Degustação
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R o b s o n P i n h e i r opelo espírito Ângelo Inácio,
agora em nova edição,inteiramente revista.
casadosespiritos.com
l a n ç a m e n t o
Sumário
Apresentação, ix O encontropor Robson Pinheiro
Prefácio, xvEncontro com a vidapor Ângelo Inácio
O livro da vida, xixpor Alex Zarthú, o Indiano
Prólogo, 22Peregrina do tempopor Joana Gomides
1Novas observações, 30
2A caravana, 38
3A morte e o morrer, 50
4Na Casa de Oração, 60
5A noite da alma, 72
6Vampirismo, 86
7Pesadelo, 96
8Terapia espiritual, 108
9Recordações do passado, 120
1oA visita de Paulo, 140
11Conversa íntima, 154
12Lágrimas, 160
13Novo nascimento, 172
14Shalom, 180
15Dores e paixões, 188
16Comunidade gospel, 206
17A teoria da incerteza, 228
18Preliminares, 236
19Reencarnação e vida, 248
20O passado ressurge, 260
21Entre o aqui e o Além, 272
22
Nasce uma estrela, 284
23
, 290
Epílogo, 296
Retrato de uma vida
por Joana Gomides
2A caravana
Eu o procurava.
Mas não o encontrando a minha volta,
mais e mais eu errava, por ruas, caminhos e atalhos.
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Nossos preparativos terminaram. Exercícios de menta-
lização e alguns estudos em relação à tarefa que teríamos
pela frente eram, na verdade, o que precisávamos.
Uma preparação íntima. Não poderíamos de forma
alguma deixar que nossos posicionamentos interferissem
no trabalho. Eu, particularmente, era apenas um estu-
dante, e não seria permitido que minhas observações, se
fossem impróprias, interferissem. Deveria estar prepara-
do intimamente.
Era intensa a movimentação de nosso lado. Muitos es-
píritos queriam participar da caravana, mas outras ativi-
dades que desempenhavam os impediam no momento.
Entre as cintilações das estrelas, partimos para o plano dos
encarnados, vencendo, aos poucos, os limites vibratórios.
Muitos companheiros julgam que, pelo fato de ser-
mos espíritos, é fácil ir e vir entre os dois planos da vida.
Enganam-se. Enfrentamos dificuldades que eles estão
longe de imaginar. As criações mentais dos encarnados e
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dos desencarnados que ainda se encontram intimamente
apegados às questões grosseiras interferem de tal manei-
ra em nossas atividades que muitas vezes temos que rea-
lizar esforços imensos para anular os resultados de seus
pensamentos, antes de realizarmos alguma ação espiri-
tual. Muitos esperam que seus mortos venham ao seu en-
contro imediatamente após o desenlace físico, ignorando
as dificuldades enfrentadas por eles. Não se preparam
mentalmente, e, às vezes, suas criações mentais, seus
sentimentos e emoções descontroladas causam barreiras
difíceis de serem vencidas, pois, em nosso plano de vida,
a mente é a base de toda criação, e o sentimento dá vida e
movimento às formas fluídicas que porventura venham a
ser criadas.
A mente invigilante imprime nos fluidos uma espécie
de aura pesada, com intensificação de determinada car-
ga tóxica, causando dificuldades para os desencarnados
em suas atividades. Nesses casos, faz-se necessária a lim-
peza fluídica do ambiente extrafísico, o que nem sempre
é fácil para nós.
A imensa maioria da humanidade, desapercebida das
questões espirituais e não se importando com o controle
das fontes do pensamento, plasma constantemente for-
mas mentais negativas. A atmosfera psíquica da Terra é
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ainda muito pesada e pode dificultar muitas de nossas ati-
vidades. Como lidamos com os fluidos, a matéria mental
e a energia, vocês podem imaginar como às vezes é difícil
vencermos as barreiras vibratórias que separam os dois
planos da vida. É preciso, de acordo com a tarefa a ser
desempenhada, realizar uma espécie de varredura, com
a projeção de fluidos em alta intensidade. Para vencer-
mos o peso vibratório da matéria mental criada em torno
do ambiente terreno, é necessário às vezes recorrermos
a outras equipes de espíritos. Nem sempre se consegue
vencer totalmente as dificuldades.
Nossa caravana foi aos poucos se aproximando da
Crosta, acima da capital paulista. Baixamos nossa vibra-
ção perispiritual, vencendo momentaneamente a barrei-
ra dimensional e tornando nossa aparência mais opaca, a
fim de podermos trabalhar nos fluidos pesados da atmos-
fera terrena.
Sob o influxo do pensamento de Ernesto, volitamos
em direção ao centro da capital. A impressão que tínha-
mos é a de estar caindo, embora mais lentamente, rumo
ao solo do planeta. Pairávamos como uma pluma, mas
sentindo a força da gravidade influenciar, até certo pon-
to, em nossa volitação. Os fluidos da atmosfera pareciam
carregados de uma fuligem, de tal maneira que pesa-
42
vam em nossos corpos espirituais. Quando percebi o que
acontecia, o instrutor Ernesto convidou-me:
– Observe mais detidamente, Ângelo; veja o espaço
abaixo de nós.
Agucei as minhas percepções espirituais e, quando
fixei mais detidamente o olhar, vi algo que dificilmente
conseguirei descrever com perfeição de detalhes, devido
mesmo ao vocabulário pobre de que disponho.
Abaixo de nós, sobre a cidade, além das luzes que
avistávamos, parecia que uma teia, semelhante às de
aranha, se espalhava por regiões imensas, nos bairros e
em determinados pontos no centro da capital. Era como
uma malha finíssima de uma negritude aterradora, que
se entrelaçava sobre diversos lugares onde se aglomera-
vam os homens.
– Observe mais – falou o amigo espiritual.
Notei que, em alguns lugares, essa coisa semelhan-
te a malha estava mais intensamente envolvendo certos
prédios, ou até mesmo bairros inteiros da metrópole. Em
outros lugares, parecia desprender cargas elétricas em
variada intensidade. Outras vezes desprendia algo seme-
lhante a gás, que era absorvido por desencarnados e mes-
mo pelos encarnados.
Relâmpagos ou cintilações de energia se faziam perce-
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-
-
te imperceptíveis para os encarnados. Essas construções
Boquiaberto, ouvi a explicação do nosso mentor:
criação mental de entidades trevosas, que a alimentam
com as criações infelizes de encarnados e desencarna-
dos em desequilíbrio. Forma-se uma espécie de cúpula
energética sobre as construções dos nossos irmãos encar-
nados, a qual envolve, como vê, bairros inteiros. Conhe-
cemos casos em que toda a cidade se encontra envolvida
com tais criações.
“Homens invigilantes muitas vezes contribuem com
as mentes desequilibradas de entidades das trevas, que se
uma espécie de campo psíquico. Sugando as reservas de
energias das pessoas, essa rede faz com que sejam envol-
vidas nas próprias criações mentais, como se vivessem
numa estufa, em que os clichês criados pelos pensamen-
tos desequilibrados ganham vida própria. Sua localização
corresponde às regiões onde os espíritos […].
4
Na Casa de Oração
Fui também à igreja, mas,
com uma pedra no lugar do coração,
não me sensibilizei com as orações,
os cânticos, as pregações.
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O templo estava repleto de gente naquela noite. Era uma
casa simples, mas a construção espiritual que se justapu-
nha à do plano físico era realmente soberba, pela paz que
irradiava. Uma moderna construção se erguia em nosso
plano sobre a casa singela que era a Casa de Oração.
Os fieis se dirigiam todos ao seu lugar e, depois de
breve cumprimento aos irmãos de fé, ajoelhavam-se para
orar. Um silêncio comovedor dominava a nave da igreja.
Um certo brilho parecia refletir-se de móveis e objetos,
formando uma aura magnética, irisando o ambiente de
luzes com nuances indescritíveis.
Olhei para o nosso instrutor, e ele me socorreu:
– Não, Ângelo! Você não está numa casa espírita. Veja
como o clima de oração produz um ambiente calmo e de
energias balsamizantes. Este templo religioso é um dos
departamentos da grande escola de libertação das almas.
Como em todas as religiões, estes irmãos que aqui se reú-
nem trazem a sua contribuição para o aperfeiçoamento
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da obras do bem, na implantação do reino do amor na
face da Terra.
Apontando em direção ao púlpito, local onde o pastor
realizaria sua pregação, Ernesto indicou certa senhora,
de aparência simples, que naquele momento se ajoelha-
va para orar. Aproximamo-nos dela, e Ernesto deixou-se
trair por uma discreta lágrima, que descia de seus olhos.
– Esta é Altina Gomides, companheira muito dileta do
meu coração. Estivemos juntos em várias encarnações,
mas foi em nossa penúltima existência que estreitamos
ainda mais os laços de afeto que unem nossas almas.
“Altina foi minha mãe na existência a que me refiro.
Na época, tínhamos sob nossa tutela um espírito, disfar-
çado sob o manto familiar como irmã nossa, bem-amada.
“Nós a adotamos junto ao coração, mas ela conserva-
va-se arredia, não se integrando aos costumes familiares.
Preferia permanecer nas ruas, à cata de emoções mais
fortes e experiências menos dignas. Veio a desencarnar a
pobrezinha, colocando-se em situação difícil. Altina, que
na época se chamava Henriqueta, desencarnou mais tar-
de, vítima de doença desconhecida. Eu segui anos depois,
e nos reencontramos deste lado de cá da vida.
“Henriqueta assumiu novo corpo físico e, no tempo
devido, recebeu nossa querida Efigênia, a alma que adotá-
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ramos como irmã, naquela existência. Agora, como Joana,
escolheu caminhos difíceis, e Henriqueta, reencarnada
como Altina, faz todos os esforços para sua recuperação.
De minha parte, tento quanto posso auxiliar essas almas
queridas, com os recursos espirituais de que disponho.”
Ernesto passou as mãos nos cabelos de Altina, e esta
pareceu arrebatada a estranho êxtase, colocando-se em
prece:
e do seu sangue derramado, venho lhe agradecer, Se-
nhor, por ter libertado a minha Joana das garras da mor-
te. Mas se posso lhe pedir algo, meu Pai, é que o Senhor
só tenho ela por mim. Salve minha Joana, meu Deus, sal-
ve-a das mãos do demônio que se utiliza das drogas e do
sexo para prendê-la em suas garras. Socorro, meu Deus!
-
me, enquanto ela recebia as vibrações de Ernesto. Era
comovedora a ação da prece sentida. Ela parecia refazer
suas energias; sentia-se mais confortada.
Levantou-se da posição em que se encontrava e, as-
sentando-se, tomou a Bíblia nas mãos, enquanto Ernesto,
através de intenso magnetismo, a conduziu na leitura do
salmo 23, de Davi: […]
11Conversa íntima
Vi-me mais sensível pela experiência do sofrimento.
155
O tempo passou. Os dias em que fiquei internada na-
quela fazenda, em tratamento, pareciam uma eternidade
para mim. Até que o lugar era bonito. A clínica funciona-
va também como um retiro. Mas as coisas não foram tão
fáceis e suaves para mim. Cortar o vício da cocaína e da
heroína parecia o diabo. Nunca sofri tanto assim. Eu ha-
via perdido a esperança de ser alguém, algum dia. É pos-
sível que, se eu tivesse me esforçado, talvez conseguisse
ser alguma coisa na vida.
Mas eu estava ali; internada e recebendo tratamento
desse bando de gente estranha. Todo dia era remédio e
mais remédio. E aquela psicóloga? Quem ela pensava que
era? A revolta me dominara por completo. Eu precisava
sair dali. Mas para onde iria?
Resolvi então colocar em evidência meus próprios
métodos de me livrar dessas situações difíceis. Transfor-
mei-me num problema sério de disciplina lá na clínica.
Passei a brigar com os trabalhadores do local. Fazia pou-
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co caso do tratamento e faltava constantemente às visitas
à psicóloga. Ninguém conseguia entender a razão da mi-
nha rebeldia. Nem mesmo eu.
Com o tempo, porém, fui me cansando de minhas
próprias atitudes. Que povinho estranho! Parecia que os
tais médicos não desistiam de mim. E aquela mania de
fazer orações, de rezar e cantar? Isso de certa forma me
lembrava minha mãe e também meu pai.
Engraçado é que de uns tempos para cá comecei a so-
nhar com papai. Aquela voz mansa me chamando. Nem
sei por que estou falando nisso. Até então eu era uma pes-
soa seca. Não me comovia com nada. Nada me fazia cho-
rar. Mas em apenas dois meses ali eu abati meu orgulho.
Os sonhos com papai se tornaram cada vez mais constan-
tes, só que eu não me lembrava direito dos detalhes.
O que mais me chateava naquele lugar eram os trata-
mentos de desintoxicação. Nunca bebi tanto líquido em
minha vida. Tudo muito natural, para minha infelicidade.
Outras pessoas estavam também internadas ali. Eu
não ligava muito para elas. Que se danem, eu pensava.
Mas com o tempo fui me sentindo sozinha, e a saudade
de mamãe só agora tocava o meu peito. Foi numa dessas
noites de inverno, quando eu estava sentada na varanda
da casa de dormir, que a saudade bateu mais forte. […]
SERENIDADE. ROBSON PINHEIRO
PELO ESPÍRITO ALEX ZARTHÚ
UM CLÁSSICO EM EDIÇÃO REVISTA E AMPLIADA
NOVO PROJETO GRÁFICO | ILUSTRADO
Mergulhe de cabeça.Na sua cabeça.
Continuação
em abril
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