cabe~a sobre 0 pesco~o, girando·a para 0
lado oposto, flexionando lateral mente a coluna cervical. As fibras anteriores do musculo
atribui·se a flexao da cabe~a sobre 0 pesco~o, enquanto as fibras posteriores podem
estender a cabet;a na articula~o atlantoccipital..
A contraryao bilateral impulsiona a cabe9a para a frente e auxilia na flexao do
pesco<,:o. Se a cabe<,:a e 0 pesco~o estiio fixos, eles auxiliam na eleva~ao do t6rax durante
a inspira<,:ao for~ada.
o escaleno anterior e urn musculo superficial localizado na regiao antero·lateral
do pescoryo. A contra~ao unilateral do escaleno anterior produz flexao lateral da coluna
cervical para 0 mesmo Jado, acompanhada de uma pequena parcela de rota~ao para 0
lado oposto. A contrat;ao bilateral dos musculos produz tlexao do pesco<,:o. Se a
inser<,:ao superior estiver fhada, 0 escaleno anterior auxilianl na elevayao da III costela.
17
Milsculos que flexionam a cabe9a e ° pesco90Sao dais: esternocleidomast6ide c longo da cabe~a.
o esternocleidomastoide, ja abordado anteriormente. tambem possui fun«ae de
flexionar a cabe<;:a e 0 pesco90.
o longo da cabc<;:a e um mllsculo profunda, localizado oa regiao anterior do
pescoyo. 0 musculo longo da cabe<;:a encontra-se profundamente no esofago, e esta
posicionado de tal fenna que a flexao, extensao, rotayao e flexao lateral da cabcya e
pescoyo sao resistidas ou auxiliadas pelas fibras ohJiquas au verticais. 0 lango da
cabcya £lexiona a cabey3 sabre 0 pescoyo e a col una cervical superior.
Milsculos que tlexionam a cabe9a sobre 0 pesco90
Somente 0 reto anterior da cabcya. Este lllusculo e curto e se enconlra
posicionado POf baixo do longo da cabcc;:a. E urn musculo profunda, localizado Ila
regiiIo anterior do pescoc;o. 0 reto anterior da cabec;a flexiona a cabec;a sobre 0 pescoc;o.
Pode atuar como um musculo postural ao estabilizar a articulac;ao atlantoccipital.
Milsculos que flexionam 0 pesco,o lateralmente
Sao em numero de seis: escaleno anterior. escaleno medio, escaleno posterior,
espienio do pescoc;o, elevador da escapula e esternoclcidomastoide.
o escaleno anterior e 0 estemocleidomast6ide, ja abordados anteriormente,
tambem possuem func;ao de flexionar 0 pescoc;o lateral mente.
o escaleno medio e 0 maior dos musculos escalenos. Esta localizado na regiao
lateral do pescoc;o. Sua contrac;ao unilateral produz flexao lateral da col una cervical para
o mesmo lado e auxilia a elevac;ao da \" costela.
18
o escaleno posterior e 0 menor dos musculos escalenos. Esta localizado na
regiao lateral do peSCOQO.Sua contra<;ao unilateral produz flexao lateral da parte inferior
da coillna cervical para 0 mesmo lade e auxilia na elevaQ30 da 2P costela.
Os musculos escalenos sao ativos durante a inspiraQao, mesmo durante a
respira9ao tranquila. Em condi90es respiratorias cronicas, a I:L costela pode ser elevada
devido ao espasmo nos rnusculos.
o esplenio do peSCOyO esta localizado na regiao do pescoQo. Sua contraQao
unilateral flexiona 0 pesc090 lateralmente e gira ligeiramente 0 pescoQo para 0 mesmo
lado. A contraQao bilateral estende 0 pesc090'
Por tim ,0 elevador da escapula. Esta localizado oa regiao posterior do pescoQo
e situa-se profundarnente em relayao ao esternocleidornastoide em sua poryao superior e
ao trapezio em sua poryuo inferior. Atuando com 0 trapezio, 0 elevador da escapula
auxilia na estabilizayuo da escapula durante os movimentos do brayo. Auxilia tam bern, a
girar a escapula, assim como deprimir 0 ombro, flexiona lateral mente a col una cervical
e gira-a para 0 mesmo lado.
Musculos que flexion am lateralmente a cabe~a e 0 pesco~o
Sao eles: esternocleidomastoide, esplenio da cabeQa, trapezio e eretor da colwlU.
o esternocleidomastoide, ja abordado anteriormente, tam bern possui funyao de
flexionar lateralmenle a cabeQa e 0 pescoyo.
o esplenio da cabeQa esta localizado na regiuo posterior do peSCOyO, posiciona-
sc profundarncnte em relaQuo ao esternocleidomast6ide e ao trapezio. Sua contraQao
unilateral produz extcnsao da cabeQa e do pescoQo, usual mente combinada com flexao
lateral do pescoQo e rotaQao da face para 0 mesmo lado.
19
o trapezio, localizado na regiao posterior, e 0 musculo mais superficial na
espinha cervico-tonicica. E um musculo grande, em fonna de triangulo, que se estende
do occipital e da coluna medial mente ate a cintura escapular lateralmente. 0 trapezio
apresenta um importante papel, tanto em estabilizar como em movimentar a escapula
durante 0 uso do bra~o, permitindo uma maior amplitude de movimento, que nao seria
passive I de outro modo. Com a semitil anterior, ele gira a escapula para a frente, de
modo que 0 bra~o possa ser elevado. Com 0 romb6ide, atua para retrair a escapula. Com
o elevador da escapula mantem a postura do ombro quando urn objeto pesado for
carregado na mao. No bra~o livre de earga, ha frequentemente pouea ou nenhuma
atividade no trapezio.
Quando a escapula se encontra fixa, as fibras superiores do trapezio podem fletir
lateral mente 0 pesco~o para 0 mesmo Iado e gira-Io para 0 lado oposto. A contra~ao
bilateral produz cxtensao da cabeca e do pescoco.
o crelor da col una localizado na regiao posterior, e um macico musculotendineo
amplo e poderoso, consistindo de tres colunas: iliocostal, longuissimo e cspinhal.
Estendendo-se da regiao dorsal do cranio ate 0 sacro, posicionando-se lateral mente ao
multifido e formando urn contoroo proeminente de cada lado da coluna. Sua fun~ao e a
de extensao e tlexao lateral da col una vertebral.
MiIsculos que flexionam laleralmenle a cabe,a sobre 0 pesco,o
Somente 0 reto lateral da cabeya. Este e urn musculo curto e profundo, sua
contracao unilateral produz flexao lateral da cabe~a para 0 mesmo lado.
20
Mlisculos que estendem 0 pesco,o
Sao e1es: 0 elevador da escapula e 0 esph~nio do peSC090. Ambos os musculos ja
foram abordados anterionnente. Ah!m de suas funyoes descritas previamente. tambem
possuem fun<;aode eSlender 0 pescovo.
Musculos que estendem a cabe,a e 0 pesco,o
Sao em numero de tres, lodos tambem ja abordados anteriormente: trapezio,
esplenio da cabc<;a e eretor da col una.
Musculos que estendem a cabe,a sobre 0 pescol'o
Sao tn!s os musculos que auxiliam a extensao da cabcl(a sebre 0 peSC090: 0 reta
posterior maior da cabcya, 0 retc posterior menor da cabc9a e 0 obliquo superior da
CabCY3. Juntamente com 0 obliquo inferior da cabeya, estes musculos sao conhecidos
como musculos suboccipitais.
o reta posterior maior da cabeya esta localizado oa regino postero·lateral do
peSC090. Sua contra<;ao unilateral pode girar a cabe~a para ° mcsmo lado, mas sua
principal fun~ao e a de estabilizar a articula~ao atlantoccipital. Sua contraQuo bilateral
produz extcnsao da cabeya sobre 0 pesco~o.
o relO posterior menor da cabe~a esta localizado na rcgiao p6stero-lateral do
pescoQo. Este musculo estende a cabe<;a sobre 0 pescoQo e estabiliza a articulaQao
atlantoccipital.
o obliquo superior da cabeQa tambem se encontra localizado na regiao p6stero-
lateral do pescoyo. Este musculo produz extensao da cabcya sobre 0 pescoQO e flexao
lateral para 0 mesmo lado. Possui urn importante papel na estabilizaQao da articula~uo
atlantoccipital.
21
Musculos que giram 0 pesco~o
Sao em conjunto de quatro musculos: semi-espinhal do pescoc;:o, multifido,
escaleno anterior e espicnio do pescoc;o.
Em relac;:aoaos musculos escaleno anterior e esplenio do pescoc;:o, ja abordados
anteriOnllcnte, deve-se acrescentar a fum;;ao de auxilio no giro do pesco90.
o musculo semi-espinhal do pescoyo esta localizado na regiao posterior. Os
semi-espinhais do torax e do peSC090 contracm-se bilateralmente para produzir a
extensao da col una vertebral toracica e cervical. Sua contrac;:ao unilateral causa rota<;ao
do tronco e pescoyo em dircyao ao lado oposto.
o multitido consiste de varios fasciculos tendinosos que situam-se por baixo do
semi-espinhal e do eretor da coluna, ocupando 0 suleo ao lado dos processos espinhosos
da vertebras, desde 0 axis ate 0 sacro. Este musculo, quando alua bilateralmente, pode
produzir rotac;ao sagital posterior de sua vertebra de origem. Tambem e alivo na flexao
lateral do tronco para 0 mesmo lado, e na rotal(ao axial contralateral e ipsilateral do
tronco.
Musculos que giram a cabe~a e 0 pesco~o
Os musculos que possuem esta fun~ao ja foram abordados anteriormente, basta
incluir esta nova func;ao as suas respectivas Iistas de func;oes. Os musculos que giram a
cabec;a e 0 pescoc;o sao: estemocleidomast6ide e esp!f!nio da cabe~a.
Musculos que giram a cabe~a sobre 0 pesco~o
Sao dois: obliquo inferior da cabec;a e reto posterior maior da cabe~a. Lemhre-se
que 0 rete posterior maior da cabeya, ja roi abordado anterionnente, bastando
acrescentar esta nova funyao a ele.
22
o obliquo inferior da eabe~a e 0 maior dos museulos suboeeipitais. Este muse
gira a cabe~a para 0 mesmo lado. Sua eontrayao bilateral produz extensao na articulayao
atlantoaxial.
Musculos que elevam a cintura escapular
Sao eles: trapezio e elevador da escapula. Ambos os museulos, trapezio e
elevador da escapula ja [oram abordados anteriorrnente, bastando acrescentar a fun~ao
de elevar a cintura eseapular as outras funyoes mencionadas.
2.5.2 - Musculos Lombares
A natureza intersegmentar dos musculos profundos do dorso (rotadores,
multifido e interespinhais), que eoneetam vertebras adjaeentes ern angulos apropriados,
eapacita-os a auxiliar eficazmente it estabilizayao da col una vertebral.
Devido ao seu grande tarnanho, os musculos superfieiais dorsais sao melhores
adaptados a eontrabalanr;ar as cargas exlemas e executar a postura da col una por inteiro,
assim como 0 movimento, mas a qualidade de seu desempenho e dependente da ayaO
integrada dos musculos mais profundos [7,13].
Musculos que produzem flexao do tronco
Formam urn eonjunto de 5 museulos, sao eles: psoas mai~r, psoas menor,
obliquo abdominal externo, obliquo abdominal interno e reto abdominal.
o psoas maior e urn museulo grande, profundo, situado na regiao lateral da
col una lombar e borda peivica. Este musculo flexiona a artieuiayao do quadri1. Sua ayao
em rOlayaO intema e extema, abduyao e aduyao do quadril e ligeira e algo variavel,
sugerindo uma funyao estabilizadora do tronco. 0 psoas maior quando eontrafdo pode
23
agir sobre a flexao da col una lombar. A contr3<;ao lffiilateral do musculo quando a coxa
esta fixa pode tambem fletir lateral mente a col una 10mbar para 0 mesmo lado e produzir
rota<;ao contralateral.
o 21) musculo do conjunto, 0 psoas menor, e inconstante. Quando presente,
posiciona.se anteriormente ao psoas maior no interior do abdome. 0 psoas menor atua
como um flexor fraco da col una lombar.
o obliquo abdominal externo e 0 mais superficial dos musculos abdominais e
eSla situado na regiao antero·lateral da parede abdominal. E 0 mais forte dos musculos
diagonais. 0 obliquo abdominal interno situa·se por baixo do obliquo abdominal
externo. 0 reto abdominal e urn musculo longo que corre verticalmente na frente do
abdome, separado de sua contraparte pela linha alba.
Os musculos abdominais fonnam uma firme parede elastica que auxilia a conter
as visceras abdominais, lambem ajudam na expira<;ao, tosse e espirros. Se 0 torax esta
fix~, os retos e obliquos inclinam a pelvis para trns, flexionando a col una lombar. 0
obliquo externo gira 0 tronco para 0 lado oposto, 0 obliquo interno gira 0 tronco para 0
mesmo lado. A contrayao dos musculos abdominais. latcralmente flexiona 0 tronco para
o mcsmo lado.
Musculos que e1evam a pressao intra-abdominal
Sao em quatro e formam 0 conjunto dos musculos do abdomen: obliquo
abdominal extemo, obliquo abdominal interno, rete abdominal e transverso abdominal.
Os musculos obliquo abdominal externo, obliquo abdominal interno e rete
abdominal foram comentados anterionnente, pore11l agora passam a Ter mais uma
funyao, a de elevar a pressao intra-abdominal.
24
o transverso abdominal e 0 musculo plano mais interno da parede abdominal e
apresenta fibras dispostas horizontalmente. Este musculo possui urn efeito estabilizador
sobre a col una lorn bar netida, alem de contribuir na elevac;ao da pressao intra-
abdominal.
MiIseulos que produzem rotayao do Ironco
Sao em urn conjunto de quatro musculos: obliquo abdominal externo, obliquo
abdominal interno, multifido e semi-cspinhal.
Os tres primeiros ja roram abordados anteriormente. 0 semi-espinhal esta
presenle somente nas rcgiOes tonicica e cervical, consistindo de tres partes: 0 semi-
espinhaJ do tcrax, 0 semi-espinhal do pescoc;o e 0 semi-espinhal da cabec;a. Os semi-
espinhais do tcrax e do pesc~o contraem-se bilateralmente para produzir extensao da
col una vertebral torncica e cervical. A contrac;ao unilateral causa rotayao do tronco e
pescoyo em direyao ao lade opOSIO. 0 semi-espinhal da cabec;a estcndc a cabec;a e gira a
face ligeiramente em direc;ao ao lado oposto.
MiIseulos que produzem rolayao do Ironeo
Sao em conjunto de seis musculos: obliquo abdominal e>..1erno, obliquo
abdominal interno, relo abdominal, eretor cia col una, quadrado lombar e
intertransversais.
Os quatro primeiros musculos ja foram abordados anteriormente. 0 quadrado
lombar e um musculo grande e quadrilatero que corre entre 0 ilio e a 12n coste la, por
baixo do eretor da col una. Este musculo alua como urn musculo inspiratorio atraves da
fixayao da 12a costela, estabilizando 0 ponto de origem do diafragma. A contrac;ao
25
unilateral produz flexao lateral da coluna lombar para 0 mesmo lado. A contractao
bilateral auxilia a extensao da coluna lombar.
Os intertransversais sao pequenas projccoes de musculo entre os processos
transversos de vertebras adjacentes nas regioes cervical, tonkica inferior e 10mbar.
Na regiao cervical, eles consistem em projecoes anteriores e posteriores. Os
musculos posteriores sao divididos em porc;oesmedial e lateral. Os musculos anteriores
e as pon;oes laterais dos museulos posteriores conectam os processos cortais de
vertebras adjacentes. enquanto as pon;oes mcdianas dos musculos posteriores conectam
os processos transversos. Existem sete pares de musculos entre 0 atlas e a la vertebra
tonieiea.
Na regiao tonicica, os musculos intertransversais consistem ern musculos
simples, conectando os processos transversos da 10:1 vertebra toradca e 1;1 vertebra
lombar.
Na regiao 10mbar, os interransversais consistem em dois grupos de musculos:
intertransversais mediais e laterais. Os mediais coneelam 0 processo acessorio e 0
processo mamilar de uma vertebra proximal ao processo seguinte. Os laterais sao
dividido em pon;6es anterior e posterior. A anterior coneeta as margens dos processos
transversos adjaeenles e a posterior eonecta 0 processo aeessorio de uma vertebra ao
proeesso transversos abaixo.
Os intertransversais poderiam produzir a flexao lateral para 0 mesmo lado,
contudo, e mais provavel que eles funcionem como musculos estabilizadores durante 0
movimento.
26
Musculos que produzem extensiio do tronco
Sao em conjunto de cinco: quadrado lombar, multifido, semi-espinhal, eretor da
col una e inlerespinhais. Deste conjunto de rnusculos que produzern extensao do tronco
os unicos Illusculos que nao foram abordados silo os musculos interespinhais.
Os inlerespinhais silo musculos curtos dispostos em cada lado do ligamento
interespinhoso. Eles conectam os processos espinhosos das vertebras adjacentes entre 0
axis e a I" ou 2" vertebra ton1.cica, e entre a 11u e 123 vertebra toni.ciea e a 511 vertebra
lombar. Estes musculos produzem rota¥ao sagital posterior da vertebra acima e
desempenham urn papel significativo ao estabilizar as vertebras durante 0 movimento.
Musculos que estabilizam a col una
Sao quarTo os musculos que estabilizam a coluna: muhifido, interespinhais,
intertransversais e rotadores. Os primeiros tres musculos ja [Dram abordados
anterionnente.
Os rotadores 550 mais desenvolvidos na regiao toracica, na qual existem 11 em
cada lado. Estes musculos podem produzir rotac;ao em cada segmento espinhaJ na regiuo
toracica, mas sua principal func;ao e a estabilizac;ao desta parte da coluna vertebral.
Musculos que control am a inclina~iio pelvica antero-posterior
Os musculos que produzem inclinac;ao para frente sao: eretor da coluna e psoas
maior. Ambosja comentados anterionnente. Os musculos que produzem inclinac;ao para
tras sao: retos abdominais, obliquo abdominal interno e externo, gluteo maximo e pata
de ganso (semitendineo, semimembranaceo e bicpes femoral).
o gluteo maximo e um musculo quadril<itero. Este musculo e um poderoso
extensor da coxa fletida, suas fibras superiores funcionam como abdutor. 0 gluteo
27
maximo auxilia a elevar 0 tronco a partir de uma posi~o tletida por meio da rotat;ao da
pelvis ara tras sobre a cabet;a do remur.
Os museu los da pata de ganso sao os femorais posteriores - semitendineo e
semimembranaceos (medial) e 0 musculo biceps femoral. 0 semimembranaceo
posiciona-se por baixo do semitendineo. 0 biceps femoral esta situado na reglao
pOstero-lateral da coxa. Este musculos, da pata de ganso, fletem a articulat;iio do joelho,
auxiliam, em particular 0 biceps femoral, a elevar 0 tronco de uma posit;iio fletida pela
extensuo do quadril. Atuando em conjunto com os musculos abdominais e 0 gluteo
maximo, eles podem indinar a pelvis para tras, 0 que consequentemente (lexiona a
coluna lombar.
Outros musculos que sao relevantes nas desordens da coluna vertebral
Sao eles: grande dorsal, piriforme e reto femoral.
o grande dorsal e uma larga, plana e triangular placa de musculo. se estendendo
do tronco ate a extremidade superior. Este musculo e urn forte adutor. extensor e rolador
do brat;o.
o piriforme e um musculo triangular. Estel situado no interior das nadegas. com
sua base dentro da pelvis e seu vertice posterior it articulat;ao do quadril. 0 pirifonne
gira lateral mente a coxa estendida e auxilia a estabilizar a pelvis na posit;ao de pe. Se a
articulat;ao do quadril for fletida, 0 musculo pirifonne pode abduzir a coxa.
o reto femoral e a pOryaO do grupo do quadriceps que apresenta inseryao na
pelvis. Este musculo pode auxiliar na flexao da articulayao do quadril, se a coxa estiver
fixa.
28
2.6 - Biomeciinica
Durante 0 desenvolvimento do fetc, a coluna esm em posiyao de flexao total. Ao
nascimento, a col una da crianya e descrita como tendo urna forma de "c" A curva em
"c" significa que as facetas e os elementos posteriores se desenvolvem corn as
superficies articulaTes distantes entre si.
A curva lordotica aparece na col una cervical quando a crian<;a suporta 0 peso da
cabeya, e aparece na col una [om bar quando a crian<;a assume a posiyao ortostatica para
a marcha, A curva lordotica col Dca as facetas em uma posiyao de impactayao total, que
auxilia fla estabilidade da col una, e orienta os movimentos na descarga de peso. A
regiao tOf<lcicarnantem a curva cif6tica na descarga de peso [8].
A cabeya, a regiao tonicica e a pelvica formam as pOfyoes rigidas do tronco, com
as regioes lordoticas cervical e lombar agindo como estruturas elasticas. A estabilizayao
dimimica depende dos sistemas muscular capsular e ligamentar e sua inter-relayao com
as facetas para permitir movirnento, e ainda pennanecer estaveis durante a descarga de
peso. Dentro de cada regiao, existem areas de maior ou menor movimento biomecanica.
Na col una cervical, as duas vertebras cervicais superiores realizam 50% dos
movimentos de flexao, extensao e rotayao da cabeya e pescoyO [14].
As facetas na regiao cervical sao anglliares em aproximadarnente 45 gralls em
direyuo antero-posterior em C3, com a transiy3.o vertical perto de C7. A angulayao de 45
graus pennite a maior Iiberdade de movimento com a mellor resistencia de qualquer
area da col una. Os processos unci formes fornecem urn suporte externo aos discos. Alem
dos elementos osseos de proteyao, os ligamentos sao tambem fortes e largos.
Na regiao toracica, as facetas estao alinhadas quase que vertical mente,
permitindo os movimentos de flexao lateral e rota9ao. Na col una lombar, as facetas se
29
encontram em urn plano sagital e limitam os movimentos de rotayao, flexao lateral,
nex3.o e extensao.
As facetas sao mais sagitais entre Ll e L2 e se movem anteriorrnente no plano
frontal nos niveis L4-L5 e L5-S1 [IS]. Consequentemente uma pequena rotac;ao epennitida na regiao lombar superior e uma grande rotayao na rcgiao lombar inferior.
A mecanica da coluna e especifica pelo fato de que 24 vertebras sao conectadas
por discos que servem como eixos semi-ehisticos para os movimentos de col una, bern
como lransmissores e absorventes de foryas. Na col una 10mbar, quando 0 tronco esta
netido e vai para uma inclinayao lateral, a vertebra apresenta um componente de
movimento de rotayao. Na posiyao flctida, em funyao dos fatores ligamentares e
facetarios, a vertebra ira rodar para 0 mesmo lade da inclinayao lateral.
o f'enomeno do movimento de rotac;ao com inciinayao lateral (e vice-versa)
acontece em todas as regioes da col una, mas a mudanya na direc;ao de rotayao em nexao
e em posiy3.o creta e especifica da regiiio lombar. Na col una cervical, a inclinayao lateral
e a rotay3.o acontecem no mesmo lado, independente da posiyao do peSCOc;o, enquanto
que na regiao torncica a rotayao e inciinayao lateral aconlecem em dircyOes opostas.
30
Capitulo 3
Materiais e MetodosPara realizac;ao deste trabalho foi feila uma analise e pesquisa sobre a incidencia
de diversas patologias ortopedicas e traumatol6gicas . Os passos seguidos para a coleta
de dados foram os seguintes:
• Foram coletados dados sobre patologias ortopedicas e traumatologicas junto
a clinica escola de fisioterapia da Universidade Tuiuti do Parana~
• Todos os pront-mirios, existentes na clinica escoia, referentes as patologias
em questao, acometidas em pacientes tratados durante os anos de 1998 e
1999 foram pesquisados~
• Montou-se uma tabela estatistica contabilizando 0 numero total de pacientes
para cada palalagia pesquisada (anas de 1998 e 1999);
• Notou-se um numero exorbitante de patologias de col una vertebral em
relac;.ao a outras patologias. em cerca de 557 prontucirios analisados, 253
traziam patologias de col una vertebral;
• Devido a este resuhado, foi decidido realizar urn estudo mais aprofundado
das patologias de col una vertebral, bern como metodos para prevem;:ao e
tratamentos existentes.
31
3.1 - Outras pesquisas estatisticas
As dores de todos os segmentos da col una vertebral sao constata~oes frequentes
nas atividades de varias especiaiidadcs, dentre elas: Ortopedia. Reumato!ogia,
Neurologia, Fisiatria, e oulroS. Alem disto, elas estao presentes no diagn6stico
diferencial das dores de varias etiologias da quase totalidade das outTas especialidades.
Assim, as chamadas «dores nas costas" constituem urn desafio para a Medicina em gem!
[16].
Muitas pesquisas e trabalhos propostos con tendo dados estatisticos sabre estas
enfermidades ja foram realizados na comunidade cienlifica. Esses trabalhos foram
cuidadoS8mcnte estudados e puderam auxiliar na preven9ao e tratamento ctas mais
diversas palologias. Nesta SC9aO sao apresentadas algumas das pesquisas ja rcalizadas.
3.1.1 - Dados estatisticos - Trabalhos realizados no exterior
Em 1969, Horal [17], em Gotemburgo, Suecia, constatou que 65% da populac;:ao
adulta teve, antes da aposentadoria, pelo menos urn episodio de dor na regiao 10mbar.
Ern 1976, Nachemsoll [5], analisando esta mesma cidade, ja num periodo de maior
industrializac;:ao, afinna que a incidencia subiu para 80%. Em [18], comprovou-se que
as dores da col una sao mais frequentes entre 25 e 45 anos de idade, em ambos os sexos,
atingindo assim, 0 ser humane no periodo de maior produtividade.
As eSlatisticas vitais de todos os paises tern agrupado sob 0 nome de doen9as
reumatieas urna serie de afeec;:oes que inc1uem as patologias da col una vertebral. Em
[19], Haber verifieou que as doen9as reumaticas sao a primeira causa da incapacidade
fisica das pessoas depois dos 50 anos. A incidencia e de 79 em cada 1000 pessoas,
sendo porem que, desse total, 52 (65,5%) casos sao devidos a problemas originarios da
32
col una. Pelisson, de Paris, em [20], estudou 400 prontmirios de pacienles com queixas
reumaticas, que deixavam de comparecer ao trabalho, e verificou serem 62% das
ausencias devidas adores nas costas (45% na \ombar, 11% na cervical e 6% de dorsal).
E conhecido 0 fato de que as dores da col una demoram a desaparecer e sao
recorrentes. Ulman [21], estudando 217 operarios em reiayao a dor Jombar, observou
que em 70% dos casos a dar desaparcceu em 1 mes, 90% dos opcn'trios ja nao tin ham
dor em 2 a 3 meses e em 4% a durayao foi acima de 6 meses. Desses pacientes, com
permanencia de mais de 6 meses sem trabalhar, sornente 50% acabaram voltando ao
trabalho. A media de durayao da dor durante wn ana foi de 60 dias.
Entretanto, em 62% (134 pacientes) essa dor lombar vohou durante 0 primeiro
ano, sendo que houve casos de quatro a cinco recorrencias num ano, com freqilencia
media de 1,3. Desses 134 pacientes com mais de urn episodio, em 6% a dor voltou duas
semanas apos a recuperayao do episodio agudo; em 24% isso ocorreu seis meses depois.
A media foi de 63 dias entre 0 primei ro episodio e a recorrencia da dor, sendo que na
recorrencia a dor permanece, em media, 27 dias.
Na maioria dos palses industrializados. doenyas reumaticas ocupam urn dos tres
primeiros lugares na incapacitay80 da populayao em geral e dos trabalhadores. junto
com as doenyas mentais e cardiovasculares.
3.1.2 - Dados estatislicos - Trabalhos realizados no Brasil
No Brasil, as unicas estatisticas sobre 0 assunto sao as fomecidas pelo INPS
(Instituto National de Previdencia Social), na area de pericia medica. Ern 1976, as
doenyas reumaticas, principalmente as doenyas de col una, ocupavam 0 3° lugar; a
revisao realizada ern 1978 mostrou que essas doenyas passaram para 0 2° Jugar.
J3
Capitulo 4
Apresenta~ao e Analise daColeta de DadosNeste capitulo sao apresentados, em forma de gnificos, todos os dados sobre as diversas
patologias que foram coletados e analisados cuidadosamente. Ainda sao apresentadas
algumas considera'toes e explicm;oes das patologias de col una que mais aconteceram.
4.1 - Analise dos resultados
Esta sCyao apresenta os dadas coletados das diversas patologias da col una
acometidas ern pacientes, em fonna de graficos, fla Clinica Escola da Universidade
Tuiuti do Parana, durante os anos de 1998 e 1999. Para cada patologia dois gnificos sao
apresentados, 0 primeiro mostra a porcentagem da patologia em reiac;3.o aos sexos
masculino e feminino e 0 segundo apresenta a porcentagem da patologia em faixas
etaTias diversas. Para cada gnifico uma breve explica~ao sobre 0 mesmo e dada.
Patologias Pesquisadas
Nesta subse~ao sao apresentadas as diversas patologias registradas na Clinica
Escola. Foram registrados um total de 557 casos diversos, sendo que destes 557 casos,
253 casos eram patologias de coluna vertebral. Este numero, de patologias de col una
vertebral, tao superior, foi uma das principais motivayoes para realizayao deste trabalho.
A tabela abaixo apresenta todos os casos registrados na Clinica Escola durante
os anos de 1998 e 1999.
34
PatologiasBursitesFraturas
DistensoesLuxac;:5es
ContraturasEnlorses
Lcsoes LigamentaresLesoes Meniscais
Sindromes de Punho e OmbroTendinites de Membros SuperioresTendinites de Membros lnferiores
Sinovite de JoelhoEpicondilite
Capsulite AdcsivaRuptura do Manguito Rotador
Fasceite PlantarEncurtamento MuscularCondromalacea de Palela
Dedo em GatilhoLacerac;:ao de Mao
Patologias na Col una
Total
Cervicalgia
N umero de Casos22 casos34 casos15 casos15 casos12 casos33 casos19 casos17 casos5 casos44 cases26 casos14 casos10 casos2 casos2 casos6 casos10 casos14 casos2 casos2 casos
253 casos557 casos
Dor na base do pescoc;:o. E urna dOTmoderada, pouee intensa, mas inc6moda
pela sua freqOencia. Os pacienles tern a sensac;:ao de peso no pescotyo. A dor aumenta
com a fadiga e diminui com 0 repouso; no leito, demoram a encontrar uma posi~ao
confortavel. A cervicalgia tambem pode causar cefaleias, que sao chamadas de "cefaleia
de tensao", e1as sao muito freqilentcs, irradiam para a regiao occipital e partes altas da
longa permanencia em posic;ao fon;ada, esfortyo ou trauma.
cabec;a. A cervicalgia geralmente esta relacionada com movimentos bruscos do pesc~o,
o primeiro gn'l.fico apresenta a ocorrencia da cervicalgia em relatyao aos sexos
masculino e feminino. Pode-se notar que 0 numero de pacientes, com cervicalgia, do
35
sexo feminino e muito superior em rela~ao ao sexo masculino. Dos 48 casos de
casos) dos pacicntes sao do sexo feminino.
cervicaigia ocorridos, nos anos de 1998 e ]999, na Clinica Escola, cerca de 77% (37
Cervicalgia· ocorrencia por sexo
77%
o segundo grMico apresenta a ocorrencia da cervicalgia em faixas etarias. Pode-
se notar que 0 numcro de pacientes, com cervicalgia, na faixa etiuia de 51 a 60 anos e
superior, cerca de 25% dos casos. Logo em seguida temos as faixas etarias de 20 a 30
anos, cerca de 23% dos casos e mais de 60 anos, cerca de 21 % dos casos.
Cervicalgia - ocorrencia por idade
2%
~E=2$,.19%
o Menos de 20
.20-30
031-40
041·50
051-60
DMais de60
36
Cervicobraquialgias
Dor na regiao cervical com irmdiayao para 0 torax e membros superiores, desde
a raiz do pesco90 it ponta dos dedos. As partes rnais atingidas sao umbra e bra90. As
vezes ocorre perda de forya ou sensayao de adormecimento.
Cervicobraquialgia - ocorrencia por sexo
o primeiro grafico apresenta a ocorrencia da cervicobraquialgia em reiayao aos
sexos masculino e feminino. Pode-se notar que 0 numero de pacientes, com
cervicobraquialgia, do sexo feminino, tambem nesta patologia, e muito superior em
relayao ao sexo masculino. Dos 16 casos de cervicobraquialgia ocorridos, cerca de 75%
(12 casos) dos pacientes sao do sexo feminino.
Cervicobraquialgia - ocorrencia per idade
13%
19% 43%
o segundo gratico apresenta a ocorrencia da cervicobraquiaigia em faixas
et<irias. Pode-se notar que 0 numero de pacientes, com cervicobraquialgia, na faixa
37
etaria de 31 a 40 anos e muito superior as outras faixas etarias. Cerca de 43% dos casos
ocorrem com pessoas de 3 I a 40 anos.
Dorsalgia
Dor na regiao dorsal. A dor geralmente ocorre por ma postura, esforc;:o ou
trauma. 0 primeiro gnifico apresenta a ocorrencia da dorsalgia em relac;:ao aos sexos
masculino e feminino. NotaMse que 0 numero de pacientes em ambos os sexos com
dorsalgia e 0 mesmo. Foram registrados 20 casos de pacientes com dorsalgia na Clinica
Escola.
Dorsalgia - ocorrencia por sexo
"""50%
o segundo grafico apresenta a ocorrencia da dorsalgia em faixas etarias. Pode-se
nolar que 0 numero de pacientes, com esta patologia, nas faixas etarias de menos de 20
Dorsalgia - ocorrencia por idade
Otvlenosde20
.20-30
031-40
041-50
051-60
Ctv1ais de60
38
anos, 20 a 30 aIlOS e mais de 60 aIlOS e 0 mesmo, cerca de 25% dos casos.
LombaJgia
Dor na regiao lombar. Geralmente ocorrem devido a posic;oes forc;adas ou
levantamento de pesos. Durante a gesla~ao. pode ocorrer se houver encurtamento
muscular dos membros inferiores e por microtraumas ocasionados it coluna vertebral.
Durante a pesquisa l1otou~seque 0 maior indice de ocorrencias das diversas patologias
de coluna, e 0 da lombalgia. Foram regislrados 124 casos, durante os anos de 1998 e
1999, na Clinica Escola.
o primeiro grMico apresenta a ocorrencia da lombalgia em relac;ao aos sexos
masculino e feminino. Nota~se que 0 numero de pacientes do sexo feminino e muito
superior ao do sexo masculino. Cerca de 69% dos casos (85 casos) registrados eram de
pacientes do sexo feminino.
lorn balgia - ocorrfncia por sexo
69%
o segundo gratico apresenta a ocorrencia da lombalgia em faixas elarias. Pode-se nolar
que 0 numero de pacientes, com esta patologia, nas faixas elarias entre 20 a 30 anos e
superior, cerca de 32% dos casos. Seguido pela faixa etaria de mais de 60 anos, cerca de
19% dos casos.
39
Lombalgia - ocorrencia po idade
oMemosde 20
.20-30
031-40
041-50
051-60
OMais de 60
11% 32%
Lombocialaigia
Oor na regiuo lombar com irradia((uo para os gluteos e membros inferiores. A
lornbociatalgia pode ocorrer devido a anomalias 6sseas, hernia de disco, posi((oes
fon:;adas, levantamento de peso e por trauma. 0 paciente tern a sensa((ao de peso nas
pcrnas e/ou adormecimento e perda de for((as.
o primeiro grafico apresenta a ocorrencia da lombociatalgia em relayao aos
sexes masculino e feminino. Nota-se que 0 numero de pacienl'es em ambos os sexos e 0
Lombociatalgia - ocorrAncia por sexo
Fern50%
mesmo. Foram rcgistrados 26 casos de pacientes com lombociatalgia na Clinica Escola.
o segundo gnifico apresenta a ocorrencia da lombociatalgia em faixas etarias.
Pode-se notar que 0 numero de pacientes, com esta patologia, na faixa etaria de mais de
60 anos e superior, cerca de 30% dos casos. Logo em seguida a faixa eta ria de 31 a 40
anos e a rnais acometida. cerca de 27% dos casos.
40
lombociatalgia . ocorrencia por idade
4%
3~
~27%
15% 12%
Or.t.enos de 20
.20·30
031-40
041·50
051·60
[]Mais de 60
Escoliose
Desvio do eixo vertebral projetado no plano frontal. A escoliose pode ser
classificada em estrutural, entre elas, idiopi\tica, neuropatica, miop<itica, congenita,
neurofibromatose, doen9as do mesenquima, doen~as reumaticas e traumaticas; e nao
estrutural, entre elas, postural, compensat6ria, histerica e irrita9ao de raiz nervosa. A
escoliose causa dor e encurtamento muscular.
o primeiro gnifico apresenta a ocorrencia da escoliose em reia950 aos sexos
masculino e feminino. Nota~se que 0 numero de pacientes do sexo feminino e muito
superior, cerca de 84% dos casos (16 casos). Foram registrados 19 casos de pacientes
com escoliose na Clinica Escola.
Escoliose· ocorrencia por sexo
"""16%
41
o segundo gnHico apresenta a ocorrencia da escoliose em faixas etarias. Pode-se
notar que 0 numero de pacientes, com esta patologia, na faixa etaria de menos de 20
anos e muito superior aos outros. Cerca de 69% dos casos registrados estavam nesta
faixa etaria
Escoliose - ocolTencia por idade
42
Capitulo 5
Conclusao
Este trabalho apresentou dades estatisticos coletados atraves de pesquisa nos
prontuarios da CHnlea Escola da Universidade Tuiuti do Parana. Com a coleta de dados,
pesquisas e observat;oes profissionais pessoais, foi constatado urna rotatividade de
pacientes com patologias de col una muito superior a qualqucr outro tipo de patologias.
Devido a estc excessivo numero de pacientes com patologias de cailina este trabalho
apresentou ainda, urn breve estudo da anatomia da col una vertebral e uma amilise do
numcro das patologias de col una vertebral em reJal(ao a Qutras patologias
traumatol6gicas.
Temas para trabalhos futUfOS inclucm um estudo rnais aprofundado dos males da
col una vertebral e indicaQao de metodos de prevencrao e tratamentos para patologias que
acometem a col una.
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