DiagnósticoambientalàFabrióleo:
avaliaçãodeconformidades
10Janeiro2017
DiagnósticoambientalàFabrióleo:avaliaçãodeconformidades.FCT‐UNL,Janeiro2017
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Fichatécnica
Projecto de prestação de serviços executado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia daUniversidadeNovadeLisboa(FCT‐UNL)paraaFabrióleo,combasenapropostade12Outubro2016
DiagnósticoambientalàFabrióleo:avaliaçãodeconformidades
10Janeiro2017
(completaesubstituiversõesanterioresdorelatório,de23Dezembro2016e4Janeiro2017)
Autores:JoãoJoanazdeMelo(coordenador),AntónioGalvãoeMariaJoãoFlôxoSousa.
Contactosparaefeitodoprojecto:
ProjectoFabrióleo
Email:[email protected],[email protected],[email protected]
A/c.Prof.JoãoJoanazdeMelo
DepartamentodeCiênciaseEngenhariadoAmbiente,FCT‐UNL
2829‐516Caparica
Telef.212948397(sec.DCEA);212948300x.10121(coordenador),x.10144(eq.técnica)
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Índicedematérias
Introdução ......................................................................................................................................................4 Âmbitoeobjectivos...................................................................................................................................4 Metodologiaeinformação .......................................................................................................................4
CaracterizaçãogeraldaFabrióleo.................................................................................................................5 Localização .................................................................................................................................................5 Actividades .................................................................................................................................................5 Processoprodutivo....................................................................................................................................5
Oleínas ...................................................................................................................................................5 Óleosegordurasvegetaisindustriais ..................................................................................................6 Actividadescomplementares...............................................................................................................7
Avaliaçãodecondicionanteseconformidades............................................................................................8 Ordenamentodoterritório.......................................................................................................................8
ReservaEcológicaNacional ..................................................................................................................8 ReservaAgrícolaNacional ....................................................................................................................9 DomínioPúblicoHídrico .................................................................................................................... 10
Águasresiduaisequalidadedaágua .................................................................................................... 10 Licençadedescarga ........................................................................................................................... 10 Resultadosdamonitorizaçãodoefluente ....................................................................................... 12 Efeitossobreaqualidadedaságuassuperficiais............................................................................. 13
Energiaeemissõesatmosféricas........................................................................................................... 13 Consumosenergéticos....................................................................................................................... 13 Autocontrolodasemissões ............................................................................................................... 14 Monitorizaçãodasemissõesdascaldeiras ...................................................................................... 15
Resíduos .................................................................................................................................................. 15 OperaçõesdegestãoderesíduosdesenvolvidaspelaFabrióleo ................................................... 15 Resíduosgerados ............................................................................................................................... 17
Ruído........................................................................................................................................................ 17 Requisitoslegais................................................................................................................................. 17 Monitorizaçãodoruídoambiente.................................................................................................... 17
Síntesederesultados.................................................................................................................................. 19 Recomendações .......................................................................................................................................... 20
Ordenamentodoterritório.................................................................................................................... 20 Águasresiduaisequalidadedaágua .................................................................................................... 20 Energiaeemissõesatmosféricas........................................................................................................... 20 Resíduos .................................................................................................................................................. 21
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Introdução
Âmbitoeobjectivos
O presente documento contém a análise e conclusões preliminares relativas à conformidade daFabrióleo coma legislação ambiental em vigor e as normas aplicáveis. Pretende‐se identificar, porumlado,asincompatibilidadeslegaisenormativase,poroutrolado,asimplicaçõesconcretassobreos valores protegidos. Temos em conta os objectivos de protecção dos recursos naturais, depreservaçãodezonassensíveisedeprevençãoderiscosnaturais,deformaagarantirasalvaguardadepessoasebens.
Metodologiaeinformação
Foiseguidaaseguinteabordagemmetodológica:
‐ Revisãodocumental,análisedosprocessosedocumentosfornecidospelaFabrióleo(licençasnecessáriasaofuncionamento,plantadafábrica,processosemcurso);
‐ Pedido de dados ambientais: consumos de energia, água, materiais, monitorização deemissõespoluentesatmosféricasededescargasdaETAR,análisesaoruído,dadosrelativosàproduçãoanual;
‐ Visita ao local para conhecer as instalações, observar directamente o funcionamento dafábricaedaETAReobservaroterrenoaolongodocursodoRibeirodoBomSucessoatéàRibeiradaBoaÁgua;
‐ Contactocomosgestores/técnicosdaFabrióleo(PedroGameiroeCarlosLopes);
‐ Pesquisadelegislaçãoeoutrosinstrumentosderegulaçãoaplicáveiseseucumprimento.
Foirecolhidaeanalisadaaseguinteinformaçãoemconcreto:
‐ PlanoDirectorMunicipaldeTorresNovas(PDMTN)eoutrosdocumentoslegaisrelevantes;
‐ Cadastrogeométricodapropriedaderústica,actualereferenteaoanode1968;
‐ CartografiaefotografiaaéreadazonaeplantadelocalizaçãodaFabrióleo;
‐ Processos na Câmara Municipal de Torres Novas: 673/2002 (legalização dos edifícios deapoio à fábrica), 164/2015 (regularização de remodelação de terrenos e construção delagoas), e ainda do processo 1083/2015 (regularização de construção de tanque e ETARbiológica de apoio à existente), e processo 176/2015 (reapreciação do pedido dereconhecimentodeinteressepúblicomunicipal);
‐ ProcessodopedidoderegularizaçãonoâmbitodoRERAE;
‐ CorrespondênciatrocadaentreaFabrióleoedemaisentidadesgestorasdoterritório;
‐ AutosdasinspecçõesdaIGAMAOTedocumentosanexos;
‐ LicençadeUtilizaçãodeRecursosHídricos;
‐ Títulodeexploraçãonº36158/2016‐1etítulodeexploraçãonº1983/2012;
‐ Boletinsanalíticosdeautocontrolodaságuasresiduaiseemissõesdascaldeiras;
‐ RegistosdoscaudaisdescarregadospelaETARem2016;
‐ MapaIntegradodeRegistodeResíduosde2015;
‐ Relatóriosdemediçãodosníveisdepressãosonora;
‐ Relatóriodeauditoriaenergéticaeplanoderacionalizaçãodosconsumosdeenergia.
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CaracterizaçãogeraldaFabrióleo
Localização
AsinstalaçõesdaFabrióleosituam‐senalocalidadedeCarreirodaAreia,concelhodeTorresNovas,numapropriedadecom13221m2(aáreaoriginalerade12000m2,tendosidoadquiridoumterrenocontíguo ao estabelecimento). Dessa área, 1983m2 não estão afectos à actividade. Deverá serproduzidacartografiaparaclarificaraefectivaocupaçãodosespaços.
De acordo com as informações recolhidas da consulta aos processos, a instalação industrialencontra‐se localizada parcialmente em zona industrial, e parte fora da zona industrial, em áreaclassificadanaplantadeordenamentocomo“espaçoagrícoladaRAN”.Partedas instalações—aslagoas e parte da ETARbiológica—estão emárea classificadanaplanta de condicionantes comoReserva Ecológica Nacional (REN). É ainda afectado o domínio hídrico associado ao Ribeiro doSerradinho,linhadeáguaclassificadacomoRENesujeitaaservidõesnoâmbitodoDomínioPúblicoHídrico(DPH).
Actividades
AFabrióleotemoseguintehoráriodefuncionamentodoprocessoprodutivo:
‐ Segundaasexta:08h‐18h;
‐ Sábado:08h‐17h.
Aempresadedica‐sea:
‐ Produçãodeoleínas(actividadeprincipal);
‐ Produçãodeóleosegordurasvegetaisindustriais,noâmbitodeoperaçõesdevalorizaçãoderesíduos.
AFabrióleopossuiumTítulodeExploração(nº36158/2016‐1)destinadoaoexercíciodaactividadeclassificada como 20144 – Fabricação de outros produtos químicos orgânicos de base, n.e.(fabricaçãodeoleínasapartirdepastasderefinaçãoederesíduosconstituídosporóleosegordurasalimentares),deacordocomoCódigodasActividadesEconómicas(rev.3).
Processoprodutivo
Oleínas
O processo inicia‐se pela recepção das pastas de refinação transportadas em cisternas, sendotrasfegadasearmazenadasem24reservatórios,de13m3decapacidadecada.Emcadareservatório,asoperaçõesdesenvolvidassãoasmesmas:
1. aquecimento das pastas até cerca de 80 °C, por injecção directa de vapor de água(aproximadamente30min).Ovaporéproduzidopelasduascaldeirasafuelóleo instaladas,quefuncionamalternadamente.
2. adiçãodeácidosulfúrico,numarelaçãoquevariaentre1a2%erepousodamisturaduranteum mínimo de 7h, procedendo‐se de seguida à separação das duas fases formadas peladiferença de densidade: a inferior, ácida, contém praticamente toda amatéria orgânica eimpurezas e possui já pouca gordura, sendo encaminhada para a ETAR da Fabrióleo paratratamento;afasesuperiorcontémasoleínasealgumasimpurezas.
3. lavagemdas oleínas comágua fria na relação de 5%, e novo aquecimentodamistura atécercade80°Cpormeiodeinjecçãodevapordeágua(aproximadamente10min)
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4. repouso da mistura (cerca de 30 min) e nova separação das duas fases: fase inferiorligeiramente ácida, constituída pela água de lavagem, e encaminhada para a ETAR; fasesuperior, constituída pelas oleínas e bombeada para seis reservatórios de oleínas, paraexpediçãoaocliente.
Óleosegordurasvegetaisindustriais
As gorduras vegetais industriais são fabricadas no âmbito de uma operação de valorização deresíduos (R3 – Reciclagem/recuperação de substâncias orgânicas não utilizadas como solventes),paraaqualaFabrióleoseencontraautorizada.Podemser recepcionados eutilizadosos seguintesresíduos:
• resíduosdosfundosdostanquesdasrefinariasdeóleosalimentares(LER020399)
• materiaisimprópriosparaconsumo(óleoalimentar,margarinasegorduras)(LER020304eLER020601)
• óleosalimentaresusadosdeorigemvegetal–códigoLER200125
• águasdelavagemdetanquesdenaviosedetanquesdearmazenagemetransportedeóleosegordurasalimentares(LER160799)
• gordurasresultantesdoseparadordegordurasàentradadaETARdaFabrióleo
Estes produtos são encaminhados para dois reservatórios da empresa. Em cada reservatório, asoperaçõesdesenvolvidassãosemelhantesàsdoprocessodefabricodeoleínas:
1. aquecimentodamisturaatécercade80°C,por injecçãodirectadevapordeágua,duranteaproximadamente30min.
2. adiçãodeácidosulfúrico,numarelaçãoquevariaentre1a2%erepousodamisturadurantecercade24h,procedendo‐sedeseguidaàseparaçãodasduasfasesformadaspeladiferençade densidades: a inferior, ácida, é encaminhada para a ETAR; a fase superior contém asgordurasvegetaisindustriaisealgumasimpurezas.
3. lavagem das gorduras vegetais industriais com água fria na relação de 5%, e novoaquecimento da mistura até cerca de 80 °C por meio de injecção de vapor de água(aproximadamente10min).
4. repouso da mistura (cerca de 30 min) e nova separação das duas fases: fase inferiorligeiramente ácida, constituída pela água de lavagem, e encaminhada para a ETAR; fasesuperior,constituídapelasgordurasvegetaisindustriaisebombeadaparadoisreservatórios,paraexpediçãoaocliente.
A Fabrióleo procede também à recolha de gorduras resultantes de separadores instalados emestabelecimentosderestauração(LER190809)paraofabricodegordurasvegetaisindustriais.
Umaempresadogrupoprocedeàrecolhadoconteúdodosseparadoresdegordurasexistentesnosestabelecimentosderestauração,atravésdeumhidroaspirador,transportaparaaFabrióleo,sendoestas gorduras armazenadas em 2 reservatórios. Posteriormente, este produto é aquecido edecantado,sendoafaseinferiorencaminhadaparaETARdaempresaeasuperiorencaminhadaparadoisreservatóriosparaposteriorexpediçãoaocliente.
Atabela1apresentaumasíntesedasactividadesanteriormentereferidas.
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Tabela1–Resumodacadeiaprodutivadeoleínasegordurasvegetaisindustriais
Produto Aplicação Destinofinal Matéria‐primaMatéria
subsidiáriaProdução
Oleínasvegetais
Produçãoderaçõesparaanimais(aves)eindústriaoleoquímica(cosméticos,sabões,...)
Holanda,Espanha,ReinoUnido,França,Alemanha
Pastasderefinaçãodeóleosvegetais(soja,girassol,milho,óleodebagaçodeazeitona,cártamo,entreoutros)
ÁcidoSulfúrico
60t/dia15000t/ano
Gordurasvegetaisindustriais
Indústriaoleoquímica(sabão,tintas,descofrantes),fabricodebiodieseleproduçãodeenergia
Portugal,Holanda,Espanha,ReinoUnido,França,Alemanha
Fundosdostanquesdasrefinarias(depósitos)–LER020399
Materiaisimprópriosparaconsumo(óleoalimentar,margarinas,gorduras)–LER020304eLER020601
Óleosusadosalimentaresdeorigemvegetal–LER200125
Águasdelavagemdetanquesdenaviosedetanquesdearmazenagemetransportedeóleosegordurasalimentares–LER160799
Gordurasprovenientesdaseparaçãodeóleoeáguadascaixasseparadorasdegorduras–LER190809
GordurasresultantesdoseparadordegordurasàentradadaETARdaFabrióleo
ÁcidoSulfúrico
2,5t/dia500a625t/ano
Actividadescomplementares
Como actividades complementares aos processos descritos, ou à actividade da empresa, podemlistar‐seasseguintes:
‐Recolhadeóleosusadoseprodutosimprópriosparaconsumo,provenientesdeestabelecimentos
comerciais;
‐Lavagemdecisternasetanquesdetransportedeóleosegordurasedeoleões;
‐Armazenamentotemporárioderesíduos;
‐ Tratamento das águas residuais na ETAR da empresa, através de processos físicos, químicos ebiológicos.
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Avaliaçãodecondicionanteseconformidades
Ordenamentodoterritório
ReservaEcológicaNacional
AReservaEcológicaNacional(REN)temcomoobjectivosprincipaisaprotecçãodosrecursosnaturaiságua e solo, incluindo todos os processos e sistemas associados ao litoral e ao ciclo hidrológico, aprevenção e reduçãode riscosassociadosacheias, inundações, e fenómenosdeerosãohídricadosolo,eaconcretizaçãodeumaredefundamentaldeconservaçãodanaturezacoerentedopontodevista ecológico, contribuindo, a nível nacional, para a concretizaçãodas prioridades europeias nosdomíniosecológicoedagestãoderiscosnaturais.
As áreas integradas em REN estão sujeitas a um regime de protecção que estabelececondicionamentos à ocupação, uso e transformação do solo em função do valor e sensibilidadedaquelasáreasoudasuaexposiçãoesusceptibilidadeariscosnaturais.Noentanto,estãotambémprevistos usos e acções quepodem ser considerados compatíveis com os objectivos deprotecçãoecológica e ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais. Para serem consideradoscompatíveis,osusoseacçõesdevem:
‐ Nãocolocaremcausaas funçõesda tipologiaRENemque recaem,conforme identificaçãoconstante do Anexo I ao Decreto‐lei nº 166/2008, de 22 de Agosto, na redacção doDecreto‐leinº239/2012,de2deNovembro.
‐ Constar doAnexo II aoDecreto‐lei nº 166/2008, na sua redacção actual, como isentos dequalquertipodeprocedimentoousujeitosàrealizaçãodeumacomunicaçãoprévia;
‐ CumprirascondiçõeserequisitosaqueestãosujeitosporforçadaPortarianº419/2012,de20deDezembro.
DeacordocomoPDMemvigor,partedas instalaçõesdaFabrióleoestãosituadasemáreadeREN,aoestaremlocalizadasnasmargensdoRibeirodoSerradinho.
O regime de REN, tal como exposto no Decreto‐lei nº 166/2008, permite que nos leitos e nasmargensdoscursosdeáguapossamserrealizadososusoseasacçõesquenãocoloquememcausa,cumulativamente,asseguintesfunções:
i) Asseguraracontinuidadedociclodaágua;
ii) Assegurarafuncionalidadehidráulicaehidrológicadoscursosdeágua;
iii) Drenagemdosterrenosconfinantes;
iv) Controlodosprocessosdeerosãofluvial,atravésdamanutençãodavegetaçãoripícola;
v) Prevenção das situações de risco de cheias, impedindo a redução da secção de vazão eevitandoaimpermeabilizaçãodossolos;
vi) Conservaçãodehabitatsnaturaisedasespéciesdafloraedafauna;
vii) Interacçõeshidrológico‐biológicasentreáguassuperficiaisesubterrâneas,nomeadamenteadrenânciaeosprocessosfísico‐químicosnazonahiporreica.
Paraalémdisso,edeacordocomoAnexoIIdoDecreto‐leinº166/2008ecomoAnexoIdaPortarianº419/2012,sãoadmitidososseguintesusos:
II ‐ d) Infra‐estruturas de abastecimento de água, de drenagem e tratamento de águasresiduaisedegestãodeefluentes,incluindoestaçõeselevatórias,ETA,ETAR,reservatórioseplataformas de bombagem: a pretensão pode ser admitida desde que cumpra,cumulativamente, os seguintes requisitos: i) Sejam estabelecidasmedidas de minimização
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das disfunções ambientais e paisagísticas. ii) Nas zonas ameaçadas pelas cheias não éadmitidaainstalaçãodeETAR.
AsestruturasdaFabrióleopresentesemáreadeREN—lagoasderetençãoepartedaETARbiológica— não colocam em causa nenhuma das funções referidas: no ponto em causa o Ribeiro doSerradinhotemumabaciadiminuta(cercade20ha)peloqueasecçãodevazãonãoéafectadaeafunçãodeescoamentodaságuaséplenamentesatisfeita;nãoestãoidentificadasnaáreaespeciaisvalores florísticosou faunísticos, e tambéma funçãodecorredorecológiconão éposta em causa,umavezqueoribeiroapresentaumaáreaenvolventedesafogada.AsETARestãoenquadradasnosusosadmitidosemREN,peloquenãoparecehaverqualquerimpedimentoàcompatibilidadedestautilizaçãocomaREN.
Semembargo,aocupaçãodeáreasdeRENcomedificações,aindaqueparafinscompatíveis,requerautorizaçãodaautoridadeadministrativa,quedeveriatersidoconcedidaantesdasuaconstrução.
ReservaAgrícolaNacional
A ReservaAgrícolaNacional (RAN) define‐se comoo conjuntode terras que, em virtudedas suascaracterísticas, apresentammaior aptidãopara a actividade agrícola. Constitui um instrumentodegestãoterritorialquedesempenhaumpapelfundamentalnapreservaçãodorecursosoloedasuaafectação à agricultura. Os principais objectivos da RAN são proteger o solo como suporte dodesenvolvimento da actividade agrícola, contribuir para o desenvolvimento sustentável daagricultura,promoveracompetitividadedos territórios rurais econtribuirparaoordenamentodoterritório,econtribuirparaapreservaçãodosrecursosnaturais.
Nas áreas da RAN são excepcionalmente permitidas utilizações não agrícolas, consideradascompatíveis com os objectivos de protecção da actividade agrícola, mediante parecer préviovinculativo ou comunicação prévia à entidade regional da RAN territorialmente competente. Ospareceresfavoráveissópoderãoserconcedidosquandoestejamemcausa,semquehajaalternativaviável fora da RAN, uma ou mais das situações referidas nas alíneas do nº 1 do Artº 22º doDecreto‐lei nº 73/2009, de 31 de Março, com as alterações introduzidas pelo Decreto‐lei nº199/2015, de 16 de Setembro. Podem também existir, por motivos devidamente justificados,desafectaçõesdeparcelasdeterrenodaRAN.
ConsultandooPDMemvigor,verifica‐seumaincoerênciaentreasplantasdeordenamentoeadecondicionantes. Enquantoquenaplantadeordenamentopartedas instalaçõesdaFabrióleo estãosituadas em “Espaço agrícola da RAN”, na planta de condicionantes a mesma zona não evidenciacondicionantes(verextractosdascartasdoPDMcomimplantaçãodaFabrióleo).
Existeaindaoutraincoerência,entreaplantadeordenamentodoPDMeocadastro.Deacordocomocadastropredial rústico,aocupaçãohistóricados terrenosdaáreada fábrica, concretamentedaparcela 1/68, onde se encontra inserida a maioria dos edifícios da Fabrióleo, era florestal, maisespecificamentesobreiroepinheiro.Pareceportantoimprovávelquesejaapropriadaaclassificaçãodesta área como RAN. A ocupação histórica do terreno onde actualmente se localiza a ETAR einstalações adjacentes era urbana (parcelas 7/82 e 4/84), pinhal (parcela 5/85) e matos (parcela4/83).
A Câmara Municipal de Torres Novas reconhece a existência de edifícios industriais na zonaanteriores à publicaçãodoPDM,nomeadamente a antiga destilaria e a fábrica de sebo, comumadistância de cerca de 70m entre si. Assume igualmente a existência de uma área industrial quecorrespondeacercademetadedasinstalaçõesindustriaisdaFabrióleo.
No terrenoemquestão—umapequenaáreacomocupaçãohistórica florestal entredois espaçosindustriais consolidados—parece ser razoável admitir‐se a sua classificação comoárea industrial.Nãoparecehaverqualquermotivoobjectivocontraestasolução.
Deresto,peladocumentaçãoconsultada,estapossibilidadetemvindoaserequacionadaháváriospelaCâmaraMunicipaldeTorresNovas.
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Já a classificação deste espaço como RAN carece de fundamentação, pois não é de todo normalatribuirtalclassificaçãoaespaçoscomocupaçãoflorestalhistórica(poderiaimpor‐seasuareversãopara uso florestal, uma opção que só nos parece fazer sentido num cenário extensivo derenaturalizaçãodeespaçosindustriaisdesactivados).
Semembargo,talcomonocasodaREN,aedificaçãoemespaçosdeusoflorestalouagrícola(mesmoquenãosejamRAN)requerautorizaçãodaautoridadeadministrativa,quedeveriatersidoconcedidaantesdasuaconstrução.
DomínioPúblicoHídrico
DeacordocomoPDMTN(nº2doartigo58º), relativoà servidãodedomíniopúblicohídrico (DPH)fluvial,margensezonasinundáveis,
“Consideram‐se sujeitos a servidão demargens e de zonas inundáveis todos os cursos deágua–emboranaplantadecondicionantesapenasserepresentemosconstantesdoÍndiceHidrográficoeClassificaçãoDecimaldosCursosdeÁguadaDGRAH,Lisboa,1981,bemcomoaindaaquelescujosleitosdecheiaecabeceirasforamconsideradosnadelimitaçãodaREN,equesereferem:
(…)b)BaciadorioAlmonda:
(…)RibeiradoSerradinho”.
Nestaszonas,deveráserrespeitadaumafaixadeprotecçãocomummínimode10mdelarguraaolongodecadaumadasmargens,quedeveráserconsideradanonaedificandi.Asobrasaconstruirnafaixade10mdelarguraaolongodecadaumadasmargensdeverãoserpreviamenteapreciadaselicenciadas.
Também pela consulta da Lei nº 54/2005 de 15 de Novembro, que estabelece a titularidade dosrecursoshídricos,severificaque(artigo21º):
1—Todas as parcelas privadas de leitos ou margens de águas públicas estão sujeitas àsservidõesestabelecidasporleienomeadamenteaumaservidãodeusopúblico,nointeressegeral de acesso às águas e de passagemao longodas águas da pesca, da navegação e daflutuação, quando se trate de águas navegáveis ou flutuáveis, e ainda da fiscalização epoliciamentodaságuaspelasentidadescompetentes.
2—Nasparcelasprivadasde leitosoumargensdeáguaspúblicas,bemcomonorespectivosubsoloounoespaçoaéreocorrespondente,nãoépermitidaaexecuçãodequaisquerobraspermanentesoutemporáriassemautorizaçãodaentidadeaquemcouberajurisdiçãosobreautilizaçãodaságuaspúblicascorrespondentes.
ConformeacimadiscutidoapropósitodaREN,asconstruçõespresentesnasáreassujeitasaservidãoao abrigododomínio público hídrico não colocamem causa a protecçãodas funções hidrológicasnem o acesso ao Ribeiro do Serradinho. Adicionalmente, a ETAR biológica é uma ferramenta deprotecção da qualidade do meio hídrico, contribuindo para a preservação do bem público emquestão,peloquenãoencontramosimpedimentosdenaturezaambientalàcompatibilidadedestesusos.
No entanto, não foi cumprido em tempo opedidode autorizaçãonecessário à construçãodestasinfra‐estruturas.
Águasresiduaisequalidadedaágua
Licençadedescarga
EmcumprimentocomoDecreto‐lei226‐A/2007,de31deMaio,aFabrióleopossuiumaLicençadeUtilizaçãodeRecursosHídricos,paraarejeiçãodaságuasresiduais,válidaaté13/01/2024.
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Alicençadescreve:
‐ O tipode tratamentoda ETAR indica os vários processos unitários do tratamento,masnãoseencontradescritootratamentobiológico;
‐ Aorigemdaságuasresiduaisaságuasresiduaistêmorigemnoprocessoprodutivoenaságuas pluviais contaminadas. Águas de lavagem das cisternas e tanques de transporte deóleosepastasderefinaçãonãoestãoespecificamentedescritasnalicençacomoumaorigemdaságuasresiduaisatratar,masemtermosfuncionaiseambientaissãosemelhantesàsdaslavagens demanutençãodos reservatóriosdoprocessoprodutivo; aquelas águas residuaissãoencaminhadasparaoseparadordegordurasàentradadaETAR,easgordurasseparadassãorecicladasnoprocessodeproduçãodegordurasvegetaisindustriais;
‐ AscaracterísticasdoafluentebrutoàETAR;
‐ Olocaleotipodesistemadedescarga.
Alicençaestabeleceaindaascondiçõesdedescargaacumprirparaoefluentefinal(tabela2).
Tabela2–CondiçõesdedescargadoefluentefinalconstantesnalicençaParâmetro VLE
CQO(mgO2/l) 150CBO(mgO2/l) 40Óleosegorduras(mg/l) 15pH(escaladeSorensen) 6‐9SST(mg/l) 60Sulfitos(mg/l) 1Caudalmensal(m3) 1500
AconformidadeéavaliadadeacordocomoDecreto‐leinº236/98,de1deAgosto(nº6doart.69º)— As águas residuais são consideradas conformes se os valores determinados para todos osparâmetrosobedecerem,simultaneamente,àsseguintescondições:
a) Amédiamensaldosvaloresobservadosparacadaumadassubstânciasdarespectivanormadedescarganãoultrapassaovalorlimitequealilhecorresponde;
b) Ovalormáximoobservadoduranteomêsde laboraçãoparacadaumadassubstânciasdanormadedescarganãoultrapassaodobrodovalor limitequelhecorresponde,podendoaDRA,justificadamente,determinaroutrascondições.
Tambémdeacordocomalicença,énecessárioexistirumprogramadeautocontrolodoefluentequecumpra os critérios da tabela 3. Para cada um destes parâmetros será feita uma amostragemcomposta,representativadaáguaresidualdescarregada,recolhidaduranteumperíodode24hcomintervalosmáximosde1h.
Tabela3–CritériosdoprogramadeautocontroloParâmetro Periodicidadedeamostragem
CQO(mgO2/l)CBO(mgO2/l)Óleosegorduras(mg/l)
Quinzenal
pH(escaladeSorensen)SST(mg/l)Sulfitos(mg/l)Caudalmensal(m3)
Mensal
Azotototal(mgN/l)Fósforototal(mgP/l)
Trimestral
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Resultadosdamonitorizaçãodoefluente
Foram analisados os boletins analíticos fornecidos pela Fabrióleo, referentes ao período Janeiro aNovembro de 2016, resultantes do programa de autocontrolo do efluente, e de acordo com aperiodicidade estabelecida na licença. Foram também analisados os resultados das inspecçõesrealizadas pela IGAMAOT, a 27 de Julho (amostragem pontual) e a 7 de Setembro (amostragemcomposta) de 2016. A tabela 4 apresenta os valores obtidos para estes três parâmetros para atotalidadedoperíodoanalisado.
Tabela4–ResultadosdamonitorizaçãoparaosparâmetrosCBO5,CQOePtotal,Jan‐Nov2016Datainíciocolheita CBO5(mgO2/L) CQO(mgO2/L) Ptotal(mgP/L)Mês Dia VLE=40 VLE=150 VLE=10
17 6 81 Nov
2 12 53 19 3 320
Out6 9 250 20 11 53 7* 700 820 1207** 531 708 105
Set
5 <2 180 2817 27 140
Ago4 20 99 27* 1600 7700 72027** 4600 7100 63021 <2 <30 <2
Jul
6 <2 <30 22 22 <30 15 30 39 Jun6 3 74 24 35 130 19 30 130 11 2 <30
Mai
4 <2 <30 27 <2 <30 20 3 <30 13 8 <30
Abr
5 12 <30 29 9 <30 22 <2 <30 16 14 <30 9 <2 <30
Mar
3 8 <30 <223 6 <30 17 <2 <30 11 <2 61
Fev
4 2 <30 27 10 <30 20 8 <30 14 10 <30
Jan
5 8 33 Generalidadedasanálises:amostrascompostasde24hrecolhidaseanalisadaspeloLaboratórioTomazparaaFabrióleoAmostrasrecolhidaspelaIGAMAOT:*analisadasnoLaboratórioTomaz;**analisadasnoISTAamarelo:amostrapontualrecolhidapelaIGAMAOTa27deJulhoAvermelho:valoresdeamostrascompostasde24hqueexcedemoVLE
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Osparâmetrosóleosegorduras,pH,sólidossuspensostotais,sulfitoseazotototalapresentaram‐sesempreabaixodos respectivosVLE.No entanto,CQO,CBO5e fósforo total registaram,apartirdomês de Julho, valores bastante superiores aos VLE em algumas das análises, muito díspares dorestanteperíododeamostragem.
AFabrióleoatribui estesvaloresanómalosao factode ter entrado emfuncionamento,no finaldomêsdeMaio, a nova etapade tratamentobiológico da ETAR. Será necessário confirmar que estasituaçãoseencontracorrigidaequeosvaloresdestesparâmetrosseencontramacumprirosVLE.Adiscrepância verificada entre os valores do autocontrolo realizado pela Fabrióleo e os valores dasanálisedainspecçãodoIGAMAOTéestranha.Énecessárioestudarmaisprofundamenteaeficiênciade tratamento da ETAR e relacioná‐la com o processo produtivo. Um dos pontos essenciais serácaracterizarocomportamentodoefluentefinalaolongodotempo,comparativamenteaoefluentebruto, e considerando variabilidades sazonais (temperatura, precipitação), de forma a identificarperíodoscríticos.
Efeitossobreaqualidadedaságuassuperficiais
O Ribeiro do Serradinho é uma linhade água temporária (comomuitas outras linhas de água emtodooPaís,devidoaoclimadeforteinfluênciamediterrânica).Comotal,emperíododeestiagematotalidadedocaudalexistenteresultadadescargadeefluentesoudadrenagemdifusadeterrenosirrigados.NãoexistemobjectivosdequalidadedeáguaespecíficosparaoRibeirodoSerradinho,ealeinãoéclarasobrecritériossupletivosaaplicarnestassituações.Emcursosdeáguapermanentesouquasi‐permanentes, como é o casoda Ribeira daBoa Água (dequeo Ribeiro do Serradinho éafluente), será certamente apropriado aplicar objectivos dequalidade genéricos para águas docessuperficiais.
Naturalmente, a qualidade da água de qualquer curso oumassa de água decorre do conjunto dedescargas poluentes que recebe, e dos processos físico‐químicos e biológicos que aí ocorrem.Qualqueranálisesériadestetipodeproblematemdeserconduzidaàescaladabaciahidrográfica.
Neste momento apenas podemos afirmar que, face a toda a informação consultada e aosreconhecimentosdeterrenoefectuados,nãoencontrámosqualquerevidênciadequeosproblemasdepoluiçãoregistadosnocursoinferiordoRibeirodoSerradinhoenaRibeiradaBoaÁguatenhaminfluênciasignificativadaFabrióleo.Pelocontrário,encontrámosindíciosdemúltiplasoutrasfontespoluentes,provavelmentemuitomaisinfluentesnadegradaçãodosreferidoscursosdeáguadoqueaFabrióleo.Conclusõesdefinitivasdependemnoentantodeumestudodetalhadoàescaladabaciahidrográfica,queestáforadoâmbitodopresenterelatório.
Energiaeemissõesatmosféricas
Consumosenergéticos
O uso de energia da Fabrióleo caracteriza‐se pelo consumo de electricidade e pelo consumo defuelóleo para produção de calor. Em 2015, a Fabrióleo apresentou um consumo de 560,1 tep(tonelada equivalente de petróleo), classificando‐se como instalação consumidora intensiva deenergia (consumos superiores a 500 tep) de acordo com o Sistema de Gestão dos ConsumosIntensivosdeEnergia(SGCIE),criadopeloDecreto‐leinº71/2008,de15deAbril.
O SGCIE tem como objectivo promover a eficiência energética e monitorizar os consumosenergéticos de instalações consumidoras intensivas de energia (CIE), em particular no sectorindustrial, regulamentando para tal os seus consumos energéticos. Tem ainda como objectivocontribuirparaadiminuiçãodegasescomefeitodeestufa.
OoperadorqueexploreinstalaçõesCIEficasujeitoàsseguintesobrigações(artigo4ºdoDecreto‐leinº 71/2008): a) promover o registo das instalações; b)efectuar auditorias energéticas com vista àpromoção da eficiência energética c) elaborar Planos de Racionalização do Consumo de Energia
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(PREn),combasenasauditoriasenergéticas,apresentando‐osàADENE–AgênciaparaaEnergia;d)executarecumprirosPREnaprovados.
EmcumprimentocomoSGCIE,aFabrióleoefectuou,emOutubrode2016,umaauditoriaenergéticaàs instalações, referente ao ano de 2015, e apresentou à ADENE um plano de racionalização deconsumosparaoperíodo2016‐2023,tendocomometasumareduçãoda intensidadeenergéticaedoconsumoespecíficode4%,eamanutençãodosvaloreshistóricosdeintensidadecarbónica.
Autocontrolodasemissões
AactividadeprodutivadaFabrióleogerapoluentesatmosféricosdeduasmaneiras:
1 – queima de fuelóleo pelas caldeiras, para gerar vapor. Encontram‐se em funcionamento duascaldeiras:Visomor(9592/P)eDeFigueiredo(10081/L),quefuncionamalternadamente.
2–emissõesresultantesdoprocessoprodutivodasoleínasnosreservatórios/reactores(existem24reservatórios).
DeacordocomoDecreto‐leinº78/2004,de3deabril,aFabrióleoestáobrigadaamonitorizarasemissõesdassuasfontesfixas–caldeirasereactoresdeproduçãodasoleínas.OspoluentessujeitosaautocontroloeosrespectivosVLEencontram‐sedefinidosnasPortariasnº675/2009(VLEgerais)enº677/2009(VLEaplicáveisàsinstalaçõesdecombustão),de23deJunho.
Paraascaldeiras,aplicam‐seosvaloresdatabela5,vistosereminstalaçõesdecombustãocomumapotênciatérmicanominalsuperiora100kWtérmicos.
Tabela5–PoluentessujeitosamonitorizaçãoerespectivosVLEparaascaldeirasPoluenteseVLE(mg/Nm3)
SO2 NOx PTS CO H2S1700 500 150 500 5
Paraosreactores,osvaloresaplicáveissãoosdatabela6.
Tabela6–PoluentessujeitosamonitorizaçãoerespectivosVLE–casogeralPoluentes VLE(mg/Nm3)
SO2 500NOx 500PTS 150Compostosinorgânicosfluorados(expressoemF‐) 5Compostosinorgânicosclorados(expressoemCl‐) 30H2S 5COV(expressoemC) 200COVNM(expressoemC) 110Cloro 5BrecompostosinorgânicosdeBr(expressoemHBr) 5MetaisI(1) 0,2MetaisII(2) 1MetaisIII(3) 5(1)cádmio(Cd),mercúrio(Hg),tálio(Tl);(2)arsénio(As),níquel(Ni),selénio(Se),telúrio(Te);(3)platina(Pt),vanádio(V),chumbo(Pb),crómio(Cr),cobre(Cu),antimónio(Sb),estanho(Sn),manganésio(Mn),paládio(Pd),zinco(Zn)
Asfontesestãosujeitasaumamonitorizaçãopontualduasvezesporano.Noentanto,seoscaudaismássicos de um poluente forem consistentemente inferiores aos limiares mássicos mínimosestabelecidos na Portaria nº 80/2006, de 23 de Janeiro, então a monitorização desse poluentepoderáserefectuadaapenasumavezdetrêsemtrêsanos.
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A Fabrióleo apenas tem realizado o autocontrolo das emissões das caldeiras, não tendo nuncaefectuadoanálisesàsemissõesdosreactoresdeproduçãodasoleínas.
Monitorizaçãodasemissõesdascaldeiras
Foram consultados os relatórios das monitorizações efectuadas às caldeiras em funcionamento,Visomor e De Figueiredo, com amostragens realizadas a 30/12/2015 (1), 05/05/2016 (2) e18/11/2016 (3), e cujos resultados se resumem na tabela 7. A periodicidade e os poluentesanalisadosestãodeacordocomosrequisitosdoDecreto‐leinº78/2004.
Tabela7–Resultadosdasmonitorizaçõesdasemissõesdascaldeiras
Concentraçãopoluentes(mg/Nm3)
SO2 NOx PTS CO H2S
VLE 1700 500 150 500 5
30/12/2015 1452 659 1119 329 <0,9
05/05/2016 1148 470 74,6 <4,9 <2,0CaldeiraVisomor
18/11/2016 755 496 114 5 <1,1
30/12/2015 1254 513 222 42,8 <0,8
05/05/2016 921 395 81,2 <3,6 <1,5CaldeiraDeFigueiredo
18/11/2016 316 463 87,8 8 <0,8
Os VLE foram respeitados, excepto nos ensaios realizados a 30/12/2015, em que os poluentespartículaseóxidosdeazotoultrapassaramosrespectivosVLE.
Tabela8–AnálisedoscaudaismássicosCaudalmássico(kg/h)
SO2 NOx PTS CO H2S
Limiaresmássicosmin 2 2 0,5 5 0,05
Limiaresmássicosmáx 50 30 5 100 1
30/12/2015 4,9 2,2 3,8 1,11 <0,003
05/05/2016 2,3 0,95 0,15 <0,01 <0,004CaldeiraVisomor
18/11/2016 2,7 1,8 0,41 0,019 <0,004
30/12/2015 4,6 1,9 0,82 0,16 <0,003
05/05/2016 2,1 0,89 0,18 <0,0081 <0,0033CaldeiraDeFigueiredo
18/11/2016 0,93 1,4 0,26 0,023 <0,002
Oscaudaismássicosdetodosospoluentesestãoabaixodolimiarmássicosuperior.OspoluentesCOeH2S apresentaram sempre valores abaixodo limiarmínimo, indicandoquepoderãopassar a sermonitorizadosapenasdetrêsemtrêsanos.
Resíduos
OperaçõesdegestãoderesíduosdesenvolvidaspelaFabrióleo
O regime geral de gestão de resíduos (RGGR) foi estabelecido e aprovado pelo Decreto‐lei nº178/2006, de 5 de Setembro, na redacção dada pelo Decreto‐lei nº 73/2011, de 17 de Junho(diploma RGGR). Este diploma estabelece os requisitos e condições necessárias para a gestão deresíduos–operaçõesde recolha, transporte,a valorização ea eliminaçãode resíduos,e sujeitasa
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licenciamento. É obrigatória a inscrição no Sistema Integrado de Registo Eletrónico de Resíduos(SIRER).
De acordo com o actual título de exploração (nº 36158/2016‐1), emitido em Agosto de 2016, aFabrióleo encontra‐se autorizada, no âmbito das actividades de valorização, a recepcionar osseguintes resíduos, classificados de acordo com o seu código LER (Decisão da Comissão nº2014/955/EU,de18deDezembro):
02 Resíduos da agricultura, horticultura, aquacultura, silvicultura, caça e pesca, bem como dapreparaçãoedoprocessamentodeprodutosalimentares
0203Resíduosdapreparaçãoeprocessamentodefrutos,produtoshortícolas,cereais,óleosalimentares, cacau, café, chá e tabaco; resíduos da produção de conservas; resíduos daproduçãodeleveduraseextractosdelevedurasedapreparaçãoefermentaçãodemelaços:
020304materiaisimprópriosparaconsumoouprocessamento
020399resíduossemoutrasespecificações
0206Resíduosdaindústriadepanificação,pastelariaeconfeitaria:
020601materiaisimprópriosparaconsumoouprocessamento
16Resíduosnãoespecificadosnoutroscapítulosdalista
1607 Resíduosde limpezade tanquesde transporte,de depósitosdearmazenagem edebarris:
160799resíduossemoutrasespecificações
19 Resíduos de instalações de gestão de resíduos, de estações ex situ de tratamento de águasresiduaisedapreparaçãodeáguaparaconsumohumanoedeáguaparaconsumoindustrial
1908Resíduosdeestaçõesdetratamentodeáguasresiduais,semoutrasespecificações
19 08 09 misturas de gorduras e óleos, da separação óleo/água,contendoapenasóleosegordurasalimentares
20Resíduosurbanoseequiparados (resíduosdomésticos, do comércio,da indústriaedos serviços),incluindoasfracçõesrecolhidasselectivamente
2001Fracçõesrecolhidasselectivamente(excepto1501)
200108resíduosbiodegradáveisdecozinhasecantinas
200125óleosegordurasalimentares
Estes resíduos poderão apenas ser destinados à operação R3 – Reciclagem/recuperação desubstâncias orgânicas não utilizadas como solventes, de acordo coma classificação constante doAnexo II do RGGR. A Fabrióleo utiliza estes resíduos no processo de fabrico de gorduras vegetaisindustriais.
AFabrióleoencontrava‐seautorizadapeloanteriortítulodeexploração(nº1983/2012)arealizarotratamento prévio (filtração e recondicionamento) de óleos e gorduras alimentares usados,actividade com enquadramento na subclasse da CAE‐Rev.3 ‐ 38322 ‐ Valorização de resíduos nãometálicos (recolhae filtraçãodeóleosegordurasalimentares).No entanto,comaactualizaçãodotítulodeexploraçãoeoenquadramentodaactividadeprodutivanaCAE‐Rev.3–20144–Fabricaçãodeoutrosprodutosquímicosorgânicosdebase,n.e.–estaactividadejánãoseencontraautorizada.
AFabrióleopode receber óleos egordurasalimentaresusados (LER20 01 25),massese limitararealizarumafiltração,reacondicionamentoeposteriorenvioparaoutrosusos,estaráarealizarumaoperaçãode valorizaçãoclassificadacomoR12 ‐Trocade resíduoscomvistaa submetê‐losauma
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das operações enumeradas de R1 a R11. Esta operação pode incluir operações preliminaresanterioresàvalorização,incluindoopré‐processamento,taiscomoodesmantelamento,atriagem,atrituração, a compactação, a peletização, a secagem, a fragmentação, o acondicionamento, areembalagem, a separação e a mistura. No entanto, de modo a produzir óleos de diferentescaracterísticastécnicas,nestemomentotodososresíduosrecebidospelaFabrióleosãosubmetidosao processo ácido anteriormente descrito. Incluem‐se os óleos alimentares usados, que apósfiltração,sãosubmetidosaestaoperação,autorizadapelotítulodeexploraçãocomoR3.
Resíduosgerados
A grandemaioria dos resíduos gerados pela Fabrióleo são lamas provenientes da ETAR – durante2015foramproduzidasmaisde2500toneladasdelamas.Osrestantesresíduossãoconstituídosporembalagens de plástico, vidro, papel e cartão. Todos os resíduos foram entregues a operadoresdevidamente licenciados. A tabela 9 apresenta os tipos, quantidades e destinos dos resíduosproduzidospelaFabrióleo,recolhidosdoMapaIntegradodeRegistodeResíduos(MIRR)de2015.
Tabela9–ResíduosgeradospelaFabrióleoem2015edestinofinal
CódigoLERProduzidos
(t)Enviados
(t)Destinatário Operação
020305(Lamasdotratamentolocaldeefluentes)
2550,7 2550,7
TerraFértil,GestãoeValorizaçãodeResíduos(APA00037662)
R3–Reciclagem/recuperaçãodesubstânciasorgânicasnãoutilizadascomosolventes
150101(Embalagensdepapelecartão)
1,3 1,3FábricadePapeldeTorresNovas,Lda(APA00037352)
R5–Reciclagem/recuperaçãodeoutrosmateriaisinorgânicos
150102(Embalagensdeplástico)
17,2 17,2
150107(Embalagensdevidro)
14,4 14,4
UnidadedaResitejo(Aterro,TriagemeTM)(APA00086463)
R13–ArmazenamentoderesíduosdestinadosaumadasoperaçõesdeR1aR12
Ruído
Requisitoslegais
Onovoquadro legalrelativoaruídoambienteconsistenoDecreto‐leinº9/2007,de17de Janeiro,queaprovaoRegulamentoGeraldeRuído(RGR),enoDecreto‐leinº146/2006,de31deJulho,quetranspõe a Directiva n.º 2002/49/CE, de 25 de Junho, relativa à avaliação e gestão do ruídoambiente.
As actividades ruidosas permanentes encontram‐se obrigadas ao cumprimento de dois critérios:critériodeexposiçãomáxima(art.º11ºdoRGR)ecritériodeincomodidade(art.º13ºdoRGR).
Os valores limite de exposição ao ruído em determinada zona são definidos de acordo com aclassificação da zona como mista ou sensível. Compete aos municípios estabelecer nos planosmunicipais de ordenamento do território a classificação, a delimitação e a disciplina das zonassensíveisedaszonasmistas.NãoexisteaindaclassificaçãodezonasnomunicípiodeTorresNovas.
Monitorizaçãodoruídoambiente
ParaaverificaçãodoscritériosdeexposiçãomáximaeincomodidadeforamefectuadasmediçõesderuídoemFevereirode2016,apedidodaFabrióleo.OsensaiosdeavaliaçãoderuídoconsideraramapenasumpontodemediçãoexterioràáreadeoperaçãodaFabrióleo,suficientedadaamorfologia
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doterrenoeadistribuiçãodereceptoressensíveis.Aescolhadolocaléapropriada,sendooreceptorsensível mais próximo da Fabrióleo, e particularmente da ETAR, a principal fonte de ruído daFabrióleo.
A amostragem para o cálculo do critério de incomodidade foi feita em 2 dias. Embora não hajademonstraçãodequeaamostragemérepresentativadeummêsdeoperação(verponto4doanexoIdoRGR),dadaabaixavariabilidadedasemissõessonorasdaETAR,cujofuncionamentoéconstante24hpor dia, é suficiente para a caracterizaçãoda incomodidade causadapela ETAR, a única fonteemissoraconsideradanestecritério.
Osresultadosdosensaiosencontram‐senastabelas10e11.
Tabela10–Avaliaçãodaconformidadecomocritériodeexposiçãomáxima(art.11ºdoRGR)Níveismáximosderuídopermitidos(LAeq)
Classificaçãodazona
Lden–níveldiurno‐entardecer‐nocturno Ln–nívelnocturno
Porclassificar 63dB(A) 53dB(A)Mista 65dB(A) 55dB(A)Sensível 55dB(A) 45dB(A)
Níveisobtidosnoensaio(LAeq) Lden–níveldiurno‐entardecer‐nocturno Ln–nívelnocturnoLocalI 53dB(A) 45dB(A)
Tabela11–Avaliaçãodocumprimentodocritériodeincomodidade
PeríodoLAr,T(RA)dB(A)
LAeq,T(RR)dB(A)
LAr,T(RA)‐LAeq,T(RR)dB(A)
Valorlimite*
Diurno 51,8 51,6 0 5Entardecer 48,0 46,6 1 4Nocturno 46,5 43,5 3 3
Os níveis de ruído obtidos na monitorização cumprem os valores limite de exposição para zonassensíveis.Tambémcumpremocritériodeincomodidade,tendoemcontaovalordecorrecçãomaisrestritivo.AFabrióleonãoapresentainconformidadesrelativamenteaodescritorruído.
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SíntesederesultadosDomínio Condições Conform. Observações
Cumprimentodecondiçõesdecompatibilidadecomosusos
UsossãocompatíveiscomRENeDPH.RANestáclassificadadeformaduvidosaeousoflorestalpodeseralteradoparaindustrialcomfundamentoemutilidadepública.
Ordenamentodoterritório
Licençasdeuso AslicençasdeusodeRENeDPHnãoforampedidasouautorizadasemtempoútil.
Tiposdetratamentodaságuasresiduaisprevistosnalicença
Asetapasdetratamentobiológiconãoestãodescritasnalicença.
Origemdaságuasresiduais:processoprodutivoeáguaspluviaiscontaminadas
Águasdelavagemdascisternasetanquesnãoestãoespecificamentedescritasnalicença,masconstituemumadasmatérias‐primasdoprocessoprodutivo.Oefluenteésemelhanteàslavagensdafábrica.
Cumprimentodoautocontroloeregistos
Programademonitorizaçãodoefluentedeacordocomosrequisitosdalicença,emborafosseconvenientevalidaçãodosresultados.
CumprimentodosVLEdoefluentefinal
CQO,CBOefósforototalultrapassaramosVLEemalgumasamostragens.
Águasresiduaisequalidadedaágua
Qualidadedaságuassuperficiais ?
NãoháevidênciadeinfluênciadeterminantedaFabrióleosobreamáqualidadedaságuas,massãonecessáriosestudosdetalhados.
Autocontrolodasemissõesdascaldeiras Asemissõesdascaldeirassãomonitorizadasem
cumprimentocomoDecreto‐leinº78/2004.
Gestãodaenergia AFabrióleoestáregistadanoSGCIE,efectuouumaauditoriaenergéticaeapresentouoPREnparaoperíodo2016‐2023.
Autocontrolodasemissõesdosreactores Nuncafoiefectuadaqualquermonitorizaçãodas
emissõesdosreactores.
CumprimentodosVLE PrimeiraamostragemultrapassaVLEparapartículaseNOx,asamostragenssubsequentesrespeitamosVLEemtodosospoluentes.
Energiaeemissõesatmosféricas
Cumprimentodoslimiaresmássicos Oscaudaismássicosestãosempreabaixodo
limiarmáximo,paratodosospoluentes.
InscriçãonoSIRER Inscriçãocumprida.
PreenchimentodasGAResubmissãodosmapasderesíduos
ExistemerroselacunasnopreenchimentodasGAR.
ResíduosAutorizaçãoparaarealizaçãodeoperaçõesdevalorizaçãoderesíduos
TodososresíduosrecepcionadospelaFabrióleosãosubmetidosaumaoperaçãodevalorização(R3)paraaqualestáautorizada.Casovenhaahaveralteraçõesnotipodeprocessamento,podeviraserrequeridaumaautorizaçãodiferente.
RuídoCumprimentodoscritériosdeexposiçãoeincomodidade
NíveisinferioresaosVLEdaszonassensíveis.
Conforme DesconformesemdanosiminentesDesconformecomriscosambientais?Desconhecido
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Recomendações
Ordenamentodoterritório
Em matéria de ordenamento do território, os impactes da Fabrióleo são reduzidos e afectam deformapoucosignificativaosvaloresprotegidospelos instrumentosdaREN,RANeDPH:oupornãohaverqualquerconflitoobjectivonousodo território (casodaRENeDPH),ouporqueaocupaçãohistórica do território determina que os impactes mais relevantes ocorreram há anos ou décadasatrás,nalgunscasosantesdainstituiçãodestes instrumentos legais(casodaocupaçãoindustrialdeespaçosanteriormentedeusoflorestalouurbano).
Os conflitos existentes são de natureza institucional. Decorrem, nuns casos, de incoerências dosprópriosinstrumentosdeordenamento(casodoscritériosdedelimitaçãodaRANfaceaocadastroeàcartografiadoPDM);enoutrosdafaltadepedidosatempadosdelicençaparaainstalaçãodeusoscompatíveis (REN e DPH), ou falta de autorização formal para a extensão do uso industrial paraterrenosnãodesignadosparaesseusoemsededePDM.
Teoricamente,acompatibilidadedeusospermiteumaregularizaçãodasituaçãoactual.Noentanto,essa regularizaçãonão é umdireito a priori da Fabrióleo, dependendodo acordodas autoridadesadministrativas.Afaltadedecisãopositivaatéagoradecorredainsuficiênciadefundamentaçãoedediferenças de interpretação sobre o que será neste caso o interesse público. A interpretação dointeressepúbliconãoéumaquestãoevidente,atéporquealeidápoucaorientaçãosobreamatéria.Aquestãopoderáserconsideradadenaturezamaispolíticadoquejurídica.
Águasresiduaisequalidadedaágua
Sobreocumprimentoderequisitoslegais:• O Título de Utilização de Recursos Hídricos deverá ser actualizado para conter as novas
característicasdetratamentodosefluentes(ETARbiológica);• Aconsideraçãodaságuas residuaisprovenientesda lavagemdascisternas eoleõesdeverá
serdevidamentejustificadaperanteaAPAeIAPMEIeenquadradanoprocessoprodutivodaFabrióleo, clarificandoque faz parte efectiva doprocessoprodutivo e nãoumaactividadeautónoma;
• Osvaloresdasanálisesao efluenteobtidosparao CQO,CBOe fósforo totalapresentarampicosmuitoelevadoseanómalos,tendoemcontaohistorialdeautocontrolodaFabrióleo.Éessencial desenvolver uma campanhade amostragempara obter uma caracterizaçãomaisdetalhadadoefluenteesuarelaçãocomosfactoresinfluentes(processoprodutivoprincipal,outrosprocedimentos,meteorologia,entreoutros).
Para alémdas responsabilidades internas da Fabrióleo levanta‐se a questão das responsabilidadesem matéria de poluição do Ribeiro do Serradinho e da Ribeira da Boa Água. Nesta fase apenaspodemosafirmarque,faceatodaadocumentaçãoconsultadaeaobservaçãonoterrenodafábricae do curso do Ribeiro do Serradinho, a Fabrióleo terá uma influência mínima na poluição dosreferidos cursos de água. Encontrámos indícios demuitas outras fontes poluentes na região, masconclusões definitivas sobre esta matéria dependem de um estudo detalhado à escala da baciahidrográfica,queestáforadoâmbitodopresenterelatório.
Energiaeemissõesatmosféricas
Sobreocumprimentoderequisitoslegais:• Énecessáriodesenvolverumplanodemonitorizaçãoeiniciaroautocontrolodasemissões
dosreservatórios/reactoresdasoleínas.Amonitorizaçãodeemissõesdosreactores,sendofontesmúltiplasdeemissão,poderáserefectuada,comcarácterrotativo,numnúmero
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representativodereactores,estimando‐seasemissõesdosrestantescombasenumfactordeemissãomédio,calculadoapartirdasfontescaracterizadas.Talrequeraapresentaçãodeumplanodemonitorizaçãodasfontesmúltiplas,aseraprovadopelaCCDR.
• Umavezquenopassadojáocorreuaultrapassagemdelimites,recomenda‐sequeoautocontrolodasemissõesdascaldeirascontinueaserefectuadopelomenosduasvezesporano,demodoapermitirumamelhorgestãoecontrolosobreofuncionamentodascaldeiraseemissõespoluentes,epermitiraactuaçãoatempadaemcasodesituaçõesirregulares.
Resíduos
Sobreocumprimentoderequisitoslegais:• Énecessárioasseguraropreenchimentocorrectodasguiasdeacompanhamentoderesíduos
(GAR),tantoparaosresíduosrecebidoscomoparaosexpedidos;• Deverá,até31deMarçode2017,submeteràAPAosdadosrelativamenteaosresíduos
geradosegeridosduranteoanode2016–MIRR2016.