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DAYANA FERNANDES CARVALHO
A GESTÃO AMBIENTAL, AVALIADA PELA FERRAMENTA DE KAIZEN, NA VISÃO DO ENGENHEIRO AMBIENTAL COMO PROPOSTA DE REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO FLUÍDO DE FREIO NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE SISTEMAS
DE FREIOS
MANAUS – AM 2015
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DAYANA FERNANDES CARVALHO
A GESTÃO AMBIENTAL, AVALIADA PELA FERRAMENTA DE KAIZEN, NA VISÃO DO ENGENHEIRO AMBIENTAL COMO PROPOSTA DE REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO FLUÍDO DE FREIO NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE SISTEMAS
DE FREIOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Engenharia Ambiental do Centro
Universitário Luterano de Manaus – CEULM
ULBRA, como um dos requisitos para obtenção do
grau de bacharel em Engenharia Ambiental.
Orientador: MSc. Alan dos Santos Ferreira
MANAUS - AM
2015
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DAYANA FERNANDES CARVALHO
A GESTÃO AMBIENTAL, AVALIADA PELA FERRAMENTA DE KAIZEN, NA VISÃO DO ENGENHEIRO AMBIENTAL COMO PROPOSTA DE REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO FLUÍDO DE FREIO NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE SISTEMAS
DE FREIOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso
de Engenharia Ambiental do Centro Universitário
Luterano de Manaus – CEULM ULBRA, como um dos
requisitos para obtenção do grau de bacharel em
Engenharia Ambiental.
Aprovado em _______ de _____________ de 2015
Banca examinadora
_________________________________________________
Prof. Alan dos Santos Ferreira Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM-ULBRA
____________________________________________________
Prof. Graciélio Q. de Magalhães Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM-ULBRA
____________________________________________________
Prof. Newton Silva de Lima Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM-ULBRA
4
Dedico este trabalho a minha mãe, Eliana Soares Fernandes, ao meu esposo Rafael Rodrigues Maia, que contribuíram para que eu alcançasse mais essa vitória.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado vida e força para que fosse possível à conclusão
dessa importante realização em minha vida.
Ao meu professor orientador, MSc. Alan dos Santos Ferreira, pelo auxílio,
disponibilidade de tempo, sempre com uma simpatia contagiante e pelo
fornecimento de seus conhecimentos para pesquisa do tema.
Ao meu coordenador e todos os professores do curso, que foram tão
importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento deste trabalho. Aos
amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constantes.
A minha mãe, que muito me ajudou e me apoiou em momentos difíceis,
irmãos, tias e a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram
esforços me incentivando para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.
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RESUMO
O fluído de freio utilizado no processo de sistema de freio é um composto químico com alto potencial de impacto sobre o meio ambiente, e os processos industriais que utilizam o mesmo no produto final são passiveis de ser monitorados constantemente quanto às possíveis falhas que entrem em desacordo com a legislação ambiental. Assim, o desenvolvimento de novos processos, como modernizações aos processos existentes, tornam-se necessários para a obtenção de maior confiabilidade e minimização gradativa dos riscos. Este trabalho de conclusão de curso tem por objetivo demonstrar através de um estudo de caso, melhoria no desperdício de fluído de freio no processo de produção, a fim de se obter redução no desperdício de produto e a conseqüente minimização de prejuízos financeiros e prejuízos ambientais. O trabalho foi desenvolvido entre julho a dezembro de 2014 em uma empresa fabricante de sistema de freio para motocicletas na cidade de Manaus. Como metodologia, utilizou-se a ferramenta de KAIZEN para gestão ambiental utilizadas na empresa aplicada o estudo de caso, e ao final deste trabalho são apresentados os resultados obtidos.
Palavras chave: Sistema de Gestão Ambiental, KAIZEN, Impacto Ambiental
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ABSTRACT
Automobile brake fluids are such a kind of extremely environmental hazardous
materials. Industrial processes in which those fluids are used must be kindly
controlled so that leaks may be avoided. Brazilian environmental legislation strictly
demands lots of procedures which may be followed by the industries and other fluid
users. This essay shows the process modification made by the author, in which the
discharged brake fluid becomes re-used by the plant. Works were made during 2014-
2015 in a Japanese brand motorbike brake factory located in Manaus, Brazil.
Keywords: Environmental management, KAIZEN, Environmental impact
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Gestão ambiental - Influências............................................................21
FIGURA 2 Níveis de KAIZEN...............................................................................24
FIGURA 3 Ferramentas KAIZEN: Diagrama de Ishikawa....................................29
FIGURA 4 Demonstrativo do processo de produção antes da inserção do sistema de filtragem............................................................................30
FIGURA 5 Demonstrativo do processo de produção após da inserção do sistema de filtragem ...........................................................................31
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LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Consumo de bombonas de fluído de freio...............................32
GRÁFICO 2 Custo com destinação final do resíduo fluído de freio..............33
GRÁFICO 3 Viabilidade econômica..............................................................34
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LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
DOT Departamento de Transportes dos Estados Unidos
ISO Internacional para Padronização Organização
SGA Sistema de Gestão Ambiental
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................................14
2.1 CONCEITUANDO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL......................................................................14
2.2 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL NO ASPECTO TECNOLÓGICO ..........16
2.3 GESTÃO AMBIENTAL .....................................................................................18
2.4 GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL..........................................................19
2.5 A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL......................................................................22
2.6 KAIZEN............................................................................................................23
2.6.1 DIAGRAMA DE CAUSA EFEITO................................................................25
2.7 SISTEMA DE FREIO.......................................................................................25
2.7.1 FLUIDO DE FREIO......................................................................................26
2.8 GERENCIAMENTO RESÍDUO SÓLIDO........................................................26
3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................28
3.1 MATERIAIS....................................................................................................28
3.2 MÉTODOS.....................................................................................................29
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................32
5 CONCLUSÕES.................................................................................................35
6 REFERÊNCIAS................................................................................................36
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda o tema a gestão ambiental, avaliada pela
ferramenta de KAIZEN, na visão do engenheiro ambiental como proposta de
reutilização de óleo fluído de freio no processo de fabricação de sistemas de freios,
onde se pontua que para ter destaque no mercado consumidor e satisfazer o cliente,
o Sistema de Gestão Ambiental – SGA, tem se mostrado como uma ferramenta
interessante para as empresas, tanto no segmento comercial quanto industrial.
Segundo Sell (2006), a gestão ambiental consiste em gerir, controlar e
conduzir os processos de produção de bens e de prestação de serviços de modo a
preservar o ambiente físico (água, ar, solo, fauna, flora e os recursos naturais). Isso
implica em redução de impactos gerados por produtos ao longo de todo o seu ciclo
de vida e por todos os processos envolvidos, com medidas técnicas e
organizacionais.
Considera-se, então, que atuar de maneira ambientalmente responsável é,
principalmente hoje, um diferencial entre as empresas no mercado. Em breve, este
diferencial se tornará um pré-requisito, e quanto antes às empresas perceberem
esta nova realidade, maior será a chance de se manterem no mercado
(GUTBERLET, 1996).
A adoção do SGA pelas empresas pode trazer benefícios referentes a ganhos
de mercado e a redução de custos, gerando assim não só uma melhora no
desempenho ambiental, como também no desempenho financeiro das empresas
(ALBERTON e COSTA Jr., 2004). Esta possibilidade também é considerada por
Reis (2002), o qual desenvolve um modelo em que o desempenho financeiro está
diretamente relacionado ao desempenho ambiental, de modo que quando uma
empresa é detentora de um SGA eficiente pode ocorrer uma redução dos custos
baseada na diminuição/eliminação dos desperdícios, podendo ocasionar uma
melhora na imagem da empresa, e um possível aumento da receita, o que propicia
reinvestimento no Sistema de Gestão Ambiental, efetuando-se assim uma melhoria
contínua do desempenho ambiental.
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Este trabalho demonstra a importância do Sistema de Gestão Ambiental, de
forma a responder ao seguinte problema: Como posso utilizar o SGA em uma
atividade de um processo produtivo e eliminar o gargalo de desperdício de óleo
fluído de freio?
Em resposta ao problema do projeto de pesquisa, ficou definido que o
Objetivo principal é de demonstrar através de um estudo de caso, melhoria no
desperdício de fluído de freio no processo de produção. Para os três (03) objetivos
específicos definiu-se em Destacar a relevância da implantação do SGA nas
empresas; Contextualizar políticas de gerenciamento acerca do SGA; Aplicar
ferramenta KAIZEN para avaliação e melhoria contínua na qualidade do processo da
produção sistema de freios.
A escolha deste objeto de pesquisa está baseada na experiência profissional
da autora deste trabalho. A mesma desempenhou suas atividades profissionais em
uma empresa do pólo de duas rodas entre 2012 e 2014, e dentre as atribuições
laborais estava o gerenciamento das normas ambientais nos processos industriais.
Baseado, portanto, no cumprimento da legislação ambiental, ocorreu a idéia do
desenvolvimento de um projeto de reutilização do óleo utilizado como fluído de freio.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CONCEITUANDO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E RESPONSABILIDADE
AMBIENTAL
No mundo considerado desenvolvido, a preocupação com o processo de
conciliar o desenvolvimento com a qualidade ambiental iniciou-se na década de 60.
Um dos principais trabalhos dessa época foi divulgado pelo chamado Clube de
Roma1, que pregava a idéia de que uma calamidade global só seria evitada por meio
de rápidas e vigorosas ações para impedir o crescimento populacional e da redução
drástica das atividades industriais baseadas no consumo de recursos naturais,
chegando inclusive a estimar um tempo de quatro gerações para esse evento
catastrófico. Essas teses neomalthusianas foram, em grande parte, popularizadas
por um relatório preparado para o Clube de Roma denominado Limites do
crescimento, cujo texto ficou conhecido como “Relatório Meadows” (SANTOS, 2000).
O foco principal da economia criada pelo homem consiste no acesso a bens e
serviços (utilidades), criados pela natureza ou oferecidos pelo sistema industrial.
Neste sentido, é necessário estabelecer dois entendimentos básicos acerca de
crescimento econômico2 e desenvolvimento econômico (FURTADO, 2003). Uma
importante observação a respeito da sustentabilidade é feita por Cavalcanti (1995)
apud Santos (2000) onde ele acrescenta que:
O processo econômico não se auto-sustenta, pois ele não existe em um vácuo nem se dá isoladamente em relação ao meio ambiente no qual repousa. Dessa maneira, qualquer mudança na ordem natural desse meio ambiente pode acarretar alterações de caráter muitas vezes inesperado e irreversível, comprometendo a saúde do subsistema econômico, fortemente dependente do equilíbrio do sistema ambiental.
Ainda de acordo com esse autor, tem-se:
1 O Clube de Roma é um grupo de pessoas ilustres que se reúnem para debater um vasto conjunto
de assuntos relacionados a política, economia internacional e, sobretudo, ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. 2 Crescimento econômico significa o acesso e acumulação de materiais físicos e financeiros
(FURTADO, 2003).
15
O conceito de sustentabilidade equivale à ideia de manutenção de nosso sistema de suporte da vida. Ele se traduz em um comportamento que procura obedecer às leis da natureza. Basicamente, trata-se do reconhecimento do que é biofisicamente possível, em uma perspectiva de longo prazo (CAVALCANTI, 1995 apud SANTOS, 2000).
Observa-se ainda dentro deste ensaio que o alcance das premissas
estabelecidas para o estabelecimento do desenvolvimento sustentável através dos
instrumentos abaixo descrito é na prática um grande desafio. “Afinal, o conceito de
sustentabilidade sugere um contínuo legado inter e intrageracional, exigindo um
esforço permanente para conseguir avanços também permanentes na capacidade
de utilizar e conservar os recursos naturais e de atender aos novos desafios da
sociedade (SANTOS, 2000).
A conceituação de desenvolvimento sustentável é antiga, tanto que a primeira
vez que uma definição bem elaborada surgiu, [...] produzido pela Comissão
Brundtland, ou “Rio-92” que desenvolveu um relatório chamado “Nosso Futuro
Comum” (DIAS, 2010), comissão esta que será abordada mais à frente, o relatório
define o que seria o desenvolvimento sustentável:
Procura estabelecer uma relação harmônica do homem com a natureza, como centro de um processo de desenvolvimento que deve satisfazer às necessidades e às aspirações humanas. Enfatiza que a pobreza é incompatível com o desenvolvimento sustentável e indica a necessidade de que a política ambiental deve ser parte integrante do processo de desenvolvimento e não mais uma responsabilidade setorial fragmentada, (DIAS, 2010).
O conceito de desenvolvimento sustentável pode proporcionar vários
objetivos que visam crescimento, igualdade, ética profissional e ambiental, cultura,
conscientização, educação, responsabilidade social, entre outros. “Sustentabilidade
significa a possibilidade de se obterem continuamente condições iguais ou
superiores de vida para um grupo de pessoas e seus sucessores em todo
ecossistema” (CAVALCANTE, 2003).
Não muito longe do conceito de desenvolvimento sustentável, o conceito de
responsabilidade ambiental seria uns dos pontos primordiais para a obtenção do
desenvolvimento sustentável, a responsabilidade ambiental envolve diretamente a
16
educação ambiental, onde a responsabilidade é criada por meio da educação
fundamental do envolvimento social e da relação com o meio.
Conforme Sauvé (2005):
A educação ambiental não é, portanto, uma ‘forma’ de educação (uma ‘educação para...’) entre inúmeras outras; não é simplesmente uma ‘ferramenta’ para a resolução de problemas ou de gestão do meio ambiente. Trata-se de uma dimensão essencial da educação fundamental que diz respeito a uma esfera de interações que está na base do desenvolvimento pessoal e social: a da relação com o meio em que vivemos, com essa ‘casa de vida’ compartilhada. A educação ambiental visa a induzir dinâmicas sociais, de início da comunidade local e, posteriormente, em redes mais amplas de solidariedade, promovendo a abordagem colaborativa e crítica das realidades socioambientais e uma compreensão autônoma e criativa dos problemas que se apresentam e das soluções possíveis para eles.
Os conceitos de responsabilidade ambiental são muito utilizados pelas
organizações como novas bases de negócios e de idéias, “a empresa estabelece
uma responsabilidade ambiental por processos e produtos que envolvem um
relacionamento diferente, [...] no que se refere à prevenção da poluição, à
minimização dos resíduos e à proteção dos recursos naturais” (Sanches, 2000).
Responsabilidades essas que são desenvolvidas pelas empresas muitas vezes em
longo prazo, priorizando também as gerações futuras.
Isso porque a proposta norteadora acerca do desenvolvimento sustentável
está em propiciar uma política que atue nas causas da degradação ambiental por
meio de uma abordagem preventiva, e para que isto ocorra exige-se um
aperfeiçoamento dos processos produtivos das organizações para que estes se
tornem mais eficientes, considerando-se os insumos, a produção, os produtos e o
mercado.
2.2 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL NO ASPECTO TECNOLÓGICO
Há mais de cinqüenta anos, definiu responsabilidade social como a obrigação
do homem de negócios de adotar orientações, tomar decisões e seguir linhas de
ação que sejam compatíveis com os fins e valores da sociedade. Desde então,
17
pôde-se perceber um aumento da conscientização a respeito da necessidade das
organizações assumirem papéis mais amplos perante a sociedade (Machado, 2006).
De acordo com Gaspar (2007) tem-se que:
A origem do conceito remonta aos fins da década de 60, quando há a insurgência de movimentos sociais (pacifistas, feministas, raciais, de direitos humanos e ambientalistas) que passam a, sistemática e organizadamente, exercer pressão sobre as grandes empresas, exigindo que respondam pelas consequências diretas de suas atividades. Nos anos que se seguem, nas décadas de 70 e 80, ocorre o nascimento e fortalecimento de vários grupos organizados da sociedade civil, ou, como hoje denominamos: Terceiro Setor. Neste mesmo período, por um lado, se intensificam os processos de transnacionalização de diversas empresas, o que causa impactos e conflitos culturais significativos em vários países, e, por outro lado, os governos começam a perder espaço como principais provedores do “bem-estar” social.
Este ganhou mais visibilidade e forte agravo na sociedade diante das
expectativas da comunidade internacional quanto à forma de atuação das empresas
em relação aos direitos humanos, relações trabalhistas e ao meio ambiente. O
movimento sindical, por exemplo, vem cobrando das empresas que assumam
compromissos públicos quanto ao cumprimento de direitos trabalhistas e o respeito
aos trabalhadores de maneira geral (DIEESE3, 2013).
Rosa, Nass e Pacheco (2009) descrevem:
A preocupação com a proteção do meio ambiente está em crescente debate mundial, traduzindo-se com vários movimentos sociais, uma mudança de cultura, que caracteriza uma nova postura do setor privado no lançamento de produtos ou serviços e na sua revisão nos processos de produção com a fabricação de produtos que não agridam a natureza e não se tornando uma ameaça para as gerações futuras.
Ainda de acordo com os autores temos:
A primeira manifestação internacional organizada em prol do meio ambiente foi o Business Council for Sustentable Development (grupo
3 Departamento Intersindical de Estudos Sócio-econômico: Geralmente faz pesquisas de custos (de
vida) e salários, avaliando inclusive o poder aquisitivo da população.
18
de trabalho formado pela iniciativa privada mundial, participante da Conferencia Internacional do Meio Ambiente realizada em 1992 no Rio de Janeiro), com o objetivo de influenciar discussões técnicas e políticas mostrando a opinião pública nas iniciativas implementadas pelas empresas (ROSA, NASS; PACHECO, 2009).
Paralelamente a está situação pontua-se ainda que a revolução tecnológica
“vilã ou heróica”, de certo modo esse período foi caracterizado por uma grande
transformação tecnológica em aceleração e sem precedentes, o mundo moderno em
que se vive, não conseguiria “sobreviver” sem os subsídios que a tecnologia nos
proporciona. Castells (2006) afirma que essa revolução de fato foi um grande
aumento repentino e inesperado de aplicações tecnológicas que possibilitaram a
transformação dos processos de produção criando enxurradas de novos produtos.
Começando assim, um grande conflito com o meio natural.
Segundo os historiadores, houve pelo menos duas revoluções industriais: a primeira começou pouco antes dos últimos trinta anos do século XVIII, caracterizada por novas tecnologias como a máquina a vapor, a fiadeira, o processo Corte em metalúrgica e, de forma mais geral, a substituição das ferramentas manuais pelas máquinas; a segunda, aproximadamente cem anos depois, destacou-se pelo desenvolvimento da eletricidade, do motor de combustão interna, de produtos químicos com base científica, da fundição eficiente de aço e pelo início das tecnologias de comunicação, com a difusão do telégrafo e a invenção do telefone (CASTELLS, 2006).
Em cada uma das revoluções industriais explanadas, destacam-se pelo
menos duas características proporcionalmente ligadas com a degradação do
planeta: na primeira revolução destaca-se a máquina a vapor, responsável pela
poluição do ar, na segunda revolução tecnológica destaca-se o motor de combustão
interna, e de produtos químicos com base científica.
Essas tecnologias desenvolvidas para a melhoria da humanidade e
aperfeiçoamento dos processos produtivos foram de certa forma um grande passo
para o avanço do planeta. Um marco importantíssimo para o progresso. Contudo,
um desenvolvimento repentino, inesperado e simplesmente desordenado. Alguns
podem até comentar sobre efeitos positivos que a tecnologia proporcionou como a
qualidade de vida, aumento considerável da expectativa de vida, mas esquecem que
isso só levará a acumulação da população em um planeta finito (ROHDE, 2003).
2.3 GESTÃO AMBIENTAL
19
O termo gestão ambiental é bastante abrangente. Ele é frequentemente
usado para designar ações ambientais em determinados espaços geográficos, como
por exemplo: gestão ambiental de bacias hidrográficas; gestão ambiental de parques
e reservas florestais; gestão de áreas de proteção ambiental; gestão ambiental de
reservas de biosfera e outras tantas modalidades de gestão que incluam aspectos
ambientais.
Gestão Ambiental, segundo Kraemer (2004), é um aspecto funcional da
gestão de uma empresa que desenvolve e implanta políticas ambientais. É o
conjunto de diretrizes e atividades administrativas e operacionais, tais como
planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o
objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, que reduzindo ou
eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando
que eles surjam.
A expressão gestão ambiental aplica-se a uma grande variedade de iniciativas relativas a qualquer tipo de problema ambiental. Na sua origem estão as ações governamentais para enfrentar a escassez de recursos [...] Com o tempo, outras questões ambientais foram sendo consideradas por outros agentes e com alcances diferentes e, atualmente, não há área que não seja contemplada. (BARBIERI, 2004).
De acordo com Andrade et al. (2003): “o conceito de gestão ambiental não
apresenta ainda um significado stricto sensu”. No entanto, algumas organizações, ao
implementarem um sistema de gestão ambiental, têm utilizado diretrizes que
representam a postura de comunidades ambientalistas e organizações
internacionais, tais como as sugeridas pelos Princípios Valdez, pela Comissão
Brundtland e pela Agenda 21.
Os modelos de gestão ambiental empresarial decorrentes dessa visão se
apoiam em três critérios de desempenho: eficiência econômica, qualidade social e
respeito ao meio ambiente, os quais devem ser considerados simultaneamente em
qualquer proposta.
2.4 GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL
20
Segundo Kraemer (2004), o desempenho ambiental satisfatório tem sido
buscado por um número cada vez maior de empresas preocupadas com o
gerenciamento dos assuntos pertinentes ao meio ambiente. Por meio de sistemas
de gestão ambiental as organizações empresariais investem em ações para um
desenvolvimento sustentável, estudos sobre ciclo de vida dos produtos e processos,
geração, controle e tratamento de resíduos, consumo de recursos naturais e a
questão do passivo ambiental.
Assim, para que uma empresa passe a realmente trabalhar com gestão ambiental deve, inevitavelmente, passar por uma mudança em sua cultura empresarial; por uma revisão de seus paradigmas. Nesse sentido, a gestão ambiental tem se configurado como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento. (KRAEMER, 2004).
De acordo com Dashesfsky (2003), [...] deve-se encontrar maneiras de
minimizar os poluentes, usar recursos renováveis e reduzir os riscos para a saúde
de indivíduos e comunidades. Os acionistas e membros da diretoria têm como
compromisso sustentar tais princípios na gestão organizacional.
Dentro desse contexto pontua-se que as organizações, seguindo os preceitos
estabelecidos pela Comissão Brundtland, devem gerar desenvolvimento que
satisfaça às necessidades da geração presente, sem comprometer a capacidade
das gerações futuras de suprir suas necessidades. A comissão critica ainda o risco
do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos
ecossistemas, apontando a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e
os padrões de produção e consumo vigentes.
Seguindo o estabelecido na Agenda 21, as organizações devem assumir o
compromisso e o desafio de internalizar conceitos de desenvolvimento sustentável à
sua gestão. Em um conceito mais amplo, portanto, gestão ambiental significa
incorporar à gestão estratégica da organização princípios e valores que visem ao
alcance de um modelo de negócio focado no desenvolvimento sustentável, tal
conceito pode ser verificado por Donaire (2009) ao apresentar que:
Gestão Ambiental significa incorporar a temática ambiental ao planejamento estratégico e operacional da entidade, compatibilizando os objetivos ambientais aos demais objetivos da organização. Tal processo deve estabelecer as atividades a serem desenvolvidos, seus objetivos, a sequência ente tais atividades e os responsáveis pela execução das mesmas.
21
Vale ressaltar que este processo deve buscar a melhoria contínua, tendo seu
escopo ampliado com o transcurso do tempo na construção de elementos
fundamentais para alcançar vantagens competitivas.
Logo, para Tachizawa (2002):
A gestão ambiental e a responsabilidade social, enfim, tornam-se importantes instrumentos gerenciais para capacitação e criação de condições de competividade para as organizações, qualquer que seja seu segmento econômico.
A gestão ambiental, segundo Epelbaum (2004), pode ser entendida como a
parte da gestão empresarial que cuida de identificação, avaliação, controle,
monitoramento e redução dos impactos ambientais a níveis pré-definidos, a gestão
ambiental abrange o conjunto de políticas e práticas administrativas e operacionais
que levam em conta a proteção do meio ambiente por meio da eliminação ou
mitigação de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento,
implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação de empreendimentos
ou atividades, incluindo - se todas as fases do ciclo de vida do produto.
Entretanto, segundo Barbiere (2004), as preocupações ambientais das
empresas não são espontâneas, senão influenciadas por três grandes conjuntos de
forças que se interagem reciprocamente: o governo, a sociedade e o mercado. A
empresa recebe pressões dos diversos agentes, mas também influencia o meio,
seja pela poluição e degradação, seja pela adoção de medidas de controle e
promoção ambiental. Neste sistema, o dinamismo e a sinergia dificultam que se
defina: qual é a força de ação e qual a força de reação (Fig. 1).
Figura 1 - Gestão ambiental empresarial – Influências
22
Fonte: Barbieri, 2004
Ao considerar a gestão ambiental no contexto empresarial, percebe-se de
imediato que ela pode ter uma importância muito grande, inclusive estratégica. Isso
ocorre porque, dependendo do grau de sensibilidade para com o meio ambiente
demonstrado e adotado pela alta administração, já pode perceber e antever o
potencial que existe para que uma gestão ambiental efetivamente possa ser
implantada.
As organizações podem desenvolver seu próprio modelo de gestão ambiental
ou ainda se valer dos diversos modelos genéricos que se encontram disponíveis no
mercado. Esses modelos, embora representem de modo simplificado a realidade
empresarial, permitem orientar as decisões sobre como, quando, onde e com quem
abordar os problemas ambientais e como essas decisões e relacionam com as
demais questões empresariais.
A implantação de um sistema de gestão ambiental poderá ser solução para uma empresa que pretende melhorar a sua posição em relação ao meio ambiente. O comprometimento hoje exigido às empresas com a preservação ambiental obriga mudanças profundas na sua filosofia, com implicações diretas nos valores empresariais, estratégias, objetivos, produtos e programas. (KRAEMER, 2004).
O sucesso das atividades industriais, atualmente, está ligado ao fato da
existência de um SGA. Uma indústria preocupada com questões ambientais se torna
mais lucrativa, pois possui vantagens competitivas ao se precaver contra possíveis
problemas ecológicos. Um SGA deve possuir os instrumentos necessários para
implementação e incorporação pela empresa da política ambiental, a qual deve
23
atender a legislação vigente e levar em consideração o planejamento e medidas
práticas para operacionalização, monitoramento e controle.
2.5 A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL
No Brasil a organização que mais tem promovido os conceitos de
responsabilidade social é o instituto ETHOS, que promove a adoção de ferramentas
e normas que certificam tais atos, dentro desse contexto tem-se as normas ISO
14000 tem como objetivo geral “fornecer assistência para as organizações na
implantação ou no aprimoramento de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)”
(REIS, 1996).
Para Seiffert, 2007 as normas da série ISO 14000 apresentam uma
importante função dentro do contexto micro, em nível organizacional, e
particularmente a ISO 14001, que reside no fato de que estabelece uma base
comum para a gestão ambiental eficaz no mundo inteiro, sendo aplicável a
organizações com os mais variados perfis.
Esta ISO destaca cinco pontos básicos: implementar, manter e aprimorar um
Sistema de Gestão Ambiental; assegurar-se de sua conformidade com sua política
ambiental definida; demonstrar tal conformidade a terceiros; buscar
certificação\registro do seu Sistema de Gestão Ambiental por uma organização
externa; realizar uma auto avaliação e emitir auto declaração de conformidade com
esta norma.
A série de Normas ISO-14000, em particular a Norma para Sistema de
Gestão Ambiental ISO-14001, tem sido amplamente estudada e implementada tanto
em empresas privadas como em empresas públicas. A Norma ISO-14001 foi
oficialmente publicada em setembro de 1996 e até então tem conquistado as
organizações, acenando com o mesmo sucesso ou talvez até maior do que a Série
de Normas ISO-9000, voltadas para o Sistema de Gestão da Qualidade.
A ISO-14001 é a mais conhecida da série, por ser a única norma certificável.
É uma norma de utilização voluntária e que pode ser utilizada para implantação do
SGA, quer seja na busca da certificação, reconhecimento por um órgão certificador
ou simplesmente para uma auto declaração de que possui um SGA implantado no
24
modelo da referida norma. O intuito da ISO-14001 é que a organização estabeleça
um Sistema de Gestão Ambiental.
A norma proporciona as indicações necessárias, descreve as ferramentas
disponíveis, prevê a avaliação da organização ou empresa, utilizando como
ferramenta as auditorias ambientais e os critérios de avaliação do desempenho
ambiental da organização (LORA, 2002).
2.6 KAIZEN
Segundo Simões (2006), o processo de melhoria contínua é uma filosofia
básica na aquisição da excelência de produtos e processos. O termo em Japonês
para melhoria contínua é KAIZEN: KAI “mudança” e ZEN “melhor”, ou seja, mudar
para melhor.
Segundo Rother e Shook (2003), há dois níveis de KAIZEN:
Kaizen de fluxo: ou sistema, que enfoca no fluxo de valor, dirigido ao
gerenciamento;
Kaizen de processo, enfoca em processos individuais, dirigido ás equipes
de trabalho e líderes de equipes.
Figura 2 – Níveis de Kaizen
Fonte: Rother; Shook, 2003.
25
Segundo Mesquita e Alliprandini (2003) afirmam ainda que nos dias de hoje
encontra-se um dinamismo muito grande do ambiente como um todo, mercados,
clientes, técnicas e metodologias. Tudo está mudando muito rapidamente, e para
acompanhar essa transformação constante e acelerada, é essencial que se melhore
continuamente. É necessário que se crie uma cultura com base na melhoria
contínua.
Segundo Slack et al (1997), todas as operações ou processos são passíveis
de melhoramentos. Os autores afirmam que na melhoria contínua o mais importante
não é o impacto de cada melhoria, mas sim o fato de se melhorar constantemente,
sempre fazer melhoria é mais importante do que fazer apenas uma grande melhoria.
Para Moura (1997) a melhoria contínua é a busca por melhores resultados e
níveis de desempenho de processos, produtos e atividades da empresa. Ele a
coloca sendo um objetivo para ser desenvolvido culturalmente na empresa podendo
ser gerada por uma ação gerencial ou de uma sugestão de um ou vários
funcionários.
2.6.1 DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO
Em 1943 o Dr. Ishikawa criou o diagrama de causa efeito, depois nomeado de
“diagrama de Ishikawa”. Juran em 1962 batizou este diagrama com o nome de
“diagrama espinha de peixe”. Este diagrama é um conjunto de fatores de causas
com um efeito de qualidade (ISHIKAWA, 1993).
De acordo com Ishikawa (1993), estas categorias de causas são
denominadas processos. Porém, o processo não apenas refere-se ao processo de
fabricação, mas também a tudo que está entorno do processo, tais como: pessoal,
vendas, administração, política, governo, entre outros.
Para Ishikawa (1993), “processo é um conjunto de fatores de causa, precisa
ser controlado para que se obtenham bons produtos e efeitos”. Basicamente,
devem-se procurar estes fatores de causa importantes, com pessoas que operam
diretamente com este processo em comum.
2.7 SISTEMA DE FREIO
26
O sistema de freio é parte fundamental de um veículo, pois permite seu uso
adequado e seguro em condições de tráfego nas ruas e estradas. Devido a sua
importância na segurança do veículo, requisitos legais que regulamentam o seu
funcionamento e o seu desempenho são estabelecidos por vários órgãos
reguladores do tráfego de automóveis em diversos países. (KAWAGUCHI, 2005).
Portanto, segundo Limpert (1999), as principais funções de um sistema de freios
automotivo são desacelerar o veículo, em algumas situações até a parada, manter a
velocidade constante durante uma descida, ou manter o veículo estacionado após
ele estar completamente parado.
O sistema de freios automotivo funciona baseado na incompressibilidade dos
líquidos, ou seja, o tambor ou as pastilhas de freio são acionados através da
transmissão de pressão hidráulica por um líquido (fluído para freio) quando o pedal
do freio é comprimido. O fluído para freio é o “sangue vital” de qualquer sistema de
freio hidráulico. É o que faz operar adequadamente (SCHARFF,1989).
2.7.1 FLUÍDO DE FREIO
Os líquidos são usados nos sistemas de freio pelo fato de serem
incompressíveis, com a capacidade de transmitirem pressão até a roda do veículo,
através das partes do sistema, quando o pedal de freio é acionado, outras, funções
importantes de um fluído para freio são: lubrificação das peças do sistema, proteção
contra corrosão e prevenção do desgastes das partes do sistema. A maioria dos
veículos atualmente usa fluídos em conformidade com os padrões de segurança
DOT 3 e DOT 4 (HENDERSON;HAYNES, 1994), onde DOT é a designação do
Departamento de Transportes dos Estados Unidos, uma agência federal americana
que regulamenta o sistema de transporte daquele país. No Brasil, os fluídos são
normalizados através da norma ABNT NBR 9292, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas. Para efeito de correspondência de nomenclatura os líquidos para
freios tipo ABNT 3, ABNT 4 e ABNT 5 correspondem respectivamente a DOT 3, DOT
4 e DOT 5.1 e são produzidos basicamente a partir de misturas de glicóis, éteres
glicólicos e ésteres dos mesmos com ácido bórico. O tipo DOT 5 é um líquido para
freio à base de silicone, não tratado pela NBR 9292.
27
2.8 GERENCIAMENTO RESÍDUO SÓLIDO
De acordo com Zanta; Ferreira (2003), a classificação dos resíduos sólidos é
baseada em características e propriedades identificadas. A ABNT NBR 10.004/2004
classifica os resíduos de acordo com suas características físicas, químicas e
infectocontagiosas, podendo representar risco a saúde publica e ao ecossistema.
Segundo a NBR 10.004/2004, os resíduos podem ser classificados em 3
formas: resíduos classe I (Perigosos), resíduos classe II A (não inertes) e resíduos
classe II B (inertes).
Os resíduos classe I (Perigosos), são aqueles que apresentam características
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade ou patogenicidade
(ZANTA;FERREIRA, 2003).
Os resíduos de classe II A (não inertes) apresentam as seguintes
características: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilização em água, ou
seja, não se enquadram na classe I ou na classe II B. (ABNT NBR 10.004, 2004).
Já os resíduos classe II B (inertes), possuem as características próprias não
oferecendo riscos a saúde humana e a meio ambiente (ZANTA;FERREIRA, 2003).
28
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Com base em Gil (1999), pesquisa básica gera conhecimentos novos úteis
para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e
interesses universais. Estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades,
entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um
órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e
detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo.
Este tópico visa comunicar os materiais utilizados pela autora da pesquisa e
análise dos mesmos, bem como oferecer subsídios para a conclusão do estudo.
Onde foram feitas a análise dos dados, sua interpretação e discussões que foram
conjugadas através de texto e apresentados os métodos separadamente. Os
resultados foram agrupados e ordenados de maneira conveniente através de
gráficos.
3.1 MATERIAIS
Este trabalho foi realizado durante o 2° semestre de 2014, em uma empresa
de médio porte na cidade de Manaus tendo como objeto metodológico utilizar a
ferramenta de KAIZEN e ainda aplicar os conhecimentos de engenharia adquiridos
em meio acadêmico na empresa em que foi realizado um acompanhado profissional
ao longo de dois anos, em atividades de concepção, implementação, utilização e
manutenção de unidades de produção através do Sistema de Gestão Ambiental.
Assim, foram realizados nas seguintes fases:
29
A primeira fase, uma revisão bibliográfica, com o objetivo de se obter uma
visão panorâmica sobre os problemas, desafios e avanços em torno da ferramenta
KAIZEN.
A segunda fase com acompanhamentos diários para levantamento,
interpretação e fechamento mensais dos dados; O estudo foi realizado em uma
empresa japonesa instalada no Pólo Industrial de Manaus para execução e prática e
ainda utilização do SGA como projeto piloto, de maneira a demonstrar seus
benefícios e também as dificuldades encontradas desde início do processo até sua
estabilização.
3.2 MÉTODOS
Figura 3 - Ferramentas KAIZEN: Diagrama de Ishikawa
Fonte: Autora, 2015.
A metodologia deste projeto desenvolveu-se por meio da ferramenta KAIZEN
utilizando o diagrama de Ishikawa. Esta metodologia dividiu-se em 6 etapas:
Na primeira etapa deste processo metodológico trata-se do método, verificou-
se através do comparativo com o padrão de instrução de trabalho que o método
obedece todos os procedimentos padrão de produção.
30
Em sua segunda etapa deste processo metodológico, descreve a máquina
onde foram avaliados pelo responsável do setor no desenvolvimento do processo
(berços com folga, durabilidade das vedações e manutenção corretiva e preventiva)
gerando problemas em outros itens do processo.
Já na terceira etapa trata-se do material O fluido de freio é o meio pelo qual é
transformada a força aplicada no pedal do freio em força hidráulica para
acionamento do freio nas rodas. O fluído utilizado neste processo é o DOT 4, cuja
sua função é suportar situações de alta temperatura, compressão a ser compatível
com os selantes utilizados para não colocar em risco a eficiência é segurança na
frenagem.
Em sua quarta etapa, avaliação através no Quadro de Qualificação
Profissional - QQP que a mão de obra do setor foi treinada para atender os
parâmetros de produção exigidos para a execução das tarefas que compõem o
processo de fabricação do freio.
Na quinta etapa, da medida, atendimento dos parâmetros de volume para
abastecimento do fluído e reposição conforme padrão de instrução de trabalho
baseado no manual do fabricante.
Na sexta e última etapa, trata-se do meio ambiente, a peça é sangrada
manualmente, em caso de falhas e danos no processo é reaberto o parafuso
sangrador retirando o fluído de freio junto com as bolhas e despejado para tubulação
até que todo o ar seja eliminado através do sugador (toda vez que esse processo é
realizado temos perda de fluído de freio em bom estado), após este sangramento
inicia-se a abertura novamente da torneira até que o fluído de freio seja completado
no tanque reservatório.
Figura 4 - Demonstrativo do processo de produção antes da inserção do sistema de filtragem.
31
Fonte: Autora, 2015.
Levando em consideração o que foi anteriormente supramencionado, a
empresa, preocupada em minimizar os desperdícios e impactos ambientais,
implantou uma metodologia de melhoria contínua com base nos princípios do SGA.
As perdas de fluído de freio geradas durante o processo, será ré-utilizada,
através de um sistema de filtragem na entrada e saída, passando por etapas de
filtragem. Desta forma, eliminando o eventual risco de contaminação, ou seja,
haverá a possibilidade de aproveitamento, conforme fig (5).
Figura 5 - Demonstrativo do processo de produção após inserção do sistema de filtragem
32
Fonte: Autora (2015).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados apresentados foram muito eficientes, a melhoria do desperdício
de óleo fluído de freio no sistema produtivo, onde foi constatado que na proposta
não foi diferente aos dados que apontaram vertiginosa redução de desperdício, entre
outras reduções. Como pode-se verificar nos gráficos 1, 2 e 3.
Gráfico 1 - Consumo de bombonas de fluído de freio.
112138
104
143154
73
20
13
12
710
7
112
138
104
143 154
73
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
JUL AGO SET OUT NOV DEZ
NÃO PLANEJADO -QTD. BOMBONAS
REAL (QTD. BOMBONAS)
PLANEJADO (QTD. BOMBONAS)
Qu
an
tid
ad
es
Meses
33
Fonte: Autora, 2015.
a) Foi realizado cálculo da diferença entre as bombonas de fluído de freio não
planejadas pelas bombonas planejadas;
BnPt – BPt = Bd
793-724 = 69
BnPt =Total de bombonas não planejadas
BPt =Total de bombonas planejadas
Bd =Bombonas desperdiçadas
Observa-se a partir do gráfico 1, o consumo de bombonas de fluído de freio
utilizado no processo de sistema de freio no segundo semestre de 2014, foi maior do
que o planejado.
Gráfico 2 - Custo com destinação final do resíduo fluído de freio
40
0
26
0
24
0
14
0 20
0
14
0
R$ 180,00
R$ 117,00 R$ 108,00
R$ 63,00
R$ 90,00
R$ 63,00
R$ -
R$ 20,00
R$ 40,00
R$ 60,00
R$ 80,00
R$ 100,00
R$ 120,00
R$ 140,00
R$ 160,00
R$ 180,00
R$ 200,00
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
JUL AGO SET OUT NOV DEZ
LITROS DE ÓLEOS DESCARTADOS
VALOR R$Qu
an
tid
ad
es
Meses
34
Fonte: Autora, 2015.
a) Calculou-se o custo por remoção de fluído de freio (em litros), através do
contrato firmado com empresa terceirizada.
Sabendo que o custo por litro de remoção = R$ 0.45 (quarenta e cinco
centavos)
Temos: 1.380 litros de fluído de freio descartados
LoDt X CrLt = CroD t
1380 X 0,45= 621(seiscentos e vinte um reais)
LoDt =Total de litros de fluído de freio descartados
CrLt =Total de custo de remoção por litro
VoD t =Custo total de remoção de fluído descartados
Observa-se a partir do gráfico 2, gera um descarte de 1.380 litros de fluído de
freio durante o segundo semestre de 2014. A eliminação do desperdício fluído de
freio no processo de sistema de freio caracterizou uma economia de R$ 621,00
(seiscentos e vinte um reais), representando assim um ganho ambiental e
econômico.
Gráfico 3: Viabilidade econômica
R$
59
.40
0,0
0
R$
67
.95
0,0
0
R$
52
.20
0,0
0
R$
67
.50
0,0
0
R$
73
.80
0,0
0
R$
36
.00
0,0
0
R$ 50.400,00
R$ 62.100,00
R$ 46.800,00
R$ 64.350,00
R$ 69.300,00
R$ 32.850,00
R$ -
R$ 10.000,00
R$ 20.000,00
R$ 30.000,00
R$ 40.000,00
R$ 50.000,00
R$ 60.000,00
R$ 70.000,00
R$ 80.000,00
R$ 90.000,00
JUL AGO SET OUT NOV DEZ
BOMBONAS NÃO PLANEJADAS
BOMBONAS PLANEJADAS
Meses
35
Fonte: Autora, 2015.
a) Com base de dados do gráfico 1, podemos observar no gráfico 3 a viabilidade
econômica;
CBnPt – CBPt = CBd
R$ 356.850,00 – R$ 325.800,00 = R$ 31.800,00 (trinta e um mil e
oitocentos reais)
CBnPt = Custo total de bombonas não planejadas
CBPt =Custo total de bombonas planejadas
CBd t = Custo total de bombonas desperdiçadas
Observa-se no gráfico 3, que houve a redução de custos de
aproximadamente R$ 31.800,00 (trinta e um mil e oitocentos reais).
5 CONCLUSÕES
Ao final deste estudo, conclui-se que pelas análises demonstradas como é
ampla e perfeitamente aplicável as ferramentas do Sistema de Gestão Ambiental -
SGA em todos os processos da empresa e que é possível tornar essa cultura uma
prática para melhoria do desempenho das áreas dentro da organização.
Ao implementar o SGA no processo metodológico deste trabalho de pesquisa,
notou-se que não há visão geral que é este sistema em funcionamento em uma
organização. O estudo apresentado é apenas o registro das atividades realizadas
em um projeto de implantação do SGA.
36
O KAIZEN foi a principal ferramenta para gerenciar o processo de mudança,
que por meio da aplicação e execução, conclui-se ainda que as oportunidades para
minimizar os desperdícios e impactos ambientais realmente agrega valor nos
processos produtivos.
Os resultados após a implantação do KAIZEN conclui-se também que a
otimização e redução de desperdícios de fluído de freio é de 1.380 litros.
Além dos resultados ambientais, tivemos os resultados financeiros e
econômicos no valor de R$ 32.421 (trinta e dois mil e quatrocentos e vinte um reais),
que traz consequentemente a valorização do processo e a valoração ambiental na
internalização de uma externalidade.
Para fechamento da aplicação deste projeto, destacamos a melhoria contínua
no processo considerado essencial dentro de qualquer organização que requer
comprometimento de todos, porém, não exige grandes conhecimentos técnicos para
que possa ser realizada. Elementos simples e eficientes com uma visão ambiental
demonstrando que é possível a todas as organizações sua aplicação obtendo
resultados satisfatórios.
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