Data da Avaliação: 21.05.2007
Doença: Cardiovascular e
hipertensão arterial
Tipologia psicossocial de
Rolland (Sigla): A/G E F/NF -
Nível sócio-económico: Normal
Dados demográficos:
Nome: Anónimo
Idade: 73
Idade aparecimento:
47/50 anos
Fase da doença:
crónica
Sexo: Masculino
Profissão: Ex-
Empregado bancário;
Técnico de contas.
Escolaridade: Curso
complementar de
contabilidade e Curso
Superior de Economia
(não terminou)
Estado civil: Casado
Guião de Análise de uma situação de Doença Crónica
Sociedade
Família/rede social
Sistemas /serviços de
saúde
Paciente/doença
Ilustração 1 – Modelo Ecológico (baseado em N. Gongora)
Como encara esses factores? Desde que se verificaram os primeiros sintomas, até agora, nota algumas diferenças (agravamento, recuperação)? Quais? Actualmente está a tomar alguma medicação ou a fazer algum tratamento? Qual? O que acha mais importante no tratamento? E o que mais lhe custa? Qual o impacto que a doença teve na sua vida? E na sua família notou algumas áreas que tivessem sido afectadas? E quanto às pessoas que estão á sua volta e que considera importantes para si verificou alguma mudança desde o aparecimento da sua doença? (p. e. amigos, colegas, vizinhos, etc.). O que pensa que as pessoas pensam de si, ou da doença que tem?
Recorda-se do momento em que começaram a surgir os primeiros sintomas? Conhece algum caso na sua família que também apresente esses sintomas/tenha esta doença? Qual pensa ter(em) sido o(s) possível(eis) desencadeador(es) da doença?
A) Doente/doença
• O paciente recorda os primeiros sintomas da doença • Pai também morreu, vítima de uma trombose com 55 anos.•Questão profissional desencadeou todo um conjunto de problemas que ainda hoje se manifestam e com maior frequência.
* Sentia-se muito cansado, sem forças, com muita sede, etc.
* Há um ano e meio atrás observou-se uma ligeira recuperação, porque o trabalho diminui e os prazos para cumprir diminuíram.
* Iniciou o tratamento muito cedo, surgiram efeitos secundários e agora tem que ter muito mais cautela, porque o coração está fraco. • O tratamento = hábito e já nada lhe custa. • O mais importante é seguir os conselhos do médico e ter muito cuidado, daí que faça venha às consultas com alguma regularidade para que não hajam recaídas. • Família: atenta e cautelosa para que o tratamento •Nada mudou• As pessoas não têm conhecimento da sua doença, pois o Sr. X. faz uma vida normal e não aparenta quaisquer problemas ou sinais de doença.
B)Família e rede social de apoio B) Família e rede social de
apoio
Qual o seu agregado familiar (isto é, com quem vive)? Como caracteriza a sua família quanto ao ambiente que lá se vive? Como classifica a sua família quanto à ajuda e aos apoios por ela oferecidos? Como é que a sua família recebeu a notícia da doença? Observou algumas diferenças nas actividades, funções ou tarefas familiares? Qual a pessoa que mais directamente o(a) tem acompanhado(a) e apoiado(a) no decurso da doença? Além dessa pessoa, existem mais algumas que considera que também o (a) ajudam, apoiam ou desempenham um papel importante na sua vida com a doença? Quais? Que tipo de apoio lhe prestam? Sente que precisa de mais ajuda, de mais apoio ou atenção?
•O paciente vive com a mulher •Toda a família o tem ajudado•O médico é que lhe diagnosticou o problema •A partir daí passou a ter mais cuidado com a
alimentação e a seguir o tratamento prescrito. •Todos os seus familiares receberam a notícia de
uma forma natural, embora com preocupação e algum receio.
•Actualmente, e como esteve recentemente internado, quem o acompanha mais é a mulher
•Quanto à ajuda, apoio ou atenção o paciente diz que recebe tudo que deseja e que a assistência que tem tido é fabulosa, por isso está satisfeito com todos os serviços e ajudas que lhe têm sido facultadas.
C) Sistema de saúde/ serviços médicos
A que serviços recorre para efectuar o tratamento da sua doença?Com que frequência o faz?Como considera o atendimento nesses serviços?Foi o seu médico de família que lhe deu a conhecer o facto de que tinha uma doença? Considera que lhe está a ser disponibilizado(a) todo o apoio necessário para o seu tratamento?Recebe algum tipo de ajuda económica de alguma entidade superior?Costuma desabafar com os técnicos que o acompanham?Alguma vez recebeu apoio psicológico?
Alimentação
Terapêutica
Exercício Físico
Vida Saudáv
el
•O paciente vai de 3 em 3 meses, a uma consulta de rotina.
•As enfermeiras e o médico que o acompanha têm sido incansáveis.
•Recebe apenas assistência de um sub-sistema de saúde para ajudar nas despesas que tem tido com os internamentos, medicação, consultas periódicas, etc.
•Sente-se muito à vontade com os médicos, com os profissionais e desabafa.
•Nunca teve apoio psicológico pois sempre teve uma boa família com a qual pode contar e desabafar as suas maiores preocupações.
uem somos
e onde v imos?
e s s ã o
• Apresentação entre os participantes e os técnicos/profissionais usando o jogo da foto-linguagem.
• Visualização de um filme acerca da Hipertensão Arterial.
• Resposta a questões como:
• Discussão e síntese de ideias.
• Tarefa: solicitar aos elementos do grupo que pesquisem, em casa, informação sobre a doença crónica.
O que é a hipertensão
arterial?
A que está associada?
Quais as suas
complicações?
Quais as consequências que dela advêm?
1ª Sessão
e s s ã o
í s t o l e
m o c i o n a l
• Conversa/debate sobre a pesquisa efectuada em casa.
• Desmistificação de crenças acerca da doença.
• Partilha, expressão e avaliação das emoções envolvidas na doença.
• Exercício de relaxamento.
• Tarefa: Pedir aos familiares e ao doente que, em casa, façam uma lista daquilo que mais os preocupa desde o aparecimento da doença, o que mudou e o que gostariam de mudar e pratiquem os exercícios de relaxamento propostos.
2º Sessão
“O q u e e s s ã o
3ª Sessão• Análise das dúvidas, medos, anseios e mudanças
observadas.
• Desenvolvimento de estratégias práticas e rápidas para que a família consiga lidar com a doença.
• Reenquadramento da situação: “colocar a doença no seu lugar” (externalização do problema).
• Participação de um nutricionista para identificar os cuidados alimentícios para os doentes hipertensos.
3ª Sessão• Tempestade de ideias sobre a alimentação
– Formação de grupos entre as famílias e os doentes
– Apresentação a roda dos alimentos
• Aplicação de uma breve ficha para testar os conhecimentos adquiridos.
• Tarefa: Pedir aos doentes que elaborem, juntamente com a família: – uma lista dos principais alimentos que
ingerem quotidianamente; – uma lista de uma ementa apropriada depois
dos conhecimentos adquiridos na sessão.
Indicações sobre os
alimentos que devem
ser ingeridos
Quais os que devem ser evitados…Porquê ?
e x a - s
e
…
P e l a s u a s a ú d e …
e s s ã o
• Correcção das ementas apresentadas e sua respectiva comparação.
• Explicação da importância da actividade física para a doença.
• Workshop, dado por um personal trainer, – Treino de respiração (referência aos
malefícios do tabaco). – Exercícios físicos adequados aos pacientes e
seus familiares (cuidadores). – Alongamentos
• Tarefa: Realizar exercícios, diariamente, durante 30 minutos e acompanhado de um elemento da família.
4º
Sess
ão
o c …
o c …
e s s ã o
• Pedimos a cada família que conte a sua experiência e o que sentiu ao realizar o exercício e quais as mudanças sentidas no dia-a-dia.
• Apresentação sobre as instituições que podem ajudar os doentes e famílias dos hipertensos;
• Elucidação acerca dos serviços e recursos que podem ser facultados a estes doentes e suas famílias nestas instituições;
• Tarefa: Ir visitar durante a semana uma das instituições faladas na sessão.
5º Sessão
e s s ã o
U e m s o m o s ?
e o n d e v i m o s ?
a r a o n d e v a m o s ?
6º Sessão• Discussão daquela que foi a impressão com que
ficaram da instituição que foram visitar.
• Avaliar os pontos fortes e fracos da família e “agarrar” no que consideramos as competências da família (Ausloos, 2003).
• Focalização no que existe de positivo, de sucesso, de potência, de controlo.
• Mostrar o quão importante são os seus papéis, as suas forças, as redes e faremos uma breve viagem com os participantes em todo este percurso: o passado, o presente e o futuro.
• Festa de despedida em que cada participante traz de casa um alimento saudável.
• Troca de contactos entre os participantes e os técnicos.
Bibliografia • Adelaide, M. & Ramalhão C. (1991). (vol.1). Hipertensão
Arterial. In C. Ramalhão, Textos de cardiologia (pp.29-40). Lisboa.
• Afonso, N. & Veiga, M., G. (1992). (vol. 2). Sessão de esclarecimentos para doentes hipertensos. In C. Ramalhão, Textos de cardiologia (pp.19-26). Lisboa.
• Ausloos, G. (2003). A competência das famílias: tempo caos e processo. Lisboa: Climepsi Editores (2ª edição).
• Manual Merck para a família: http://www.manualmerck.net/
• McDaniel, S., Hepworth, J. & Doherty, W. J. (1992). Medical family therapy. New York, Basic Books. (pp. 36-60 – cap.3).
• Rosei, E., A. & Rizzoni, D. (1997). Prevenção primária da hipertensão e dos factores de risco envolvidos. In R.WF. Campbell (eds), Manual Internacional de hipertensão arterial (pp. 61-68). Euromed Communications Ltda.
• Segal, E. S. (1996). Common medical problems in geriatric patients. In Carstensen, L. L., Edelstein, B. A. & Dornbrand, L. (Eds). The practical handbook of clinical gerontology.
• Sousa, L. Mendes, A & Relvas, A. P. (2007). Enfrentar a velhice e a doença crónica: apoio das unidades de saúde a doentes crónicos idoso e suas famílias. Liboa: Climepsi Editores.
• Veríssimo, M. T. (2006). Actividade física e envelhecimento. In Firmino, H. (Ed) Psicogeriatria. Psiquiatria Clínica.
• Wright, R., A., & Northridge, D., B. (1997). Hipertensão e doença cardíaca. In R.WF. Campbell (eds), Manual Internacional de hipertensão arterial (pp. 61-68). Euromed Communications Ltda.
Bibliografia